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BIOLOGIA DE ANOFELINOS AMAZÔNICOS. XV. LEUCINA AMINOPEPTIDASE EM ANOPHELES (NYSSORHYNCHUS) NUÑEZ-TOVARI; ONTOGENIA E VARIAÇÃO GENÉTICA.

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BIOLOGIA DE ANOFELINOS AMAZÔNICOS. XV. LEUCINA AMINOPEPTIDASE EM ANOPHELES (NYSSORHYNCHUS) NUÑEZ-TOVARI; ONTOGENIA E VARIAÇÃO GENÉTICA. (1) .

V e r a Margarete Scarpassa (2 ) Wanderli Pedro Tadei (3)

Eucléia Primo Betioli Contei (*)

R E S U M O

P a d o s s o b r e a leucina aminopeptidase durante o desenvolvimento ontogenético em

Anopheles nuñez-tovarì evidenciaram seis zonae de atividade, eendo a L A P 1 , L A P 2 , L A P 4 e L A P 5 p r e s e n t e s nos e s t á d i o s l a r v a i s , pupae e a d u l t o s e a L A P 3 e L A P 6 c a r a c t e r í s t i c a s d e s s e s d o i s ú l t i m o s e s t á g i o s . D i f e r e n ç a s na intensidade de coloração foram detectadas conforme o e s t á g i o considerado. A L A P 1 e L A P 5 apresentam intensidade fraca em todos os

e s t á g i o s e a L A P 2 e L A P 4 mostram atividade intensa nos estádios l a r v a i s , d i m i n u i n d o n o s d o i s e s t á g i o s s u b s e q ü e n t e s . C o n s i d e r a n d o - s e a s funções das e n z i m a s , f o i admitido q u e a L A P 3 , n o e s t á g i o d e p u p a , p o s s a e s t a r relacionada com a h i s t ó l i s e d o s t e c i d o s l a r v a i s . Dos s e i s loci d e t e c t a d o s , v a r i a ç ã o alélica f o i constatada apenas para o locus LAP5, s e n d o d e t e c t a d o s d o i s a l e l o s d e ação codominante. A s f r e q ü ê n c i a s g e n o t í p i c a s d e p r o g ê n i e s d e f ê m e a s i n s e m i n a d a s naturalmente desviam-se significativamente do equilíbrio d e Hardy-Weinberg.

I N T R O D U Ç Ã O

A leucina aminopeptidase (E.C.3.4.1.1.1) tem sido estudada em diferentes grupos de insetos. No gênero Drosophila, amplos estudos sobre a ontogenia foram realizados por Beckman & Johnson (1964), Johnson & Sakai (1964), Sakai et ai. (1968, 1969) e Loreto & Oliveira (1988), em que diferentes padrões de atividade enzimàtica foram relatados para estágios específicos. Considerando-se outros grupos de insetos, estudos sobre alterações na i-xpressão gènica da leucina aminopeptidase, durante o desenvolvimento, foram realizados em Plodia interpunctella

(Pataryas et ai., 1971), em meliponídeos (Falcão, 1984) e em Spodoptera frugiperda (Lima, 1989).

Em mosquitos, os dados da literatura sobre a leucina aminopeptidase relatam aspectos da ontogenia e da variabi1 idade genética, em Aedes aegypti (Scott & MacClelland, 1975), em

Anopheles gambiae (Miles, 1978), em Anopheles aquasalís (Narang et al., 1979a; Steiner et ai., 1981), em Culex plpiens fotigans (Bhalla & Narang, 1981), e em Anopheles darlingi (Narang et ai., 1979b; Contei et al., 1984).

1 Trabalho subvencionado pelo CNPq/ELETRONORTE/POLONOROESTE.

2 Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, CPCS, Manaus ( A M ) - CEP 69011-970

3 Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, CPCS, Manaus ( A M ) - CEP 6901 l-970/UNESP-SJ. P.P. (SP) 4 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP, Ribeirão Preto, (SP).

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Considerando-se Anopheles nunez-tovari, a leucina aminopeptidase foi estudada em populações do eixo central da Amazônia - Manaus, por Narang et ai. (1979b), e em populações da Venezuela e do Suriname, por Steiner et ai. (1980). Os primeiros autores analisaram a enzima no desenvolvimento, constatando variação na intensidade de coloração das bandas para cada um dos estágios. Steiner et al. (op. cit.) relatam variação de al elos para locus específico da leucina aminopeptidase, com diferentes freqüências, considerando populações da Venezuela, onde a espécie é vetora da malária humana, e populações do Suriname, onde não é vetora.

Nos estudos realizados neste experimento, a leucina aminopeptidase foi analisada em populações de A. nuhez-tovari da Amazônia, de localização geográfica marginal, sendo considerados o desenvolvimento, nos diferentes estágios, e a variação genética.

M A T E R I A L E M É T O D O S

0 material utilizado para estudo foi coletado na Base 4 da hidrelétrica de Tucuruf (Pará), a qual está situada â margem direita do reservatório. No preparo das amostras para a análise eletroforética dos diferentes estágios do desenvolvimento, as larvas de lfi, 2δ e 32 estádios foram homogeneizados em conjuntos (''pool") de 80, 40 e 10 larvas, respectivamente. As preparações passaram a ser de um indivíduo apenas para as larvas de 4Q estádio, pupas e adultos. Para as larvas de 4δ estádio, as análises foram feitas em três fases dentro do estádio: jovem, intermediária e velha. Na fase de pupa também foram analisados indivíduos em três momentos diferentes, dentro do estágio. Foram reconhecidas pupas jovens, que tinham 4 horas apôs a passagem do 40 estádio; pupas intermediárias, com 12 horas, e pupas velhas com 24 horas após a mudança do estágio. No estágio adulto foram analisados machos e fêmeas recém-emergidos. Para a alimentação e a manutenção das larvas até atingirem o estágio adulto foi empregada a técnica usual do laboratório (Scarpassa, 1988), que apresenta modificações em relação à descrita por Rabbani et al. (1976) e Santos (1979).

Para análise eletroforética o material foi coletado nas cubas de manutenção e mantido sob congelamento em um freezer a -70°C (Forma Scientific, Ohio USA). Para as larvas de lfi estádio, dado o pequeno tamanho das mesmas, as amostras não foram congeladas. As amostras foram homogeneizadas em placas escavadas de porcelana, com o auxílio de um fino bastão de vidro. Na homogeneização dos estádios larvais e do estágio de pupa utilizou-se 20 μ λ de 2 - mercaptoetanol a 0,5% (V:V) e para os adultos empregamos 25 μ ). Durante a preparação das amostras, as placas permaneciam sobre o gelo. Após a homogeneização colocamos lenços de papel cortados em quadrados, medindo 1,5 χ 1,5 cm e, sobre esse, o papel de filtro Whatman nfi 3, medindo 5 x 6 mm. Estes últimos eram inseridos verticalmente no gel para aplicação do material.

No preparo dos géis, utilizamos como suporte de fracionamento o gel de amido, na concentração de 12,5%. 0 amido era suspenso em 200 ml do tampão Tris-citrato 0,0193M(Tris - 0.017M, Àcido citrico - 0,0023M), pH 8.0. Nas cubas empregamos o tampão Borato 0.3M pH 8.0 (Smithies, 1955; Lima, 1978; Contei, 1980; Falcão, 1984; Contei et ai., 1984), com modificações.

A migração eletroforética era realizada em um refrigerador à temperatura de aproximadamente 4°C, durante 12 horas, com uma diferença de potencial de 45 V entre os dois extremos do gel.

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6.0, 25 mg de L-leucll B-naftllamida (previamente dissolvidos era 0,5 mi de dimetil sulfôxido) e 50 mg de Fast Garnet Salt. Posteriormente, o gel era mergulhado nesta solução e incubado por aproximadamente uma hora, à 37°C, até a visualização das zonas de atividade que apresentam a coloração vermelha sobre o gel. Apôs a incubação, o gel era fixado em solução de 1:5:5 (V:V) de acido acètico, etanol e água destilada, respectivamente.

R E S U L T A D O S

Os padrões eletroforétlcos das isoenzimas de leucine aminopeptidase, durante o desenvolvimento ontogenético, apresentaram seis zonas de atividade que foram denominadas de LAP1 a LAP6, todas eletronegativas.

Na Figura 1 (A e Β) são apresentados os perfis eletroforétlcos das larvas de io, 20, 3β e 4Q estádios. Para os quatro estádios larvais verifica-se uma repetição dos padrões eletroforétlcos, embora na fase jovem do 40 estádio as isoenzimas apresentam menor intensidade de coloração quando comparadas com as fases intermediárias e velha deste estádio. Nestas duas ultimas, não se observa diferenças de intensidade entre as mesmas. A LAP1 é a zona de migração mais anòdica e a LAP2 e LAP4 apresentaram coloração mais intensa sobre o gel. A LAP5 é de intensidade fraca. A LAP1 foi a zona que apresentou a menor intensidade de coloração, em todos os estágios.

A LAP3 é característica do estágio de pupa (Figura 2A), sendo revelada em posição intermediária de migração entre a LAP2 e LAP4, porém mais próxima desta última. Trata-se de uma zona de coloração pouco intensa e levemente difusa sobre o gel. Esta zona foi também registrada em alguns géis nas três fases de larva de 40 estádio. Ainda, registrou-se em pupas a presença de uma zona de migração mais catodica em relação à LAP5, porém apresentando mobilidade eletroforética muito próxima desta última que foi denominada de LAP6. Igualmente à LAP3, esta zona parece ser característica do estágio de pupa. Perfil eletroforético idêntico ao obtido para o estágio de pupa foi observado nos adultos.

0 quadro de leucine aminopeptidase, nos diferentes estágios do desenvolvimento, é observado na Figura 3. A LAP1 e LAP5 foram visualizadas em todos os estágios e em intensidade fraca. A LAP2 e LAP4 apresentaram comportamento idêntico durante o desenvolvimento, sendo registradas em intensidade ótima até a fase de larva de 4δ estádio velha. A partir do estágio de pupa, a LAP2 e LAP4 passam a ser pouco freqüentes, sendo a primeira em freqüência menor ainda. A LAP3 parece ser característica de pupa e adultos, porém alguns registros foram feitos em larva de 40 estádio, envolvendo as três fases. A LAP6 é constatada em pupas e adultos, sendo registrada em freqüências baixas e em Intensidade fraca. Em nenhum gel dos estádios larvais esta isoenzima foi verificada como ocorreu para a LAP3.

Das seis zonas de atividade isoenzimática que foram reveladas durante o desenvolvimento, apenas a LAP5 não foi monomórfica. Para esta, foi detectada variação sendo constatada a presença de dois alelos que foram denominados LAP5*F e LAP5*S. Provavelmente, tratam-se do produto de dois alelos de ação codominante e os fenótipos foram denominados LAP5 F, LAP5 S

c LAPS FS. Na Figura 2B constam os fenótipos LAP5 F (1), LAP5 S (8 e 9) e LAPS FS (2, 3, 4, 5, 6, 7 e 10), que correspondem aos genótipos LAP5*F/LAP5*F, LAP5*S/LAP5*S e LAP5*F/LAP5*S.

(4)

15 14 13 12 11 10 9 θ  7 6 5 4 3 2 1 

Β

LAP1

LAP 2

LAP 4

LAP5

Í

.

Λ

/' '":Γ:.;.::;Γ:

^

ο . ,, .... .

12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 

Figura 1 ­ Perfis eletroforóticos das isoenzimas de leucina aminopeptidase no estágio de larva de Anopheles nunez-tovari.  E m A, larvas de Γ estádio (1 a 5), 2" estádio (6 a 10) e 3" estádio (11a 15).  E m B, larvas de 4e

(5)

L A P 1

LAP 2

LAP 3

LAP 4

L A P 5 L A P 6

β  7 β 5 4 3 2 1 

Β

—». LAP1

—* LAP2

— » LAP4

— * L A P 5 s

10  9 8 7 5 4 3 2 1 

(6)

Substrat

o

 Ι 

I

η 

L  C U C I N A  A M I N O P E P T I D A S E 

Substrat

o

 Ι 

I

η  I β

%

ι ο  V ­ ο  ζ  σ  «­ •   ω 

Ő 

⊅ι  ι  —Ι 

I t  Γ " ] Γ  S 

I . — ­ J 

r ­ ­Λ

%

ι ο  V ­ ο  ζ  σ  «­ •   ω 

Ő 

⊅ι  ι  —Ι 

2« 

r—ι 

⊅ 

L" J

%

ι ο  V ­ ο  ζ  σ  «­ •   ω 

Ő 

⊅ι  ι  —Ι 

3"  ι > 

Β .

r ­ ­ τ  ι - J

%

ι ο  V ­ ο  ζ  σ  «­ •   ω 

Ő 

⊅ι  ι  —Ι 

··

'—fe—ί

⊅ 

!—~*

ί . —

-1

⊅ 

LTJ

%

ι ο  V ­ ο  ζ  σ  «­ •   ω 

Ő 

⊅ι  ι  —Ι 

··

ι  « L— i ! 

⊅ 

Γ — — ί I I 

L J 

⊅ 

r — ­ n 

1 I  1 J

%

ι ο  V ­ ο  ζ  σ  «­ •   ω 

Ő 

⊅ι  ι  —Ι 

··

I

1

L_­J 

⊅ 

Γ  1 

I I 

⊅ 

%

ι ο  V ­ ο  ζ  σ  «­ •   ω 

Ő 

⊅ι  ι  —Ι  Pup

Γ— Τ

Π 

, / ·

ο

L I ]  [ " ]

%

ι ο  V ­ ο  ζ  σ  «­ •   ω 

Ő 

⊅ι  ι  —Ι  Pup

ιr >  ι  ι I 

1 1  Γ  I  L j  ι 1  i I  !— 1 i 

f

1

L 1

%

ι ο  V ­ ο  ζ  σ  «­ •   ω 

Ő 

⊅ι  ι  —Ι  Pup

! *

ι ι 

r j  r ­ ­ " i  I I  I  ­ I  !—

Λ

I I 

ι  1 

1

J

r ­ — ι 

L . . J 

%

ι ο  V ­ ο  ζ  σ  «­ •   ω 

Ő 

⊅ι  ι  —Ι 

Adulto  Γ " Ι ι  ­ι 

ι 1 

L . ­ J 

I 1 

ι  ι 

I I  ! I 

r —" 1 

L_.J 

Figura 3 ­ Esquema das ins tens idades de coloraçăo das isoenzimas de leucina aminopeptidase de Anopheles nunez-tovari, durante a ontogκnese. 1e

 a 4" = estádios larvais. Fases: J=jovem, I * intermediária, V = velha. Μ Η  =

 intensidade  ótima, I l= intensidade regular e I I = intensidade fraca). 

realizadas nas trκs fases das larvas de 4a estádio, pois em pupas e adultos a LAP5 apresenta­ se menos nνtida em relaçăo aos estádios larvais. Foram analisados um total de 128 indivνduos  procedentes de 63 posturas, sendo estudados dois indivνduos, em média, de cada uma. 0 valor do X2, calculado para as freqüências observadas e esperadas, foi significativo (X2, = 5,964;

Ρ < 0,05), sendo mais freqüente a classe dos homozigotos em relação ao esperado. 0 alelo LAP5*F foi o mais freqüente (0,766).

D I S C U S S Ã O

Os dados da leucina aminopeptidase evidenciaram seis zonas de atividade durante o desenvolvimento ontogenético de A. ηυήβζ-tovart, as quais mostram mudanças na expressão gènica, conforme os estágios considerados. Os padrões foram consistentes nos estádios larvais, pupas e adultos. 0 perfil eletroforétíco não mostrou diferenças entre machos e fêmeas.

(7)

coloraçăo fraca. Nos estágios de pupa e adultos, os perfis eletroforéticos foram semelhantes entre si, diferindo, no entanto, do estágio larvai pela presença de dois loci - LAP3 e LAP6, ambos com intensidade fraca. Os demais loci encontrados nas larvas, também encontram-se nas pupas e adultos, porém sendo visualizados em intensidade fraca. Portanto, o perfil eletroforético possibilitou caracterizar os principais estágios do desenvolvimento.

Tabela 1 - Distribuição das freqüências observadas e esperadas e valores de qui-quadrado do locus LAP5 da leucina

aminopeptidase de Anopheles nunez-tovari. gl = graus de liberdade. * = Ρ < 0,05.

Locm  Ciasse genotipica  Obs  Esp  Freq٧κncia do alelos 

F S 

gt  X2

LAP5*F/LAP5'F  80  75,20  0,766 0.234  5,964* 

LAPS  LAP5T/LAP5­S  36  45,80 

l_AP5#

S/LAP5*S  12  7,00 

TOTAL  128  128,00 

Padrões eletroforéticos específicos para leucina aminopeptidase em diferentes estágios do desenvolvimento foram apresentados por Bhalla & Narang (1981) em Cx. p. fatigans. Nesta subespécie os dados mostram sete zonas de atividade durante o ciclo evolutivo, sendo encontradas 20 bandas nas larvas de 42 estádio, 13 bandas nas pupas, e três nos adultos mais velhos. Contudo, padrões distintos foram observados para os três estágios. Em D. melanogaster, sete bandas de atividade foram visualizadas durante a ontogenia, sendo detectadas mudanças na expressão gènica, e um numero maior de bandas foi revelado no estágio de larva (Loreto & Oliveira, 1988). Resultados semelhantes ao presente estudo foram obtidos por Narang et al. (1979b) analisando esse mesmo sistema em populações de A. nunez-tovari de Manaus (AM). Foram detectados quatro loci nas larvas e denominados de LAP1 a LAP4. Durante os estágios de pupa e adultos, a LAP1 está ausente ou em baixa atividade e a LAP2 é específica da fase larvária. A LAP2-PA ocorre em pupas e adultos e mostra localização mais catòdica em relação à LAP2 das larvas. A LAP3 e a LAP4, da fase larvária, estão presentes nas pupas e adultos embora com intensidade de coloração bem reduzida. Além destas, foi observada uma zona com intensidade fraca e de localização mais catòdica em relação à LAP4. Com base no perfil de migração, foi admitido que sejam loci homólogos a LAP3 (encontrada na população de Tucuruí) e a LAP2-PA (relatada por Narang et al., 1979b).

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A leucine aminopeptidase, conforme tem sido ressaltado na literatura, é uma enzima proteolítica e que provavelmente apresenta uma considerável importância na degradação de proteínas, durante o desenvolvimento. No entanto, os estudos em diferentes organismos possibilitam verificar que, no processo evolutivo, as espécies tomaram caminhos diferentes, sendo detectados (1) grupos em que a enzima está presente em todos os estágios do desenvolvimento, e (2) grupos em que a produção está limitada a estágios específicos (Johnson & Sakai, 1964). Em Drosophila buskii, o mesmo perfil eletroforético foi obtido para os estágios de larvas, pupas e adultos; no entanto, para D. melanogaster, intensa atividade da leucina aminopeptidase foi constatada no estágio de pupa (Johnson & Sakai, op. cit.). Em meliponídeos, Falcão (1984) relata dois grupos de aminopeptidases, sendo um deles de regiões de atividade mais catòdica, com mobilidade eletroforética mais variável, e as bandas com baixa resolução de coloração. 0 outro grupo, inclui regiões mais eletronegativas, uniformes quanto à migração, e que mostram bandas que são coradas intensamente.

Variação para leucina aminopeptidase neste trabalho foi detectada apenas para a LAP5, na fase de larva. Esses resultados mostram que em A. nunez-tovari essa enzima apresenta um nível baixo de variação, em comparação com outros sistemas de enzimas já estudados nesta espécie (Narang et al., 1979b; Steiner et al., 1980). Para populações de Manaus, Narang et al. (1979b) também relatam seis loci, seguindo-se as denominações deste trabalho, e não relatam variação ressalvando-se, contudo, que a amostra analisada por aqueles autores foi muito pequena. Para as populações do Suriname e Venezuela, Steiner et al. (1980) descrevem apenas o locus LAP-F, em adultos que corresponde, provavelmente, à LAP3 deste trabalho, e registram variação em ambas âs populações. Os autores não se reportam aos demais loci. Em A. aquasalis, de quatro loci descritos, variação foi registrada também em apenas um (Narang et al., 1979a). Para A. darlingi, Santos (comunicação pessoal) detecta cinco loci para a espécie e descreve variação para LAP3. Ainda nesta espécie, Contei et al. (1984), reforçando os dados de que a enzima apresenta baixa variação quando comparada à esterase, verificaram que dos três loci encontrados todos foram monomõrficos em populações procedentes de Ariquemes (Rondônia) e da Rodovia PA-422 (Pará).

Para o locus LAP5 foram detectados o produto de dois al elos de ação codominante, cuja estrutura da proteína é tida como monomérica. 0 alelo LAP5*F foi observado na freqüência 0,766 e as freqüências genotípicas das progênias desviam-se significativamente do equilíbrio de Hardy-Weinberg. Foi verificado que os indivíduos homozigotos mostraram freqüências

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A G R A D E C I M E N T O S

Ao Dr. Wlademir Joăo Tadei e ao Professor Jorge Arturo Lobo Segura pela leitura crνtica  do manuscrito e sugestυes. 

S U M M A R Y

P a t a o n t h e leucine aminopeptidase system during ontogenetic growth in Anopheles

nuffez-tovari r e v e a l e d s i x areas o f a c t i v i t y , o f which LAP1, LAP2, LAP4 and LAP5 were present

in the larval, pupal and adult s t a g e s and LAP3 and LAP6 were characteristics o f t h e l a s t t w o

s t a g e s . P i f f e r e n c e s in i n t e n s i t y were d e t e c t e d according to the stage considered. LAW and

LAP5 s h o w a weak intensity in all t h e s t a g e s a n d LAP2 a n d LAP4 s h o w intense activity in t h e l a r v a l s t a g e s , d e c r e a s i n g in t h e pupa and adult. Considering the f u n c t i o n s o f t h e e n z y m e s ,

admitted that LAP3 in t h e p u p a e s t a g e m a y be related to h y s t o l y s i s o f t h e l a r v a l t i s s u e s . O f

t h e s i x loci d e t e c t e d , allelic variation was observed only f o r t h e LAP5 locus, w i t h o f

codomi-nant action. The f r e q u e n c i e s o f g e n o t y p e s among the p r o g e n y o f f e m a l e s inseminated n a t u r a l l y

d e v i a t e s i g n i f i c a n t l y from the H a r d y - W e i n b e r g equilibrium.

R e f e r ê n c i a s b i b l i o g r á f i c a s

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Figura  1  ­ Perfis eletroforóticos das isoenzimas de leucina aminopeptidase no estágio de larva de  Anopheles nunez- nunez-tovari
Figura 2 - Perfis eletroforétlcos das isoenzimas de leucina aminopeptidase dos estágios de larva e pupa de  Anopheles  nunez-tovari
Figura 3 ­ Esquema das ins tens idades de coloraçăo das isoenzimas de leucina aminopeptidase de  Anopheles nunez- nunez-tovari,  durante a ontogκnese. 1 e  a 4&#34; = estádios larvais. Fases: J=jovem, I * intermediária, V = velha
Tabela 1 - Distribuição das freqüências observadas e esperadas e valores de qui-quadrado do locus LAP5 da leucina

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