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Transversalidades no estudo sobre jovens no Brasil: educação, ação coletiva e cultura.

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Academic year: 2017

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Tr a n s v e r s a lid a d e s n o e s t u d o s o b r e jo v e n s n o B r a s il:

e d u c a ç ã o , a ç ã o c o le t iv a e c u lt u r a *

Marilia Pontes Sposito

Universidade de São Paulo

R e s u m o

O art igo examina as possibilidades de análise das ações colet ivas de jovens, part icularment e aquelas que derivam de prát icas cul-t urais, no incul-t erior de uma perspeccul-t iva que procura resgacul-t ar ori-ent ações do pensamori-ent o sociológico brasileiro que recusa uma segment ação est anque dos campos de est udo. A part ir de balan-ço realizado da produção discent e na Pós- Graduação nas Ciên-cias Sociais, Educação e Serviço Social, é possível delinear novos desaf ios para a pesquisa sobre jovens e suas prát icas colet ivas. Um conjunt o de est udos realizados a part ir de meados dos anos 1990 of erece um quadro import ant e das manif est ações deriva-das dos denominados grupos de est ilos e cult uras juvenis, sobre-t udo no campo da música. Darks, punks, rappers f oram os prin-cipais est ilos invest igados e, em menor escala, a cult ura f unk. A compreensão adensada das presenças diversif icadas dos jovens nos espaços públicos em seus colet ivos remet e a uma necessária t rans- versalidade que demanda não desconsiderar na análise ou-t ras dimensões da experiência juvenil. As ou-t ransf ormações decor-rent es da int ensa expansão dos sist emas de ensino nas últ imas décadas no Brasil, as novas conf igurações do mundo do t rabalho e as signif icat ivas f ormas de apropriação do espaço urbano que art icula novas f ormas de sociabilidade são aspect os import ant es a serem considerados nas análises das denominadas cult uras ju-venis e suas f ormas de ação colet iva.

P a la v r a s - c h a v e

Juvent ude — Ação colet iva — Cult ura — Educação. Correspondência:

Marília Pontes Sposito Faculdade de Educação - USP Av. da Universidade 308 05508- 040 - São Paulo - SP email: sposito@usp.br

* Este artigo é uma versão revisada e

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Tr a n s v e r s a lit ie s in t h e s t u d y o n y o u n g p e o p le in

B r a z il: e d u c a t io n , c o lle c t iv e a c t io n , a n d c u lt u r e *

Marilia Pontes Sposito

Universidade de São Paulo

A b s t r a c t

This art i cl e exam i n es t he possi bi l i t i es of an al yzi n g col l ect i ve act ion by young people, especially t hat which derives f rom cul-t u ral p raccul-t i ces w i cul-t h i n a p ersp eccul-t i ve cul-t h acul-t cul-t r i es cul-t o recal l cul-t h e guiding lines of t he Brazilian sociological t hought which denies a rigid segment at ion of st udy f ields. St art ing f rom a survey on st u d en t p ro d u ct i o n i n Po st - Grad u at i o n p ro g ram s i n So ci al Sciences, Educat ion, and Social Work, it is possible t o delineat e n ew ch al l en g es f o r t h e research o n yo u n g p eo p l e an d t h ei r collect ive pract ices. A body of st udies made since t he mid- 1990s provides an import ant f ramework of manif est at ions f rom t he so cal l ed grou ps of j u ven i l e st yl e an d cu l t u re, m ai n l y i n m usi c. Darks, punks, and rappers were t he main st yles invest igat ed and, in a lesser scale, t he f unk cult ure. A compact ed underst anding of t he diversif ied presen ce of you n g people in pu blic set t in gs wit h t heir collect ivit ies ref ers t o a necessary t ransversalit y t hat d em an d s n o t d i sreg ard i n g o t h er d i m en si o n s o f j u ven i l e experi en ce i n t he an al ysis. Transf orm at i on s com i n g f rom an i n t en se expansi on of edu cat i on syst ems i n Brazi l i n t he l ast decades, t he new conf igurat ions of t he working market , and t he si g n i f i can t f o r m s o f ap p ro p r i at i n g t h e u r b an sp ace, w h i ch art iculat e new f orms of sociabilit y, are import ant aspect s t o t ake i n t o consi derat i on i n an al yses on j u ven i l e cu l t u res an d t hei r f orms of collect ive act ion.

K e y w o r d s

Yout h — Collect ive act ion — Cult ure — Educat ion.

Contact:

Marília Pontes Sposito Faculdade de Educação - USP Av da Universidade 308 05508- 040 - São Paulo - SP email: sposito@usp.br

* This ar t ic le is a r evised and

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O nasciment o da Sociologia no Brasil e os est udos sobre a educação t enderam a se con-sol i dar a part i r de m eados do sécu l o XX em múlt iplos cent ros de est udos, muit os dos quais f oram esf acelados com o advent o do regime au-t oriau-t ário nos anos 1960. Parau-t e dessa au-t radição, a ser examinada nest e t ext o, remet e a um modo h eu ríst i co e su g est i vo d e art i cu l ação d as int erf aces ent re a Sociologia da Educação e dos est udos de juvent ude que nos dias at uais deve ser considerada1. Não se t rat a, assim, de

reali-zar balanço da vast a produção sociológica so-bre a educação no Brasil realizada nos últ imos anos, mas de problemat izar perspect ivas impor-t animpor-t es que impor-t êm orienimpor-t ado o desenvolvimenimpor-t o da disciplina no país2.

Nos anos 1950, a nascent e ref lexão so-ciológica, sobret udo aquela prat icada em São Paulo sob a liderança do prof essor Florest an Fernandes3 (1960), considerava que os

domíni-os específ icdomíni-os da Sociologia — educação, t raba-lho, cult ura, ent re out ros — não poderiam im-plicar em segment ação e especialização exces-siva:

Como acont ece em qualquer ciência, os mé-t odos sociológicos podem ser aplicados à in-vest igação e à explicação de qualquer f enô-meno social part icular sem que, por isso, se deva admit ir a exist ên cia de u ma disciplin a especi al , com obj et o e probl em as própri os! [...] Sob out ros aspect os o uso mais ou me-nos livre de t ais expressões f acilit a a ident if i-cação do t eor das cont ribuições, simplif ican-do, assim, as relações do aut or com o públi-co. Ist o parece ser suf icient e para just if icar o em prego del as, j á qu e carecem de sen t i do lógico os int ent os de subdividir, indef inida-ment e, os campos da Sociologia. (p. 29- 30)

Nos anos 1970, Bourdieu (1975) t am-bém evit a segment ar a Sociologia da Educa-ção:

A sociologia da educação conf igura seu ob-jet o part icular quando se const it ui como

ci-ência das relações ent re a reprodução cult u-ral e a rep rodu ção soci al , ou sej a, n o m o-m en t o eo-m qu e se esf orça por est abel ecer a cont ribuição que o sist ema de ensino of erece com vist as à reprodução da est rut ura das re-lações de f orça e das rere-lações simbólicas en-t re as classes. (p. 295)

Naq u el e m o m en t o , essas o ri en t açõ es buscavam pensar a sociedade brasileira a par-t ir de sua singularidade hispar-t órica, apar-t ipar-t ude que exigia uma post ura de diálogo crít ico na apro-priação das t eorias produzidas no ext erior. Os sociólogos da denominada Escola Paulist a de Sociologia est avam preocupados com o t ema do at raso e, por consequência, com as ques-t ões relaques-t ivas ao desenvolvimenques-t o, mas propu-nham uma rupt ura com a visão dualist a pre-dominant e, que via a mudança social a part ir de um cont inuum que sairia do at raso em di-reção à modernização. Assim, o Brasil passava a ser ent endido como uma f orma peculiar de re-alização do sist ema capit alist a, na qual o dina-mismo econômico não excluía, mas se art icula-va aos element os arcaicos de organização da so-ciedade e às f ormas persist ent es de desigualda-de. As t ensões não eram assim concebidas como anomia, mas como element os const it ut ivos da sociedade.

Hist ória e t ot alidade marcavam essas ori-ent ações t eórico- met odológicas, ou seja, era pre-ciso compreender o que art iculava nossa socie-dade aos processos globais do desenvolviment o capit alist a, mas, ao mesmo t empo, reconhecer aquilo que const it uiria a especif icidade hist órica da sociedade brasileira em suas múlt iplas

dimen-1. Um tratamento mais específico sobre as interfaces entre a Sociolo-gia da Educação e SocioloSociolo-gia da Juventude pode ser encontrado em Sposito (2009).

2 . Em outro artigo, foi analisada a fecundidade dessa perspectiva para análise de lutas sociais afetadas, de alguma forma, pelo lugar que a escola adquire na sociedade contemporânea (Sposito, 2007). Os movimentos populares em torno da defesa do direito à educação e da expansão da escola pública seriam exemplos dessas articulações (Sposito, 1984; 1993).

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sões — polít icas, econômicas e cult urais (Bast os, 2002). Ao t rat ar da sociologia produzida na Uni-versidade de São Paulo — USP —, José de Souza M art ins (1998) considera que esse período, além de def inir um est ilo de t rabalho, criou um elen-co de indagações t eóricas e prát icas que são ain-da hoje funain-damentais à pesquisa sociológica, pois se t rat ava de u m a post u ra prof u n dam en t e enraizada nas singularidades hist óricas, cult urais, sociais e polít icas da sociedade brasileira.

Nesse espect ro de orient ações, surgem os primeiros t rabalhos em t orno da inst it uição escolar que adquire cent ralidade na ref lexão da Sociologia da Educação prat icada no Brasil. No ent ant o, essas pesquisas inscreviam suas pre-ocupações no quadro dos recent es processos de m i gração, i n dust ri al i zação e u rban i zação que t raziam para a vida escolar um conjunt o de t ensões que demandavam análises (Pereira, 1967; 1971; 1976). Trabal hos com o os de Florest an Fernandes (1960) e Fernando Henrique Cardoso e Oct avio Ianni (1959) exprimiam a t en-t aen-t iva de compreensão dos caminhos para o de-senvolviment o e reconheciam a educação esco-lar como uma de suas possibilidades e expressão. Nesse momento, um texto importante para a pesquisa sobre a escola, propost o em 1953 por Ant onio Candido (1973), já anunciava a ilusão pedagógica de Durkheim que, em sua formulação, definia o ato educativo como a ação unilateral da geração adult a sobre os imat uros, considerados “ t abula rasa” (Durkheim, 1970). Examinava — e esse t alvez seja o aspect o pioneiro e mais est imu-lan t e das an álises de Can dido — o pot en cial conf lit ivo e as t ensões que exist iriam nas relações ent re as gerações adult as e os educandos, sendo est es resist ent es ao t rabalho educat ivo empreen-dido pelos primeiros.

Candido propunha o est udo da sociablidade inerent e ao grupo de alunos e à invest i-gação de suas expect at ivas que não se esgot a-vam nas relações f ormais previst as pela inst it ui-ção ou circunscrit as aos processos de ensino aprendizagem. Trat a- se, assim, já nesse momen-t o, de uma abermomen-t ura analímomen-t ica para o exame dos aspect os da vida escolar que remet iam às f

or-mas de sociabilidade dos alunos que pudessem est ar int erf erindo na vida da inst it uição. Era propost a u ma perspect iva t eórica su f icien t e-m en t e ab er t a p ara d i e-m en sõ es e-m en o s inst it u cion alizadas e visíveis da vida escolar, ret om adas pel a Soci ol ogi a da Edu cação so-ment e a part ir dos anos 1970 com a crise das expl i cações de recort e apen as est ru t u ral n o âmbit o das t eorias sobre a escola.

Os est udos nort e- americanos e europeus sobre os est abeleciment os escolares of ereceram i m port an t es con t ri bu i ções para o est u do da vida escolar em seus aspect os menos visíveis e f ormalizados. A nova Sociologia da Educação, anos mais t arde, of ereceu cont ribuições rele-vant es para o est udo das microssit uações no âm bi t o da vi da escol ar. Um bal an ço dessas orient ações e impact os na sociologia da edu-cação no Brasil pode ser encont rado no art i-go de Leila M af ra (2003).

A mesma inspiração teórica e metodológica — a singularidade hist órica da sociedade brasilei-ra e a t ot alidade dos processos sociais — est eve presente nos primeiros estudos sobre os jovens no Brasil. Uma das ideias cent rais dessa perspect iva, produzindo clarament e um modo de const ruir os problemas de pesquisa, residia na premissa de que, a part ir da perif eria e das margens, compreender-se- ia melhor o movimento da sociedade como um t odo, possibilit ando a verif icação dos princípios que a est rut uram (Bast os, 2002). Ao sit uar a ju-vent ude como cat egoria social, inspirada em Karl M annheim (1968; 1973), M arialice Foracchi (1965; 1972) exami n ou em seus t rabal hos a relat iva marginalidade dos jovens diant e da es-t ru es-t u ra social e dos cen es-t ros de poder. Nessa direção, suas pesquisas sit uaram os universit á-rios brasileiros como at ores emergent es de uma sociedade dependent e que se t ornaram prot a-gonist as do radicalismo polít ico dos movimen-t os esmovimen-t udanmovimen-t is dos anos 1960.

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es-ses aut ores, na singularidade da juvent ude como cat egoria social, est ariam cont idas as omissões, os benef ícios e as t ensões de uma conf iguração social, pois a juvent ude represent aria a cat egoria social sobre a qual ecoa, de modo part icular, a crise do sist ema (Foracchi, 1972).

A part ir do enquadrament o dos proble-mas hist óricos e da t ot alidade das condições que const it uem as especif icidades cult urais e sociais do Brasil, as int erf aces ent re a Sociolo-gia da Educação e da Juvent ude se evidenci-am, t endo como pont o de part ida esse pressu-post o t eórico- met odológico. Essas orient ações recusavam uma especialização inoport una dos est u dos sociológicos qu e en t ão se in iciavam t an t o n a So ci o l o g i a d a Ed u cação co m o n a Sociologia da Juvent ude.

Não será t rat ada a evolução da pesquisa em Soci ol ogi a da Edu cação n o Brasi l com a organização da Pós- Graduação em Educação após a ref orma universit ária de 1968, uma vez que vários est udos realizaram balanços impor-t an impor-t es sobre as vi cissi impor-t u des da área (Cu n ha, 1981; 1992; 1994; Gouveia, 1989). No ent an-t o, vale a pena reian-t erar que paran-t e dos impasses vividos pela pesquisa decorria das dif iculdades de compreensão das singularidades da sociedade brasileira e de seu sist ema de ensino, ao lado da ausência de discussões mais densas sobre o pro-cesso de apropriação de quadros t eóricos, mui-t as vezes produzidos no exmui-t erior, que ancoravam as invest igações. De t odo modo, a pesquisa es-t eve cenes-t rada nos processos das desigualdades escolares, embora a Sociologia da Educação pu-desse recobrir um campo ext remament e vast o para além da f orma escolar, uma vez que

[...] os mecanismos por meio dos quais uma sociedade t ransmit e a seus membros seus sa-beres, o saber- f azer e o saber- ser que ela es-t ima como necessários à sua reprodução são de uma inf init a variedade. (Duru- Bellat ; Van Zant en, 1992, p. 1)

O arco t eórico ampliado e as novas pes-quisas caminharam ao lado do moviment o pela

democrat ização do país, que volt ou a incorpo-rar no debat e público a import ância da edu-cação escolar como direit o democrát ico e a ne-cessidade de se invest igar dimensões mais obs-cu ras das prát i cas escol ares. Nesse período, ocorre um int enso processo de expansão das oport u n i dades de acesso à escol ari dade, ao lado do reconheciment o da crise de ef icácia da ação soci al i zadora da i nst i t u i ção escol ar, ou seja, aspect os da dominação e da reprodução cult ural e social est ariam sendo af et ados pela organização escolar vigent e e seu novo públi-co. De algum modo, os alunos passam a cons-t icons-t uir um problema nas prácons-t icas e nos proces-sos da reprodução cult ural e social e deman-dam uma nova perspect iva no campo da pes-quisa.

Ao examinar o surgiment o da Sociolo-gia da Inf ância, Sirot a (2006) af irma que, no âmbit o da Sociologia da Família ou da Educa-ção, a criança era personagem f ant asma, qua-se invisível. O mesmo pode qua-ser dit o sobre os jovens alunos nos est udos sobre a escola de-senvolvidos no âmbit o da Sociologia da Edu-cação n o Brasi l at é recen t em en t e (Dayrel l , 2002; 2009). Sirot a (2001; 2006) apont a que, n o in t erior dos est u dos sociológicos sobre a inf ância, observa- se um moviment o que part e de uma sociologia da escolarização e caminha para uma sociologia da socialização, t ent ando “ desescolarizar” a abordagem da criança.

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regu-lament os of iciais, mas às expect at ivas implíci-t as da i nsimplíci-t i implíci-t u i ção e dos prof essores — n esse caso, é import ant e int egrar o conjunt o de per-cepções que o est udant e elabora em sua soci-al i zação ext raescol ar n a f amíl i a e em ou t ras inst âncias, sendo marcant es as orient ações que derivam não só de sua origem social ou ét ni-ca como do f at o de t erem nascido homens ou mulheres; e f inalment e,

[...] a necessidade de reconhecer que o aluno é expressão t ambém de uma f orma peculiar de sua inserção no ciclo de vida — a inf ância e a juvent ude — cat egorias específ icas e dot adas de uma aut onomia relat iva na sociedade e na l i t erat u ra soci ol ógi ca. (Du ru - Bel l at ; Van Zant en, 1992, p. 179, grif os nossos)

Assim, em t orno da invest igação da con-dição do aluno e dos múlt iplos agenciament os que const it uem na cont emporaneidade o seu processo de socialização escolar, são ret omadas algumas invest igação em t orno da juvent ude no Brasil, sobret udo na área da Educação. Essas orient ações podem ser evidenciadas no privilé-gio dado às f ormas escolares do processo de socialização nos est udos sobre juvent ude no Brasil nessa área. A part ir de balanço da produ-ção discent e na Pós- Graduaprodu-ção (1999- 2006), verif ica- se que na Educação cerca de 37% dos t rabalhos concent ram- se nas relações dos jovens com seus percursos escolares (dos moment os f inais da escola básica at é o ensino superior)4.

No ent ant o, no âmbit o das Ciências Sociais, essa linha t emát ica apenas at inge em t orno de 10% da produção discent e, o que reit era análises já realizadas sobre o f raco int eresse pela pesquisa do sist ema de ensino e seus públicos por part e da Pós- Graduação nessa área.

En t ret an t o , se a j u ven t u d e é ap en as “ u m a pal avra” , as al t erações decorren t es do processo de massif icação de ensino t ornaram mais nebulosas as polaridades ent re duas ju-ven t u des (bu rgu eses e operários), crian do- se um conjunt o de f iguras int ermediárias:

Um dos f at ores mais import ant es dest a con-f usão das oposições ent re as juvent ude de di-f erent es classes é o di-f at o de didi-f erent es classes sociais t erem t ido acesso de f orma proporcio-nalment e maior ao ensino secundário e de, ao mesmo t empo, uma part e dos jovens (biologi-cament e) que at é não t inham acesso à ado-lescência, t erem descobert o est e st at us t em-porário, ‘meio- criança, meio adult o’. [ ...] os adolescent es são colados durant e um t empo relat ivament e longo, numa idade em que an-t eriormenan-t e eles esan-t ariam an-t rabalhando em po-sições quase- ext eriores ao universo social que def ine a condição de adolescent e. (Bourdieu, 1980, p. 114)

O descompasso ent re as aspirações des-ses j ovens e as possi bi l i dades obj et i vam en t e inscrit as no sist ema de ensino expandido era ant evist o por Bourdieu (1980) na França ain-da nos anos 1970, quando admit ia a possibi-lidade de que esses grupos reconhecessem que a escola seria um veículo de privilégios. Esse inconf ormismo dif uso,

[ ...] u m a espéci e de m al - est ar n o t rabal ho, algo que não é polít ico no sent ido est abeleci-do, mas que poderia sê- lo; algo que se parece muit o a cert as f ormas de consciência polít ica, ao mesmo t empo cegas em relação a si mes-ma, porque não acharam seu discurso e com uma f orça revolucionária, capaz de superar os aparel hos, com o en con t ram os por exem pl o ent re os subprolet ários ou os operários de pri-meira geração de origem camponesa. (p. 118)

Descompassos ent re as promessas e as reais possibilidades, aliados à progressiva t

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f ormação das relações assalariadas no mundo do t rabalho, marcaram a expansão do sist ema escolar brasileiro nas últ imas décadas. A f raca adesão aos ri t u ais escol ares e a ausên ci a de co n f l i t o s em t o rn o d a so ci al i zação esco l ar, aparecendo principalment e o ret raiment o ou a recusa das prát i cas escol ares (Du bet , 2002), somam- se aos percursos inst áveis que levaram a uma enorme f ragilidade do mundo do t raba-lho, evidenciando sua incapacidade de absor-ção dos segment os jovens de origem popular nos t empos e espaços f ormais e reconhecidos das ocupações no Brasil.

De algum modo, os conf lit os sociais que caract erizaram a emergência dos jovens univer-sit ários como at ores polít ico nos anos 1960, analisados por M arialice Foracchi (1965; 1972), deslocam- se para out ras “ juvent udes” sem os mesmos canais de expressão das décadas an-t eriores. Nesse quadro, alargaram- se hipóan-t eses sobre as possibilidades de novas conf lit ividades sociais prot agonizadas pelos segment os juve-nis, algumas delas ancoradas na incipient e re-f lexão sobre as lut as sociais, os denominados moviment os sociais no Brasil, iniciada no pe-ríodo da redemocrat ização (Sposit o, 2000).

Um import ant e mapeament o preliminar em t orno das f ormas de agrupament o dos jo-vens e seus colet ivos no meio urbano f oi reali-zado por vários est udos, t ant o no âmbit o da pesquisa em Educação como nas Ciências Soci-ais. Os den om i n ados gru pos de est i l o f oram assim invest igados a part ir de meados dos anos 1980, of erecendo um elenco variado de presen-ças juvenis, sobret udo oriundas de segment os populares, para além dos t radicionais est udos sobre a part icipação dos jovens nos movimen-t os esmovimen-t udanmovimen-t is (Abramo, 1994; Caiaf f a, 1985; Carran o, 2002; Cost a, 2003; Dayrel l , 2005; Herschmann, 1997; 2000; M agnani; M ant ese, 2007; Pais; Blass, 2004; Sposit o, 1994; Tella, 2000; Vianna, 1987; 1997; Weller, 2005).

Apropriando- se do t ema dos múlt iplos espaços de circulação dos jovens urbanos, esses est udos of erecem element os import ant es para a compreensão dos element os de agregação da

vida juvenil por meio dos grupos de est ilo e das den om i n adas cu l t u ras j u ven is, i n cl u i n do em suas análises os t emas da diversidade ét nica e de gênero em const ant e diálogo com as t ravas advindas das desigualdades sociais. Uma das f ragi l i dades da pesqu isa sobre j u ven t u de n o Brasil reside na pouca ênf ase dada ao est udo dos jovens rurais e sua emergência recent íssima na arena pública (cf . St rapasolas, 2006; Carnei-ro; Guaraná, 2007). No balanço realizado em t orn o da produ ção discen t e (1999/ 2006), os est udos sobre jovens rurais e indígenas são es-cassos, at ingindo apenas 4% do t ot al da produ-ção nas áreas da Educaprodu-ção, Ciências Sociais e Serviço Social (Sposit o, 2009).

A maioria dessas pesquisas buscou uma rupt ura com os modelos clássicos dos est udos sobre grupos juvenis, ancorados na t radição do f u n ci on al i sm o qu e pri vi l egi ou o desvi o e a anomia como cat egorias de análise. Uma relat i-va inf luência dos est udos das subcult uras juve-nis, desenvolvidos pelos pesquisadores dos Est u-dos Cult urais de Birminghan, na Inglat erra, pode ser observada. No entanto, foram também impor-t animpor-t es as conimpor-t ribuições da sociologia da juven-t ude porjuven-t uguesa por meio de José M achado Pais (1993; 2004) e dos est udos ant ropológicos de-senvolvidos por Carles Feixa (2004; 1998) na Espanha, que examinaram essa sociabilidade a part ir da ideia de cult uras juvenis (superando de algum modo o pressupost o da subcult ura). M ais recent ement e, os est udos de ant ropologia urba-na desenvolvidos por José Guilherme M agurba-nani (2007), sobre os circuit os e t rajet os juvenis na cidade, alargaram t ambém a perspect iva de aná-lise dos grupos juvenis. Diant e de aport es t eóri-cos variados, f oi menor a inf luência dos mareóri-cos das t eorias da ação colet iva e dos moviment os sociais nessa produção. Um balanço da produção sobre grupos juvenis no período 1999- 2006 en-cont ra- se em Almeida (2009).

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esf era público- polít ica pela mediação de prá-t icas culprá-t urais, prá-t endo como ponprá-t o de parprá-t ida as especif icidades hist óricas da sociedade brasilei-ra. Ent ret ant o, essa produção é desigual quan-t o ao quan-t ipo de análise empreendida e basquan-t anquan-t e residual no conjunt o do que poderíamos deno-minar como est udos sobre juvent ude na área da Educação (apenas 2% da produção) e pouco m ais i n t ensa n as Ci ên ci as Soci ais, at i n gi n do 13% das t eses e dissert ações def endidas ent re 1999 e 2006 (Almeida, 2009).

No ent ant o, a possibilidade de maior den-sidade do campo de est udos sobre juvent ude, na t radição aqui def endida, reside no desaf io da art iculação da análise nos domínios considerados clássicos da Sociologia. A segment ação excessi-va do objet o de pesquisa pode empobrecer a re-f lexão sobre os jovens, uma vez que dimensões essenciais que recobrem a vida desses segment os sit uam- se na int ersecção de agenciament os di-versif icados: f amília, escola, amizades, t rabalho, vida no bairro, lazer, ent re out ros. No caso bra-sileiro, é evident e que as dimensões relacionadas ao mundo do t rabalho conf iguram um campo import ant e de invest igação, pois part e signif ica-t iva da experiência juvenil siica-t ua- se na sua cone-xão com o em prego ou n a su a au sên ci a (Corrochano, 2009; Sposit o, 2005).

Por essas razões, os int eresses de inves-t igação que incidem sobre os coleinves-t ivos juvenis em suas dimensões cult urais demandam pers-pect ivas t ransversais capazes de reconst it uir as porosidades ent re essas ações colet ivas e out ros t empos e espaços da vida dos jovens. Não se pode deixar de considerar as múlt iplas f ormas por meio das quais se disseminam novas desi-gualdades e novas conf lit ividades. Para Rossana Reguillo (2004), a compreensão dos colet ivos juvenis deve cont emplar necessariament e as lin-guagens, a subjet ividade e a vida cot idiana:

‘Sair para as ruas’, romper com as proibições explícit as, t odos junt os, os pert enciment os, a emoção da palavra colet iva, os poderes mo-ment aneamo-ment e silenciados, const it uem uma f ont e de cert ezas e de f orça, porém t

ranscorri-do o acont eciment o há que volt ar a ocupar- se com as cont as, com as crianças doent es, com os papéis t radicionais, com as mulheres na co-zinha e os homens na rua. Nenhuma ‘subjetivi-dade’ é capaz de resist ir por muit o t empo à vert igem da novidade, se est á carent e de um colet ivo que a sust ent a no largo prazo; a ‘cer-t eza’ de não arriscar os per‘cer-t en- cimen‘cer-t os ele-ment ares; as condições de plausibilidade que ‘cont enham’ a int erpret ação e a prát ica nova, irrupt iva. (p. 269)

Um campo pouco invest igado no con-junt o de est udos sobre juvent ude sit ua- se no t ema dos modos de vida de jovens a part ir de seu local de moradia, considerado como um t er-rit ório de múlt iplas relações sociais. Nesse caso, as prát icas cot idianas seriam analisadas, privile-giando- se sua dimensão t ransversal — escola, t rabalho, lazer, sociabilidade (Sposit o, 2009). Trat a- se, n a verdade, de u m desaf i o t eóri co met odológico import ant e, pois demanda o mer-g u l h o em u m a t rad i ção d e i n vest i mer-g açõ es cen t radas em t orn o da vi da cot i di an a ai n da desconhecida por grande part e dos pesquisado-res sobre juvent ude no Brasil. Os est udos de José de Souza M art ins (1992; 2008a; 2008b), inspirados nas ref lexões de Henri Lef ebvre, cons-t icons-t uem ref erência imprescindível na produção brasileira cont emporânea.

Por essas razões, os est u dos sobre os jovens brasileiros em sua diversidade de modos de ação colet iva, de suas prát icas e de orien-t ações n ão podem esorien-t ar con f i n ados em u m domínio da análise, const it uindo uma especi-alidade, recusada no Brasil na t radição socio-lógica examinada nest e art igo.

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possíveis de int eração ent re os est udos sobre j u ven t u de com cert a t radi ção i nspi rada n as ori en t ações t eóri co- m et odol ógi cas dos an os 1950/ 1960 no Brasil. Ao se apoiar nos est udos sociológicos da inst it uição escolar no int erior de processos hist óricos e cult urais que const i-t uem as singularidades da sociedade brasilei-ra, reit era- se a prát ica de uma Sociologia da Educação não rest rit a a uma perspect iva est ri-t amenri-t e escolar do domínio de esri-t udos e, ao mesmo t empo, capaz de const ruir uma ref le-xão sit uada: como compreender a escola em sociedade que art icula o arcaico e pós- moder-n o, o avamoder-n ço e o at raso, o crescimemoder-nt o e as novas desigualdades? Ao propor o desenvolvi-mento de uma Sociologia da Juventude ancorada nos processos que conf iguram a sociedade bra-sileira at ual, quer sob o pont o de vist a das t rans-f ormações dos sist emas de ensino, do mundo do

t rabalho ou das t ecnologias de comunicação e inf ormação, quer seja sob a ót ica da sociologia da ação colet iva, dos moviment os sociais e dos est udos cult urais, a posição aqui explicit ada re-t oma um ponre-t o de visre-t a re-t eórico- mere-t odológico volt ado para a compreensão das singularidades que const it uem os jovens, sem deixar de levar em consideração o regist ro simult âneo dos processos globais do desenvolviment o capit alist a cont em-porân eo, os den om i n ados t em pos da globalização.

Ao examinar as int erf aces, os desaf ios e as especificidades do campo investigativo, essa pers-pectiva não inscreve a Sociologia da Educação ou a Sociologia da Juvent ude no regist ro segmen-t ado das sociologias especiais. Ao consegmen-t rário, o pressupost o de base reside na ideia de um do-mínio t eórico — a Sociologia — que t ent a com-preender como ocorrem os (des)encont ros, con-f lit os e t ensões em t orno das relações de indiví-duos ou grupos com o mundo social a part ir de alguns prot agonist as privilegiados, os jovens, pont as de iceberg dos dilemas sociais cont empo-râneos (M elucci, 1997).

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Recebido em 14.11.09 Aprovado em 29.01.10

Marilia Pontes Sposito é professora titular em Sociologia da Educação da Faculdade de Educação da Universidade de

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