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Evolução da mortalidade por câncer de estômago no Estado do Rio de Janeiro: uma comparação entre a região metropolitana e o interior no período de 1979 a 1986.

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Evolução da mort alidade por câncer de

est ômago no Est ado do Rio de Janeiro:

uma comparação ent re a região met ropolit ana

e o int erior no período de 1979 a 1986

Te mp o ral tre nd s fro m sto mach cance r mo rtality

in Rio d e Jane iro State : a co mp ariso n b e twe e n

me tro p o litan are a and inte rio r d uring 1979

and 1986

1 In stitu to d e Med icin a Socia l, Un iv ersid a d e Est a d u a l d o Rio d e Ja n eiro. Ru a Sã o Fra n cisco Xa v ier 524, Bl. E, Pa v ilh ã o Joã o Lira Filh o, 7oa n d a r, Rio d e Ja n eiro, RJ 20559- 900, Bra sil. 2 In stitu to Nacion al d e Câ n cer. Av. Ven ez u ela 134, Rio d e Ja n eiro, RJ 20081- 310, Bra sil. Gu ln a r Az ev ed o 1,2 Silv a M en d on ça 1

Abst ract A d eclin e in st om a ch ca n cer m ort a lit y h a s b een ob serv ed in m a n y cou n t ries a rou n d t h e w orld in t h e last fift y years. In t h e St at e of Rio d e Jan eiro, Braz il, st om ach can cer w as t h e sec-on d m ost freq u en t ca u se of d ea t h b y ca n cer a m sec-on g m a les a n d t h e t h ird a m sec-on g fem a les d u rin g t h e 1980s. T h is st u d y p resen t s a sim p le a n a lysis of t ren d s in st om a ch ca n cer m ort a liy in Rio d e Jan eiro St at e by gen d er an d resid en ce area d u rin g t h e p eriod from 1979 t o 1986. Th e d at a sh ow ed a gen era l d ecli n e i n st om a ch ca n cer m ort a li t y for t h e en t i re st a t e for b ot h gen d ers d u ri n g t h e st u d y p eriod . Alt h ou gh m ort a lit y ra t es w ere h igh er in t h e in t erior t h a n in t h e Grea t er M et rop oli-t an Area, oli-t h e d eclin e w as less m ark ed in oli-t h e in oli-t erior. Th ese fin d in gs su ggesoli-t oli-t h aoli-t oli-t h e classical risk fact ors for st om ach can cer m igh t h av e d ifferen t ially in flu en ced in h abit an t s of t h e t w o geograp h -ic a rea s, e.g., con cern in g t h e role of food p reserv a t ion . Th is rep ort p oin t s t o t h e n eed for resea rch t o id en t ify t h e m a in risk fa ct ors for ca n cer t o w h ich t h e p op u la t ion of Rio d e Ja n eiro is ex p osed , ad d ressin g t h e d ifferen t p at t ern s fou n d in t h e Great er M et rop olit an Area an d t h e in t erior. Key words St om ach N eop lasm s; M ort alit y St u d y; Descrip t iv e Ep id em iology

Resumo O d eclí n i o d a m ort a li d a d e p or câ n cer d e est ôm a go v em sen d o v eri fi ca d o em v á ri os p a íses d esen volv id os n os ú lt im os cin q ü en t a a n os. N o Est a d o d o Rio d e Ja n eiro, o câ n cer d e est ô-m a go foi a segu n d a ca u sa d e ób it o p or câ n cer en t re h oô-m en s e a t erceira en t re ô-m u lh eres n a ú lt i-m a d éca d a . Est e t ra b a lh o t ev e coi-m o ob jet iv o a n a lisa r a ev olu çã o d a i-m ort a lid a d e p or câ n cer d e est ôm a go n o Est a d o d o Rio d e Ja n eiro segu n d o sex o e p roced ên cia n o p eríod o en t re 1979 e 1986. Foi ob serv a d a u m a t en d ên cia d eclin a n t e n a m ort a lid a d e p or câ n cer d e est ôm a go em t od o o Es-t ad o em am bos os sex os d u ran Es-t e o p eríod o esEs-t u d ad o. Em bora os coeficien Es-t es en con Es-t rad os Es-t en h am sid o, em gera l, m a is a lt os n o in t erior d o q u e n a regiã o m et rop olit a n a , a t en d ên cia a q u ed a foi m a ior n a n est a ú lt im a . Est es a ch a d os su gerem q u e os fa t ores d e risco clá ssicos p a ra o câ n cer d e est ôm a go d ev em t er in flu en cia d o d iferen t em en t e a s p op u la ções resid en t es n a regiã o m et rop oli-t a n a e n o in oli-t erior. Algu m a s h ip óoli-t eses p od em ser lev a n oli-t a d a s, com o, p or ex em p lo, a con oli-t rib u içã o d e u m a m elh or p reserv a çã o d os a lim en t os. Um a m a ior in v est iga çã o d a a ssocia çã o en t re fa t ores ex t ern os e câ n cer d e est ôm a go se fa z n ecessá ria p a ra ex p lica r a s d iferen t es t en d ên cia s d e m ort a -lid ad e en con t rad as n o est u d o.

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Int rodução

En tre tod os os tip os d e cân cer, os tu m ores m a-lign o s d e estô m a go a in d a o cu p a m o segu n d o lu gar em freq ü ên cia em tod o o m u n d o, d ep ois d o cân cer d e p u lm ão, ap esar d o d eclín io d a in-cid ên cia qu e vem ocorren d o em vários p aíses a p artir d os an os 50 (Pisan i et al., 1993). Estu d os ep id em iológicos q u e ten tam su p rir as lacu n as sob re a etiologia d esta p atologia são in ú m eros. Vá rio s fa to res vêm sen d o a sso cia d o s a o seu a p a recim en to, e, en tre estes, d esta ca m -se o s rela cion a d os a o m eio a m b ien te. A im p lica çã o d a associação en tre fatores am b ien tais é forta-lecid a q u an d o se con stata q u e os coeficien tes d e ocorrên cia d o cân cer d e estôm ago en tre p o-p u lações qu e m igram ten d em a assu m ir grad a-tiva m en te o s va lo res d a s p o p u la çõ es d o s p a í-ses qu e as receb em (Tom atis et al., 1990).

No Estad o d o Rio d e Jan eiro, as n eop lasias m align as foram o segu n d o gru p o d e cau sas d e m orte en tre as m u lh eres em 1985, só su p erad o p elo gru p o d as d oen ças card iovascu lares; n os h om en s, foi o terceiro, p reced id o d as d oen ças ca rd iova scu la res e d a s ca u sa s extern a s (MS, 1988). En tre a s n eo p la sia s m a lign a s, o câ n cer d e estô m a go é o segu n d o tip o m a is freq ü en te n o sexo m ascu lin o e o terceiro n o sexo fem in i-n o. Co m p a ra i-n d o -se o s va lo res d e ii-n cid êi-n cia d este tip o d e câ n cer en tre a s cid a d es b ra silei-ra s q u e p o ssu em Registro s d e Câ n cer d e Ba se Pop u lacion al, ob serva-se qu e São Pau lo, Forta-leza e Recife ap resen tam coeficien tes qu e se si-tu a m en tre o s cin co m a is a lto s d o m u n d o n o sexo m ascu lin o (Mu ir et al., 1987).

O Esta d o d o Rio d e Ja n eiro é o segu n d o m a is d esen vo lvid o d o Bra sil, d ep o is d e Sã o Pau lo. Em 1985, o n ú m ero d e h ab itan tes em to-d o o Estato-d o era to-d e 12,9 m ilh ões, e m ais to-d e 54% d a p op u lação acim a d e d ez an os era econ om i-cam en te ativa (Govern o d o Estad o d o RJ, 1988). Na região m etrop olitan a, 26% d a p op u lação re-ceb ia m en tre d o is a cin co sa lá rio s m ín im o s (IBGEPNAD, 1987). Em 1986, a Pesq u isa Na -cion al d e Am ostras Dom iciliares (PNAD) in d i-ca va q u e a id a d e m éd ia d os h a b ita n tes d o Es-tad o era d e 29,0 an os, sen d o 29,7 n a região m e-trop olitan a e 26,4 n o in terior. Várias alterações d em ográficas vêm ocorren d o n o Brasil n as ú l-tim as d u as d écad as, esp ecialm en te en tre os esta d o s d a s Regiõ es Su d este e Su l. A esta xa d e fe -cu n d id ad e, p or exem p lo, p ara tod o o Brasil, em 1970, era d e 5,76 n a scid o s vivo s p o r m u lh er, cain d o p ara 4,35 em 1980 (IBGE, 1993). Na Re-gião Su d este, a q u ed a foi d e 4,56 p ara 3,45 n os m esm os an os. Para o Estad o d o Rio d e Jan eiro, este ín d ice, em 1980, fo i d e 2,94 (Govern o d o Esta d o d o Rio d e Ja n eiro, 1988). O en velh

eci-m en to p op u lacion al é u eci-m fen ôeci-m en o q u e veeci-m sen d o m a rca n te n o s ú ltim o s a n o s n o Bra sil, p rin cip a lm en te n os gra n d es cen tros u rb a n os. Pro jeçõ es feita s recen tem en te estim a m q u e, a té o a n o 2025, a p o p u la çã o b ra sileira co m o u m to d o esta rá cin co vezes m a io r d o q u e era em 1950, ao p asso qu e o n ú m ero d e h ab itan tes com sessen ta an os e m ais estará 15 vezes m aior ( Vera s, 1994). O p ro gressivo n ú m ero d e p es-so a s id o sa s n o Pa ís tra rá co m o co n seq ü ên cia u m a u m en to d e ca so s d e d o en ça s crô n ica s , d en tre as qu ais o cân cer.

A in existên cia d e Registro s d e Câ n cer d e Ba se Po p u la cio n a l n o Rio d e Ja n eiro fa z co m qu e a m ed id a d a ocorrên cia d o cân cer n o Esta -d o se faça -d e form a in -d ireta, p or m eio -d os -d d os d e m orta lid a d e. Pa ra o câ n cer d e estôm a-go, a m ortalid ad e p od e ser u m b om in d icad or d e in cid ên cia p o r tra ta r-se d e u m a p a to lo gia com alta letalid ad e (Tom atis et al., 1990).

Este trab alh o teve com o ob jetivo an alisar a ten d ên cia d a m ortalid ad e p or cân cer d e estô-m ago n o Estad o d o Rio d e Jan eiro segu n d o se-xo, id ad e e região d e resid ên cia, d e form a a levan tar su gestões sob re a existên cia e im p lica -çã o d e d eterm in a d o s fa to res d e risco e su b si-d ia r a ela b o ra çã o si-d e u m a p o lítica si-d e co n tro le d o cân cer n o Estad o.

M at erial e mét odos

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-cordân cia diagn óstica era razoável se com p ara-d a aos ou tros gru p os ara-d e cau sa (WHO, 1985).

Para o cálcu lo d os coeficien tes d e m ortali-d aortali-d e, foram u saortali-d os os ortali-d en om in aortali-d ores p op u la-cio n a is p a ra o a n o d e 1980 referen tes a o s d o Cen so Dem ográfico d e 1980 (IBGE, 1983). Para o s a n o s in tercen sitá rio s fo i feita estim a tiva com b ase n os n ú m eros totais d e h ab itan tes d o Estad o e m u n icíp ios ap resen tad os p elos An u á-rio s Esta tístico s d o Esta d o d o Rio d e Ja n eiro (Govern o d o Esta d o d o Rio d e Ja n eiro, 1981 e 1988), a ssu m in d o-se a s p rop orções p or fa ixa s etá ria s in d ica d a s p ela s PNADs (IBGE-PNADs, 1979, 1981, 1982, 1983, 1984, 1985, 1986). A ob-ten ção d e d ad os p op u lacion ais n os an os in ter-cen sitários é u m a qu estão qu e sem p re d ificu lta o cá lcu lo d o s co eficien tes d e o co rrên cia d e d o en ça s. Em se tra ta n d o d e p o p u la çõ es d e gra n d e m o b ilid a d e esp a cia l, co m ín d ices d e fertilid ad e d eclin an tes, as com p osições d e h a-b itan tes p or gru p o etário p od em variar em cu r-tos p eríod os d e tem p o. Com o o p resen te trab a-lh o foi realizad o an tes d e q u e fossem p u b lica-d os os lica-d alica-d os lica-d o Cen so – 1991, foi feita a op ção m en cion ad a an teriorm en te, u m a vez q u e p ro-jeçõ es b a sea d a s n o s d a d o s cen sitá r io s d o s a n o s 1970 e 1980 p o d eria m n ã o ser a p ro p ria -d as p ara os an os -d a -d éca-d a -d e 80.

Para fin s d e com p aração, o Estad o foi d ivi-d iivi-d o em ivi-d u as regiões gu arivi-d an ivi-d o as caracterís-ticas relativas à ocu p ação d o esp aço u rb an o. A Região I foi com p osta p elo Mu n icíp io d o Rio d e Jan eiro acrescid o d os ou tros 13 m u n icíp ios qu e fa zem p a rte d a regiã o m etro p o lita n a (Du q u e d e Ca xia s, Ita b ora í, Ita gu a í, Ma gé, Ma n ga ra ti-b a, Maricá, Nilóp olis, Niterói, Nova Igu açu , Pa-racam b i, Petróp olis, São Gon çalo e São João d e Meriti). Esta região receb eu n o estu d o a d en o-m in a çã o d e regiã o o-m etro p o lita n a . A Regiã o II foi form ad a p elos d em ais m u n icíp ios d o Esta -d o receb en -d o a -d en om in ação -d e in terior.

Fo ra m ca lcu la d o s o s co eficien tes b ru to s e esp ecíficos p or sexo p ara cad a gru p o etário d e

cin co em cin co a n o s a té 74 a n o s, b em co m o p ara o gru p o d e 75 an os e m ais, p ara tod o o Es-tad o e p ara as d u as regiões estu d ad as. Para se p roced er às com p arações en tre os coeficien tes a n u a is e regio n a is, estes fo ra m p a d ro n iza d o s (La u ren ti, 1987), to m a n d o -se a p o p u la çã o d o Estad o d o Rio d e Jan eiro d o Cen so d e 1980 co-m o p a râ co-m etro. A a n á lise d e evolu çã o d a co-m or-ta lid a d e n o tem p o e a s d evid a s co m p a ra çõ es foram feitas com b ase em in terp retação visu al, va len d o -se d e grá fico s lin ea res e sem ilo ga rítm ico s. As lo ca liza çõ es a n a tô rítm ica s selecio n a -d a s fo ra m a s m a is freq ü en tes segu n -d o sexo e estão ap resen tad as n a Tab ela 1.

Result ados

Os n eop lasm as m align os tiveram u m p eso qu e va rio u e n tre 10,6% a 11,3% d o to ta l d e ó b ito s n o Estad o d o Rio d e Jan eiro en tre 1979 e 1986. Em 1986, fo ra m registra d o s 12.000 ó b ito s p o r cân cer em tod o o Estad o. En tre as d eclarações d e m orte, o p rin cip al tip o verificad o n o p erío-d o estu erío-d aerío-d o foi o erío-d e p u lm ão n o sexo m ascu li-n o (16,2%) e o d e m a m a li-n o se xo fe m ili-n ili-n o (19,7%). O câ n ce r d e e stô m a go fo i o se gu n d o t ip o m a is fre q ü e n t e e n t re o s h o m e n s e o t e r -ce iro e n tre a s m u lh e re s, d e p o is d o s câ n -ce re s d e m am a e d e colo d e ú tero.

As Figu ra s 1 e 2 m o stra m a evo lu çã o d a m ortalid ad e d os cin co p rin cip ais tip os d e cân cer n o Estad o p ara cad a sexo. Notase q u e, en -tre os p rin cip a is tip os, a p en a s o câ n cer d e es-tô m a go a p resen to u u m a ten d ên cia n ítid a a o d eclín io.

Con sid eran d o-se a m ortalid ad e geral p or cân cer e p ara os tip os an atôm icos m ais freqüen -tes, com exceção dos de estôm ago, esôfago e co-lo de ú tero, os coeficien tes da região m etrop oli-tan a foram , em geral, su p eriores aos do in terior. En tre o s h o m en s resid en tes n o in terio r d o Esta d o, o câ n cer d e estô m a go fo i a p r in cip a l

Tab e la 1

Princip ais lo calizaçõ e s anatô micas d o s ó b ito s q ue tive ram co mo causa b ásica cânce r na p o p ulação re sid e nte d o Estad o d o Rio d e Jane iro , 1979/ 1986.

Homens M ulheres

CID* 9are visão lo calização CID* 9are visão lo calização

162 traq ué ia, b rô nq uio s e p ulmão 174 mama

151 e stô mag o 180+ 179 co lo ute rino + úte ro SO E

185 p ró stata 151 e stô mag o

150 e sô fag o 162 traq ué ia, b rô nq uio s e p ulmão

140-149 láb io , b o ca e faring e 153 có lo n

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ca u sa d e m orte p or câ n cer em tod o o p eríod o estu d ad o, d iferen tem en te d o ob servad o n a re-gião m etrop olitan a, on d e o cân cer d e p u lm ão ficou em p rim eiro lu gar.

Ap ós serem d esagregad os os d ad os p or re-giã o, a ten d ên cia à q u ed a d a m o rta lid a d e p o r câ n ce r d e e st ô m a go se m a n t e ve n a s d u a s si-tu a çõ es, em b o ra ten h a sid o m a is m a rca d a n a re giã o m e t ro p o lit a n a d o q u e n o in t e r io r e m am b os os sexos (Figu ras 3 e 4). A Tab ela 2 m os-tra o p e rce n tu a l d e va ria çã o d o s co e ficie n te s p a d ro n iza d o s d e m o rt a lid a d e p o r câ n ce r d e estôm ago segu n d o sexo n as d u as regiões estu -d a -d a s. O m a ior p ercen tu a l -d e va ria çã o se -d eu e n t re a s m u lh e re s d a re giã o m e t r o p o lit a n a (-42,6%).

Discussão

A qu ed a d a m ortalid ad e p or cân cer d e estôm a -go é u m fen ô m en o o b ser va d o m u n d ia lm en te (Howson et al., 1986) e tem ch am ad o a aten ção d e vá rio s p esq u isa d o res. No s Esta d o s Un id o s d a Am érica, a p artir d a d écad a d e 20, a m orta-lid a d e p o r estes tu m o res vem d im in u in d o a cen tu a d a m en te (Lilien feld , 1972). No Ja p ã o, p a ís q u e a p resen ta a s m a io res cifra s d e in ci-d ên cia ci-d e câ n cer ci-d e estô m a go (Mu ir et a l., 1987), a p a rtir d e 1967, co m eça a esb o ça r-se u m d eclín io d a m o rta lid a d e (Segi & Ku rih a ra , 1972). Mais recen tem en te, n a Costa Rica, en tre o s p erío d o s d e 1973-1977 e 1978-1982, o p er-cen tu a l d iferen cia l en tre o s co eficien tes d e câ n cer d e estô m a go fo i n ega tivo em to d o s o s gru p o s etá rio s estu d a d o s (Sierra et a l., 1989). Na Itália, o d eclín io foi, tam b ém , m arcan te (La Vecch ia & Decarli, 1986). A red u ção d a m ortali-d aortali-d e ortali-d o cân cer gástrico foi sozin h a resp on sá-vel p o r 8,5% d a red u çã o d e to d o s o s câ n ceres em h om en s e p or 7,6% em m u lh eres em p aíses eu rop eu s (Doll, 1990).

Esta q u ed a é, sem d ú vid a , d eco rren te d e u m a d im in u ição n a in cid ên cia, u m a vez q u e o tra ta m en to esp ecífico n ã o evolu iu sign ifica ti-vam en te n os ú ltim os an os (Doll, 1990 e 1991). A letalid ad e d o cân cer gástrico é ain d a, eleva-d a, e a cap acieleva-d aeleva-d e eleva-d e eleva-d iagn óstico p recoce eleva-d e-p en d e d e e-p rogram as em larga escala com cu s-to s eleva d o s. No Ja p ã o, p a ís q u e a p resen ta o s m aiores ín d ices d e in cid ên cia d e cân cer d e es-tôm ago, foi verificad o d eclín io d a m ortalid ad e p o r este tip o d e câ n cer, a cred ita n d o -se q u e o m esm o ten h a o co rrid o, em p a rte, d evid o a o êxito d o s p ro gra m a s d e screen in g( To m a tis et al., 1990; Osh im a et al., 1986).

Os fatores am b ien tais con trib u em d e form a d om in an te n a etiologia d o cân cer d e estôm ago

Fig ura 1

Mo rtalid ad e p o r cânce r e m ho me ns: tip o s mais fre q üe nte s, Estad o d o Rio d e Jane iro , 1979/ 86.

Fig ura 2

Mo rtalid ad e p o r cânce r e m mulhe re s: tip o s mais fre q üe nte s, Estad o d o Rio d e Jane iro , 1979/ 86.

Fig ura 3

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(No m u ra , 1982). Segu n d o Do ll (1990), a d im i-n u ição d a ii-n cid êi-n cia se d eve, p rii-n cip alm ei-n te, a a ltera ções n a exp osiçã o a fa tores ca n cerígn os, com o, p or exem p lo, a p reservação icerígn ad e-qu ad a d os alim en tos e ao u so ab u sivo d o sal.

As lim itações m en cion ad as an ter iorm en te com referên cia a erros q u e p od em ser in eren -tes às fon -tes d os d ad os secu n d ários u tilizad as d evem ser co n sid era d a s, m a s ela s n ã o in va li-d a m o esfo rço li-d e co m p reen li-d er a s ten li-d ên cia s esb oçad as ao lon go d este estu d o. A an álise d os d ad os m ostrou q u e n o Estad o d o Rio d e Jan ei-ro o d eclín io d a m ortalid ad e p or cân cer d e es-tôm a go foi a cen tu a d o, m esm o con sid era n d o-se o cu rto p erío d o estu d a d o. Mu ito p rova vel-m en te este fa to se d eu , co vel-m o n o s o u tr o s p a í-ses, em d ecorrên cia d a alteração d e agen tes ex-tern os. Os resu ltad os m ostraram qu e esta qu e-d a foi m ais exp ressiva n a região m etrop olitan a d o q u e n o in terio r d o Esta d o. Estes a ch a d o s ressaltam a n ecessid ad e d e in vestigar o en

vol-vim en to d o s fa to res extern o s n a etio lo gia d o cân cer d e estôm ago n o Brasil, com o, p or exem -p lo, a d ieta e a co n ser va çã o d o s a lim en to s. Neste sen tid o, a lgu m a s h ip ó teses p o d em ser levan tad as e m erecem ser in vestigad as, com o a in terferên cia p rovocad a p ela in trod u ção d a re-frigeração elétrica e ou tras form as d e p reservação d os alim en tos. A con d u reservação d e ou tros estu -d os qu e con si-d erem os asp ectos relacion a-d os à o co rrên cia e a o s fa to res d e risco en vo lvid o s co m o câ n cer d e estô m a go n o Bra sil d eve ser en ca ra d a co m o p rio rid a d e. Estes estu d o s d e-vem a p ro fu n d a r o s a sp ecto s a q u i leva n ta d o s, exp loran d o as d iversas p ossib ilid ad es d e ab ord a gem ep iord em io ló gica . O in cen tivo a o s estu -d o s -d escritivo s, q u e evi-d en cia m a s p ecu lia ri-d ari-d es region ais ri-d a ocorrên cia, e aos ri-d e cu n h o an alítico, q u e p od em exp lorar m elh or as lacu -n as ai-n d a existe-n tes -n a etiologia d esta p atolo-gia, só têm a con trib u ir n a orien tação d as p olí-ticas d e con trole d o cân cer n o País.

Fig ura 2

Mo rtalid ad e p o r cânce r d e e stô mag o e m mulhe re s: re g ião me tro p o litana e inte rio r, Rio d e Jane iro , 1979/ 86.

Tab e la 2

Variação d a mo rtalid ad e p o r cânce r d e e stô mag o na re g ião me tro p o litana e no inte rio r d o Estad o d o Rio d e Jane iro se g und o se xo , e ntre 1979-1986.

1979 1986 variação de coeficient e(%)

n ó b ito s co e ficie nte * n ó b ito s co e ficie nte *

Região met ropolit ana

ho me ns 653 17,57 645 12,27 -30,2

mulhe re s 417 8,89 364 5,10 -42,6

Int erior

ho me ns 209 21,21 189 17,08 -19,5

mulhe re s 73 8,13 74 5,53 -32,0

(6)

Referências

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Fig ura 1
Fig ura 2

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