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Fases e criticalidade no modelo ashkin - teller de três cores

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Academic year: 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIˆENCIAS EXATAS E DA TERRA

DEPARTAMENTO DE F´ISICA T´EORICA E EXPERIMENTAL

FASES E CRITICALIDADE NO MODELO ASHKIN-TELLER DE TRˆES CORES

Francisco de Assis Pereira Piolho

Orientador: Prof. Dr. Francisco Alexandre da Costa Co-Orientador: Prof. Dr. Claudionor Gomes Bezerra

Tese apresentada ao Departamento de F´ısica Te´orica e Experimental da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para a obten¸c˜ao do grau de Doutor em F´ısica.

(2)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIˆ

ENCIAS EXATAS E DA TERRA

PROGRAMA DE P ´

OS-GRADUAC

¸ ˜

AO EM F´ISICA

BANCA EXAMINADORA

Orientador:

Francisco Alexandre da Costa

Examinadores externos:

Edvaldo Nogueira Jr.

Idalmir de Souza Queiroz Jr.

Examinadores internos:

Claudionor Gomes Bezerra (Co-orientador)

Ananias Monteiro Mariz

Examinador suplente:

(3)

Conte´

udo

Dedicatoria iv

Agradecimentos v

Lista de abreviaturas vi

Lista de S´ımbolos vii

Pref´acio `a Vers˜ao Original viii

Introdu¸c˜ao 1

1 O Grupo de Renormaliza¸c˜ao na Rede Hier´arquica 13

1.1 Grupo de Renormaliza¸c˜ao . . . 13 1.2 Estabilidade de Fases a partir dos Pontos Fixos . . . 17 1.3 Solu¸c˜ao Exata na Rede Hier´arquica. . . 19

2 O Modelo Ashkin-Teller de Duas Cores 23

2.1 Um Modelo para Ligas Quatern´arias . . . 23 2.2 AT-2 Anisotr´opico na Rede Hier´arquica . . . 26

3 AT-2 em Rede Hier´arquica Aperi´odica 37

(4)

3.2 AT-2 Anisotr´opico na Rede Hier´arquica e Isotr´opico no Acoplamento de

Dois Spins . . . 42

3.3 Reproduzindo Resultados . . . 44

3.3.1 Ising Puro Anisotr´opico . . . 44

3.3.2 AT-2 Isotr´opico nas Sub-Redes de Ising . . . 45

3.3.3 AT-2 Anisotr´opico nas Sub-Redes de Ising . . . 49

3.4 Conclus˜ao . . . 51

4 Ashkin-Teller de 3-cores na Rede Hier´arquica 53 4.1 C´alculo das Transmissividades . . . 54

4.1.1 Transmissividade para Spins Localizados Sobre uma Liga¸c˜ao com Pontas Soltas . . . 56

4.1.2 Transmissividade Para um Par de S´ıtios com s Liga¸c˜oes em S´erie . . 59

4.1.3 Transmissividade Para um Par de S´ıtios com r Liga¸c˜oes em Paralelo 66 4.2 Isotropia nas Liga¸c˜oes Ferromagn´eticas e nos Acoplamentos de Quatro Spins com Intera¸c˜oes de Troca Aperi´odica . . . 70

4.3 Criticalidade no Modelo IAT-3 . . . 73

4.4 Pontos Fixos, Expoentes Cr´ıtidos e o Diagrama de Fases em IAT-3 . . . . 80

4.5 Conclus˜ao . . . 83

5 Conclus˜oes Finais 90 5.1 Perspectivas Futuras . . . 93

Apˆendice A 95 5.2 O Hamiltoniano de Potts . . . 95

5.3 A Matriz Substitui¸c˜ao . . . 96

5.4 Rela¸c˜oes de Recorrˆencia (RR) . . . 97

5.5 Matriz Hessiana e Estabilidade . . . 99

(5)

Apˆendice B 106

5.7 Introduction . . . 107

5.8 Physical model . . . 109

5.9 The isomorphism of the phase diagram . . . 111

5.10 The critical hipersurfaces . . . 112

5.10.1 Two decoupled Ising models . . . 112

5.10.2 Isotropic Ashkin-Teller model . . . 113

Apˆendice C 116 5.11 Introduction . . . 117

5.12 Physical model . . . 118

5.13 The phase diagram of the 3AT model . . . 120

5.14 Conclusions . . . 122

(6)

Dedicat´

oria

A quem posso ”eu”, filho do carbono, Dedicar tantas noites de pouco sono? Se n˜ao `aqueles que me forjaram No colo ´ıntimo de suas entranhas. A quem? ...se n˜ao `as m˜aos estranhas

(7)

Agradecimentos

Apresento, em particular, os meus agradecimentos ao colegas e amigos: Francisco Alexandre da Costa pela coragem de orientar uma alma gˆemea; Claudionor Gomes Bezerra pelo belo trabalho de Co-Orienta¸c˜ao important´ıssimo nesta fase final; Edvaldo Nogueira Jr. pela cr´ıtica consistente, zelosa e cuidadosa na condi¸c˜ao de examinador externo; Ana-nias Monteiro Mariz pela postura ´etica, elegˆancia acadˆemica e o zelo respons´avel na cr´ıtica sutil; Idalmir Queiroz Jr. pelo companherismo de todos os momentos; Jo˜ao Medeiros de Ara´ujo o amigo discretamente presente em todas as horas; Dory H´elio A. L. Anselmo que torceu e me salvou tantas vezes das armadilhas do mundo da inform´atica; Paulo Fulco pelo insentivo integral; Roosevelt Fonseca Soares pela torcida silenciosa e a presen¸ca cons-tante nas horas dif´ıceis; e, em especial, ao meu ”irm˜ao”Francisco Valdomiro de Morais que, al´em da presen¸ca constante, investiu nessa id´eia ao me convidar, atrav´es de Jo˜ao Medeiros de Ara´ujo, para integrar os quadros da F´ısica na UERN.

Finalmente,

(8)

Lista de abreviaturas

AT - Ashkin-Teller;

RSGR - Grupo de Renormaliza¸c˜ao no Espa¸co Real; AAT2 - Modelo Ashkin-Teller Anisotropico de 2 Cores; IAT2 - Modelo Ashkin-Teller Isotropico de 2 Cores; AAT-3 - Modelo Ashkin-Teller Anisotropico de 3 cores; IAT-3 - Modelo Ashkin-Teller Isotropico de 3 Cores; AT-N - Modelo Ashkin-Teller de N Cores;

AAT-N - Modelo Ashkin-Teller Anisotropico de N Cores; IAT-N - Modelo Ashkin-Teller Isotropico de N Cores;

(9)

Lista de S´ımbolos

Ji,j - Energias de acoplamento entre pares de spins

εi,j - Energia de configura¸c˜ao

Si,j - Variaveis aleatorias

T - Temperatura absoluta

M - Magnetiza¸c˜ao

(10)

Pref´

acio `

a Vers˜

ao Original

(11)

Resumo

O modelo Ashkin-Teller (AT) usual consiste na superposi¸c˜ao de dois modelos de Ising acoplados por um termo de intera¸c˜ao de quatro spins. Em duas dimens˜oes o modelo AT apresenta uma linha de pontos fixos com expoentes cr´ıticos variando continuamente, sobre a qual ele se torna sol´uvel atrav´es de um mapeamento no modelo Baxter. Motivado por esta riqueza de comportamento multicr´ıtico em duas dimens˜oes, Grest e Widom intro-duziram e estudaram o modelo Ashkin-Teller de N cores (AT-N), nas vers˜oes anisotr´opica (AAT-N) e isotr´opica (IAT-N), atrav´es de v´arios m´etodos anal´ıticos e computacionais.

Neste trabalho apresentamos uma vers˜ao mais geral do modelo Ashkin-Teller de 3 cores (AT-3) onde ´e introduzido um acoplamento de 6 spins. Estudamos o modelo atrav´es da an´alise da estrutura de suas simetrias, seguido de an´alises de poss´ıveis diagramas de fases determinados por t´ecnicas de grupo de renormaliza¸c˜ao no espa¸co real. Esses diagramas s˜ao obtidos em temperatura finita na regi˜ao onde predomina o comportamento ferromagn´etico. Com o aux´ılio do conceito de transmissividade obtemos as rela¸c˜oes de recorrˆencia em redes hier´arquicas com liga¸c˜oes peri´odicas e quasi-peri´odicas.

(12)

neste caso, como a aperiodicidade da rede afeta as flutua¸c˜oes geom´etricas, causando mudan¸cas no comportamento cr´ıtico do modelo. Essas an´alises foram feitas utilizando defini¸c˜oes apropriadas de transmissividade.

Em seguida passamos ao estudo do modelo Ashkin-Teller de 3 cores onde, al´em do acoplamento de 4 spins, introduzimos um acoplamento de 6 spins, que torna o modelo mais atraente do ponto de vista das simetrias que ele passa a apresentar. Calculamos rela¸c˜oes de recorrˆencias gerais para o modelo na vers˜ao anisotr´opica (AAT-3), de onde podemos obter o caso particular do sistema isotr´opico (IAT-3), em certas redes hier´arquicas. A vers˜ao IAT-3 do modelo foi estudada detalhadamente na regi˜ao onde predominam as intera¸c˜oes ferromagn´eticas. Determinamos os pontos fixos e respectivos expoentes cr´ıticos. Analisando as bacias de atra¸c˜ao desses pontos fixos, conseguimos obter o diagrama de fases tri-dimensional (temperatura×acoplamento de quatro spins ×acoplamento de seis spins). Identificamos pontos fixos do tipo Ising e de Potts de 4 e de 8 estados, al´em de ind´ıcios de um ponto fixo reminiscente do Potts de 6 estados e uma possibilidade de uma linha de Baxter. Identificamos tamb´em pontos fixos cr´ıticos inst´aveis que n˜ao pertencem a nenhuma classe de universalidade identificada com o modelo de Potts q estados.

(13)

Abstract

The usual Ashkin-Teller (AT) model is obtained as a superposition of two Ising models coupled through a four-spin interaction term. In two dimension the AT model displays a line of fixed points along which the exponents vary continuously. On this line the model becomes soluble via a mapping onto the Baxter model. Such richness of multicritical be-havior led Grest and Widom to introduce the N-color Ashkin-Teller model (N-AT). Those authors made an extensive analysis of the model thus introduced both in the isotropic as well as in the anisotropic cases by several analytical and computational methods.

In the present work we define a more general version of the 3-color Ashkin-Teller model by introducing a 6-spin interaction term. We investigate the corresponding sym-metry structure presented by our model in conjunction with an analysis of possible phase diagrams obtained by real space renormalization group techniques. The phase diagram are obtained at finite temperature in the region where the ferromagnetic behavior is predom-inant. Through the use of the transmissivities concepts we obtain the recursion relations in some periodical as well as aperiodic hierarchical lattices.

(14)

out by the use of appropriated definitions of transmissivities.

Finally, we considered the modified 3-AT model with a 6-spin couplings. With the in-clusion of such term the model becomes more attractive from the symmetry point of view. For some hierarchical lattices we derived general recursion relations in the anisotropic ver-sion of the model (3-AAT), from which case we can obtain the corresponding equations for the isotropic version (3-IAT). The 3-IAT was studied extensively in the whole region where the ferromagnetic couplings are dominant. The fixed points and the respective crit-ical exponents were determined. By analyzing the attraction basins of such fixed points we were able to find the three-parameter phase diagram (temperature × 4-spin coupling

×6-spin coupling). We could identify fixed points corresponding to the universality class of Ising and 4- and 8-state Potts model. We also obtained a fixed point which seems to be a sort of reminiscence of a 6-state Potts fixed point as well as a possible indication of the existence of a Baxter line. Some unstable fixed points which do not belong to any aforementioned q-state Potts universality class was also found.

(15)

Introdu¸c˜

ao

O grande desafio para os te´oricos que estudam sistemas da natureza est´a na cria¸c˜ao de modelos matem´aticos que codifiquem, em linguagem corrente e universal, a fenomenologia das nossas observa¸c˜oes atrav´es de parˆametros mensur´aveis controlados. E tudo come¸ca na identifica¸c˜ao desses parˆametros. Que grandezas podem representar, por exemplo, o estado de um sistema e suas diversas fases? Como se d´a a transi¸c˜ao de um estado desordenado de alta entropia para um estado ordenado de baixa entropia? A transi¸c˜ao de um metal para um supercondutor? A transi¸c˜ao H´elio 3 para H´elio 4 ou de um fluido para um superfluido? Ser´a que existe uma teoria que unifique tudo isso?

A busca por explica¸c˜oes e respostas para essas quest˜oes gerou, ao longo de d´ecadas, es-pecula¸c˜oes em torno de modelos fenomenol´ogicos baseados nas teorias cl´assicas (Mecˆanica e Magnetismo), culminando, ap´os o advento da Mecˆanica Quˆantica, nos sofisticados mo-delos de spins localizados.

(16)

Figura 1: a) Transi¸c˜ao l´ıquido-g´as; b) Transi¸c˜ao ferro-antiferro.

outras ´areas do conhecimento.

No tocante ao estudo de fluidos, atrav´es de modelos magn´eticos, a conex˜ao ´e feita via g´as de rede4. A busca, ent˜ao, pelos modelos magn´eticos, lembrando que estamos na origem das primeiras iniciativas nesse campo, se tornavam cada vez mais instigantes, embora com uma Mecˆanica Estat´ıstica incipiente e sem a clareza de como juntar aspectos t˜ao distintos de fenˆomenos aparentemente t˜ao diferentes. O grande impulso ocorre quando em 1905 Langevin5 postula a existˆencia de momentos magn´eticos atˆomicos e ressalta a importˆancia do efeito cooperativo no ferromagnetismo.

Considerando o caso em que estes momentos se apresentavam com duas orienta¸c˜oes opostamente privilegiadas, Lenz6 propˆos em 1920 um modelo, em que a cada s´ıtio i ´e associado uma vari´avel σi, onde s´ıtios vizinhos interagem entre si, com uma energia

(17)

premis-e possui car´atpremis-er cooppremis-erativo — muitos graus dpremis-e libpremis-erdadpremis-e corrpremis-elacionados — mantpremis-endo a ordem em face a agita¸c˜ao t´ermica.

Esses fenˆomenos ocorrem de acordo com mudan¸cas nas condi¸c˜oes externas ou na com-posi¸c˜ao de um sistema em equil´ıbrio termodinˆamico, e s˜ao caracterizados por uma vari´avel chamada parˆametro de ordem, que se torna nula, completamente, na fase de maior en-tropia (desordenada). Mariz ressalta os v´arios tipos de desordem, destacando os casos da estrutura cristalina, que podem ser classificados como: substitucional, na qual alguns ´atomos da substˆancia s˜ao substituidos por impurezas; intersticial, onde as impurezas s˜ao introduzidas nos interst´ıcios dos s´ıtios cristalinos; e estrutural, caracterizada por uma distribui¸c˜ao aleat´oria dos ´atomos da substˆancia. Quando a desordem, associada `a substˆancia, ocorre por meio de um rebaixamento r´apido da temperatura, para aqu´em da temperatura cr´ıtica, chamamos temperada (”quenched”). Por outro lado, ´e dita reco-zida (”annealed”) se este resfriamento ´e feito de forma lenta, permitindo que o sistema se acomode aos estados de mais baixa energia livre. Assim, podemos ter sistemas rep-resentados por parˆametros de ordem escalares (ferromagnetos altamente anisotr´opicos), vetoriais (ferromagnetos usuais), tensoriais (cristais l´ıquidos) ou at´e uma grandeza com-plexa (superfluidos).

Do ponto de vista termodinˆamico, as transi¸c˜oes de fases ocorrem quando h´a uma sin-gularidade no potencial termodinˆamico (energia livre) apropriado. E conforme exista ou n˜ao calor latente elas s˜ao denominadas de primeira ordem (descont´ınua) ou de segunda ordem (cont´ınua), respectivamente. Segundo a classifica¸c˜ao de Fisher7, a transi¸c˜ao de primeira ordem ocorre quando o parˆametro de ordem apresenta uma descontinuidade no ponto de transi¸c˜ao, enquanto a transi¸c˜ao de segunda ordem ocorre quando o parˆametro de ordem vai a zero continuamente, ou seja, das proximidades at´e o ponto de transi¸c˜ao. Vamos ilustrar considerando um sistema ferromagn´etico simples sujeito a um campo ex-terno H. No diagrama de fases, mostrado na Figura 2, existe uma linha 0 TC sobre a qual a transi¸c˜ao ´e de primeira ordem terminando em um ponto cr´ıtico (TC), onde a susceptibilidade diverge.

(18)

Figura 2: Diagrama de fases de um ferromagneto simples mostrando a linha de transi¸c˜ao de primeira ordem (0< T < TC) e a transi¸cˆao cont´ınua paraT > TC, emH = 0.

na Figura 3 que: a) Para T > TC a magnetiza¸c˜ao varia continuamente; b) Para T =TC, M ´e uma curva cont´ınua com derivada infinita em H = 0, indicando uma transi¸c˜ao de segunda ordem; c) ParaT < TC, M ´e descont´ınua em H = 0 e, portanto, a transi¸c˜ao ´e de primeira ordem.

Sendo a derivada da magnetiza¸c˜ao (M) em rela¸c˜ao ao campo (H) definida como a susceptibilidade magn´etica (χ) do sistema, a Figura 4 mostra como ela reage `a varia¸c˜ao da temperatura nos limites do ponto cr´ıtico, suscitando a curiosidade dos estudiosos na busca de explica¸c˜oes. Ver-se que: a) Para T > TC, χ ´e uma fun¸c˜ao suave de H; b) Para

T < TC surge uma c´uspide em H = 0 caracterizando uma transi¸c˜ao de primeira ordem; e c) Para T =TC h´a uma divergˆencia na susceptibilidade em H = 0, caracterizando uma transi¸c˜ao de fase de segunda ordem. Essas transi¸c˜oes que ocorrem a campo nulo (H = 0), s˜ao devido a simetria do ferromagneto ser invertida na presen¸ca do campo magn´etido externo H.

(19)

Figura 3: No diagrama acima ver-se como o parˆametro de ordem, neste caso a magnetiza¸c˜ao M, se comporta na presen¸ca de um campo externo H para trˆes intervalos de temperaturas diferentes, em torno deH = 0: (a) entreT < TC, M ´e descont´ınua; (b) emTC, M ´e cont´ınua mas tem uma

derivada infinita e (c) paraT > TC, M ´e cont´ınua com derivada finita.

associadas a estados metaest´aveis. Assim, a transi¸c˜ao ocorre quando as fases distintas possuem a mesma energia livre. Na transi¸c˜ao de segunda ordem n˜ao existe coexistˆencia de fases. Sobre a linha 0TC, da Figura 2, coexistem as fases ferromagn´etica e antiferro-magn´etica. No ponto cr´ıtico (T =TC) n˜ao h´a coexistˆencia, as fases se fundem. Enquanto que, para T > TC as fases ferromagn´etica e/ou antiferromagn´etica n˜ao coexistem, nem como estado est´avel nem como estado metaest´avel.

(20)

desorde-Figura 4: Dependˆencia da susceptibilidade com o campo magn´etico externo nas proximidades de H= 0 para trˆes temperaturas diferentes.

nada separada por duas linhas de segunda ordem de duas fases ordenadas - uma delas ´e uma fase ferromagn´etica e a outra ´e uma fase modulada; e os pontos cr´ıticos terminais12 quando duas linhas de primeira ordem se encontram com uma de segunda. Finalmente temos a existˆencia de pontos de m´ultiplas fases no encontro de linhas de transi¸c˜ao de segunda ordem.

´

E a partir dos pontos cr´ıticos que se vislumbra as fronteiras cr´ıticas como divisor de ´aguas das diversas fases. Identific´a-las e sobre elas estudar, a partir de argumentos de escala, o comportamento assint´otico de parˆametros relevantes ´e identificar espoentes que geram classes de universalidades na classifica¸c˜ao de sistemas f´ısicos, a elas, associados.

´

E sabido que um conjunto importante desss grandezas - obtido por diversos processos: anal´ıtico, num´erico e monte carlo - ´e de interesse f´ısico relevante:

• C O calor espec´ıfico;

(21)

• χ Fun¸c˜ao resposta - por exemplo, a susceptibilidade;

• ξ O comprimento de correla¸c˜ao - mede o alcance da fun¸c˜ao de correla¸c˜ao (Γ(r)), que diverge em transi¸c˜oes cont´ınuas.

Todas elas apresentam um comportamento peculiar nas transi¸c˜oes e geram, na criti-calidade (T = TC), um conjunto de expoentes (α, β, γ, ν, etc.), denominados expoentes cr´ıticos, que geram classes de universalidades caracter´ısticas de cada sistema. O inter-essante ´e que estes expoentes guardam rela¸c˜oes entre s´ı de modo que um par deles ´e suficiente para encontrarmos os demais. Para identificar e caracterizar os principais ex-poentes cr´ıticos recorremos ao modelo do ferromagneto, nas proximidades de T = TC e

H = 0, tomando o parˆametro t =T TC para averiguar o que ocorre com as grandezas nas proximidades de um ponto cr´ıtico quando nos aproximamos deste por cima (T > TC) ou por baixo (T < TC). Verifica-se um comportamento da forma:

C (t)−α′; t <0, H = 0, (1)

C (t)−α; t >0, H = 0, (2)

M (t)β; t <0, H = 0, (3)

χT ∼(−t)−γ

; t <0, H = 0, (4)

χT ∼(t)−γ; t >0, H = 0, (5)

ξ (t)−ν′

; t <0, H = 0, (6)

(22)

M (H)1/δ; t= 0, H = 0, (8) onde α, β, γ, ν e δ s˜ao, respectivamente, associados ao calor espec´ıfico (C), a magne-tiza¸c˜ao (M) a campo nulo, a susceptibilidade (χ), ao comprimento de correla¸c˜ao (ξ) e a magnetiza¸c˜ao (M) com H = 0.

As propriedades de escala e hiperescala dos potenciais termodinˆamicos, conjecturadas a partir da homogeneidade da energia livre no ponto cr´ıtico, mostraram que esses ex-poentes n˜ao s˜ao independentes entre si, pois apenas dois determinam todos os demais. Algumas dessas rela¸c˜oes foram obtidas por meio de argumentos termodinˆamicos e de Mecˆanica Estat´ıstica13, por Fisher14, Josephson15, Rushbrooke16e Griffiths17. As rela¸c˜oes s˜ao,

γ =ν(2η) (F isher), (9)

dν = 2α (Josephson), (10)

α+ 2β+γ = 2 (Rushbrooke), (11)

α+β(1 +δ) = 2 (Grif f iths). (12)

Estas rela¸c˜oes tˆem sido sistematicamente verificadas por meio da an´alise de dados ex-perimentais e de c´alculos exatos ou num´ericos atrav´es de expans˜oes em s´eries de altas temperaturas.

(23)

Tabela 1: Valores num´ericos de expoentes cr´ıticos para alguns Modelos e Sistemas1.

Modelos e sistemas α β γ δ ν η

Campo M´edio 0(desc.) 1/2 1 3 1/2 0

Ising (d=2; exato) 0(log.) 1/8 7/4 15 1 1/4

Esf´er.(d= 3; exato) -1 1/2 2 5 1 0

Ising (d= 3; num´erico) 0.125 0.313 1.250 5 0.638 0.041 Heisenberg (d= 3; S = 1/2; num´erico) 0 0.345 1.375 5 0.702 0.043

Xenˆonio (d= 3; Fluido) <0.2 0.35 1.26 4.4 0.57

H´elio-4 (d= 3; Fluido) 0.36 1.24

CO2 (d= 3; Fluido) <0.1 0.35 1.26 4.2

Fe (Ferromagneto) <0.17 0.35 1.33 0.64 0.07

um n´umero menor de equa¸c˜oes a serem resolvidas. Mas, por isso mesmo, seus expoentes cr´ıticos (α = 0, β = 1/2, γ = 1) se mostraram pouco realistas, comparados com outros modelos e sistemas (ver tabela 1) estudados por m´etodos anal´ıticos (exatos), num´ericos, etc. Dos expoentes apresentados na tabela pelo menos dois s˜ao obtidos diretamente, enquanto os demais s˜ao calculados de forma indireta atrav´es das rela¸c˜oes de escala ap-resentadas em 9-12. Por outro lado as solu¸c˜oes de campo m´edio se tornaram eficazes na constru¸c˜ao de diagramas de fases, importantes para a an´alise de linhas de transi¸c˜oes, e para determinar propriedades de criticalidade. Como nas regi˜oes cr´ıticas as correla¸c˜oes (ξ) s˜ao de longo alcance e envolvem um n´umero muito grande de graus de liberdade, torna-se muito dif´ıcil a abordagem te´orica dos problemas de transi¸c˜oes de fases.

(24)

determi-narmos os demais a partir das rela¸c˜oes de escala de 9 a 12. ´E importante frisar que no processo de renormaliza¸c˜ao obtemos rela¸c˜oes de recorrˆencia dos parˆametros em estudo, e como estamos interessados nas propriedades cr´ıticas, toda tarefa se resume a identificar os atratores - pontos cr´ıticos est´aveis para os quais o sistema flui como submetido a um potencial atrativo - que caracterizam as fases obtidas a partir de rela¸c˜oes de recorrˆencia calculadas usando a t´ecnica do GR. Estes atratores definem bacias limitadas por fronteiras cr´ıticas de transi¸c˜ao entre uma bacia e outra - constituindo uma cadeia de pontos que faz o papel das abas al¸cadas da bacia atratora - ou regi˜oes de ”crossover”(superposi¸c˜ao), por-tadoras de grande instabilidade, que apresentam ”topografia”pr´opria no tocante a certos dom´ınios, ou seja, a existˆencia dessas bacias determina regi˜oes de competi¸c˜ao, e ´e nelas que o dom´ınio de um atrator pode ser repentinamente substituido por outro, e a´ı dizemos que este desfruta de um dom´ınio apenas aparente, como mostra a Figura 5. Isto quer dizer que no mapeamento, ou constru¸c˜ao do diagrama de fases, um determinado ponto ´e inicialmente atra´ıdo por um ponto fixo, at´e que outro predomina e o atrai para sua regi˜ao de fronteiras ou bacia. O expoente que mede esta tendˆencia numa regi˜ao em que existem v´arios pontos fixos ´e chamado expoente cr´ıtico de crossover, que representa a raz˜ao entre dois logar´ıtimos dos autovalores da matriz hessiana obtida das rela¸c˜oes de recorrˆencia citadas anteriormente,

φ= ln|λ2 | lnλ1

. (13)

No numerador, o logaritmo do autovalor relevante (λ2) cujo autovetor aponta na dire¸c˜ao tangente a linha de fronteira, e, no denominador, o logar´ıtimo do autovalor relevante (λ1) cujo campo de escala ´e perpendicular a fronteira cr´ıtica.

No caso das redes com aperiodicidade, o expoente de crossover (φ), ´e identificado como o ”wandering exponent”22 de flutua¸c˜oes geom´etricas (ω), cujos autovalores λ

(25)

Figura 5: As linhas de fluxo mostram que o ponto P ´e inicialmente atra´ıdo pela bacia de P1 e

a partir de certo ponto todo fluxo se volta paraP2. conhecermos Γ - ou a partir da rela¸c˜ao de Fisher.

Para os pr´oximos cap´ıtulos vamos sistematizar o estudo de forma que: No cap´ıtulo um introduziremos a t´ecnica do Grupo de Renormaliza¸c˜ao para calcular expoentes cr´ıticos e mostrar sua efic´acia para solu¸c˜oes exatas em redes hier´arquicas; a id´eia de dizima¸c˜ao preservando as propriedades de escala do sistema em estudo e falar de estabilidade como forma de distinguir a criticalidade de fases espec´ıficas.

No cap´ıtulo dois vamos revisitar o modelo AT-2 em uma rede hier´arquica, a partir de um “cluster b´asico” - c´elula matriz que substitue liga¸c˜oes - de ponte de Wheatstone e em rede diamante aperi´odica, e identificar “hiperplanos” que, tamb´em, podem ocultar impress˜oes digitais de fases cr´ıticas.

No cap´ıtulo trˆes, usaremos um “cluster” b´asico para uma rede diamante simples com intera¸c˜oes de troca aperi´odica onde investigaremos o comportamento das flua¸c˜oes geom´etricas para AT-2 e com alguns resultados estudados na literatura podem ser repro-duzidos.

(26)

de 3 cores em uma rede hier´arquica tipo diamante. Quase nenhum trabalho utilizou este m´etodo, para um modelo assim, devido as dificuldades operacionais. Consideraremos um ”cluster”com r ”bra¸cos”(bond ou liga¸c˜oes) em parelelo e parˆametro de rede b = s

(27)

Cap´ıtulo 1

O Grupo de Renormaliza¸

ao na

Rede Hier´

arquica

1.1

Grupo de Renormaliza¸

ao

Como j´a mencionamos na introdu¸c˜ao, o campo molecular de Weiss3, mesmo sendo inibidor de flutua¸c˜oes e de graus de liberdade para a an´alise de fenˆomenos cr´ıticos, transformou-se em um paradigma para os modelos cl´assicos de alcance infinito. Em 1937 Landau25 prop˜oe um modelo fenomenol´ogico para a energia livre na regi˜ao de transi¸c˜ao, que unifica as teorias cl´assicas de Van der Walls (1813), para fluidos; Weiss1907, para o ferromagnetismo e Ornstein-Zernicke (1914), para a fun¸c˜ao de correla¸c˜ao; que recebe o nome de teoria de campo m´edio. A id´eia b´asica do m´etodo consiste em expandir a energia livre (F) em uma s´erie de potˆencias do parˆametro de ordem (Φ), na vizinhan¸ca do ponto cr´ıtico, onde este assume valores pequenos. Ou seja, uma expans˜ao do tipo,

F =a0+a1Φ +a2Φ2+a3Φ3+a4Φ4+... (1.1) onde os coeficientes ai podem depender da temperatura e os termos ´ımpares se anulam por argumentos de simetria, j´a que F ´e uma fun¸c˜ao par de Φ a campo (externo) nulo.

(28)

re-ferˆencias26,27. A teoria mostra, por exemplo, que o calor espec´ıfico observado na solu¸c˜ao do modelo de Ising, em duas dimens˜oes, apresenta anomalias emT =TC e expoentes cr´ıticos nulos, mas o comportamento do calor espec´ıfico ´e caracterizado por uma divergˆencia, e n˜ao uma descontinuidade28, t´ıpica de transi¸c˜ao de primeira ordem, como era de se esperar. A teoria de Landau enxerga al´em de modo a permitir a descri¸c˜ao correta da transi¸c˜ao, mas n˜ao consegue inserir de forma adequada as flutua¸c˜oes e, consequentemente, resulta em estimativas errˆoneas para os expoentes cr´ıticos.

Para resolver o problema Migdal e Kadanoff20 introduziram a id´eia de eliminar graus de liberdade, eliminando as correla¸c˜oes de curto alcance e, Wilson21, constroi a base te´orica e operacional do que se chamou Grupo de Renormaliza¸c˜ao29,30. Trata-se de um procedimento sistem´atico de redu¸c˜ao de graus de liberdade, at´e um limite em que ´e poss´ıvel aplicar m´etodos aproximativos tradicionais. A id´eia ´e substituir o sistema original de HamiltonianoHopor um sistema efetivo de HamiltonianoH1, preservando as propriedades termodinˆamicas igualando os pesos de Boltzmann, ou as fun¸c˜oes de parti¸c˜ao.

Esta teoria baseia-se nas hip´oteses de escala18,19,17 a partir da id´eia de homogeneidade da fun¸c˜ao de correla¸c˜ao (Γ(ξ)) e dos potenciais termodinˆamicos. Os valores atingidos pelo comprimento de correla¸c˜ao (ξ) fazem com que praticamente todas as escalas de comprimentos estejam presentes numa transi¸c˜ao, predominando, na regi˜ao cr´ıtica, `aqueles de longo alcanse que d˜ao origem `as intera¸c˜oes cooperativas necess´arias para efetuar a transi¸c˜ao e respons´aveis pelo aparecimento de singularidades termodinˆamicas como, por exemplo, a susceptibilidade mostrada na Figura 4. Entretanto, n˜ao devemos esquecer, como lembra Mariz no Cap´ıtulo I de sua tese31, que ”os efeitos f´ısicos provenientes dos graus de liberdade microsc´opicos s˜ao convenientemente estudados, supondo que o sistema macrosc´opico encontra-se no limite termodinˆamico, onde o n´umero de part´ıculas (N) e o volume (V) divergem, mas a densidade (N/V) ´e finita”.

H´a dois procedimentos b´asicos utilizados na aplica¸c˜ao da t´ecnica do Grupo de Renor-maliza¸c˜ao:

(29)

primentos de onda. Se mostra eficaz no c´alculo dos expoentes cr´ıticos de dimens˜oes altas, mas falha para grandezas sens´ıveis `a estrutura da rede como, por exemplo, Tc;

b) A Renormaliza¸c˜ao do Espa¸co Real32, na vers˜ao Kadanoff usada no presente trabalho, que consiste em dividir o sistema em blocos, como mostra a Figura 1.1 para uma rede quadrada de spins localizados e parˆametro de rede a. Em seguida efetuamos tra¸cos parciais sobre os n-2 spins de cada par de blocos, eliminando, assim, graus de liberdade internos entre os blocos. O parˆametro de redea1 do novo sistema estar´a ´e igual ao parˆametro anterior multiplicado por um fatorb >1 e estar˜ao suprimidas as correla¸c˜oes para a ξ a1 =ba. O sucesso do m´etodo est´a, em grande parte, associado a escolha do tamanho e a simetria dos blocos a serem renormalizados. A renormaliza¸c˜ao pode ser compreendida geometricamente, como uma dilata¸c˜ao por um fator linear b, que reduz o n´umero N de graus de liberdade paraN1 =N/bd, reescalonando as dimens˜oes lineares de X para X1 = X/b e os momentos de Q para Q1 = bQ, sendo d a dimens˜ao da rede. A renormaliza¸c˜ao pode ser escrita como uma transforma¸c˜ao Rb(H) que se aplica em uma susseciva fam´ılia de s Hamiltonianos, cada um representando um novo sistema, tal que

H1 =Rb(H0) ; H2 =Rb(H1) ; ... ; Hs =Rb(Hs−1) (1.2)

com os comprimentos de correla¸c˜ao dados por:

ξ1 =ξ0/b ; ξ2 =ξ1/b ; ... ; ξs=ξs−1/b=ξ0/bs. (1.3)

Realizando o processo iterativo at´e que o comprimento de correla¸c˜ao se torne da ordem do parˆametro de rede (ξs ∼a), obteremos um sistema que pode ser estudado por m´etodos que viabilize uma solu¸c˜ao exata ou num´erica.

No espa¸co de parˆametros do Hamiltoniano (H = H{K}), com K = J

kBT, a trans-forma¸c˜ao que leva Ki em Ki′ atrav´es da rela¸c˜ao de recorrˆencia.

K′

(30)

Figura 1.1: Esquema de Kadanoff para redu¸c˜ao de graus de liberdade.

pode ser estudada analisando-se o fluxo dos pontos sob a a¸c˜ao de Ri

b. Assim, os pon-tos de maior interesse nesse mapeamento s˜ao aqueles invariantes sob a transforma¸c˜ao, caracterizados por

{K∗}=Rb{K∗}, (1.5)

cujos comprimentos de correla¸c˜ao associados obedecem a seguinte rela¸c˜ao

ξ∗ =ξ∗/b. (1.6)

Os pontos em que ξ∗ = 0, associados `as temperaturas T = 0 e T = , s˜ao chamados

pontos fixos triviais (est´aveis), caracter´ısticos de diferentes fases, enquanto `aqueles de

(31)

fronteiras que separam as fases.

1.2

Estabilidade de Fases a partir dos Pontos Fixos

´

E importante que se compreenda o significado da estabilidade dos pontos fixos porque esta an´alise distingue a natureza e, consequentemente, a importˆancia de cada ponto no diagrama das fases. Se na Equa¸c˜ao 1.4 olharmos para um ponto fixo n˜ao trivial, ou seja,

Ki∗ =Rib({K∗}) ; (i= 1,2, ..., s) (1.7) e, na vizinhan¸ca deste ponto, fizermos uma an´alise linear expandindoRib({K}), obtemos

a matriz Hessiana cujos autovalores (Λi) nos permite escrever, em coordenadas normais, express˜oes

△Xi′ = ΛiXi (1.8)

em cujo espa¸co de parˆametros correspondem a vari´aveis que determinam campos de escala (para um ferromagneto equivale aos campos t e H), e se anulam nos pontos fixos (Xi =

f(Ki)), onde podemos determinar fun¸c˜oes de estado (apˆendice A) que caracterizam o sistema.

Os autovalores (Λi) determinam a estabilidade dos pontos fixos na dire¸c˜ao de cada campo de escala. Assim:

a) Se, em uma dada dire¸c˜ao, o autovalor for maior do que um (Λi >1) significa que o fluxo do mapeamento ´e no sentido de se afastar do ponto fixo (X′

i >△Xi) e a intera¸c˜ao associada ao campo de escala ´e dita relevante (Figura 1.2a);

b) Se, em outra dire¸c˜ao, o autovalor for maior que zero e menor do que um (0 <

Λi < 1) significa que o fluxo do mapeamento ´e no sentido de se aproximar do ponto fixo (X′

(32)

Figura 1.2: Diagrama de fluxo do mapeamento indicando, a partir dos autovalores, a estabili-dade do sistema. Temos: a) (Λi>1); b) (0<Λi<1) e c) (−1<Λi<0)

aproxima¸c˜ao assint´otica ocorre de forma alternada se1<Λi <0, como mostra a figura 1.2c;

c) Agora, se por outro lado, o autovalor ´e nulo (Λi = 0) temos, ent˜ao, X′

i =△Xi e a an´alise linear ´e insuficiente para estabelecer crit´erios de estabilidade do ponto cr´ıtico.

(33)

t′ = ΛTt (1.9)

e

ξ′ =ξ/b. (1.10)

As Equa¸c˜oes 1.9 e 1.10 combinadas com a Equa¸c˜ao 5 do Cap´ıtulo anterior, obtemos

νT = lnb/ln ΛT. (1.11)

Dessa forma, tamb´em obtemos os expoentes para o campo H e usando as rela¸c˜oes de escala (Equa¸c˜oes 10 a 13 do Cap´ıtulo anterior) teremos um conjunto completo de expoentes que definem uma classe de universalidade para o sistema em estudo.

H´a de se ressaltar, ainda, que al´em dos m´etodos anal´ıticos outras t´ecnicas aproxima-tivas tˆem sido desenvolvidas para o estudo de fenˆomenos cr´ıticos, principalmente as que envolvem tratamentos computacionais. Destacamos as Expans˜oes em S´eries33; as sim-ula¸c˜oes de Monte-Carlo34; os M´etodos de Simula¸c˜ao n˜ao Estoc´asticos como a dinˆamica molecular e dinˆamicas determin´ısticas35 e t´ecnicas mistas de GR com Monte-Carlo. A busca dessas solu¸c˜oes alternativas est˜ao relacionadas com o que desejamos enxergar no problema abordado. Se estamos interessados na an´alise das fases, por exemplo, de um sistema que est´a imerso num campo de escala de temperatura, neste caso, o GR em re-des hier´arquicas como t´ecnica para dar visibilidade as suas diversas fases, se apresenta como uma excelente ferramenta e ´e com ela que vamos trabalhar para ter as primeiras informa¸c˜oes gerais sobre o modelo que desejamos estudar e identificar fases novas.

1.3

Solu¸

ao Exata na Rede Hier´

arquica.

(34)

para redes quadradas que simula espa¸cos bi-dimensionais quando usamos um formato de grafo denominado diamante. No geral trata-se de grafos das mais diversas formas e tamanho, com v´arias liga¸c˜oes representando as energias de troca (Jij) entre um dado par de spins numa rede idealizada para esse fim. As liga¸c˜oes unem s´ıtios de spins localizados, que se renormaliza em um grafo com um par de spins extremos em uma liga¸c˜ao com condi¸c˜oes de contorno livre. Um exemplo ´e a rede diamante mostrada na Figura 1.3.

O primeiro passo ´e a obten¸c˜ao de rela¸c˜oes de recorrˆencia por um processo chamado di-zima¸c˜ao, que quer dizer suprimir liga¸c˜oes (Ji) na rede idealizada - isso equivale a aumentar a correla¸c˜ao e suprimir flutua¸c˜oes, e reescrever as novas energias de acoplamento (J′

i) em fun¸c˜ao das antigas (Ji) preservando aspectos f´ısicos relevantes, impondo a condi¸c˜ao de invariˆancia da fun¸c˜ao de parti¸c˜ao e da fun¸c˜ao de correla¸c˜ao, respectivamente, que de outra forma significa igualar os pesos de Boltzmann. Ou seja,

e−βH′ = T r

{i<σ<j}e

−βH (1.12)

e

ξ′ = ξ

b ≈ ⎧ ⎪ ⎨ ⎪ ⎩

(t′)−νT (t)−νT.

⎫ ⎪ ⎬ ⎪ ⎭ (1.13)

Aqui νT ´e o expoente associado a divergˆencia de ξ na dire¸c˜ao do campo de escala t, que se transforma segundo

(35)

equa¸c˜ao 1.11 nos fornece apenas um expoente cr´ıtico (ν) e precisamos de pelo menos dois para obter os demais a partir das equa¸c˜oes 9-12 (Introdu¸c˜ao). Em resumo, com as rela¸c˜oes de recorrˆencia obtidas de 1.12 escrevemos a matriz ressiana, calculamos seus autovalores e αT (expoente cr´ıtico associado ao calor espec´ıfico) fica bem determinado pela rela¸c˜ao de Josephson.

Neste trabalho exploraremos as fases e as propriedades cr´ıticas do modelo Ashkin-Teller, com um olhar sobre algumas vers˜oes j´a estudadas na literatura, buscando descrever fases ainda desconhecidas, e, especificamente, estudar a criticalidade desse sistema numa rede tipo diamante simples como mostra a figura 1.3 considerando duas liga¸c˜oes em s´erie (s= 2) e duas em paralelo (r= 2).

(36)

Figura 1.3: O grafo da esquerda representa a c´elula geradriz da rede hier´arquica com dimens˜ao fractal df = lnsr/lns, sendo s o n´umero de liga¸c˜oes em s´erie e r o n´umero de liga¸c˜oes em

(37)

Cap´ıtulo 2

O Modelo Ashkin-Teller de Duas

Cores

2.1

Um Modelo para Ligas Quatern´

arias

Este modelo, conhecido na literatura como modelo AT-2, foi proposto em 1943 por J. Ashkin e E. Teller38 para descrever a transi¸c˜ao ordem-desordem em ligas quatern´arias, onde cada s´ıtio de uma rede idealizada pode ser ocupado por um dos quatro tipos de ´atomos A, B, C ou D.

Sobre essa rede hipot´etica, onde s´ıtios podem conter ´atomos, as energias de acopla-mento (εij), entre s´ıtios primeiros vizinhos, dependem dos tipos de ´atomos que ocupam os s´ıtios como mostra a tabela 2.1. Se h´a atra¸c˜ao entre ´atomos iguais (ε0 <0), os autores mostraram que o modelo satisfaz, na rede quadrada, a uma rela¸c˜ao de dualidade (an´aloga a de Kammers e Wannier39 para o modelo de Ising), tinha uma temperatura cr´ıtica e, portanto, uma linha de transi¸c˜ao. Esta transi¸c˜ao separava duas fases: a ordenada, onde era mais prov´avel a forma¸c˜ao de ”cluster”de ´atomos iguais; e a desordenada, onde todas as vizinhan¸cas eram equiprov´aveis quanto as energias de acoplamento.

(38)

,

Tabela 2.1: Energias de Acoplamento entre S´ıtios

εij s´ıtios vizinhos

ε0 AA, BB, CC, DD

ε1 AB, CD

ε2 AC, BD

ε3 AD, BC

associando-se a cada s´ıtio da rede duas (2) vari´aveis de ising (Tabela 2.2) de modo que ,

Tabela 2.2: Conex˜ao com o Magnetismo

Tipo de ´Atomo (σ, τ)

A (+,+)

B (+, -)

C (- ,+)

D (- , -)

definindo-se constantes de acoplamento apropriadas,

J0 =−

ε0+ε1+ε2+ε3

4 (2.1)

J1 =−

ε0+ε1−ε2−ε3 4

J2 =−

ε0−ε1+ε2−ε3 4

J4 =−

ε0−ε1−ε2+ε3 4

(39)

εij =−{J0+J1σiσj+J2τiτj +J4σiσjτiτj} (2.2) Redefinindo o zero da energia de modo que J0 = 0, o Hamiltoniano do sistema fica assim definido:

H =

i,j

(J1σiσj+J2τiτj +J4σiτiσjτj) (2.3)

No magnetismo as fases s˜ao determinadas pelas magnetiza¸c˜oes, que representam va-lores m´edios das vari´aveis de spins sobre configura¸c˜oes com probabilidades diversas de ocorrer, diretamente associadas a presen¸ca ou n˜ao de um ou mais ´atomos naquela fase. A variedade de fases que este modelo pode apresentar significam concentra¸c˜oes maiores ou menores de atomos presentes de uma ou de outra natureza.

Podemos, ainda, apresentar o Hamiltoniano na forma reduzida:

H

kBT

=

i,j

(K1σiσj+K2τiτj +K4σiτiσjτj) (2.4)

onde

i,j representa a soma sobre os primeiros vizinhos, (σi, σj, τi, τj)=±1 eKl = kJBlT. Al´em do fenˆomeno de adsor¸c˜ao41 como uma de suas generalidades o modelo corres-ponde a dois sistema de Ising acoplados pela intera¸c˜ao de 4 spins de energia de trocaK4, e se relaciona com outros modelos de Mecˆanica Estat´ıstica, tais como: (i) O modelo de Ising para K1=K4=0 ou K1=K2=0 ou K2=K4=0; (ii) O modelo de Potts com quatro estados para K1=K2=K4 e (iii) O modelo Z(4) quando fazemos K1 = K2 = K4, tendo Potts como caso particular. V´arias de suas propriedades f´ısicas s˜ao conhecidas em 2-d.

(40)

paramagn´etica e sobre a qual os expoentes cr´ıticos crescem continuamente. Essa vers˜ao foi, ainda, estudada por Christiano e Rosa Jr.44,45, e por Costa et all46 que observaram fases adicionais previstas por Ditzian et all47. Em duas e trˆes dimens˜oes foi estudado por E. S. de Souza48, al´em das generaliza¸c˜oes com a presen¸ca de dilui¸c˜ao de liga¸c˜oes49 e de intera¸c˜oes competitivas50,51, tamb´em, foram investigadas. Wiseman e Domany52 estudaram atrav´es do m´etodo de Monte-Carlo34 para o caso isotr´opico bidimensional, ou seja, K1 =K2 =K4.

2.2

AT-2 Anisotr´

opico na Rede Hier´

arquica

A vers˜ao Askhin-Teller Anisotr´opica foi estudada por Wu e Lin53 (K

1 = K2 = K4), usando rela¸c˜oes de dualidade, investigaram a forma geral do diagrama de fases sem pro-por valores num´ericos para as fronteiras cr´ıticas; Domany e Riedel54 com argumentos de dualidade e grupo de renormaliza¸c˜ao tipo Migdal-Kadanoff apresentaram um diagrama do modelo que mais tarde foi aprimorado por C. G. Bezerra em sua tese de mestrado55, num espa¸co de dimens˜ao fractal entre dois e trˆes. Uma vers˜ao na ´arvore de Caley56 foi, tamb´em, estudada na tese de Mestrado de J. M. de Ara´ujo.

(41)

1

2

1

2

3

4

(a)

(b)

Figura 2.1: Grafo para gera¸c˜ao de um ”cluster b´asico”tipo Ponte de Wheatstone (b) estudado por Bezerra para obter propriedades cr´ıticas do modelo AT2 anisotr´opico, renormalizando-o para um par de s´ıtios com uma liga¸c˜ao simples (a).

Cada etapa da constru¸c˜ao dessa rede ´e chamada de gera¸c˜ao de ordem n. A rede resul-tante ao fim do processo recebe o nome de rede hier´arquica. Para obter as rela¸c˜oes de recorrˆencia (5.50 a 5.52) ele usou o conceito de transmissividade (4.2), e construiu um di-agrama de fase que est´a mostrado na Figura 2.2. Nele esconde-se um isomorfismo de fases sim´etricas em rela¸c˜ao aos eixos duais, mas n˜ao revela detalhes importantes sobre planos de multifases ou hipersuperf´ıcies de pontos cr´ıticos que reproduzam vers˜oes particulares de AT-2, como percebemos mais tarde atrav´es dos novos recursos gr´aficos computacionais. N´os reestudamos essa vers˜ao, como fonte de subs´ıdio para nosso trabalho e encontramos uma solu¸c˜ao geral (5.56) para a equa¸c˜ao de pontos fixos (5.57), obtida das rela¸c˜oes de recorrˆencia (RR), onde idetificamos os pontos fixos cr´ıticos das bacias atratoras das fases

(42)

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

F

s

F

t

F

I

P

Potts

I

1

I

2

I

3

I

4

I

5

I

6

I

7

I

8

I

9

t

D

1

t

D

3

t

D

2

Figura 2.2: Diagrama de fases do modelo AT-2 anisotr´opico com os pontos fixos n˜ao triviais, os atratores das fases ferromagn´etica (F), paramagn´etica (P)e Intermedi´arias: (I), (σ) e (τ). As linhas pontilhadas indicam as fronteiras cr´ıticas entre as respectivas fases.

A novidade aqu´ı ´e que n˜ao se tinha percebido que estes pontos est˜ao sobre essas superf´ıcies planas isomorfas (Sc), perpendiculares a linha que cont´em o ponto de Potts e unindo as fases F (ferromagn´etica) e P (pararamagn´etica). Na Figura 2.5 vemos uma dessas superf´ıcies, cujas equa¸c˜oes param´etricas s˜ao:

tD1 =x (2.5)

tD2 = 1xy tD

(43)

chamadas transmissividades duais (5.53 a 5.55) , que tamb´em pode ser escrita na forma

f(x, y) = 0 (2.6)

onde x e y s˜ao vari´aveis reais entre zero e um, inclusive.

(44)

Figura 2.3: O gr´afico mostra a superf´ıcie isomorfa (S1) que cont´em os atratores das fases σ,τ

e I; os pontos fixos n˜ao triviais I1,I4,I7 e Potts; e as fronteiras cr´ıticas dos modelos IAT e dois

(45)

Figura 2.4: Curva de autovalores da linha sobre o plano isomorfoSc (parac= 1) com solu¸c˜oes

paraKi =Kj, revelando trˆes autovalores relevantes no ponto de Potts.

Podemos ver na Figura 2.3 que: a) os pontos I1, I4 e I7, identificados como pontos de Ising na Figura 2.4, s˜ao pontos de fronteiras cr´ıticas com dois autovalores relevantes e um irrelevante, portanto, inst´avel em duas dire¸c˜oes e pode ser identificado como um ponto de sela na Figura 2.5; b) o ponto fixo de Potts, com trˆes autovalores relevantes, ´e completamente inst´avel nas dire¸c˜oes dos campos de escala, no espa¸co de parˆametros, pode ser um ponto de multiplas fases identificado no topo da Figura 2.5.

(46)

Figura 2.5: Hipersuperf´ıcie hK1=K2

hKi =f(x, y) (2.7)

e equivalem, respectivamente, `as solu¸c˜oes param´etricas sobre S1 para Ki = 0 e Ki =Kj. Essas solu¸c˜oes implicam em tomarmos: (tD

(47)

Figura 2.6: Proje¸c˜ao dos zeros das hipersuperf´ıcieshK sobre um plano perpendicular aos planos

Sc que cont´em a linha de Potts.

As hipersuperf´ıcies cont´em as fases descritas por cada modelo em particular e s˜ao a novidade nesta nova compreens˜ao do modelo AAT (Apˆendice C). Vejamos, por exemplos, o caso de isotropia estabelecida pela igualdade das energias de acoplamento entre termos distintos de dois spins no hamiltoniano estudado. A hipersuperf´ıcie mostrada na figura 2.2, cujos zeros definem pontos cr´ıticos n˜ao trivias que se encontram sobre o plano isomorfo

S1 e definem, no espa¸co de parˆametros, o diagrama de fases do modelo isotr´opico ou Z(4), j´a estudados por Mariz-Tsallis-Fulco58 e Mariz-Souza48, quando fazemos K

1 = K2. A equa¸c˜ao que gera 2.2, tem a forma:

hKi=Kj =

A

(48)

Onde,

A=x4+x4y4+ 2y3x4+x33y2x3+ 2x3y4+yx3+ 3x3y3+ 3yx2

−9x2y2 3x23x2y3+y3x+x+ 3xy2xy3y2+y+y4+y3 (2.9)

B =x3y3+x3yx3 +y2x3+x2y3+x2yx2+x2y2y3xx

+xyxy2+y3+ 1y+y2 (2.10)

Por outro lado se olharmos os planos isomorfos (Sc) sobre um plano que passa pela origem do espa¸co dual, contendo a linha de potts e o eixo F-I, em duas dimens˜oes, veremos como se alinham os pontos fixos, projetados neste plano, sobre os Sc (2.2).

Neste diagrama se confirma que o ponto de Potts ´e um ponto de m´ultiplas fases com trˆes autovalores relevantes (2.2), sobre o qual se d´a a transi¸c˜ao Ferro-Para (F-P). As regi˜oes hachuriadas, mostradas na figura, idetificam as fases Ising (Fσ,τ e I) sobre o plano isomorfo S1 unidas, tamb´em, pelo ponto fixo de Potts. Os pontos fixos cr´ıticos de Ising (I2, I3, I5, I6, I8, I9), se alinham sobre outros dois planos isomorfos (S√2−1 eS2√2−1) paralelos aS1 passando, respectivamente, pelos pontos (I2, I5, I8) e (I3, I6, I9), mostrados na mesma figura. As linhas I2 −P, I3 −P, I5,8 −P e I6,9 −P podem ser obtidas por m´etodos num´ericos.

Na figura 2.2a podemos mostrar como evoluem os autovalores sobre o plano S1, no espa¸co das vari´aveis (x e y) que parametrizam esta superf´ıcie sobre o espa¸co dual, sem restringir-se a quaisquer dom´ınios, se n˜ao a todo espa¸co de fase. Alguma restri¸c˜ao de dom´ınio que se d´a aos limites ´e imposta pelo pr´oprio espa¸co dual (dom´ınio ferro-magn´etico). Lembre-se que os t’s duais s˜ao vari´aveis definidas como tD

(49)

A invers˜ao dos parˆametros (giro hor´ario de 90 graus no plano xy), em rela˜ao a figura a, ´e somente uma quest˜ao de visibilidade. J´a em c fizemos duas invers˜oes: uma de 90 graus anti-hor´aria no plano xy e outra de 180 graus sobre a dire¸c˜ao vertical que representa os expoentes de crossover.Embora n˜ao haja muito clareza sobre que propriedades gerais podem ser enchegardas nos gr´aficos mostrados, uma id´eia ´e importante: o fato de se ver como evoluem entre s´ı gerando ponto a ponto uma s´erie de expoentes cr´ıticos t´ıpicamente universais.

(50)

Figura 2.7: A superf´ıcie Auto-dual S1 apresenta, sobre o plano (x,y): a) Trˆes auto-valores

(51)

Cap´ıtulo 3

AT-2 em Rede Hier´

arquica

Aperi´

odica

3.1

Aperiodicidade em AT-2

(52)

crescimento da rede, a partir de um ”cluster b´asico”, de modo que letras s˜ao substituidas por um conjunto de outras letras representantes das novas liga¸c˜oes. Entre o passo n e o passo n + 1 na sua forma mais geral, podemos criar regras de substitui¸c˜ao de v´arios tipo com cluster’s os mais diversos. Neste trabalho vamos usar um formato mais geral na forma apresentada na figura 3.3.3. Ou seja, as letras representativas das energias de troca entre spins para denotar energias iguais ou diferentes, em cada passo, ser˜ao substituidas pela regra: An1Bn2

(53)

3.1.1

Rela¸

oes de Recorrˆ

encia na Troca A por AB.

Partindo do Hamiltoniano (2.4), igualando os pesos de Boltzmann (1.12) ou as fun¸c˜oes de parti¸c˜oes e realizando a soma sobre os spins intermedi´arios do grafo da figura 3.1.2a paras = 2, obteremos as rela¸c˜oes de recorrˆencia, para o primeiro passo de crescimento da rede, substituindo a liga¸c˜ao A do grafo com duas pontas soltas por quatro liga¸c˜oes sendo duas do tipo A e duas do tipo B. Usando o fato que

xy

x+y = tanh

1

2ln(x/y) (3.1)

e definindo ti = tanhKi, as express˜oes de renormaliza¸c˜ao para r conex˜oes sobre o grafo tipo diamante mostrado na figura 3.3.3, tornam-se:

t′1A = tanh1 2ln[

( ˆa1+ ˆa2)( ˆd1+ ˆd2) ( ˆb1+ ˆb2)( ˆc1+ ˆc2)

]r/2 (3.2)

t′2A = tanh1 2ln[

( ˆa1+ ˆa2)( ˆc1+ ˆc2) ( ˆb1+ ˆb2)( ˆd1+ ˆd2)

]r/2 (3.3)

t′4A = tanh1 2ln[

( ˆa1+ ˆa2)( ˆb1+ ˆb2) ( ˆc1+ ˆc2)( ˆd1+ ˆd2)

]r/2 (3.4)

sendo,

ˆ

(54)

ˆ

a2 = (t1A+t1B)(t2A+t2B)(t4A+t4B) (3.6)

ˆ

b1 = (1−t1At1B)(1−t2At2B)(1 +t4At4B) (3.7)

ˆ

b2 = (t1A−t1B)(t2A−t2B)(t4A+t4B) (3.8)

ˆ

c1 = (1−t1At1B)(1 +t2At2B)(1−t4At4B) (3.9)

ˆ

c2 = (t1A−t1B)(t2A+t2B)(t4A−t4B) (3.10)

ˆ

d1 = (1 +t1At1B)(1−t2At2B)(1−t4At4B) (3.11)

ˆ

d2 = (t1A+t1B)(t2A−t2B)(t4A−t4B) (3.12)

3.1.2

Rela¸

oes de Recorrˆ

encia na Troca B por AA.

(55)

(3.3.3b - s=2), repetimos as mesmas opera¸c˜oes anteriores para eliminar os spins dos s´ıtios intermedi´arios. Obtemos as rela¸c˜oes de recorrˆencia an´alogas as j´a obtidas, evidentemente com um grau de dificuldade maior porque, agora, o tra¸co ser´a efetuado sobre dois dia-mantes como mostra a figura 3.1.2 para o caso de um ”cluster b´asico”diamante simples com r liga¸c˜oes em paralelo. Efetuando a soma dos pesos de Boltzman sobre os spins intermedi´arios do diamante da direita e igualado ao mesmo c´alculo feito sobre o diamante da esquerda, obtemos:

Figura 3.1: O gr´afico mostra como se efetua a troca de liga¸c˜oes (A e B) entre o passo n e o pass n+ 1 num grafo diamante simples com r liga¸c˜oes em s´erie.

t′

1B = tanh 1 2ln(

ad bc)

r/2 (3.13)

t′2B = tanh1 2ln(

ac bd)

r/2 (3.14)

t′4B = tanh1 2ln(

ab cd)

r/2 (3.15)

sendo

(56)

b = (1t21A)(1t22A)(1 +t24A) (3.17)

c = (1t21A)(1 +t22A)(1t24A) (3.18)

d = (1 +t2

1A)(1−t22A)(1−t24A) (3.19) Este ´ultimo conjunto de equa¸c˜oes poderiam ser obtidas a partir dos resultados encon-trados nas equa¸c˜oes 3.2 a 3.4 fazendo, naquelas equa¸c˜oes: tiA=tiB.

3.2

AT-2

Anisotr´

opico

na

Rede

Hier´

arquica

e

Isotr´

opico no Acoplamento de Dois Spins

Com este subt´ıtulo estamos dizendo que um modelo assim teria as energias de acoplamento ferromagn´eticas distintas entre s´ı para liga¸c˜oes do tipo A e B distintos. Isto equivale a tornar, nas equa¸c˜oes de 3.2 a 3.4 e 3.13 a 3.15: t1A=t2A e t1B =t2B. Por outro lado ´e f´acil perceber que os ai, bi, ci edi, nestas equa¸c˜oes, s˜ao polinˆomios de termos idˆenticos (ti) que podem ser rearranjados de modo que:

t′1A = 2t1At1B(1 +t4A)(1 +t4B) (1 +t2

1At21B)(1 +t4At4B) + (t1A2 +t21B)(t4A+t4B)

(3.20)

(57)

t′1B = 2t 2

1A(1 +t4A)2 (t2

1A+t4A)2+ (1 +t21At4A)2

(3.22)

t′4B =

t2

1A(1 +t4A)2+ (1 +t21At4A)2

t2

1A(1 +t4A)2+ (t21A+t4A)2

(3.23)

onde,

f = (1 +t 4

1A)(1 +t4At4B) + (t21A+t21B)(t4A+t4B) 2t1A[t1A(1 +t4At4B) +t1B(t4A+t4B)]

(3.24)

g = a1+a2

b1+b2

(3.25)

a1 = (1−t1At1B)(t4At4B−t1At1B) (3.26)

a2 = (t1A−t1B)(t1At4B−t1Bt4A) (3.27)

b1 = (1−t1At1B)(1−t4At4Bt1At1B) (3.28)

(58)

E, assim, poderemos construir um conjunto de situa¸c˜oes que reproduzam resultados sobre todos os modelos que possam ser derivados de AAT numa rede hier´arquica diamante simples. Mais tarde veremos que se tornar´a trivial generalizar essas express˜oes para s liga¸c˜oes em s´erie e r liga¸c˜oes em paralelo. Podemos demonstrar analiticamente para os casos mais simples e calcular com aux´ılio do maple para os casos mais complicados, que as transmissividades est˜ao relacionadas pelo produto enre s´ı ou entre as duais. Nas pr´oximas se¸c˜oes vamos reproduzir alguns resultados conhecidos e ver outros novos.

3.3

Reproduzindo Resultados

3.3.1

Ising Puro Anisotr´

opico

Em primeiro lugar ´e necess´ario esclarecer essa nomenclatura: ”Ising Puro Anisotr´opico”. Queremos dizer com isso que o Hamiltoniano AAT s´o tem um termo de troca enquanto os outros dois s˜ao nulos, mas as sub-redes existem e interagem entre s´ı. Isto significa que todos os parˆametros de acoplamento s˜ao nulos exceto para um par de spins (σiσj,τiτj) de subredes diferentes de forma que: tiA =tA =tiB = tB, ambos diferentes de zero. Assim teremos um par de rela¸c˜oes de recorrˆencia escritas na forma da transmissividade t´ermica (ti = tanhki), obtidas diretamente de 3.2 a 3.4 e 3.13 a 3.15 resultando em:

t′A = 2tAtB 1 +t2

At2B

(3.30)

t′B = 2t2

A 1 +t4

A

(3.31)

(59)

Essas express˜oes podem, ainda, ser escritas na forma de duais inversas (xi = exp 2ki), para os dois modelos. Ap´os alguns passos, no algebrismos da mudan¸ca de vari´aveis, obtemos:

x′A = (xAxB+ 1

xA+xB

)2 (3.32)

x′B = (

x2 A+ 1 2xA

)2 (3.33)

S˜ao resultados que j´a est˜ao disponibilizados numa ampla literatura e servem para checar as nossas equa¸c˜oes. A energia livre pode ser expressa como uma s´erie infinita das duais inversas e isso, tamb´em j´a foi feito (Apˆendice A), mas, para ilustrar, temos:

f(xA, xB) = inf n=0

(2m)−n[1 3ln(x

(n) A +x

(n) B ) +

1 6ln(2x

(n)

A )] (3.34)

ondexA, B(n)´e a n-´ezima intera¸c˜ao nas rela¸c˜oes de recorrˆencia. O expoente cr´ıtico associ-ado ao calor espec´ıfico, tamb´em pode ser diretamente obtido tanto da energia livre quanto dos autovalores da matriz hessiana calculada a partir da lineariza¸c˜ao das RR. Sendo assim podemos escrever:

α = 21.3862.../ln Λ (3.35)

onde Λ ´e o autovalor relevante associado.

3.3.2

AT-2 Isotr´

opico nas Sub-Redes de Ising

(60)

de recorrˆencia, 3.2 a 3.4 e 3.13 a 3.15, que tomar: tiA =tiB =ti e t1 =t2, para obter:

t′2 = tanh1 2ln

(t2

2+ 1)2(t24+ 1) + 8t22t4 (1t2

2)2(t24+ 1)

(3.36)

t′4 = tanh1 2ln

[(t2

2+ 1)2(t24+ 1) + 8t22t4](t24+ 1) (1 +t2

2)2(1−t24)2

. (3.37)

Este modelo foi estudado por F.A. da Costa/Oliveira e Salinas46 na ´arvore de Cayle explorando propriedades de assimetria na fase Baxter. Se reescrevermos estas equa¸c˜oes para t2 =x et4 =y, com um pouco de algebrimos, teremos

x′ = 2x

2(y2 + 1 + 2y)

x4y2+x4+y2+ 1 + 4x2y (3.38)

y′ = 2y(x

4y+ 2x2y2+ 2x2+ 2x2y+y)

x4y4+x4+ 4x2y3+ 4x2y+ 2x2+ 2x2y4+y4+ 1 (3.39)

que para x′ =y=x=y=y resulta no hiperplano,

h = y 2y(y

42y3+ 4y24y+ 1)

y42y3+ 4y22y+ 1 (3.40) cuja solu¸c˜ao parah= 0 resulta em dois pontos fixos cr´ıticos trivias (0 e 1) e um ponto fixo cr´ıtico n˜ao trivial, exatamente, emy=x=.3611030806.... Para analizar a estabilidade desse ponto fazemos a lineariza¸c˜ao de 3.38 e 3.39 e a matriz hessiana pode ser escrita como:

J =

⎜ a11 a12 ⎞

(61)

onde,

a11=

∂x′

∂x

= −4x(y

2+ 1 + 2y)(x4y2+x4y21)

(x4y2+x4+y2+ 1 + 4x2y)2 (3.42)

a12=

∂x′

∂y

= −4x

2(2x2y2+x4y2x4+y21 + 2x2)

(x4y2+x4+y2+ 1 + 4x2y)2 (3.43)

a21 =

∂y′

∂x

= −8xy(−y

6+y4+y2+x4x4y2x4y4+y6x41)

(x4y4 +x4+ 4x2y3+ 4x2y+ 2x2+ 2x2y4 +y4+ 1)2 (3.44)

a22=

∂y′ ∂y = X Y (3.45) onde,

X = 4(y56x4y5x2y2+ 5x2y4x22x410x4y24x2yy+ 10x4y4+ 4x6y54x6y+ 6x4y5+ 4x2y5+ 2y6x4+y6x2x6+ 5x6y4+

x6y65x6y2yx8+x8y5) (3.46)

Y = (x4y4+x4+ 4x2y3+ 4x2y+ 2x2+ 2x2y4+y4+ 1)2 (3.47)

Os autovalores da matriz hessiana (3.41), em torno do ponto fixo n˜ao trivial, s˜ao dados por:

λ±= 1

2[(a11+a22)±

(62)

com

Δ = (a11−a22)2+ 4a12a21 (3.49) A solu¸c˜ao de simetria n˜ao trivial, conduz a dois autovalores relevantes: λ1 = 1.852601595 e λ2 = 1.277793838, que define um ponto onde o sistema ´e estremamente inst´avel para temperatura finita e caracteriza uma regi˜ao de fronteira ou um ”saddle-point”. ´E importante observar que na dire¸c˜ao do autovalor maior o sistema tem um comportamento parecido com o modelo de ising na mesma rede hierarquica com uma regra de substitui¸c˜ao de trˆes letras59, pois este apresenta um autovalor λ

1 = 1.854101... que margeia o anterior naquela dire¸c˜ao. Significa que o nosso sistema com esse grau de instabilidade, em torno desse ponto fixo cr´ıtico n˜ao trivial, pode sofrer mudan¸cas na criticalidade e dar origem a uma nova classe de universalidade. Essa sens´ıbilidade ´e ali-mentada pelas fluta¸c˜oes geom´etricas da aperiodicidade. Essas fluta¸c˜oes tem um car´ater relevante ou n˜ao para a criticalidade e quem identifica isso ´e o expoente de cruzamento (φ) definido por Luck22. Obtido por argumentos eur´ısticos, o expoente tem a forma:

φ1 +dνμ(̟−1) (3.50)

onde d ´e a dimens˜ao fractal eνu (1.11) ´e o expoente cr´ıtico de correla¸c˜ao do caso uniforme e ω ´e o ”wandering”expoente de flutua¸c˜oes geom´etricas dado por:

̟ = ln|λ2 | lnλ1

(3.51)

(63)

φ = 0 n˜ao podemos prever o que ocorrer´a (caso marginal). Esse ´e o crit´erio e deve ser usado com as restri¸c˜oes contidas no apˆendice referido.

Com o uso da rela¸c˜ao de hiperescala, dνu = 2−αu, que deve valer para todo d ≤ 4, e da limita¸c˜ao termodinˆamica α 1 para transi¸c˜oes cont´ınuas, podemos reenunciar a condi¸c˜ao de relevˆancia fazendo em 3.50 φ= 0 e obter:

̟ > ωc =

1αu 2αu

(3.52)

onde foi introduzido um “valor cr´ıtico” (ou limiar) do expoente de flutua¸c˜ao,ωc, a partir do qual a aperiodicidade afeta de maneira relevante o sistema. Diferente da forma como se encontra no apˆendice D, colocamos uma barra sobre̟ para resgatar o conceito inicial de expoente de crossover 13. Assim, podemos mostrar, a partir de evidˆencias, que para valores de ̟ > ωc = 0.555... as flutua¸c˜oes geom´etricas geram viola¸c˜oes na criticalidade do sistema.

3.3.3

AT-2 Anisotr´

opico nas Sub-Redes de Ising

Podemos refazer nossos c´alculos considerando as energias de acoplamento iguais entre s´ı mas diferentes nas duas sub-redes, representadas pelas letras A e B. Isto equivale a tomar, nas equa¸c˜oes de 3.2 a 3.4 e 3.13 a 3.15, t1A = t2A = t4A e t1B = t2B = t4B, para encontrar:

a) Para as rela¸c˜oes de recorrˆencia,

x′ = 2xy

(64)

Tabela 3.1: Expoentes Cr´ıticos para a Solu¸c˜ao do Ponto Fixo y= 0,36110308... expoentes valor

νμ 1.12416...

αμ -0.24832...

y′ = x

3(2x2x3+x5+x7+ 816x2+ 8x4)

2 + 2x22x42x6+x8+x10+ 8x316x5+ 8x7 (3.54) b) Os mesmos pontos fixos cr´ıticos do caso uniforme: (0,1,0.3611030806); mas com criticalidade diferente pois os autovalores s˜ao respectivamente: λ1 = 1.266331881 e λ2 =

−0.3400310827.

Isto resulta num expoente de crossover ̟ = 0.829... > ωc = 0.555.... Luck.

(65)

3.4

Conclus˜

ao

(66)
(67)

Cap´ıtulo 4

Ashkin-Teller de 3-cores na Rede

Hier´

arquica

O modelo AT-2 apresenta uma linha de pontos fixos com expoentes cr´ıticos variando continuamente, sobre a qual o modelo ´e sol´uvel atrav´es de um mapeamento no modelo Baxter. Esta riqueza de comportamento multicr´ıtico estimularam Grest e Widom a estu-darem o modelo Ashkin-Teller de N cores (AT-N) atrav´es de v´arios m´etodos anal´ıticos e computacionais. Uma dessas abordagens , devido a Migdal e Kadanoff, nos permite obter ”certos resultados”ora com uma aproxima¸c˜ao sistem´atica para redes reais, ora como re-sultados exatos em rede hier´arquica. Pretendemos explorar as propriedades cr´ıticos e o diagrama de fases para o modelo IAT-3 (definiremos mais tarde) numa rede quadrada via rede hier´arquica. Vamos come¸car com um hamiltoniano bem geral para obter rela¸c˜oes de recorrˆencias as mais gerais poss´ıveis em uma rede hier´arquica com intera¸c˜oes de troca aperi´odicas crescida a partir do ”cluster”da figura (4.1.2). Na forma reduzida a nossa “fun¸c˜ao energia” ser´a expresso assim,

κH

BT =

i,j

(K1σiσj +K2θiθj +K3τiτj +K4σiθiσjθj+K5θiτiθjτj+K6σiτiσjτj) +

i,j

(K7σiθiτiσjθjτj) (4.1)

onde

(68)

de troca reduzida entre s´ıtios primeiros vizinhos. Atrav´es do grupo de renormaliza¸c˜ao no espa¸co real, vamos estudar as simetrias deste modelo, em temperatura finita na regi˜ao onde predomina o comportamento ferromagn´etico (

iKi ≥0), com o aux´ılio do conceito de transmissividade para calcular as rela¸c˜oes de recorrˆencia.

4.1

alculo das Transmissividades

Em primeiro lugar vamos retomar o conceito de transmissividade definida por Alcaraz-Tsallis24 a partir de um par de spins (i,j) localizados, sobre dois s´ıtios quaisquer de uma rede. Denotando como mostra a equa¸c˜ao a seguir, ela ´e uma m´edia t´ermica apropriada da correla¸c˜ao entre os spins desses dois s´ıtios, podendo, portanto ser escrita na forma,

tij =< σiσj >=

i,jσiσje−εij/κBT

i,je−εij/κBT

= Nij

Dij

. (4.2)

Define-se, ainda, a transmissividade dual para o mesmo par de spins, numa dada comfigura¸c˜ao, como o peso de Boltzman associado a uma certa configur˜a¸c˜ao escolhida convenientemente com o prop´osito de obter regras simples que permitam calcular trans-missividades em s´erie e em paralelo como veremos mais adiante. Assim sendo, escrevemos,

tDij = e−εij/κBT (4.3)

(69)

Tabela 4.1: Energias Degeneradas das Configura¸c˜oes na Equa¸c˜ao 4.1

Item Configura¸c˜oes εij/κBT Deg.

a σi =−σj; θi =θj; τi =τj −K1+K2+K3 −K4+K5−K6−K7 8 b σi =σj; θi =−θj; τi =τj K1−K2+K3−K4−K5+K6−K7 8 c σi =σj; θi =θj; τi =−τj K1+K2−K3+K4−K5−K6−K7 8 d σi =−σj; θi =−θj; τi =τj −K1−K2+K3+K4−K5−K6+K7 8 e σi =σj; θi =−θj; τi =−τj K1−K2−K3−K4+K5−K6+K7 8 f σi =−σj; θi =θj; τi =−τj −K1+K2−K3−K4−K5 +K6+K7 8 g σi =−σj; θi =−θj; τi =−τj −K1−K2−K3+K4+K5+K6−K7 8 h σi =σj; θi =θj; τi =τj K1+K2+K3+K4+K5 +K6+K7 8

O que se vˆe na tabela 4.1 ´e obtido a partir do hamiltoniano 4.1. Escolhemos as configura¸c˜oes de spins e contamos as suas respectivas energias degeneradas para obter a contribui¸c˜ao de cada configura¸c˜ao no c´alculo das transmissividades, seja entre um par de s´ıtios primeiros vizinhos ou n˜ao. Entre dois s´ıtios no topo de uma rede hier´arquica qualquer, j´a vimos que, entre o passo n e o passon+1 de crescimento da rede, existem uma infinidade de caminhos conectados por liga¸c˜oes ora em s´erie, ora em paralelo. Isso nos leva a come¸car o problema pelo lado mais simples at´e obtermos as rela¸c˜oes de recorrˆencia finais, representativas do conjunto das correla¸c˜oes, que nos conduza ao diagrama de fases do modelo investigado. Vamos, portanto, come¸car nossa tarefa com o prop´osito de obter as rela¸c˜oes de recorrˆencia para uma rede diamante simples e estendˆe-lo, na se¸c˜ao 4.1.3, para o caso mais geral de um ”cluster”aperi´odico com r liga¸c˜oes em paralelo, como mostrado na figura 4.1, e a partir dessas rela¸c˜oes estudarmos os casos mais simples de interesse no momento.

(70)

Figura 4.1: Cluster para o passo 1 no crescimento de uma rede com r liga¸coes em paralelo e parˆametro de redeb= 2.

4.1.1

Transmissividade para Spins Localizados Sobre uma

Liga¸

ao com Pontas Soltas

Neste passo escreveremos as transmissividades definidas pela equa¸c˜ao 4.2 a partir das energias das configura¸c˜oes da tabela 4.1 e calculamos as m´edias t´ermicas para cada intera¸c˜ao entre spins de s´ıtios distintos, assim:

t1 = < σiσj > = f1(tDi )

Imagem

Figura 1: a) Transi¸c˜ao l´ıquido-g´ as; b) Transi¸c˜ao ferro-antiferro.
Figura 2: Diagrama de fases de um ferromagneto simples mostrando a linha de transi¸c˜ao de primeira ordem (0 &lt; T &lt; T C ) e a transi¸cˆao cont´ınua para T &gt; T C , em H = 0.
Figura 4: Dependˆencia da susceptibilidade com o campo magn´etico externo nas proximidades de H = 0 para trˆes temperaturas diferentes.
Tabela 1: Valores num´ericos de expoentes cr´ıticos para alguns Modelos e Sistemas 1 .
+7

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