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Ensino do processo de enfermagem: visão dos discentes de graduação de Natal/RN

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

LUZIA KELLY ALVES DA SILVA NASCIMENTO

Ensino do Processo de Enfermagem: visão dos discentes de graduação de Natal/RN

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LUZIA KELLY ALVES DA SILVA NASCIMENTO

Ensino do Processo de Enfermagem: visão dos discentes de graduação de Natal/RN

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (Mestrado) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção do título de Mestre em Enfermagem.

Linha de Pesquisa: Desenvolvimento Tecnológico em Saúde e Enfermagem

Grupo de Pesquisa: Laboratório Investigação do Cuidado, Segurança, Tecnologia em Saúde e Enfermagem.

Orientadora: Profª. Dra. Francis Solange Vieira Tourinho

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LUZIA KELLY ALVES DA SILVA NASCIMENTO

Ensino do Processo de Enfermagem: visão dos discentes de graduação de Natal/RN

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para a obtenção de título de Mestre em Enfermagem.

Aprovada em 13 de dezembro de 2011, pela banca examinadora:

_______________________________________________________________ Profa. Dra.Francis Solange Vieira Tourinho

Orientadora

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

_______________________________________________________________ Profa. Dra. Maria Miriam Lima da Nóbrega

Avaliadora Externa

Departamento de Enfermagem - UFPB

_______________________________________________________________ Profa. Dra. Viviane Euzébia Pereira Santos

Avaliadora Interna

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

_______________________________________________________________ Prof. Dr. Marcos Antônio Ferreira Júnior

Avaliador Interno

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DEDICATÓRIA

Aos meus queridos e amados pais, João Marcelino da Silva e Maria das Dores Alves da Silva (in memoriam), por seus ensinamentos e apoio nas diversas etapas da minha vida, em especial pela conquista do mestrado.

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AGRADECIMENTO ESPECIAL

À minha professora e orientadora, Francis Solange Vieira Tourinho, por fazer parte desse meu sonho com sua inovada contribuição neste Departamento e na Enfermagem com novas estratégias de ensino, em busca de estimular sempre a construção do saber baseado em muita Ciência, Filosofia, Inovação e Tecnologia.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me dado perseverança e permitido meu ingresso no curso de Mestrado da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, um grande sonho realizado.

Ao meu querido esposo, Adriano Costa por sua eterna paciência, dedicação, carinho e amor no decorrer de nossas vidas e principalmente no trajeto que percorri em busca do mestrado, desde o sonho de ser aprovada até sua conclusão, muito obrigada, te amo muito!

Aos meus irmãos, Aida, Bely, Carlos, Dailto, Edna e Elba por me estimularem a estudar, buscar sempre o melhor. Meus espelhos, de quem tenho muito orgulho!

Aos meus demais familiares, sogro, sogra, cunhados, cunhadas, tios, tias, primos, primas e sobrinhos por torcerem pelo meu sucesso pessoal, acadêmico e profissional.

À minha turma de mestrado, por ter dividido saberes, experiências profissionais e pessoais, anseios, medos e pelos momentos de descontração e muitas amizades que foram formadas.

Às amigas, Ana Dulce, Cecília, Mabel, Kallyane, Sâmara e Suênia colegas que se tornaram amigas de mestrado, amizades construídas embasadas em conhecimentos que foram compartilhados, estresse que passamos juntas e momentos de lazer que tivemos e demos muitas risadas. Obrigada por tudo que vocês me proporcionaram e espero que mesmo longe umas das outras, nossos corações estejam sempre em sintonia.

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Às professoras, Ana Luisa B. de C. Lira, Viviane Euzébia P. Santos, Maria Miriam L. da Nóbrega pelas pertinentes contribuições no exame de qualificação.

Aos funcionários do Departamento de Enfermagem da UFRN que estão sempre prontos a nos ajudar.

Aos integrantes do Grupo de Pesquisa Laboratório de Investigação do Cuidado, Segurança, Tecnologia em Saúde e Enfermagem por terem acompanhado e torcido pela conclusão desse estudo, em especial as professoras, Viviane Euzébia Pereira Santos e Maria Teresa Cícero Laganá, e as bolsistas Camila, Priscila, Joyce, Liva e Stephanie.

Ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) pela aprovação desse estudo.

Às direções das Instituições de Ensino de Graduação em Enfermagem do município de Natal, pela autorização para a realização da pesquisa.

Aos meus amigos, enfermeiros da Liga Contra o Câncer, que me acompanharam e torceram pela conclusão desse estudo, principalmente a minha gerente Karina pelo apoio e compreensão na fase final do estudo.

Aos discentes de enfermagem, por terem aceitado participar desse estudo.

Aos professores, Marcos Antônio Ferreira Júnior, Maria Miriam Lima da Nóbrega, e Viviane Euzébia P. Santos pelo tempo e atenção dispensados na análise deste trabalho para a participação na banca de defesa. Agradeço pelas importantes contribuições para conclusão dessa dissertação.

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RESUMO

NASCIMENTO, Luzia Kelly Alves da Silva. Ensino do Processo de Enfermagem: visão dos discentes de graduação de Natal/RN. 2011. 105fls. Dissertação (mestrado) Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal-RN, 2011.

O processo de enfermagem (PE) é o meio sistematizado de oferecer cuidados humanizados com o objetivo de atingir os resultados esperados. É crescente a preocupação das instituições de saúde e de ensino em elaborar estratégias de implementação do mesmo. O objetivo desta pesquisa foi conhecer a visão dos discentes do último ano dos cursos de graduação de enfermagem de Natal/RN, sobre o ensino do PE. Trata-se de um estudo descritivo e exploratório do tipo quanti-qualitativo, realizado em cinco instituições de ensino com o curso de graduação em enfermagem do município de Natal- RN em 2011. A amostra foi composta de 48 discentes dos penúltimos e últimos períodos dos cursos de enfermagem. A coleta dos dados foi realizada por meio de questionário “on line” com perguntas abertas e fechadas via SurveyMonkey. Foi utilizada para os dados quantitativos a estatística descritiva através do programa Microsoft Office Excel e para os dados qualitativos, a técnica de Análise de Conteúdo de Bardin. Os resultados apontaram um predomínio de discentes do sexo feminino (81,25%) com idade entre 21- 39 anos (75,00%) e no último período do curso (62,50%). Quanto à opinião dos discentes sobre o PE surgiram duas categorias: 1)Processo de Enfermagem como método fundamentado em conhecimento científico e estabelecido por etapas; 2)Qualidade da Assistência de Enfermagem, com duas subcategorias: Processo de Enfermagem como Prática de Enfermagem e Processo de Enfermagem como instrumento de melhoria da qualidade da assistência e promoção do bem-estar. Em relação ao ensino do PE os discentes (45,83%) disseram que o conhecimento do docente sobre o tema é bom; 81,25% relataram que os professores utilizam uma metodologia de ensino tradicional com componentes problematizadores e 45,83% respondeu que é abordado em disciplinas específicas de forma isolada a partir do eixo profissional. A fase do PE que os discentes de enfermagem têm mais dificuldades de apreensão é a implementação, sendo citada 22 vezes (29,70%). Em relação às dificuldades dos discentes, nos campos de estágio supervisionados, em aplicar o PE foi relatado por 83,50% que os entraves estavam relacionados a não implementação na prática, sobrecarga de trabalho e falta de crença do enfermeiro no PE. As estratégias de integração docente-assistenciais descritas quanto aos campos de estágio foram: a capacitação dos enfermeiros para que possam contribuir com a Universidade na implementação no serviço e ensino; e a necessidade das universidades focarem, de forma contínua no decorrer do curso, o PE com o envolvimento e estímulo dos docentes nesse processo. Esses resultados mostram que o PE para os discentes de enfermagem é uma metodologia de trabalho da profissão que precisa ser implementada efetivamente na realidade prática para que o seu ensino se torne efetivo e os futuros profissionais possam trazer contribuições reais na realização de ações sistematizadas com vistas a melhoria da qualidade da assistência e das ações da enfermagem. Espera-se que esse estudo possa contribuir em trazer algumas estratégias para facilitar a integração entre teoria e prática no ensino do PE e estimular uma discussão sobre o tema nas Escolas de Enfermagem onde a pesquisa foi realizada junto aos coordenadores, docentes e discentes.

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ABSTRACT

NASCIMENTO, Luzia Kelly Alves da Silva. Nursing Teaching Process: student’s vision of graduation of Natal/RN. 2011. 105fls. Thesis (master’s degree) Nursing Posgraduation Program. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal-RN, 2011.

The nursing process (NP) it’s the systematized way of offering humanized care with the objective of reaching the expected results. The concern of the health and education institutions of elaborating implementation strategies of it is growing. The objective of this research was to know the vision of the senior students of the nursing graduation courses from Natal/RN, about the teaching of the NP. It’s about a descriptive and exploratory study of the qualitative and quantitative type, done in five teaching institutions of the undergraduate nursing course of the municipality of Natal- RN in 2011. The research was composed by 48 students of the last 2 years of the nursing course. The gathering of the data was done through an online survey with open and closed questions via SurveyMonkey. For the quantitative data it was used the descriptive statistics from Microsoft Office Excel and for the qualitative data the Content Analysis of Bardin. The results pointed a predominance of female students (81,25%) with an age between 21- 39 years old (75,00%) and in the last year of the course (62,50%). As the opinion of the students about the NP two categories emerged: 1) Nursing Process as grounded method in scientific knowledge and established in two stages; 2) Nursing Assistance Quality, with two subcategories: Nursing Process as Nursing Practice and Nursing Process as instrument of improvement of the aid quality and promotion of well-being. In relation to the tuition of the NP the students (45,83%) said that the knowledge on the subject of the instructor was good; 81,25% reported that the professors use a traditional teaching methodology with the problem solving components and 45,83% answered that is addressed in specific disciplines in an isolated way starting from the professional line. The phase of NP that the nursing students have more difficulties of learning and implementing, being mentioned 22 times (29,70%). In relation to the student’s difficulties, in the fields of supervised internships, in applying the NP it was stated for 83,50% that the barriers were related to the non implementation of the practice, overwork and the lack of trust of the nurse in the NP. The teaching-care strategies described as the internship fields were: the training of nurses to be able to contribute with the University in the implementation of the service and teaching; and the need of the universities to focus, continuously throughout the course, the NP with the involvement and incentive of the instructors in this process. These results show that the NP for the nursing students is a work methodology of the profession that needs to be implemented effectively in the practical reality for its teaching to turn effective and for the future professionals to be able to bring real contributions in the achievement of systematized actions trying to improve the assistance quality and the nursing actions. It is expected that this study could help bringing some strategies to facilitate the merging between theory and practice in teaching the NP and stimulate a discussion about the topic at the Nursing Schools where the research was held together with the coordinators, instructors and students.

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LISTA DE GRÁFICOS

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Dados sociodemográficos dos discentes em estudo. Natal/RN, 2011 ... 49

Tabela 2 Dados acadêmicos dos discentes em estudo. Natal/RN, 2011 ... 51

Tabela 3 Opinião dos discentes em estudo quanto ao ensino do PE em relação ao conhecimento e a metodologia dos docentes. Natal/RN, 2011 ... 60

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABEn: Associação Brasileira de Enfermagem

CEP- UFRN: Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

CES:Câmara de Educação Superior

CIPE: Classificação Internacional das Práticas de Enfermagem

CIPESC: Classificação Internacional das Práticas de Enfermagem em Saúde Coletiva

COFEN: Conselho Federal de Enfermagem CNE: Conselho Nacional de Educação DCN: Diretrizes Curriculares Nacionais LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação MAE: Metodologia da Assistência de Enfermagem MEC: Ministério da Educação

NANDA - I: North American Nurses Diagnosis Association- International NIC: Nursing Interventions Classification

NOC: Nursing Outcomes Classification PE: Processo de Enfermagem

PP: Projeto Pedagógico

SAE: Sistematização da Assistência de Enfermagem SUS: Sistema Único de Saúde

TCC: Trabalho de Conclusão de Curso

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 15

2 OBJETIVOS ... 22

2.1 Objetivo geral ... 23

2.2 Objetivos específicos ... 23

3 REVISÃO DE LITERATURA ... 24

3.1 O Processo de Enfermagem: aspectos históricos, conceituais, etapas e regulamentação ... 25

3.2 Diretrizes Curriculares Nacionais, Projetos Pedagógicos e aspectos legais para o ensino na Graduação em Enfermagem ... 31

3.3 Crenças, valores e aspectos culturais que permeiam o processo de enfermagem ... 34

3.4 O Envolvimento do ensino de graduação com o processo de enfermagem ... 37

4 MÉTODO ... 40

4.1 Tipo de pesquisa ... 41

4.2 Local da pesquisa ... 41

4.3 População e amostra ... 42

4.4 Técnica de coleta de dados ... 43

4.4.1 Aspectos Éticos ... 43

4.4.2 Procedimentos de coleta de dados ... 44

4.5 Procedimentos para tratamento e análise dos dados ... 46

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 48

5.1 Caracterizações sociodemográficas e acadêmicas dos discentes de enfermagem ... 49

5.2 Opinião dos discentes de enfermagem sobre o processo de enfermagem ... 52

5.2.1 Processo de enfermagem como método fundamentado em conhecimento científico e estabelecido por etapas ... 52

5.2.2 Qualidade da Assistência de Enfermagem ... 54

5.2.2.1 Processo de Enfermagem como prática de enfermagem ... 55

5.2.2.2 Processo de Enfermagem como instrumento de melhoria da qualidade da assistência e promoção do bem-estar ... 58

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5.3.1 Conhecimento e a metodologia utilizada pelos docentes no ensino do

processo de enfermagem... 60

5.3.2 Processo de Enfermagem nas disciplinas do curso ... 62

5.3.3 Identificação das fases do processo de enfermagem que os discentes de enfermagem têm dificuldades de apreensão. ... 63

5.3.4 Dificuldades dos discentes de enfermagem nos campos de estágio supervisionados em aplicar o processo de enfermagem ... 66

5.3.4.1 Aspectos da não implementação do processo de enfermagem ... 67

5.4 Estratégias da academia e dos serviços de saúde para facilitar a apreensão e aplicação do processo de enfermagem na prática profissional. ... 69

5.4.1 Estratégias de integração docente-assistencial. ... 69

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 75

REFERÊNCIAS ... 80

APÊNDICES ... 89

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1. INTRODUÇÃO

A prática de enfermagem vem ao longo de sua história passou por mudanças e evoluções, o que levou os profissionais a fazerem questionamentos e reflexões sobre sua situação. A partir de então, construiu-se um método científico, que redefiniu o papel do enfermeiro para um cuidado individualizado e sistematizado, chamado de Processo de Enfermagem (PE), que contribuiu e contribui sobremaneira na organização das ações de enfermagem.

Desde que surgiu, o processo de enfermagem preocupa-se com a melhoria da qualidade da assistência prestada. Preocupação essa segundo Tannure e Pinheira (2010) suscitada pioneiramente na metade do século passado (1820-1910), com Florence Nightingale que defendia a idéia de que a enfermagem requeria de conhecimentos distintos do médico, idealizou uma prática apoiada em teorias, reflexões e questionamentos com enfoque nas pessoas como seres sociais e não apenas na saúde das mesmas.

No Brasil, a introdução da sistematização das ações de enfermagem ocorreu a partir da publicação da obra “Processo de Enfermagem” de Wanda de Aguiar Horta, na década de 1970. A metodologia de trabalho foi fundamentada num método científico, em que as ações são sistematizadas e inter-relacionadas direcionadas a assistência ao ser humano, denominado processo de enfermagem (HORTA, 1979).

Para Alfaro-Lefreve (2005), o processo de enfermagem é o meio sistematizado de oferecer cuidados humanizados para atingir resultados esperados. É sistemático, pois segue cinco passos que ocorrem de forma concomitante e inter-relacionados (investigação, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação); e é humanizado, na medida em que, a prestação dos cuidados é baseada nas necesidades do paciente.

Smeltzer e Bare (2002) consideram o processo de enfermagem como a essência da enfermagem, onde identifica e resolve os problemas de saúde.

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operacionalização do processo de enfermagem, mas conceitualmente não são sinônimos, o que leva a aplicação conflituosa desses conceitos na literatura (DELL’ACQUA; MIYADAHIRA, 2002).

Neste Contexto, Fuly, Leite e Lima (2008) fizeram um estudo onde analisaram a produção bibliográfica sobre sistematização da assistência de enfermagem com o intuito de discutir conceitos ligados ao tema. Descreveram que existem três correntes de pensamento sobre o emprego dos conceitos nas literaturas consultadas. A primeira corrente reconhece que os termos Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), Metodologia da Assistência de Enfermagem (MAE) e Processo de Enfermagem (PE) como termos distintos. A segunda corrente reconhece que Processo de Enfermagem e Metodologia da Assistência de Enfermagem (MAE) como sinônimos. E a terceira corrente afirma que PE, SAE e MAE são sinônimos. Afirmam também que há a necessidade de padronização da linguagem utilizada em relação a SAE para contribuir no fortalecimento da enfermagem.

Tannure e Pinheiro (2010) definem sistematização da assistência de enfermagem como um importante instrumento norteador da prática, tendo em vista que, sua implementação no processo de enfermagem como modelo assistencial refletirá na melhoria da qualidade dos cuidados prestados e dá autonomia e reconhecimento à profissão.

Para que isso ocorra deve ser fundamentado em modelos conceituais ou teorias de enfermagem que se adequem a cada realidade de cuidado. O uso de bases teórico-filosóficas no processo de enfermagem legitima o conhecimento, de forma a melhor definir o trabalho e estabelecer o processo assistencial e gerencial em todos os níveis de complexidade, o que pode promover o maior impacto sobre a prática (CIANCIARULLO et. al., 2008).

Para Braga e Silva (2011) a enfermagem, através do uso e desenvolvimento de teorias, passa a ser reconhecida como disciplina na área de saúde, e é um importante instrumento a ser aplicado na prática, na academia e na pesquisa.

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Neste contexto, é exigido dos profissionais capacidades técnicas, intelectuais, cognitivas e interpessoais na execução do processo de enfermagem, é na academia ao longo da formação teórico-filosófica e prática que essas habilidades começam a ser desenvolvidas (LEADEBAL et.al., 2010).

Para Backes et. al. (2005) a implementação de ações sistematizadas em instituições de saúde tem enfrentado paradigmas estruturais, culturais e políticos, e tem que desmistificar crenças, desvendar temores e resistências intrínsecas ao processo de mudança. É um processo cultural de início lento, dinâmico e gradual, pressupõe-se que a superação desses problemas, promoverá uma mudança no modo de ser e de compreender o papel do enfermeiro na prática assistencial.

A Resolução do Conselho Federal de enfermagem (COFEN) - 358/2009, de 15 de outubro de 2009, dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem e dá outras providências (BRASIL, 2009). Tendo em vista a obrigatoriedade do cumprimento da resolução, cresce a preocupação dos enfermeiros e das instituições públicas e privadas de saúde brasileiras em adotar o quanto antes uma metodologia sistematizada na prestação dos cuidados.

É importante ressaltar que para o processo de implantação da SAE no Sistema Único de Saúde (SUS) nos níveis da atenção básica, média e alta complexidade e no âmbito particular, deve acontecer em parceria com a diretoria das referidas instituições, para que haja investimentos em treinamentos, aperfeiçoamentos e motivação da equipe de enfermagem, afim de que bons resultados sejam alcançados.

Na atenção básica no SUS para Saito (2008) as ações e práticas de saúde realizadas por meio da estratégia de saúde da família (modelo de reorganização) requerem equipes de saúde competentes para atuar nessa nova realidade.

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Acrescenta Backes et. al. (2005) que o processo de enfermagem em instituições de saúde confere qualificação do profissional, individualização e humanização da assistência ao paciente. E como processo dinamizador e otimizador da assistência, promove a continuidade do cuidado, visibilidade da profissão, fornece dados para pesquisa, controle dos gastos institucionais e reforça a responsabilidade profissional do enfermeiro na sua execução.

Tem-se notado a desarticulação da teoria com a prática (ausência de referencial teórico e metodologia adequados) na operacionalização do PE e, até mesmo, a falta de implementação do mesmo como prática de enfermagem; torna-se dessa forma, um grande desafio, principalmente, para as lideranças dispostas a desencadear essa prática.

Takahashi et. al. (2008) concluíram em seu estudo que apesar da maioria dos enfermeiros afirmar ter estudado e realizado as fases do processo na graduação, tinham dificuldades na prática. Mostraram com essa afirmação que há deficiências no preparo teórico e prático do enfermeiro para executar a sistematização da assistência de enfermagem.

Acredita-se que o uso do método científico sistematizado que objetiva o cuidado individualizado, com foco na pessoa e não na doença, através da relação interativa do enfermeiro-cliente/família/comunidade, é uma forma de garantir reconhecimento profissional, racionalização e humanização da assistência. Destaca-se a importância do ensino do processo de enfermagem na academia como forma de proporcionar e estimular o desenvolvimento de competências e habilidades de aplicação na prática de um método científico de organização das ações.

Diante do exposto a necessidade da realização desse estudo surgiu como uma preocupação e inquietude como enfermeira da educação permanente de uma instituição de saúde e docente da graduação de enfermagem. Tendo responsabilidades na formação de futuros profissionais e, visto que, o ensino oferece subsídios para a prática, surgiu o interesse em estudar o ensino do processo de enfermagem na graduação.

Percebo na prática profissional a desarticulação teórico-prática no processo de enfermagem, tanto pelos enfermeiros formados como pelos alunos da graduação.

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prática profissional, evidenciada nas dificuldades de implementação do processo de enfermagem e, até a não adesão ao mesmo (TAKAHASHI et. al., 2008).

Dell’Acqua e Miyadahira (2002) e Hermida e Araújo (2006) apontam para que haja uma maior integração docente-assistencial, ou seja, da academia com os serviços de saúde e estímulo à adesão ao processo de enfermagem pelos enfermeiros dos campos de estágio, como uma das estratégias de aproximação da teoria com a prática.

Nesse contexto surgiram diversas inquietações que merecem reflexões: Estão os enfermeiros sendo preparados na academia para inovar e assumir as responsabilidades legais de sua prática? O ensino do processo de enfermagem está contextualizado com a realidade vivenciada pela enfermagem na prática cotidiana? Qual o significado do processo de enfermagem para os graduandos? Qual o eixo norteador no ensino do processo de enfermagem na percepção dos discentes? Sabem os discentes o diferencial do trabalho do enfermeiro na utilização do processo de enfermagem? Quais as dificuldades de executar o processo de enfermagem nos estágios curriculares?

A integração ensino-assistência com relação ao processo de enfermagem tem sido um grande desafio nas últimas décadas. Na assistência, a implementação do processo de enfermagem esbarra em diversas dificuldades (organizacionais, estruturais, burocráticas etc.), tornando-o muitas vezes um método desestimulador e dificultador da prática. Na academia, a distância entre pensar e o fazer emerge nos campos de estágio dando indicação de que o aluno não recebeu o devido preparo para a aplicação do processo no cotidiano vivenciado.

Fato este tem sido motivo de reflexão dentro da academia. É grande a responsabilidade dos docentes na formação de profissionais como atores ativos que entendam e assumam suas responsabilidades e fazer com que os mesmos reflitam que a valorização profissional se dá pela sua postura no enfrentamento dos problemas da prática.

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Desta forma, sentiu-se a necessidade de estudar o ensino do processo de enfermagem com destaque para a importância de saber e refletir sobre seus entraves com os discentes, de forma a promover reflexões para reavaliação do mesmo no campo teórico e reorganização das atividades práticas nos cursos de graduação de enfermagem.

A temática deste estudo é relevante, pois levantará uma ampla discussão sobre o tema nas Escolas de Enfermagem e contribuir para suscitar sugestões para implementação de medidas, junto às instituições de ensino, de preenchimento das lacunas existentes no ensino do processo de enfermagem. Contribuição essa que em longo prazo poderá ser refletida na prática profissional, com o oferecimento de subsídios para a implementação de um processo de enfermagem articulado com a teoria e prática, cooperar para a definição clara das atividades do enfermeiro, o que poderá trazer a melhoria da qualidade da assistência e consequente reconhecimento, autonomia e satisfação profissional. E tendo em vista a importância do tema para o ensino e assistência, o estudo contribuirá com a comunidade científica e ajudará na aquisição do conhecimento técnico-científico com respeito à identificação do contexto em que o ensino do processo de enfermagem está inserido, na visão dos educandos de graduação de enfermagem do município de Natal. As reflexões da pesquisa oferecerão subsídios para aprofundamento do tema em estudo, contribuir para outras investigações e fortalecer os avanços do processo ensino-aprendizagem, e, consequentemente da nossa prática imprimindo cientificismo para a profissão.

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2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL:

 Conhecer a visão dos discentes do último ano dos cursos de graduação em enfermagem no município de Natal/RN sobre o ensino do Processo de Enfermagem.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

 Identificar a opinião dos discentes sobre o conhecimento dos docentes em relação ao ensino do processo de enfermagem e a metodologia de ensino utilizada.

 Descrever como o processo de enfermagem tem emergido nas disciplinas do curso.

 Identificar as dificuldades dos discentes em executar as fases do processo de enfermagem na prática acadêmica dos estágios curriculares.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

Na primeira parte da revisão foi feito um breve histórico da evolução do processo de enfermagem, definiram-se conceitos, etapas e sua regulamentação. A seguir, foi feito uma abordagem das Diretrizes Curriculares Nacionais, do Projeto Pedagógico de curso, nos aspectos legais para o ensino na Graduação em Enfermagem. Foram contemplados, também, aspectos relativos às crenças, valores e aspectos culturais que permeiam a implementação do PE. Por último, foram abordados aspectos relativos ao envolvimento do ensino com o processo de enfermagem, as dificuldades, incompatibilidades e dicotomias teórico-práticas no ensino do processo de enfermagem nas instituições de formação superior.

3.1. O Processo de Enfermagem: aspectos históricos, conceituais, etapas e regulamentação.

Por várias décadas a Enfermagem foi galgada pelo modelo biomédico tradicionalmente aceito, no qual priorizava as doenças em detrimento das pessoas. Nasce na segunda metade do século XIX a preocupação com relação à necessidade de desenvolvimento pela enfermagem de conhecimentos teórico-científicos próprios e distintos daqueles da medicina direcionado ao enfoque holístico do indivíduo (NIGHTINGALE, 1989).

Para Souza (1984) apud Tannure e Pinheiro (2010), mesmo com a influência de Florence, as ações de enfermagem por muito tempo foram voltadas para a doença e com ações tecnicistas de forma não organizada e baseadas na crença do modelo biomédico como método para o cuidar, através das ações direcionadas para a doença e não para o indivíduo. A enfermagem, desta forma, permanece nesse modelo por várias décadas.

As mudanças ocorridas na sociedade com a segunda guerra mundial, a revolução feminista, as evoluções tecnológicas, educacionais, sociais e políticas levaram os enfermeiros a questionar e refletir sobre suas ações práticas (CIANCIARULLO et. al., 2008; TANNURE; PINHEIRO, 2010).

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organizados. A melhoria na educação foi a estratégia pensada para a melhoria do preparo dos profissionais para a promoção da melhoria da qualidade dos cuidados oferecidos a comunidade.

Por volta da década de 1950 é dada a ênfase ao cuidado holístico, em que a assistência de a enfermagem passa a ser voltada para as necessidades individuais das pessoas, enfocando o ser humano e não somente a doença. Foi um período marcado pela busca de identidade própria, por meio do desenvolvimento de conhecimentos específicos e organizados para a enfermagem e discussões acerca das necessidades e entraves da profissão (TANNURE; PINHEIRO, 2010).

Entendeu-se nesse contexto, por volta da década de 1960 e 1970, que a construção de conhecimentos específicos se realizaria por meio de elaboração de teorias ou modelos conceituais próprios, através da relação dos conceitos centrais (seres humanos, o ambiente, a saúde e a enfermagem) em sua maioria (CIANCIARULLO et. al., 2008).

As teorias compreendem um conjunto de conceitos e pressupostos, relacionados entre si, com abrangência no campo da prática, do ensino e da pesquisa. Tais teorias referem-se ao saber-fazer, fornece bases para prática o que traz autonomia e identidade a profissão (LEOPARDI, 2006).

George (2000) afirma que teoria é um conjunto de conceitos inter-relacionados, definições e proposições sistemáticas de ver os fatos/eventos pela especificação das relações entre as variáveis.

O grande desafio da enfermagem contemporânea é a aproximação das teorias de enfermagem com a prática no intuito de legitimar o conhecimento, de forma a melhor definir o trabalho e estabelecer o processo assistencial e gerencial em todos os níveis de complexidade, para promover o maior impacto sobre a prática. Para Garcia e Nóbrega (2010) a escolha de uma teoria de enfermagem para guiar a prática, não é fácil, é sabido que requer conhecimentos destas e dos fenômenos das situações clínicas do indivíduo ou da comunidade a quem se presta o cuidar.

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Com a expansão do conhecimento através das pesquisas na década de 1980 e 1990 as teorias passaram a avançar e serem mais utilizadas para subsidiar a prática, com a criação um método científico específico e sistemático para o fazer do enfermeiro, o processo de enfermagem (AMANTE; ROSSETTO; SCHNEIDER, 2009).

Ainda nessas décadas houve um importante avanço na metodologia da assistência de enfermagem, que foi o desenvolvimento da taxonomia da North American Nurses Diagnosis Association International (NANDA-I) e a Classificação Internacional da Prática de Enfermagem (CIPE), dentre outras. Destaca-se o empenho da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) para o desenvolvimento e a validação da Classificação Internacional da Prática de Enfermagem em Saúde Coletiva (CIPESC), por ser uma taxonomia com contribuição brasileira para atender às demandas da realidade do país na área da saúde coletiva, mais especificamente (KLETEMBERG et. al., 2010).

O termo Processo de Enfermagem aparece pela primeira vez em 1955 em uma conferência onde Linda Hall afirmou que a “Enfermagem é um processo”. E na literatura surge em 1961 com Ida Orlando, com a perspectiva de sistematizar a assistência de enfermagem com enfoque a relação enfermeiro-cliente e suas respostas com vistas ao cuidado com qualidade (CAMPEDELLI, 1989).

Ainda, na década de 1950, o processo de enfermagem como um método sistematizado, compreendeu três etapas: histórico, planejamento e evolução. Tal processo baseava-se no método da observação e mensuração para reunião e análise de dados. Nesse período essas metodologias foram inseridas como dentro do referencial conceitual dos currículos de enfermagem no mundo. (DOENGES; MOORHOUSE; GEISSLER, 2003 apud SILVA, 2006).

Para Tannure e Pinheiro (2010) e Garcia e Nóbrega (2000) o processo de enfermagem é um método científico aplicado para se implementar na prática os conceitos de uma teoria de enfermagem.

Ledesma-Delgado e Mendes (2009) afirmam que o processo de enfermagem é uma metodologia que estimula o pensamento crítico e a criatividade na resolução de problemas da realidade prática, que aproxima o trabalho de enfermagem nos âmbitos atenção à saúde, da educação e da pesquisa.

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estimula o pensamento crítico por ser intencional, organizado e sistemático onde cada etapa tem um objetivo específico. Ser humanístico pelo enfoque holístico do ser humano pois leva em conta o corpo, mente e o espírito; ser cíclico e dinâmico, pois suas etapas se interrelacionam. Ser focalizado em resultados, o melhor desfecho de forma mais eficiente e efetiva; ser pró-ativo no sentido de prevenção de problemas com o controle dos fatores de risco. Ser baseado em evidências, onde as decisões e julgamentos são determinadas pelos melhores achados. Ser intuitivo e lógico onde as evidências apoiam a decisão. Ser reflexivo, criativo e direcionado para a melhoria, sendo a avaliação constante e a reflexão importante na melhoria dos cuidados prestados (ALFARO-LEFREVE, 2010).

É operacionalizado por etapas que se inter-relacionam, são interdependentes e acontecem concomitantemente. Nos dias atuais, baseando-se na Resolução COFEN-358/2009, o processo de enfermagem organiza-se em cinco etapas: a coleta de dados ou histórico de enfermagem, o diagnóstico de enfermagem, o planejamento de enfermagem, a implementação e a avaliação de enfermagem.

A primeira etapa é a investigação (anamnese e exame físico) ou coleta de dados (ou histórico de enfermagem), em que ocorre a coleta de dados sobre o estado de saúde do indivíduo, família ou comunidade e suas respostas através do histórico de enfermagem. Tem o objetivo de identificar as necessidades, problemas, preocupações e respostas humanas. Além de monitorar evidências de problemas de saúde potenciais ou reais e fatores de risco que possam influenciar os problemas de saúde. (TANNURE; PINHEIRO, 2010; ALFARO-LEFEVRE, 2010; BRASIL, 2009).

Para Alfaro-Lefreve (2005) a investigação ocorre em cinco etapas que são: a coleta, a validação, o agrupamento, a identificação dos padrões e a comunicação e registro dos dados. A investigação relaciona-se diretamente com o diagnóstico de enfermagem, pois no decorrer da coleta de dados começa a interpretação do que os mesmos significam, mostrando assim interrelação destas etapas.

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Os diagnósticos de enfermagem devem ser listados de acordo com as prioridades e necessidades de bem-estar do cliente. Para a realização dos diagnósticos são utilizadas taxonomias ou sistemas de classificação. Na atualidade a mais utilizada no mundo é a Taxonomia da NANDA-I. Os componentes estruturais dos diagnósticos de enfermagem são: o enunciado diagnósticos, que estabelece um nome para o diagnóstico; os fatores relacionados que são as causas do problema; as características definidoras, que são as manifestações clínicas; as evidências que levaram a identificação do problema e os fatores de risco, que podem ser ambientais, fisiológicos, psicológicos, genéticos ou químicos que aumentam as chances de desenvolvimento de outro problema. Os diagnósticos podem ser reais (ou atuais), de risco, de promoção da saúde e de bem-estar. (NANDA, 2010).

A terceira etapa é o planejamento de enfermagem, que é o estabelecimento das prioridades das ações ou intervenções de enfermagem de acordo com os diagnósticos traçados que serão implementados mediante as respostas do indivíduo, família e coletividade e determinação dos resultados esperados para corrigir, diminuir ou evitar problemas. (TANNURE; PINHEIRO, 2010; ALFARO-LEFEVRE, 2010; BRASIL, 2009).

É importante que na formulação de resultados esperados alguns itens sejam levados em consideração. Deve ser claro e conciso, centrado no cliente, estar relacionado ao título diagnóstico, ser alcançável, conter limite de tempo e ser mensurável. A fase de planejamento está sobreposta à implementação na medida em que o plano orienta as ações realizadas na fase de implementação (ALFARO-LEFEVRE, 2005).

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Na redação de uma prescrição de enfermagem deve conter o que, como, quando, onde, com que frequência e por quanto tempo fazer determinada ação de enfermagem (ALFARO-LEFEVRE, 2005).

Para uma padronização das intervenções de enfermagem foi criada uma taxonomia, a Nursing Intervention Classification (NIC). Ressalta-se que existe uma associação entre um diagnóstico de enfermagem, da NANDA-I, a intervenção da NIC e os resultados da Classificação dos resultados de enfermagem (Nursing Outcomes Classification - NOC). Para cada diagnóstico da NANDA há uma lista de resultados esperados de enfermagem. (TANNURE; PINHEIRO, 2010).

A quinta etapa é a avaliação de enfermagem ou evolução. Trata-se de um processo contínuo onde as respostas do indivíduo, família ou coletividade às ações prescritas e implementadas são acompanhadas, através de anotações nos prontuários, da observação direta da reação do paciente às ações propostas e do relato do cliente, com reorientação se necessário, caso os resultados esperados não tenham sido alcançados. A avaliação é realizada em todas as etapas do processo de enfermagem, que vão ser analisadas quanto à necessidade de mudanças ou melhorias de acordo com os resultados alcançados (TANNURE; PINHEIRO, 2010; ALFARO-LEFEVRE, 2010; BRASIL, 2009).

A aplicação da sistematização da assistência de enfermagem pelo processo de enfermagem dá subsídios para o enfermeiro gerenciar e implementar o cuidado de forma organizada, segura, dinâmica e competente (BACKES et. al., 2005).

Em virtude das Leis e resoluções que trazem a obrigatoriedade de algumas funções privativas ao enfermeiro, cresce a preocupação das instituições de saúde e de formação em elaborar estratégias de implementação e ensino do processo de enfermagem.

Ressalta-se, a determinação da assistência sistematizada através da lei 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem. Nesse sentido, destaca-se no art. 11º, que, dentre as atividades exclusivas do enfermeiro, estão suas responsabilidades no tocante ao planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços de assistência de enfermagem, bem como na consulta e na prescrição da assistência de enfermagem (BRASIL, 1986).

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1960. Foi um importante avanço em termos de autonomia profissional, definição clara das funções dos membros da equipe de enfermagem e na aceitação da sistematização da assistência de enfermagem como parte das atividades privativas do enfermeiro o que levou ao entendimento da necessidade de busca de conhecimento para implementação do método científico no processo de trabalho do enfermeiro (KLETEMBERG et. al., 2010).

O uso do PE proporciona um trabalho intelectual, no qual o profissional tem a oportunidade de crescer e transformar-se num ser crítico e reflexivo, capaz de questionar suas próprias atitudes e, assim, participar de forma mais ativa no cuidado do paciente. Contribui ainda, para a organização do trabalho do enfermeiro e para a melhoria da qualidade e da credibilidade dos serviços prestados, o que permitirá que a assistência seja planejada por meio de fundamentação científica e não aleatória, e trará desta forma visibilidade e autonomia à profissão.

3.2. Diretrizes Curriculares Nacionais, Projetos Pedagógicos e aspectos legais para o ensino da Graduação em enfermagem.

As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os Cursos de Graduação em Enfermagem têm o objetivo de fornecer um direcionamento para a reconstrução, implantação e implementação dos projetos pedagógicos (PP). Levam em conta o contexto histórico, sócio, político, econômico, demográfico e epidemiológico embasado nos princípios de integralidade, equidade e universalidade preconizados pelo do Sistema Único de Saúde (SUS). Vieram para dinamizar a matriz dos cursos de graduação sinalizando para a valorização do “aprender a aprender”, através do “aprender a conhecer”, “aprender a fazer”, “aprender a ser” e do “aprender a viver juntos” (BRASIL, 2001; SANTANA et. al., 2005).

Desta forma:

[...] A formação é entendida como um pensar/fazer processual, dialético, práxico e político, que não está centrado nem no educando, nem no educador, mas no contexto/processo ensino-aprendizagem, direcionado por um propósito político/ pedagógico (TIMOTEO; MONTEIRO, 2003, p. 269).

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currículo pleno de graduação, o que permite que as instituições de ensino superior construam seu Projeto Pedagógico de acordo com a sua própria realidade.

O Projeto Pedagógico de curso é o instrumento político e técnico orientador da ação do processo ensino-aprendizagem, deve ser construído coletivamentepelos principais atores envolvidos nesse processo de formação como os docentes, discentes, profissionais de saúde e comunidade no âmbito da instituição formadora, sendo reconstruído e modificado constantemente para o alcance dos objetivos.

Assim:

[...] Chamamos de político porque reflete as opções e escolhas de caminhos e prioridades na formação do cidadão, como membro ativo e transformador da sociedade. Chamamos de pedagógico porque expressa as atividades pedagógicas e didáticas que levam a escola a alcançar objetivos educacionais. (NÓBREGA-THERRIEN, et. al, 2010, p.681)

As Diretrizes Curriculares e o PP, no mundo contemporâneo em seus textos, mostram a preocupação em articular a formação com as exigências do mercado de trabalho que se modificam constantemente de acordo com as necessidades do indivíduo e da coletividade. O grande desafio dos PP é formar atores críticos-reflexivos que possam agir dentro do contexto da realidade, muitas vezes incerto, que construam e reconstruam seus conhecimentos através da reflexão na ação, através da aquisição de habilidades e competências para intervir e transformar a realidade prática ( NÓBREGA-THERRIEN, et. al., 2010).

A Resolução Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Superior (CNE/CES) de 2001, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem, orienta a direção filosófica que as instituições formadoras devem seguir e servem, também, de instrumento para mudança da prática docente e da práxis dos recursos humanos gerados por ela.

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Os Projetos Pedagógicos dos cursos de graduação de Enfermagem devem ser construídos para a formação de atores sustentados pelos princípios e diretrizes do SUS. Devem ressaltar a importância da articulação academia-assistência-produção de conhecimento; a questão técnica-científica e política-social da profissão; a filosofia ético-humanista; objetivar acabar com a dicotomia teórico-prática entre outros fatores, pelos quais os profissionais vivenciam na rotina dos serviços de saúde (COSTA; MIRANDA, 2010).

As Diretrizes Curriculares de Graduação da área de Saúde são inter-relacionadas com as políticas de saúde e objetivam a formação de profissionais com competências gerais comuns, em que a interação ensino-assistência fica subentendida como prática a ser desenvolvida, através de relações interdisciplinares na academia e nos serviços de saúde (BRASIL, 2001).

Neste contexto, se insere como ilustração, a proposta curricular da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP) para o bacharelado em enfermagem, que tráz em seu escopo as premissas da articulação do mercado de trabalho e a educação, onde ressalta a importância da educação como bem comum e a responsabilidade da instituição formadora com os futuros profissionais e com as premissas da política pública de saúde. Articulação essa que possibilitará mudanças da realidade, por meio de ações de reflexão, embasadas em elaboração e reelaboração dos saberes, conforme proposta contida no texto das DCN (OLIVEIRA et. al., 2007; BRASIL, 2001).

O currículo pleno de enfermagem aprovado em 1994, com a portaria nº 1.721/94- Ministério da Educação e Cultura (MEC), propôs a reorientação da prática profissional voltada para a saúde coletiva, com enfoque holístico e humanizado da assistência em oposição ao modelo biologicista e individualizado que influenciou a assistência em saúde e a orientação dos cursos formadores da área através dos tempos (TIMOTEO; MONTEIRO, 2003; RIBEIRO et. al., 2005).

Os projetos pedagógicos devem valorizar o aprendizado em detrimento do ensino, com o uso de estratégias que possibilitem o raciocínio crítico e reflexivo dos discentes, para que estes possam participar assim como sujeitos ativos do processo ensino-aprendizagem na construção do conhecimento (FREIRE, 1996).

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ensino-aprendizagem, com metodologias problematizadoras, numa relação de interatividade com o discente para construção de raciocínio crítico, competências e habilidades da prática profissional.

As DCN do Curso de Graduação de enfermagem, em seu art. 9º, ressalta essa questão, em que o projeto pedagógico deve ser construído coletivamente, centrado no discente como agente ativo do aprendizado e dar enfoque ao docente como agente facilitador e mediador do processo ensino aprendizagem (BRASIL, 2001).

Nesse processo, a construção de competências técnicas, intelectuais, cognitivas e inter-pessoais, de acordo com as Diretrizes Curriculares, para atuação frente as diversas demandas nos campos de trabalho devem ser desenvolvidas no campo de saberes da área. No processo de trabalho dos enfermeiros tais competências são essenciais como instrumento metodológico de sistematização da assistência. Desta forma, ressalta-se a importância de voltar o ensino teórico-prático na graduação de enfermagem para a articulação das competências saber, fazer e ser da profissão. (LEADEBAL, 2007).

O ensino do processo de enfermagem, nos cursos de graduação é permeado por uma série de embates e a mudança de consciências individuais e institucionais um grande desafio. É um processo lento e gradual, em que se deve superar paradigmas, descrenças e temores, (re)aproximar o enfermeiro da sua verdadeira prática, o cuidar.

Desta forma, parte-se do pressuposto que o ensino do processo de enfermagem nas instituições de formação, como o PE é legalmente exigido com base na Resolução do COFEN-358/2009 e na Lei do Exercício Profissional Nº-7.498/86, deve estar inserido no processo ensino-aprendizagem das disciplinas que buscam desenvolver nos discentes competências para executá-lo, em função de que é um instrumento fundamental na prática da enfermagem.

3.3. Crenças, valores e aspectos culturais que permeiam o processo de enfer-magem

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da sua aplicabilidade na prática. Fato este pode ser observado nos campos de prática, onde não há a operacionalização do mesmo.

Neste contexto, em seu estudo, Backes et. al. (2008), objetivou compreender o significado da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) para os profissionais da equipe multiprofissional à luz das relações, interações e

associações do pensamento complexo. Ressaltou-se a análise de duas das

categorias (fragmentação do cuidado em saúde e percepção da SAE como processo mecanizado), nas quais refletiram que a sistematização da assistência de enfermagem muitas vezes é entendida como uma atividade rotineira e mecanizada, ocasionada por diversos fatores como: a quantidade insuficiente de profissionais de enfermagem; a descontinuidade da assistência; informações divergentes e burocratização do sistema de saúde.

As justificativas para a não aplicação na prática são as mais diversas: “não dá” tempo de aplicar pela sobrecarga de trabalho e desvios de função do enfermeiro; “não tem” recursos humanos suficientes pra executar; não tem importância para a prática, pois é o preenchimento de papel sem “resultados” para o paciente, o que leva ao afastamento do enfermeiro do cliente; é o cumprimento de tarefa institucional; e, o desconhecimento na dimensão teórica, o pode ser reflexo de lacunas no processo de formação.

Koerich et. al. (2007) em seu estudo, analisou a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) utilizada em dois hospitais de grande porte, um público e um privado em Santa Catarina. Evidenciou com relação à sistematização da assistência de enfermagem que há um distanciamento entre o saber, o fazer e também uma desarticulação com a legislação profissional. Perceberam que apesar de seu uso ser ressaltado pelos estudiosos e abordado no processo de formação, a sua implementação ainda é tímida.

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O enfrentamento dos desafios para a implementação do PE deve ser uma filosofia não só dos enfermeiros. É necessário engajamento político e institucional, como também das outras equipes que prestam assistência. O envolvimento de diferentes profissionais da saúde dá um enfoque de interatividade e complementaridade e devido a complexidade das práticas de saúde torna-se imprescindível essa interrelação, visto que, isolado nenhum profissional pode responder, na totalidade, as diferentes dimensões do cuidado do ser humano como um todo. (CARVALHO; KUSUMOTA, 2009; BACKES et al., 2008).

Na academia alguns fatores dificultam o ensino do processo de enfermagem. Em estudo feito sobre o significado do processo de enfermagem para quem o ministra, os docentes apontaram que o ensino do PE é um desafio. Abordaram a questão de não ser focalizado em todas as disciplinas do curso; apontaram ainda que há falta de conhecimentos de disciplinas básicas, por parte dos discentes e o não uso do PE na prática assistencial dificulta a sua apreensão. Alertam para a responsabilidade do professor em persistir no ensino com estratégias pedagógicas que possibilitem a formação de profissionais com habilidades de empregar o processo de enfermagem na prática (CARVALHO; MELO, 2008).

Para o discente o sentimento de não aplicabilidade na realidade da prática do que é ensinado na formação também é presente, como visto num estudo realizado em uma instituição Federal do Rio Grande do Sul. Apesar de reconhecerem a importância do uso do processo de enfermagem através da sistematização da assistência como ferramenta facilitadora, os mesmos têm vivenciado sentimentos de desapontamento, descrença e frustração pelo não uso no serviço e pela dificuldade de apreensão pela não uniformização do ensino entre os docentes e falta de abordagem contínua e progressiva no decorrer da formação (DAMACENO et. al., 2009).

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3.4. O Envolvimento do ensino de graduação com o processo de enfermagem O ensino do processo de enfermagem nos cursos de graduação deve ser voltado para a articulação desse método com o desenvolvimento de competências, a fim de atender às demandas da prática e os avanços políticos, sociais e científicos contemporâneos (LEADEBAL, 2007).

É, neste contexto, que se tem questionado: até que ponto o processo de formação tem contribuído na não operacionalização do processo de enfermagem, e como a academia tenta superar esses obstáculos?

A maneira, muitas vezes, como é abordado o processo de enfermagem durante a formação acadêmica demasiadamente detalhada, e supervalorizando o método no lugar de enfatizar sua essência, naturalidade e espontaneidade do cuidar, tem contribuído para sua desvalorização ou negação na prática assistencial (PAIM, 1979 apud GARCIA; NÓBREGA, 2000).

Em seu estudo, Carvalho et. al. (2007), apontou que o ensino da Sistematização da Assistência de Enfermagem nas instituições é realizado por meio de disciplinas fragmentadas sem que haja uma troca entre elas, o que tem dificultado aos estudantes a apropriação dos conhecimentos e desenvolvimento das habilidades para sua aplicação. Acrescenta Bittar, Pereira e Lemos (2006) que falta uniformização do ensino das etapas do PE no decorrer da formação acadêmica.

Dell’Aqua e Miyadahira (2002) e Herminda (2004) indicam que existem dificuldades e incompatibilidades dentro do próprio ensino do processo de enfermagem nas escolas de graduação,que refletem na prática profissional futura.

As inquietações com a dicotomia teoria/prática fizeram com que o tema interdisciplinaridade viesse à tona no ensino da Enfermagem, com a necessidade de um diálogo entre as disciplinas com a promoção a integração curricular, com a mudança da visão das partes por uma concepção holística do homem (BERARDINELLI; SANTOS, 2005; SCHERER; SCHERER, 2007).

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Essa dicotomia é reforçada nos campos de prática quando é observado a não incorporação do processo de enfermagem pelos enfermeiros do campo nas instituições de saúde, que são locais de estágio, por dificuldades de implementação ou pela recusa de adesão ao processo de enfermagem, mesmo que seja legalmente obrigatório.

A integração docente-assistencial, ou seja, a parceria entre a universidade e as instituições de saúde que são campos de estágio é apontada por vários autores como sendo uma das saídas para uma efetiva implementação do processo de enfermagem (DELL’ ACQUA; MIYADAHIRA, 2002; SANTOS; HERMINDA, 2004; COLLISELLI, et al., 2009).

Neste ensejo, a articulação ensino/assistência é uma estratégia que impulsiona o desenvolvimento do saber fazer, promove a análise e a transformação da realidade e propõe a inseparabilidade entre ensino e assistência (OJEDA; SANTOS; EIDT, 2004).

Portanto, é preciso efetivar meios de superar a lacuna prática, no âmbito acadêmico, e a lacuna teórica, no âmbito assistencial, com o objetivo de construir competências cognitivas, psicomotoras e afetivas exigidas na atuação profissional competente, cuja responsabilização perpassa pelas instituições formadoras dos profissionais desta área (LEADEBAL, 2007).

Colliselli et. al. (2009) corroboram com Leadebal (2007) no sentido de que estratégias para promover a aproximação da teoria com a prática devem ser implementadas como parcerias dos gestores, das instituições formadoras, dos campos de prática e da comunidade. Afirmam ainda que o Estágio Curricular Supervisionado é o momento ideal para consolidação dos saberes construídos no decorrer do curso e que promove o desenvolvimento e aperfeiçoamento das habilidades de cuidado, de educação, de gerência e de pesquisa através do contato com a realidade prática e os problemas concretos do indivíduo, família e comunidade.

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por serviços que já tenham o PE implantado, caso não tenha os docentes devem estimular a crítica e a reflexão no processo de ensino-aprendizagem; e o estímulo à troca de experiências e saberes entre a academia e a prática.

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4. MÉTODO

4.1. Tipo de Pesquisa

Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva com abordagem quanti-qualitativa. Conforme Cervo, Berviam e Silva (2006) o estudo descritivo observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos sem manipulá-los; e uma pesquisa exploratória tem o objetivo de buscar mais informações sobre determinado tema, com a familiarização com fenômeno ou obtenção novas concepções e idéias.

Segundo Rudio (2000), a pesquisa descritiva tem o objetivo de narrar o que acontece descobrir e observar os fenômenos, descrevê-los e analisa-los.

De acordo com Polit, Beck e Hungler (2004), a integração das abordagens quantitativa e qualitativa em uma mesma investigação ou em conjunto coordenados de estudos é uma tendência emergente. As vantagens do uso de multimétodo são: a complementação dos dados quantitativos e qualitativos, evitando possíveis limitações de abordagens únicas; incrementação pela construção de elos entre conhecimento entre áreas em desenvolvimento e já amadurecidas; maior validade favorecida em função das hipóteses serem apoiadas em dados múltiplos e complementares e a criação de novas fronteiras com as incongruências de um estudo multimétodo que pode estender e explorar melhor a linha de investigação.

A escolha em utilizar a técnica da análise qualitativa pela contribuição de Bardin (2002), de análise temática de conteúdo, foi pelo fato dessa conexão poder complementar e dar suporte aos dados quantitativos. A experiência cada vez mais frequente de utilização de multi-métodos, nos estudos da enfermagem, tem sido fundamental para promover a prática de enfermagem baseada em evidência (DREISSNACK; SOUSA, 2007).

4.2. Local da pesquisa

O estudo teve como cenários Instituições de Ensino Superior privadas e pública em Natal-RN, autorizadas e reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC), onde são ministrados cursos de Graduação em Enfermagem.

Atualmente existe em Natal uma Universidade particular, três Faculdades particulares e uma universidade pública, identificadas como “A”, “B”, “C”, “D” e “E”.

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período de estágio supervisionado, que correspondeu ao penúltimo e último período letivo curricular. Para a universidade pública foram os oitavo e nono períodos e para a universidade privada e as três faculdades privadas foram o sétimo e oitavo períodos.

A escolha dos períodos de estágio foi justificada pelo fato de os alunos já terem cursado todas as disciplinas teóricas que lhes dariam condições de fornecer depoimentos em relação ao questionamento da pesquisa.

4.3. População e amostra

Para Polit, Beck e Hungler (2004), a população representa o conjunto de todos os indivíduos ou objetos com alguma característica comum. A população alvo representa todos os indivíduos que o pesquisador está interessado. E a população acessível compreende os sujeitos da população-alvo que estão acessíveis ao pesquisador. A amostra é um subgrupo da população. A amostragem é o processo de escolha de uma parte da população

A população-alvo do estudo foi composta por discentes do penúltimo e último período dos cursos de graduação de enfermagem de instituições que foi, estimada em 2011.1 em aproximadamente 630 discentes. A população acessível foi composta pelos discentes que forneceram seus emails para a pesquisadora a fim de que a pesquisa fosse encaminhada. Foram excluídos deste total os sujeitos que participaram da pré-testagem que correspondeu a uma turma de aproximadamente 50 discentes de uma das instituições de ensino que tinha o número maior de turmas e aqueles que não quiseram fornecer seu email, num total de 430 participantes.

O plano de amostragem utilizado foi o de amostra de conveniência, que para Polit, Beck e Hungler (2004), é o uso dos sujeitos mais convenientemente disponíveis para participar do estudo. Os pesquisadores qualitativos estão mais interessados em entender um fenômeno em estudo do que fazer generalizações, portanto, os estudos qualitativos utilizam amostras pequenas e não-aleatórias. No estudo foi utilizada para a amostra toda a população acessível.

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aceitaram participar da pesquisa mediante aceite do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Foram excluídos os discentes dos cursos de graduação de enfermagem dos penúltimos e últimos períodos das instituições de ensino superior de graduação de enfermagem do município de Natal-RN e que por ventura decidiram espontaneamente por não participar da pesquisa ou estavam afastados das Universidades ou Faculdades por motivo de doença e/ou outros.

4.4. TÉCNICA DE COLETA DE DADOS 4.4.1. Aspectos Éticos

Após processo de qualificação do projeto pela banca examinadora do Programa de Pós-Graduação em enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte foram enviados ofícios para as instituições pesquisadas (apêndices C, E, G, I, K) com informação sobre os objetivos do estudo e solicitou-se autorização para realizá-lo. Após autorização das instituições pelas assinaturas das cartas de anuência (apêndices D, F, H, J, L) o projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CEP- UFRN).

Os ofícios foram enviados a cada instituição de ensino superior de graduação de enfermagem direcionado ao responsável pela análise do projeto e liberação da anuência de acordo com as normas de cada Universidade ou Faculdade. Contato prévio foi realizado com as instituições e os ofícios foram gerados pela Pós-Graduação de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e entregues junto com a cópia do projeto pessoalmente pela mestranda

Com a aprovação do projeto pelo Comitê com o Parecer CEP/UFRN Nº366/2010 e a CAAE nº 0197.0.051.000-10, a coleta de dados seguiu as orientações da resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde que regulamenta a pesquisa com seres humanos.

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de produtos e em pesquisa envolvidas com a formação. É o líder global em questionários online e oferece suporte ao cliente 24 horas por dia e sete dias por semana (SURVEYMONKEY, 1999a; SURVEYMONKEY, 1999b).

A coleta de dados foi realizada mediante o envio por email e aceite do Termo de Consentimento Livre e informado Esclarecido pelos participantes (apêndice B), que continha informações sobre os objetivos e as perspectivas do estudo, sigilo e anonimato, participação voluntária com liberdade para desistir a qualquer momento e a ausência de prejuízos. Foi realizada no primeiro semestre de 2011, nos meses e fevereiro a abril de 2011.

O conteúdo final do estudo estará disponível aos sujeitos da pesquisa, às instituições envolvidas e aos demais interessados na temática.

4.4.2. Procedimentos de coleta de dados

A escolha por fazer a coleta com a tecnologia online deu-se ao fato de que os sujeitos da pesquisa estavam, no período da coleta, em estágio supervisionado, ou seja, nos campos de prática em instituições hospitalares ou unidades básicas e o acesso aos mesmos nesses locais seria inviável, pelo fato de que as instituições de estágio teriam que autorizar a coleta e aumentaria a dificuldade de acessibilidade aos discentes visto que poderia acontecer das instituições não autorizarem o acesso da pesquisadora nas mesmas e com isso a coleta seria prejudicada. Outra justificativa vem do fato de que duas instituições de ensino tinham aulas teóricas a cada sete ou quinze dias, ocasião quando o discente iria à sala de aula. Momento tumultuado onde os sujeitos não se mostraram disponíveis em responder a pesquisa após algumas tentativas. As outras três instituições tinham orientação de trabalho de fim de curso (TCC) semanais ou a cada quinze dias, mas o dia e horário especificado pela coordenação para essa atividade muitas vezes era modificado pelo discente e seu orientador, sendo assim ficou difícil de saber dia e horário que esses alunos estariam em orientação na instituição.

Imagem

Tabela 1  – Dados sociodemográficos dos discentes em estudo. Natal/RN, 2011.
Tabela 2  – Dados acadêmicos dos discentes em estudo. Natal/RN, 2011.  Variáveis Acadêmicas  N  %  Instituição de ensino  A  12  25,50%  B  6  12,80%  C  16  34%  D  12  25,50%  E  2  2,20%  Total  48  100%  Período Letivo  Penúltimo  18  37,50%  Último  3
Tabela  3  –  Opinião  dos  discentes  em  estudo  quanto  ao  ensino  do  PE  em  relação  ao conhecimento e a  metodologia dos docentes
Gráfico 1 - Fases do Processo de Enfermagem, nas quais os discentes em estudo  têm dificuldades de apreensão
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