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Mecanismos de enfrentamento utilizados por trabalhadores esgotados e não esgotados da estratégia de saúde da família.

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Academic year: 2017

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MECANI SMOS DE ENFRENTAMENTO UTI LI ZADOS POR TRABALHADORES ESGOTADOS E

NÃO ESGOTADOS DA ESTRATÉGI A DE SAÚDE DA FAMÍ LI A

Let ícia de Lim a Tr indade¹ Liana Laut er t ² Car m em Lú cia Colom é Beck ³

A pesquisa obj et iv ou inv est igar os m ecanism os de enfr ent am ent o do est r esse ut ilizados pelos t r abalhador es das dezesseis equipes da Est rat égia de Saúde da Fam ília ( ESF) de Sant a Maria, RS, Brasil. Foram ent revist ados, nos m eses de j aneir o e fev er eir o de 2 0 0 7 , seis t r abalhador es com escor es com pat ív eis com a síndr om e de Bur nout , ident ificados pelo Maslach Bur nout I nv ent or y , e seis sem a síndr om e. Na análise de cont eúdo das f alas, iden t if icou - se qu e os t r abalh ador es esgot ados u t ilizam , pr edom in an t em en t e, m ecan ism os in div idu ais par a en fr en t am en t o dos pr oblem as labor ais, en qu an t o os n ão esgot ados r ecor r em a m ecan ism os colet iv os. Os achados apont am par a a im por t ância do r elacionam ent o int er pessoal ent r e os m em br os da equipe da ESF par a o enfr ent am ent o do est r esse labor al e par a a necessidade de const r ução de est r at égias colet ivas, com o obj et iv o de pr ev enir o est r esse e m ant er a saúde do t r abalhador .

DESCRI TORES: enfer m agem ; est r esse; saúde do t r abalhador ; pr ogr am a saúde da fam ília

COPI NG MECHANI SMS USED BY NON-BURNED OUT AND BURNED OUT W ORKERS I N THE

FAMI LY HEALTH STRATEGY

This st udy aim ed t o invest igat e st ress coping m echanism s used by workers of 16 Fam ily Healt h St rat egy ( FHS) t eam s in Sant a Mar ia, RS, Br azil. Six w or k er s w it h scor es com pat ible w it h t he Bur nout Sy ndr om e, ident ified t hr ough t he Maslach Bur nout I nv ent or y , and six w or k er s w it hout t he sy ndr om e w er e int er v iew ed in Januar y and February 2007. I n t he report s’ cont ent analysis, we ident ified t hat burned out workers predom inant ly used in div idu al m ech an ism s t o cope w it h occu pat ion al pr oblem s, w h ile n on - bu r n ed ou t w or k er s sou gh t collect iv e m echanism s. These findings indicat e t he im por t ance of int er per sonal r elat ionships am ong FHS t eam m em ber s t o cope w it h occupat ional st r ess and t he need t o dev elop collect iv e st r at egies t o pr ev ent st r ess and m aint ain w or k er s’ h ealt h .

DESCRI PTORS: nur sing; st r ess; w or k er s’ healt h; fam ily healt h pr ogr am

MECANI SMOS UTI LI ZADOS PARA ENFRENTAR EL AGOTAMI ENTO POR TRABAJADORES

QUE ACTÚAN EN EL PROGRAMA ESTRATEGI A DE LA SALUD DE LA FAMI LI A

La invest igación obj et ivó invest igar los m ecanism os para enfrent ar el est rés, ut ilizados por los t rabaj adores de los d ieciséis eq u ip os d e la Est r at eg ia d e la Salu d d e la Fam ilia ( ESF) d e San t a Mar ia, RS, Br asil. Fu er on ent r ev ist ados, en los m eses de ener o y febr er o de 2007, seis t r abaj ador es con punt aj es com pat ibles con el síndrom e de Burnout , ident ificados por el Maslach Burnout I nvent ory, y seis sin el síndrom e. En el análisis de con t en id o d e las d eclar acion es, se id en t if icó q u e los t r ab aj ad or es ag ot ad os u t ilizan , p r ed om in an t em en t e, m ecanism os individuales par a enfr ent am ient o de los pr oblem as labor ales, en cuant o los no agot ados r ecur r en a m ecanism os colect ivos. Lo encont rado apunt a para la im port ancia de las relaciones int erpersonales ent re los m iem br os del equ ipo de la ESF par a el en f r en t am ien t o del est r és labor al y par a la n ecesidad de con st r u ir est r at egias colect iv as, con el obj et iv o de pr ev enir el est r és y m ant ener la salud del t r abaj ador .

DESCRI PTORES: enfer m er ía; est r és; salud labor al; pr ogr am a de salud fam iliar

(2)

I NTRODUÇÃO

O

Program a de Saúde da Fam ília ( PSF) , hoj e nom eado Estratégia de Saúde da Fam ília ( ESF) , criado em 1994, propôs m udança do m odelo assistencial na at enção básica, na lógica da v igilância à saúde, e incorporou os princípios básicos do Sist em a Único de Saúde. O PSF foi inst it uído para at ender a crescent e necessidade de descent r alização e m unicipalização dos serviços de saúde, com base na resolut ividade e na int egralidade da at enção em saúde( 1).

Entre seus obj etivos, a ESF busca dim inuir a dist ância ent re as equipes de saúde e a população, fat o result ant e de quest ões t errit oriais, econôm icas, polít icas e cult urais do m odelo de saúde vigent e at é ent ão( 2). Ent re seus preceit os est á a part icipação da

com unidade na identificação dos problem as de saúde, no acom panham ent o e na avaliação do t rabalho das equipes de saúde e na definição das prioridades( 1).

A at enção da ESF est á cent rada na fam ília, p e r ce b i d a e m se u a m b i e n t e so ci a l e f ísi co , e reconhece a saúde com o direito do cidadão, expressa e m m e l h o r e s co n d i çõ e s d e v i d a , e m se r v i ço s resolutivos e, principalm ente, hum anizados( 1,3). A ESF t am bém preconiza o t rabalho int erdisciplinar em que a equipe, for m ada por t r abalhador es de difer ent es áreas, opera conj unta e com plem entarm ente, visando a ab or d ag em in t eg r al d o in d iv íd u o, v alor izan d o- o dent r o de seu cont ex t o socioeconôm ico e cult ur al, com respeit o, com prom et im ent o e ét ica( 1).

Essa m odalidade de atenção prevê a inserção do t rabalhador na com unidade, t ornando- o referência para atenção à saúde da população residente em sua área de abrangência. Dessa form a, os m em bros da equipe da ESF at uam diret am ent e com pessoas que vivem em diferent es realidades as quais, por vezes, são perm eadas pela m iséria, violência, m ás condições de higiene e de m oradia e inúm eras precariedades e im possibilidades, podendo desencadear a sensação de im pot ência do pr ofissional dev ido às lim it ações que, em m uit as sit uações, com prom et em o cuidado de saúde alm ej ado pelo t rabalhador( 3). Esse cenário

co m p l e x o e x i g e a d a p t a çã o , co n h e ci m e n t o e com pet ência para im plem ent ar o cuidado( 2).

Pa r a a ssi st i r a p o p u l a çã o e e n f r e n t a r o dinam ism o dos problem as, os m em bros das equipes de saúde da fam ília necessitam de perfis profissionais próprios para esse tipo de atividade( 4), para reduzir o

risco de gerar sofrim ento e estresse( 5). Portanto, exige

q u e o t r a b a l h a d o r u t i l i ze m e ca n i sm o s d e

en f r en t am en t o, ou sej a, u m con j u n t o de esf or ços cognit iv os e de condut a em per m anent e m udança, desenvolvidos pelo indivíduo para suprir as dem andas externas e internas, avaliadas com o dependentes dos pr ópr ios r ecur sos. Esses m ecanism os são ut ilizados para am enizar, elim inar, alt erar a sit uação ou event o causador de per t ur bação ( dir igidos ao pr oblem a) e p ar a r eg u lar a r esp ost a em ocion al d ecor r en t e d o episódio est ressant e ( dirigido à em oção)( 6).

As ações e reavaliações cognit ivas volt adas ao en f r en t am en t o d o p r ob lem a são d en om in ad as est r at égias de cont r ole, e as ações e r eav aliações cognit ivas de escape são as est rat égias de esquiva. Par a f azer f r en t e, ef et iv am en t e, aos pr oblem as e conflit os ocupacionais faz- se necessário que as ações e r eav aliações cog n it iv as ocor r am con com it an t e-m ent e( 7).

Ressalt a- se que o conj unt o de crenças sobre o m undo, os valores, a m ot ivação e o com prom isso ( com o trabalho, por exem plo) bem com o o estilo de v i d a a d o t a d o p e l o s t r a b a l h a d o r e s ( i m p a ci e n t e , com pet it ivo) são aspect os psicológicos independent es do fenôm eno ext erno com pot encial est ressor( 6).

Ao longo da vida, os indivíduos desenvolvem m ecan ism os de en fr en t am en t o v ar iados an t e u m a m esm a sit uação conflit ant e, decorrent es da int eração e n t r e m ú l t i p l o s f a t o r e s. Po r i sso , d i f e r e n t e s estudos( 2,4,6) sobre o estresse laboral buscam entender

os m ecan ism os u t ilizados pelos t r abalh ador es n os conflitos do m undo do trabalho, a fim de com preender a dinâm ica laboral e relacional, bem com o as form as de expr essão desses indivíduos.

O enfrent am ent o em ana da necessidade de ad ap t ação d a p essoa ao con t ex t o em q u e v iv e e t rabalha. Ent ret ant o, alguns grupos de t rabalhadores t en d em a d ep ar ar - se com sit u ações q u e ex ig em g r an d es en f r en t am en t o s co m o , p o r ex em p l o , o s t r a b a l h a d o r e s d e sa ú d e . O t r a b a l h o d e sse s pr ofissionais inclui o cont at o dir et o e int enso com pessoas( 8), na m aioria em sofrim ent o decorrent e da

proxim idade da dor, do adoecim ento ou da finitude e, à s v e ze s, p o r t a d o r a s d e d i f e r e n t e s ca r ê n ci a s ( econôm icas, psíquicas, sociais, dent re out ras) .

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r eações em ocionais e som át icas decor r ent es desse pr ocesso( 6).

O co m p r o m e t i m e n t o e a s e x p e ct a t i v a s associados ao cont ext o organizacional e às relações int erpessoais no t rabalho são fat ores que cont ribuem p a r a a r ea l i za çã o p esso a l , m a s t a m b ém p a r a o est r esse do t r abalh ador. Qu an do a fr equ ên cia e a d u r a çã o d a s si t u a çõ e s o u e v e n t o s e st r e ssa n t e s aum ent am , os recursos de enfrent am ent o t endem a se esgot ar, originando o est resse crônico( 6).

O est r esse labor al cr ônico ou síndr om e de Bur nout , car act er iza- se pelo desgast e em ocional, a despersonalização e a falt a de realização profissional d o t r a b a l h a d o r, d e co r r e n t e s d a ca r ê n ci a d e a d e q u a d a s e st r a t é g i a s d e e n f r e n t a m e n t o d a s si t u ações d e est r esse( 6 , 8 ). O Bu r n o u t , ap esar d e

const ar na Classificação I nt ernacional de Doenças e Problem as Relacionados à Saúde ( CI D Z73.0) , ainda é desconhecido para m uitos trabalhadores, não sendo com um associar o est resse decorrent e ou associado ao t r ab alh o às alt er ações d e saú d e ou à d oen ça ocu p acion al. En t r et an t o, é con sid er ad o p r ob lem a grave de saúde, que acom et e cont ingent e crescent e de t r abalhador es no m undo, afet ando o bem - est ar físico e psíquico dos indivíduos e dos grupos nos quais est ão inseridos( 9). Considerando que os t rabalhadores

d a ESF ap r esen t am est r esse( 4 ), q u e esse p r od u z

efeit os no corpo do t rabalhador e que a m aior part e das pesquisas sobr e o est r esse lim it a- se a abor dar sua sint om at ologia( 10) obj et iv ou- se, aqui, inv est igar o s m e ca n i sm o s d e e n f r e n t a m e n t o d o e st r e sse utilizados pelos trabalhadores da Estratégia de Saúde da Fam ília ( ESF) .

CAMI NHO METODOLÓGI CO

Tr at a- se d e est u d o d escr it iv o n o q u al se em pregou a abordagem quant it at iva para selecionar os trabalhadores esgotados ( com escores com patíveis com Burnout , avaliado por m eio do Maslach Bur nout I nv ent or y ( MBI ) e os não esgot ados ( sem Burnout ) .

Post er ior m ent e, ut ilizou- se a abor dagem qualit at iva p ar a con h ecer os m ecan ism os d e en f r en t am en t o u t i l i za d o s p o r e sse s t r a b a l h a d o r e s, f r e n t e a o s problem as e conflit os do cot idiano laboral.

A co l et a d o s d a d o s f o i r ea l i za d a a p ó s a apr ov ação do pr oj et o de pesqu isa pelo Com it ê de Ét ica em Pesquisa da Univ er sidade Feder al do Rio Grande do Sul ( Parecer nº 2006643) , nos m eses de j aneiro e fevereiro de 2007.

A et apa quant it at iva do est udo foi realizada com os 86 t rabalhadores que at uam em unidades da ESF, em Santa Maria, no Estado do Rio Grande do Sul ( RS) , se n d o 5 7 p r o f i ssi o n a i s ( 1 2 m é d i co s, 1 3 e n f e r m e i r o s, 1 9 t é cn i co s d e e n f e r m a g e m , 5 odont ólogos, 8 auxiliares de consult ório dent ário) e 29 agentes com unitários de saúde, os quais assinaram o t er m o d e co n sen t i m en t o l i v r e e escl a r eci d o e responderam as quest ões do I nvent ário de Burnout . Post er ior m ent e, for am selecionados par a ent r ev ist a o s t r a b a l h a d o r e s q u e a p r e se n t a r a m e sco r e s localizados no percent il igual ou superior a 75, nas su b e sca l a s d e d e sp e r so n a l i za çã o e d e sg a st e em o ci o n al e at é o p er cen t i l 2 5 n a su b escal a d e r ealização pr ofissional ( escor e inv er so) no MBI , os quais for m ar am o gr upo com Bur nout , ou sej a, os e sg o t a d o s. Os t r a b a l h a d o r e s q u e a p r e se n t a r a m escores localizados no percentil até 25 nas subescalas de desgast e em ocional e desper sonalização e igual o u su p e r i o r a 7 5 e m r e a l i za çã o p r o f i ssi o n a l com puseram o grupo de t rabalhadores sem Burnout , ou sej a, não esgot ados.

Tabela 1 - Dist ribuição das m édias dos t rabalhadores d a Est r a t é g i a d a Fa m íl i a n o M a s l a c h B u r n o u t

I nv ent or y. Sant a Maria, RS, 2007

En t r e o s p a r t i ci p a n t e s e sg o t a d o s, en t r ev ist ad os, t r ês são ag en t es com u n it ár ios d e saú d e, d ois são t écn icos d e en f er m ag em e u m é m édico, todos do sexo fem inino e com idades de 21, 27, 28, 29, 30 e 40 anos. Entre os suj eitos identificados com o não esgot ados, est ão um agent e com unit ár io de saúde, t rês m édicos, um t écnico de enferm agem e um enferm eiro, sendo que t rês do sexo fem inino, com as idades de 31, 34, 44, 48, 61 e 68 anos.

As ent revist as foram t ranscrit as na ínt egra e subm etidas à análise de conteúdo( 11), buscando- se os

significados e est rut uras dos cont eúdos das falas dos par t icipant es.

Pa r a t e st a r a a sso ci a çã o e n t r e a s caract eríst icas dem ográficas - sexo, idade cat egoria profissional ( ensino superior ou não) , estado civil ( com com panheiro ou não) e tem po de serviço - e as m édias

s a l a c s

E Grupon=86

s o d a t o g s E 6 = n o ã N s o d a t o g s e 6 = n a i d é

M DP Média Média

o ã ç a z il a n o s r e p s e

D 9 3 12 6

l a n o i c o m e e t s a g s e

D 23,9 7,2 31,1 16,7 l a n o i s s if o r p o ã ç a z il a e

(4)

do MBI utilizou- se o qui- quadrado( 2) para as variáveis

qualit at ivas e o t est e t de St udent para as variáveis quantitativas contínuas. A única diferença significativa foi ent r e as m édias da idade dos esgot ados e não esgot ados ( p= 0,034) ; os indivíduos esgot ados eram m ais j ov en s ( id ad e m éd ia d e 2 9 , 2 e 4 7 , 6 an os, r espect iv am ent e) .

RESULTADOS

Ao cont rário de out ro est udo( 4) e do que se

im aginava ao iniciar est e est udo, a realidade social das fam ílias e da com unidade não r epr esent a fat or de desgaste para os trabalhadores, ao contrário, gera sat isfação, pois dá significado ao t rabalho realizado tanto para o grupo de trabalhadores esgotados com o para os não esgot ados. Para eles: [ ...] a sat isfação do

t rabalho est á em ver as pessoas feridas e as ver saindo felizes [ ...] elas chegam aqui com dor e saem felizes por elas [ ...] as pessoas ser em bem at endidas, ser em acolhidas, elas saír em bem [ ...] saírem elogiando o t eu t rabalho (Trabalhador Esgotado). [ ...] fazer um t rabalho rico, t er o ret orno e criar vínculo com a fam ília ( Trabalhador Não Esgot ado) .

O r e l a ci o n a m e n t o i n t e r p e sso a l e n t r e o s m em br os da equipe de t r abalho, cont udo, r ev elou-se com o fat or de insat isfação e sofr im ent o par a os t r a b a l h a d o r e s e sg o t a d o s, o q u e o s l e v a a n ã o r ecor r er em aos colegas par a aux iliar na r esolução dos problem as, com o se observa no depoim ento: [ ...]

aqui a gent e não confia em ninguém , no m eio do t rabalho não t em com o conseguir am igos, são colegas [ ...] com o não t em com quem dividir, ent ão t u fica sobrecarregado (Trabalhador Esgot ado) .

Ao o b se r v a r o s m e ca n i sm o s d e en fr en t am en t o u t ilizados pelos t r abalh ador es par a l i d a r e m co m a s si t u a çõ e s p r o b l e m á t i ca s o u co n f l i t a n t e s d o t r a b a l h o , i d e n t i f i co u - se q u e o s e sg o t a d o s u t i l i za m , co m m a i o r f r e q u ê n ci a , m ecanism os indiv iduais nessas ocasiões.

A exaustão física e a esquiva( 8) aparecem na

fala dos trabalhadores esgotados: [ ..] est ou em depressão,

sint o m uit o cansaço por causa das oit o horas do t rabalho ( ...) est ou t ent ado esquecer, delet ar os problem as do m eu t rabalho, com ecei a t om ar rem édio nat ural e com ecei a delet ar as coisas, eu t inha m uit a dor de cabeça, dor na nuca (Trabalhador Esgot ado) .

Os suj eitos esgotados relataram , em diversos m om entos do estudo, que a falta de apoio social e os problem as de relacionam ent o int erpessoal na equipe

d e t r a b a l h o o s l e v a m , m u i t a s v e ze s, a u sa r m ecanism os de enfr et am ent o indiv iduais, ent r e os quais destacaram aqueles dirigidos à em oção( 6), com o o ato de chorar, que pode representar um a form a de descarga em ocional ou de exaust ão.

Po r o u t r o l a d o , o s t r a b a l h a d o r e s n ã o e sg o t a d o s a p o n t a r a m d i v e r si f i ca d a s e st r a t é g i a s colet iv as par a a r esolução dos pr oblem as e poucas e st r a t é g i a s i n d i v i d u a i s e , a o co n t r á r i o d o s t r abalhador es esgot ados, buscam aux ílio da equipe de t rabalho ou de colegas e em out ras unidades de saúde ou serviços: a gent e faz assim : liga para out ro post o

[ ...] a gent e vem para a unidade e conversa com a equipe, com a m édica, com a t écnica de enferm agem [ ...] dependendo a gent e liga para um polít ico [ ...] vai à rádio [ ...] conversa com os vizinhos

( Trabalhador Não Esgot ado) .

O t em p o d e ex p er i ên ci a n a p r o f i ssão f o i m encionado pelos não esgot ados com o det erm inant e p a r a e n f r e n t a r a s si t u a çõ e s p r o b l e m á t i ca s d o t r ab al h o . Ex p u ser am q u e as v i v ên ci as co n f er em ca p a ci d a d e p a r a m a n t e r a ca l m a e r a ci o n a l i za r m e d i a n t e si t u a çõ e s e st r e ssa n t e s o q u e , co n se q u e n t e m e n t e , p o ssi b i l i t a a r e so l u çã o d o s problem as. Esses relatos convergem para os achados da análise est at íst ica do MBI , na qual a idade j ovem t e v e co r r e l a çã o e st a t i st i ca m e n t e si g n i f i ca t i v a ( p= 0,034) com os escores da síndrom e de Burnout . Os t r abalh ador es com m ais idade ( m édia de 4 7 , 6 anos) apr esent ar am v alor es baix os nas subescalas de desgast e em ocional e desper sonalização e alt os em r ealização pr ofissional.

Out ra caract eríst ica observada no grupo de t rabalhadores não esgot ados foi o uso de est rat égias de enfrent am ent o dirigidas, predom inant em ent e, aos p r o b l em as, d i f er en t e d o o u t r o g r u p o q u e u t i l i za estratégias de esquiva e voltadas às em oções. O uso d e e st r a t é g i a s d e e n f r e n t a m e n t o d i r i g i d a s a o problem a perm it e que os m esm os sej am resolvidos, am enizados ou elim inados, favorecendo o t rabalho e a saúde desses indivíduos.

DI SCUSSÃO

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no trabalho ao m esm o tem po em que não m odifica o pr oblem a.

A percepção de falt a de apoio do grupo de t rabalho e falt a de confiança nos colegas aparecem n os d ep oim en t os d os t r ab alh ad or es d o g r u p o d e esgotados e os com pele a em pregar recursos próprios para enfrent ar o problem a, o que agrava o est resse e gera consequent e sofrim ent o. Esses t rabalhadores se referem ao apoio social sob a perspectiva funcional, ca r a ct e r i za d o co m o u m co n j u n t o d e e l e m e n t o s est rut urais, reais ou percebidos, proporcionados por out ros para a resolução de problem as prát icos e/ ou para facilit ar as t arefas cot idianas( 12). Repr esent a o

engaj am ent o dos indivíduos em est rat égias proat ivas de cont role, diant e de sit uações est ressant es( 7).

As est rat égias de enfrent am ent o do est resse ce n t r a d a s n a s e m o çõ e s sã o , f r e q u e n t e m e n t e , u t i l i za d a s f r e n t e a si t u a çõ e s a v a l i a d a s co m o perduráveis ou im odificáveis, sendo alt ernat iva para o indivíduo desviar seu pensam ent o, reduzir o nível de t ensão e av aliar m elhor a sit uação( 6). O at o de

chorar é um a dessas est rat égias e auxilia a aliviar a a f l i çã o . No e n t a n t o , q u a n d o u m i n d i v íd u o t e m se n t i m e n t o s d e i m p o t ê n ci a p e r d u r á v e i s p o d e d esen v o l v er d ep r essão o u r eco r r er ao ab u so d o álcool, drogas, fum o e fárm acos( 8) para esquivar- se

do est resse. Por out ro lado, os esforços para m ant er a aparência de perm anente disposição para o trabalho, ent usiasm ada e sat isfeit a pode t am bém conduzir à busca de recursos no uso de subst âncias t idas com o est im ulant es( 8,12- 13).

Considerando que a m odalidade de at uação propost a para a ESF é o t rabalho em equipe( 1), esse

exige bom relacionam ent o ent re seus m em bros e as r elações in t er p essoais são d et er m in an t es p ar a a efet ividade do t rabalho.

Acr ed it a- se q u e o t r ab alh o n a ESF ex ig e disposição dos indiv íduos par a t r abalhar em gr upo, pois t odas as ações e int ervenções desse m odelo de at enção são paut adas pelas at iv idades e decisões co l e t i v a s. A p a r t i r d i sso , p o n d e r a - se q u e o s t r abalhador es esgot ados, ao ut ilizar em a esquiv a e m e ca n i sm o s d e e n f r e n t a m e n t o d i r e ci o n a d o s à s em oções, por v ezes, n ão am en izam , elim in am ou a l t er a m o s est r esso r es e f i ca m p r ed i sp o st o s a o adoecim ent o.

Con f or m e a f r eq u ên cia, a in t en sid ad e, as caract eríst icas e o t em po de exposição às sit uações est r essant es, a av aliação cognit iv a da sit uação se

det eriora, os m ecanism os de adapt ação se esgot am , i n i ci a - se a e x a u st ã o f ísi ca e e m o ci o n a l( 6 , 8 ),

caract eríst ica da síndrom e de Burnout que acom et e o grupo de t rabalhadores esgot ados.

A sín dr om e é pr odu zida pelo desequ ilíbr io entre as expectativas dos trabalhadores e a realidade do t r abalho, ger ando m anifest ações psicológicas e físicas, com r eper cussão na v ida pessoal, fam iliar, soci al e lab or al d os i n d i v íd u os( 1 4 ). O Bu r n o u t se car act er iza pela pr esença de sint om as físicos com o ca n sa ço , i r r i t a b i l i d a d e , su r g i m e n t o d e d o e n ça s, pr in cipalm en t e psicossom át icas e com por t am en t os d e f e n si v o s co m o a t e n d ê n ci a a o i so l a m e n t o , sent im ent o de onipot ência, per da de int er esse pelo t r ab al h o , ab sen t eísm o , ím p et o s d e ab an d o n ar o t rabalho, ironia e cinism o( 15).

Al é m d i sso , a p r e se n ça d e i n d i v íd u o s e st r e ssa d o s n a e q u i p e p o d e p r o v o ca r o d e se n v o l v i m e n t o d a i n e f i ci ê n ci a , co m u n i ca çã o deficit ár ia, desor ganização do t r abalho, insat isfação e d i m i n u i çã o d a p r o d u t i v i d a d e o q u e , co m o decor r ência, afet ar á o cont ex t o or ganizacional e a qualidade da at enção prest ada às fam ílias( 4).

Com relação ao grupo de t rabalhadores não e sg o t a d o s, o t r a b a l h o co l e t i v o e m e q u i p e m u l t i d i sci p l i n a r se r ev el o u co m o d i f er en ci a l em relação aos dados dos t rabalhadores esgot ados. Para eles, a equipe se dest aca com o pont o de apoio para a resolução dos problem as e geradora de sat isfação no t r abalho. Esses achados cor r obor am os est udos que apontam o apoio social com o elem ento im portante para o enfrent am ent o do est resse( 6,7,12).

Nem sem p r e, en t r et a n t o , a s eq u i p es d e t r ab alh o at u am colet iv am en t e, p ois a con st r u ção colet iva de sist em as decisórios diferencia- se em cada grupo social e relaciona- se, port ant o, à nat ureza de cada organização do t rabalho( 6,14). Mas, no caso da

ESF, esse m odelo de at enção pr econiza a at uação m u l t i d i sci p l i n a r, ca r a ct e r íst i ca q u e f a v o r e ce o desem penho gr upal.

(6)

m e ca n i sm o s i m a t u r o s se j a m su b st i t u íd o s p o r m ecanism os evoluídos e que os indivíduos se tornem m ais r ealist as e bem - hum or ados( 6). As exper iências t r azid as com o t em p o n a p r of issão, associad as à m a t u r i d a d e d o i n d i v íd u o , p e r m i t e m a v a l i a r a s sit u ações q u e p od em ser m u d ad as e as q u e n ão p o d e m , b e m co m o r e sg a t a m o s m e l h o r e s m ecanism os para conduzir os problem as.

Cab e l em b r ar q u e al g u m as p esso as t êm t endência cr ônica ao est r esse, a qual pode ser de origem genét ica, do m odo de vida do indivíduo, da h ist ór ia d e v id a ou , ain d a, p ela in t er ação d esses fatores. Assim , o estresse pode ser gerado por fontes ex t er nas pr esent es na v ida de um indiv íduo e pelo seu m undo int er ior, cuj os efeit os são m ediados por e st r a t é g i a s d e e n f r e n t a m e n t o a p r e e n d i d a s, principalm ent e, na infância, m as que t am bém podem ser desenvolvidas e incorporadas ao longo da vida( 16).

CONSI DERAÇÕES FI NAI S

As si t u açõ es d e co n f l i t o n o am b i en t e d e t rabalho na ESF são avaliadas e t rat adas de form as d ist in t as en t r e os t r ab alh ad or es esg ot ad os e n ão esgot ados, sendo que aqueles buscam m ecanism os individuais para enfret am ent o dos problem as e esses buscam m ecanism os colet iv os.

Os t r a b a l h a d o r e s e l a b o r a m d e f e sa s i n d i v i d u a i s e / o u co l e t i v a s p a r a f a ze r f r e n t e a o sofrim ent o. Part e- se, assim , da com preensão de que o s i n d i v íd u o s n ã o e st ã o p a ssi v o s e m r e l a çã o à or g an ização d o t r ab alh o, m as são cap azes d e se pr ot eger elaborando defesas que escondem , evit am

ou su per am o sof r im en t o decor r en t e do cot idian o laboral( 6,8,15).

Ao a n a l i sa r o s d e p o i m e n t o s d o s t r a b a l h a d o r e s n ã o e sg o t a d o s e d o s e sg o t a d o s, p e r ce b e - se q u e o s m e ca n i sm o s co l e t i v o s d e enfrent am ent o das sit uações est ressant es favorecem os pr im eir os e que esses cent r am suas est r at égias na resolução dos problem as, enquant o os esgot ados u t ilizam est r at ég ias in d iv id u ais e as cen t r am n as em oções, t ent ando regular sua respost a em ocional à sit uação conflit ant e, o que gera adoecim ent o nesses indiv íduos.

As r e l a çõ e s i n t e r p e sso a i s f o r a m det erm inant es para os t rabalhadores não esgot ados en f r en t ar em o est r esse lab or al, d esen v olv er em a m o t i v a çã o n o t r a b a l h o e i n t e r v i r e m j u n t o a o s problem as; enquant o para os esgot ados, m ost raram -se com o g er ad or as d e sof r im en t o e d esg ast e n o t r abalho.

Os r e su l t a d o s d e st a i n v e st i g a çã o a p r e se n t a m co n so n â n ci a co m p e sq u i sa s( 4 , 9 , 1 7 )

r ealizad as com p r of ission ais d e saú d e em ou t r os cen á r i o s, n a s q u a i s o so f r i m en t o n o t r a b a l h o é fr equent em ent e r elacionado ao fr ágil supor t e social d os t r ab alh ad or es, en t r e ou t r os asp ect os. Dessa f or m a, acr ed it a- se q u e, ap esar d as lim it ações d o estudo, tendo em vista que cada participante atribuiu um valor singular ao trabalho e tem com prom etim ento e e x p e ct a t i v a s d i f e r e n ci a d a s e m r e l a çã o à su a at ividade laboral, est a pesquisa ressalt a o cont ext o organizacional e as relações interpessoais no trabalho co m o e l e m e n t o s f u n d a m e n t a i s p a r a o desenv olv im ent o de m ecanism os de enfr ent am ent o do est resse laboral.

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Referências

Documentos relacionados

¹ Enferm eira, Especialist a em Terapia I nt ensiva, e- m ail: chaianeusp@gm ail.com ; ² Enferm eira, Dout or em Enferm agem , Professor Tit ular da Escola de Enferm agem

¹ Enferm eira, Doutor, Professor Titular, Facultad de Enferm ería, Universidad Autónom a de Nuevo León, México, e- m ail: yolaflo@hotm ail.com ; ² Mestre em Enferm agem ,

1 Enferm eira, Mestre em Enferm agem , Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil, e-m ail: m fck@yahoo.com.. 2 Enferm

1 Enferm eiro, Doutor em Enferm agem , Professor Adjunto; 2 Enferm eira, Doutor em Filosofia da Enferm agem , Professor Titular; e-m ail: alacoque@newsite.com .br; 3

Escola de Enferm agem de Ribeirão Pret o, da Universidade de São Paulo, Cent ro Colaborador da OMS para o Desenvolvim ent o da Pesquisa em Enferm agem , Brasil; 5 Enferm

1 Mestre em Enferm agem , Enferm eira da Secretaria de Saúde de Maringá, Brasil, e- m ail: analuferrer@hotm ail.com ; 2 Doutor em Filosofia da Enferm agem , Docent e

em Enferm agem , Professor Adj unt o da Escola de Enferm agem da Universidade Federal da Bahia, e- m ail: lilian.enferm agem @bol.com .br; 3 Mestre em Enferm agem , Professor

da Escola de Enferm agem de Ribeirão Pret o, da Universidade de São Paulo, Cent ro Colaborador da OMS para o desenvolvim ent o da pesquisa em enferm agem , e-m ail: