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Efeito da densidade larval no tamanho de adultos de Aedes aegypti criados em condições de laboratório.

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Academic year: 2017

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Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 3 8 ( 1 ) :6 4 -6 6 , jan-fev, 2 0 0 5

COMUNICAÇÃO/COMMUNICATION

Efeito da densidade larval no tamanho de adultos de

Aedes aegypti criados em condições de laboratório

Effect of larvae density on adult size of

Aedes a egypti

reared under laboratory condictions

Renata Antonaci Gama

1

, Karina de Carvalho Alves

2

, Reane Ferreira Martins

2

,

Álvaro Eduardo Eiras

1

e Marcelo Carvalho de Resende

3

RESUMO

Pa ra a va li a r a i n f lu ê n c i a d a d e n si d a d e la rva l n o d e se n vo lvi m e n to d o m o sq u i to Aedes aegypti, f o ra m te sta d a s trê s d i f e re n te s d e n si d a d e s. Ob se rvo u - se q u e e m c o n d i ç õ e s d e a lta d e n si d a d e la rvá ri a e c a rê n c i a d e a li m e n to s h o u ve u m a re d u ç ã o n o ta m a n h o d o s a d u lto s e a u m e n to n a ta x a d e m o rta li d a d e d e Aedes aegyptie m c o n d i ç õ e s d e la b o ra tó ri o . Pal avr as-chave s: Aedes aegypti. De n si d a d e . Mo rta li d a d e .

ABSTRACT

To e va lu a te th e i n f lu e n c e o f la rva l d e n si ty i n d e ve lo p m e n t o f Ae de s ae gypti m o sq u i to e s we e va lu a te d th re e d i f f e re n t d e n si ti e s. It wa s o b se rve d th a t c o n d i ti o n s o f h i gh la rva l d e n si ty a n d sh o rta ge o f f o o d p ro d u c e d a re d u c ti o n i n th e si ze o f a d u lts a n d i n c re a se d m o rta li ty ra te o f Aedes aegypti i n la b o ra to ry c o n d i ti o n s.

Ke y-words: Aedes aegypti. De n si ty. Mo rta li ty.

1 . Lab o r ató r io de Culic íde o s do De par tame nto de Par asito lo gia da Unive r sidade Fe de r al De Minas Ge r ais, B e lo Ho r izo nte , MG; 2 . Unive r sidade Cató lic a de Minas Ge r ais. B e lo Ho r izo nte , MG. 3 . Núc le o de Ento mo lo gia da Fundaç ão Nac io nal de Saúde , B e lo Ho r izo nte , MG.

Tr ab alho r e alizado no Núc le o de Ento mo lo gia da Fundaç ão Nac io nal de Saúde , B e lo Ho r izo nte - MG.

En de r e ço par a cor r e spon dê n ci a: Dr a. Re nata Anto nac i Gama. Rio de J ane ir o 1 2 0 0 , Ce ntr o , 3 0 1 6 0 - 0 4 1 , B e lo Ho r izo nte - MG. Te lfax: 3 1 3 2 0 1 3 8 8 4 .

e -mail: r e nataanto nac i@ ig. c o m. b r Re c e b ido e m 2 9 /1 0 /2 0 0 3 Ac e ito e m 1 /1 1 /2 0 0 4

O tamanho c orporal das fêmeas de mosquitos parec e estar r e la c io na do a vá r io s fa to r e s de im po r tâ nc ia e c o ló gic a e

epidemiológic a, tais c omo: longevidade, número de ovos por

postura e capacidade vetorial. De acordo com Nelson7, o tamanho

c orporal de várias espéc ies de mosquitos possui base genétic a, mas o tamanho alc anç ado por alguns indivíduos pode ser devido

a fatores ambientais c omo temperatura, nutriç ão, densidade

larval e salinidade. Em situaç ões onde os rec ursos alimentares

são esc assos, geralmente observa-se um adiamento da primeira reproduç ão e um aumento da taxa de mortalidade, Frogner4.

Um tamanho c o r po r al maio r aume nta a pr o b ab ilidade de sobrevivênc ia e do suc esso na alimentaç ão sangüínea e em

algumas espéc ies é observado também um aumento na razão de

paridade e da c apac idade vetorial, Kittawee et al5. Portanto, para

o estudo da biologia, ec ologia e c omportamento do mosquito

A. a e gypti, bem c omo métodos para o seu c ontrole, é importante a uniformidade no tamanho dos insetos.

Por essas c onsideraç ões, o presente trabalho teve c omo

objetivo avaliar a influência da densidade larval no desenvolvimento

do mosquito A. a e gypti.

Inse to s.No s e xpe r im e n to s , fo i utiliza da a c o lô n ia de

A. a e gyp ti mantida e m inse tár io c limatizado a 2 5oC ± 2oC,

c o m um ida de r e la tiva do a r de , a pr o xim a da m e n te , 7 0 a

8 5 % e fo to pe r ío do de 1 2 L:1 2 E, pe r te nc e nte ao Núc le o de

Ento mo lo gia da Fundaç ão Nac io nal de Saúde /MG.

Par a avaliar o e fe ito da de nsidade lar val, no tamanho do s

mo squito s adulto s, fo r am te stadas tr ê s de nsidade s lar vais: a) baixa, 1 5 0 larvas/litro; b) média, 5 0 0 larvas/litro e c ) alta,

1 .2 0 0 lar vas/litr o .

Ovo s de Ae d e s a e gyp ti da ge r aç ão F4 , fo r am c o lo c adas e m r e c ipie nte s r e tangular e s de po lie tile no de c o r b r anc a,

c o m dime nsõ e s de 2 7 c m x 1 9 c m x 7 c m e te lado s, c o nte ndo

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Gama RA e t al

1o estádio, c om menos de 1 2 h de ec losão, c om a ajuda de uma

pipeta de Pasteur de plástic o foram c oloc adas em rec ipientes de polietileno c ontendo um litro de água. Foram realizadas

duas repetiç ões para c ada densidade testada e os rec ipientes

mantidos em insetário. Em c ada rec ipiente c om as larvas foi

fornec ido 1 0 0 mg de raç ão para peixe ( Goldfish) a c ada três dias. Diariamente, foram retiradas e c ontadas as pupas e, as

larvas e pupas mortas eram c ontadas e desc artadas. As pupas

fo ram c o lo c adas em frasc o s transparentes de plástic o c o m

c apac idade de 1 0 0 m l e , po ste r io r m e nte , e m c ilindr o s de c artolina telados para obtenç ão dos indivíduos adultos. Depois

de emergidos, os adultos foram retirados c om a ajuda de um

sugador manual, separados em mac hos e fêmeas e c oloc ados

em frasc os de 2 0 ml.

Para determinaç ão do tamanho dos adultos de A. a e gypti

foram selec ionados ao ac aso 2 5 mosquitos para c ada densidade

e sexo . A mediç ão das asas fo i feita a partir da álula até a

e xtr e midade da asa, não c o nside r ando a fr anj a, c o nfo r me

metodologia desc rita por Harbac h & Knight em 1 9 8 0 .

Aná lis e e s ta tís tic a . Fo r a m te s ta do s o s e fe ito s da s de nsidade s lar vais so b r e o tamanho do s adulto s mac ho s e

fê me as de Ae d e s a e gyp ti e m c o ndiç õ e s de lab o r ató r io . Par a c a da de n s i da de l a r vá r i a , fo r a m c o n s tr u í da s l i n h a s de

te ndê nc ias utilizando e quaç õ e s do tipo line ar ( y = ax + b ) , que expr essa a r elaç ão entr e o tamanho do s mac ho s e fêmeas

de Ae d e s a e gyp ti e as tr ê s de nsidade s de c r iaç ão das lar vas utilizando -se o Pr o gr ama Exc e l. A taxa de mo r talidade fo i

c alc ulada par a c ada de nsidade b ase ada nas o b se r vaç õ e s diárias de mo rtalidade das fo rmas imaturas e no número to tal

de adulto s o b tido s.

O tamanho dos machos e fêmeas de Aedes a egypti criados na densidade de 1 5 0 larvas/litro foi significativamente maior quando

comparados com densidades de 5 0 0 e 1 .2 0 0 larvas/litro e as médias de tamanho das fêmeas foram de 2,91, 2,49 e 2,45mm e dos machos

foram de 2 ,2 6 , 2 ,0 4 e 1 ,9 9 mm para as densidades de 1 5 0 , 5 0 0 e

1 .2 0 0 larvas/litro, respectivamente ( Tabela1 ) . Observou-se alta

( 6 7 ,3 % ) mortalidade na densidade de 1 .2 0 0 larvas, quando comparada com a densidade de 1 5 0 ( 1 5 ,9 %) , apesar de terem

sido submetidas às mesmas condições de laboratório.

Y= 2 ,8 5 7 - 0 ,0 0 0 3 9 X c om r2 = 0 ,2 4 5 para fêmeas ( Figura 1 ) .

Ambas as regressões foram signific ativas e negativas, no entanto, os modelos estão explic ando pouc o as variaç ões dos dados.

Tabela 1 - Comprimento alar, expressado em mm e coeficiente de variação ( CV) para machos e fêmeas de Aedes aegypti em diferen tes den sidades larvais.

Sexo Densidade Média± EP CV

Macho 1 5 0 2 ,2 6 2 4 ± 0 ,0 8 a 3 ,7

5 0 0 2 ,0 4 5 8 ± 0 ,1 8 b 8 ,8

1 .2 0 0 1 ,9 9 6 0 ± 0 ,2 3 b 1 1 ,5

Fêmea 1 5 0 2 ,9 1 4 4 ± 0 ,3 3 a 1 1 ,1 4

5 0 0 2 ,4 9 1 2 ± 0 ,2 6 b 1 0 ,3 4

1 2 0 0 2 ,4 5 0 4 ± 0 ,2 2 b 9 ,0 6

As médias seguidas por letras distintas, diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5 %de significância.

CV= Coeficiente de variação; EP= Erro Padrão

A c o r r e laç ão e ntr e c o m pr im e nto alar e de nsidade de

lar vas de Ae d e s a e gyp ti apr e se nto u uma e quaç ão line ar igual a Y= 2 ,2 4 2 - 0 ,0 0 0 2 2 X c o m r2= 0 ,2 2 7 par a mac ho s e equaç ão

Fi gu r a 1 - Re p r e se n ta çã o d a r e gr e ssã o l i n e a r d a r e l a çã o e n tr e ta m a n h o d a a sa e a d e n si d a d e d e Ae de s a e gypti e m d i f e r e n te s de n si dade s de cr i ação e m con di çõe s de l ab or atór i o.

Co m o s r e s u l ta do s o b ti do s , o b s e r vo u u m a r e l a ç ã o inversamente proporc ional entre densidade larval e tamanho de adultos, c om uma reduç ão no tamanho de fêmeas e mac hos de Ae d e s a e gyp ti q ua n do e m c o n diç õ e s de la b o r a tó r io aumentamos a densidade de c riaç ão das larvas. Briegel1 quando

testo u três densidades larvais de A. a e gypti: a) baixa, 2 0 0 larvas; b) média, 4 0 0 larvas e c ) alta, 1 0 0 0 larvas/litro, obteve resultados similares de médias de tamanho de fêmeas adultas de 3 ,4 ; 3 ,0 e 2 ,5 mm para as densidades de 2 0 0 , 4 0 0 e 1 0 0 0 larvas, respec tivamente. Dye2 observou que em c ondiç ões de

c ompetiç ão por espaç o e alimentaç ão oc orreu uma reduç ão no tamanho do s mo sq uito s adulto s. Outr o s e studo s o nde indic am q ue a var iaç ão no tam anho do s m o sq uito s é de signific ânc ia epidemiológic a, porque tem sido relac ionada c om longevidade, fec undidade e c apac idade de dispersão de vôo6 8.

O aumento da mo rtalidade das larvas em c o ndiç õ es de laboratório quando aumentamos a densidade larvária observado nesse estudo, c onc orda c om c itaç ões de outros pesquisadores, o s q u a i s ve r i fi c a r a m q u e a c a r ê n c i a de a l i m e n to s e a supe r po pulaç ão afe tam o de se nvo lvim e nto e aum e ntam a mortalidade em c ondiç ões de laboratório e c ampo3.

AGRADECIMENTOS

Ao CNPq pelo apoio financ eiro e aos func ionários e amigos do Núc le o de Ento mo lo gia da Fundaç ão Nac ional de Saúde: Giovani G Pontel, Suzana M.B. Rebouç as, Marlúc ia A. Lamounier, Bernadete Santos, Anderson Palhares, Cleider Rodrigues, João Batista, Jorge e Carlos Roberto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 3 8 ( 1 ) :6 4 -6 6 , jan-fev, 2 0 0 5

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5 . Ki tth a we e S , E d m a n J D , Up a th a m E S . R e l a ti o n s h i p b e twe e n fe m a l e

An o p h e l e s d i r u s ( D i p te r a : Cu l i c i d a e ) b o d y s i ze a n d p a r i ty i n a b i t i n g p o p u l a t i o n . J o u r n a l o f M e d i c a l E n t o m o l o g y 2 9 : 9 2 1 - 9 2 6 ,

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Referências

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