UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS - RIO CLARO
MARIANA PANZA BORTOLIN
UMA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA QUANTO À
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO PERÍODO DE 1988 A 2013
Rio Claro 2015
MARIANA PANZA BORTOLIN
UMA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA QUANTO À
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO PERÍODO DE 1988 A 2013
Orientador: Prof. Dr. Roger Miarka
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Câmpus de Rio Claro, para obtenção do grau de licenciada em Pedagogia
Bortolin, Mariana Panza
Uma análise da legislação brasileira quanto à educação inclusiva no período de 1988 a 2013 / Mariana Panza Bortolin. - Rio Claro, 2015
28 f. : il.
Trabalho de conclusão de curso (licenciatura - Pedagogia) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Rio Claro
Orientador: Roger Miarka
1. Educação especial. 2. Legislação brasileira. 3. Leis na educação inclusiva. I. Título.
371.9 B739u
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AGRADECIMENTO
Agradeço primeiramente meus pais, por cada esforço que fizeram, para me
manter na Universidade até a conclusão do meu curso, por serem meus melhores
amigos e estarem sempre por perto.
Especialmente aqui, agradeço ao meu orientador Roger Miarka, pela
orientação e incrível paciência comigo.
A toda minha família, os Panza com as broncas e amor, e aos Bortolin pelas
risadas e companheirismo inigualável.
Aos meus amigos queridos da kitnet, que fizeram da Doce Cabana um
verdadeiro lar, os amigos que fiz na Unesp Rio Claro e outros campus, que fizeram
da minha jornada na faculdade algo inexplicavelmente maravilhoso. E também aos
amigos de São José dos Campos pelo apoio constante.
Dentre tantos nomes de amigos, vale citar minha querida companheira de
casa, irmãzinha Tailiny e minha incrível Bruna por cada risada e confidência.
Um beijo especial, aqui, para minha madrinha Cuca e meu primo Túlio, pelo
apoio e auxílio nessa fase.
E por fim, minhas estrelinhas que estão no céu, sempre olhando por mim aqui
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RESUMO
Vivemos em uma época em que a Educação Inclusiva é amplamente enfatizada. No
que concerne à legislação brasileira, ela possuí inúmeros artigos e leis que citam a
educação inclusiva em esfera nacional, que se movimentaram ao longo do tempo.
Essa pesquisa procura trabalhar com as leis que tratam da inclusão desde 1988 até
hoje, seus aspectos sociais analisadas em seu movimento histórico. Abordando
referências bibliográficas que deem suporte teórico para a compreensão do tema.
Palavras-chave: Educação inclusiva; Legislação Brasileira; Leis na educação
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ________________________________________________ p. 5
2 OBJETIVO ___________________________________________________ p. 6
3 METODOLOGIA _______________________________________________ p. 7
4 SÍNTESE CRONOLÓGICA DA EVOLUÇÃO LEGAL ACERCA DA EDUCAÇÃO
INCLUSIVA ____________________________________________________ p. 8
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ______________________________________ p. 22
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1 INTRODUÇÃO
Ao longo dos meus estudos na Pedagogia, me inquietei com vários fatores,
desde a interação do professor com o aluno, até as atividades mais simples da
educação básica, mas por começar a trabalhar com uma criança que se encontra no
espectro-autismo, a educação inclusiva me ajudou a ver a educação com outros
olhos, olhos mais atentos às necessidades especiais de cada indivíduo.
Juntamente com meu trabalho junto a essa criança autista, percebi que
muitas vezes, mesmo com o suporte da lei, os pais ou responsáveis da criança não
conseguem obter o melhor tratamento e sistema educacional necessário para o
desenvolvimento psíquico e social do indivíduo. E a ideia para o projeto surgiu
exatamente dessa situação, em que a mãe do meu aluno tinha que pagar meus
serviços como apoio pedagógico dentro da sala de aula do próprio bolso, além da
mensalidade da escola em que ele estava matriculado.
Já existe uma legislação brasileira legislando sobre a educação inclusiva.
Meu objetivo, com este trabalho, é analisar a movimentação histórica dessa temática
na legislação brasileira, analisando-a, de modo a entender como a inclusão é
realizada a partir de 1988, quando aparecem as primeiras disposições na legislação
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2 OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é compreender como se dá a legislação que trata da
criança com necessidade especial, entendida em seu processo histórico de
constituição a partir de 1988.
Entender a presença da criança com necessidade especial na legislação
brasileira de maneira atualizada, tomando-a em seu processo de constituição
histórico. A pesquisa terá como objetivo a disponibilização de toda a legislação que
lida com o tema educação inclusiva, para assim auxiliar os interessados no tema,
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3 METODOLOGIA
A pesquisa pode ser tomada como bibliográfica, tendo assim a análise de
documentos existentes visando às diferentes contribuições disponíveis para o
estudo da legislação brasileira no que se refere à Educação Inclusiva.
Em um primeiro momento, levantarei todos os documentos oficiais brasileiros
- tais como leis, decretos e portarias - que tratam do tema. Será necessário um
estudo paralelo que me ajude a compreender qual é a diferença entre esses
diferentes dispositivos legais.
Uma vez que o primeiro documento oficial que trata desse tema é a LDB de
1988, tomo este como o marco inicial do trabalho, cujo recorte se encerrará no ano
de 2013, ainda que, por ventura, haja atualização da legislação depois desse
período.
Realizado o levantamento das leis, decretos, estatutos e portarias presentes
na Constituição de 1988 até o final de 2013, atentando-me às mudanças e
aprimoramentos que beneficiam a criança com deficiência na escola e seus direitos
como cidadãos, procederei com sua organização.
Buscarei colocá-los em ordem cronológica para, então, realizar sua análise.
Para isto, estudarei documento por documento em sequência cronológica. Após a
leitura pormenorizada de cada documento, elaborarei uma síntese que buscará
desvelar as mudanças que traz para a temática.
Procedendo desse modo, elaborei uma visão histórica sobre o tema e a
apropriação de um panorama legal de como a Educação Inclusiva se apresenta no
Brasil.
Todas as leis que possuem suas sínteses nessa pesquisa estão disponíveis
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4 SÍNTESE CRONOLÓGICA DA EVOLUÇÃO LEGAL ACERCA DA EDUCAÇÃO
INCLUSIVA
O Brasil acabava de sair de um regime militar, e a necessidade de se colocar
os direitos no papel, para que assim se estipulasse a verdadeira democracia de um
país livre, era iminente. E foi com a criação das Leis de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB) em 1988 que se deu início a democratização da educação dos
brasileiros.
A Constituição de 88 teve como exemplo as reformas constitucionais de
outros países, que no século XX tiveram a necessidade de democratizar suas
políticas baseadas nos ideais e lutas para a melhoria dos direitos da população.
1988 – Constituição da República Federativa do Brasil
Estabelece “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação” (art.3º inciso IV).
O artigo 5º inciso XLI estabelece que a lei punirá qualquer discriminação atentatória
dos direitos e liberdades fundamentais.
Temos também definido no artigo 6º os direitos sociais, sendo estes: educação,
saúde, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção à
maternidade e à infância e assistência aos desamparados.
Inserido no artigo 203, inciso IV acerca da assistência social, garante o direito a
quem dela necessitar independente de contribuição à seguridade social, tendo por
objetivo a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a
promoção de sua integração à vida comunitária;
Define, ainda, no artigo 205, a educação como um direito de todos, garantindo o
pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o
trabalho. No artigo 206, inciso I, estabelece a “igualdade de condições de acesso e
permanência na escola” como um dos princípios para o ensino e garante, como
dever do Estado, a oferta do atendimento educacional especializado,
preferencialmente na rede regular de ensino (art. 208).
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Esta lei trás consigo os valores básicos da igualdade de tratamento e oportunidade,
justiça social e respeito à dignidade a todos. Os dispositivos desta lei visam o dever
do governo a garantia às pessoas portadoras de deficiência o pleno acesso a
educação básica gratuita, além do direito a saúde, trabalho, lazer, previdência social,
amparo à infância e à maternidade.
Em seu artigo 2º a lei diz que o aluno portador de qualquer deficiência, deve ter
direito a inserção no sistema educacional, tanto na esfera pública quanto na privada;
a oferta da Educação Especial em estabelecimento público de ensino deve ser
obrigatória e gratuita; os alunos de inclusão devem ter os mesmos direitos ao
material escolar, merenda e bolsas de estudo da mesma forma que os alunos
regulares.
1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº. 8.069/90
No artigo 53 podemos encontrar no inciso I o direito de igualdade de condições para
o acesso e permanência na escola. Ainda no ECA em seu artigo 54 inciso III
avaliamos o dever do Estado em garantir o atendimento educacional especializado
aos portadores de deficiência.
1990 – Declaração Mundial de Educação para Todos
Esse documento foi elaborado na Conferência Mundial sobre a Educação para
Todos, realizado em 1990 na cidade de Jomtien, na Tailândia. Esse documento
engloba políticas para o aprimoramento e novas abordagens no contexto de
educação básica, visando a educação inclusiva. Documento esse que possa de
alguma forma mudar políticas públicas vigentes para a evolução da educação
inclusiva.
1994 – Declaração de Salamanca
Este documento é uma Resolução das Nações Unidas que dispõe de políticas e
práticas no âmbito da educação inclusiva.
1994 – Política Nacional de Educação Especial
Orienta-se nesse parâmetro de educação especial uma integração que permite o
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acompanhamento perante os alunos “normais”. Essa Política não faz nenhuma
mudança das práticas anteriores, apenas mantém a obrigatoriedade do ensino
inclusivo às instituições de educação especial.
1994 - Lei Nº 8.859/94
Esta lei modifica alguns dispositivos da lei nº 6.494/77, dando aos portadores de
necessidades especiais o direito a estágio.
1994 - Lei nº 10.098/94
No artigo 1º desta lei, encontra-se a necessidade da acessibilidade das pessoas
com deficiência física ou mobilidade reduzida. O direito a educação que a
acessibilidade garante está descrito no artigo 17º.
1994 - Portaria nº 1.793/94
Visa à capacitação dos professores que estão em contato com educandos com
necessidades especiais.
1994 – Resolução SE nº 135/94
A Secretaria da Educação, o Centro de Apoio Pedagógico para o Atendimento ao
Deficiente Visual – CAP, tendo esse centro como finalidade oferecer aos alunos com
baixa visão ou cegueira total, o apoio necessário para o pleno desenvolvimento da
leitura, à pesquisa e ao aprofundamento curricular, podendo atender esses
educandos em sua sede ou nas unidades escolares desprovidas de sala de
recursos.
1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.394/96
Em seu artigo 3º inciso I a LDBN assegura a igualdade de condições para o acesso
e permanência na escola. Mais especificamente, no artigo 4º inciso III a Lei garante
que o governo deve prover atendimento educacional especializado gratuito a todos
os educandos que tiverem quaisquer tipos de deficiências, tanto intelectuais quanto
físicas.
O artigo 58º desta deferida lei diz que “Entende-se por educação especial, para os
efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na
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desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação”, neste artigo encontramos os
deveres das instituições de ensino o apoio especializado, se o educando não
conseguir uma adaptação nas classes regulares poderá ser educado em locais que
ofereçam serviços especializados.
O modo como ensinar o educando que possua alguma deficiência deve ser
assegurado pelo sistema de ensino em que o mesmo estiver inserido, também o
acesso a educação especial para o trabalho para ter uma inserção na sociedade e
seus direitos preservados para “os benefícios dos programas sociais suplementares
disponíveis para o respectivo nível do ensino regular” são encontrados no artigo 59º.
1999 – Decreto nº 3.298 que regulamenta a Lei nº 7.853/89
Este decreto reforça as normas de proteção a pessoa portadora de deficiência e
esclarece quais são os tipos de deficiências aceitas perante a lei. E esse decreto
adota os dispositivos legais anteriores a ele que correspondam aos direitos
educacionais do deficiente perante a educação regular.
1999 - Decreto nº 3.076/99
É criado o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de
Deficiência – CONADE.
1999 - Portaria nº 319/99
O Ministério da Educação mostra interesse a partir dessa Portaria na difusão e
ensino da linguagem Braille de escrita.
2000 - Decreto nº 3.691/00 – Regulamenta a Lei nº 8.899/96
Determina o direito das pessoas com deficiência ao sistema de transporte coletivo
interestadual.
2000 - Decreto nº 3.952/01
Esse decreto dispõe sobre o Conselho Nacional de Combate à Discriminação –
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promoção da igualdade e da proteção dos direitos de indivíduos e grupos sociais e
étnicos afetados por discriminação racial e demais formas de intolerância” (artigo 2º).
2001 - Decreto nº 3.956/01
Assim como decreto à cima, promulga a Convenção Interamericana para a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de
Deficiência, visando assim a garantia de igualdade de tratamento.
2001 - Portaria nº 554/00
Essa Portaria tem como objetivo aprovar o Regulamento Interno da Comissão
Brasileira do Braille.
2001 – Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica
(Resolução CNE/CEB nº 2/2001)
Em seu artigo 1º a Diretriz garante a introdução do aluno com necessidade especial
em todas as etapas e modalidades da Educação Básica. A matrícula dos alunos
especiais cabe ao Sistema de Ensino, mas a escola é que deve organizar-se para o
pleno atendimento desse educando, assim de acordo com o artigo 2º dessa Diretriz.
É importante ressaltar que entende-se “Por educação especial, modalidade da
educação escolar, entende-se um processo educacional definido por uma proposta
pedagógica que assegure recursos e serviços educacionais especiais, organizados
institucionalmente para apoiar, complementar, suplementar e, em alguns casos,
substituir os serviços educacionais comuns, de modo a garantir a educação escolar
e promover o desenvolvimento das potencialidades dos educandos que apresentam
necessidades educacionais especiais, em todas as etapas e modalidades da
educação básica.” (artigo 3º). A acessibilidade do portador de necessidades
especiais deve ser assegurada pela instituição de ensino em que o educando estiver
inserido (acessibilidade essa que consiste na “eliminação de barreiras arquitetônicas
urbanísticas, na edificação e nos transportes escolares, bem como de barreiras nas
comunicações, provendo as escolas dos recursos humanos e materiais
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2001 – Plano Nacional de Educação – PNE, Lei nº 10.172/2001
No PNE encontra-se inserido novamente o direito a educação básica
preferencialmente no ensino regular. Os objetivos e metas do Plano Nacional da
Educação perante a Educação Especial abrange diversos dispositivos legais para a
melhoria da inclusão, entre eles vale destacar a parceria que deve ser feitas entre os
Municípios e as instituições de saúde e educação para o melhor atendimento dos
portadores de necessidades especiais, as escolas devem prover aos alunos uma
sala de recursos, para garantir o aprimoramento educacional e também é previsto
neste Plano a introdução da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) nas escolas, tanto
para os educandos surdos, quanto para seus familiares, equipe escolar e
comunidade.
2001 – Convenção da Guatemala (1999), promulgada no Brasil pelo Decreto nº
3.956/2001
O artigo 1º deste Decreto afirma que está eliminada toda e qualquer tipo de
discriminação à pessoa com deficiência, de acordo com a Convenção da
Guatemala. E esta Convenção prevê o direito a igualdade total e plena integração
social do portador de necessidades especiais.
2001 - Resolução CNE/CEB nº 2/01
A Resolução institui as Diretrizes Nacionais para a educação de alunos que
apresentem necessidades educacionais especiais.
2002 – Resolução CNE/CP nº1/02
Nessa Resolução as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de
Professores da Educação Básica diz que o professor deve se formar com foco na
diversidade, visando o entendimento da situação em que o educando especial se
encontra perante a educação.
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Encontra-se nessa Resolução a definição da carga horária dos cursos de Formação
de Professores da Educação Básica, em nível superior, em curso de licenciatura, de
graduação plena.
2002 – Resolução SE nº 61/02
As ações referentes a Projetos de Inclusão Escolar são dispostas nesta Resolução,
prevendo políticas de ação governamental voltadas a um Programa de Atendimento
aos alunos da rede pública, com necessidades educacionais especiais.
2002 – Lei nº 10.436/02
Nesta lei encontra-se a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como meio legal de
comunicação. Visa o apoio de todos no uso e difusão da LIBRAS como meio de
comunicação objetiva (artigo 2º).
Encontra-se também na lei a obrigatoriedade dos sistemas educacionais federais,
estaduais, municipais e do Distrito Federal na inclusão dos cursos de “Educação
Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do
ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros
Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente” (artigo 4º).
2002 – Portaria nº 2.678/02
Essa Portaria do MEC aprova a disseminação e ensino do sistema Braille de escrita
e recomenda seu uso em todo o território nacional.
2003 - Portaria nº 3.284/03
Dispõe sobre a acessibilidade dos portadores de necessidades especiais nos cursos
e instituições.
2004 – Cartilha – O Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes
Comuns da Rede Regular
Essa cartilha mostra a Educação Especial no Brasil, os direitos dos alunos com
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2004 – Decreto nº 5.296/04
Esse decreto regulamenta as leis10.048 e 10.098, visando a acessibilidade das
pessoas com deficiência motora ou dificuldade de locomoção. Dispõe em seu artigo
6º o direito de acentos prioritários em veículos coletivos, mobília diferenciada na
altura para o atendimento à cadeirantes, serviço de atendimento com intérpretes
para pessoas com deficiência auditiva. Em seu artigo 8º inciso I define acessibilidade
“condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos
espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de
transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por
pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida”.
2004 - Decreto nº 5.154/04
Este decreto revoga o Decreto nº 2.208/97. Este decreto regulamenta a Lei nº 9394/96
que estabelece a LDBN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional).
2004 – Resolução SE nº 21/04
A Secretaria de Estado da Educação, vinculado ao Centro de Apoio Pedagógico
Especializado – CAPE, o Núcleo de Apoio Pedagógico e Produção Braille para
Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual, jurisdicionado à Diretoria de Ensino
– Região de Araçatuba, visando o interesse do educando perante suas
necessidades estudantis.
2005 – Decreto nº 5.626/05
Decreto que prevê a inclusão de alunos surdos nas instituições de ensino e a
LIBRAS deve ser disposta como componente curricular nas escolas, prevendo
também a necessidade do professor conhecer também a língua de sinais.
2006 – Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos
Em seu quarto parágrafo do setor de ações pragmáticas, o Plano diz que deve-se
apoiar a capacitação dos profissionais da educação em vários setores, entre eles o
da Educação Especial. Em suas concepções e princípios, é considerado as
necessidades individuais e coletivas dos educandos. E no âmbito de conhecimento
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necessidade e direito de ter esses materiais modificados, contemplando as pessoas
com necessidades especiais (como material em braille por exemplo). Encontra-se
também nessas ações o projeto de que, dessa forma promover com a inclusão a
permanência na educação superior.
2006 - Portaria nº 976/06
Esta Portaria dispõe sobre os critérios de acessibilidade aos eventos do Ministério
da Educação.
2006 – Resolução SE nº 34/06
Assim como em Araçatuba em 2004, a Secretaria de Estado da Educação, vinculado
ao Centro de Apoio Pedagógico Especializado – CAPE, o Núcleo de Apoio
Pedagógico e Produção Braille para Atendimento às Pessoas com Deficiência
Visual, jurisdicionado à Diretoria de Ensino – Região de Marília, visando o interesse
do educando perante suas necessidades estudantis.
2007 – Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE
O PDE reafirma a necessidade da acessibilidade urbanística, o atendimento
especializado para os educandos especiais e a sala de recursos nas instituições de
ensino.
2007 – Decreto nº 6.094/07
No artigo 2º inciso IX encontra-se o dever da escola de garantir o acesso e
permanência na escola das pessoas com necessidades especiais.
2007 - Decreto nº 6.214/07
Aprova o Regulamento do Benefício de Prestação Continuada em seu artigo 1º e o
direito a Previdência Social é assegurado pelo artigo 2º.
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Este Decreto revoga o Decreto nº 2.264/97. Neste Decreto, o direcionamento dos
recursos do FUNDEB são exemplificados, a exemplo em seu artigo 9º, 2º parágrafo
admite-se o recurso do FUNDEB ser utilizado para o atendimento educacional
especializado aos estudantes da rede pública com atuação exclusiva na educação
especial.
2007 – Resolução SE nº 32/07
De acordo com a LDBN de 1996, essa Resolução considera a importância de
oferecer dispositivos legais para agilizar o desenvolvimento das ações do programa
de atendimento aos alunos da rede pública com necessidades educacionais
especiais. Em seu artigo 1º a Resolução trás o dever da Coordenadoria de Estudos
e Normas Pedagógicas – CENP em capacitar os educadores na área de Educação
Especial quando necessário.
2008 – Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva
Essa Política Nacional visa a elaboração de políticas públicas voltadas para a
Educação Especial, tendo embasamento no movimento histórico educacional em
que o foco são os educandos com necessidades especiais.
2008 - Decreto nº 186/08 – Aprova o texto da Convenção sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque,
em 30 de março de 2007, os dispositivos desta Convenção serão descritos no
Resolução a baixo.
2008 – Resolução SE nº 11/08
A Resolução aponta quais são, perante a lei, os alunos com necessidades especiais,
e quais devem ser as providências que devem ser tomadas para assegurar o pleno
atendimento das necessidades educacionais dos educandos.
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Decorre sobre as diretrizes e procedimentos para atendimento à demanda escolar
nas unidades escolares da Rede Estadual de Ensino.
2009 – Decreto nº 6.949 - Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência
Considerando que essa Convenção foi aprovada pelo Congresso Nacional por meio
doDecreto nº 186 de 2008, segue os dispositivos do Decreto nº 6.949 de 2009,
Decreto esse que promulga a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março
de 2007. Em seu artigo 1º o Decreto afirma o direito igualitário dos portadores de
necessidades especiais aos direitos humanos e liberdades fundamentais. O direito a
igualdade, a desaprovação de qualquer tipo de discriminação e a necessidade de
acessibilidade são encontrados no artigo 3º e 5º. Em relação a educação especial, o
artigo 24º deste referido Decreto dispõe do direito a permanência estudantil em
escolas regulares, e direito a educação pública, desde o ensino infantil até o ensino
superior.
2009 – Resolução nº 4 CNE/CEB
Essa Resolução foi promulgada para o Decreto nº 6.571/08, que posteriormente
seria revogado para o novo Decreto nº 7.611/11 (citado à baixo). Institui-se na
Resolução nº 4 do Conselho Nacional da Educação e Câmara da Educação Básica
o dever do sistema de ensino em matricular os alunos especiais na rede regular de
ensino, em seu artigo 2º a Resolução aponta a necessidade das AEEs como função
complementar e suplementar do ensino regular. Tendo o atendimento pedagógico
que ser domiciliar ou hospitalar, o mesmo sistema de ensino deve ofertar ao aluno a
Educação Especializada (artigo 6º). Essa Resolução engloba as diretrizes que
deve-se tomar para a implementação das leis de inclusão. Em deve-seu artigo 1º encontra-deve-se a
obrigatoriedade do sistema de ensino matricular os alunos especiais nas classes
convencionais e oferecer vagas nas salas de recursos multifuncionais ou nos
centros de Atendimento Educacional Especializado (AEE) da rede pública ou de
instituições sem fins lucrativos. A elaboração e execução dos planos de AEE são de
responsabilidade dos professores que atuam nessas salas multifuncionais, porém
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9º); essa elaboração e execução do plano da AEE é dever do professor, que deve
focar no aproveitamento do educando, na parceria da família e comunidade no
cotidiano escolar das crianças especiais e principalmente ensinar a ampliar
habilidades funcionais do educando, promovendo assim sua autonomia e
participação;
2009 – Resolução SE nº 38/09
Dispõe sobre a admissão de educadores que tenham qualificação na Língua
Brasileira de sinais – LIBRAS na rede estadual de ensino, para garantir a
comunicação e facilitar a educação dos alunos surdos ou com deficiência auditiva
matriculados em salas de aula comuns do ensino regular.
2009 – Resolução SE nº 72/09
Essa Resolução engloba os convênios que o governo deverá fazer para facilitar a
implementação concreta da Educação Inclusiva no caso de alunos que não puderam
ser inseridos na rede regular de ensino, observamos seu objetivo no artigo 1º que
diz que a Secretaria da Educação firmará esses convênios com instituições
particulares sem fins lucrativos, se assim comprovarem o oferecimento de
atendimento aos educandos com deficiência.
2011 – Decreto nº 7.611
Este Decreto reafirma a necessidade da inclusão prévia do aluno especial desde a
infância na educação infantil, e pune a exclusão do aluno do sistema de ensino por
alegação de qualquer tipo de deficiência. Em seu artigo 2º vê-se o direito do
educando de ter um profissional especializado para sua educação. A Educação
Especial especializada visa a integração social e intelectual do aluno com os demais
colegas, assegura a continuidade do educando no sistema escolar e fomenta o
desenvolvimento de recursos que eliminem as barreiras no processo de ensino e
aprendizagem, assim como dito no artigo 3º. O Decreto nº 7.611 revoga o Decreto nº
6.571 de 17 de setembro de 2008.
2011 – Decreto nº 7.612
Este Decreto revoga oDecreto no6.215, de 26 de setembro de 2007. Neste Decreto
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Pessoa com Deficiência – Plano Viver sem Limite, que garante a articulação legal de
políticas, programas e ações visando os direitos das pessoas com deficiência.
2011 – Plano Nacional de Educação (PNE)
O PNE deve entrar em vigor nos sistemas de ensino nacionais entre 2011 e 2020, e
demonstra como podemos reivindicar as conquistas legais previstas até sua data
final de adequação. Seguindo o modelo de metas do PDE de 2007. Suas metas
englobam desde o direito a matrícula no ensino regular para os educandos com
necessidades especiais, até mesmo a continuidade na escola desde o ensino infantil
até o ensino superior.
2011 – Resolução Conjunta SE/SELJ/SDPCD nº 1/11
Os Secretários de Estado da Educação, de Esporte, Lazer e Juventude e dos
Direitos da Pessoa com Deficiência, dispõe nesse Decreto o direito do aluno com
deficiência participar das Olimpíadas Escolares.
2011 – Resolução SE nº 27/11
Dispõe sobre a concessão do transporte escolar, assegurando assim ao aluno o
acesso às escolas públicas estaduais. Ajudando também na não evasão escolar.
2011 – Resolução nº 54/11
Reafirma a celebração de convênios com instituição sem fins lucrativos que atuam
na área de Educação Especial, assim como a Resolução SE nº 72/09.
2011 – Resolução SE nº 77/11
Essa Resolução foca na Educação de Jovens e Adultos, nos Centros Estaduais de
Educação de Jovens e Adultos – CEEJAs, e dispõe sobre a organização e o
funcionamento dos cursos inseridos nos Centros.
2012 - Lei nº 12.764
As pessoas encontradas dentro do espectro autismo são defendidas por essa lei,
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2º, inciso IV diz ser de responsabilidade do poder público a informação pública
relativa ao transtorno e suas implicações. O direito a educação e cursos
profissionalizantes ao educando dentro do espectro autismo é garantido no artigo 3º,
inciso IV desta lei. O gestor escolar que não permitir a matrícula de um aluno no
espectro autismo será punido de três a vinte salários mínimos, pela discriminação
que o educando estará sendo submetido (punição assegurada pelo artigo 7º).
2012 – Resolução SE nº14/12
Como nas Resoluções nº 54/11 e SE nº 72/09, esta celebra os convênios com
instituições sem fins lucrativos que trabalhem com Educação Especial, mas dessa
vez atendendo os alunos que estão matriculados em escolas na rede regular de
ensino.
2012 – Resolução SE nº 81/12
O processo de aceleração de estudos na rede regular de ensino, é disposto nesta
Resolução, para alunos com superdotação e/ou altas habilidades.
2013 – Resolução Conjunta da SEDPcD, SES, SEE, SEDS, SEERT, SEELJ, SEC,
SEJDC, SEDECT nº 1/13
Em conjunto, os Secretários de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, da
Saúde, da Educação, do Desenvolvimento Social, do Emprego e Relações de
Trabalho, do Esporte, Lazer e Juventude, da Cultura, da Justiça e Defesa da
Cidadania e do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, dispõem nessa
Resolução sobre o Programa Estadual de Atendimento à Pessoa com Deficiência
Intelectual, que definirão e adotarão os princípios e diretrizes desse Programa. Em
seu artigo 2º os secretários visam o reconhecimento das pessoas com deficiência
intelectual como sujeitos de direito e o direito a igualdade. A garantia à uma
educação inclusiva efetiva esta presente no artigo 3º inciso II.
2013 – Resolução SE nº 32/13
A Resolução descreve as atribuições em diretorias de ensino do Núcleo de Apoio
Pedagógico Especializado – CAPE, sendo este um Núcleo que engloba o suporte à
inclusão educacional dos alunos com deficiência, avaliamultiprofissionalmente os
22
especificidades e garantir o amplo acesso dos educandos a uma educação de
23
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a elaboração do meu estudo, verifiquei a movimentação legal da
educação inclusiva, desde 1988 até final de 2013.
Desde muito tempo, como mostrado na introdução deste trabalho, a
sociedade e os órgãos governamentais de educação vêm se preocupando com a
inclusão no meio educativo.
A necessidade da implementação de dispositivos legais para a não
segregação do aluno com necessidade especial dos demais educandos foi o
estopim para a melhoria das leis ao longo dos anos para, dessa forma, o educando
ser inserido na verdadeira educação inclusiva, educação essa que respeita suas
individualidades e dá total apoio as suas necessidades.
Conforme demonstrado na evolução legislativa acerca do tema abordado,
verifica-se importantes melhorias na garantia e efetividade dos direitos das pessoas
com necessidades especiais. Como a permanência na escola desde a primeira
infância até a conclusão do ensino superior, assegurada por leis que auxiliam esse
fator, evitando a evasão escolar, e também a melhoria da qualidade de ensino, para
a plena formação estudantil desses indivíduos.
Pergunto-me, contudo, como a educação inclusiva pode ser baseada nas
necessidades reais do aluno? Para isso existem leis que dão suporte a melhor
educação que a criança deve receber.
Anteriormente a 1988 tais direitos ao aluno com necessidade especial não
eram garantidos de maneira efetiva, contrariando assim o princípio constitucional da
igualdade entre os cidadãos.
Assim, foi constituído o problema que abordei neste estudo. A intenção desta
pesquisa foi estudar a legislação brasileira para entendermos como essa inclusão é
feita, e quais são os parâmetros de direitos legais que as crianças com
necessidades especiais têm para se manter na escola e ter a melhor educação
possível.
Observa-se ao longo desse movimento legal em seu processo histórico, a
24
de profissionais capacitados, para que a inclusão do educando com necessidades
especiais no sistema de ensino fosse completa.
A garantia de acessibilidade, aos portadores de deficiência motora, não
apenas nos centros educacionais, mas também na área urbana, facilita a vida do
indivíduo com deficiência no cotidiano, garantia essa que é assegurada por diversos
dispositivos legais presentes nessa pesquisa, é um dos fatores que mais me
chamou a atenção, pois não apenas a qualidade do ensino e a permanência do
educando na escola deve ser priorizada, mas o trajeto até a escola e seu bem estar
como cidadão independente também. Acredito que o levantamento existente nesse
estudo e as sínteses dispostas após cada lei (para dessa forma facilitar o
entendimento de cada dispositivo legal), ajudará possíveis pais e educadores que
visam aos direitos dos filhos e educandos que necessitam de atenção especial em
25
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Presidência da República
Casa Civil. Brasília, DF. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acessado em 18 dez 2014.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil:
promulgada em 5 de outubro de 1988: atualizada até a Ementa Constitucional nº56,
de 20-12-2007. AASP, 2008.
BRASIL. Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos. Plano Nacional
de Educação em Direitos Humanos: 2007. Brasília: Secretaria Especial dos
Direitos Humanos, 2007. 76 p.
BRASIL, Ministério da Educação: Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE,
24 de abril de 2007. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/arquivos/livro/>.
Acesso em: 18 fev 2014.
CASTRO, M. L. O. A constituição de 1988 e a educação brasileira após 20
anos, Disponível em: <
http://www12.senado.gov.br/publicacoes/estudos-
legislativos/tipos-de-estudos/outras-publicacoes/volume-v-constituicao-de-1988-o-
brasil-20-anos-depois.-os-cidadaos-na-carta-cidada/educacao-e-cultura-a-constituicao-de-1988-e-a-educacao-brasileira-apos-vinte-anos>. Acesso em: 18 fev
2014.
FÁVERO, E. A. G., PANTOJA, L. M. P., MANTOAN, M. T. E. O Acesso de Alunos
com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular - Ministério
Público Federal: Fundação Procurador Pedro Jorge de Melo e Silva, 2ª ed. rev. e
atualizado, Brasília: Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão,
2004.LEGISLAÇÃO. São Paulo. Resoluções publicadas sobre educação especial no
site da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Disponível em:
<http://www.educacao.sp.gov.br/lise/sislegis/pesqpalchav.asp?assunto=68>. Acesso
em 18 fev 2014.
LEGISLAÇÃO do Estado de São Paulo. São Paulo. Disponível em:
APÊNDICE
I. - CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988
II. - 1989 - Lei nº 7.853/89
III. - 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº. 8.069/90 IV. - Declaração Mundial sobre Educação para Todos
V. - 1994 – Declaração de Salamanca VI. - Política Nacional de Educação Especial VII. - LEI N.º 10.098 de 23 de março de 1994
VIII. - PORTARIA N.º 1.793, de dezembro de 1994
IX. 1994 – Resolução SE nº 135/94
X. 1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.394/96
XI. 1999 – Decreto nº 3.298 que regulamenta a Lei nº 7.853/89 XII. 1999 - Decreto nº 3.076/99
XIII. 1999 - Portaria nº 319/99
XIV. 2000 - Decreto nº 3.691/00 – Regulamenta a Lei nº 8.899/96
XV. 2001 - Decreto nº 3.956/01
XVI. 2001 – Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (Resolução
CNE/CEB nº 2/2001)
XVII. 2001 – Plano Nacional de Educação – PNE, Lei nº 10.172/2001
XVIII. 2001 – Convenção da Guatemala (1999), promulgada no Brasil pelo Decreto nº
3.956/2001
XIX. 2002 – Lei nº 10.436/02 XX. 2003 - Portaria nº 3.284/03
XXI. 2004 – Cartilha – O Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns
da Rede Regular
XXII. 2004 – Decreto nº 5.296/04
XXIII. 2004 - Decreto nº 5.154/04
XXIV. 2004 – Resolução SE nº 21/04
XXV. 2005 – Decreto nº 5.626/05
XXVI. 2006 – Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos
XXVII. 2006 - Portaria nº 976/06
XXVIII. 2006 – Resolução SE nº 34/06
XXIX. 2007 – Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE
XXX. 2007 – Decreto nº 6.094/07
XXXI. 2007 - Decreto nº 6.214/07
XXXII. 2007 – Decreto nº 6.253/07
XXXIII. 2007 – Resolução SE nº 32/07
XXXIV. 2008 – Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva
XXXV. 2008 - Decreto nº 186/08
XXXVII. 2008 – Resolução SE nº 86/08
XXXVIII. 2009 – Decreto nº 6.949 - Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
XXXIX. 2009 – Resolução nº 4 CNE/CEB
XL. 2009 – Resolução SEnº 38/09 XLI. 2009 – Resolução SE nº 72/09
XLII. 2011 – Decreto nº 7.611
XLIII. 2011 – Decreto nº 7.612
XLIV. 2011 – Plano Nacional de Educação (PNE)
XLV. 2011 – Resolução Conjunta SE/SELJ/SDPCD nº 1/11
XLVI. 2012 – Resolução SE nº 81/12
XLVII. 2013 – Resolução Conjunta da SEDPcD, SES, SEE, SEDS, SEERT, SEELJ, SEC, SEJDC,
SEDECT nº 1/13
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988
Emendas Constitucionais Emendas Constitucionais de Revisão
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
Atos decorrentes do disposto no § 3º do art. 5º
ÍNDICE TEMÁTICO
Texto compilado
PREÂMBULO
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional
Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício
dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida,
na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias,
promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL.
TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais
pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração
econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à
formação de uma comunidade latino-americana de nações.
TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei;
<p
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas
entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal
a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de
dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal;(Vide Lei nº 9.296, de 1996)
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus
bens;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao
público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter
paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas
independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas
atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito
em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm
legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade
ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em
dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar
de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada
pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de
sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu
desenvolvimento;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou
reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da
imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem
ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas
representações sindicais e associativas;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário
para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das
marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o
interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
XXX - é garantido o direito de herança;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela
lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes
seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo
da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº
12.527, de 2011)
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,
assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à
pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a
definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados,
civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de
reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as
seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer
com seus filhos durante o período de amamentação;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime
comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de
opinião;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo
legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a
ela inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo
nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento).
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for
intentada no prazo legal;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer
calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por
seu interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a
liberdade provisória, com ou sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário
infiel;
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica
no exercício de atribuições do Poder Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída
e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados;
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e
das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
LXXII - conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que
ficar preso além do tempo fixado na sentença;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da
lei: (Vide Decreto nº 7.844, de 1989)
a) o registro civil de nascimento;
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da
lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. (Regulamento)
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável
duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação
imediata.
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos
aprovados na forma deste parágrafo)
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja
criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
</p
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança,
a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.
Art. 6o São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência
aos desamparados, na forma desta Constituição.(Redação dada pela Emenda
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a
moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 64, de 2010)
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem
à melhoria de sua condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa,
nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre
outros direitos;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a
suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação,
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua
vinculação para qualquer fim;
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem
remuneração variável;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da
aposentadoria;
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,
XII - salário-família para os seus dependentes;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda
nos termos da lei;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e
quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada,
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de
1943)
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta
por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do
que o salário normal;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração
de cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos
específicos, nos termos da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta
dias, nos termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou
XXIV - aposentadoria;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até seis
anos de idade em creches e pré-escolas;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5
(cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006)
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem
excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXIX - ação, quanto a créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo
prescricional de:
a) cinco anos para o trabalhador urbano, até o limite de dois anos após a
extinção do contrato;
b) até dois anos após a extinção do contrato, para o trabalhador rural;
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de
dois anos após a extinção do contrato de trabalho;(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de
25/05/2000)
b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de
25/05/2000)
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de
admissão do trabalhador portador de deficiência;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou
entre os profissionais respectivos;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre aos menores de
dezoito e de qualquer trabalho a menores de quatorze anos, salvo na condição de
aprendiz;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de
dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de
aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
20, de 1998)
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício
permanente e o trabalhador avulso
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os
direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como
a sua integração à previdência social.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os
direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI,
XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em
lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais
e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos
nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência
social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 72, de 2013)
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato,
ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a