INSTITUTO
DE
GEOCIÊNCIAS
RECONSTTTUTçAO
PALEOAMBIENTAL
DE
FACIES
LAGUNARES
COM BASE
EM
FORAMINíFEROS:
O
ruíver
Do M¡R
No
euATEnruÁnro supERroR
NA
AREA DE
CABO
FRIO,
RJ.
Cátia
Fernandes
Barbosa
Orientador:
Prof.
Dr.
Kenitiro
Suguio
TESE
DE
DOUTORAMENTO
Programa
de
Pós-Graduação
em
Geologia
Sedimentar
SAO
PAULOtNSTtrtJTo
DE
GEoctÉlvcms
RECONSTTTUTçÃO
PALEOAMBTENTAL
DE
FÁCIES
LAGUNARES COM BASE
EM
FORAMINíTENOS: O NÍVEL DO MAR
NO
QUATERNÁRO
SUPERIOR
NA
ÁNEN DE CABO
FRIO,
RJ
CAT
IA
F
ERNA/VDES
BARBOSA
Orientador: Prof. Dr. Kenitiro Suguio
TESE DE DOUTORAMENTO
COMISSNO ¡ULGADORA
Nome
Presidente:
Prof.
Dr.
Kenitiro SuguioExaminadores: ProF
DÉ
Beatriz Beck EichlerProf.
Dr.
Dimas Dias BritoProf.
Dr.
Setembrino PetriProfq Dra S¡lvia Helena de M. e Souza
SÃO
PAULO
1
997
Assinatura
I
ilil
illilililtilililtilililtililr ilrilillllllilllllllllllill30900004549
RECONSTTTUTçAO
PALEOAMBTENTAL
DE
FÁC|ES
LAGUNARES
COM
BASE
EM
FORAMIruíTEROS:
O
ruível Do
M¡R
No
euATEnruÁnlo
supERtoR
NA
AREA
DE
CABO
FRIO,
RJ.
Cátia
Fernandes
Barbosa
Orientador:
Prof.
Dr.
Kenitiro
SuguioINSTITUTO
DE
GEOCIÊNCIAS
DEDALUS-Acervo-lGC
,-
¿l-ò,o
,,'Q
cì.\
1
-*-
'o'\
/*l r.:-' lr"TitlA
2j:
...1l.@ í ,.(l/, Â.i
\É | /t
tl /
\l
'.i
\C'. s
(¿'
'/
TESE
DE
DOUTORAMENTO
Programa
de
Pós-Graduaçäo
em
Geologia
Sedimentar
Yasmin e
Yuri.
Cainho,
Dezesseis
biofácies
de
foraminíferos
e
iecamebas
em
cinco
bordas
lagunares
(Araruama, Saquarema e lagoas Vermelha,
Brejo
do Espinho e Jacarepiá), sob
regime
de
salinidade
diferenciados, caracterizam zonas sazonalmente
dis,tintas,
ao
longo
de11
seções de verão (ô5 estações)
e
10
seções
de inverno (64 estações), na superfície
atual
das
praias
lagunares.
Estas
biofácies permitem
o
reconhecimento
em
subsuperf ície
de paleoambientes deposicionais e paleoníveis
marinhos,
com resolução
variando em
função de cada amplitude vertical e melhor potencial de preservação das
espécies que as deteminam.
Para
a laguna
de
Araruama são definidas cinco biofácies,
com
pequena
variação sazonal
e
baixa
resolução,
devido
a
grande
amplitude
de
batimetria
em que
ocorrem.
Para
as
lagoas Vermelha
e
Brejo
do
Espinho
são
determinadas quatro biofácies de verão e três de inverno, com menores amplitudes
emelhores potenciais
de
preservação.
Para
a
laguna
de
Saquarema
e
lagoa
de
Jacarepiá
são
definidas
três
biofácies
de
foraminíferos
e
uma de
tecamebas,
sem
variação sazonal aparente. Seis biofácies marcam as zonas batimétricas supramaré,
intermaré
e
submaré,
sendo
reconhecidas
ao
longo
de três
testemunhos. Uma
das
biofácies
definidas para
a
zona pós-praia lagunar,
ou
supramaré,
e
que apresenta
amenor amplitude
vedical
de
ocorrência
(10 cm)
dentre
as
biofácies registradas
nos
testemunhos,
é
caracterizada
por
Discorinopsis
aquayoi
e
Agglutinella
maftin¡¡ana,
apesar
do
baixo potencial de preservação.
As
biofácies, analisadas
em
conjunto com
a
associação
de
litofácies,
datações
pelo
método
do
radiocarbono
e
dados geoquímicos
e
isotópicos dos testemunhos indicam
para
o
Quaternário
Superior
da
área
de
Cabo Frio
no
Rio
de
Janeiro,
umpaleoambiente
perimaré,
progressivamente
mais
raso,
marcado
por
deposição
carbonática
e
siliciclástica variável,
e
datum
de
referência litofacilógico (paleossolo,
níveis
de conchas
e
crostas carbonáticas) com idades variando
de
7.i70
+110
anos
A.P.
a
760+80 anos
A.P.
Permitem
o
reconhecimento
de
cinco fases evolutivas,
às
quais estão íntimamente relacionadas
as
flutuações do nível
relativo
do
mar.Fase
l-
ldades
de 6530+100 anos A.P a7.170+110 anos A.P, deposiçáo siliciclástica
arenosa, espécimens
de
Ammonia
spp.
Cribroelphidium excavatum
f.
selseyensis
econchas
de
Anomalocardia brasiliensls,
õ1BOe
ô13Cmuito negativos, indicando
uma
laguna
ampla,
com
comunicação oceánica,
mas
com
presença
de
ilha
ou
ilhas
barreiras
à frente.
Fase
ll
*
ldades de 5.790+90 anos A.P, 5.180+70 anos A.P e 4320+100 anos
A.p.
A
laguna
se instala definitivamente, com diminuição na energia
do
meio físico,
anóxico,
marcada
por
Ammonia
spp.,
Cribroelphidium
spp
e
Bolivina
spp.
Deposição
siliciclástica
variável
com
lama
orgânica
e
menor
índice
de
sedimentação.
Discont¡nuidade erosiva marca
a
transgressão
do
Holoceno (com ápice
a
5.180 anos
A.P.) indicada
por
Globocassidulina
subglobosa,
Brizatina
sp.
A,
Abditodentrix
rhomboidalis e Bolivina
s/iferl
subsp.
asperoides.
Fase
lll
-
individualização
das lagunas intercordão, deposição siliciclástica variável
nabase passando
a
carbonato variável
no
topo.
A
associação
de
fácies perimaré
com
nódulos
carbonáticos
e
paleossolo (2.340+90
anos A.P.).
Tendência
regressiva
marcada
pela
passagem
de
fácies
submaré
para
intermaré
e
pelas espécíes
p.
M i I i ol i n e I I
a
anta rct¡ca.Fase
lv
-
Litofácies carbonát¡cas de ambiente perimaré raso, com tapetes algálicos,
grada de
biofá-c.lesintermaré
e
supramaré na base para submaré
no
topo; precþitados
de anidrita e
ô18o
ilustram paleotemperatura média superior a
zo
oc.
ós
ióram¡níteros
correspondem
a
Agglutinella
martiniiana,
D.
aquayoi,
Varidentelta
sp.
A,Quinqueloculina d¡latata, P.
lecalvezae
e
e.
patagonica.
T.
tutea marca
a
base desta
fase
mais quente
e
tubos (pþes) de
dissolução seguidos
por
laminação escurecida
sugerem momento de cheia
na laguna em
direção
ao topo.
Fase
v-
lama
orgânica
carbonática, bioturbada,
marcada por
p.
ìecatvezae
e
A.
beccarii
f.
tepida, Q.
patagonica,
A.
sommeri
e
B-
variabilis, salinidades
acima
da
marinha normal, eventuais entrada
de
águas marinhas
e
baixos
teores
de
oxigênio
dissolvido.
A análise dos testemunhos, em associação com as biofácies, permite a construção
de
três curvas de variação do
nível relativo
do
mar,
comparáveis entre si
e
com a curva
de
Martin
et
a|.1979,
facilitando o cálculo do índice de sedimentação
e
índice de variação
and supratidal biofacies
at
the
bottom towards subtidal
biofacies
at
the top of the stage.
Anidrite
precipitates
and
ð180 indicate average
temperatures
above
20"Ç.
characteristic foraminifera
areAgglutinella mañiniiaña, D. aquayoi, varidentetta
sp. A,Quinqueloculina dilatata,
P. lecalvezae and
Q.
patagonica.
T.
/utea
signs
the
base of
the warmer stage, and dissolution pipes followed by darker laminae suggest a flooding
of
the
lagoon
towards
the
top
of
the
stage.
stage
v
-
Bioturbated carbonatic organic rich
mud,
with
p.
Iecatvezae,
A.
beccarii
r.tep¡da, Q. patagonica,
A.
sommeri and
B.
variabitis,
above normal marine salinities,
eventual entering
of marine
waters and
low grades of
dissolved oxigen.i
From each core and its bioîacies, three relative sea level curves are constructed and
comapred
to
each other
ancl
to
the
existing curve
of
Martin
et al
(1929), resulting
inestimations
of
sedimentation
rates
and
Holocene
sea
levels.
Two
stillstand
or
RESI]MO
ABSTRACT
CAPÍTULO
1 - INTR.ODUÇAO ...o
3.4 - As Lagoas e
l-agunas...
3.4.2- Laguna de Saquarema...
3.4.3 -
A
sabkha Brejo do Espinho...3.4,4 - Lagoa
Vermelha...
...2gCAPÍTULO
4,
MATERÌAIS
EMÉTODOS
...304.1 -
Ferfis Topográficos Transversais
dasBordas
Lagunares
...304.-5.1 - Processamento das Amostras de
Microorganismos...
...344.5.2 - Tratameirto Eslatístico dos
Dados...
...36-5. 1 - Seções
Topográficas Transversais
das Bordas Lagunares . 5. 1. 1- Salinidade e pH... ...^... 40..49
...49
Resultado,s Geoquírnicos e Isotópicos
en
LV 89/19... LV 4 ... Resu.lîa.dos Geoquí.m.icos e Isotõpicos em LV 4...-. i_BË89-2...
...54Resultados Geoquímicos e Isotópicos em LBE
89-2...
... ...56-5-2.2- Assembléias Microfaunísticas nos
Testemunhos...
. . . ... .. ...56LV
89t19...
...58Flutuações do Nível Relativo do
Mar
e indice de Sedimentação em LVBS/I9 ...59LV
4 ...,..
...59Flutuações do Nível Relativo do
Mal
e indice de Sedimentação em. LV4 ...60LBE
89-2...
... . ...62Flutuações do Nível Relativr¡ do
Mar
e indice de Seclimentaçõo ent LBE B9-2 ...62CAPTTULO 6 - INTERPRETAÇOES E DISCUSSÃO 6.1 -
Interpretação
Paleoambiental
e das Flutuações doNível
do Mar..."...676.2 - As Flutuações do
Nível
doMar
""""-.-".-"75 ... ...38...'18
CAPÍTULO 7
.CONCLUSÕBS.,..,...
. .. .REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
ANEXOS
TAXONOMIA
GLOSSÁR]O
ESTAMPAS
Fig.
I
- Mapa geológico esquemático e de localização.Fig'
2 - Curva das variações do nível do mar holocênico para a costa central brasileira, mostrandoa aiternância entre mom.enfos de submersão e de eme¡são para os últimos
7il00
anosA.
p.Fig. 3 - Vista da seção 2 - Ara¡uarna - nostrando aspecto cla praia lagunar.
a - zona supralitorâ_nea
b - zona dr: an'ebeütação da
laguna
ic -
perfil
esquemático das bordas lagunaresFig. 4 - Aspecto da borda do Sabkha Brejo do Espinho no verào
Fig. -5 - Detalhe das croslas de taperes algálioos na fácies supramaré do Brejo do Espinho
Fig. 6 - Detaìhe das croslas de taperes algálicos na fácies i'tennar.é do Brejo do Espinho
Fig
TA-C-
Seção topográfica transversal, abundância absoluta e porcentagem deocorôncia
deforaminíferos no verão na seção 1, Ara¡uama (praia da pontinha).
Fig
BA-C -
Seção topográfÌca transversal, abundância absoluta e porcentagem de ocon€ncia deforamrníleros no verão na seção 2 - Araruama (Faculdade de Veterinária_UFF).
Fig
9
A-C-
Seção topográfica transversal, abundância absoiuta e porcentâgenì de ocorrôncia deforaminífe¡os no verão na seção 3 - Ar"aruama
(polto
claAftleia)
Fig
10A-B-
Seção topogriífrca transversal,e
porcentagemde
ocorrênciade foraminíferos
noverão na seção 4-
Aranama
(praia da Figueira)Fig.
11A-C-
Seção topográfica transversal, abundância absoluta e porcentagem de ocorrência deforaminíferos no verão na seção 5-
Ararlama (próximo
aorio
dasMoças)
-Fig'
12A-C-
Seção topográfica transversal, abundáncia absoluta e po¡centagem de ocorrência deforaminífe¡os no verão na seção 6 - Brejo do Espinho
Fig'
13A-C-
Seçãotopo$áfica
transversal, abundância absoluta e porcentagem de oconência del'oranriníferos no verão na seção 7 - Lagoa Vermelha
Fig.
14 - Seção topogriífrca transversal no verão na seção g- Laguna de saquarema (Fora)Fig.
15A-B-
Seçãotopogriífica
transversal,e
porcentagemde
ocorrência deforaminílèros
noverão na seção 9 - Laguna de Saquarema (Boqueirão)
Fig
i6
A-B-
Seção topogriáfica transversâÌ,e
porcentagemde
ocorrênciade foraminíferos
noverão na seção 10 - Laguna de Saquarema (Urussanga)
Fig'
17A-B-
Seção topográfica transversal,e
porcentagemde
ocorrência cleforaminíferos
noverão na seção
1l
- l,agoa de JacarepiáFig
lS A-C-
Seção topográfica transversal, abundância absoluta e porcentagem deoconê¡cia
defbraminíferos no invemo na seção
l-
Ar arualna (praia da pontinha).trig
19A-C-
Seção topográfica fansversal, abundâncìa absoluta e porcentagem ¿e ocon.ência defora¡.riníferos no inverno na seção 2- A¡aluama (Faculdade d<,
vetcriná-ia-ùlìF)
Fig
20A-C-
Seção topográfica tlansvelsal, abundância absoluta c porcerlt¿gem tleocolôncja
deinverno na seção 4 - Aran¡ama (Praia da Figueira)
Fig-
22
A-C- Seção topográfica trânsversal, abundância absoluta e porcentagem de ocorrência deforaminíferos no invemo na seção 5- A¡aruama (próximo ao
rio
das Moças)Fig.
23
A-B-
Seção topogrrífìca hansversal,e
porcentagem de ocon€ncia deforaminífe¡ns
noinvemo na seção 6- Brejo doEspinho
Fig.
24
A-B-
Seção topogriáfica transversal,e
porcentagem de ocorrência deforaminífe¡os
r.roinverno na seção 7 - Lagoa Vermelha
Fig
25 - seção topográlica ftansversal no invemo da seção g - Laguna de Saquarema iFora)Fig. 26
A-ts-Seção topográfica û'ansversal,e
porcentagemde
ocor:rênciade fo¡aminífe¡os
nornvcr"no na seção 9- Laguna cle Saquarema (Boqueirão)
Fig.
27
A-B-
Seçãotopográfica
transversal,e
porcentagemde
ocorrência
de
foraminífèrosnoinverno na seção 10- Laguna de Saquarerna (Urussanga).
Fig. 28
A
-
Dendrograrnas hierárquicos mostrândo a classificação das amosûas das seçõesI
a 5da Laguna de
Araruamano
verão
e
inverno.(B)-
Agrupamentosde biofácies para
o
verào
einverno nas seções
I
a5
na laguna de Araruama reconhecidos pela análise de agn-rpamento.A
tabela de resultado refere-se a análise sintctizada.
Fig'
29-
Dendrogramas hierrárquicos mostrando a classificação das amostras tlas seções 6-7 dasLagoas Vermelha e Brejo do Espinho no verão e inverno.
Fig'
30-Dendrograrnas hierá'quicos com a classificação das amostras das seções 9-11 das Lagoasde Saquarema no verão e inverno e Jacarepiá no verão.
A
análise de agmpamento separou quatrognrpos
para
o
verão
e
frôs
grupospara
o
inverno,
no
entanto,outro agrupafnento conjugadodemonstrou a possibilidade de agrupamento sazonal.
Fig. 31
-
Fotomontagemda
associaçãode Ìitofácies
paleolagunaresdo
lestr:munhoLv
Bgllg
mostrando estruturas
sedimentares, descriçõeslitofaciológicas,
dataçõese
identihcação
daslâminas delgadas
(A,B).
A descrição estií detalhada no rexro.Fig. 32
-
Fotomontagem
da
associaçãode
litofácies
paleolagunaresdo
testemunhoLV4
mostrando
estruturas sedimentares, descriçõeslitofaciológicas,
dataçõese
identificação
daslâminas delgadas
(c,...Ð.
As
lâminas delgadasE
eG
estão ilustradas e a escala equivale a 750llm
e o aumento é, de 2,5x, nicóis cruzados. Adescrição está detalhada no texto.Fig. 33
-
Fotomonlagem da associaçãode litofácies
paleolagunaresdo
tesremunhoLBE
89-2mostrando
estl'tìturas sedimentares, descriçõeslitofaciológicas,
clataçõese
identificação
dasIâminas delgadas
(J,...T). A
lâ¡nina delgadaJ
está ilustradas e a escala equivale a 750prn
e oaumento é cle 2,5x, nicóis cruzados. Adescrição está detalhadâ no texto.
Fig. 34
-
lìotografias das lâminas delgadas dos intervalosM,N,p,e,s,T
da base parao
topo dafácies 6 do testemunho
LBE
89-2.A
ìocalização no testemunho deve ser vista na figura 33.Fig.
35-
A-F- (A)
Abundância absolura de espécirnensem
10cm3 aolongo do
tesrernunhoLV
89/19.
(B-F)
Atrundância relariva de espécies queoco''em
comfreqüô'cia
acina de Avo.Fig- 36
-
A-E- (,{)
Abundância absoluta de espécirnens ern 10cnl3 ao longo do reste¡ru¡hoLV4.
(B-tr)
Abundância relativa de espécies que ocorrelrr co''r lì-eqüência acima de 4.g0.Fìg. 37
-
A
B-
(A)
Abundância absoluta de espécimensen
1Ocm:r ao longo clo tcstemunhoLIll:
biofácies de foraminíferos definidas no testemuÌìllo
LV 89/i9
da Lagoa Vennelha.Fig. 39- curva
de
variaçãodo nível
relativo
do
mar
paraa
fueade
cabo
Fiio
com
basebiofácies de foraminíferos def,rnidas no testemunho
LV
4 da Lagoa Vermelha.Fig. 40- cu¡va
de
variaçãodo
nível
relativo
clomar
paraa
arcade
caò,oFrio com
basebiofácies de r"oraminífelos definidas no resremuÌìho
LBË
89-2 da sabkha tsrejo do Espinho.Í¡¡oIcB
tB
r¿,su.es
i
Tab.
1 - Dados cliniáticos de Cabo Frio e Iguaba GrandeTab. 2 - Dados climáticos e oceanográficos da laguna de Sa.quar.ema
Tab. 3 - Dados de ma¡é do Porto do Forno
Tab. 4 - Ìiocaliz.ação, profundidacle da água e comprimento dos testemunhos
Tab. 5 - Datações de
lac
clas amosbas dos testemunhos lagunaresTab.
6
-
Dados físico-químicos das
amostrassuperficiais
dc
verão
e
inverno nas
bordaslagunares.
Tab. 7 - Porcentagem de ocorrência de f'o¡aminíferos ao longo da seção 1 no verão.
'lab.
8 - Porcenîagem dc ocor¡ôncia cle foraminíf,eros ao longo da seqão 2 no verão.Tab. 9 - Po¡centagem de oconência de foraminíferos ao longo da seção 3 no verão.
Tab.
i0
- Porcentagem de ocorrência de foraminíferos ao longo da seção 4 no verão.Tab.
11 - Porcentagem de ocorrência de foraminíferos ao longo da seção 5 no verão.Tab- 12 - Porcentagem de ocon€ncia de forarniníferos ao iongo da seção 6 no verão.
Tab.
13 - Porcentagem de ocomência de foraminíferos ao longo da seção 7 no verão.Tab.
14 - Porcentagem de ocor¡ência de foraminíferos ao longo da seção g no verão.Tab.
15 - Porcentagem de ocorrência de forarniníf'eros ao longo da seção 9 no verão.Tab.
16 - Porcentagem de ocorrôncia de foraminíferos ao longo da seção 10 no ve¡ão.Tab.
17 - Porcentagem de ocorrência de foraminíferos ao longo da seção 11 no verão.Tab.
18 - Porcentagem de ocorrência de foraminíferos ao iongo da seção 1 no inve¡no.Tab.
19 - Porcentagem de ocorrência de foraminíferos ao longo da seÇão 2 no invemo.'liab- 20 - Porcentâgem de ocor¡ência de foraminíferos ao longo da seção 3 no inverno.
Tab. 21 - Porcentagem de ocor¡ência de foraminíferos ao longo da seção 4 no invemo.
Tab.22
- Porcentagen' de ocorrência de foraminíferos ao longo da seção 5 no invemo.Tab 23-
Porcentagem de oconôncia de foraminíferos ao longo da seção 6 no invenio.'I'ab.24
- Porcentagem de ocorrência de foraminíferos ao longoda seção 7 no inverno.
Tab. 25 - Porcentagen de ocorrôncia <Ie 1br¿uniníferos ao longo da seção g no inven<¡.
Tab. 26 - Porcelliagem de ocorrêl-rcia <ìe {braruiníferos ao iongo da seção 9 no inverno.
'I'ab.21
- Porcentâgem de ocorrôncia defblami'íferos
ao longo rja seçãoAgradeço ao Prof. Dr.
Kenitiro
Suguio pela confiança sempre demonstrada e liberdade decdação.
A
oRsroM
pelo
apoiofinanceiro
elogístico
e nas etapâsde
cãmpo,bem corno
pelofomecimento dos
tesl.emunhose
alguns clados através dos ProfessoresLouis
Martin
e
Bruno 'I'urcq.Ao centro
de PesquisasManoel
reixeira
dâcosta
(CPMTCTFMG
)b
uo.
professo."sLydia
l-obato,Allaoua
Saadi, CarlosAlberto
Rosière eAntônio Giibe¡to
Costa.pelo apoio desde oinício
deste trabalho. facilitando a ut.ilização de seus laboratórios e eqDipamentosA
PETROBRÁS
pela oportunidacle do estágio nas clependôncias cloCËNpES
/DIVEX/
SEBIPE
e DIGER e
ao seucorpo
técnicoAdali
Ricardo
spadini,
Eduardo Koutsoukos,
JoséI{e'rique,
Paulo
Milhoniem,
Ricaldo
Largé, Rosery de Ar-aújoMarçal, uyara Mundim
praça.Aos
técnicos L,igia, FabianoLoureiro e Rocir
Gonçalvespeìa
realização clas fotomicrografias.um
agradecimento especiaì a.Ms.
Alita
c.
F.
Mesquita
pelo
constanteapoio,
conselhos esugestões.
Ao
colegaProf.
A¡istóteles RiosNetto
quecontribuiu com a leitu¡a crítica do texto
dataxonomia bem como com as ricas discussões e rcceptividâde
a
Dtiliz
ção do labor:atório e lupado
IG/UFRI
e a colega craudia Gutterresvilela
pelas dicas sempre bem vindas.Ao
Prof.D¡.
Ricardo Absalão IB/UFRJ pelas discussões na classificação dos gastrópodes.E ao Prof.
Dr
João Carlos CoimbraIG/
LTFRGS pela confirmação da classificação dos osüacodese
discussões.
A
PamelaHallock, university
of
South
Florida e
John I-ee
pela
tentâtiva
deesclarecimento quanto as micro-crostas carbonáticas.
A
Bcnjamin
Sloan,university
of
rexas,
Austin
pelo banco de dados sobre Ammonia.Ao
P¡of.
Dr.
Harry
F.L.
williams
(university
of
North
rexas)
por. aux
iar
nainterpretação da curva de variação do nível relativo do mar a partir das biofácies.
A
amiga Jessica B. Carvalho/UNB
pelo constante apoio e colaboração.E a
todos
aqueles que mesmo indiretamenle contribuíran'ìcom
pensamentos positivosr - TNTRODUÇÃO
O ambiente t¡ansicionaì de ;íreas lagunares apresenta alto potencial de preservação devido
à fraca
influência
exercidapor
ondas, ma¡és e conentes, que acarretam fenômenos ¿e erosão edcpnsiçào.
Desta
forma
a
dinârnica
das bordas lagunares,com
comunicação Ì'estritacom
o
marabeno, é difcrente das iagoas totalmente fechadas. De uma maneira geral, mateúais autóctones e
alóctones cont¡ibuem para a sedimentação, sendo o
primeiro
dependente da variação na direçãodo vento e circulação da água, prornovendo diferentes processos autigênicos bióticos/ abióticos e
o
segundodeterniuado
por
ttansporte de sedimentos clástioos e orgânicos derivados¡as
áreasadjacentes.
As
lagunasque
apreselìtam comunicaçãocorn
o
marr mcsmo rest¡ita,
recebemsedimentos
malinhos
ftanspofladospor
correntesde
naré
residuais (Meade
1969),aÌém
dosnormalmente transpofiados
pelo vento
e
pelos
cursos cle água, comuns também
à
lagoasfechadas.
As
ca¡acteústicasdesta interface terrestre lagunar são refletidas
não só
no
tipo
desedimento,
como
também nas
composiçõesfaunística
e
botânica
dessesambientes. como
resultado, esta
interfaca exibe
biozonasque
se desÌocamde
acordo com
a
posiçãodo
nívellagunar, com variação nas assembléias represcntativas de cada biofácies, expressas em pequena
amplitude veftical.
Deste modo, a intelpretação paleoambiental dos depósitos de
inteface
teûestre lagunar:,baseada
em
biozoneamentos topog¡á.ficosaluais, fornece dados
relativamenteprecisos,
dasantigas posições do nível de água lagunar e, conseqüentemente, do nível do mar adjacente.
Lagunas fechadas tornam-se
locais
ideais ao desenvolvimenfo deciclos
trânsgrcssivos-regressivos, respondendo
de
maneira
sensívelas
variaçõesnas
intensidadesde
evaporação,pluviosidade e
influxo
fluvial.
Por outro
lado, lagunascom
cornunicações pernanentes com ooceano aberto, tendem a aPresentar linhas de costa mais estáveis,
com
sedimentação químìca ebioquímica e de clásticos ma¡inhos, uma vez que
o
influxo
ÍTuviat(inflow)
e a precipitaçào sàobalanceados pelo
lìuxo
costâ afora (ou.tfl.ow) e evaporação(Alen
ecollinson
19g6; Glenn e Kelts1 991).
Á.eas
com
intensa deposição carbonática, como a estudâda neste t¡abalho, favurece¡n ¿rbiofácies definidas
por
forarniníferos bentônicos com assembléias mundiâlmente reconhecidas,marcando zonas em função de sutis variações topográficas, evidenciam pequenas flutuações de
nível
domal
nas iíreas interma¡és de pântanos salinos. Constituem assim, felramenlamuito útil
na
interpretação paleoambiental dessainteface,
com
alta precisão nadeirnição
das flutuaçõesrelativas
do
níve1do
mar',pertnitindo
a distinção de bioecozonas* altas (marésde sizígia
e/outempestades em áreas lagunares) médias e baixas em subsupcrfícic.
A
reconstituiçãoda história evolutiva
do
nível relativo
dÕmar
na
iárea estudada, serábaseada
em
idades
absolutas,fornecidas
por
dataçõespelo método
do
radiooarbono,
porinformações fomecidas
peÌos
foraminíferos
colno
bio*indicadores, onginaclas
à
partir
tloszoneamentos atuais nas superfícies das bordas lagunares,
além
das evidências estratigráficas,isotópicas
e
sedimer.rtológicasobtidas
dos
testemunhos. c)ut¡os bio-indicadores,
comoteca.mebas, ostracodes, gaslrópodes e carófitas, ocofientes nas bordas lagunares e ao
longo
dosfestemunhos, serão considerados nas interpretações.
Os termos supratnaré, intermaré e submaré serão usados e o termo perimaré será aplicado
para
designarfácies
sobinfluência de
maré, independentede
posicionamentona planície
demaró.
O objetivo
desse estudo é a definição de assembléias deforaminíferos
que caracterizemzonas
da
interface
tenestre-lagunarde
cinco
áreas lagunarescom
diferentes
regimes
desalinidade.
são
elas
lagunasde
Ara¡uamae de
saquaremae
as
lagoasVermelha,
Brejo
doEspinho
e
I acarepiá(Fig.
1).
As
biofácies
reconhecidas sãoutìlizadas
na
interpretação dospaleoambientes deposicionais represontados por trôs testemunhos, (dois da lagoa Vermelha -
LV-4 e
LV-89/19
- e um do Brejo do Espinho - L.BE-S9/2) relacionadas àhistória evolutiva
do nívelrelativo
do mar e conseqüentes mudanças na sedimentação dessas lagunas.As
lagunas recebemfofie
influência do
clir¡a
local, com
caÌacterísticassemi-iädas,
causandointensa
deposiçãocarbonática.
Em detalhe, este estudo tcrá como objetivos:
1
-
Reconhecimentode
mudauças sazonais nas assembléiasde
microorganismos
dasbordas lagunales.
A
amostragemsuperlicial
dessas áreasem
<liferentes estaçõesmosûa
quernudanças climáticas podem mascarar assembléias definidas para o
níveì
maisalto
atingido pelaágua
en
cortdições cle ma'é de siz,ígia e/ou tempestade, poclendo falsear os resultados. Isto ocorr.euma vez que
as Îácies
sedimentaresem
ambientes lagunzuesde
micromarés são
de
<iifícilreconhecínrento, o que torna sua corrclação ccll,- plicada e rcÌações faciolégicas
2
-
Cafactenz.l
a sucessão de depósitos antigos visando a reconstrução paleoarnbiental edas flutuações do
nível
do mar, eo
registro das mudanças na sedimentaçãolocal com
base nasbiofácies definidas.
3 - Elaboração da curva local de varìação do nível relativo do mar com base nas biofácies
2.
TRABALHOS
PRÉVIOS2.
i
-Conceiros GeraisA
origern dos chamados depósitos de rcstinga (aqui chamados com.o cprdões litorâneos)tem sido amplamente
discutida.
No entanto, trabalhos recentes tendem a considerar sua evoluçãocolllo
uma
cornbinaçãode
causas,isto ó,
pr-ogratiaçãolaternl
e
l¡ottal
de
pollais
arenosos(Ponçano
et
al. 1919) e a migração de ilhas-ba¡reiras rumo ao continente, associada a oscilaçõestransgrcssivas do
nível relativo
domar
(coe Neto
1984; Dias esilva
1984;Turcq et
al.
1.9g6;Muehe
e corrôa 1989). suguio e
Tessler(1984)
discutema
gênesee
nomenclatura para asplanícies de cordões litorâneos, em substituição a denominação de planícies de restinga, uma vez
que, par¿ì esses autores, as planícies litorâneas arenosas brasileiras são relacionadas
a
cordõesregressivos.
./ls altitudes dos cordôes iítorâneos interno o r:xterrìo parecetn refÌeur diferenças de alturas
dos eventos transgressivos pleistocênicos e holocênicos, respectivamente, que deixaram registros
em
várias
localidadesda região
sudestedo
Brasil.
Turcq
et
ai.
(inédito)
postulam
idadepleistocênica para o
primeiro
cordão uma vez queo
topo dos mais altos está posicionado 6a
10m acima do nível âtual de maré alta.
2.2 -
Definição
e Classificação deLagunas Costeiras
Para a classificação de iagos e lagunas, a origem era tomada como importante parâmeúo
até
o
û'abalhode
Reineck
e
singh
(1986).
A
partir
dele
o
<ieteminante
climático,
comocontrolador das
ca¡acte¡ísticas desses ambientes,é
considerado.
Allen
e
Coliinson
(1986)estabeleceram
uma
classificaçãoobjetiva,
queé a
adotada neste trabalho,distinguindo
baciaslagunares hidrologicarnente abertas das fechadas.
As
bacias
lagunarespodem variar
segundo
as
propriedadesdas
suas águas
e
sàodenoninados
lagoas costeiras (quando hidrologicamente fecl.radas)e
lagunas costeiras (quancloliidrologicamente abeltas).
As
lagunas situadas irìternamcnte aoprimei¡o
corclão, são maior.es ee
o
segundo côrdãolitorfuleo
são hidrologican-rente fechadase
recebem águas oceânicas porinfluência da percolação e por aerossol m¿¡inho,
Os
lagos
continentais
ou
lagoas
e
lagunas costeiras
po<lem apresentar diferentescomporlamentos em função de estratificação por temperatura
do
seu corpoaquoso.
Lagos oomestratifìcação
ténnica
aprcsentaÌna
porção
superiormais
aquecidae
oxigenada, denominadaepiìímnio.
Esta se apreseÍìta sobrcposla ao hipolímnio. nlaisfrjo
c algurnas vc¿c¡ anóxico e scnrturvação.
O plano de separação térmica entre essas duas camadas é denominado determoclínio
(Allen
e collinson 1986),
Entretântoem
lagoastropicais,
nasquais
a
variação
sazonal natemperaturâ
da
águanão
é tão
marcantt:como nos lagos
temperados,os
glâdientes
iemlaispodem
serbaixos
e
não exibem
contrastes suficìentes parao
aparecimentoda
estratilicação térmica.Lagoas e lagunâs costeiras são elêmeros e pequenos, apresentando gradiente
venical
detemperatura. diretamente relacionado à radiação solar, variação na densidade da água,
morfologia
e tarnanho da bacia,
influxo fluvial
e dema¡é.
A
diferença na densidade da água,por
sua vez, éfunção não só da
temperatuÍa, mas fambémda
concentraçãode
sedimentose
sa.linidade.
A
detsidade goveü¿l ãs câracterísticas r'Ísico-químicas cios lagos c sua
interaçào.
ú
decréscimo dadensidade é proporcional ao aumenro da temperatura
(Allen
eCollinson
1986).As
ìagunas costeiras podem ser definidas, de acordo comKjerfve
eMagìll
(19g9), comocorpos de
água litorâneos, paralelosa
costae
separadosdo
oceanoabeto por
uma
barreira,conectadas à este por um canal de ent¡ada (ou
inlet)
restdto, apresentando-se rasas, podendo ounão esta-r sujeitas a misturas de águas de característrcas físico-químicas diferenciadas.
Kjerfve
(1986) propõe
classilicação geomórfica
do
lagunas
baseadona
dinâmica,comportâmento
e
processos formadores,em:
lagunas conhnadas (chokedlagoonr),
restritas(restricted
lagoon.r)
e com viários canais(leaþ
lagoons).o
pr.imeiro tipo cor¡esponde, em parre,aos aqui estu<lados. sendo comumente encontradas ao longo de regiões costeiras dominadas por
micromarés,
com
alta energia de ondase
siglificativa
derivalitorânea.
São caracterizadas porum
canal de ent¡ada longo e estreito, ternpo de residência longo(limitada
ttoca entre a água dosistema
e
as
águas oceânicas)força
do
vento
dominante, baixas
profundidadese
grandesflutuações de salinidade. principahnente em resposta a eventos climáticos locais e hidrológicos.
Poftanto. são nrais
suscelívejsà
eutrofizaçâo, assoreamentoe
poluição
(Kjerlve e
Knoppers 1991).Ðntre âs aqui estudadas, as lagunas de Ara¡uama
e
Saquarema cnquadram-se dentro dadefinição de
lagunas confinadas,de Kjerfve e
Knoppers(1991),
e
apresentall.rum
canal
cleVermelha e
Brejo
doEspinho.
Essas duas últirnas, queforam
as estudadasem
maior
detalheneste trabalho, também âpresentam as características gerais, acima descritas, que
definem
essessistemâs e poderiam ser classificadas como lagunas confinadas se apresentasseûr comunicação
com
o
mar
abertoi
como isso não
ocorre, serão
consideradas nessetrabalho,
como
lagoahipersalina e sabkha costeira (Suguio
i992),
respectivarnente.2.3 - Mudanças do Nível
Relativo
doMar
A
evolução geológica mais recente rla área de estudo está vinculada àsfutuações
tlo nívelrelativo do mar durante o QuatemiírÌo, rcconhecidas ao longo do
litoraì
brasileiro, que moldamas
feições deixando registros sedimentológicos, biológicos e pré-hisróricos.
A
tansgressão ocorridano
Pleistoceno Superior em escalamundial
(Iìloom
et
aL
l9j4.
Chapell
1983)pôde ser
datadana
costabrasileira
com
baseem cinco amosÍas de
corais,encontrados na base de urn terraço marinho no sul do Estado da Bahia, pelo método do
Io/u,
queforneceu iclade média
de
123.000'l- 5.700 anos4.P.,
(Martin
er â-1. 1982),arribuível
âo esrádio;h! ôr^l ^ ^; ^ I C--^^-. - ^-.
liturEr;iLlâl )rngalliùriralìú
iRiss-Vrlül"rn). Essâ tr:ansgressão deixou poucos registros datâveis aolongo da costa brasileira.
os
arenitos essencialmente ma¡inhos, decor
marrom escura, freqüentemente impregnadospor
ácidos húmicos, presentesna costa S-SE,
em
atgunslocais
apresentando estratificaçõespreserwadas,
e
ocorrônciade
tubos fósseis
de
callichirus,
conespondem aos depósitos
da
Fonnação cananéia,
deixadospela
transgressãodo
pleistoceno Superior. São
análogos aosdepósitos aflorantes
próximos
aof)elta
clo Paraíbado Sul, e
estão presentesna
ilha-6arreirainterna de
Massambaba.Esle arenito
apresenta-setâmbém
na
bass
dos
testemunhos aquialalisados, abaixo
da
discordância
que
separâ
estes depósitos
dos
depósitos
lagunaresinterba¡reiras, darados
em
ili\
+
1r0
anosA.
p.,
(dataçãoda
basedo
depósito lagunar),
eanteriores portanto! à
última
transgressão Holocênica.A
idade pleistocênica atribuída porMartin
e
suguio
(1989) para
os
depósitosda primeira
ilha-barreira
(mais interna), era objeto
deconÍovérsia
No
entanto, a sua ocorrência na base desses testemunhos parece dissipar qualquer dúvida.As
r:econstituiçõestemfùrais
c
espaciais
sào merhor
estabelecidaspara
os
eventosholocênicos' embora ainda ttão tenham
sido
sistematicamerlte estudadas nesta porção da cos1a.Para cssa trecho do
litolal,
a curva cle fluruação clo nível clo rnar holocênico adot.ada con.espondemar lnais alto a 5.100
a¡.s
4.P.,
quando atingiu altitude m¡íxima de+
3.5 a 4.7m
(Martin
et al.I984)
acima do nível atual.Turcq
et
al.(inédito) discutem
a
evolução
geológica quaterniáriado
Estadodo
Rio
deJaneiro,
com
mapeamentogeológico
em níver de
reconhecimento,dos
depósitos
costeirospresentes
na
iíreade
estudoe
consideramque
duas oscilaçõescom
aproximad al¡f'ente2
e
3metros acima do
atual
ocorreram após a última transgressào e podeur ser. consideradas de origemprincipaltnente
glácio-eustática. Em
resumo, são reconhecidostrês
episóclios cle submersão(7.000-5.100;
3900-3.600;2300-2.s00
anosA.p.)
inrercalados a ourros rrês de emersão (5.100_3.900;
3600-2.700;
e
após2.500
anosA.p.)
(Fig. 2).
Acrecrita-se cluc zrrgum.variação
naamplitude
veúical
dos picos entre a curva de flutuação do nível do mar elaborada para a Bahia eda área de estudo possa
ocorrer.
Os mecanismos de sedimentação litorânea atuantes sob baixainfluôncia
fluvial, clima
semì-¿iridolocal e
tcndênciaa
subsidôncia conhecida(
Martin et
al.1984), poderìam
eventualmenteexplicar
as
variações
nas
amplirudesdos picos
da
curvaestabelecida.
Kowsmann
e
Costa (1979) interpretaram a escarpa da plataf.orma contiûental supenor deCabo Frìo, posicionacla na isóbãtâ
dc l1ûm,
como leüanescente rle antiga fàce praial, juntamentecom as isóbatas de
-
130,-
t10,
- 90,-
75,-
60, e -40 merros, admítindo idades holocênicas paratodas elas (considerando-se o
início
do Holocenoem
14.000 anosA.
p.).
Esses dados sugeremque existe
ùm gap de
rnformaçõesde
integração entre os dados obtidosem
á¡ea emersae
osoblidos em área submersa, bem como os subsuperficiais,
pdncipalmenl.
emtemos
de duração,freqüencia e intensidade dos event<¡s. Para a planície deltaica do
rio
pa¡aíba doSul,
que dif'ereem
sua
gênesedas
áreasaqui
a'alisadas,
Dias
et
al.
(19g4) hzeram
a
conelação
ent,e
asespessuras de camadas subsuperfrrciais e o desnível batimétrico, observaldo uma coinci<ìência da
faixa de ocorrência de seclimentos correlacionáveis no fundo submarino adjacente.
Para
o
posicionamento preciso <1onível médio
do mar atual(nível
médio da maré nesteestudo), o regirue de marés, bem como a amplitude da ma¡é de sizígia local, são considerados de
modo
a
se estabelecera
margem deeno
(em cm)
para as antigas zonas marginais superiores,ficando estabelecido, de acordo com Jardine (1986), o indicador do nível do ma¡ com a distância
vertical
doponlo
acima de um datum dereferência.
Em outras palavras, a altitude precisa dosindicadores bìóticos atuais deve ser deternìinada para que se possa con-elacioná los conetanìente
(u c, <l) o-I I I I I I
io
Anos
A. P.x
l.OOOHH
o to
39,ü
c,(J
u,Eq
;
:ro
Eõl
ur i ' I I H oo;
'?mrE
r
t¡J,
oo
o, ¡.j I I _-__.! ISu bmerso-o T
N.M.lv[=
Nível Médio do
MorËmersõo Tlf
+5+
N.M. M
Fig. 2 -Curva das variações do
nível
do ma¡ holocênico para a costa central brasileira, mostrandoa aiternância ent-re momentos de submersão e eme¡são para os últimos 7.000 anos A.P.
(Martin
etal. 1979).
2.4-
Reconstituição
deAntigos
NíveisMarinhos
-2.4. 1 - Os Indica<lores bióticos
Os métodos atuais de reconstituição de antigos
níveis
marinhos(pelo
uso de depósitospraiais, de
tùda,
teüaços marinhos, níveis de conchas, ostras, depósitos de manguezais, e plantasdentre outros) não são
muilas
vezes, sufìcientemente precisos para detectaÌ' possíveis mudançasrnínimas nos
níveis
malinhos.
A
alta resoluçãoda
aniílisebiofaciológica
de fo¡aminíf'eros nocomportanìel.ìto
das curvas
de
variaçãodo nível do ma¡,
principalmelìte
parao
QuatemárioSuperior. supera
a
deoutrôs
indicadores comumenteutilizados, devido
ao pequenovolume
deamostras necessár.ic para obtenção dos dados.
lacilidade
de comparacão entre áreasbeln
com<>pequena amplitude
verlical
ocupada peias assembléias atuais nassupefícies
dos pântanos salinosquando preservados
en
subsuperfície.Depósitos
de
rnanguezais.por
exemplo,
ocupartra
porção suporior
oomplelade
urnaamplitude de maré, com valiaçào topográfica de
I
a 2.5m.
As assembléias botânicas uldicarian.lpobremente preseNados em depósitos
de
subsuperfície,difìcultando
a
diferenciaçãoflorística.
Talvez estudos palinológicos possam ser utilizâdos.
Pa¡a
as
zonas
supraritorâneastropicais
do
B¡asil,
Laborer (1979) aponta
comobioindicador
o
gastrópodeLittorina
zigzagbrasiliençis
e um
crusláceo_do
gêneroLigia,
massegundo
este
autor
essesnão
constituem
bons
biomarcadores,uma vez que não
deixamrernanescentes fósseis
interpretáveis.
Pæ'a esse autor,o
resto deum
organismomarinho
ìndicaum paleonível do mar se, ele permanecer i.n
situ
e em sua posição de crescimento.A
artu¡a dopaleonível do ma¡ ser¿á melhor medìda pela diferença de altitude entre o r-esto
fóssil
e seu viventehomólogo, porém essas medidas não
dcverl
sei
toìrìadas enì zorras baliclaspor
ondas, dt>vicio aproblemas
de
deslocamento das zonas faunísticase,
por
esta mesmarazão,
nu¡ca
deve
sermedida uma zona
fóssil
ern relação
ao
mesmo
fóssil vivente em outro local,
mesmo
que próximo.Conside¡a-se zoneamento como o estabelecimenlo da distribuição
velticâl
de organismosetl
faixas pzrralelas àlinha
de costa em rgsposta a umaou
mais valiações verticais dos fatoresecológicos.
A
zona suprzuniué, por ser relativamente estreita em ambientes de águas caìmas, seráa
zolla
demaior
interesse nesse estudo, ondeum
broindica<ìor umâvez definido e
comparadocom seu reìnanescente fóssil, quando presente, poderá
diminuir
a incerteza de definição do nível¡elativo
do mar.Os foraminíferos, são geralmente bem preservados em sedimentos de
subsuperfície.
Astecas aglutinadas, colnuns em ambientes estagnantes, sãn capazes de se preservar sob condições
de baixo
pH
sem desintegração de suas carapaças, embora nesses ambientes as bactérias possamdestruílas.
As
tecas ca¡bonáticas apresentam baixo potencial d.e preservação nesses ambientes,mas o seu potencial de preservação é bom em ambientes mais alcalinos e ricos ern carbonatos.
Como os foraminíferos exibem zoneamento
vertical
análogo às plantas (Scott e Me<lioli1980,
Barbosa
1991), constituem tambémvaliosa
fe¡ramentapara
o
estudomais preciso
¿emudanças do nível do ma¡ durante o euatemiírio.
2.4.2- Zonearnento de Assembléias de Foraminíferos
A
nicrofauna
de forarniníferos viventes em ambientesmuito próximos
ou nas lagunas doRio
de Janeilo aqui estudadas,já foi
objeto
clos estuclos <ìe'finoco
(1955,
195g), Ribas (1969.1973).
iìodrigues et
al..
(1981),f)jas
eral..
(19g3),Dias
e Silva
(1.9g4.). Macteirae
Car:valho(1992)- No
Brasil.
emborajií
sc tenha caractelizado as ¿ssemblóias oooüeûresem
amllieülesaplicação
paleoambiental.
Zoneamentosquantitativos
das
assembléiasde foraminíferos
etecamebas atuais foram, pela
primeira
vez, elaboradospor
Barbosa (1991)no
sistemaestuáio-manguezal de Guaratuba (PR).
A
obserwaçãode
variações nas assembléiasde
foraminíferos
na,superfície das
iíreaslitorâneas,
iniciou-se
com os trabalhos de Phleger(1965). A
parrir
desse estudo, os padrões dedistrjbuiçåo
ohsc¡vadostónl
sido
relacionadosa
<liversasva¡iáveis a¡nbicntuis,
tais
conlosalinidade,
pH
e topografia
(Phleger, 1966,196j,1970;
phleger e Bradshaw,- 1966, Bradshaw,1968
e Murray,
1911,
1973),já
mostrando assimuma
tendênciade
inleração enr¡e diversasva¡iáveìs na cxplicação desses padr-ões.
A
identificação
dos iimites
das biofácies
ocupadas
pelos loraminíferos,
segu¡tìovariações topográficas, iniciou-se com Scott (197 6) na
Califórnia,
e posteriormenreaplico¡-se
àdiversas regiões, obietivando
Ìeconstituir
antigos níveis marinhos(Scott,
1977; Scott eMedioli,
1978,
I980,
1982,1986;
scottt etal.. 19j9,
rg90; scort
eMarrini,
l9g2).
Apesar de consideraroutras va¡iáveis na análise de seus trabalhos, a elevação acima do nível mé<lio do mar torna lugar.
de
destaquenas
interpretaçõesdos
ambientesde
clima
temperado analisados.A
partir
closestudos de
scort
e¡ a1.., \99¡J; Barbosa, 1.991, as comparaçõesem
ter-mos globaise
e\tra- saltmarshes e manguezais começam a ser elabo¡adas.
Os
zoneamentossuperficiais
das
assembléiasde
foraminíferos
e
tecamebas atuais,aplicados em subsuperfície, tem
fomecido
as bases para diversas interpretações paleoambientais(steineck
eBergstein,
1979; Petrucci et a1..,r983;smith
¿¡ c¿1..,l9g4;
De
vernal
et
al..,l9g4;
Williams,
1989,1994).Apesar de
muitos
estudos em á¡eas de pântanos salinos de diversos locais, somente nostrabalhos mais recentes outros autores têm elaborado o zoneamento proposto por Scott e
Medioli
(1978,
1986). Williams
(1989) aplicou
o
zoneamento deforaminíferos
atuaisdo
deltado rio
Fraser (canadá)
na
interpretação
dos
paleoambientes deposicionais
em
testemunhos
ereconheceu uma regressão ma¡inha da ordem de
4
a5 m
duranteo
HolocenoMédio.
culver
(1990) realizou
o
primeiro
zoneamentoe
quarìdflcaçãode
foraminíferos
atuaisde
ambientemarinho marginal de manguezal-laguna na plataforma ca¡bonática de Porto
Rico.
Scott e Iæckie(1990)
definilam o
zoneamentovefticaì
atual nos pânl.anos salinos cloSul
daNova
InglateryaPfia
a inteq)rel.ação dos depósitos de turfa enrsubsupeúície.
Jennings e Nelson (1992) mostramque as assetrbléias
de forarniníferos, em
seçõesfeitas na
costacenllal do
Oregortrefletem
ozoneamcnto
botânico,
¡eÌacionando-asaos
níveis
de
n¿u-éc
conto
a
submergência dur.anteeventos
de
terrenolos
podem
ser estiDadasa
pattir
de
l'oraminíferos fósseis. Gehrels ( 1 994)madtime
Canadacom T.
macrescensf.
macrescens comoa
espécie usuâlmenteindicadora
donível
do rnar p¿ìra aregião.
Williams
(1994) documenta a distribuição de foramìníferos em trêspântanos de maré com regimes de salinidade contrastantes na costa central do
Golfo
doMéxico,
no Texas,
definindo
seis biofácies aplicáveìs a reconstrução donível
do marlocal.
Jennings craI.- (1995) distinguem para o pântano de ma¡é superìor do estu¿í¡io de
Valdívia no
Chile
a zonacomposta
por
Trocltarnrninitasalsa
com
base nas assenrbléjas botanicas loca-is,enretanto
aidentificação
de
somente duas zonas faunísticase
nenhumadelas
com
pefluena
amplitude,limitou
a utilizâção da
assembléia de for¿rminíferos reconhecida para interpretaçãode
antigosníveis marinhos nessa rcgião, periodicarnente afetada
pol
terreú1otos.De
Rijk (i995)
através daa[lostragern
em
12
seções nos pântanosde
rnar'éde
Massachusetts,pelo
perÍodo
de 35
diasanalisando cm detalhe a salinidade, não confimra o conceito de zoneamento ve¡tical das espécies,
obse¡vando quc
a
salinidade seria oprincipal
controlaclor nadistribuição
faunística.No
enra¡to,este autor admite fraca correlação entre salinidade e a
distribuição
encontradaem
seu estudo eadn¡ite
um
coeficiente
de
correlação marsforte
para
a
espécieH.
tnanilaensis sugerindo
apreferôncia
dessa espéciea
ii¡eas
mais
elevadas. paÌa as ouftas
espécies encontradas, aCAPíTIJLO
3
3 .
ÁREA
DE ESTUDOAs
Ìagunas costeirâs estudadas sãocinco
e
estão situadasao tongo da
linha
de
costasubtropical nolte do Estado do
Rio
de Janeiro. De lesle para oeste tem-se:" Laguna de Sar.¡uarema
(22.
55'S,42"
33'W) com ár.ea de 18,3 km2, é composta de quatrosetores
(
urussanga,
Jardim,
Boqueirão
e
Fo¡a
),
todos
apresentando-semixohalinos
e
oUrussanga liga-se a
partir
deum
eslrcitoca¡al
com a Laguna de Jaconé(
não analisada nester:studo) e o setoÌ denominado Fora apresenta estreita ligação com o mar aberto
(Fig.
1)."
Lagoa
de
Jacarepiá(22"
.55'S,42
23'W) com
uma
iíreade 0.7 krn2,
é
a única
aapresentar
salinidade
nula,
caracterizando-secomo uma lagoa
fechada, posicionada
maisintemamento entre a Laguna de Saquarema e Lagoa Vennelha.
.
Laguna de Aramama(22" 53'5,42"
10'W) com uma átea de 220 km2, posioionada arr:ásdo
primeiro
cordão litorâneo, apresenta-se hipersalina e através do canal cle Itajuru, com B,3 km,cor¡unica-sc cam as
ígurs
occânj'^¿s."
Lagoavermelha
(22"
56's,
42" 23'w)
possui áreade
i,6
km2 e esrá rocalizada entredois cordões litorâneos apresentando hipersalinidade.
''Lasoa
Breio do Esninho(22"
56's,42"
r4'w)
com área <te 1 km2, igualmente localizadaentre dois cordões litorâneos sendo também hipersalina.
As
linhas de costa dominadas por ondas e sedimentação essencialmente arenosa. tendemao
desenvolvimentode
cristaspraiais
(cordõeslitorâneos). Dent¡o
destecomplexo
sistemadeposicional existem praticamente três elementos geomórficos distintos na região analisa¿a:
1
-
<luplo sistema de cordões litorâneoscom 48
km
de
extensão,o
maisintemo
comaltitudes em torno
de6
a'/
m e o extemo com altitudes emtomo de3 a4me350
m cle largura;2
-
as lagunas e3
-
os leques de lavagem, principalmente com registro nos testemunhos analisados.3.1 - Aspectos
Flistóricos
O gl.ande inl.cresse turístico e econômico da região fez co¡n quc as primeilas ì)ùrl,urbaçoùs