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Impacto do farelo do bagaço do caju na alimentação de suínos dos 60 aos 90 Kg: estudo da digestibilidade dos nutrientes, desempenho e viabilidade econômica

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO

ANIMAL

IMPACTO DO FARELO DO BAGAÇO DO CAJU NA

ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS DOS 60 AOS 90 KG: ESTUDO

DA DIGESTIBILIDADE DOS NUTRIENTES,

DESEMPENHO E VIABILIDADE ECONÔMICA

LORENA CUNHA MOTA

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LORENA CUNHA MOTA

IMPACTO DO FARELO DO BAGAÇO DO CAJU NA

ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS DOS 60 AOS 90 KG: ESTUDO

DA DIGESTIBILIDADE DOS NUTRIENTES,

DESEMPENHO E VIABILIDADE ECONÔMICA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Produção Animal da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Produção Animal.

Professor orientador: Dr. José Aparecido Moreira.

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3 LORENA CUNHA MOTA

IMPACTO DO FARELO DO BAGAÇO DO CAJU NA

ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS DOS 60 AOS 90 KG: ESTUDO DA

DIGESTIBILIDADE DOS NUTRIENTES, DESEMPENHO E

VIABILIDADE ECONÔMICA

APROVADA EM: ___/___/___

BANCA EXAMINADORA:

____________________________________________ Prof. Dr. José Aparecido Moreira (UFRN)

Orientador

____________________________________________ Prof. Dra. Elisanie Neiva Magalhaes Texeira (EAJ/UFRN)

____________________________________________ Prof. Dr. João Batista Lopes (UFPI)

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Ofereço este trabalho a todos aqueles que

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Somos todos aquilo que acreditamos ser, e do

tamanho que nossa fé nos permite.

Não existem obstáculos, nem pedras no caminho

que possam desanimar aquele que por Deus é

guiado.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, que é quem sempre me deu forças e saúde para levantar e começar um novo dia.

À Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em especial ao Programa de Pós Graduação em Produção Animal pela oportunidade de estudar e aperfeiçoar meus conhecimentos.

Ao professor José Aparecido Moreira, por me orientar com maestria, paciência e dedicação e me confiar um trabalho de tamanha importância.

Aos professores Emerson Moreira Aguiar e Gelson e demais professores do Programa, por lutarem por uma Pós Graduação em Produção Animal da UFRN, cada vez melhor.

Ao professor Emerson Moreira Aguiar por nos ceder os serviços do Laboratório de Nutrição Animal da UFRN e nos apoiar no que foi preciso para realizar este trabalho.

À Bruna, seu Luiz, seu Francisco e Batista pela paciência e grande ajuda prestada para a realização das análises que fizeram parte desta pesquisa.

Às professoras Elisanie Texeira e Janete Gouveia por me auxiliarem desde o início dessa jornada.

Ao seu Bira, por ser meu braço direito, amigo e me ensinar que bom humor é fundamental em todas as horas.

Aos colegas Iasmim, Apauliana, Rafael, Rômulo, Ernesto, Alane e Joelma pela amizade e por estarem sempre presentes auxiliando nos experimentos e no que fosse necessário.

A todos os colegas de sala de aula pela amizade, companheirismo e por tantas dúvidas esclarecidas.

Ao meu pai, Paulo, minha mãe, Maria Rosa, minha irmã, Chalana e ao meu namorado, Christian por sempre me apoiarem e segurarem minha mão nas horas mais difíceis.

E a todos que direta ou indiretamente contribuíram para que este trabalho fosse realizado.

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IMPACTO DO FARELO DO BAGAÇO DO CAJU NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS DOS 60 AOS 90 KG:ESTUDO DA DIGESTIBILIDADE DOS

NUTRIENTES, DESEMPENHO E VIABILIDADE ECONÔMICA

Mota, L. C. IMPACTO DO FARELO DO BAGAÇO DO CAJU NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS DOS 60 AOS 90: ESTUDO DA DIGESTIBILIDADE DOS NUTRIENTES, DESEMPENHO E VIABILIDADE ECONÔMICA KG. 2014. 48f. Dissertação (Mestrado em Produção Animal: Sub área: Nutrição de Monogástricos. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Macaíba- RN 2014.

RESUMO

objetivou-se com este estudo avaliar a digestibilidade do farelo do bagaço de caju, o desempenho de suínos em terminação alimentados com rações contendo níveis crescentes de farelo do bagaço do caju e a viabilidade econômica das rações. Foram realizados dois experimentos. No primeiro experimento foi desenvolvido o ensaio de digestibilidade com dez suínos machos castrados pesando em média 60±6,86kg, alojados em gaiolas metabólicas por um período experimental de quinze dias. Os animais foram alimentados diariamente à 8h00 e 15h00, sendo que cinco animais receberam a ração padrão e os outros cinco receberam a ração teste, com 30% de substituição da ração padrão pelo FBC. Realizou-se a coleta total de fezes sem uso de marcador, diariamente às 7h00, sendo retirada uma alíquota de 20% e armazenada em freezer. Ao final do período experimental as amostras de fezes foram analisadas em laboratório para avaliar a digestibilidade da matéria seca, proteína bruta, fibra em detergente neutro, fibra em detergente ácido, e os teores de energia bruta, energia digestível, cálcio e fósforo do farelo do bagaço do caju. No segundo experimento realizou-se o ensaio de desempenho e a viabilidade econômica das rações, que foi composto por quarenta animais híbridos comerciais (vinte machos castrados e vinte fêmeas), pesando em média 60±5,24kg, delineados em blocos casualizados, com cinco tratamentos contendo níveis crescentes de farelo do bagaço do caju (0; 7,5; 15; 22,5 e 30 %) e quatro repetições. Os parâmetros de desempenho avaliados foram o consumo diário de ração, ganho diário de peso e conversão alimentar. Os animais foram abatidos ao atingiram peso de 90±6,8 kg, e dados da carcaça (espessura de toucinho, profundidade de lombo, porcentagem da carne magra e peso da carcaça quente) foram coletados para compor o estudo da viabilidade econômica, no qual, foram calculadas a receita bruta parcial com índice de bonificação, receita bruta parcial, receita líquida parcial com índice de bonificação e receita líquida parcial das rações. Os dados foram submetidos à análise de variância e regressão por meio do programa estatístico SAS. Observou-se que os coeficientes de digestibilidade da matéria seca, proteína bruta, fibra em detergente neutro e fibra em detergente ácido e os valores da energia bruta, energia digestível, matéria mineral, Ca e P do FBC foram, 44,265%; 8,20%; 15,22%; 13,05%; 4.081 kcal/kg, 2.470 kcal/kg, 6,61%; 0,50%; 0,35%, respectivamente. A inclusão de 7,5 % de farelo do bagaço de caju incrementou a espessura de toucinho, porcentagem de carne magra e a receita bruta parcial com índice de bonificação.

Palavras-chave: alimento alternativo, Anacardium occidentale, polissacarídeos não

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THE CASHEW PULP BRAN IMPACT IN SWINE FINISHING FEEDING (60 TO 90 KG): NUTRITION DIGESTIBILITY, PERFORMANCE AND ECONOMIC

VIABILITY RESEARCH

Mota, L. C. THE CASHEW PULP BRAN IMPACT IN SWINE FINISHING FEEDING (60 TO 90 KG): NUTRITION DIGESTIBILITY, PERFORMANCE AND ECONOMIC VIABILITY RESEARCH. 2014. 48f. Dissertation (Master’s degree in Animal Production. Concentration Area: Monogastric Nutrition. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Macaíba RN- 2014.

ABSTRACT: The research objective was to evaluate the cashew pulp bran (CPB)

digestibility, the finishing swine performance feed with different levels of cashew pulp bran diets and the feed economic viability. Two experiments were conducted. In the first experiment, the digestibility essay with ten barrows with initial average weight of 60±6.86, housed in metabolic cages for a trial period of fifteen days was developed. The animals were feed daily at 8h00 and 15h00. Five of this pigs received standard food and the other five received test food, with 30 % of CPB replacement of the standard food. Was chosen the total feces collection, without marker feces. The feces samples were collected daily at 7h00 and was taken at a rate of 20 % and stored in a freezer. At the end of the experimental period, the feces samples were analyzed in the laboratory to evaluate the digestibility of dry matter, crude protein, neutral detergent fiber, acid detergent fiber and the levels of gross energy, digestible energy, Ca and P of the CPB. In the second experiment, was conducted the performance essay and diets animals economic viability, with 40 crossbred animals, weighing 60kg ±5,24 (20 castrated males and 20 females), outlined in randomized block design with five treatments (0, 7.5, 15, 22.5, 30 % with CPB included) and four replications. The parameters were the feed intake, weight gain, feed conversion. When animals dyed average weight 90±6.8 kg were slaughtered. The carcass data (the backfat depth, the longissimus muscle, the hot carcass weight and the lean meat percent) were analyzed to compose the economic viability study, which evaluated the partial gross receipts with rate bonus, partial gross receipts, partial liquid receipts and partial liquid receipts with rate bonus. The parameters were subjected to variance and regression analysis using the SAS program. It was observed, the dry matter, crude protein, neutral detergent fiber and acid detergent fiber digestibility and gross energy, digestible energy, ash, Ca and P cashew pulp bran values were, 44.265% ; 8.20%; 15.22%; 13.05%; 4,081 kcal / kg 2,470 kcal / kg, 6.61%; 0.50%; 0.35%, respectively. The diet with 7.5% increased the backfat depth, the lean meat percentage and the partial gross revenue allowance index.

Keywords: alternative food, Anacardium occidentale, non-starch polysaccharides, swine

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Composição das rações experimentais para o ensaio de

digestibilidade ... 38 Tabela 2. Composição das rações experimentais formuladas para o ensaio de desempenho de acordo com os níveis de inclusão do farelo do bagaço do

caju (%)... 39 Tabela 3. Coeficiente de digestibilidade e valores da energia digestível,

matéria mineral, Ca e P do farelo do bagaço do caju ... 39 Tabela 4. Valores médios do ensaio de desempenho de suínos em terminação alimentados com dietas contendo farelo do bagaço do caju ... 40 Tabela 5. Valores médios do efeito do farelo do bagaço do caju sobre as

variáveis do estudo da viabilidade econômica ... 40 Tabela 6. Cotação do milho e farelo de soja (45%) e a variação da receita

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Galpão experimental com 10 animais em gaiolas metabólicas ... 42

Figura 2. Gaiola de metabolismo ... 42

Figura 3. Coleta total de fezes ... 43

Figura 4. Coleta total de urina ... 43

Figura 5. Análise química das rações no Laboratório de Nutrição Animal da UFRN... 44

Figura 6. Preparo das amostras de fezes para análise química ... 44

Figura 7. Determinação dos nutrientes das rações e coeficientes de digestibilidade das amostras de fezes ... 45

Figura 8. Determinação do Ca e P das rações e amostras de fezes... 45

Figura 9. Leitura de Ca e P em cromatógrafo ... 46

Figura 10. Unidade experimental representada por um macho e uma fêmea ... 46

Figura 11. Pesagem dos animais ... 47

Figura 12. Animais já abatidos na Unidade de Processamento de Carnes de são Paulo do Potengi. Pesagem das meias carcaças ... 47

Figura 13. Coleta de dados da espessura de toucinho e profundidade de lombo ... 48

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SUMÁRIO

1. REFERENCIAL TEÓRICO... 11

1.1. UTILIZAÇÃO DE ALIMENTOS ALTERNATIVOS EM DIETA DE SUÍNOS... 11

1.2. CARACTERÍSTICAS DO CAJUEIRO, PSEUDOFRUTO DO CAJU E SUA UTILIZAÇÃO NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL... 13

2. INCLUSÃO DE DIFERENTES NÍVEIS DO FARELO DO BAGAÇO DO CAJU NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS EM FASE DE TERMINAÇÃO... 22

INTRODUÇÃO ... 25

MATERIAL E MÉTODOS ... 27

CONCLUSÃO ... 33

AGRADECIMENTOS... 33

REFERÊNCIAS ... 33

3. ANEXOS ... 40

3.1. Ilustrações referentes aos experimentos ... 41

3.1.1. Ensaio de digestibilidade ... 41

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1. RE FE RENCI AL TE ÓRICO

1.1. UTILIZAÇÃO DE ALIMENTOS ALTERNATIVOS EM DIETA DE

SUÍNOS

A produção de suínos vem crescendo nas regiões tradicionalmente produtoras e se expandido para outras regiões do País, como o Centro Oeste, Sudeste e Nordeste. No entanto, a produção de milho não tem acompanhado esse crescimento. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento, no ano de 2008, a produção de milho foi de 58.652 mil t, porém, em 2012 houve uma pequena queda para 58.152 mil t. Sendo que a avicultura e a suinocultura vem consumindo cada vez mais esse alimento. Em 2008 foram consumidos 8.397 mil t de milho pelos suínos, e em 2012 esse número aumentou para 9.340 mil t. A avicultura, consumiu em 2008, 19.746 mil t, e em 2012, foram destinados 24.051 mil t de milho para a nutrição das aves. Além da nutrição animal, a indústria do etanol e alimentos humanos compromete grande parte da demanda do milho. Maiores detalhes da produção nacional de milho, e consumo pelas aves, suínos, bovinos e industrial podem ser visualizados no gráfico 1.

Prod. Nac.

de milho cons. Aves cons. Suínos cons. Bovino

cons. Industrias 2008 58.652 19.746 8.397 4.149 4.888 2009 51.004 21.058 8.675 4.099 4.728 2010 56.018 22.206 8.891 4.295 4.812 2011 57.514 23.126 8.981 4.420 4.956 2012 58.152 24.051 9.340 4.641 5.105

0 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 60.000 70.000

Gráfico 1. Consumo de milho por segmento (mil toneladas)

Fonte: CONAB

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13 microbiota comensal eficiente em seu trato gastrintestinal que facilitem a digestão dos alimentos. Além disso, o atual mercado consumidor exige que a carne suína seja mais magra. Portanto as dietas necessitam ser bem balanceadas e constituídas de alimentos de qualidade para que o animal consiga depositar mais tecido magro na carcaça e obter um bom desempenho. Porém os alimentos que, geralmente, compõem as dietas são muito valorizados acarretando num representativo custo para o suinocultor (Amorim, 2009), fato que compromete a sustentabilidade das granjas.

Diante deste cenário, diversos estudos com alimentos alternativos estão sendo realizados com o propósito de viabilizar o uso na dieta de suínos, de acordo com cada categoria, constituindo uma opção regionalizada com redução dos custos de produção e beneficiando os produtores e animais. Entretanto, a maioria dos alimentos alternativos é resíduo de indústrias, com altos teores de fibra, o que exige do meio científico estudos aprofundados que, determinem com exatidão o papel da fibra na nutrição de monogástricos, principalmente em relação à sua participação no suprimento das exigências nutricionais dos suínos (Gomes et al., 2007).

Com essa preocupação, Albuquerque et al. (2011), aproveitando a disponibilidade do resíduo desidratado da cervejaria, realizaram estudos com suínos em terminação, avaliando a digestibilidade, desempenho e características de carcaça, e observaram que os coeficientes de digestibilidade aparente da MS, EB, PB e FB foram, respectivamente, de 53,9%, 73,9%, 53,3% e 62,5%, e os valores das energias digestível e metabolizável foram de 2.628 e 2.623kcal/kg, respectivamente, determinando que o resíduo desidratado da cervejaria pode ser incluído na dieta dos suínos em terminação, até 20%, sem influênciar os parâmetros fisiológicos, de desempenho e as características de carcaça de suínos em terminação.

Amorim et al. (2011), estudaram o desempenho e a viabilidade econômica das rações com a inclusão de polpa cítrica com e sem complexo enzimático e os efeitos dos níveis de inclusão sob os parâmetros de carcaça de suíno e observaram que a polpa cítrica, com ou sem complexo enzimático, não reduziram os custos com a alimentação, não sendo economicamente viável sua inclusão na dieta de suínos em crescimento e terminação.

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14 desempenho dos animais, tão pouco as características de carcaça. Relataram, também que o tratamento com 15% de inclusão de torta de girassol apresentou melhor eficiência econômica.

Farias et al. (2008), utilizaram o pseudofruto do cajueiro na alimentação de suínos em crescimento e encontraram valores de coeficiente de digestibilidade e metabolizabilidade da proteína e da energia de 12,30 e 11,38%; 23,43 e 21,91% respectivamente, sendo que os valores de energia digestível e metabolizável foram, 1.123 kcal/kg e 1.051 kcal/kg e recomendaram a inclusão de 20% desse alimento na dieta de suínos em crescimento. No mesmo sentido, Ramos et al. (2007) utilizaram a polpa do caju na alimentação de frangos de corte na fase final e observaram que a inclusão de até 15% do alimento na dieta dos animais não influenciou o consumo, o ganho de peso e as principais características de carcaça, porém, a conversão alimentar piorou e a viabilidade econômica da rações foi menor com o incremento da polpa do caju desidratado nas rações.

1.2. CARACTERÍSTICAS DO CAJUEIRO, PSEUDOFRUTO DO CAJU E

SUA UTILIZAÇÃO NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL

O cajueiro pertence ao gênero Anacardium da família Anacardiáce e são conhecidas 21 espécies que estão dispersas em uma grande faixa tropical do mundo que vai desde o sul da Flórida até a África do sul, sendo que, a Índia, Brasil, Vietnã, Tanzânia, Indonésia, Moçambique e Guiné-Bissau respondem por 81% da produção mundial de caju (Pinho, 2009).

A produção nacional de caju está concentrada na região Nordeste, detendo uma área cultivada de aproximadamente 711 mil hectares com uma média de produção de castanha de caju de 220 a 240 mil toneladas (CONAB, 2013) e 2 milhões de toneladas de pendúnculo (Pinho et al., 2011). Esses números colocam o Brasil como o terceiro maior produtor e exportador de castanha de caju, sendo que os Estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte, são os maiores produtores nacionais, responsáveis por cerca de 96% da produção, industrialização e exportação de amêndoas.

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15 O caju é constituído de duas partes: a fruta propriamente dita, que é a castanha; e seu pedúnculo floral, chamado de pseudofruto, que por sua vez, possui cor amarelada, rosada ou avermelhada, com textura carnosa e suculência. É rico em vitamina C e compostos fenólicos, principalmente, carotenóides e antocianinas, que são pigmentos naturais responsáveis por sua coloração (AGUIAR et al., 2000). Segundo Luciano et al. (2011), o pseudofruto é utilizado para fazer sucos, doces, geleias, néctares, farinhas e ementados, porém, somente 15% da produção é utilizada, gerando o resíduo conhecido popularmente como bagaço de caju, o qual pode ser reaproveitado para enriquecimento de ração animal.

Segundo Lima Leite et al. (2013), a melhor forma de utilizar o bagaço ou pseudofruto do caju na alimentação animal, é em forma de farelo. Para isso, é necessário desidratá-lo ao sol, ou em forno convencional, ou em estufa, seguindo com a moagem e peneiramento. Conforme Ramos et al. (2006), o farelo do bagaço do caju se configura como um recurso alimentar de elevado potencial para utilização como fonte energética na alimentação animal, pois ele apresenta valores de 88,70 % matéria seca, 4,15 % de extrato etério, 14,00 % de proteína bruta, 12,07 % de fibra bruta, 0,45 % cálcio, 0,30 % de fósforo total, 0,8 % de tanino e 4.320 kcal/kg de energia bruta.

Diante disso, alguns estudos foram desenvolvidos, visando avaliar o farelo do bagaço ou do pseudofruto do caju como alimento alternativo para animais.

Sendo assim, Lopes et al. (2004), em estudo de desempenho de ovinos mestiços em terminação da raça Santa Inês, alimentados com dietas incrementadas com diferentes níveis de inclusão (0; 10%; 20%; 30% e 40%) de bagaço de caju desidratado, observaram que o consumo de ração e a conversão alimentar não sofreram influência dos tratamentos, porém, o ganho de peso decresceu proporcionalmente ao aumento de inclusão do bagaço de caju às dietas, ficando entre 187 g/dia (40% de inclusão) e 295 g/dia (tratamento controle). É importante ressaltar que os ovinos são animais ruminantes, capazes de aproveitar a matéria fibrosa do alimento.

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16 Farias et al. (2008), avaliando o desempenho, digestibilidade e metabolismo de nutrientes, de suínos em crescimento, alimentados com diferentes níveis de inclusão do farelo do bagaço do caju desidratado, e encontraram valores de coeficientes de digestibilidade e de metabolizabilidade da proteína e da energia: 12,30 e 11,38%; 23,43 e 21,91%, respectivamente, e valores de 1.123 kcal/kg e 1.051 kcal/kg para energias digestível e metabolizável, concluindo que este alimento, pode ser incluído nas dietas de suínos em crescimento até o nível de 20% da ração, considerando o rendimento financeiro.

1.3. A FIBRA DIETÉTICA E SEU EFEITO NOS SUÍNOS

Segundo Urriola et al. (2010), a fibra dietética pode ser definida como hidratos de carbono e lignina presentes nos vegetais. Os hidratos de carbono podem ser divididos em três categorias: a) os açúcares simples e seus conjugados, como a glucose e frutose b) o amido como composto de reserva c) carboidratos estruturais, celulose e hemicelulose e pectina.

Trowel et al. (1976), afirmam que a fibra dietética é um conjunto de polissacarídeos juntamente com as estruturas da parede celular e a lignina. Essa definição separa os polissacarídeos em amido e polissacarídeos não amiláceos (PNAs). O termo PNA, geralmente, é utilizado para se referir ao conteúdo fibroso de alimentos vegetais, o qual, os suínos não possuem enzimas endógenas capazes de digerir.

De acordo com Choct (1997), os PNAs podem ser classificados em solúveis e insolúveis. Os solúveis compreendem a hemicelulose, pectina e gomas (frutanos, glucomananos, galactomananos, mucilagens e β – glucanos). Os insolúveis abrangem a celulose, lignina e parte da hemicelulose. A celulose, hemicelulose e pectina compõem, aproximadamente, 90% da fibra dietética, já a gomas são menos abundantes.

Bailey (1973) relaciona o termo fibra bruta (FB) ao resíduo do material da planta após a extração ácida e alcalina, envolvendo porções variáveis de PNAs. A fibra em detergente neutro, refere-se à porção insolúvel dos PNAs, incluindo a lignina, enquanto a fibra em detergente ácida, trata-se da porção insolúvel de PNAs, compreendido, na maior parte, por celulose, lignina, pectinas e as gomas.

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17 De acordo com Bach et al. (1991) e Weber et al. (2008), os açúcares simples e o amido podem ser quase totalmente digeridos (90 - 100%) quando atingem a junção íleo-cecal, restando os PNAs.

Porém, as regiões do colón e do ceco dos suínos possuem características que favorecem o crescimento de bactérias fermentadoras de fibra, como: temperatura, ausência de oxigênio, pH adequado e nutrientes (OLIVEIRA et al., 2007). Segundo Varel (1987), Noblet e Le Goff (2001), as bactérias predominantes mais conhecidas presentes nessas regiões que degradam celulose, hemicelulose e pectina, são as Bacteroides succinogenes e

Ruminococcus flavefaciens, Bacteroides ruminícola e Ruminococcus albuns.

Por meio do processo de fermentação da fibra, a celulose, hemicelulose e a pectina são degradadas a ácidos graxos voláteis de cadeia curta, como o acetato, propionato e n-butirato e gases (CO2, H2, CH4), ureia e calor (WILLIANS et al., 2001). Esses AGVs, são rapidamente absorvidos, podendo suprir entre 5 e 30% as exigências energéticas de manutenção do animal. Segundo Brunsgaard (1998), o elevado teor de AGVs no intestino grosso contribui para o metabolismo energético de suínos, principalmente dos adultos, e atua no aumento do índice de renovação das células do epitélio intestinal. Também altera a motilidade intestinal, elevando o fluxo sanguíneo do cólon e melhorando a produção de muco que protege a parede do mesmo.

Para Breves e Krunscheid (1997), o acetato, geralmente, é o AGV mais produzido, e depois de ser transportado para o fígado serve de substrato energético para o tecido muscular, estimulando a lipogênese. Ocupando o segundo lugar está o propionato, que tem o papel importante na glicogênese do substrato do fígado. Já o butirato é diretamente metabolizado nas células da mucosa, sem precisar passar pela corrente sanguínea, trazendo muitos benefícios.

De acordo com Kien et al. (2007), o AGV butirato é a maior fonte de energia para as células epiteliais do intestino, pois ele colabora na regulagem do crescimento das células epiteliais e induz a diferenciação e renovação celular, com isso, a capacidade de absorção e digestão no intestino delgado é elevada.

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18 De acordo com Varel (1987), as fibras solúveis (pectinas, frutanas e β – glucanas) têm a característica de serem viscosas. Quando entram em contato com a água do lúmen no intestino, formam substâncias gelatinosas que retardam o tempo de trânsito e do esvaziamento da digesta no intestino delgado devido à diminuição das contrações intestinais. Isto também aumenta o volume e a consistência das fezes, diminui o pH do cólon, acidifica o meio e reduz a proliferação de bactérias patológicas.

O retardamento do tempo de trânsito e do esvaziamento gástrico pode ser uma vantagem quando se está trabalhando com suínos em terminação, pós terminação e gestação. Conforme Gomes et al. (2006), devido a menor densidade energética de dietas fibrosas, os animais aumentam o consumo de alimento na tentativa de suprir a exigência em energia digestível, porém, logo se sentem saciados pelo aumento do volume da digesta em função da formação das substâncias gelatinosas, assim a deposição de gordura na carcaça é reduzida e a qualidade da carcaça que chega aos frigoríficos é superior.

Entretanto, a inclusão elevada de fibra na dieta de suínos pode diminuir os coeficientes de digestibilidade dos componentes nutritivos da dieta. Segundo Vieira (2008), o incremento de fibra dietética na ração deve ser criterioso, pois a fibra induz o aumento da taxa de passagem da digesta no trato gastrintestinal e diminui a absorção de nutrientes, pois as substâncias viscosas formadas pelas fibras solúveis em contato com o lúmen podem agir como uma barreira à ação hidrolítica das enzimas, dificultando o contato destas com os grânulos de amido e com as moléculas protéicas e lipídicas do alimento, diminuindo o contato do bolo alimentar com as células absortivas da membrana intestinal.

Conforme Yen et al. (2004), a idade e peso são fatores inerentes a digestibilidade da fibra, a qual aumenta de acordo com a idade. Animais mais velhos digerem melhor a fibra, provavelmente pelo maior desenvolvimento do ceco com maior quantidade de bactérias fermentadoras de fibra e maior tempo de retenção da digesta. Os animais em fase de cria, ainda estão com o trato gastrointestinal em desenvolvimento, portanto, possui baixa retenção de alimento, insatisfatória produção de enzimas digestivas e pequena presença de flora microbiana no intestino grosso.

Varel et al. (1997) observaram que suínos em crescimento possuem número de bactérias celulíticas 6,7 vezes menor que suínos adultos, portanto suínos em terminação conseguem aproveitar melhor alimentos fibrosos.

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19 comprometida. Conforme Stanogias e Pearce (1985), a digestibilidade aparente da matéria seca, nitrogênio, proteína bruta, energia bruta e outros componentes não fibrosos, é inversamente proporcional ao teor de fibra na dieta ou ao consumo.

De acordo com Pozza et al. (2003), a fibra dietética pode reduzir a digestibilidade da proteína e de aminoácidos por meio de estímulo da produção de proteína de origem bacteriana, pela adsorção de aminoácidos e peptídeos na matriz da fibra e pelo aumento de secreção da proteína endógena. Além disso, o incremento de fibra na dieta causa aumento da descamação da mucosa intestinal e incremento da produção de muco, levando ao aumento da perda de aminoácidos endógenos.

Gomes et al. (2007), ao incluir 8% de FDN do feno de coast cross na dieta de suínos em terminação, observaram que houve redução dos coeficientes de digestibilidade para a matéria seca, energia bruta, proteína bruta, fibra em detergente neutro e fibra em detergente ácido. Resultados semelhantes foram obtidos por Zhang et al. (2013), quando incluíram níveis crescentes (0, 15, 25, 35, 45 e 55%) de polpa de beterraba na dieta de suínos em terminação, os autores observaram que o consumo de ração e os coeficientes de digestibilidade da matéria seca, proteína bruta e energia bruta foram reduzidas em função do aumento de fibra dietética.

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20 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMORIM, A. B. Polpa cítrica e complexo enzimático para suínos nas fases de

crescimento e terminação. 2009. 89 f. Dissertação (mestrado em zootecnia) - Faculdade

de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP.

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(24)

24

2. INCL USÃO DE DI FERENT ES NÍ VEIS DO FARELO DO

BAGAÇO DO CAJU NA AL IME NT AÇÃO DE S UÍ NOS E M FASE DE TERMINAÇÃO

Trabalho que será submetido à Revista Asian Australian Journal Animal Science.

Página eletrônica: www.ajas.info

(25)

25 Inclusão de diferentes níveis de farelo do bagaço do caju na alimentação de suínos em fase

de terminação

Lorena Cunha Mota, José Aparecido Moreira, Rafael Leandro Ramos de Oliveira, Apauliana Daniela Lima da Silva, Rômulo Genuíno Pessoa

RESUMO: O farelo do bagaço do caju, coproduto do beneficiamento da castanha,

conserva em sua composição nutrientes que podem compor dietas de suínos em terminação. Portanto, propôs-se com este estudo avaliar a digestibilidade, o desempenho de suínos na fase de terminação e a viabilidade econômica das rações experimentais. Compuseram o ensaio de digestibilidade 10 suínos machos castrados, pesando 60±6,86 kg, alojados em gaiolas tipo Pekas. Cinco animais receberam ração padrão (milho, farelo de soja e núcleo comercial) e cinco receberam ração teste (ração padrão com 30% de inclusão de farelo do bagaço de caju). Coletou-se as amostras por meio do método coleta total de fezes sem marcador. No ensaio de desempenho e estudo da viabilidade econômica utilizou-se quarenta suínos híbridos comerciais, pesando 60±5,24kg, delineados em blocos casualizados, com cinco tratamentos (0; 7,5; 15; 22,5 e 30% de inclusão do farelo do bagaço do caju) e quatro repetições. Foram avaliados consumo diário de ração, ganho diário de peso, conversão alimentar, receitas, bruta parcial com e sem índice de bonificação e líquida parcial com e sem índice de bonificação. Os dados foram submetidos à análise de variância e regressão pelo programa estatístico SAS. Observou-se que os coeficientes de digestibilidade da matéria seca, proteína bruta, fibra em detergente neutro e fibra em detergente ácido e os valores da energia bruta, energia digestível, matéria mineral, Ca e P do FBC foram, 44,26%; 8,20%; 15,22%; 13,05%; 4.081 kcal/kg, 2.470 kcal/kg, 6,61%; 0,50%; 0,35%, respectivamente. O tratamento com 7,5% de inclusão de FBC apresentou resultado superior.

(26)

26 ABSTRACT: The objective of this research was to evaluate the digestibility, performance

and economic viability of feed with different levels of cashew pulp bran (CPB). The

digestibility essay with 10 barrows with initial average weight of 60 ± 6.86, housed in

metabolic cages for a trial period of 15 days was developed. Five of this pigs received

standard food and the other five received test food, with 30 % of CPB replacement of the

standard food. Was chosen the total feces collection, without marker feces. Was collected,

daily, faeces and urine samples of each animal At the end of the experimental period, the

feces samples were analyzed in the laboratory to evaluate the digestibility of dry matter,

crude protein, neutral detergent fiber, acid detergent fiber and the levels of gross energy,

digestible energy, Ca and P of the CPB. The performance essay and the food economic

viability was developmented with 40 commercial hybrid animals (20 castrated males and

20 females), weighing average 60kg ± 5,24, outlined in randomized block design with five

treatments (0.0, 7.5, 15.0, 22.5 and 30.0 % with cashew pulp bran included) and four

replications. Were subjected to analysis of variance and regression using the SAS program

the parameters of the feed intake, weight gain, feed conversion and the feed economic

viability parameters. Were analyzed to compose the study of economic feasibility that

evaluated partial gross receipts with rate bonus, partial gross receipts, partial liquid

receipts and partial liquid receipts with rate bonus. It was observed in this study, the

digestibility of dry matter, crude protein, neutral detergent fiber and acid detergent fiber

and values of gross energy, digestible energy, ash, Ca and P of the CPB were, 44.265% ;

8.20%; 15.22%; 13.05%; 4,081 kcal / kg 2,470 kcal / kg, 6.61%; 0.50%; 0.35%,

respectively. Feed conversion was affected by the CPB, the diet with 7.5% decreased the

backfat depth, improved the lean meat percentage and increased the partial gross receipts

allowance bonus. The diet with 15% of CPB increased partial gross receipts.

(27)

27 INTRODUÇÃO

Na nutrição de suínos uma variedade de alimentos alternativos ao milho e farelo de soja são avaliados com a finalidade de substitui-los parcialmente, para evitar a total dependência dos animais por estes ingredientes e possivelmente minimizar os custos com a alimentação. Muitos desses alimentos são resíduos industriais, restando em sua composição altos teores de fibra bruta (polpa cítrica, 22 %, farelo de arroz desengordurado, 8,63 % e farelo do bagaço do caju, 12,07 %) (Amorim et al., 2011).

As indústrias beneficiadoras da castanha de caju geram o coproduto, farelo do bagaço de caju (Kunrath et al., 2010 e RamoS et al., 2006). Segundo a FAO (2011), os maiores Países cultivadores de cajueiro para produção de castanha são Vietnã, respondendo por 30 %, Nigéria (19,4 %), Índia (16,1 %), Costa do Marfim (10,8 %) e o Brasil em quinto lugar, com 5,5 %.

No Brasil a produção de caju está concentrada na região Nordeste, mais precisamente nos Estados do Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte. Juntos estes Estados totalizam 711 mil há de área cultivada, produzindo em média 240 mil t de castanha e 2 milhões t do pseudofruto (CONAB, 2013). Geralmente o pseudofruto do caju não possui destino comercial e conserva em sua composição nutrientes importantes para a nutrição animal.

O farelo do bagaço do caju é produzido a partir da desidratação do pseudofruto. Este coproduto tem em sua composição nutricional, aproximadamente, 30% de açúcares, 16,5% de proteína bruta e 12,07% de fibra bruta e vem sendo utilizado como alimento alternativo aos animais (Farias et al., 2008). Entretanto, o teor de fibra bruta observado neste alimento implica em cautela ao incluí-lo na formulação de rações para suínos.

(28)

28 A microbiota benéfica possui relacionamento de simbiose com os suínos. Elas se aderem à parede do trato gastrintestinal evitando que microrganismos patogênicos também ocupem os sítios de ligação e causem danos aos animais. Dessa maneira a proliferação e

turnover das células epiteliais intestinais acontecem da forma esperada, mantendo a

integridade celular intestinal dos animais (Ngoc et al., 2012; Gomes et al., 2006).

A fração solúvel da fibra é composta por gomas, pectinas e mucilagens. Segundo Noblet et al. (1994), quando as gomas entram em contato com o meio aquoso do lúmen, conferem viscosidade ao meio, comportando-se como barreira enzimática, dificultando o processo de digestão dos nutrientes.

Contudo as pectinas e mucilagens formam substâncias gelatinosas que aumentam o bolo alimentar, causando maior tempo de saciedade ao animal. Além disso, as dietas formuladas com alimentos mais fibrosos possuem menor densidade energética. Estes dois fatos revelam uma importante estratégia quando se deseja produzir carcaças de animais, em terminação ou pós terminação, com reduzido percentual de gordura e menor custo de produção (Gomes et al. 2007).

Diante desse contexto, objetivou-se avaliar a digestibilidade, o desempenho dos suínos alimentados com rações com diferentes níveis de inclusão de farelo do bagaço do caju e a viabilidade econômica destas rações.

MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa foi desenvolvida no setor experimental de suinocultura da Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias EAJ/UFRN. Realizou-se ensaio de digestibilidade, ensaio de desempenho e estudo da viabilidade econômica.

No ensaio de digestibilidade, foram utilizados dez suínos híbridos comerciais, machos castrados, pesando em média 60±6,86kg, alojados em gaiolas metabólicas tipo Pekas (1968), por um período experimental de quinze dias. Os seis primeiros dias foram destinados à adaptação dos animais às gaiolas metabólicas e à ração teste. Os três dias seguintes serviram para a regularização do alimento ao trato digestivo e ajustes necessários. Nos últimos seis dias foram realizadas as coletas das amostras.

(29)

29 exigências nutricionais dos animais conforme Rostagno et al (2011), e sua composição encontra-se na Tabela 1.

Os animais foram arraçoados diariamente ás 8h00 e ás 15h00. A água foi fornecida

ad libitum. A quantidade de alimento foi ajustada de forma gradativa e ao final da fase de

adaptação. Os animais receberam a quantidade de alimento calculado segundo o consumo obtido no período de adaptação com base no peso metabólico (PV0,75) de cada unidade experimental.

Na coleta das amostras foi escolhido o método total de coleta de fezes sem uso de marcador. As fezes foram coletas diariamente às 7h00, em seguida, foram pesadas, maceradas e homogeneizadas e uma alíquota de 20% do conteúdo total de fezes de cada animal foi retirada e armazenada em freezer com temperatura a 5ºC. Ao final do ensaio, as amostras de fezes e ração foram submetidas à análise química em laboratório.

Para a análise, as amostras foram descongeladas em temperatura ambiente por seis horas, homogeneizadas, em seguida, retirou-se, 600g de fezes de cada animal e colocadas em estufa de ventilação forçada à 55ºC por 72 horas e depois moídas em moinho tipo Macro de rotor circular em peneira de 2 mash para proceder a determinação da proteína bruta, fibra em detergente neutro, fibra em detergente ácido, matéria mineral, energia bruta, extrato etéreo, cálcio e fósforo. As determinações de MS, PB e MM foram realizadas segundo Silva e Queiroz (2002), da FDN e FDA procedeu-se conforme o método proposto por Van SoesT (1994), o Ca e P utilizou-se o método segundo Zenebom et al. (2008). A EB foi determinada a partir da bomba calorimétrica modelo Parr, e o coeficiente de digestibilidade dos componentes dietéticos foi determinado conforme com os cálculos descritos por Rodrigues (2010).

No ensaio de desempenho foram utilizados quarenta animais híbridos comerciais pesando em média 60±5,24 kg, (vinte fêmeas e vinte machos castrados), alojados em baias de piso de cimento, com comedouro simples de concreto e bebedouro tipo chupeta. Os animais foram distribuídos em delineamento de blocos ao acaso, baseando-se no peso dos animais, com cinco tratamentos e quatro repetições. A unidade experimental foi representada por um macho e uma fêmea.

(30)

30 Os animais foram pesados a cada 14 dias e dados de consumo diário de ração, ganho diário de peso e conversão alimentar foram coletados.

Ao atingirem o peso médio de 90±6,8 kg, os animais foram abatidos no abatedouro municipal de São Paulo do Potengi-RN. Foram coletados dados da carcaça, espessura de toucinho (ET), profundidade de lombo (PL) e peso da carcaça quente (PCQ), de acordo com Bridi e Silva (2009). Estes dados foram utilizados para compor o estudo da viabilidade econômica.

O custo da alimentação foi determinado a partir do consumo total de ração de cada animal durante o período experimental e do valor do quilo da dieta. Os valores pagos nos ingredientes constituintes das dietas foram R$ 0,71 (milho em grão); R$ 0,87 (farelo de soja 45%); R$ 3,56 (oleo vegetal); R$ 2.79 (núcleo evimix); R$ 0,30 (bagaço do caju).

Calculou-se o índice de bonificação (IB) de acordo com Fávero et al. (1997), para avaliar a vantagem de se utilizar este índice quando o animal é alimentado com farelo do bagaço do caju.

Para este cálculo foi necessário primeiramente determinar a porcentagem de carne magra (%CM) (Equação 1), segundo proposto por Guidone (2000).

%CM = 65,92 – 0,685 x ET + 0,094 x PL – 0,026 x PCQ ...(Equação 1) IB = 37,004721 + 0,094412 x PCQ + 1,144822 x %CM – 0,000053067 x PCQ x %CM + 0,000018336 x PCQ2 + 0,000409 x %CM2...(Equação 2)

O valor pago pelo quilo do suíno vivo no início do experimento foi R$ 4,40. Para determinar o valor do suíno final foram utilizados dois valores. Um foi calculado conforme Fávero et al. (1997), utilizando o índice de bonificação, e o outro desconsiderou-se este índice em virtude dos frigoríficos da região Nordeste não adotar essa prática.

Suíno final (R$) = (IB x [preço do kg do suíno inicial/0,7145]) x PCQ...(Equação 3) Suíno final (R$) = peso final x preço do kg da carcaça...(Equação 4) Foram calculadas as receitas bruta parcial e a líquida parcial, com e sem o índice de bonificação, conforme as equações 5 e 6.

Receita bruta parcial com índice de bonificação (RBPIB) = suíno f IB - suínos i

...(Equação 5) Receita bruta parcial (RBP) = suíno final - suíno inicial ... (Equação 6) Receita líquida parcial com IB (RLPIB) = RBPIB - custo com alimentação .... (Equação 7) Receita líquida parcial (RLP) = RBP - custo com alimentação ... (Equação 8)

(31)

31 Os dados de desempenho e do estudo da viabilidade econômica foram submetidos à análise de variância e nas variáveis em que o efeito do FBC foi detectado, realizou-se análise de regressão por meio de modelos polinomiais. Como ferramenta de análise estatística, foram utilizados os procedimentos do Statistical Analisys System (2002), com α = 0,05.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os coeficientes de digestibilidade da matéria seca, proteína bruta, fibra em detergente neutro e fibra em detergente ácido estão descritos na Tabela 3. Os resultados divergem dos resultados relatados por Farias et al. (2008), que ao trabalhar com a inclusão desse alimento na dieta de suínos em crescimento, encontraram para MS (22,40%), PB (12,30%) e FB (21,92%), isto pode estar relacionado ao fato da variedade de caju cultivada no estado do Piauí, ser possivelmente diferente da cultivada no Rio Grande do Norte.

Ainda assim, existem fatores afetam o coeficiente de digestibilidade, entre eles pode-se citar a ausência de enzimas endógenas digestoras de fibra dietética no trato digestório dos suínos.

Isto pode ter ocorrido também devido ao trato gastrintestinal do suíno não poder armazenar grandes quantidades de alimento ocasionando no aumento da taxa de passagem da digesta no trato gastrointestinal e no menor tempo de contato da digesta com as enzimas digestivas e as células absortivas do intestino delgado. Outro fator que pode ter contribuído diz respeito à viscosidade originada por meio do contato das fibras solúveis (pectinas, frutanas e β - glucanas) com o ambiente aquoso do lúmen intestinal, que pode ter dificultado a ação das enzimas endógenas com os nutrientes da dieta, diminuindo o aproveitamento desses nutrientes pelo animal (Gomes et al., 2006).

(32)

32 bagaço do caju também constataram que o coeficiente de metabolizabilidade da proteína bruta reduziu à medida que houve incremento de fibra na dieta.

O teor de energia bruta encontrado para o FBC foi 4.085 kcal/kg, enquanto o valor da energia digestível foi 2.470 kcal/kg. Estes resultados divergem dos observados por FariaS et al. (2008), em que os autores encontraram 1.123 kcal/kg para energia digestível. Certamente, isso ocorreu devido ao fato de que suínos em crescimento e terminação possuem capacidades diferentes em aproveitar alimentos fibrosos. Segundo Varel (1987) o trato gastrintestinal de suínos em terminação tem maior tamanho, e o ceco possui maior população bacteriana (Bacteroides succinogenes e Ruminococcus flavefaciens, Bacteroides

ruminícola e Ruminococcus álbuns) fermentadoras de celulose, hemicelulose e pectina.

Provavelmente o elevado teor de energia digestível do FBC encontrado no presente estudo sugere que os suínos foram eficazes em utilizar os ácidos graxos de cadeia curta, resultantes da fermentação da fibra pelas bactérias. Estes ácidos graxos contribuem também para a elevação do fluxo sanguíneo do cólon, do índice de renovação celular do epitélio intestinal, alteração da motilidade intestinal, e melhora da produção de muco protetor da parede intestinal (Willians et al., 2001; Brunsgaard, 1998; Breves et al., 1997 e Kien et al., 2007).

Os resultados encontrados para Ca (0,50%) e P (0,35%) do FBC, estão em consonância com os encontrados por Ramos et al. (2006), que obtiveram (0,45%) Ca e (0,30%) P, estudando a inclusão da polpa do caju na dieta de frangos de corte na fase final. Porém esses resultados não garantem o total aproveitamento destes minerais pelos suínos, pois o P pode estar complexado com a molécula de ácido fítico presente nos vegetais. A disponibilidade média do P de origem vegetal para os monogástricos é de um terço do total analisado, pois os suínos não possuem enzimas capazes de quebrar a molécula de ácido fítico e liberar os compostos que estão complexados nela. Ainda assim, a absorção de P depende, principalmente da relação Ca:P, da presença de vitamina D no organismo, do pH intestinal, da idade do animal, sexo (Moreira et al., 2010).

Os diferentes níveis do FBC, (Tabela 4), influenciaram a conversão alimentar (CA), P<0,05, apresentando resultados desfavoráveis à medida que houve incremento do FBC.

(33)

33 conversão alimentar, piorou a cada 1% de inclusão de FBC. Segundo Gomes et al. (2008), a inclusão de altos teores de fibra dietética na ração de suínos pode causar descamação do epitélio intestinal, diminuindo o tamanho das vilosidades compostas por células secretoras de enzimas digestivas e absortivas, reduzindo o aproveitamento dos nutrientes da dieta pelo animal.

Verificou-se que o incremento do FBC na dieta de suínos em terminação, influenciou (p<0,05) as variáveis espessura de toucinho, porcentagem da carne magra, receita bruta parcial com índice de bonificação e receita bruta parcial (Tabela 5).

Para as variáveis espessura de toucinho e porcentagem da carne magra, a ração que apresentou resultado superior foi com 7,5% de FBC (26,88 mm e 120,54% respectivamente). Quando comparado o resultado desta ração com a controle (0% FBC), a espessura de toucinho reduziu em 37,9% e a porcentagem da carne magra aumentou 6,60%.

Divergem destes resultados os encontrados por Farias et al. (2008), que não observaram efeitos dos níveis de pseudofruto do caju sobre a espessura de toucinho quando incluíram o FBC na dieta de suínos. No mesmo sentido, Figueiredo et al. (2012) não observaram influência dos níveis de feno da rama da mandioca (0, 10, 15 e 20%) na dieta de suínos em terminação sobre a variável espessura de toucinho. O mesmo ocorreu com Amorim et al. (2011), que também não encontraram influência da polpa cítrica (0, 5, 10 e 15%) sobre as variáveis espessura de toucinho e porcentagem da carne magra.

Em relação à receita bruta parcial com índice de bonificação, a ração com 7,5% de FBC apresentou resultado superior (R$ 503,74) e a ração com 30% FBC apresentou resultado inferior às demais (R$ 448,71), havendo uma diferença entre elas de R$ 55,03 e um incremento de 12,26% para esta variável. Já a variável receita bruta parcial, obteve resultado superior quando foi incluído 15% de FBC (R$ 503,55) e resultado inferior para a ração com 30% de FBC (R$ 437,71), resultando numa diferença de R$ 65,84 entre elas e um incremento de 15,04 % para esta variável.

(34)

34 FBC. Ainda assim, os resultados absolutos das receitas são dependentes de cotações que variam ao longo do ano (Tabela 6), pois são influenciadas pelo câmbio, inflação, disponibilidade em circunstância do abastecimento nacional e internacional.

Observa-se que, apesar da variação do preço do milho e da soja, as receitas obtidas a partir do tratamento com 15% de inclusão do FBC, apresentaram resultados superiores aos demais. As receitas dos tratamentos com 15% FBC mostraram-se melhores, sendo o mês de novembro o de maior lucro (R$ 437,89). As receitas obtidas pelo tratamento com 7,5% de inclusão de FBC mostraram-se inferiores aos demais, apresentando o mês de janeiro o pior resultado (R$ 398,02).

CONCLUSÃO

O farelo do bagaço de caju pode ser incluído na dieta de suínos em terminação até o nível de 30% sem afetar negativamente o desempenho dos animais.

A inclusão de 7,5% de farelo do bagaço do caju na dieta de suínos em terminação pode melhorar a qualidade da carne e incrementar a receita bruta parcial com índice de bonificação.

Considerando somente a receita bruta parcial, orienta-se a inclusão de 15% de FBC na dieta de suínos em terminação.

AGRADECIMENTOS

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35 REFERÊNCIAS

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(38)

38 Tabela 1. Composição das rações experimentais para o ensaio de digestibilidade

Ingredientes Padrão Teste

Milho 74,85 52,40

Farelo de soja 22,15 15,50

Farelo do bagaço de caju 0,00 30,00

Óleo vegetal 0,50 0,35

1Núcleo comercial

2,50 1,75

Composição calculada: 100,00 100,00

Energia digestível (kcal/kg) 3.400 -

Proteína bruta 16,50 -

Lisina digestível 0,69 -

Metionina digestível 0,25 -

Triptofano digestível 0,16 -

Cálcio 0,69 -

Fósforo total 0,31 -

Fósforo disponível 0,14 -

Sódio 0,17 -

Fibra bruta 2,77 -

FDN 11,68 -

FDA 4,28 -

1Níveis de Garantia por kg do produto: cálcio (min) 240 g; cálcio (máx) 245 g; fósforo (min) 25 g; sódio

(39)

39 Tabela 2. Composição das rações experimentais formuladas para o ensaio de desempenho de acordo com os níveis de inclusão do farelo do bagaço do caju (%) Níveis de inclusão do farelo do bagaço do caju (%)

Ingredientes 0 7,5 15 22,5 30

Milho 74,85 68,85 62,86 56,86 50,86

Farelo de soja (45%) 22,15 20,64 19,14 17,64 16,13

1Núcleo comercial

(evimix) 2,50 2,50 2,50 2,50 2,5

Óleo de soja vegetal 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50

Farelo do bagaço de

caju 0,00 7,50 15,0 22,5 30,0

Total 100 100 100 100 100

Composição calculada Energia digestível

(Kcal/kg) 3.401 3.268 3.134 3.000 2.866

Proteína bruta 16,55 16,55 16,55 16,55 16,55

Lisina digestível 0,69 0,66 0,64 0,61 0,58

metionina digestível 0,25 0,25 0,24 0,24 0,23

Triptofano digestível 0,16 0,15 0,14 0,13 0,12

Cálcio 0,69 0,69 0,69 0,69 0,69

Fósforo total 0,31 0,31 0,31 0,31 0,31

Fósforo disponível 0,14 0,14 0,14 0,14 0,14

Sódio 0,17 0,17 0,17 0,16 0,16

Fibra bruta 2,77 3,72 4,69 5,62 6,56

FDN 11,67 15,89 20,11 24,02 28,53

FDA 4,28 7,05 9,81 12,57 15,34

1Níveis de garantia por kg do produto: cálcio (min) 240 g; cálcio (máx) 240 g; fósforo (min) 25 g; sódio (min) 55g;

ferro (min) 3.200 mg; cobre (min) 5.000 mg; Manganês (min) 1.280 mg; zinco (min) 2.400 mg; iodo (min) 25,50 mg; cobalto (min) 12,80 mg; selênio (min) 9,60 mg; vitamina A (min) 180 UI; vitamina D3 (min) 32.000 UI; vitamina E (min) 720 UI; vitamina K3 (min) 36 mg; Vitamina B1 (min) 27 mg; vitamina B2 (min) 108 mg; niacina (min) 638 mg; ácido patotênico (min) 362 mg; vitamina B6 (min) 36 mg; ácido fólico (min) 18 mg; biotina (min) 1,80 mg; vitamina B12 (min) 580 mg; colistina 200 mg; fitase 17 U/g.

Tabela 3. Coeficiente de digestibilidade e valores da energia bruta, energia digestível, matéria mineral, Ca e P do farelo do bagaço de caju.

Variáveis Coeficiente de digestibilidade

Matéria seca (%) 44,26

Proteína bruta (%) 8,20

FDA (%) 13,05

FDN (%) 15,22

Variáveis Valores

Energia bruta (kcal/kg) 4.081

Energia digestível (kcal/kg) 2.470

Matéria mineral (%) 6,61

Cálcio (%) 0,50

Imagem

Gráfico 1. Consumo de milho por segmento (mil toneladas)
Tabela  3.  Coeficiente  de  digestibilidade  e  valores  da  energia  bruta,  energia  digestível,  matéria mineral, Ca e P do farelo do bagaço de caju
Tabela 5. Valores médios do efeito do FBC sobre as variáveis do estudo da viabilidade  econômica
Figura 1. Galpão experimental com 10 animais em cada  gaiola metabólica.
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Referências

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