RevBrasAnestesiol.2016;66(2):204---207
REVISTA
BRASILEIRA
DE
ANESTESIOLOGIA
PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologiawww.sba.com.br
INFORMAC
¸ÃO
CLÍNICA
Emprego
de
guia
introdutor
(bougie)
artesanal
para
intubac
¸ão
em
situac
¸ão
de
emergência
em
pacientes
que
se
apresentam
com
via
aérea
de
difícil
intubac
¸ão:
série
de
casos
Felippe
Leopoldo
Dexheimer
Neto
∗,
Juliana
Mara
Stormovski
de
Andrade,
Ana
Carolina
Tabajara
Raupp,
Raquel
da
Silva
Townsend,
Fernanda
Santos
Neres
e
Rafael
Viegas
Cremonese
UnidadedeTerapiaIntensivaAdulto,HospitalErnestoDornelles,PortoAlegre,RS,Brasil
Recebidoem13demarçode2013;aceitoem10dejunhode2013 DisponívelnaInternetem6demarçode2014
PALAVRAS-CHAVE
Intubac¸ão intratraqueal; Manuseiodasvias aéreas;
Emergências
Resumo
Justificativaeobjetivos: Aincidênciadeviaaéreadifícilchegaa10%dasintubac¸õesde emer-gência.Aindaquepoucosestudosabordemoempregodeguiaintrodutorartesanalnoambiente deemergênciaeterapiaintensiva,hádescric¸õesdeguiasproduzidasdeformaartesanal dis-poníveisnainternet.Nossoobjetivoédescrever umasériedecasossobreousodeumguia introdutor(Bougie)artesanalparaintubac¸ãodeemergênciaempacientescomViaAéreaDifícil.
Relatodecaso:Oguiaintrodutorartesanalfoiutilizadoemcincopacientesconsecutivoscom viaaéreadifícil,instabilidadeclínicaefaltadeoutrométodoimediatoparaaobtenc¸ãodeuma viaaérea.Essatécnicaproporcionousucessonaintubac¸ãoenãohouvecomplicac¸ões.
Conclusões:Autilizac¸ãodoguiaintrodutorartesanalpodeserumaopc¸ãoútilparaomanejo deviaaéreadifícil.
©2014SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos direitosreservados.
KEYWORDS
Endotracheal intubation;
Airwaymanagement; Emergencies
Useofahomemadeintroducerguide(bougie)forintubationinemergencysituation inpatientswhopresentwithdifficultairway:acaseseries
Abstract
Backgroundandobjectives: Theincidenceofdifficultairwayreaches10%ofemergency intu-bations.Althoughfew studiesaddresstheuseofhandmadeintroducerguidesinemergency andintensivecareenvironment,therearedescriptionsofhandmadeguidesavailableonthe Internet.Wedescribeacaseseriesontheuseofahandmadeintroducerguide(bougie) for emergencyintubationinpatientswithdifficultairway.
∗Autorparacorrespondência.
E-mails:fldneto@me.com,fldneto@tj.rs.gov.br(F.L.DexheimerNeto).
0034-7094/$–seefrontmatter©2014SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todososdireitosreservados.
Bougieartesanal:sériedecasos 205
Casereport: Thehandmadeintroducerguidewasusedinfiveconsecutivepatientswithdifficult airways,andclinicalinstabilityandintheabsenceofanotherimmediatemethodtoobtainan airway.Thistechniqueprovidedsuccessfulintubationandtherewerenocomplications.
Conclusions: Theuseofthehandmadeintroducerguidecanbeausefuloptionforthe mana-gementofdifficultairways.
© 2014SociedadeBrasileirade Anestesiologia.Publishedby ElsevierEditoraLtda.Allrights reserved.
Introduc
¸ão
Aincapacidadedeseprocederàintubac¸ãoorotraquealsob visualizac¸ão direta ocorre em aproximadamente 10% das intubac¸õesdeemergência.Alémdeseraltamentefrustrante paraomédico,elaagregaaltoriscoaumpaciente quejá seencontrainstável.1
ASociedadeAmericanadeAnestesiologiadefineviaaérea
difícilcomoasituac¸ãoclínicaemqueummédicoexperiente
apresenta dificuldade na ventilac¸ão com máscara facial,
dificuldadenaintubac¸ãotraquealouemambas.2Essa
difi-culdade geralmente está relacionada a uma visualizac¸ão
glótica ruim na laringoscopia, classificada por Cormack e
Lehaneem classes IIIouIV(quandoalaringoscopiadireta
permiteapenasvisãodaepigloteounãohávisãodaepiglote, respectivamente).1,3,4
Nesse contexto, o uso de um guia introdutor é bem
documentado para pacientes adultos. É uma experiência
proveniente principalmente docampoda anestesiologiae
há relatos de seu uso nos ambientes de emergência e
de unidade deterapia intensiva (UTI).1,4,5 Além disso, há
descric¸õesrecentesdetécnicasdeproduc¸ãoartesanaldesse
instrumento---oquepodeserdegrandevaliaparaos
pro-fissionaisqueatuamemservic¸oscomlimitac¸ãoderecursos,
infelizmenteumarealidadefrequentenonossopaís.6
Série
de
casos
Caso1
Paciente masculino, 14 anos, pós-operatório imediato de
artrodesedecolunatorácicaporescoliose graveehistória
de asma. Evoluiu com broncoespasmo grave e
insuficiên-ciarespiratória.Apósmúltiplastentativasdeintubac¸ãopor
diferentesmédicos(experientesnomanejodeviasaéreas),
eincapacidadedevisualizac¸ãoalémdaepiglote,por
suges-tão do anestesista do caso foi usado o guia introdutor
artesanal,quepermitiuaintubac¸ão.
Caso2
Pacientemasculino,73anos,pós-operatóriode
colecistec-tomiaporcolecistiteaguda---diagnósticodeviaaéreadifícil
pelaequipeanestésica.Evoluiucomchoqueséptico e
sín-drome da disfunc¸ão respiratória aguda.Após 18 horas do
procedimento,houveextubac¸ãoacidental.Natentativade
reintubac¸ãoeravisualizadaapenasaepiglote---aliás,
limi-tadaporabundantequantidadedesecrec¸ão.Porprogressiva
pioria da hipoxemia, optou-se por usar o guia introdutor
artesanal,quenovamentepermitiuaobtenc¸ãodeumavia
aéreadefinitiva.
Caso3
Pacientefeminina, 90anos,obesidademórbida (Índicede
Massa Corporal = 42), transferida para a UTI por
insu-ficiência respiratória aguda e por insuficiência cardíaca
descompensada.Laringoscopia CormackIII einefetividade
na ventilac¸ão combolsa e máscara.Novamente foi usado
comsucessoobougie.
Caso4
Paciente masculino, 78 anos, insuficiência renal aguda e
pneumonianosocomial.Evoluiucominsuficiência
respirató-riaaguda,alaringoscopiaevidenciouCormackIIIefoientão usadaaguiaparaintubac¸ão,aqualpermitiuaobtenc¸ãode
umaviaaéreadefinitivasemintercorrências.
Caso5
Pacientefeminina,75anos,internadanaUTIporacidente
vascular cerebral isquêmico, comrebaixamento súbitodo
sensório por transformac¸ão hemorrágica do acidente
vas-cular. Apresentava como preditores de via aérea difícil
micrognatiaeaberturabucaldeapenas2cm.A
laringosco-piaevidenciouCormackIIIefoientãousadoobougie,com
sucesso.
Nessescasosnãohouveevidênciaclínicaouradiológica
decomplicac¸õesrelacionadasaousodoguiaintrodutor.Os
pacientesapresentaram boa evoluc¸ão e posterior alta da
UTI.
Discussão
e
conclusão
O guia introdutor (descrito na literatura e no mercado
comdiversasnomenclaturas, taiscomoBougie,Gum
Elas-tic Bougie, Introdutor de Tubo Traqueal de Eschmann®,
guiadeMacintosh-Venn-EschmannouFrova®)éum
disposi-tivoauxiliar,constituídodematerialsemirrígido,quepode
ser inserido ‘‘às cegas’’ na via aérea de pacientes com
visualizac¸ãoglóticaruim(CormackeLehaneIIIouIV)(fig.1).
Oempregodeguia introdutor,considerado ummétodo
baratoedefáciluso,ébastantedifundidona Europaena
Américado Norte.1,4,7,8 Originalmentedescritopor
Macin-tosh em 1949,9 atualmente seu uso é recomendado pelos
anestesistasbritânicoscomoprimeiraopc¸ãonomanejode
206 F.L.DexheimerNetoetal.
Figura 1 Guia introdutor feito artesanalmente a partir de cabointrodutor(passa-fio).
Em um estudo prospectivo que avaliou o uso do guia
introdutornoReinoUnido,suataxadeinserc¸ãonaprimeira
tentativa foi de 89% e de sucesso na passagem do tubo
endotraqueal de 92,5%.7 Mais recentemente, Shah et al.
avaliaramseuusoemdoiscentrosdeformac¸ãode
emergen-cistaseataxadesucessofoide79,6%(intervalodeconfianc¸a
de95%:71,1-88%).5Outroestudoclínicocomparouousodo
guiaintrodutorem pacientescom Cormack eLehane III e
IVe demonstrouumataxa desucessocomo guiade73%,
aqualpodeseraumentadacomousodeumespelho
auxi-liarnahipofaringe,quepermiteavisualizac¸ãoindireta da
traqueia,comtaxadesucessode97%.11
Destaca-se que em pacientes com distorc¸ão grave das
viasaérease incapacidadeparasereconheceras
estrutu-ras anatômicas, com limitac¸ão da mobilidade cervical ou
durantemanobrasdereanimac¸ãocardiopulmonarcerebral,
oguiaintrodutorpodepermitiroadequadoestabelecimento
daviaaéreadefinitiva.12,13
Emboraotemponecessárioparafazeraintubac¸ão
atra-vésdoguia introdutorsejamaiordoquena laringoscopia
direta, essa diferenc¸a é considerada clinicamente
irrele-vante.Alémdisso,oguiaintrodutorpodeauxiliardiversos
métodosde abordagemdavia aérea, taiscomo:troca de
tubosendotraqueais,obtenc¸ãodeviaaéreadefinitivaa
par-tirdemáscaralaríngeae inserc¸ãodetubosdeduasluzes,
entreoutros.8,14
Essatécnicaé consideradasegura,masaincidênciade
lesõesiatrogênicasdaviaaéreaesuagravidadesão
desco-nhecidas.Condic¸õescomomúltiplastentativasdeintubac¸ão
ememergênciaouumposicionamentoinapropriadodoguia
oudotubosãomecanismosreconhecidosdelesãotraqueal
iatrogênica.15
Traumas secundários a seu uso podem ocorrer mesmo
quantonãohouverdificuldadenaintubac¸ãoouempacientes
oligossintomáticos.16Geralmenteascomplicac¸õesdecorrem
deperfurac¸ões,oupeloguiaintrodutoroumesmo na
pas-sagemdotuboendotraqueal,eháprincipalmentedescric¸ão
delesãodasviasaéreasbaixas,taiscomo:lacerac¸ãoda
tra-queia, debrônquios fonte, hemoptise, pneumotórax e/ou
hemotórax.
Alémdisso,obougietemopotencialdeinserirpatógenos
notrato respiratório. Em um estudo sobrecontaminac¸ão,
asculturas forampositivas em 55% dosguias introdutores
e em25%dosseuslocaisdearmazenamento.17 Por isso,é
recomendadasuaesterilizac¸ãoentrecadauso,
preferenci-almentepormeiodeimersãoemumasoluc¸ãodesinfetante
ouporesterilizac¸ãoformal.Cadafabricanteespecificaum
númeromáximodereutilizac¸ões,masessarecomendac¸ãoé
controversa.18
Paraseu usocorreto,deve-se introduzir obougie
dire-tamentena traqueia como auxíliodolaringoscópio. Caso
não sejam visíveis as cordas vocais, o guia introdutor
deve ultrapassar a epiglote e ser direcionado
anterior-mente,mantendo-sealaringoscopia.Aoentrarnatraqueia
ooperadordeverásentirvibrac¸õespalpáveis(clicks)
carac-terísticas,decorrentesdodeslizamentodesuaextremidade
emcontatocomosanéistraqueais.Ointrodutorpodeainda
serinseridopormais15a20cmouatéserpercebidauma
sensac¸ãoderesistência(descritocomo‘‘umtrancar’’após
progredir o guia alémde 20 a 40cm), em virtude de sua
pontaencontrarumbrônquiofonte.11,19
Umavez natraqueia,deve-semanteralaringoscopiae
recuaralgunscentímetrosaposic¸ãodobougieeentãoum
auxiliardeverádeslizarotuboendotraquealsobreoguia,de modosimilaràtécnicadeSeldinger.5,19 Aoavanc¸arotubo
endotraqueal,seubiseldeveserorientadoposteriormente
--- oque facilitasuainserc¸ão eevita lesãodas cartilagens
aritenoides.Umresumodatécnicadeusodoguiaintrodutor
estádisponívelnatabela1.
O bougie pode ser fabricado artesanalmente a partir
deumrolodematerialplásticoempregado naconstruc¸ão
civil,comointrodutordefiosdeeletricidadeemconduítes,
encontradoemlojasdematerialelétricooudeconstruc¸ão
comonomedepassa-fio(adescric¸ãodesuaconfecc¸ãoestá
disponível em http://xa.yimg.com/kq/groups/1099152/
952262112/name/2003+7-Guias+para+intubac¸ão+traqueal. pdf).
Deve-secortar60a70cmdessematerial,
preferencial-mentecomdiâmetrode4a5mm,elixarsuasextremidades
comumalixacomum(parareduziroriscodetraumatismo).
Posteriormente,umadesuaspontas(2,5 a3cm)deveser
dobradaem umângulode40◦,demaneirasemelhanteao
formatodeumtacodehóquei.Essaangulac¸ãopermiteque
a ponta do guia introdutor seja mantida na linha média,
enquantoamãoqueoavanc¸aémantidaforadocampode
visão.Apóssuaconfecc¸ão,devemserproduzidasgraduac¸ões
a cada 10cm para facilitar seu manejo e a sua correta
introduc¸ão.Cabesalientarqueessaopc¸ãodeproduc¸ão
arte-sanalnãofoivalidadaemnenhumestudoenemcomparada
comosguiasintrodutoresconsideradoscomopadrão-ouro.
Ataxadesucessoedecomplicac¸õescomousodobougie
Bougieartesanal:sériedecasos 207
Tabela 1 Protocolo para intubac¸ão com guiaintrodutor
(adaptadodeRef.4,11,eKaushal2011) Seascordasvocaisforemvisíveis:
Inseriroguiaintrodutor;
Sentirvibrac¸ões(ouclicks)palpáveis;
Inserirotuboendotraquealsobreaguia(semremovero laringoscópio);
Rotarotudoendotraqueal90◦nosentidohorárioantes depassarpelarcordasvocais(manterobiseldotubo direcionadoposteriormentefacilitaoposicionamentoe evitalesãodasaritenoides);
Retiraroguia,enquantomantémotuboendotraqueal posicionado;
Confirmaraposic¸ãoadequadadotuboendotraqueal.
SeascordasvocaisNÃOforemvisíveis:
Inseriroguiaintrodutoromaisanteriormentepossível, atésentirclickspalpáveis;
Avanc¸arotuboendotraquealpeloguia,até‘‘trancar’’ou umadistânciamáximade45cm;
Senãohouvervibrac¸ões(ouclicks)ouasensac¸ãode resistênciaapós20-40cm(‘‘otrancar’’),oguia introdutorprovavelmenteestaránoesôfago;
Retrocederoguiaalgunscentímetrosantesdeinseriro tuboendotraqueal;
Rotarotuboendotraqueal90◦nosentidohorárioantes depassarpelarcordasvocais(manterobiseldotubo direcionadoposteriormentefacilitaoposicionamentoe evitalesãodasaritenoides)
Retiraroguia,enquantomantémotuboendotraqueal posicionado;
Confirmaraposic¸ãoadequadadotuboendotraqueal. Lembrarqueenquantoéfeitaalaringoscopiaeainserc¸ão
doguia,umauxiliardeveestarpreparadoparaavanc¸aro tuboendotraquealsobreaguia(mantendoaposic¸ão dela).
opc¸ão a ser validada. Após a experiência dessa série de
casos na nossa UTI, optamos por acrescentar um guia
introdutor comercial ao nosso material demanejo davia
aérea.
Por fim, o uso do guia introdutor é uma técnica
sim-ples,barataecompotencialderesolverproblemasgraves.
Alémdisso,demandapoucotreinamentoparaprofissionais
jáhabituadosaintubaratraqueiasobvisualizac¸ãodireta.
Emboraobougienãodispenseosdemaismétodosadjuntos
parao manejo davia aérea, suadisponibilidade deve ser
consideradaemqualquerambientehospitalar.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
Referências
1.Martin LD, Mhyre JM,Shanks AM, Tremper KK, Kheterpal S. 3,423emergencytrachealintubationsatauniversityhospital. Anesthesiology.2011;114:48.
2.American SocietyofAnesthesiologist Taskforceonthe Mana-gement of the Difficult, Airway., Practice guidelines for managementofthedifficult,airway.Anesthesiology.2003;98: 1269---77.
3.CormackRS,Lehane J.Difficulttracheal intubationin obste-trics.Anaesthesia.1984;39(11):1105---11.
4.PhelanMP.Useofendotrachealbougieintroducerfordifficult intubations.AmJEmergMed.2004;22(6):479---82.
5.ShahKH,KwongB,HazanA,BatistaR,NewmanDH,WienerD. Difficultieswithgumelasticbougieintubationinanacademic emergencydepartment.JEmergMed.2011;41(4):429---34.
6.Arquivodisponívelem:http://xa.yimg.com/kq/groups/1099152/ 952262112/name/2003+7-Guias+para+intubac¸ão+traqueal.pdf
7.LattoIP,StaceyM,MecklenburghJ,VaughanRS.Surveyofthe useofthegumelasticbougieinclinicalpractice.Anaesthesia. 2002;57:379---84.
8.WongDT,YangJJ,MakHY,JagannathanN.Useofintubation introducersthroughasupraglotticairwaytofacilitatetracheal intubation:abriefreview.CanJAnesth.2012;59:704---15.
9.MacintoshRR.Anaidtooralintubation.BMJ.1949;1:28.
10.HendersonJJ,PopatMT,LattoIP,PearceAC.DifficultAirway Societyguidelines for themanagement of theunanticipated difficultintubation.Anaesthesia.2004;59:675---94.
11.Weisenberg M,Warters D,MedalionB, SzmukP, RothY, Ezri T. Endotracheal intubation withgum-elastic bougiein unan-ticipated difficultdirectlaryngoscopy: comparisonofablind techniqueversusindirectlaryngoscopywithalaryngealmirror. AnesthAnalg.2002;95:1090---3.
12.CombesX, Dumerat M, DhonneurG. Emergency gum elastic bougie-assistedtrachealintubationinfourpatientswithupper airwaydistortion.CanJAnaesth.2004;51(10):1022---4.
13.MaruyamaK,TsukamotoS,OhnoS,KobayashiK,NakagawaH, KitamuraA,etal.Effectofcardiopulmonaryresuscitationon intubationusingaMacintoshlaryngoscope,theAirWayScope, and the gum elastic bougie:a manikin study.Resuscitation. 2010;81:1014---8.
14.Al-MetwalliRR,MowafiHÁ,IsmailSA.Double-lumentube pla-cementusingaretractablecarinalhook:apreliminaryreport. AnesthAnalg.2009;109:447---50.
15.MedinaCR,CamargoJJ,FelicettiJC,MachucaTN,GomesBM, Melo IA. Lacerac¸ão traqueal pós-intubac¸ão: análise de três casos e revisão da literatura. J Bras Pneumol. 2009;35(8): 809---13.
16.Sahin M, AngladeD,BuchbergerM, Jankowski A, Albaledejo P,Ferretti GR.Casereports:iatrogenicbronchialrupture fol-lowingtheuseofendotrachealtubeintroducers.CanJAnesth. 2012;53:963---7.
17.CupittJM.Microbialcontaminationofgumelasticbougies. Ana-esthesia.2000;55:466---8.
18.DawesTJ,FordPN.Theeffectofsterilizationonthe plasti-cityofmulti-useEschmanngumelasticbougies:abenchand manikinstudy.Anaesthesia.2011;66(12):1134---9.