Fat ores de risco para câncer de mama
em mulheres indígenas Teréna de área rural,
Est ado do M at o Grosso do Sul, Brasil
Risk facto rs fo r b re ast cance r amo ng rural
Te ré na Ind ian wo me n in the State o f Mato
Gro sso d o Sul, Brazil
1 Departam en to de Saú de Coletiva, Un iversid ad e Fed eral d o M ato Grosso d o Su l.
Av. Sen ad or Filin to Mu ller 1480, Cam p o Gran d e, M S 79074-460, Brasil. m geim ba@z az .com .br 2 Departam en to de Ep id em iologia e M étod os Qu an titativos em Saú d e, Escola N acion al d e Saú d e Pú blica, Fu n d ação Osw ald o Cru z . Ru a Leop old o Bu lh ões 1480, Rio d e Jan eiro, RJ 21041-210, Brasil. k oifm an @en sp.fiocru z .br 3 Departam en to de Patologia, Un iversid ad e Fed eral d o M ato Grosso d o Su l. BR 163, C. P. 549, Cam p o Gran d e, M S 79007-900, Brasil.
M arilan a Geim ba d e Lim a 1 Sergio Koifm an 2
Ilz ia Lin s Scap u latem p o 3 M aristela Peixoto 1 Silvia Naom i 1
Maristela Cu rad o d o Am aral 1
Abst ract In ord er to evalu ate th e d istribu tion of selected risk factors for breast can cer am on g Terén a In d ian w om en in th e State of M ato Grosso d o Su l, Braz il, tw o sam p les w ere in terview ed , resp ectively, in 1995 (330 w om en from ten In d ian villages) an d 1997 (40 w om en from th e Lim ão Verd e village). Rep rod u ctive h istory, d iet ch aracteristics, an d fam ily an d p erson al m ed ical h isto-ry w ere in v est iga t ed a n d b od y m a ss in d ex w a s m ea su red . In t h e la rger sa m p le, m ea n a ge a t m en arch e w as 12.3 years (30% at 13 years old or later), 86% of w om en rep orted on e or m ore p reg-n a reg-n cies (42% rep ort ireg-n g 5 or m ore), 71% rep ort ed t h ree or m ore p regreg-n a reg-n cies, m ea reg-n a ge a t first p regn an cy w as 18.9 years (3.8% after 28 years), m ean d u ration of breastfeed in g w as 84 m on th s, a n d 70% rep ort ed m en op a u se b efore a ge 50. Diet a ry p a t t ern in t h e sm a ller sa m p le rev ea led a h igh in tak e of fru its, vegetables, p asta, an d tu bers an d scarce in tak e of red m eat an d ch ick en ; 50 of th e w om en (95% CI: 34.1-65.9) p resen ted overw eigh t (BM I 25-29) an d 27% (95% CI: 15.1-44.1) obesity (BM I > 29).
Key words Breast Neop lasm s; Sou th Am erican In d ian s; Risk Factors
Resumo Com o objetivo d e se avaliar a d istribu ição d e fatores d e risco em m u lh eres in d ígen as Terén a n o Estad o d o M ato Grosso d o Su l, d u as am ostras d estas foram en trevistad as, resp ectivm en te eectivm 1995 (330 ectivm u lh eres volu n tárias d e d ez ald eias terén a d e área ru ral) e eectivm 1997 (qu a-ren ta m u lh eres d a Ald eia d e Lim ão Verd e). Os p ad rões d e vid a rep rod u tiva, d ieta, an teced en tes p atológicos p essoais e fam iliares foram levan tad os, bem com o a d eterm in ação d o ín d ice d e m as-sa corp oral (IM C). Na m aior am ostra, observou -se qu e a id ad e m éd ia à m en arca foi d e 12,3 an os (30% d a s m u lh eres referin d o- a a os 13 a n os ou m a is), 86% d a s m u lh eres com a n t eced en t es d e u m a ou m ais gestações (42% com cin co ou m ais), 71% com an teced en tes d e três ou m ais gesta-ções, id a d e m éd ia à p rim eira gest a çã o d e 18,9 a n os (3.8% com 28 a n os ou m a is), a leit a m en t o m a t ern o com d u ra çã o m éd ia d e 84 m eses, e 70% d a s m u lh eres m en op a u sa d a s a n t es d os cin -qü en ta an os d e id ad e. O p ad rão referid o d e d ieta n a m en or am ostra revela elevad o con su m o d e fru tas, legu m es, raíz es e m acarrão, com in gestão escassa d e carn e verm elh a e fran go, observan -d o-se qu e 50% (IC 95%: 34.1-65.9) -d as m u lh eres ap resen taram sobrep eso (IM C 25-29) e 27% (IC 95%: 15.1-44.1) obesid ad e (IM C > 29).
Int rodução
A eleva çã o d a in cid ên cia d o câ n cer d e m a m a n o Brasil é u m fato m arcan te n o qu ad ro d e saú -d e p ú b lica -d e su a p op u lação, em qu e esta n eo-p lasia já ocu eo-p a a eo-p rim eira cau sa d e cân cer em m u lh eres n o p aís com u m tod o (MS, 2000). Na Regiã o Cen tro -o este, a in cid ên cia a cu m u la d a d o cân cer d e m am a em Goiân ia, Goiás, d eter-m in ad a coeter-m b ase n os d ad os coletad os p elo Re-gistro d e Cân cer d e Base Pop u lacion al d esta ci-d a ci-d e n o in ício ci-d a ci-d éca ci-d a ci-d e 90 (Pa rkin et a l., 1992), foi estim ad a em 6,5%, ou seja, a existên -cia d e u m risco p revisto d e d esen vo lvim en to de u m caso de cân cer de m am a em cada 16 m u -lh eres n ascid as n este p eríod o e q u e ven h am a viver até os oiten ta an os d e id ad e. Cifras ain d a m ais elevad as, d a ord em d e 8% d e risco, foram ob servad as n a Cid ad e d e São Pau lo, ou seja, d e u m ca so d e câ n cer em ca d a 12 m u lh eres a o lon go d a vid a (Koifm an & Koifm an , 1997).
Esta eleva çã o d a in cid ên cia d o câ n cer d e m am a tem sid o con statad a em d iversos p aíses in d u stria liza d o s o u em fa se d e in d u stria liza -ção, sen d o ob jeto d e p reocu p ação d ad a a in ca-p a cid a d e tecn o ló gica a tu a l d e ca-p reven çã o d a d oen ça. Desta m an eira, as m ed id as d e su a d e-tecçã o p reco ce co n sistem n o s in stru m en to s atu alm en te d isp on íveis d e m od ificação d a h is-tó ria n a tu ra l d o câ n cer d e m a m a , e a ssim , d e con trole d e su a letalid ad e, am p liação d a sob re-vid a e d a q u a lid a d e d e re-vid a d a s m u lh eres a fe-tad as (Koifm an & Koifm an , 1999).
À lu z d o s co n h ecim en to s a tu a is (Kelsey & Ho rn -Ro ss, 1993), a estim u la çã o a o p ro cesso d e d ivisão celu lar d as célu las m am árias, regid a p elos ciclos ovu latórios ao lon go d a vid a rep ro-d u tiva ro-d a m u lh er, p o ro-d eria co n ro-d u zir a o su rgi-m en to p oten cial d e célu las rgi-m al-forrgi-m ad as, su s-cetíveis à ação d e su b stân cias carcin ogên icas. Desta m an eira, aq u eles even tos p au tad os p ela a m p lia çã o d a estim u la çã o h o rm o n a l estro gê-n ica, p otegê-n cializad a p ela p rogesterogê-n a d u ragê-n te a fase lú tea d o ciclo, acarretariam u m estím u lo a o p ro cesso d e d ivisã o celu la r d a s célu la s d a m am a. A p recocid ad e d a m en arca, a existên cia d e m en op au sa em fases tard ias d a vid a rep ro-d u tiva, a rero-d u ziro-d a p ariro-d aro-d e, en tre ou tros, con s-titu em even tos m arcad ores d e u m p rocesso d e estim u lação h orm on al con tin u ad a e qu e in d u -zem a p roliferação das células m am árias (Hard y et al., 1993).
Po r o u tro la d o, o d esen vo lvim en to d a p ri-m eira gra vid ez p a rece rep resen ta r u ri-m iri-m p or-tan te even to n o p rocesso d e m atu ração d as cé-lu la s d a m a m a , to rn a n d o -a s p o ten cia lm en te m ais p rotegid as em relação à ação d e su b stân -cias can cerígen as. Desta form a, a n u lip arid ad e,
b em com o o retard o n a p rim ip arid ad e, con sis-tiria m em fa to res d e risco p a ra o d esen vo lvi-m en to d o cân cer d e lvi-m alvi-m a. (Ap ter, 1996; Can ty, 1997; Tavan i et al., 1999). A aten ção d os p esqu i-sad ores tem sid o freq ü en tem en te d irecion ad a p ara a an álise d a d istrib u ição d o cân cer d e m am a e d e ou tras n eop lasias eam d iferen tes p op u -lações, com o ob jetivo d e estab elecer p ad rões d iferen cia is d e su a o co rrên cia e, p o r co n se-gu in te, id en tificar p ossíveis exp licações p ara as d iferen ças en con trad as.
A a ten çã o d e u m d o s a u to res d o p resen te trab alh o (M. G. L.) foi d esp ertad a p ara a ob ser-vação n a p rática clín ica d a m astologia q u an to à a p a ren te in existên cia d e ca so s d e câ n cer d e m am a id en tificad os n a d em an d a d e m u lh eres terén a e fa m ilia res – o b ser va çã o clín ica sem con firm ação ep id em iológica – n os serviços p ú -b licos d e sa ú d e gin ecológica em Ma to Grosso d o Su l, p a ra lela m en te à co n sta ta çã o d e q u e o m esm o fen ôm en o n ão se verificava em relação a casos d e cân cer em ou tras localizações an a-tôm icas.
Desta m an eira, foi d esen volvid o u m p roje-to d e in vestigação p ara d eterm in ar o p ad rão d e d istrib u içã o d e fa to res d e risco rep ro d u tivo e o u tro s a sso cia d o s co m a q u ela n eo p la sia em m u lh eres terén a , co m o in tu ito d e su a p o ste-rior com p aração com o p ad rão ep id em iológico sim ilar d escrito n a p op u lação geral b rasileira. Este trab alh o ap resen ta os resu ltad os p relim i-n a res d e u m ii-n q u érito rea liza d o p a ra a tei-n d er aqu ele ob jetivo.
M et odologia
realiza-çã o d e tra b a lh os d om ésticos, fia realiza-çã o e con fec-ção de cerâm ica, en qu an to os h om en s têm su as p rin cip ais ativid ad es voltad as p ara a caça, p es-ca e a gricu ltu ra (Ob erg, 1990). Gra ça s a esta s a tivid a d es, tem con segu id o m a n ter u m m od o d e vid a relativam en te au tôn om o, d isp on d o d e terras p ara m orad ia e p lan tio, b em com o asse-gu ra n d o su a n ã o -a ssim ila çã o e a p reserva çã o d e su a id en tid ad e cu ltu ral (Oliveira, l976).
Um in qu érito p ara traçar o p erfil ep id em io-lógico rep rod u tivo em m u lh eres Terén a foi rea-lizad o em 1995, em n ove ald eias locarea-lizad as n o Mu n icíp io d e Aq u id au an a (Tau n ay, Morrin h o, Córrego Seco, Im b iru çu , Ip egu e, Águ a Bran ca, Lagoin h a, Lim ão Verd e e Ban an al) e u m a ald eia (Ald ein h a ) n o Mu n icíp io d e An a stá cio, Ma to Gro sso d o Su l. Segu n d o a Fu n d a çã o Na cio n a l d o Ín d io (FUNAI), essa s co n ta va m , em 1993, co m u m a p o p u la çã o to ta l d e 3.569 ín d io s n a s ald eias localizad as n o Mu n icíp io d e Aqu id au a-n a e 328 a-n as d e Aa-n astácio.
Co m b a se em u m tra b a lh o d e in fo rm a çã o p révio realizad o p or agen tes com u n itários d as a ld eia s, 330 m u lh eres se a p resen ta ra m co m o volu n tárias p ara p articip ação, sen d o realizad a en trevista . Du ra n te esta , fo i em p rega d o u m in stru m en to p a d ro n iza d o (q u estio n á rio ) d e coleta d e d ad os sob re a id ad e, estad o civil, va-riá veis rep ro d u tiva s, a n teced en tes p esso a is e fam iliares d e cân cer e tab agism o. Ap ós a en trevista , foi rea liza d o exa m e físico d a regiã o m a -m á ria e co leta d e -m a teria l cito p a to ló gico d e colo u terin o (resu ltad os n ão ap resen tad os n es-te trab alh o). Am b as as ativid ad es (en trevista e exa m e) fo ra m d esen vo lvid a s n a p resen ça d e au xiliar d e en ferm agem ou agen te com u n itária in d ígen a p ara au xílio com o id iom a terén a.
Po sterio rm en te, em 1997, u m a segu n d a am ostra d e q u aren ta m u lh eres (15% d a p op u -la çã o fem in in a co m id a d e igu a l o u su p erio r a vin te an os) d a ald eia d e Lim ão Verd e, Mu n icí-p io d e Aq u id au an a, foi en trevistad a a resicí-p eito d e h á b ito s a lim en ta res e p rá tica d e a tivid a d e física, b em com o ten d o realizad o exam e clín i-co gin ei-cológii-co. Nesta am ostra d eterm in ou -se o ín d ice d e m a ssa co rp o ra l (IMC) va len d o -se d a razão en tre as m ed id as d e p eso e q u ad rad o d a altu ra p ara cad a en trevistad a (An jos, 1992) (Tab ela 1).
Result ados
Na an álise d a am ostra d e m u lh eres d as d ez al-d eia s Terén a p a rticip a n tes al-d este estu al-d o, 80% referiram situ ação m atrim on ial estável, sen d o 15,3% solteiras, 3,9% viúvas e apen as três m ulhe-res referiram ser sep arad as/ d ivorciad as (0,9%).
Cerca d e 86% tiveram p elo m en os u m a gestação, com u m a m éd ia d e cin co gestações, ten do 42% referido cin co ou m ais gestações ao lon go d a vid a ( Ta b ela 2). En tre a s q u e en gra vid a -ram (283), 98,6% evolu í-ram a gestação a term o, sen d o o b serva d a u m a m éd ia d e 4,6 filh o s p o r m u lh er, ten d o a p en a s 1,4% referid o a p rá tica d e ab ortam en to.
En tre as en trevistad as q u e gestaram , a id a-d e m éa-d ia à p rim ip aria-d aa-d e foi 18,9 an os, ten a-d o ocorrid o d u ran te a p u b erd ad e em 5,3% d estas, em 34% d u ran te a ad olescên cia e em 3,8% ap ós os 28 an os d e id ad e (Tab ela 2).
A id ad e m éd ia à m en arca foi 12,3 an os, ob -ser va n d o -se q u e em 2,8% d a s m u lh eres esta ocorreu an tes d os 11 an os d e id ad e, e em 30% a p a rtir d o s 13 a n o s d e id a d e ( Ta b ela 2). Da s 51 m u lh eres qu e h aviam alcan çad o a m en op au sa, 36 (70%) o fizeram an tes d os cin qü en ta an os d e id ad e.
A u tilização d e m étod os an ticon cep cion ais h o rm o n a is fo i referid a p o r 13 en trevista d a s (4%), ten d o 64 (19,4%) referid o an ticon cep ção cirú rgica , e 77% a n ã o -u tiliza çã o d e q u a lq u er m éto d o. O ta b a gism o fo i referid o p o r a p en a s 7% d a s m u lh eres. Rela tos d e a n teced en tes fa -m iliares d e cân cer fora-m -m en cion ad os p or 29 en trevistadas (8,8%), sen do todos de localização extram am ária (14 casos d e cân cer u terin o e 15 em ou tras localizações). An teced en tes p essoais de cân cer en tre as en trevistadas foram m en cio-n ad os p or sete m u lh eres (2,1%), secio-n d o q u atro casos d e cân cer u terin o e u m d e tu m or gen ital. Na an álise d a am ostra d e q u aren ta m u lh e-res da aldeia de Lim ão Verde, realizada em 1997,
Tab e la 1
Distrib uição e tária d as amo stras d e vo luntárias. Ald e ias Te ré na, municíp io s d e Aq uid auana e Anastácio , Mato Gro sso d o Sul, 1995 e 1997.
Idade (anos) Amost ra* Aldeia Limão Verde
n % n %
< 20 48 14,6 – –
20-29 101 30,6 13 32,5
30-39 73 22,1 13 32,5
40-49 33 10,0 5 12,5
50-59 35 10,6 3 7,5
60-69 17 5,2 5 12,5
> 69 15 4,6 1 2,5
Ig no rad a 8 2,4 – –
Tot al 330 100,0 40 100,0
resu ltad os sim ilares foram ob servad os em rela-ção ao n ú m ero d e gestações (m éd ia d e 3,8 ges-tações, d esvio-p ad rão d e 2,6), p arid ad e (m éd ia d e 3,72 filh os, d esvio-p ad rão d e 2,6), id ad e m a-tern a à p rim eira gestação (m éd ia d e 20,4 an os, d esvio-p ad rão d e 5,6), id ad e à m en arca (m éd ia d e 12,1 an os, d esvio-p ad rão d e 0,9). A d u ração m éd ia d o aleitam en to m atern o ao lon go d a vi-d a foi vi-d e 84 m eses, a p revalên cia vi-d e tab agism o de 1,5%, ten do sido referidos an teceden tes fam i-liares d e cân cer em p aren tes d e p rim eiro grau em 25% d as en trevistad as, sen d o estes tam b ém d e lo ca liza çã o extra m a m á ria (cin co ca so s d e cân cer uterin o, quatro de boca e um a leucem ia).
So m en te d u a s m u lh eres referira m u so d e an ticon cep cion al h orm on al (com d u ração d e 3 e 4 an os, resp ectivam en te), en qu an to d ezesseis (40%) referiram ter sid o su b m etid as à esterili-zação cirú rgica. Não h ou ve relatos d e con su m o d e b eb id as alcoólicas n em d a p rática d e esp or-tes ou ativid ad es físicas regu lares n este gru p o. O p ad rão d e d istrib u ição d o IMC d eterm in ad o n esta am ostra foi o segu in te: IMC < 19: u m a m u lh er (2,5%, IC 95%: 0,1-14,7); IMC 19-24: oi-to m u lh eres (20,0%, IC 95%: 9,6-36,1); IMC 25-29 (so b rep eso ): vin te m u lh eres (50%, IC 95%: 34,1-65,9); e IMC > 29 (o b esid a d e): 11 Mu lh e-res (27,5%, IC 95%: 15,1-44,1).
A Ta b ela 3 a p resen ta d istrib u içã o d e freqü ên cias d o p ad rão d e con su m o alim en tar d u ran te as refeições n a am ostra estu dada, evid en -cian d o-se elevad a p revalên cia d e con su m o d e carb oid ratos em tod as as refeições n a am ostra estu d ad a. Nos in tervalos en tre refeições, foram ob tid os relatos sob re o con su m o u su al d e fru -tas d e estação coletad as n a p róp ria ald eia, tais com o caju , m am ão, b an an a, laran ja e m an ga.
Discussão
Mu ito p ou co se con h ece sob re as con d ições d a sa ú d e d a m u lh er en tre o s p ovo s in d ígen a s si-tu ad os n o Brasil, in clu in d o asp ectos relativos à ep id em iologia d e certas n eop lasias. Este trab a-lh o teve com o p on to d e p artid a a con statação, b asead a em evid ên cias clín icas, m as q u e carecia d e su p o rte ep id em io ló gico, q u a n to à n ã o -o b ser va çã -o d e ca s-o s d e câ n cer d e m a m a em m u lh eres Terén a . Esse fa to, q u e p o d eria ta m b ém ser d evid o ao red u zid o con tin gen te p op u -lacion al an alisad o, estim u lou a organ ização d e u m in q u érito q u e p erm itisse a n a lisa r a d istri-b u ição d e fatores d e risco associad os a tal n eo-p lasia n este gru eo-p o eo-p oeo-p u lacion al.
Este estu d o n ão se b aseia em u m a am ostra de caráter aleatório. Há, p ortan to, a p ossibilid ad e ad e o co rrên cia ad e p o ssíveis ten ad en cio siad a -d es qu an to à p ercep ção -d e seu esta-d o -d e saú -d e e con d icion an tes, acarretad a p elo fato d os in -d iví-d u o s p a rticip a n tes terem se a p resen ta -d o volu n tariam en te. A op ção d e seleção d as p arti-cip a n tes d ecorreu d e d ificu ld a d es in eren tes à realização de u m estu do em p regan do dois idiom a s (Portu gu ês e Terén a ), b eidiom coidiom o eidiom fu n -ção d a esp erad a resistên cia cu ltu ral relacion ad a à su a im p lem en ta çã o n u m a p o p u la çã o in -d ígen a com an tece-d en tes -d e relações com p lexas com a socied ad e n acion al e seu s rep resen -tan tes. Ou tro fator p oten cialm en te im p or-tan te n a in trod u ção d e ten d en ciosid ad es d iz resp ei-to à n ecessid ad e d e record ação d e faei-tos
ocorri-Tab e la 2
Distrib uição d e fre q üê ncias d e variáve is re p ro d utivas se le cio nad as. Amo stra d e mulhe re s Te ré na, municíp io s d e Aq uid auana e Anastácio , Mato Gro sso d o Sul, 1995.
Variável reprodut iva n %
N úmero de gest ações
0 47 14,2
1-2 73 22,1
3-4 73 22,1
5-7 78 23,7
8-10 38 11,5
11 o u mais 21 6,4
Tot al 330 100,0
Paridade
1-2 80 28,6
3-4 75 26,9
5-7 74 26,5
8-10 37 13,3
11 o u mais 13 4,7
Tot al 279 100,0
Idade da 1agest ação
12-14 14 5,2
15-17 89 33,2
18-24 145 54,2
25-27 10 3,7
28 o u mais 10 3,7
Tot al 268 100,0
Idade à menarca
8-10 9 2,9
11-12 206 66,7
13-14 75 24,3
15-17 15 4,9
18 e mais 4 1,3
d os h á d écad as p assad as, com o a id ad e d a m e-n arca, sob retu d o e-n as m u lh eres m ais id osas.
A in existên cia d e relatos d e casos d e cân cer d e m am a n a p op u lação d e m u lh eres Terén a d e origem ru ral q u e geraram as am ostras an alisa-d a s n este tra b a lh o n ã o alisa-d eve a p o n ta r p a ra ge-n eralizações, u m a vez q u e a au sêge-n cia d e casos d esta n eop lasia p od eria resu ltar d o acaso. Por o u tro la d o, a cred ita -se ser p o u co p rová vel a existên cia d e su b n o tifica çã o d e ca so s d e câ n -cer d e m a m a n esta s co m u n id a d es, em d eco r-rên cia d e d ificu ld a d es d e a cesso a o s ser viço s d e sa ú d e, visto q u e fo ra m o b ser va d o s rela to s afirm ativos d e an teced en tes d e cân cer em ou -tras localizações an atôm icas.
Crê-se q u e a im p ortân cia d e se d escrever o p ad rão d e d istrib u ição d os fatores d e risco p a-ra o cân cer d e m am a em d iferen tes gru p os p o-p u la cio n a is o-p o d e vir a a o-p o n ta r a lgu m a s evi-d ên cia s evi-d e in teresse p a ra a co m p reen sã o evi-d o s m ecan ism os m u lticau sais en volvid os n a h istó-ria n atu ral d esta d oen ça. Desta m an eira, os p a-d rões a-d e a-d istrib u ição a-d e variáveis rep roa-d u tivas e d a d ieta em ergen tes d esta a n á lise a p o n ta m p ara certas con sid erações im p ortan tes a serem d estacad as.
Em p rim eiro lu gar, verifica-se qu e o p ad rão d e variáveis rep rod u tivas ob servad o (Tab ela 2) caracteriza u m p erfil qu e p od eria ser gen erica-m en te a p o n ta d o co erica-m o p ro teto r (d ierica-m in u içã o d e risco ) em rela çã o a o d esen vo lvim en to d o câ n cer d e m a m a : 2,8% d e m u lh eres co m m e-n arca p recoce (m ee-n os d e 11 ae-n os), m ee-n op au sa co m id a d e m é d ia d e 47 a n o s, e le va d a d ist ri-b u ição d e gestações a term o (63% com três ou m ais gestações), aleitam en to m atern o p rolon -gad o (sete an os em m éd ia), red u zid a n u lip d ad e (14%), elevad a p revalên cia d e p rim ip ari-d aari-d e en tre 18 e 27 an os ari-d e iari-d aari-d e (59%), e p re-valên cia red u zid a d a ú ltim a gestação em id ad e rep rod u tiva avan çad a (23% com id ad e su p erior a 31 an os d e id ad e).
In ú m eros relatos etn ográficos e d em ográfi-cos sob re os p ovos in d ígen as situ ad os n o Brasil ap on tam p ara o in ício d as p ráticas rep rod u ti-va s em m u lh eres já n a a d o lescên cia , n ã o ra ro p o r vo lta d o s 13-14 a n o s, e q u e se esten d em , co m freq ü ên cia , a té o s 40-45 a n o s (Ad a m s & Price, 1994; Early & Peters, 1990; Flowers, 1994). Ou tro asp ecto evid en ciad o n esses estu d os d iz resp eito à lon ga exten são d o p eríod o d e aleita-m en to ob servad o ealeita-m d iversos gru p os. Early &aaleita-mp; Peters (1990) estim aram qu e as m u lh eres Yan o-m á o-m i, d evid o à a lta fecu n d id a d e e à p rá tica freq ü en te d e aleitam en to, p assam , em m éd ia, 92% d e seu p erío d o rep ro d u tivo o u grá vid a s, ou am am en tan d o. Ded u z-se, p ortan to, q u e as m u lh eres Ya n o m á m i d evem exp erim en ta r a o
lon go d e su as vid as u m a m en or qu an tid ad e d e ciclos ovu latórios, algo qu e talvez p ossa ser com u com en tre as com u lh eres d e com u itos ou tros gru -p os in d ígen as.
Em b o ra o p a p e l d o e m p re go d e a n ovu la -t ó rio s e a p rá -tica d e a b o r-ta m en -to n a h is-tó ria n a tu ra l d o câ n cer d e m a m a seja co n troverso (Brin ton et a l., 1997; Ca n ty, 1997), a p reva lên -cia d e am b os, n as am ostras d e m u lh eres Teré-n a aTeré-n alisad as, foi red u zid a.
Em seu con ju n to, os resu ltad os d o p resen te estu d o in d ica m p a ra u m p a d rã o red u zid o d e exp o siçã o h o rm o n a l en d ó gen a e exó gen a n a s m u lh eres Terén a ao lon go d e su a vid a rep rod u -tiva, em d ecorrên cia d e u m a m en or freqü ên cia d o n ú m ero d e ciclos ovu latórios. Assim , tan to estas ap resen tam u m relativo retard o m éd io n a id ad e d e in ício d e su a vid a rep rod u tiva, qu an to p recocid ad e em seu térm in o. Vid a rep rod u tiva q u e é freq ü en tem en te in terca la d a p o r n u m e-rosas gestações, segu id as d e aleitam en to p rolo n ga d o, even to s estes a co m p a n h a d o s d e su p ressão d os ciclos ovu latórios. Logo, u m a m u lh er Terén a n ão ap en as p arece u su alm en te ad -q u irir o efeito p ro teto r d o p ro cesso d e p len o
Tab e la 3
Re lato d e co nsumo alime ntar usual. Amo stra d e mulhe re s Te ré na*, ald e ia d e Limão Ve rd e , Municíp io d e Aq uid auana, Mato Gro sso d o Sul, Brasil, 1997.
It em Desjejum Almoço Jant ar
n % n % n %
Mand io ca 13 32,5 30 75,0 12 30,0
Arro z 14 35,0 40 100,0 14 35,0
Fe ijão 3 7,5 40 100,0 16 40,0
Faro fa 1 2,5 6 15,0 – –
Milho – – 12 30,0 4 10,0
To mate – – 6 15,0 – –
Batata – – 3 7,5 8 20,0
Frang o – – 12 80,0 2 5,0
Carne ve rme lha – – 20 50,0 2 5,0
Ab ó b o ra – – 6 15,0 – –
Macarrão – – 18 45,0 32 80,0
Extrato d e to mate – – 6 15,0 20 50,0
Café 20 50,0 – – – –
Açúcar 13 32,5 – – – –
Pão 27 67,5 – – – –
Chá-mate 25 62,5 – – – –
Le ite 9 22,5 – – – –
Fruta 2 5,0 – – – –
Bo lo 5 12,5 – – – –
O vo 3 7,5 – – – –
Marg arina 1 2,5 – – – –
d esen volvim en to d as célu las m am árias em d e-corrên cia d a p rim eira gestação a term o em id a-d e rep roa-d u tiva p recoce, com o tam b ém ten a-d e a a p resen ta r red u çã o n o n ú m ero tota l d e ciclos ovu latórios – estim u lad ores d a m itose d as cé-lu las m am árias – ao lon go d e su a vid a.
Portan to, p od er-sia su p or q u e as m u lh eres Terén a estariam , em m éd ia, m en os p rop en -sa s à fo rm a çã o d e célu la s m a m á ria s a típ ica s, p assíveis d e in teragirem com agen tes can cerí-gen os n o am b ien te, fato este d ecorren te sob re-m od o d e su a p len a re-m atu ração ad vin d a d e ges-tações a term o em id ad e jovem , b em com o d e u m a m en or ocorrên cia d e estím u los con tín u os ao p rocesso d e d ivisão celu lar n a m am a.
O segu n d o a sp ecto d e d esta q u e p a ra ser avaliad o d iz resp eito ao p erfil alim en tar ob ser-vad o n a am ostra an alisad a d e m u lh eres d a al-d eia al-d e Lim ão Veral-d e. Ain al-d a qu e a com p reen são sob re o p ap el d a d ieta n o d esen volvim en to d o cân cer d e m am a ap resen te con trovérsias (Ho-we et a l., 1990; Ko h m eier & Men d ez, 1997), existem evid ên cia s d e q u e go rd u ra a n im a l e co n su m o d e b eb id a s a lco ó lica s (Ha ile et a l., 1996; Koh lm eier & Men d ez, 1997; Nagao et al., 1994; Sm ith et al., 1994) atu em com o fatores d e risco, en qu an to o con su m o d e fru tas e vegetais ricos em fib ras e an tioxid an tes d esem p en h em p a p el d e fa to res d e p ro teçã o p a ra o câ n cer d e m a m a (Freu d en h eim et a l., 1996; Pa wlega , 1992; Rose, 1990; Yu an et al., 1995). Em relação ao con su m o d e gord u ra an im al, su sp eita-se d e u m a p ossível ação carcin ogên ica d a d ieta rica n este item d u ra n te a in fâ n cia , esp ecia lm en te n a ad olescên cia, q u an d o se acen tu a o p roces-so d e d ivisão celu lar n a m am a. Portan to, acre-d ita -se q u e a m esm a p o ssa a p resen ta r u m a con trib u ição im p ortan te p ara o cân cer d e m a-m a e p ara ou tras n eop lasias en d ócrin as (p rós-tata e ovário) em qu e tais relações estão m elh or estab elecid as (Gam m on & Joh n , 1993).
Um a segu n d a visita ao cam p o revelou q u e as in form ações, in icialm en te forn ecid as p elas p articip an tes qu an to ao con su m o de carn e ver-m elh a e fran go (Tab ela 3) su geriaver-m ter sid o artificialm en te in flad as, em d ecorrên cia d a con -cep çã o d o q u e co n sid era va m ser h a b itu a l n o p ad rão alim en tar d a p op u lação n ão in d ígen a. Neste sen tid o, o p ad rão alim en tar em ergen te, to m a n d o -se p o r b a se ta is co rreçõ es, é o d e u m a d ieta rica em carb oid ratos, fru tas e legu -m es, co -m b a ixo co n su -m o d e go rd u ra a n i-m a l n ão com ercializad a n as ald eias estu d ad as, b em com o a q u ase in existên cia d o con su m o d e b e-b id as alcoólicas. Este p erfil alim en tar, associa-d o à au sên cia associa-d e u m a p rática regu lar associa-d e ativi-d aativi-d es físicas, p arece refletir-se n a elevaativi-d a p re-va lên cia d e o b esid a d e o b ser re-va d a n a a m o stra
d a ald eia d e Lim ão Verd e, sen d o am b os fatores d e risco p ara o cân cer d e m am a (Magn u son et al., 1998; Swan son et al., 1996; Ziegler, 1997). As elevad as p revalên cias d e sob rep eso e ob esid a-d e en tre as m u lh eres Terén a, a-d a ora-d em a-d e, res-p ectivam en te, 50%(34,1-65,9) e 27% (15,1-44,1), in d ica n d o p o rta n to u m excesso p o n d era l em m ais d e três q u artos d as m u lh eres an alisad as, p arecem resu ltar d e u m p ad rão d e vid a in ten sa m en te sed en tá rio, d esen vo lvid o n u m a co m u n id ad e ain d a p arcam en te in serid a en qu an -to força d e trab alh o n a socied ad e d e m ercad o b ra sileira , e viven d o com os fru tos ob tid os d e u m a eco n o m ia d e su b sistên cia , co m eleva d o con su m o alim en tar d e carb oid ratos.
Em resu m o, o p ad rão d e d istrib u ição d e va-riáveis rep rod u tivas e d a d ieta id en tificad o n a am ostra an alisad a d e m u lh eres Terén a p od eria ser ca tego riza d o, em seu co n ju n to, co m o d e b aixo risco p ara o d esen volvim en to d e cân cer d e m am a, exceção feita aos n íveis d e sed en tarism o, sob rep eso e ob esid ad e ob servad os. Fu -tu ra m en te, p reten d e-se a va lia r a p ersistên cia o u m o d ifica çã o d estes p a d rõ es em m u lh eres d esta com u n id ad e q u e m igraram p ara cen tros u rb an os com o Cam p o Gran d e, Mato Grosso d o Su l, e se esta s m u d a n ça s, p o rven tu ra existen -tes, foram tam b ém acom p an h ad as d e m od ifi-ca çõ es n o p a d rã o d e d istrib u içã o d o s fa to res d e risco associad os ao cân cer d e m am a.
Agradeciment os
Os au tores agrad ecem à Fu n d ação Nacion al d o Ín d io e às Secretarias Mu n icip ais d e Saú d e d e Aq u id au an a e An astácio, Mato Grosso d o Su l, o ap oio técn icofin aicofin ceiro p restad o p ara o d eseicofin volvim eicofin to d esta iicofin -vestiga çã o, b em co m o m a n ifesta m su a gra tid ã o a o Prof. Ricard o Ven tu ra p elas valiosas su gestões e revi-são crítica d o texto.
Referências
ADAMS, K. & PRICE, D., 1994. Th e Dem ograp h y of Sm all-Scale Societies: Case Stu d ies from Low lan d Sou th Am erica. Sou th Am erican In d ian Stu d ies 4. Ben n in gton : Ben n in gton College.
ALTENFELDER, S. F., 1949. Mu d an ça cu ltu ral d os Te-ren a . Revista d o Mu seu Pau lista, N ova Série, 3: 271-379.
ANJOS, L. A., 1992. Ín d ice d e Massa Corp oral (m assa co rp o ra l/ esta tu ra2) co m o in d ica d o r d o esta d o n u tricion al d e ad u ltos: Revisão d a literatu ra. Re-vista de Saú de Pú blica, 26:431-436.
APTER, D., 1996. Horm on al even ts d u rin g fem ale p u -b erty in rela tion to -b rea st ca n cer risk. Eu rop ean Jou rn al of Can cer Preven tion, 5:476-482.
BRINTON, L. A.; GAMMON, M. D.; MALONE, K. E.; SCHOENBERG, J. B. & DALING, J. R., 1997. Mod i-fica tio n o f o ra l co n tra cep tive rela tio n sh ip s o n b rea st ca n cer risk b y selected fa cto rs a m o n g you n ger wom en . Con traception, 55:197-203. CANTY, L., 1997. Breast can cer risk: Protective effect
o f a n ea rly first fu llterm p regn a n cy versu s in -creased risk of in d u ced ab ortion . On cology Nu rs-in g Foru m, 24:1025-1031.
CEDI (Cen tro Ecu m ên ico d e Docu m en tação e In for-m a çã o )/ PETI (p ro jeto estu d o so b re Terra s In d í-gen as n o Brasil), 1990. Terras In dígen as do Brasil. São Pau lo: Pu b licações Ced i.
Conclusões
A an álise d a d istrib u ição d e variáveis rep rod u -tivas p or in term éd io d e in qu érito d e saú d e rea-liza d o em d u a s a m o stra s d e m u lh eres in d íge-n a s Teréíge-n a d e á rea ru ra l íge-n o Esta d o d e Ma to Grosso d o Su l revelou a ocorrên cia d e 2,8% d e m en a rca a n tes d o s 11 a n o s d e id a d e, 71% d a s m u lh eres co m a n teced en tes d e três o u m a is
EARLY, J. D. & PETER, J. F., 1990. Th e Pop u lation Dy-n am ics of th e Mu cajai YaDy-n om am a. Sa n Diego : Acad em ic Press.
FLOWERS, N., 1994. Crise e recu p eração d em ográfi-ca : Os Xa vá n te d e Pim en tel Ba rb osa . In : Saú d e e Povos In d ígen as(R. V. Sa n to s & C. E. A. Co im b ra Jr., org.), p p. 213-242, Rio d e Jan eiro: Ed itora Fio-cru z.
FREUDENHEIM, J. L.; MARSHALL, J. L. R & VENA, J. E., 1996. Prem en op ausal breast can cer risk an d in take o f vegeta b les, fru its a n d rela ted n u trien ts. Jou r-n al of th e Natior-n al Car-n cer Ir-n stitu te, 88:340-348. GAMMON, M. & JOHN, E., 1993. Recen t etiologic h
y-p oth esis con cern in g b reast can cer. Epidem iologic Review s, 15:163-168.
HAILE, R. W.; WITTE, J. S. & URSIN, G., 1996. A case-con trol stu d y of rep rod u ctive variab les, alcoh ol, a n d sm o kin g in p rem en o p a u sa l b ila tera l b rea st can cer. Breast Can cer Research an d Treatm en t, 37: 49-56.
HARDY, E. E.; PINOTTI, J. A.; OSIS, M. J. D. & FAÚN-DES, A., 1993. Variáveis rep rod u tivas e risco p ara câ n cer d e m a m a : Estu d o ca so co n tro le d esen -volvid o n o Brasil. Boletín d e la Oficin a San itaria Pan am erican a, 115:93-102.
HOWE, G. R.; HIROHATA, T.; HISLOP, T. J.; ISCOVICH, J. M.; YUAN, J. M. & KATSOUYANNIK, K., 1990. Dieta r y fa cto rs a n d risk o f b rea st ca n cer: Co m -b in ed an alysis of 12 case-con trol stu d ies. Jou rn al of th e Nation al Can cer In stitu te, 82:561-569. KELSEY, J. L. & H ORNROSS, P. L., 1993. Brea st ca n
-cer: Ma gn itu d e o f th e p ro b lem a n d d escrip tive ep id em iology. Epidem iologic Review s, 15:7-16. KOH MEIER, L. & MENDEZ, M., 1997. Co n troversies
su rrou n d in g d iet an d b reast can cer. Proceed in gs of th e Nu trition Society, 56(1B):369-382.
KOIFMAN, S. & KOIFMAN, R. J., 1997. Ep id em iologi-cal tren d s of fem ale b reast can cer in Brazil. Breast Can cer Research an d Treatm en t, 49:41.
KOIFMAN, S. & KOIFMAN, R. J., 1999. In cid ên cia e m ortalid ad e p or cân cer n o Brasil. In : Qu estões da Saú d e Rep rod u tiva (K. Giffin & S. H. Costa, org.), p p. 227-251, Rio d e Jan eiro: Ed itora Fiocru z. MAGNUSSON, C.; BARON, J.; PERSON, I.; WOLK, A.;
BERGSTROM, R.; TRICHOPOULOS, D. & ADAMI, H . O., 1998. Bo d y size in d ifferen t p erio d s o f life an d breast can cer risk in post-m en opausal wom en .
In tern ation al Jou rn al of Can cer, 76:29-34.
MANGOLIN, O., 1993. Povos In dígen as n o Mato Grosso do Su l:Viverem os por m ais 500 An os. Cam p o Gran -d e: Con selh o In -d igen ista Mission ário.
MS (Min istério d a Sa ú d e), 2000. Estim ativas 2000. Brasília: In stitu to Nacion al d o Cân cer, Min istério d a Saú d e.
NAGAO, M.; USHIJIMA, T. & WAKABAYASHI, K., 1994. Dietary carcin ogen s an d m am m ary carcion gen e-sis. Can cer, 74:1063-1069.
OBERG, K., 1990. A econ om ia Teren a n o Ch aco. Terra In dígen a, 7:20-40.
OLIVEIRA, R. C., 1976. Do Ín d io ao Bu gre: O Processo d e Assim ilação d os Teren a.2aEd . Rio d e Jan eiro:
Fran cisco Alves.
PARKIN, D. M.; MUIR, C. S.; WHELAN S. L.; GAO, Y. T.; FERLAY, J. & POWELL, J., 1992. Can cer In cid en ce in Five Con tin en ts. IARC Scien tific Pu b lica tio n s 120. Oxford : Oxford Un iversity Press/ In tern ation -al Agen cy for Research on Can cer.
PAWLEGA, J., 1992. Breast can cer an d sm okin g, vod -ka d rin kin g a n d d ieta r y h a b its. A ca se-co n tro l stu d y. Acta On cologica, 31:387-392.
ROSE, D. P., 1990. Dietary fib er an d b reast can cer. Nu -trition an d Can cer, 13:1-8.
SMITH, S. J.; DEACON, J. M. & CHILVERS, C. E., 1994. Alcoh ol, sm okin g, p assive sm okin g an d caffein e in relation to b reast can cer risk in you n g wom en . UK Na tio n a l ca se-co n tro l stu d y gro u p. British Jou rn al of Can cer, 70:112-119.
SWANSON, C. A.; COATES, R. J.; SCHOENBERG, J. B.; MALONE, K. E.; GAMMON, M. D.; STANFORD, J. L.; SHORR, I. J.; POTISCHMANNA, L. A. & BRIN-TON, L. A., 1996. Bod y size an d b reast can cer risk a m o n g wo m en u n d er a ge 45 yea rs. Am erican Jou rn al of Epidem iology, 143:698-706.
TAVANI, A.; GALLUS, S.; LA VECCHIA, C.; NEGRI, E.; MONTELLA, M.; DAL MASO, L. & FRANCESCHI, S., 1999. Risk factors for b reast can cer in wom en u n d er 40 yea rs. Eu rop ean Jou rn al of Can cer, 35: 1361-1367.
YUAN, J. M.; WANG, Q. S.; ROSS, R. K. & H ENDERSON, B. E. & YU, M. C., 1995. Diet an d b reast can -cer in Sh an gai an d Tian jin , Ch in a. British Jou rn al of Can cer, 71:1353-1358.