Zupynaira Torres Tensfeld
Tese submetida como requisito pa~cial
para a obtenção do grau de mestre em Educação.
Rio de Janeiro Fundação Getúlio Vargas
Instituto de Estudos Avançados em Educação
o
ESTILO GERENCIALDO ADMINISTRADOR ESCOLAR: UK ESTUDe
1. Introdução
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1.1. 1. 2. 1.3. 1. 4. 2.
2.1.
2.2. 2.3.
2~ 4. 2.5. 2.6. 2.7. 2.8. 3.
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Apresentação do trabalho
Fundamentação teórica •.••.
Definição do problema •••..
Definição de termos •••...
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Metodologia ••••.•••..••••.•••.
Definição das
cionalizadas;
variáveis a serem
relacionamento entre
pesquisadas
variáveis
e
e. . .
oper!!,.
hipó
tese
Tipo
Área
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~.
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de pesquisa ••.•...•••••
geográfica de aplicação da pesquisa
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Instrumentos . . . .
Informantes
Computação e tabulação de dados ...•...•••...••..•.
Tratamento estat{stico ...•...•••...•••••..
Forma de apresentação dos resultados •.•.••.•••.•••
Resultados
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3.1. Estilo gerencial
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3.2. 3.3.
4.
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6.
Valores gerenciais
Cultura organizacional
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Interpretação dos resultados
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Conclusão
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Sugestões
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Referências bibliográficas
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Anexo 1
Resumo
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Ane~o
3
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Questionário: Estilo gerencial
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Ane~o
4
Questionário: Estudo comparativo de valores
gerenciais
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Aen~o
5
Questionário: Avaliação da Cultura Organizacional
Ane~o
6
Quadro
Ane~o
7
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64
68
84
98
Tabe Zas ••.••••••••••••••••••.•••••••••••••••.•.••••• 100
NtJMERO TITULO PÁGINAS
6.0. O Gpid Gepencial .. . • • . . . 98
6.1. Distpibuição de fpeqüência dos estilos gepenciais dominantes segundo as funções administpativas jun to as Escolas do 69 DEC/RJ - 29 semestpe de 1981.100
6.2. Distpibuição de fpeqüência de estilos gepenciais subdominantes segundo as funções administpativas junto
as
Escolas do 69 DEC/RJ - 29 semestpe de1981 . . . • . . . ·.·101
6.3. Distpibuição de fpeqüência dos estilos gepenci-ais dominantes com os pespectivos subdominantes dos elementos administpativos junto
as
Escolasdo 69 DEC/RJ - 29 semestpe de 1981 . . . 102
6.4. Distpibuição de fpeqüência de estilos gepenci -ais dominantes com os pespectivos subdominantes dos Dipetopes das Escolas do 69 DEC/RJ - 29
se-mestpe de 1981 . . . 103
6.5. Distpibuição de fpeqüência dos estilos
gepenci-ais dominantes~com os pespectivos subdominantes dos Dipetopes Adjuntos das Escolas do ê9 DEC/RJ - 29 semestpe de 1981 . . . ~ . . . 104
6.6. Distribuição de freqüência dos estilos gerenci~
ais dominantes com o respectivos subdominantes dos Secretários das EscoZas 'do 69 DEC/RJ - 29
semestpe de 1981 . . . 205
6.7. Distribuição de freqüência dos estilos
gerenci-ais dominantes com os pespectivos subdominan --tes dos Coordenadores das Escolas do 69 DEC/RJ
dos Supervisores Escolares das Escolas do 69DEC/ RJ - 29 semestre de 1981 . . . 107
6.9. Distribuição de freqüência dos estilos de valo-res gerenciais dominantes segun20 as funções ad ministrativas junto às Escolas do 69DEC/RJ - 29
semestre de 1981 . . .
108:-6.10 Distribuição de freqüência dos estilos de valo-res gerenciais subdominantes segundo as junções administrativas junto às Escolas do erDEC/RJ
29 semestre de 1981 . . . 109
6.11.Distribuição de frequência dos estilos de vaZo-res gerenciais dominantes com os vaZo-respectivos subdominantes dos Diretores da Escolas do 69DEC/ RJ - 29 semestre de 1981 . . . jl0
6.12.Distribuição de freqüência 20s estilos de valo-res gerenciais dominantes com os valo-respectivos subdominantes dos Diretores Adjuntos das
Esco-las do 69DEC/RJ - 29 semestre de 1981 . . . 111
e.13.Distribuição de freqüência de estilos dos valo-res gerenciais dominantes com os valo-respectivos subdominantes dos Secretários das Escolas do 69 DEC/RJ- 29 semestre de 1981 . . . 212
6.14.Distribuição de freqüência de estilos dos valo-res gerenciais dominantes com os valo-respectivos subdominantes dos Coordenadores das Escolas do
69DEC/RJ - 29 semestre de 1981 . . . .113_
6.15.Distribuição de freqüência de estilos dos valo-res gerenciais dominantes com os valo-respectivos subdominantes dos Supervisores escolares das
nanies dos e~ementos do staff administrativo das
Esao~as do 6P DEC/RJ-2P semestre de 1981.
6.17. Distribuição da freqUênaia de esti~os dominantes da Cu~tura Organizaaiona~ Idea~ segundo as fun-ções administrativas junto às Esao~as do 6P DEC /
115
. /RJ - 2P semestre de 1981 •.•••••••••...•.••.••• 116
6.18. Distribuição da freqUênaia de esti~os subdominan-tes da Cu~tura Organizaaiona~ Idea~ segundo as funções administrativas junto às Esao~as d 0 6 P DEC/RJ - 2P semestre •.•••.•..•...•••••••....•••• 117
6~19. Distribuição da freqUênaia de esti~os dominantes da Cu~tura Organizaaiona~ Idea~ aom os respeati -vos subdominantes dos e~ementos administrativos
das Esao~as do 6P DEC/RJ-2P semestre de 1981 •••• 118
6.20. Distribuição da freqUênaia de esti~os da Cu~tura
Organizaaiona~ Idea~ dominante aom os respeati-vos subdominantes dos Diretores das Esaolas do . 6P DEC/RJ-2P semestre de 1981
. . . .
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6.21. Distribuição da freqUênaia de estilos da Cultura Organizaaional Ideal dominante aom os respeati-vos subdominantes dos Diretores Adjuntos das Esa~
119
las do 6P DEC/RJ.29 semestre de 1981 ••••••••••••• 120
6.22. Distribuição da freqUênaia de estilos da Cultura Organizaaional Ideal dominante aom os respeati-vos subdominantes dos Searetários das Esaolas do . 6P DEC/RJ-2P semestre ••••••...•...••.•••..•• 121
·6.23. Distribuição da freqUênaia de estilos da Cultura Organizaaional Ideal dominante aom os respeati -vos subdominantes dos Coordenadores das Esaolas do 6P DEC/RJ-2P semestre
.
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IX
vos,subdominantes dos Supervisores escolares do 69DEC/RJ - 29 semestre de 1981 . . . 12Z
6.25. Distribuição de freqüência de estilos da Cultura Organizacional Real segundo as funções adminis -trativas junto às Escolas do 69DEC/RJ- 29 semes-tre de 1 9 8 1 . . . -124
6.26.Distribuição de freqüência dos estilos da CuZtura Organizacional Real segundo as funções adminis-trativas junto às ESCOLAS DO 89DEC/RJ no aspecto subdominante-29 semestre de 1981 . . . 12$
6.27.Distribuição de freqüência dos estiZos dominan-tes da Cultura Organizacional Real com
06
respec-tivos subdominantes dos elementos administrarespec-tivos das Escolas do 69DEC/RJ- 29 semestre de 1981 . . . 1286.28.Distribuição de freqüência dos estilos dominantes da Cultura Organizacional Real com os respectivos subdominantes dos Diretores das Escolas do 69DEC/ RJ-29 semestre de 1981 . . . 127
6.29.Distribuição de freqüência dos estilos dominanDes da Cultura Organizacional Real com os respectivos subdominantes dos Diretores Adjuntos das Escolas do 69DEC/RJ - 29 semestre de 1981 . . . 128
,6.30.Distribuição de freqüência dos estilos dominantes da Cultura Organizacional Real com os respectivos subdominantes dos Secretários das Escolas do 69 DEC/RJ- 29 semestre de 1981 . . . 129
6.31.Distribuição de freqüência dos estilos dominantes da Cultura Organizacional Real com os respectivos
6.32.Distribuição de freqüência dos estilos dominantes da Cultura Organizacional Peal co~ os respectivos 8ubdominantes dos Supervisores escolares das Esco-las do 69DEC/RJ - 29 semestre de 1981 . . . 131
6.33.Distribuição de freqüência dos estilos dom~nantes da Cultura Organizacional Ideal com os subdominan~~?
tes dos elementos do staff administrativo das
Es-colas do 69DEC/RJ - 29 semestre de 1981 . . . 132
6.34.Distribuição de freqüência dos estilos dominantes da Cultura Organizacional Real com os subdominan-tes dos elementos do staff administrativo das Es-colas do 69DEC/RJ - 29 semestre de 1981 . . . 133
Celia Lucia Monteiro de Castro
Heloisa Maria Cardoso da Silva
Maria Violeta Coutinho Villas Boas
Marlene Luciá da Silveira
Neyda Alves da Motta
Rosa Maria de Souza e Mello Pereira
Rosiris Terezinha Sarmento Fonseca da Costa
Aos Professores
Arthur Henrique Tensfeld
Kleber Nascimento
A Carlota Weimann
A Geralda Naria Dutra
A Consultoria de Ciincia Social Aplicada / Scientific
1~'ethod6 LtéIa (COZI7CISA/S!!)
A
Coordenaç5o de Aperfeiçoamento do Pessoal de UivelSuperior
nossa gratid50
o
propósito deste trabalho é tentar~ dentro da perspectiva do desenvolvimento organizacional~ determinar o estilo gerencial de alguns elementos responsáveis pelos diversos niveis de administração nas escolas de 19 grau da rede oficial de ensino.Para atingir este objetivo foram aplicados no diretor e no staff administrativo das escolas do 69 Dis -trito de Educação e Cultura da Secretaria Municipal de Educação da Cidade do Pio de Janeiro~ os questionários do Grid Gerencial de autoria de Robert R. EZake e Jane S. Mouton. De acordo COM esses teóricos~ encontramos nas di-ferentes organizações~ vários estilos de ZiJerança diri gidos para métodos que maximizem procução ou que maximi -zem o bem estar do pessoal. O méto1o Grid procura detec tar esses vários estilos de liderança em busca da eficá -cia geren-cial.
Os questionários arlicacos revelaram as princi pais atitudes dos vários elementos envolvidos no ato de administrar e neles percebemos que existe predominância ' do estilo gerencial 9~9 quando se trata i0 auto-avaliação. Quando diz respeito à hetero-avaliação distinguimos~ not~
damente entre os diretores~ a incidência de uma distribui ção igual pelos estilos 9~9; 9~1; 5~5; e 1~1 o que vem r~ forçar o nosso posicionamento: existe divergência entre a auto e a hetero-avaliação .
mada de consciência dos administradores de seu verdadeiro papel frente
à
sua organização, no sentido de intensifi -car sua capacidade de dirigi-la na consecuçao dos objeti-vos estabelecidos.•
z.z.
Apresentação do trabalhoUm dos problemas constantes da literatura brasi-Zeira atual que trata sobre a educação é o da baixa produ-tividade do sistema escolar.
Numerosos trabalhos buscam detectar as poss{veis causas da problemática e levantar soluções alternativas.
Tais questionamentos têm levado
à
preocupaçao, -no momento, com a formação de recursos huma-nos para a edu-cação, sendo discriminados dois ramos destes recursos: a formação do professor e a formação do especialista.Se considerarmos como função administrativa o ti po de trabalho onde estão presentes atividades como planeja mento, organização, direção, tomada de decisões e controle e se apreciarmos de uma maneira global as funções do docen-te e as do especialista em educação, podemos dizer que am-bos os profissionais exercem, nos estabelecimentos de ensi-no de 19 e 29 graus, a função de administrar, embora em di-ferentes n{veis.
\ , neae88ipio poptanto que se ppoae8se a dJferentes papéis exercidos pelos profissionais
anáZise
dos existen
tes nd escola e que sao responsáveis pelo cumprimento das
funçõ~:s inerentes a ela já que, para a consecução de seus i
objet~vos espec{fico~a escoZa precisa contar com um
lho de cooperaçao ou de integração de esforços a fim de assegurar bons resultados e garantir a efetividade da or-ganização.
A problemática acima apontada leva a uma procu-ra de atualização dos profissionais da educação~ buscando aumentar a eficiência do professor em sala de aula e da equipe de direção responsável pelo seu funcionamento.
Considerando-se o desempenho profissional como resultado do indiv{duo como um todo~ em seus aspectos co~ nitivo~ afetivo e motivacional~ podemos dizer~ com Morri-son e Mc
Intyrel~
queé
pela mobilização destes três as-pectos que os membros de uma organização começam a agir~• procurando satisfazer os seus objetivos) objetivos esses que os atenderão como ser integral.
"
Por outro lado~ qualquer mudança que venha a acontecer e permanecer exige que este ser integral seja atendido como um todo.
Assim~ na escola~ como de resto em outras
orga-nizações~ o comprometimento da personalidade em seus dif~
rentes aspectos (afetivo~ cognitivo e motivacional)~
é
li mitado em função de fatores que seencontrarn dentro efo-ra
da escola e que prejudicam ou não o trabalho que tem de ser realizado.Necessário~ então~ se torna conhecer como esses indiv{duos reagem cognitiva~ afetiva e emocionalmente a
.
objeti-vos# suas atividades# enfim# em que medida a combinatória dessas variáveis influencia a produtividade do sistema es-colar.
Em outras organizações esse problema também exis te e ao contrário da escola em que a análise do processo ensino-aprendizagem geralmente nao se faz nestes termos # aquelas organizações sabem buscar um funcionamento harmo -nioso entre os niveis de desempenho de seus funcionários e a produtividade.
Nosso trabalho constitui-se# então# numa tentati va de conhecer melhor o modo de atuação dos profissionais de educação (Diretor# Diretor-Adjunto# Secretário de Esco-la# Coordenador e Supervisor Escolar) em suas tarefas# o que constitui um certo estilomaneira pelo qual o indivi -duo percebe e elabora as diferentes pressões que se exer-cem sobre ele e traça# a partir dai# suas estratégias de atuação.
Buscamos embasar o estudo na teoria Grid de De-senvolvimento Organizacional2• O Grid tem sido utilizado como método básico para melhorar o desempenho gerencial em indústrias e em instituições orientadas para a prestação de serviços# na medida em que procura ressaltar como funda mental a compreensao do modo de atuar do profissional ali~
ne-.~ I
Apesar de colocarmos a função administrativa co-mo exercida tanto por quem ministra aulas coco-mo pelo espe-cialista em educação~ optamos em nosso trabalho por verifi car o estilo gerencial de elementos que~ oficialmente~admi
nistram as escolas de 19 grau da rede oficial do Munic{pio do Rio de Janeiro~ visto a obrigatoriedade legal do ofere-cimento deste grau de ensino pelo Estado. Assim~ inclui -mos em nosso estudo~ o Diretor~ o Diretor Adjunto~ o
Coor-denador~ o Supervisor Escolar e o Secretário das Escolas.
Vale notar que nos restringimos~ em nossa tarefa~
a um primeiro momento da metodologia do Grid Gerencial~ c~ mo um passo inicial que poderá provocar discussões que mo-tivem a busca da tão cobiçada excelência organizacional das unidades escolares.
Assim~ nesta primeira etapa do trabalho~ apresen tamos o que se entende~ dentro da teoria administrativa por desenvolvimento organizacional e sua relação com o mé-todo Grid de desenvolvimento>que caracterizamos brevemente. Como pretendemos aplicá-la em nossa análise da escola~ pro curamos apresentar a escola como organização~com objetivos e com necessidade de mudança. Finalmente~ definimos nosso problema~ justificando sua escolha e os objetivos a serem atingidos na pesquisa.
variáveis nela relacionadas e o tipo e área de da pesquisa realizada.
aplicação
A terceira parte foi destinada
à
apresentação dos resultados da pesquisa, apontando os estilos predomi -nantes dos administradores do69
Distrito Educacional da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Trata-mos ainda da relação entre a auto e a hetero-avaliação des ses administradores e ainda o estilo ideal e o real por eles percebido.Quanto
à
quarta seção da dissertação procuramos nela discutir os resultados obtidos em relaçãoà
importân-cia que os estilos possam ter em face do desenvolvimento da organização-escola e dos objetivos que a mesma pretende atingir no contexto educacional brasileiro. Tamb~m a rela-ção entre a auto e a hetero avaliarela-ção e entre o ideal e o real apresentado pelos informantes foi analisada em termos da influência que venha a exercer na produtividade do sis-tema escolar.1.2. Fundamentação teórica
1.2.1. Desenvolvimento Organizacional
Constitui-se a maior preocupaçao dos administra dores de empresa o desenvolvimento de suas organizações de maneira que possam concorrer e operar, moldando, o meio am biente onde a empresa opera.
Vários foram os temas que mobilizaram os admi-nistradores no decorrer deste século, afim de alcançarem estes objetivos, nos diz Beckhard3. Preocupados inicial -mente com a racionalização do trabalho e o aumento da pro-dutividade e serviços a partir de uma melhor engenharia ' humana, passam a partir da 2~ guerra mundial a preocupar-se com as "relações humanas", a fim de atender as novas exigências de uma maior segurança de trabalho e de satis-fazer necessidades sociais, além das de sobrevivência.
Já no fim dos anos 50, novo tema surge com a n~ cessidade de preparação de pessoas para o exercicio de re~ ponsabilidades elevadas, intensificando-se a necessidade de programas de sucessão administrativa planejada e de de-senvolvimento.
Nova alteração surge em meados dos anos 60, voi tando-se a atenção para a mudança que tem por base o siste ma total. Este tema, mostra Beckhard: "se concentra no exa me de sistema-olhar para a organização como sendo um sist~
r~stica~ esta cultura e estes valores~ bem como os siste-mas de informações e os procedimentos de trabalho~ devem ser continuamente examinados~ analisados e aperfeiçoa-dos para que resultem produtividade e motivaç~o 5tima." ~
A década de 60 é considerada como a década da
explos~o: explos~o de conhecimento~ explos~o tecnológica~
explos~o de comunicações~ explos~o econômica com a conse-quente modificaç~o na força de trabalho onde se observa a
elevaç~o do n~vel de profissionalizaç~05~ gerando altera-ções no relacionamento entre os membros pertinentes
à
or-ganizaç~o.
Como consequência~ observamos~ hoje~ grande
transformaç~o~ também~no ambiente empresarial~ pela inter nacionalização dos produtos~ pela crescente importância do "Marketing"~ pelas modificações das relações "staff" linha com prioridade para o "staff"~ pelas participações múltiplas de empresas~ produtos e tecnologias~ enfim~pela
natureza mutável do trabalho~ uma vez que a tecnologia crescente significa que máquinas não apenas produzem~ mas auxiliam os homens na tomada de decisão. A administração concentra-se então~ no como e quais decisões devem ser to madas pelo homem ou pela máquina.
Paralelamente
à
mudança no ambiente geral e noopçoes no trabalho e no lazer; c) o atendimento à seguran-ça e autovalorização humanas; d) a escolha prioritária dos objetivos humanos em face dos organizacionais; e) a organi zação de tarefas estimulantes e que proporcionem remunera-ções também intr{nsecas~; f) a diminuição do poder do che-fe que deve administrar por influência (comportamento ade-quado) e não através da força ou pela concessão ou conten-ção de recompensas financeiras.
Estas transformações aliadas ao crescimento de pesquisas nas ciências sociais e do comportamento~ dão ori
gem~ em administração~ como resposta~ ao movimento conheci do como Desenvolvimento Organizacional~ referido geralmen-te pela sigla DO~ que aqui também será usada. Compreende o DO, um conjunto de esforços sistemáticos de mudança plane-jada~ uma- metodologia de trabalho que possibilita a sobre-vivência dentro de uma coexistência planejada e salutar em face do crescente conflito de interess~ na nossa sociedade.
1.2.2. O Grid GerenciaZ
Como i~ apontamos~ na apresentaç50 deste
traba-lho~ tomamos~ primordialmente~ como referencial teórico ~ a obra de Blake e Mouton~ o Grid Gerencial que define a teoria do Desenvolvimento Organizacional formulada pelos autores.
Dizem eles que "depois da adoç5o de objetivos
claros~ significativos e humanos que estimulem a confian-ça e o respeito mútuos~ a melhoria da eficácia gerencial
constitui~ provavelmente~ o fator de maior importância no aperfeiçoamento da Sociedade. Sem a competencia gerencial seremos v{timas do "status quo" ~ da burocracia e da deca dência. Com a competência gerencial~ abrem-se ilimitadas possibilidades de mudança e de desenvolvimento conducente do revigoramento e ao enriquecimento da vida humana". 9
O Grid Gerencial é uma proposta de desenvolvi -mento organizacional baseado no fato de que~ para se con-seguir melhoria na competência gerencial individual~ e ... preciso que as pessoas aprendam a utilizar seus próprios recursos para obter resultado através dos outros. No en
-tanto~ para se alcançar os padrões mais altos em termos de resultados organizacionais são necessários procedimen-tos educacionais que ultrapassem o individuo a até o gru-po; na equipe~
é
preciso haver desenvolvimento organiza -cional.O Grid Gerencial é uma proposiçã.o orientada para U1TI
neaessária; Blake e Mouton sugerem a utilização de estraté gias eduaaaionais para fazer aom que a organização aomo um todo atinja ntveis mais elevados de desempenho e funaiona-mento. Afirmam que~ embora sua estratégia de desenvolvimen
to organizaaional seja simples~ é de diftail exeauçao já que exige que a Organização examine não só seus segmentos~
aomo também a ela mesma aomo um todo~ identifiaando as áreas detentoras de problemas que impedem a organização de ter um funaionamento adequado já que a mudança é o objeti-vo maior do D.O.
são aonsiderados aomo elementos~ identifiaados'
universalmente~ nas organizações~ os objetivos~ o pessoal e a hierarquia~ e a partir da interrelação desses aompone~
tss organizaaionais surgem as variáveis (orientação para produção e orientação para pessoas) que se enaontram minu-aiosamente analisadas pelos autores e que abordamos na se-ção de nosso trabalho referente
à
metodologia.A metodologia Grid enfoaa o atingimento da pro-dução através de pessoas e aborda os estiZos gerenaiais bá siaos adotados quando se quer justapor produção e pessoas. O que difere um estilo do outro é a intensidade que é aon-ferida
ã
produção (eixo horizontal) e às pessoas (eixo ver tiaal).são estudados os estiZos 9~1; 1~9; 1~1; 5~5; e
9~9 que oaorrem aomo pontos de interseção dos dois eixos~
°eOsotoi°Z'oo °9°,1 - sob este estilo o pessoal
é
visto como instrumento de trabalho para produç~o, colocando os su -pervisores entendidos aqui, como aqueles profissionais que orientam o trabalho de equipe na escola, ênfase nos requisitos da tarefa e trabalho e numa filosofia depro-duç~o. Os empregados constituem-se em meras ferramentas a serem amoldadas em funç~o das tarefas a serem realiza-das. O controle baseia-se na hierarquia do sistema e as relações pessoais limitam-se a assuntos de trabalho. N~o
há preocupaç~o com o desenvolvimento dos empregados nem com a comunicaç~o a nao ser no que concerne a instruções acerca do trabalho, tarefas e produç~o.
- estilo 1,9 - aqui o ritmo de trabalho
é
bastante confor-tável, nunca se pressionando o pessol, mas sempre atuan-do na base atuan-do encorajamento. Desta maneira espera-se que o rendimento no trabalho seja bom a fim de que se evitem aborrecimentos, na medida em que há lealdade para com o chefe, encarado como um irm~o mais velho. A grande amiza de entre os elementos da organizaç~o torna o grupo o fa-tor primordial na organizaç~o onde as relações humanass~o um fim em si mesmas e n~o meio para obtenç~o de seus objetivos.
to n~o
sE
~ransferirem~se as culpas e responsabilida -des para os outros co~o~ tambim~ a ausincia decon-tribuiç~o ou assunç~o de deveres e responsabilidade
No entanto~ quando do recebimento de vantagens e asse-guramento de direitos~ este gerente n~o esquenta a
ca-beça~ aceita tudo que vem de cima para baixo .
• s~ito ~~5 - constitui-se na posiç~o central e interme diária da Grade Gerencial e logo o fator humano e o de
produç~o s~o balanceados na medida em que se acha que a
colaboraç~o das pessoas será proporcional
à
explicaç~osobre os objetivos da tarefa. A comunicaç~o nao aberta e funciona apenas para atenuar resistência. N~o se ouve o pessoal~ mas se age de forma a dar a
impres-s~o de que est~o participando.
estilo 9~9 - nesta posiç~o~ ângulo superior direito da grade gerencial~ a produç~o i acompanhada ao mes mo tempo de alto interesse pelas pessoas sendo o objetivo principal do gerente a integraç~o entre
cria-tividade~ produtividade e elevado moral~ atravis da
aç~o combinada em equipe. Assim problemas de
comuni-caç~o s~o problemas de compreens~o e entendimento en-tre pessoas e
é
freqaente a preocupação com a pesqui-sa de opiniões e sentimentos~ não se evitando osse considera que seus conhecimentos são bons e podem contribuir para melhores decisões.
Todos os estilos são analisados à luz dos mes mos aspectos~ tais como: fixação de objetivos~ relações su
perior-subordinado~ conflito~ decisões e empenho.
A teoria GRID não incide apenas sobre os esti los;'ela se amplia abrangendo seis fases que compoem um ciclo de mudança implicando em principio~ me~o e fim.
A fase I do Desenvolvimento Organizacional tipo Grid
é
chamada Seminário Grid de Desenvolvimento Gerencial.A fase II incide sobre o desenvolvimento do tra balho em equipe e a fase III trabalha sobre o desenvolvi mento intergrupal.
A fase IV define o modelo estratégico ideal e se realiza na cúpula administrativa.
As fases V e VI se dirigem~ respeetivamente~ ~
a
implementação do modelo estratégico ideal e à critica sis temática da mudança.
Neste trabalho~ nos detemos apenas em um aspecto da la. fase da teoria - os estilos gerenciais~ vistos p~
\
ta!equipe de direção das escolas estudadas. Ao lado deste
1.2.3. A organização Escola e o problema de mudança.
1.2.3.1. A Escola como organização
Segundp Amitai Etzionil2 em seu livro Organi-zaçoes Modernas~ a partir das diferentes maneiras de uti ltzarmos o conhecimento~ podemos definir três tipos de or ganização: as organizações de serviço~ que apenas se uti-lizam do conhecimento; as especializadas que criam e apli cam o conhecimento e as utilitárias~ que necessitam de co nhecimento já produzidos.
As organizações especializadas~ pela sua natu-reza criadora e comunicadora de conhecimentos~ possui grande número de especialistas. Nesta categoria estão as Universidades e os Hospitaiso Entre elas estão as organi-zações cujos especialistas possuem grande preparoj mas
curto ( menos de cinco anos )~ chamadas pelo autor de or-ganizações semi-especializadas~ cujos especialistas sao
-menos responsabilizados por questões graves~ se preocupan do mais com a comunicação e aplicação do conhecimento do que com a criação dele. Nesse caso~ acreditamos~ estão as escolas de 19 grau.Embora a organização escolar deva ser classifi cada entre as modernas organizações~ com caracteristicas comuns
às
demais organizações~ tem~ no entanto~ caracte -risticas próprias que lhes configuram umç especifidade deo - 07 1:3 °d °f o . . o
s~tuaçaoo Mattew M~~es ~ ent~ ~ca como caracter~st~cas
- ambiguidade de objetivos;
- variabilidade de " inputs" ( alunos de diferentes tipos e em diferentes condições de aprendizagem);
- desempenho em termos de resultado pouco visivel;
- baixa interdependência ( relativa autonomia do profe!!... sor no seu trabalho);
- vulnerabilidade ( exposição a criticas externas);
- controle final do trabalho escolar feito por elementos do poder público ao invés de especialistas;
- baixo investimento tecnológico das escolas
são ainda esses autores que apontam a dificulda-de dificulda-de precisão no traçado dos objetivos da escola~ reunin do-os sob duas ordens: os finais da educação~mais genéri cos e definidos em termos legais e que se acham vinculados a uma filosofia da educação e as metas ou objetivos
prios~ especificos~ dimensionados pela escola e que cons t{tuem a aplicação dos abjetivos gerais a uma situação mais particulajrizada. Esses objetivos devem ser conheci dos e assumidos pelos membros da organização que desemp~
nham funções dentro do contexto escolar para que nao atue sobre eles de modo difuso. O desconhecimento dos obj~ tivos leva
à
independência no desempenho do papel e trans forma· em objetivo final a realização de tarefas especifi caso A escola~ enquanto organização em busca de eficiência~se defronta com um sério problema: - as diferentes manei ras de se interpretar os mesmos obj etivos ~ o que, -;i/;or.nd, mais dificil definir os modos màis adequados de ação.
operaçoes básicas da organização escolar~ são as tarefas administrativas as atividades que mantêm a organização ~ assegurando seu equi"librio in terno através de funções in tegradoras do sistema~ estimulando a cooperação para al -cançar os objetivos gerais do sistema. O equilibrio exte~
no será conseguido mediante a captação dos "insumos" rece bidos do meio externo e das informações sobre os resulta-dos da ação desenvolvida pelo sistema.Importante~ para a
escola~ é que cada participante execute corretamente seu papel coerente com o objetivo proposto.
A escola concebida como um sistema organizado
administrativamente~ é o local de ação do diretor~ que r~
presenta internamente~ o poder decisório mais alto; ela é
tam-bém~ um conjunto de fatores materiais e humanos sobre o qual o diretor deve agir para assegurar se os objetivos propostos estão sendo atingidos.
Dirigir uma escola é tarefa dificil e sera ... um trabalho bem complexo se forem introduzidas mudanças em seu funcionamento o que acarretará dificuldades materiais e até psicológicas.
1.2.3.2. A mudança na organização escolar
As organizações~ de um modo geral~ nao se carac terizam pela mudança~ mas~ pela estabilidade~ porque a organização social se define pela existência de uma estr~
tura proposta com o fim de alcançar objetivos
predetermi-nados~ de um modo mais econômico.Se tais objetivos são pe~
zação também será estável. Essa estabilidade pode ser
vezes tão grande que chega a resistir a qualquer tentativa ... as
de mudança. De um modo geral~ os estlmulos para a m"dança: vêm de fora.
A maioria dos autores que estúdaram o problema da mudança dentro das organizações~ chegou
à
conclusão que a hierarquia~ com o conseqüente status que confere aos fu~ cionários administrativos~ é um dos maiores obstáculos a ... mudança ( inovação ) já que a tendência é a manutenção doI status quo J. Qualquer mudança significativa que envolva
alterações profundas no comportamento provoca iinsegurança
e~ portanto, é evitada e até rejeitada. A mudança somente ocorrera quando um determinado programa de ação, antes con siderado satisfatório~ se torna incapaz de atingir certos
objetivos~ dependendo da estratégia do poder.
Comunicação adequada. e distribuição ~ influ
ência~ que são propriedades da organização~ têm forte efei to sobre a rapidez na adoção e durabilidade de uma mudança qualquer . . " A garantia de um eficiente progresso, diz Thomp'"
son~ comunicação entre os membros da organização~ quer no sentido vertical~ quer no horizontal~ é geralmente aponta da como eficiente meio de facilitação do processo de mu dança organizacional, em organizações do tipo da escola~on
de as resistências formadas pelas barreiras do conhecimen to e da experiência jamais facilitaram uma mudança ( inova ção) apresentada de cima para baixo. Mesmo quando nao ofe rece resistência aparente~ a falta de compreensão dos f~
definida., levaram freqü.eniJemente a uma atitude pouco rece~ .. . . . . - " 14
t-z-va a -z-novaçao. Thompson ainda tenta d:amCJ.ntnl;rall· que o " aparecimento de novos papéis., como o de especialistas na escola., geralmente provoca o aparecimento do conflito., p~
lo fato de já existirem pap:is hierárquicos bem definidos
d ·d b d . - ,,15
e apreen -z- os pelos mem ros e uma organ-z-zaçao.
Os papéis hierárquicos., que definem posições com seus direitos e deveres., asseguram aos indivtduos uma condição de existência na organização., da qual não desejam abril' mão. Surge então., o comportamento de defesa do pa pelo
Por outro lado., os especialistasc também procu:~
ram assegurar seus direitos., constituindo grupos profissi onais que lutam por determinada posição na estrutura esco
lar.
A mudança., numa organização peculiar como é a escola., deve ser encarada como condição necessária mas que só será efetivada mediante o envolvimento total da organi zação. A escola só poderá atuaZizar-se em termos organiz~
cionais na medida em que, os elementos nela envolvidos. a compreenderem como sistema aberto., em constante intercâm bio com o seu ambi~~te., que exige sempre coisas novas., le vando à proposta de noVos objetivos ou à adaptação dos an tigos. Deve ainda a organização avaliar-se e julgar a adequação dos recusos utilizados aos objetivos propostos para., em seguida., aceitar o desafio da mudança.
o comportamento administrativo~ deve ser alvo de consi-derações mais particulares em que seja caracterizada fu~
çao~.sua natureza especlfica~ ao mesmo tempo que a sua eSpécificidade quanto ao objetivo educacional.
·1.2.4. A Escola de 19 grau no Municlpio do Rio de Janei-ro: aspectos legais e administrativos.
Segundo a Lei 5.692 de agosto de 1971~ enten-de-se por escola de 19 grau~ a instituição que adminis-tra o ensino de 19 grau que é o conjunto articulado das oito séries iniciais que compoem a estrutura básica atual do sistema de ensino brasileiro. Engloba ele as quatro s~ ries do antigo curso primário e as quatro séries seguin -tes do antigo 19 ciclo da escola média~ ou seja~ o cur-so ginasial. Sua obrigatoriedade e conseqaente gratuida-de estão~ também~ expressos em Lei.
Seus objetivos primeiros estão aZi~ assim
explicitados~ juntamente com os do ensino de 29 grau:
Art. 19 - "O ensino de 19 e 29 graus tem por objetivo geral proporcionar ao educando a formação neces sária ao desenvolvimento de suas potencialidades como e lemento de auto-realização~ qualificação para o trabalho e preparo para o exerclcio consciente da cidadania."
Ainda na Lei 5.692 em seu art. 17 encontra mos: "O ensino de 19 grau destina-se
à
formação da cri -ança e do pré-adolescente~ variando em conteúdo e méto-dos segundo as fases de desenvolvimento méto-dos alunos".tência ou não de um Si8tema Educacional Bra8ileiro~ d~ rem08 qúe~ atendendo
à
de8centralização admini8trativa~o me8mo compreende 08 Si8tema8 E8taduai8 que por 8ua vez abrange a Rede Municipal de En8ino.
E8te8 últim08 con8tituem um a8pecto do proce8-80 evolutivo lento que acompanha o movimento municipali8 ta em geral.
Dizia em 1952~ Ani8io Teixeira 17 que~ "embora
entendendo que 08 munic-ipi08 deverão 8.er~ no final~ uma
u~idade admini8trativa bá8ica do en8ino~ poi8 08 e8tad08 ainda con8tituem unidade8 dema8iado ampla8 para uma açao
centralizada~ recomendava como 80lução de prudência 8e leva88e a de8centralização ati o ambito e8tadual".
que
16
Pa88ada8 trê8 dicada8~ acreditam08 que continua-m08 a caminhar em pa8808 lent08.
O princ-ipio fundamental a atender~ in8erto na8 diretrize8 atuai8~ i o da "pa88agem para a respon8abili -dade Municipal de encarg08 e serviços de educação~ princi palmente de 19 grau~ que pela sua natureza possam 8er rea lizad08 mai8 8ati8fatoriamente pelas administraçõe8 lo-cai8" . 1 8
Na medida em que já 8e p088a falar de Si8tema Municipal de ensino~ e8te 8erá a integração de e8cola8 e e8tabelecimentos congênere8 exi8tentes na área geográfi ca do munic-ipio~ sob critiri08 comun8 abrangendo
objeti-V08~ norma8 e pol-itica8 d08 sistema8 e8tadual e nacional~
a-justamento
as
p~cuZiaridades Zocais., t
p que ~contece no Estado do Rio de Janeiroque~ ao Z,ado da S~cretaria de Estado de Educação e CuZ'tu
ra~ man'tém, uma Secretaria MunicipciZ~ na Cidade do Rio de Janeiro.
Esta Secretaria~ por sua vez abrange 22 Distri-tos Educacionais~ compreendendo cada um o conjunto de es tabeZecimentos particuZares e púbZicos de lÇ grau ZocaZi-zados nos bairros sob sua jurisdição.
Constitui-se então a Secretaria MunicipaZ com seus Distritos Educacionais os órgãos responsáveis peZo cumprimento das normas e diretrizes emanadas dos Conse Zhos de Educação FederaZ e Estadual.
Dentro deste contexto~ a direção~ ou melhor
dizendo~ o Diretor da escola representa a configuração da autoridade administrativa em nivel de micro-sistema.
A nosso ver ele se apresenta como responsável geral pelo desenvoZvimento das atividades escolares e~ consequente
-mente~ pelo adequado desempenho de um grupo de profissio-nais que buscam o alcance de um objetivo comum. Tem uma função institucionalmente estabelecida~ está numa coloca-ção hierárquica superior e ao definir os objetivos da
es-4
coZa~ seu programa de trabalho~ seus recursos e suas ne
1.3. Definição do problema
Como vimos anteriorment~grandes transformações da sociedade em que vivemos levaram alguns teóricos da
d . . - 7 k 29
a m~n~straçao como B~a e e Mouton a colocar a eficácia gerencial como fator primordial de aperfeiçoamento dessa mesma sociedade na medida em que abre ilimitadas possibi
lidades de mudança e desenvolvimento.
No entanto, esta eficácia não se efetiva sem que haja uma tomada de consciência, pelos administradore~
de seu papel frente
à
organização.o
presente trabalho constitui-se, então, numa tentativa de discutir a possibilidade de que uma das va-riáveis que atuam na problemática educacional brasileira no que concerne à baixa qualidade de ensino, seja, também, a administração das escolas e não apenas as pressões ex-ternas, de que geralmente se queixam os diretores.Esse projeto. converge, assim, para a necessi-dade de aumentar a compreensão que o administrador tem de sua organização e de seu papel como administrador e assim intensificar sua capacidade de dirigi-la em resposta aos objetivos humanos, compreendendo as exigências das dife -rentes tarefas e os complexos problemas levantados pelas várias necessidades dos diferentes membros da organização.
Tendo em vista o acima exposto, fica assim de-finido o nosso problema:
SME/RcT que venha a influenciar o desenvolvimento organiza cional daquelas instituiç5es?"
A partir ddl~. podemos dizer que o pri~cipal ob -jetivo de nosso trabalho i:
- determinar o estilo gerencial dos elementos responsáveis pelos diversos n-lveis dE:- administração nas escolas de 19 grau da rede oficial do 69 Distrito Munici-pal de Educação da Secretaria MuniciMunici-pal de Educação do Rio de cTaneiro.
Como objetivos secundários~ podemos ainda enun-ciar:
- confrontar o resultado da auto-avaliação do diretor do
estabelecimento~ no que se refere aos valores gerenciais ~
com o resultado da hetero-avaliação~ realizada pelos diri-gentes dos diversos n-lveis administrativos~ utilizando o mesmo instrumento~ para julgar seu diretor;
- verificar a relação entre os resultados das avaliaç5es da cultura organizacional ideal e da cultura organizacio-nal real.
1.4 - DEFINIÇÃO DE 'TERMOS
1. Baixa produtividade - perda de car~ter integrador do processo educativo e da eficiincia da organizaçao es~o lar.
t
o resultado da ruptura da funçao essencial da escola~ acarretando a repetincia e a evasao escolar. 2. Cultura organizacional - Representa dentro do contex
to do livro de Blake e Mouton~ padrões~ normas~ costu-mes e valores existentes na organizaçao que controlam a atuaçao das pessoas influenciando-as através das
tradi-ções~ precedentes e pr~ticas do passado~ o que geralmen te escapa do controle direto do executivo. Deve portan-to servir de orientaçao a qualquer esforço de mudança. 3. Desempenho profissional - Certas caracter{sticas pes
soais dos indiv{duos relacionados aos atributos exigi -dos pela funçao que exercem. Deve haver compatibilidade entre as exigincias do papel e a personalidade que o adota. Para Blake e Mouton~ um alto n{vel de desempenho tende a estar associado positivamente a um clima organi zacional positivo.
4. Eficácia gerencial - A eficácia gerencial está ligada a consecuçao dos objetivos sem acarretar grandes custos
à
organizaçao.
5. Funçao administrativa - Corresponde ao tipo de trabalho em que estejam presentes as atividades de planejamento~
organizaçao~ direçao e controle. Na escola o diretor responde primordialmente pelas funções administrativas~
"como um elemento decisivo para desencadear e orientar o processo de mudança indispensável
à
renovaç~o da2. METODOLOGIA
2~1 - Definiçao das vari~veis a serem pesquisadas e opera-cionalizaçao das mesmas; rel~cionamento entre
vari~-veis e hip5teses.
Como colocamos no referencial t~5rico deste tra-balho# duas são as vari~veis estudadas por Blake e Mouton19 e que tambim serao aqui analisadas: a orientaçao para a produçao e a orientaçao para pessoas.
A orientaçao para produçao pode ser representa-da pela busca de novas direções para o crescimento representa-da org~
nizaçao mediante aquisições ou mediante pesquisa e desen -volvimento de car~ter inovador# j~ que o conceito de produ Çao "compreende tudo aquilo (sic) que as organizações con-seguem mediante esforço de pessoas em termos de resulta dos." 21
A orientaçao para as pessoas pode-se expressar de maneiras diferentes tais como: "preocupaçao -com o grau
/
de compromisso assumido por alguem no sentido de respon der pelo seu trabalho# respeito baseado em confiança ao in vis de obediência# auto-estima ou valor pessoal de uma pes soa# estabelecimento e manutençao de boas condições de tra balho; manutençao de um certo equillbrio na estrutura de
sal~rios e vantagens adicionais desejo de segurança no tra balho; relações sociais ou amizades com os colegas de tra-balho# etc." 22
sob forma de Sistema Cartesiano e o conjunto das combina ç5es poss{veis entre elas. no eixo horizontal localiza -se a orientação para produção e no vertical situa-se a orien tação para pessoas~ cada uma das orientaç5es expressas em escdla .de 9 pontos em que o numero 1 representa a orienta ção minima e o numero 9~ a máxima~ como se pode observar no quadro em ·an~xo.
são caracterizados~ portanto~ cinco estilos g~
renciais: 1,1; 1~9; 5,5; 9 .. 1; e 9,9.
A partir dai poderiamos~ então formular a se guinte hipótese substantiva:
" Existe um estilo gerencial tipico p~~do~in~n
te~ apresentado pelos elementos que administram os diver sos niveis administrativos dos estabelecimentos de ensino de 19 grau da rede oficial. n
2.2 Tipo de Pesquisa
Foi desenvolvido um estudo descritivo~uma vez
b . . h d . - d 7 7 · 23
que o Jet~vamos~ acompan an o a or~entaçao e Se~~t~z )ca racterizar uma situação~ verificando a frequência de uma ocorrência ou relação.
desses administradores e ainda o estiZo ideal e o real por eles percebidos.
2.3. Área geográfica de aplicação
Foi escolhido o 69 Distrito de Educação e Cul tura cuja sede localiza-se na Rua Pedro II~ em são Cristo vço. Este Distrito compreende13 escolas da rede oficial situadas nos bairros de Benfica e são Cristovão~ na Cida de do Rio de Janeiro.
2.4 Instrumentos
Foram aplicados os instrumentos utilizados nos Seminários Grid de Desenvolvimento Organizacional. (tnexos 6.1 a,6.34)
Estes instrumentos~ do genero questionário
constam basicamente de três fases: a primeira focaliza a descrição de estilos Grid~ a segunda trata do estudo compa ~
-rativo de valores gerenciais e a terceira se constitui na avaliação da cultura organizacional~ a última etapa abran ge três momentos; no primeiro se trabalha em termos de cultura organizacional ideal~ no segundo se estuda a cul tura organizacional existente ou real e finalmente em um último momento~ levantam-se problemas que merecem ser exa minados ou solucionados.
Cada instrumento
é
tabulado e o resultado nume ricoé
levado a uma folha resumo que dará~ em seu todo o estilo gerencial~ predominante~ de cada administrador. 2.5 Informantesunidades escolares que, de alguma forma, atuam como admi-nistradoris, isto·i,. planeJdm, dirigem e controlam.
Inclu{mos os Diretoris, os Diretores Adjuntos, os Coordenadores, os Supervisores Escolares e os
rios de Escolas de todos os estabelecimentos de ensino de
lP
grau da rede oficial, do 6P Distrito de Educação e Cul-tura da Secretaria Municipal de Educação e CulCul-tura da Pre feitura da Cidade do Rio de Janeiro.Obrigatoriamente todos os informantes têm o atual
2P
grau comp leto·, havendo os que comp letaram cursos de n/vel superior e ati de pós-graduação.De todas as escolas do 6P DEC apenas uma nao
-foi objeto da pesquisa por não possuir staff administrati-VOeO ingresso na rede oficial se faz atravis de con curso.
2.6. Computação e tabulação de dados
Todo o trabalho de tabulação foi realizado pe-la auto~a~ manualmente.
2.7. Tratamento Estatlstico
Utilizamos~ no que se refere ao tratamento es-tatlstico os dEZculos usuais de percentagem~ buscando a incidência dos diferentes estilos.
2.8. Forma de apresentçaão dos resultados
Sobre os métodos de apresentar dados~ usamos ~ em um primeiro momento~ a distribuição por freqOência em tabela simples e tabela' de dupla entrada.
Usamos como método de comparaçao de valores~ as proporçoes expressas em múltiplos de 100~ isto é~
3. RESULTADOS
3.1. Estilo Gerencial
Dos 9l elementos que responderam ao questioná-rio de Estilos Gerenciais,4l corresponderam ao estilo ge-rencial 9,9 ( 45,1% ), 32 ao estilo 9,1 ( 35,2% ), 18 ao estilo 5,5 ( 19,7% ) do ponto de vista dominante.
Aliando o aspecto dominante com o subdominante podemos detalhar o que se segue:
a) os 41 individuos 9,9 apresentaram os estilos subdo-minante, 9,1 e 5,5 havendo maior ocorrência no es -tilo 9,1 (85,3% ).
b) os 32 individuos 9,1 apresentaram com predominância o estilo subdominante 5,5 (68,9% ) tendo ocorrido, no entanto,número considerável de estilo 9,9
(31,2% ).
c). os 18 individuos 5,5 fixaram-se em maior numero no estilo subdominante 9,1 (83,3% ) havendo também o estilo 9~9 ( 16,7% ).
Verifica-se que em nenhum caso apareceram os estilos 1~9 e 1,1 para dominante e subdominante.
a) o estil09~9 apresentou o maior n~mero~ entre os
di-retoris~ como aspecto dominante e como subdominante os
estilos9~1 e9~9;
b) os diretores-adjuntos predominaram nos estilos 9~9 e 9~1
como dominantes e9~1 como subdominante;
d) os secre~~rios apresentaram uma uniformidade entre os estilos 9~9;9~1 e 5~5 como dominante e o estilo 9~1 co mo subdominante;
d) os estilos 9~9 e 9~1 apareceram como dominantes para os coordenadores que tiveram como subdominantes o estilo 9~ 1;
3.2 - Valores Gerenaiais
Dos 91 elementos que responderam ao questioná-rio dos Valores Gere"-naiais~32 aorresponderam ao estilo ge
re~aial5~5 ( $5~2%)~ 23 ao estil09~1 ( 25% ')~ 16 ao ~s
ti l09 ~ 9 ~ 12 ao estilo 1~1 e 8 an estilo 1~9~ do ponto de vista dominante.
Aliando o aspeato dominante aom o subdominan
te~ podemos detalhar o que se segue:
a) os 32 indiv{duos 5~5 apresentaram todos os outros estilos subdominantes havendo maior oaorrênaia aom relação ao 9~1;
b) os 23 informantes 9~1 apontaram aom predominânaia o estilo 9~9 aomo subdominante~ tendo oaorrido~no
entanto um número aonsiderável de estilo 1~1 ( 26% );
a) os 16 element0s 9~9 fixaram-se em maior número no estilo 9~1~ aomo est~lo subdominante não
oaorrido o estilo 1~1;
d) os 12 indiv{duos 1~1 não apresentaram o 9,9 subdominante.
tendo
estilo
e) os 8 elementos 1~9 situaram nas posições 5~5 e
1~1 seu estilo subdominante~ não havendo inaidên-aia de 9~9 e 9~1.
Abordando aada aategoria de administrador e seus respeativos estilos dominante e subdominante~podemos
a) o estilo 9~9 apresentou o maior número~ entre os di-retores~ como aspecto dominante e como subdominante o estilo '9~ 1;
b) entre os diretores-adjuntos predominou o estilo 5~5
dominante e 9~1 subdominante;
c) os secretários apresentaram em sua maioria os esti
los5~5 e 9~1 dominante e subdominante os estilos
9~1; 5~5; 1~9; e 1~1 com o mesmo número de elemen tos;
d) os estilos 9~1 e 5~5 apareceram em maior numero
..
co -mo dominantes no resultado dos coordenadores e o esti-lo 9~1 teve a maioria de escolhas como subdominante;e) os supervisores escolares localizaram-se no estilo 5~5
no aspecto dominante e 9~1 no aspecto subdominante.
Verifica-se que dos 41 elementos que no estilo geren~ial se viram 9~9 nos valores gerenciais se percebe -ram 16 no estilo 9~9; 18 no estilo 9~1; 7 no estilo 5~5
no aspecto dominante.