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Com doações suspeitas, campanhas ultrapassam R$ 1 bi em arrecadação

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Fundação Getulio Vargas Veículo: Carta Capital Online

- SP Data: 22/09/2016

Tópico: DAPP Página: 04:48:00 Editoria: Política

Com doações suspeitas, campanhas ultrapassam i$ 1 bi em arrecadação Clique aqui para ver a notícia no site

Partidos repassam menos de 25% do fundo partidário aos candidatos, que já receberam R$ 460 milhões de pessoas físicas. /osé Cruz / Agência Brasil Demonstração da urna eletrônica em Brasília, em 2014. Eleitores estão doando, mas quais? A arrecadação das campanhas municipais superou R$ 1,1 bilhão até o momento, incluindo as receitas de candidatos a prefeito e vereador, conforme dados atualizados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O montante representa menos de um terço dos R$ 3,5 bilhões arrecadados nos dois turnos da disputa de 2012. A queda já era esperada devido ao fim das doações empresariais, consideradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal em 2015. Os dados do TSE, entretanto, mostram que os partidos não estão fazendo a lição de casa. As legendas aplicaram R$ 189,5 milhões no esforço para eleger seus candidatos em ano de crise econômica. Isso equivale a 23% do total de R$ 819 milhões previstos no orçamento federal para abastecer o fundo partidário. O valor repassado para as campanhas pelos partidos é inferior também ao que foi cedido pelo fundo neste ano até agosto. As legendas receberam R$ 491,9 milhões, cerca de 61% a mais que o repassado às campanhas. No ano passado, os partidos receberam R$ 811,2 milhões do fundo partidário, conforme balanço do TSE. Sem recursos dos partidos, os candidatos estão colocando a mão no bolso para financiar os próprios projetos políticos. Eles doaram a si mesmos R$ 426,5 milhões até agora. Com a proibição de doações

empresariais, as legendas atraíram empresários e milionários dispostos a bancar a própria eleição. É o caso do ex-tucano Vittorio Medioli, empresário dono do jornal O Tempo em Minas Gerais. Candidato pelo PHS em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, ele bancou 100% de sua campanha até aqui. Medioli declarou fortuna de R$ 352 milhões, da qual retirou R$ 3 milhões para a disputa no município, onde o teto de gasto estipulado pelo TSE para cada candidato é de R$ 4,5 milhões. Irregularidades à vista Apesar da brecha que facilita a ascensão dos milionários na política brasileira, as doações por pessoas físicas se convertem na principal fonte de financiamento nessa eleições, com R$ 463,3 milhões. Essas doações, contudo, são acompanhadas por questionamentos sobre a licitude dos recursos. O TSE e o Tribunal de Contas da União (TCU) já identificaram que cerca de 30% das doações por pessoas físicas tem irregularidades, incluindo o uso de CPF para “esquentar” dinheiro de origem duvidosa. Os tribunais identificaram entre os doadores servidores públicos, pessoas sem capacidade econômica compatível com a doação, beneficiários do Bolsa Família e até mortos. Há também a suspeita de que as doações por pessoa física estejam escondendo o apoio de empresas a candidatos. Foi o que identificou a Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV-Dapp) em estudo sobre doações a campanhas no Rio de /aneiro, onde 59 pessoas doaram mais de R$ 30 mil, conforme

reportagem do jornal O Globo, sendo que 58 delas ocupam altos cargos em empresas. Para o cientista político Humberto Dantas, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESP), as

irregularidades já identificadas ditarão o tom nas campanhas até o final da disputa, como forma de burlar o veto do STF a doações empresariais. “Essa é a velha maneira dos brasileiros de darem jeito em tudo quanto é lei”, avalia. As irregularidades, entretanto, não devem arrefecer o debate sobre o suposto risco representado pelo financiamento concentrado nas doações de pessoas físicas, fundo partidário e

recursos dos próprios candidatos. O retorno das doações empresariais está sendo articulado pela base do governo Michel Temer no Congresso Nacional. Em movimento liderado PP, PSD, PSDB e PMDB, a base governista deseja o retorno de doações de empresas, o que abriria espaço inclusive para

empreiteiras envolvidas na Operação Lava /ato, como Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e OAS. Essas companhias foram as maiores doadoras nas eleições de 2012, com mais de R$ 177 milhões. Mais papel, menos tecnologia O cartão de crédito é um dos meios de doação menos utilizados pelas pessoas para

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apoiar candidatos na primeira eleição brasileira a franquear ao eleitor o papel de principal financiador dos políticos. As operações magnéticas de crédito renderam apenas R$ 187,8 mil em doações, ante um universo de doações por pessoas físicas aos candidatos a prefeito e vereador. Apenas 0,04% do total repassado pelas pessoas foi no crédito. A baixa participação do meio eletrônico pode refletir dificuldades enfrentadas por candidatos para incluir o cartão de crédito entre os meios de pagamento de seus sites. Como revelou reportagem da CartaCapital, as operadoras Cielo, Getnet e Rede dificultaram esse acesso. O papel segue como principal meio de doação de pessoas físicas, somando R$ 178,7 milhões entre dinheiro em espécie, cheque e boleto bancário. As doações por transferência eletrônica entre contas bancárias é o principal meio usado, principalmente por candidatos para se autofinanciar, movimentando até o momento R$ 672,8 milhões.

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