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Efeitos da entrevista motivacional em adolescentes infratores.

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1Artigo elaborado a partir da dissertação de I. ANDRETTA, intitulada “Entrevista m otivacional em adolescentes infratores”. Program a de Pós-Graduação em

Psicologia , Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2005.

2Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Faculdade de Psicologia. Av. Ipiranga, 6681, Prédio 11, Sala 932, 90618-900, Porto Alegre, RS, Brasil.

Corresp ondência p ara/ Correspondence to: I. ANDRETTA. E-m ail: < Ila.andretta@terra.com .b r> .

3Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Program a de Pós-Graduação em Psicologia. Porto Alegre, RS, Brasil.

Efeitos da entrevista m otivacional em

adolescent es infrat ores

1

A st udy of t h e effect s of m ot ivat ion al in t erview in g

on adolescen t offen ders

Ilana ANDRETTA2

Margareth da Silva OLIVEIRA3

Resumo

A entrevista m otivacional é um a intervenção breve, que visa estim ular a m udança de com portam ento. Foi aplicada, nesta pesquisa, em adolescentes usuários de drogas, identificando-se as m odificações ocorridas após a m esm a. A am ostra foi consti-tuída por 50 adolescentes usuários de drogas que com eteram ato infracional. Todos foram avaliados por m eio de protocolo padrão, depois subm etidos a cinco sessões de entrevista m otivacional, e reavaliados posteriorm ente. Os resultados encontrados na reavaliação foram : o aum ento do núm ero de dias de abstinência de m aconha e álcool; dim inuição da quantidade de uso de álcool, tabaco e m aconha; abstinência de cocaína, crack e solventes. Houve tam bém diferenças significativas no estágio m otivacional da pré-contem plação e nas crenças cognitivas acerca do uso de substâncias. Os dados evidenciaram que, após a entrevista m otivacional, houve m udança no consum o de drogas, nos estágios m otivacionais e nas crenças cognitivas em adolescentes infratores usuários de drogas.

Unitermos: Adolescentes. Drogas. Intervenções breves. Motivação para m udança.

Abstract

The m otivational interview is a brief intervention that aim s to stim ulate behavioral changes, and it has been applied in this research to adolescent drug users, and identifying the changes after the m otivational interview ing. The sam ple group consisted of 50 adolescent drug

users w ho had com m itted offenses. All of them w ere evaluated by m eans of a standard protocol, then they received five m otivational

interview sessions and w ere subsequently reevaluated. The findings of the follow -up w ere: definitive increases in the num ber of days of abstinence from m arijuana and alcohol, a reduction in the usage of alcohol, tobacco and m arijuana, abstinence from cocaine, crack and solvents. There

w ere also significant changes in the pre-contem plation m otivational stage as w ell as the cognitive beliefs regarding substance use. The data

show s that, after m otivational interview ing, there w ere changes in the patterns of drug consum ption, in the m otivational stages and in the cognitive beliefs of the drug-using adolescent offenders.

Uniterms: Adolescents attitudes. Drug abuse. Brief psychotherapy. Motivation for change.

A Entrevista Motivacional (EM), segundo Miller e Rollnick (2001), é um tipo de aconselham ento diretivo,

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valência (Burke, Arkow itz & Dunn, 2002; Miller & Rollnick,

2001; Miller, Yahne & Tonigan, 2003).

Está baseada nos conceitos de prontidão para a m udança e am bivalência, sendo esta últim a definida com o a exp eriência de um conflito p sicológico p ara decidir entre dois cam inhos diferentes. Tais conceitos

fazem p art e d o M od elo Tran st eórico, d esen volvid o por Prochaska e DiClem ente (1999), que é, resum ida-m ente, d escrit o p o r cin co est ág io s ida-m o t ivacio n ais: na pré-contem plação, o sujeito não se deu conta de que

existe algum tipo de problem a; na contem plação, ocorre o início do processo de conscientização do problem a; a determ inação acontece quando o sujeito passa a ter consciência de que deve fazer algo para m udar, m as

ainda não o fez; na ação, passa a colocar em prática estratégias de m udança; e na m anutenção, tenta m anter os resultados alcançados na ação. Segundo os autores, estes estágios são m utáveis e podem oscilar durante o processo, o que é dem onstrado pela m etáfora de um a

espiral. A recaída tam bém é vista com o etapa, e pode acontecer em qualquer estágio de m udança.

O Modelo Transteórico engloba técnicas de vá-rias abordagens, tais com o psicoterapias breves, terapia cognitivo-com portam ental, terapia centrada no cliente

e terapia sistêm ica (Bundy, 2004; Jungerm an & Laranjeira, 1999). A t erap ia co g n it ivo -co m p o rt am en t al (TCC) contribui de form a decisiva para este m odelo de trata-m ento, pois facilita a trata-m odificação das crenças cognitivas do paciente, ou seja, sua form a de pensar sobre a adicção

às drogas. A TCC entende que as crenças sobre as drogas são as responsáveis pelo com portam ento de consum o, e a m odificação das m esm as p ode cont rib uir p ara a cessação do uso. Com o exem plo de técnica

cognitivo--com p ortam ental utilizada conjuntam ente com a EM, pode-se citar o Registro de Pensam entos Disfuncionais (RPD) (Luz, 2004), que verifica pensam entos autom áticos e crenças acerca do uso de drogas, além de averiguar as

dist orções cognit ivas sob re est e uso e m onit orar as situações de risco. Outros exem p los são a técnica da Balança Decisacional (Knapp, Luz & Baldisserotto, 2001), que avalia as vantagens e desvantagens de se m anter ou não o com p ort am ent o indesejado, e o Plano de

Metas (Miller & Rollnick, 2001), que tem com o objetivo traçar m etas para um futuro próxim o, no sentido de p rop orcionar novos ob jetivos ao usuário de drogas.

De acordo com a EM, a postura do terapeuta deve ser norteada pelos seguintes princípios básicos:

expressar em p at ia, d esen volver a d iscrep ân cia, evit ar

d iscu ssõ es, d im in u ir a resist ên cia e est im u l ar a

auto-eficácia do paciente. Outras estratégias tam bém

facilit am o d esenvolvim ent o da técnica: aconselhar, rem over barreiras, oferecer opções de escolha, dim inuir

a vont ad e d o com p ort am ent o esp ecífico, p rat icar a

em patia, dar feedback, clarificar objetivos e oferecer ajuda

ativa ao paciente (Burke, Arkow tiz & Menchola, 2003).

A EM tem se m ostrado aplicável e efetiva (Dunn, Deroo & Rivara, 2001; Miller et al., 2003) em diversos

com p ort am ent os e na m udança dos est ágios m ot i-vacionais (Heather, Rollnick, Bell & Richm ond, 1995), na aderência ao processo terapêutico (Daley & Zuckoff, 1998; Lincourt, Kuettel & Bom bardier, 2002), na adesão a dietas

(Berg-Sm ith et al., 1999), na redução do uso de álcool (Borsari & Carey, 2000; Monti et al., 1999; Oliveira, 2001; Project Match Research Group, 1997), na redução do uso de m aconha (Stephens, Roffm an & Curtin, 2000;

Stephens, Roffm an, Fearer, William s & Picciano, 2004), na redução do uso de cocaína (Donavan, Rosegren, Dow ney, Cox & Sloan, 2001), na redução do uso de anfetam inas (Baker, Boggs & Lew in, 2001), na cessação

do uso de tabaco (Brow n et al., 2003; Butler et al., 1999; Colby, 1998; Rodriguez, 2003; WHO 1996) e em pacientes com d iab et es (Burke et al., 2002; Channon, Sm it h & Gregory, 2003). Com p arada com o não-tratam ento e com o uso de placebo, a EM foi superior em com

porta-m entos envolvendo álcool, drogas, dietas e exercícios (Burke et al., 2003). Há, ainda, relatos da aplicação da EM no caso de uso de anticoncepcionais (Cow ley, Farley & Beam is, 2002).

Com o esta intervenção tem breve duração e é

indicada, geralm ente, para pacientes com baixo nível de m otivação para m udanças, principalm ente aqueles considerados difíceis, resistentes e desm otivados, pode ser ap licada com sucesso em adolescentes, devido à estratégia da não confrontação em que im plica, visando

à redução da resistência (Lam bie, 2004; Law endow ski, 1998). O foco, em especial, pode ser voltado para os adolescentes que vêm encam inhados pela justiça, em d eco rrên cia d o en vo lvim en t o em at o s in fracio n ais

(Lincourt et al., 2002). Neste m esm o estudo, 73 adoles-centes infratores usuários de drogas participaram de seis sessões estruturadas de EM, enquanto 94 apenas receberam tratam ento padrão do serviço. Com parados

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dono de tratam ento, além de dim inuição do consum o

de substâncias.

O presente estudo teve com o objetivo avaliar as m udanças nos estágios m otivacionais, no consum o de drogas e nas crenças acerca do uso de sub st âncias psicoativas após a aplicação da Entrevista Motivacional

em adolescentes infratores usuários de drogas.

Método

Participantes

Os participantes deste estudo foram encam inha-d os a t rat am ent o p elo sistem a inha-de justiça por serem usuários de drogas, por terem com etido ato infracional (algum tipo de delito) e por estarem sob m edida

prote-t iva (cum p rindo m edida sócio-educaprote-t iva em regim e aberto). A am ostra foi constituída por 50 adolescentes, encam inhad os no p eríod o d e d ezem b ro d e 2003 a dezem bro de 2004. A idade m édia foi de 16,33 anos (m ínim a de 13 e m áxim a de 20, desvio-padrão - DP=1,47), sendo que 88,9% eram do sexo m asculino, 13,3% de toda a am ostra tinham em prego fixo, e 69,2% estavam estudando no m om ento da avaliação. Além disto, 76,0%

dos adolescentes referiram que seus pais tinham proble-m as coproble-m o uso de álcool, e 38,0% dos pais tinhaproble-m pro-b lem as com o uso de drogas. O ato infracional m ais prevalente na am ostra foi o porte de entorpecentes, para 82,0% dos participantes.

Caracterizando o perfil do uso de drogas, foram encontrados 14 adolescentes dependentes de tabaco, 14 dependentes de m aconha, nenhum dependente de

cocaína e solvent e, e um d ep end ent e d e crack. As

com orbidades m ais freqüentes foram o Transtorno de

Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), com 13 casos (26,0%); Tran st o rn o d e Co n d u t a (TC), co m u m a prevalência de 11 casos (22,0%); e Transtorno Op ositivo Desafiador (TOD), com dois casos (4,0%). Em relação à

intensidade de sintom as de ansiedade e depressão, a m édia dos escores foi leve, e não houve nenhum caso d e d iag nóst ico d e t ranst orno d ep ressivo ou d e an-siedade.

Os critérios de inclusão neste estudo foram : o ad olescent e t er com et id o um at o infracional, est ar

vinculado ao sistem a de justiça, ser usuário de m aconha ou outras drogas, e ter estudado, no m ínim o, até a 5ª série do ensino fundam ental. Os participantes poderiam estar usando m edicação controlada p ara algum

trans-torno psiquiátrico. Considerou-se, neste estudo, a

defi-nição de Bee (1997) e Papalia e Olds (2000) para definir a adolescência com o o período do desenvolvim ento que abrange a faixa etária dos 12 aos 20 anos.

Os crit ério s d e exclu são d a am o st ra fo ram : sujeitos que apresentaram um a síndrom e de privação

que alterasse o desem p enho nos instrum entos, que t ivessem alg u m a p at o lo g ia g rave q u e o s im p o ssi-b ilit asse d e co m p reen d er seu t rat am en t o , o u q u e estivessem fazendo tratam ento terapêutico (internação ou am b ulatorial).

Instrumentos

Para a avaliação dos adolescentes, foi utilizado um p ro t o co lo p ara levan t am en t o d e d ad o s sócio--dem ográficos da am ostra, com o sexo, idade, ocupação, escolaridade, existência de fam iliares usuários de drogas e padrão do consum o das m esm as, ou seja, inform ações com o d ro g a d e eleição , freq ü ên cia, fo rm a e t em p o de uso . Tam b ém fo i ap licad a u m a en t revist a se m i--est ru t u rad a, co n t en d o p erg u n t as so b re t o d o s o s

c ri t éri o s d i ag n ó st i c o s d o D SM -IV-TR (Am eri c an Psychiatric Association - APA, 2002) referentes a cada transtorno, para identificar dependência ou abuso de su b st ân cias e est ab elecer-se u m d iag n ó st ico d e com orbidades de transtornos disruptivos.

No presente estudo, foi utilizada a University of

Rhode Island Change Assessm ent (URICA), que se trata de

um a escala que verifica os estágios m otivacionais p ara m u d an ç a d e c o m p o rt am en t o (M c Co n n au g h y, Prochaska & Velicer, 1983). Estes autores testaram 125 itens, que representavam cinco estágios m otivacionais,

e reduziram este núm ero de itens para 32, tendo com o base a análise de com ponentes principais, coeficiente de Alfa de Chronb ach e análise de it ens. Os quat ro estágios encontrados foram responsáveis por 58% da

variância t ot al. O coeficient e d e Alfa d e Chronb ach variou de 0,88 a 0,89. No Brasil, este instrum ento está em processo de validação por Oliveira, Fernandes, Souza e Szup szyn ski (2005), p ara d iversos com p ort am en t os aditivos.

O Invent ário de Dep ressão de Beck (BDI) e o

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tricos, sendo o coeficiente de fidedignidade do BAI igual

a 0,92 e, do BDI, igual a 0,89.

O Inventário de Crenças de Beck (Beck, Wight, New m an & Liese, 1999) identifica as crenças associadas ao uso de substâncias. Este instrum ento foi traduzido e adaptado para este estudo pelo grupo de pesquisa, além

de ser am plam ente utilizado na prática clínica (Luz, 2004).

Por fim , foi realizado um Screening Toxicológico

para detecção do uso de m aconha, para com parar os resultados obtidos no exam e com os relatos dos sujeitos. Os adolescentes faziam um a coleta de urina assistida

p or um técnico esp ecializado, e dep ois sub m etiam a m esm a a exam es, para verificação da presença ou ausên-cia da droga.

Procedimentos

Este estudo obteve aprovação do Com itê de Ética

em Pesquisa da PUCRS. Após a aprovação do projeto, toda a equipe participou de um treinam ento padrão sobre todos os instrum entos de avaliação, contando co m u m p ro fissio n al sên io r n a área d e En t revist a

Mot ivacional. Durant e t od as as fases d a p esq uisa, a equipe foi supervisionada por profissionais especiali-zados na avaliação e na técnica.

Inicialm ente, os adolescentes foram encam inha-d o s ao lo cal inha-d e co let a inha-d e inha-d ainha-d o s p o r in st it u içõ es especializadas no cum prim ento de m edida protetiva.

Os pais dos m esm os receberam o Term o de Consen-tim ento Livre e Esclarecido do p rojeto, op tando p or participar ou não da pesquisa. Após a assinatura deste term o, iniciava-se a avaliação, p or m eio do p rotocolo

padrão do serviço (com os instrum entos listados acim a) e de um a ent revist a, realizada com um dos p ais ou inform ante de cada sujeito, para confirm ar os dados em relação a com orbidades e padrão de uso relatados

pelo adolescente. Esta etapa do processo teve previsão de três encontros.

A p art ir d e en t ão, t iveram in ício as sessõ es

estruturadas de EM, que foram baseadas no Ca n n a b is

Youth Treatm ent (Diam ond et al., 2002), um program a de

tratam ento realizado nos Estados Unidos para adoles-cent es infrat ores. Na p rim eira sessão d est a et ap a, a

finalidade era dar a devolução da avaliação, para que o

sujeito obtivesse inform ações sobre os prejuízos causa-dos pelas drogas. A devolução é baseada no princípio

do feedback, e tem por objetivo fornecer inform ações

claras e desp rovidas de julgam ent os m orais sob re a

avaliação realizada. Tam bém foi utilizada a técnica de

Registro de Pensam ento Disfuncional (RPD) (Luz, 2004). O terapeuta tinha liberdade para usar o RPD em todas

as sessões que sentisse necessidade de identificar o que

estava passando na cabeça do adolescente, objetivando delinear form as alternativas de lidar com os problem as,

sem recorrer ao uso de drogas.

Na sessão d ois, t rab alh avam -se in fo rm açõ es

sobre o uso de drogas, a partir de folhetos explicativos so b re o s efeit o s d as m esm as (Secret aria Nacio n al

Antidrogas, 2004),para que o adolescente recebesse

inform ações reais sobre o uso de m aconha. Tam bém era aplicada a técnica da Balança Decisacional (Knapp

et al., 2001): prim eiram ente, o adolescente apontava as

vantagens que ele percebia, em sua vida cotidiana, em continuar usando m aconha; na coluna ao lado, enum

e-rava as desvantagens em continuar usando. O objetivo

d o t erap eu t a, n est e m o m en t o , era m o st rar p ara o adolescente que, geralm ente, há m ais desvantagens na

continuação do uso do que em sua descontinuação.

Na sessão seguinte, o tem a era o Plano de Metas

(Miller & Rollnick, 2001), para que o terapeuta ajudasse o ad olescen t e a id en t ificar q uais seriam os p ossíveis

obstáculos para alcançar seus planos, e com o ele poderia

fazer para obter êxito. Na m esm a sessão, era realizado o Treinam ento de Situações de Risco (Diam ond et al., 2002),

com objetivo de desenvolver habilidades para situações

inesperadas que pudessem ocorrer quando cessado o tratam ento, aum entando o rep ertório de com p

orta-m entos adaptativos eorta-m situação de possível recaída.

Posteriorm ente,o objetivo foi aum entar

ativida-des prazerosas e o suporte social. Nesta sessão, o adoles-cente referia quais atividades gostaria de realizar com o

um a nova ocup ação, p or exem p lo, algum esp orte; e

com o p oderia torná-las um a p rática constante em sua vid a. Em relação ao su p o rt e so cial, o ad o lescen t e

m encionava as pessoas com as quais ele poderia contar

em situações de em ergência, e com o fazer para busca ajuda. Na últim a sessão desta etapa, estava previsto o

fecham ento do processo e o planejam ento de situações

de em ergências que pudessem ocorrer. A avaliação do processo era feita pelos dois, adolescente e terapeuta,

apontando os pontos fortes e fracos da experiência, bem

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Ap ós 15 d ias d o térm ino das sessões m

otiva-cio n ais, o ad o lescen t e co m p arecia n o vam en t e ao serviço para um a reavaliação, com o objetivo de verificar se houve m odificações após o térm ino do processo.

Neste m om ento, era atendido p or outro técnico da equipe, que não tinha conhecim ento sobre o processo terapêutico nem sobre os resultados da avaliação, para cegar os resultados, dando credibilidade à reavaliação.

Ap ós a com p ilação dos dados, foi realizado o t rat am en t o est at íst ico. Com o in t uit o d e verificar a

n o rm alid ad e d as variáveis, ap lico u -se o t est e d e Ko lm o g o ro v-Sm irn o v. Para an álise d o s d ad o s em variáveis com distrib uição norm al, utilizou-se o teste

p aram étrico “tde Studente, para as que não tiveram

um a curva norm al, o teste não param étrico de Wilcoxon,

co m n ível d e sig n ificân cia m en o r o u ig u al a 5% (Bisqueira, Sarriera & Martínez, 2004).

Resultados

De acordo com os dados sum arizados na Tabela 1, a m aconha foi a droga que obteve os resultados m ais

sig nificat ivos. Tod os os sujeit os q ue com p let aram o p rocesso (n= 28) usavam m aconha no m om ent o da avaliação e, na reavaliação, 18 sujeitos (64%) estavam

abstinentes, fato confirm ado pelo Screening t

oxicoló-gico. Segundo os coeficientes de Pearson, houve

corre-lação p osit iva (p< 0,001) entre o relato dos adolescentes

e o resultados do Screening. Foi identificado um aum

en-to no núm ero de dias de abstinência entre o período da

avaliação e da reavaliação (p< 0,002). Tam bém se

obser-vou diferença significante, no m esm o período, para a m éd ia d a quant id ad e d e uso d e cig arros d iários d e

m aconha (p<0,001).

Em relação ao uso de tabaco, dos 23 sujeitos

que fum avam na avaliação, três estavam abstinentes após a intervenção. A quantidade de uso diário e sem

a-nal de cigarros dim inuiu significat ivam ent e (p< ,001 e

p< ,001, respectivam ente), em bora não se possa

iden-tificar diferença estatisticam ente significativa em relação ao núm ero de dias de abstinência. Todos os adolescentes

que usavam cocaína, crack e solventes estavam

absti-nentes na reavaliação. No entanto, não houve diferença

significativa entre as avaliações, porque a am ostra de sujeitos que usavam estas drogas foi pequena.

A m édia de álcool sem anal consum ido dim inuiu

significativam ente (p< 0,005), e a m édia de dias de

absti-nência aum entou de 15,26 para 50,85, com um a

diferen-ça significativam ente im p ortante (p<,001).

Para análise de variáveis de consum o, por terem um a distribuição não-norm al, em pregou-se o teste não param étrico de Wilcoxon, sendo os dados dem onstrados na Tabela 1.

Relacionando-se os dados da avaliação com a

reavaliação, houve um a d im inuição sig nificat iva no

estágio da pré-contem plação (p< 0,005), e tam bém nas

crenças associadas ao uso de drogas (p<,001) (Tabela 2).

Discussão

O prim eiro resultado a ser discutido neste estudo é o índice de adesão ao tratam ento, considerado pelo

núm ero de sujeitos que não com pletou o ciclo total de

intervenções. A taxa de dropout, ou desistência precoce,

ficou em 44% (n= 22), m esm o considerando a obriga-toriedade da execução do tratam ento devido à m edida

protetiva. A despeito do encam inham ento judicial dos

jovens, alguns não com p areceram e outros desistiram

an t es d o t érm in o d o p ro cesso . Co rro b o ran d o o s

resultados deste estudo, Law endow ski (1998) afirm a que 50% dos adolescentes não retornam após o prim eiro contato, e 70% abandonam o tratam ento precocem ente. Em relação à dependência quím ica em geral, Form igoni

(1992) afirm a que apenas 30% dos pacientes retornam para estudos de seguim ento, e Davidson (1997) indica que 2/ 3 dos pacientes abandonam o tratam ento antes da 10ª sessão. Talvez o som atório das variáveis

adoles-cência e uso de drogas tenha contribuído para a não adesão, m as a obrigatoriedade ao tratam ento deveria ter sido um fator a aum entar estes índices. Acredita-se que há falt a de rigor no cum p rim ent o da ob rigat

o-riedade destas m edidas p or p arte do sistem a judicial, pois os adolescentes tinham o direito de sair do pro-gram a quando quisessem . Trata-se, então, de um a “falsa obrigatoriedade” para o tratam ento.

No entanto, Monti et al. (1999) obtiveram um

índice de d ro p o u t de 11% em seu estudo, m ais baixo

que nos outros citados. O m otivo para esta diferença deve estar no fato de que os participantes recebiam

para o p rim eiro f o l l o w - u p U$10 e, p ara o seg un d o

follow -up, U$15. Em outro estudo de Colby et al. (1998),

os adolescentes recebiam U$5 pela avaliação, e U$15 a

cada follow -up. Nestes estudos, todos os adolescentes

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50 I. A N D R E T T A & M .S . O L IV E IR A

Em relação à m aconha, foco p rincip al da

inter-venção, vist o ser um a sub st ância d a q ual t od os os adolescentes faziam uso, houve dim inuição na

quanti-dade de consum o e aum ento no núm ero de dias de

abstinência. Tam bém os sujeitos que usavam cocaína,

crack e solventes estavam em abstinência na reavaliação.

Em relação à m aconha, Stephens et al. (2000) avaliaram

d uas sessões d e EM com ad olescent es, e t am b ém encontraram aum ento nos índices de abstinência da

m esm a, com dim inuição de sintom as de dependência,

dim inuição do uso de outras drogas ilícitas e de p rob

le-m as relacionados ao seu uso, dele-m onstrando que a EM

facilita o p rocesso de m udança no consum o de drogas e outras substâncias. Em um estudo sem elhante realiza-do com a EM, por Berg-Sim th et al. (1999), para aum entar a adesão à dieta alim entar, foi avaliado o consum o de

calorias diárias. Na reavaliação, houve redução significa-tiva na quantidade de calorias ingeridas, indicando, assim com o neste estudo, um a dim inuição do consum o de substância foco da EM.

A porcentagem de dependentes de m aconha

foi de 42,0%, e de tabaco, foi a m etade da am ostra (50,0%);

Tabela 1. Com p aração entre consum o m édio de drogas, antes e dep ois da intervenção.

Álcool

Núm ero de sujeitos

Média de consum o (m L)

Média de dias de abstinência

Tab aco

Núm ero de sujeitos Média de consum o (cigarros)

Média de dias de abstinência

M aco n h a

Núm ero de sujeitos

Média de consum o (cigarros) Média de dias de abstinência

Cocaína

Núm ero de sujeitos

Média de consum o (gram as) Média de dias de abstinência

Crack

Núm ero de sujeitos

Média de consum o (p edras)

Média de dias de abstinência

Solventes (m L)

Núm ero de sujeitos Média de consum o (m L)

Média de dias de abstinência

0 027,00 1 169,28 0015,26

0 023,00 0 011,89 0004,83

0028,00 0001,05 0050,85

0 007,00 0 001,24 0 058,51

0 002,00 00 00,40 0 050,92

00 02,00 00 38,88 00 02,07

00 27,00 1 113,28 0050,85

0 020,00 0 003,03 0 005,85

0 010,00 0 000,38 0 095,29

0 0 0 0 0 0 0 0 0

Drogas Avaliação Térm ino do p rocesso

2,250 4,380 0,490 3,353 4,870 3,050 2,380 1,550 1,820 1,600 1,000 1,340 0,05 0,00 0,00 0,62 0,00 0,00 0,02 0,12 0,12 0,07 0,32 0,18

Teste de Wilcoxon p

Tabela 2. Distribuição das freqüências dos estágios m otivacionais e crenças cognitivas, antes e depois da intervenção.

Pré-contem p lação

Contem plação Ação Manut enção Crenças 17,26 30,00 27,50 21,50 46,82 05,63 04,14 05,10 04,36 18,36 15,04 29,00 27,50 22,29 38,89 05,75 04,61 04,58 06,86 16,35 2,19 1,14 0,00 7,04 3,38 0,04 0,26 1,00 0,49 0,00 Estágios Média DP Avaliação Média DP Reavaliação

Teste “t” p

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entretanto, não houve nenhum caso de dependência

de álcool. Índices de dependência m enores que estes foram relat ad os p or Lincourt et al. (2002): 6,6 % d e dependentes de cocaína e 5,4% de dependentes de m aconha, após a intervenção com a EM. É certo que o

consum o de drogas dim inuiu após a intervenção e ficou evidenciado, m ais um a vez, o poder de intervenções b reves e p recoces. Alg uns ad olescent es, d ep ois d a in t erven ção, con seg uiram d im in uir ou at é cessar o

consum o. Faz-se necessário, no entanto, um estudo aprofundado para m edir o efetivo e potencial prejuízo causado pelo uso desta droga, bem com o as conse-qüências sociais negativas decorrentes deste uso, as

quais interferem na vida destes sujeitos a longo prazo, não perdendo de vista o fato de que são indivíduos em desenvolvim ento.

Todos os adolescentes desta am ostra realizaram

o Screening toxicológico para m aconha, e houve 100,0%

de confiabilidade entre os auto-relatos e os resultados d o s exam es. A id éia in icial fo i d e q u e, p o r serem ad olescent es, p or t erem com et id o at o infracional, e devido a alguns deles terem sido diagnosticados com

transtorno de conduta, o índice de não conform idade p o sit ivo en t re o exam e e o au t o -relat o seria alt o . McCam bridge e Strang (2004) confiam no auto-relato d o s ad o lescen t es, d esd e q u e o s en t revist ad o res

g aran t am a co n fid en cialid ad e d o s resu lt ad o s d a avaliação e da reavaliação, e desde que est as sejam realizadas por pessoas diferentes. Lapham , C’de Baca, Chang, Hunt e Berger (2001), em estudo realizado com

infratores de trânsito, encontraram correlação p ositiva entre o auto-relato e o exam e de intoxicação de álcool em 47,3% d os d ep en d en t es d e d rog as, 62,3% d os abusadores e 78,5% dos não usuários de drogas.

A quant idade de uso diário de t ab aco, assim

com o o núm ero de dias em ab stinência, tam b ém dim i-nuiu. Colby et al. (1998), em um estudo de com paração entre os efeitos da EM e o tratam ento convencional, d em onst raram q ue, no g rup o exp erim ent al, houve

dim inuição da gravidade da dependência de tabaco e do núm ero de dias em que os adolescentes fum avam . Brow n et al. (2003) tam b ém descreveram resultados p osit ivos em ad olescen t es usuários d e t ab aco q ue

receb eram EM. Houve m aior dim inuição do consum o no grupo experim ental em relação ao grupo controle, que recebeu apenas tratam ento convencional, corro-b o ran d o o s resu lt ad o s d est e est u d o , em relação à

dim inuição do uso de tab aco.

A q u an t id ad e sem an al e o n ú m ero d e d ias

ab stinentes de álcool dim inuiu ap ós a ap licação da EM. Os m esm os resultados foram encontrados por Monti et al. (1999), além da redução do núm ero de acidentes de trânsito, relacionando, m ais um a vez, o uso de drogas

com infrações à lei. Borsari e Carey (2000) realizaram um estudo em universitários, no qual um grupo recebeu EM e outro não. O grupo que recebeu EM bebeu m enor quantidade de álcool, dim inuiu seu consum o sem anal,

e bebeu m enos vezes no últim o m ês.

O est ágio m ot ivacional da p ré-cont em p lação dim inuiu, o que significa dizer que os adolescentes, após a EM, entraram no processo de m udança, identificando que o consum o de drogas estava lhes trazendo

pre-juízos, e com eçaram a coligar as conseqüências negati-vas com o uso. Para esta am ostra, tal resultado é extre-m aextre-m ente significativo, porque, aléextre-m de sereextre-m

adoles-centes e terem baixa m otivação para tratam ento

psico-terapêutico, há, ainda, o encam inham ento judicial, por conta do envolvim ento com a prática de ato infracional.

Todos este fatores contribuíram para que o adolescente,

inicialm ente, pensasse que o problem a não tinha a ver com ele, m as com as outras pessoas de sua convivência

ou com o sistem a. Oliveira (2001) encontrou, em estudo

clínico com alcoolistas que receberam a EM, dim inuição na p ré-cont em p lação ap ós a reavaliação. Rodriguez (2003) aplicou a EM em alcoolistas tabagistas, e tam bém

houve dim inuição da p ré-contem p lação na am ostra,

porém , sem resultados significativos.

Em um estudo realizado por Cow ley et al. (2002)

com adolescentes que não usavam contracep tivos, a

EM aum ent ou a consciência d est as p ara o risco d e

gravidez, dim inuindo a am bivalência para m udança de

com portam ento. Segundo Brow n et al. (2003), a EM foi

efetiva com os adolescentes que não tinham nenhum a

intenção de parar de fum ar, m as foi m enos efetiva em

quem já ap resentava intenção de dim inuir o consum o

de cigarros e em p acient es com com orb idades p

si-quiátricas, se com parada ao tratam ento padrão. A EM

p ro p o rcio n a u m au m en t o d a m o t iv ação p ara a

m ud an ça, d im in uin d o a resist ên cia e orien t an d o o

adolescente, de form a não im positiva, dando-lhe indícios

de que o uso de drogas está lhe causando prejuízos.

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Em relação ao núm ero de crenças associadas

ao u so d e su b st ân c i as, h o u v e u m a d i m i n u i ç ão significat iva, in d ican d o q u e as t écn icas co g nit ivo--com portam entais utilizadas neste estudo contribuíram p ara a m odificação cognit iva, em relação ao uso de

drogas. As técnicas do Registro de Pensam entos Disfun-cionais, Balança Decisacional e Plano de Metas m ostra-ram ao adolescente que existem alternativas que não o uso de drogas. A m odificação verificada reflete, assim ,

novas estratégias de enfrentam ento para tais situações de risco. As crenças, na m aioria das vezes, disfuncionais, se não m odificadas e avaliadas, podem perpetuar o uso de drogas por um período indeterm inado. Por estarem

arraigadas ao funcionam ento do sujeito, tais crenças t en d em a ser im p ercep t íveis e co n ceb id as co m o verd ad e ab solut a. A EM p rop orciona, d evid o à sua postura terapêutica, um m om ento de reflexão para o

sujeito, além de técnicas cognitivo-com portam entais e estratégias de enfrentam ento para m odificá-las.

Considerações Finais

Desta form a, no estudo a que se refere este artigo,

houve dim inuição do consum o de drogas e dim inuição do estágio m otivacional da pré-contem plação, indican-do um m aior reconhecim ento acerca das conseqüências negativas, e um núm ero m enor de crenças associadas

ao uso de drogas nesta população. Não se pode afirm ar que isto ocorreu em virtude da intervenção, pois este não se trata de um estudo experim ental.

Considerando os resultados obtidos, sugere-se a realização de outro estudo, com controle de variáveis, am o st ra aleat ó ria e g ru p o co n t ro le. En t ret an t o ,

recom enda-se a aplicação da EM na população de ado-lescentes infratores, devido à gravidade do problem a do consum o de drogas, sendo esta considerada um a questão de saúde p úb lica, assim com o os com p orta-m entos infratores, por sereorta-m geralorta-m ente crônicos e de

difícil extinção. São parcos os estudos existentes com

resultados positivos nesta população.

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Recebido em : 6/ 5/ 2005

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Tabela 1 . Com p aração entre consum o m édio de drogas, antes e dep ois da intervenção.

Referências

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