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Discretude de grupos triangulares ultraparalelos em geometria hiperbólica complexa

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Academic year: 2017

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(1)

Instituto de Ciˆ

encias Exatas

Departamento de Matem´

atica

Tese de Doutorado

Discretude de Grupos Triangulares Ultraparalelos

em Geometria Hiperb´

olica Complexa

ergio Guilherme de Assis Vasconcelos

Orientador: Nikolai Alexandrovitch Goussevskii

(2)

Discretude de Grupos Triangulares Ultraparalelos

em Geometria Hiperb´

olica Complexa

Tese de Doutorado

Tese apresentada ao Programa de P´os-gradua¸c˜ao em Matem´atica do Departamento de Matem´atica da Universidade Federal de Minas Gerais como parte dos requisitos necess´arios para a obten¸c˜ao do grau de Doutor em Matem´atica

Orientador: Nikolai Alexandrovitch Goussevskii

(3)
(4)

Ao Professor Nikolai Goussevskii que com grande generosidade e paciˆencia me ori-entou neste trabalho.

Aos Professores M´ario Jorge Carneiro, Sasha Anan’in, Francisco Dutenhefner e Cl´audio Gorodski pela participa¸c˜ao na banca examinadora.

`

A minha esposa e amiga Flaviana e aos meus amigos Francisco e Seme pelo grande apoio e contribui¸c˜ao neste trabalho.

`

A nossa m˜ae Geralda, pela dedica¸c˜ao desmedida, e aos amigos Luciana, Murilo, Patr´ıcia e Tˆania pelo carinho e apoio.

Aos meus pais, pelo exemplo, e a todos os meus familiares pelo incentivo e torcida.

A todos os professores, colegas e funcion´arios do Departamento de Matem´atica que me conduziram nesta jornada de doze anos na UFMG.

Aos colegas do Departamento de Matem´atica da UFJF pela colabora¸c˜ao no nosso Projeto de Capacita¸c˜ao.

`

(5)

O objetivo deste trabalho ´e investigar a discretude de grupos triangulares ultra-paralelos no grupo P U(2,1) de isometrias holomorfas de H2

C, o espa¸co hiperb´olico

com-plexo de dimens˜ao 2.

Um grupo triangular Γ = Γ(C1, C2, C3) em P U(2,1) ´e o subgrupo gerado pelas invers˜oes nos lados de um triˆangulo hiperb´olico complexo (C1, C2, C3). Quando (C1, C2, C3) ´e um triˆangulo ultraparalelo, isto ´e, seus lados s˜ao dois a dois ultraparalelos, o grupo Γ correspondente ´e chamado de grupo triangular ultraparalelo.

Um triˆangulo ultraparalelo (C1, C2, C3) ´e determinado unicamente, a menos de isometrias, por quatro parˆametros reais (r1, r2, r3, σ). Neste trabalho, sob determinada condi¸c˜ao no espa¸co de parˆametros, encontramos uma posi¸c˜ao canˆonica para um triˆangulo ultraparalelo (C1, C2, C3) em H2

C. Nesta posi¸c˜ao, definimos um determinado poliedro P

e usamos uma vers˜ao do Teorema dos Poliedros de Poincar´e para isometrias de P U(2,1) para garantirmos queP seja um poliedro fundamental para o grupo Γ(C1, C2, C3). Esta-belecemos assim um crit´erio de discretude, ou mais precisamente, uma condi¸c˜ao suficiente para que um grupo triangular ultraparalelo seja discreto.

Posteriormente, concentramos nossos estudos nos grupos triangulares ultraparale-los regulares, aqueles correspondentes a triˆanguultraparale-los ultraparaleultraparale-los (C1, C2, C3) tais que as distˆancias entre os lados s˜ao iguais. Esta fam´ılia de triˆangulos ´e descrita por dois parˆametros (r, σ). Usando o crit´erio de discretude estabelecido anteriormente, mostramos que, para valores suficientemente grandes de r, os grupos triangulares ultraparalelos re-gulares Γ(r, σ) s˜ao sempre discretos. Ao final, usamos uma vers˜ao da desigualdade de Jorgensen para P U(2,1) para obtermos uma regi˜ao do dom´ınio dos parˆametros (r, σ) onde estes grupos s˜ao n˜ao discretos.

Palavras-chave:

(6)

The aim of this work is to investigate the discreteness of ultraparallel triangle groups in the group P U(2,1) of holomorphic isometries of the two-dimensional complex hyperbolic spaceH2

C.

A triangle group Γ = Γ(C1, C2, C3) in P U(2,1) is the subgroup generated by in-versions in the sides of a complex hyperbolic triangle (C1, C2, C3). When (C1, C2, C3) is a ultraparallel triangle (i.e. their sides are pairwise ultraparallel) the corresponding group Γ is called ultraparallel triangle group.

An ultraparallel triangle (C1, C2, C3) is determined uniquely, up to isometry, by four real parameters (r1, r2, r3, σ). In this work, under certain condition in the parameters space, we found a canonical position for an ultraparallel triangle (C1, C2, C3) in H2

C. At

this position, we define a polyhedron P and we use a version of Poincar´e’s Polyhedron Theorem for isometries of P U(2,1) to guarantee that P is a fundamental polyhedron for the group Γ(C1, C2, C3). Thus, we establish a discreteness criterion, or more exactly, a sufficient condition to an ultraparallel triangle group to be discrete.

Later, we concentrate our studies in the regular ultraparallel triangle groups, which correspond to ultraparallel triangles (C1, C2, C3) such that the distances between the sides are equal. This family of triangles is described by two parameters (r, σ). Using the discreteness criterion established before, we show that, forr sufficiently large, the regular ultraparallel triangle groups Γ(r, σ) are always discrete. At last, we use a version of Jorgensen’s inequality for P U(2,1) to obtain a region in the domain of parameters (r, σ) where these groups are not discrete.

Keywords:

(7)

Introdu¸c˜ao 1

1 Preliminares 4

1.1 O espa¸co hiperb´olico complexo . . . 4

1.2 Isometrias de H2 C . . . 6

1.3 Classifica¸c˜ao das isometrias . . . 7

1.4 Subespa¸cos de H2 C . . . 10

1.5 O Espa¸co de Heisenberg . . . 14

1.6 Bissetores e esferas espinais . . . 19

1.7 Teorema dos Poliedros de Poincar´e . . . 21

2 Grupos Triangulares Ultraparalelos 24 2.1 Ternos de retas ultraparalelas . . . 24

2.1.1 Forma normal . . . 24

2.1.2 A condi¸c˜ao de ultraparalelismo . . . 26

2.1.3 Condi¸c˜oes especiais . . . 28

2.2 Grupos triangulares ultraparalelos . . . 30

2.2.1 Trˆes elementos el´ıticos de ordem 2 no plano hiperb´olico . . . 30

2.2.2 Uma posi¸c˜ao canˆonica emH2 C . . . 34

2.2.3 Parametrizando a constru¸c˜ao . . . 37

2.2.4 Construindo um poliedro fundamental . . . 44

(8)

2.2.5 O triˆangulo is´osceles: r1 =r2 . . . 49

2.2.6 Parametriza¸c˜ao da esferaB3 . . . 50

3 Triˆangulos ultraparalelos regulares 53 3.1 Tra¸cos dos elementos ı1ı2ı3 e ı1ı3ı2ı3 . . . 53

3.2 Casos extremais . . . 56

3.3 Parˆametros da forma canˆonica . . . 58

3.4 Uma classifica¸c˜ao dos triˆangulos regulares . . . 60

3.5 Triˆangulos regulares do tipo II . . . 63

3.6 Triˆangulos regulares do tipo III . . . 65

3.7 Triˆangulos regulares do tipo I . . . 67

3.8 Existˆencia de grupos n˜ao discretos . . . 72

(9)

O objetivo deste trabalho ´e investigar a discretude de grupos triangulares ultraparalelos no grupo P U(2,1) de isometrias holomorfas de H2

C, o espa¸co hiperb´olico complexo de

dimens˜ao 2.

Na variedade RiemannianaH2

Cas subvariedades totalmente geod´esicas de dimens˜ao

real 2 s˜ao de dois tipos: as chamadas geod´esicas complexas, projetiviza¸c˜ao de um subespa¸co linear polar a um vetor em C2,1, e os espa¸cos totalmente reais, chamados R-planos. Um

triˆangulo hiperb´olico complexo ´e uma terna (C1, C2, C3) de geod´esicas complexas em H2

C,

chamadas de lados do triˆangulo. Se seus lados s˜ao dois a dois ultraparalelos, isto ´e, n˜ao se intersectam no fecho H2

C, n´os o chamamos triˆangulo ultraparalelo. Um grupo

triangular Γ = Γ(C1, C2, C3) em P U(2,1) ´e o subgrupo gerado pelas invers˜oes nos lados de um triˆangulo hiperb´olico complexo (C1, C2, C3). Quando (C1, C2, C3) for um triˆangulo ultraparalelo o grupo Γ ser´a chamado de grupo triangular ultraparalelo.

O estudo dos grupos triangulares em P U(2,1) teve in´ıcio com Goldman e Parker em [GoPa]. Neste trabalho eles estudaram os grupos triangulares ideais, aqueles em que os lados do triˆangulo s˜ao dois a dois assint´oticos. O espa¸co destes grupos tem dimens˜ao real 1 e pode ser parametrizado, por exemplo, pelo invariante de formaσ definido por Brehm em [Br], com−1≤σ≤1. O estudo destes grupos foi completado por Schwartz em [S01]. Schwartz mostrou que um grupo triangular ideal Γ(σ) ´e discreto se, e somente se,σ 61

64. A estes trabalhos iniciais, seguiu-se outros a cerca de grupos triangulares n˜ao-ideais cujos lados do triˆangulo s˜ao concorrentes em H2

C. Dentre estes destacamos [W], [D], [Af],

[Pa03].

Em [W], usando t´ecnicas do trabalho de Schwartz, Wyss-Gallifent estudou gru-pos triangulares ultraparalelos. Mais especificamente, grugru-pos triangulares ultraparalelos is´osceles, aqueles em que s˜ao iguais as distˆancias de um dos lados do triˆangulo aos ou-tros dois lados. Ele obteve uma regi˜ao do espa¸co de parˆameou-tros em que estes grupos s˜ao discretos.

Um triˆangulo ultraparalelo (C1, C2, C3) ´e determinado unicamente, a menos de isometrias, por quatro parˆametros reais (r1, r2, r3, σ). Os parˆametrosr1, r2, r3 s˜ao definidos pelas distˆancias entre os lados do triˆangulo. Especificamente, rk = cosh(lk

2) onde lk ´e a distˆancia entre os lados Ck1 e Ck+1 (k tomado m´odulo 3). O quarto parˆametro ´e o

(10)

invariante de forma σ aplicado aos trˆes vetores polares aos lados do triˆangulo. Em [Pr], Pratoussevitch mostrou que a varia¸c˜ao deste parˆametro para que uma quadra (r1, r2, r3, σ) corresponda a um triˆangulo ultraparalelo ´e:

−r1r2r3 ≤σ ≤min

r2

1 +r22+r32−1

2 , r1r2r3

.

Este nosso trabalho ´e constituido por trˆes cap´ıtulos. No cap´ıtulo 1 apresentamos as defini¸c˜oes e os resultados b´asicos sobre o espa¸co hiperb´olico complexo H2

C. Na ´ultima

se¸c˜ao enunciamos uma vers˜ao do Teorema dos Poliedros de Poincar´e para subgrupos de P U(2,1), ferramenta principal usada neste trabalho para mostrarmos a discretude destes subgrupos. Como emH2

Cn˜ao existem subvariedades totalmente geod´esicas de codimens˜ao

real 1, os poliedros s˜ao definidos como conjuntos delimitados por bissetores. Um bissetor ´e a hipersuperf´ıcie equidistante de dois pontos emH2

C. Todo bissetor possui uma folhea¸c˜ao

por geod´esicas complexas que s˜ao chamadas as suas fatias.

No cap´ıtulo 2, iniciamos, baseados em [Pr], descrevendo um triˆangulo ultraparalelo em H2

C em termos dos parˆametros (r1, r2, r3, σ). Em seguida, obtemos uma posi¸c˜ao

canˆonica para os lados de um triˆangulo ultraparalelo (C1, C2, C3): dois lados, C1 e C2, fatias de um bissetor B sim´etrico em rela¸c˜ao a um dado R–plano L1, enquanto o outro

lado, C3, ´e ortogonal a este mesmo R–plano. Mostramos que esta posi¸c˜ao canˆonica ´e

poss´ıvel para todo triˆangulo ultraparalelo (C1, C2, C3) com parˆametros (r1, r2, r3, σ) satis-fazendo:

−r1r2r3 σ min

T1, T2,r 2

1 +r22+r32−1

2 , r1r2r3

onde

T1 = (2r 2

1r32−r21+r22)(r3+

p

r2

3−1)2−(2r22r32+r21−r22) 2[(r3+pr2

3−1)2−1]

e

T2 = (2r 2

2r32+r21−r22)(r3+

p

r2

3−1)2−(2r12r32−r12+r22) 2[(r3+pr2

3−1)2−1]

.

Chamamos a inequa¸c˜ao acima de Condi¸c˜ao PC, condi¸c˜ao para a posi¸c˜ao canˆonica. A partir desta posi¸c˜ao canˆonica, definimos um bissetorB2que temC3como fatia e bissetoresB3 eB4 que intersectam o bissetorB ao longo de fatias sim´etricas em rela¸c˜ao `aL1 e cuja distˆancia entre elas ´e o dobro da distˆancia de C1 aC2. Quando B2 n˜ao intersectaB ∪ B3∪ B4 estes bissetores delimitam um poliedro para o qual vale o Teorema de Poincar´e. Mostramos, ent˜ao, o teorema:

Teorema 2.6. Seja (C1, C2, C3) um triˆangulo ultraparalelo com parˆametros (r1, r2, r3, σ) para o qual vale a Condi¸c˜ao PC. Se B2 n˜ao intersecta B ∪ B3 ∪ B4 ent˜ao o poliedro P em H2

C limitado pelos bissetores B,B2,B3 e B4 ´e um poliedro fundamental para o grupo

triangular Γ = Γ(C1, C2, C3) e este grupo ´e discreto.

(11)

fam´ılia de triˆangulos ´e ent˜ao descrita por dois parˆametros (r, σ) variando no dom´ınio:

−r3 σ 3r 21

2 , r >1.

Para estes triˆangulos a Condi¸c˜ao PC ´e sempre v´alida. Usamos ent˜ao a constru¸c˜ao do cap´ıtulo 2 em uma sequˆencia de resultados e chegamos ao seguinte teorema:

Teorema 3.9. Seja (C1, C2, C3) um triˆangulo ultraparalelo regular com parˆametros (r, σ) no dom´ınio r >1 e r3 σ 3r2−1

2 . Ent˜ao, para valores suficientemente grandes de r, o grupo triangular Γ = Γ(C1, C2, C3) ´e sempre discreto.

Ao final, usamos uma vers˜ao da desigualdade de Jorgensen paraP U(2,1) enunciada em [JKPa] para obtermos uma regi˜ao do dom´ınio dos parˆametros (r, σ) onde estes grupos s˜ao n˜ao discretos. Mostramos:

Teorema 3.11. Se(C1, C2, C3)´e um triˆangulo ultraparalelo regular com parˆametros(r, σ) tal que r > 1 e 4r(2r

3+r21)r21

8 ≤ σ ≤

3r21

(12)

Preliminares

Neste cap´ıtulo, vamos apresentar os conceitos e resultados b´asicos sobre o espa¸co hiperb´olico complexo e o seu grupo de isometrias. As principais referˆencias para o mate-rial aqui apresentado s˜ao [Go] e [Pa01]. Outras referˆencias s˜ao [CGr], [D] e [E]. Ao final, enunciamos o Teorema dos Poliedros de Poincar´e em geometria hiperb´olica complexa, a principal ferramenta que usamos neste trabalho para estabelecer a discretude de subgrupos de isometrias.

1.1

O espa¸co hiperb´

olico complexo

SejaC2,1 o espa¸co vetorial complexoC3 munido da forma Hermitiana,·i indefinida, n˜ao

degenerada, de assinatura (2,1), definida por:

hZ, Wi=z1w1¯ +z2w2¯ −z3w3¯

onde Z =

 

z1 z2 z3

e W =  

w1 w2 w3

 .

Para qualquerZ C2,1, vemos quehZ, Zi ∈R. Ent˜ao podemos definir os conjuntos

de vetores negativos, nulose positivos, a saber:

V ={Z C2,1 | hZ, Zi<0},

V0 ={Z C2,1\ {0} | hZ, Zi= 0},

V+ ={Z ∈C2,1 | hZ, Zi>0}.

ComohλZ, λZi=|λ|2hZ, Zient˜ao, para todoλC\{0},λZ´e negativo (nulo ou positivo) se, e somente se,Z o ´e. Assim, faz sentido falarmos em retas negativas, nulas ou positivas.

(13)

Consideremos o espa¸co projetivo complexo CP2 com a proje¸c˜ao natural P:C2,1\{0} 7−→CP2.

O espa¸co hiperb´olico complexo de dimens˜ao 2, denotadoH2

C, em seumodelo

proje-tivo, ´e o conjunto de retas negativas em C2,1, isto ´e, HC2 =P(V). A fronteira deHC2 ´e o

conjunto de retas nulas, ∂H2

C =P(V0).

Agora, consideremos a bola aberta unit´aria emC2:

B=

z1 z2

∈C2 | |z1|2+|z2|2 <1

. Como: Z =   z1 z2 z3 

∈V ⇐⇒ hZ, Zi=|z1|2+|z2|2− |z3|2 <0,

vemos que Z ∈V somente se z3 6= 0. Podemos ent˜ao normalizar o vetor Z para termos z3 = 1, de forma que:

Z =   z1 z2 1 

∈V ⇐⇒ |z1|2+|z2|2 −1<0 ⇐⇒

z1 z2

∈B.

Assim, H2

C pode ser identificado com B que ´e ent˜ao chamada o modelo da bola do

espa¸co hiperb´olico complexo. Neste modelo, a fronteira∂H2

C´e identificada com a fronteira

deB, a esfera:

S3 =

z1 z2

∈C2 | |z1|2+|z2|2 = 1

.

O vetor ˜z =

  z1 z2 1 

∈C2,1´e chamado delevantamento padr˜aodo elementoz =

z1 z2

∈B.

A m´etrica deH2

C, chamadam´etrica de Bergman, ´e dada pela distˆancia ρentre dois

pontosz, w H2

C, definida pela f´ormula:

cosh2

ρ(z, w) 2

= hZ, Wi hW, Zi hZ, Zi hW, Wi

(14)

1.2

Isometrias de

H

C2

Seja GL(C2,1) o grupo de matrizes 3× 3, invers´ıveis, com entradas complexas, agindo

em C2,1. O grupo de transforma¸c˜oes unit´arias U(2,1) ´e o subgrupo que age em C2,1

preservando a forma Hermitiana h·,·i, isto ´e:

U(2,1) =

AGL(C2,1)| hAZ, AWi=hZ, Wi, Z, W C2,1 .

´

E claro queU(2,1) age em C2,1 preservando os conjuntos V,V0 eV+.

SejaI a matriz identidade de GL(C2,1) e considere o subgrupo:

U(1) =

eiθI |0θ < 2π U(2,1).

Cada elemento deU(1) age emC2,1aplicando cada reta pela origem nela pr´opria e portanto

age como a identidade em H2

C. Assim, dois elementos A, B ∈ U(2,1) que diferem pela

multiplica¸c˜ao de um elemento de U(1), isto ´e, A = eiθB, definem a mesma a¸c˜ao em H2

C.

Ent˜ao, definimos o grupo unit´ario projetivoP U(2,1) agindo em H2

C por:

P U(2,1) = U(2,1) U(1) .

Algumas vezes ser´a ´util restringirmos os representantes dos elementos de P U(2,1) ao subgrupo de matrizes com determinante 1:

SU(2,1) ={AU(2,1)|det(A) = 1}.

Neste caso, teremos um recobrimento triplo de P U(2,1) dado por:

P U(2,1) = SU(2,1) {I, ωI, ω2I}

onde ω= −1+i2√3 ´e uma ra´ız c´ubica da unidade.

Como a m´etrica de Bergman ´e dada em termos da forma Hermitiana ,·i, ´e claro que cada A ∈ U(2,1) age isometricamente no modelo projetivo de H2

C. Logo, P U(2,1) ´e

um subgrupo do grupo de isometrias deH2

C.

Existem isometrias de H2

C fora de P U(2,1). Por exemplo, ´e f´acil ver da f´ormula

para a distˆanciaρ que a conjuga¸c˜ao complexa:

J : C2,1 −→ C2,1

Z 7−→

age isometricamente emH2

C.

O teorema seguinte estabelece queP U(2,1) ´e o grupo de isometrias holomorfas de H2

C e que o grupo completo de isometrias de HC2 ´e gerado por P U(2,1) e pela conjuga¸c˜ao

(15)

Teorema 1.1. Toda isometria de H2

C ´e holomorfa ou anti-holomorfa. Cada isometria

holomorfa de H2

C ´e dada por um elemento de P U(2,1) e cada isometria anti-holomorfa ´e

dada por um elemento de P U(2,1) composta com a conjuga¸c˜ao complexa J.

O teorema seguinte estabelece que P U(2,1) age transitivamente no espa¸co hiper-b´olico complexo e duplamente transitivamente na sua fronteira.

Teorema 1.2. (i) Para quaisquer pontos z, w H2

C existe um elemento g ∈P U(2,1) tal

queg(z) = w.

(ii) Para quaisquer pares de pontos p1, q1 e p2, q2 em ∂HC2 existe elemento g ∈ P U(2,1)

tal que g(p1) =p2 e g(q1) = q2.

1.3

Classifica¸c˜

ao das isometrias

Pelo teorema do ponto fixo de Brower, todo automorfismo de H2

C possui pelo menos um

ponto fixo em H2

C = HC2 ∪∂HC2, o fecho do espa¸co hiperb´olico complexo. Classificamos

os elementos de P U(2,1), as isometrias holomorfas de H2

C, em trˆes categorias b´asicas, de

acordo com o n´umero e a localiza¸c˜ao dos ponto fixos.

Defini¸c˜ao 1.1. Dizemos que um elementog ∈P U(2,1) ´e:

loxodrˆomico se g possui exatamente dois pontos fixos e estes ficam em∂H2

C;

parab´olico seg possui exatamente um ponto fixo e este fica em ∂H2

C;

el´ıtico seg possui pelo menos um ponto fixo em H2

C.

Dadog P U(2,1), seja ˜g uma matriz representante de g em U(2,1). Diremos que ˜

g ´e loxodrˆomica, parab´olica ou el´ıtica se g o ´e. ´E f´acil ver que autovetores de ˜g em V, V0 eV+, correspondem a pontos fixos deg em HC2,∂HC2 eP(V+), respectivamente. O teorema seguinte, onde o representante ˜g ´e tomado em SU(2,1), mostra que a classifica¸c˜ao acima ´e uma tricotomia que abrange todas as possibilidades para g.

Teorema 1.3. Seja SU(2,1). Sejam λ1, λ2, λ3 os autovalores de ˜g, de modo que λ1λ2λ3 = 1. Sejam U, V, W autovetores correspondentes a λ1, λ2, λ3, respectivamente. Ent˜ao, a menos de renomea¸c˜ao dos autovalores, uma das seguintes possibilidades acontece:

1. λ1 = reiθ, λ2 = 1 re

e λ3 = e−2iθ, onde r >1. Os autovetores U e V s˜ao nulos e o autovetor W ´e positivo. Logo, g ´e loxodrˆomico.

2. λ1 = eiθ1

, λ2 = eiθ2

e λ3 = e−i(θ1+θ2)

(16)

3. λ1 =λ2 =eiθ e λ3 =e−2iθ, onde θ 6= 0.

(a) O autovetor W ´e negativo e o autoespa¸co do autovalor repetido eiθ ´e bidimen-sional gerado por vetores positivos; g ´e el´ıtico.

(b) O autovetor W ´e positivo e o autoespa¸co do autovalor repetido eiθ ´e bidimen-sional e indefinido, isto ´e, possui vetores positivos, negativos e nulos;g ´e el´ıtico. (c) O autovetor W ´e positivo e o autoespa¸co do autovalor repetido eiθ ´e

unidimen-sional gerado por um vetor nulo; g ´e parab´olico.

4. λ1 =λ2 =λ3 =eiθ.

(a) O autoespa¸co deeiθ ´e unidimensional gerado por um vetor nulo; g ´e parab´olico. (b) O autoespa¸co de eiθ ´e tridimensional; ˜g ´e m´ultiplo da identidade.

No caso loxodrˆomico (1), os autovetores nulos U e V de ˜g correspondem a pontos fixos deg em ∂H2

C, sendo um repulsor e o outro atrator. O subespa¸co linear gerado por U

eV e polar ao autovetorW ´e invariante por ˜g. Quando o autovalor unit´ario e−2iθ ´e uma ra´ız c´ubica da unidade (θ = 0 ouθ =±π3),g ´e dito hiperb´olico.

Nos casos (3.c) e (4.a) g ´e parab´olico. O autoespa¸co correspondente ao autovalor eiθ´e unidimensional e ´e gerado por um autovetor nulo que corresponde ao ´unico ponto fixo deg em ∂H2

C. No caso (3.c) o autovetor W correspondente ao autovalor e−2iθ ´e positivo.

O subespa¸co linear polar aW ´e invariante porg, que age como transla¸c˜ao neste subespa¸co e gira H2

C em torno dele. Neste caso g ´e ditoparab´olico el´ıtico. No caso (4.a) o elemento

g possui um levantamento no qual todos os autovalores s˜ao iguais a 1; g ´e dito parab´olico puro.

Finalmente, g ´e el´ıtico nos casos (2), (3.a) e (3.b). No caso (3.b) a matriz ˜g tem um autovalor repetido cujo autoespa¸co ´e bidimensional e indefinido. Este autoespa¸co corresponde a um subespa¸co linear L em que g age como a identidade. Os pontos onde L intersecta V0 correspondem a pontos fixos de g em ∂H2

C. Neste caso, g ´e dito el´ıtico

especial. Como g fixa L e gira H2

C em torno dele, g ´e uma reflex˜ao complexa em L. Nos

casos (2) e (3.a) a matriz ˜gtem um ´unico autoespa¸co unidimensional gerado pelo autovetor negativo U que corresponde ao ´unico ponto fixo ude g. No caso (3.a) a matriz ˜g tem um autovalor repetido com autoespa¸co gerado por dois autovetores positivos. Neste caso g gira HC2 em torno de u e portanto ´e uma reflex˜ao complexa emu. No caso (2) a matriz ˜g

tem trˆes autovalores distintos e o elemento g ´e dito el´ıtico regular.

Dados elementosf, g ∈P U(2,1) ´e f´acil ver que se F ´e o conjunto de pontos fixos deg ent˜ao f(F) ´e o conjunto de pontos fixos do elemento conjugado f gf−1. Da´ı decorre que todos elementos numa mesma classe de conjuga¸c˜ao de P U(2,1) s˜ao do mesmo tipo. Em [Go, pg 204] Goldman definiu uma fun¸c˜ao discriminantef :C−→Rdada por:

(17)

que permite determinar o tipo da classe de conjuga¸c˜ao de um elemento de SU(2,1) em termos do seu tra¸co. DenotandoC3 ={1, ω, ω2}o conjunto das ra´ızes c´ubicas da unidade, consideremos o conjunto 3C3 = {3,3ω,3ω2}. Tamb´em, consideremos no plano complexo o conjunto de raios R3 =RωRω2R onde R ´e o raio real (3,)C.

Teorema 1.4. A aplica¸c˜ao τ : SU(2,1) −→ C que associa a cada matriz o seu tra¸co ´e

sobrejetiva. Se A1, A2 ∈SU(2,1) satisfazem τ(A1) =τ(A2)∈C−f−1(0), ent˜ao elas s˜ao conjugadas. Se ASU(2,1) ent˜ao:

1. A ´e hiperb´olico se, e somente se, τ(A)∈R3.

2. A ´e loxodrˆomico n˜ao hiperb´olico se, e somente se, f(τ(A))>0 e τ(A)/R3.

3. A ´e el´ıtico regular se, e somente se, f(τ(A))<0.

4. A ´e uma reflex˜ao complexa (em torno de um ponto ou de uma linha complexa) se, e somente se, A ´e el´ıtico e τ(A)f−1(0)3C3.

5. A ´e parab´olico el´ıtico se, e somente se, A n˜ao ´e el´ıtico e τ(A)∈f−1(0)3C3.

6. A ´e parab´olico puro se, e somente se, τ(A)3C3.

–4 –2 0 2 4

–3 –2 –1 1 2 3 4

Figura 1.1: Triˆangulo de Goldman

(18)

conjuga¸c˜ao de elementos el´ıticos regulares. Pontos no exterior correspondem a classes de conjuga¸c˜ao de elementos loxodrˆomicos, sendo hiperb´olicos se estiverem sobre os raios R, ωR ou ω2R. Elementos parab´olicos puros tˆem o tra¸co em um dos v´ertices do delt´oide e elementos parab´olicos el´ıticos ou reflex˜oes complexas tˆem o tra¸co em um dos lados do delt´oide.

1.4

Subespa¸cos de

H

C2

O espa¸co hiperb´olico complexoH2

C´e uma variedade Riemanniana completa com curvatura

seccional n˜ao positiva. Isto implica que dados dois pontos distintos emH2

Cexiste uma ´unica

geod´esica que os conecta. Esta propriedade pode ser extendida para a fronteira. Portanto, dadosp, q ∈H2

C existe uma ´unica geod´esicaσ =σ(p, q) tal que p, q ∈σ.

No modelo da bola B, seja O =

0 0

a origem. As geod´esicas que passam por O

s˜ao os diˆametros Euclideanos. Por exemplo, a geod´esica que passa pelos pontosO e

1 0

´e o segmento:

s=

t 0

∈C2 |tR,1t1

⊂B.

Os extremos desta geod´esica s˜ao os pontos

−1 0

e

1 0

∈∂B. Sendo isometrias deHC2,

os elementos de P U(2,1) aplicam geod´esicas em geod´esicas. Al´em disto, como P U(2,1) age duplamente transitivamente em∂H2

C, dados dois pontosp, q ∈∂HC2 a geod´esicaσ(p, q)

´eP U(2,1)–equivalente a s, isto ´e, existe g ∈P U(2,1) tal queg(s) = σ(p, q).

Consideremos um subespa¸co linear ˜L de dimens˜ao complexa 2 em C2,1 e seja

L = P( ˜L) sua projetiviza¸c˜ao em CP2. Suponhamos que ˜L intersecta V de modo que

L∩H2

C6=∅. Temos o fato seguinte.

Teorema 1.5. LH2

C ´e um subespa¸co totalmente geod´esico de HC2 isom´etrico ao plano

hiperb´olico real ∆ ={z ∈C| |z|<1}.

Defini¸c˜ao 1.2. O subespa¸co Σ =LH2

C´e chamado uma geod´esica complexa de HC2.

A fronteira de Σ em H2

C, que ´e a projetiviza¸c˜ao da interse¸c˜ao de ˜L com V0, ´e uma curva em∂H2

C, denotada ∂Σ, homeomorfa `a circunferˆencia.

Defini¸c˜ao 1.3. ∂Σ ´e chamada uma cadeiaem ∂H2

C.

O complementar ortogonal de ˜L ´e uma reta positiva, isto ´e, existe vetor P ∈ V+ tal que:

˜

(19)

Reciprocamente, cada vetor positivoP V+determina um subespa¸co linear bidimensional ˜

L= P⊥ que ´e indefinido, isto ´e, tal que ˜LV

− 6= ∅. Este subespa¸co corresponde a uma

´

unica geod´esica complexa Σ =P( ˜L)HC2.

Defini¸c˜ao 1.4. Cada vetor P ∈L˜⊥\ {0}´e chamado um vetor polar`a geod´esica complexa

Σ.

Dois vetores linearmente independentes em V0 ∪V define um ´unico subespa¸co linear bidimensional indefinido em C2,1. Isto equivale a dizer que dois pontos distintos

em H2

C definem uma ´unica geod´esica complexa Σ cujo fecho Σ = Σ∪∂Σ os cont´em. Em

particular, dois pontos distintos em ∂HC2 definem uma ´unica geod´esica complexa Σ cuja

cadeia correspondente∂Σ os cont´em.

Por exemplo, consideremos os pontos p, q ∈ ∂H2

C representados em C2,1,

respecti-vamente, por: ˜ p=   −1 0 1 

 e q˜=   1 0 1  .

O subespa¸co gerado por ˜p e ˜q ´e:

˜

L(p, q) =

    

−α+β 0 α+β

∈C2,1 |α, β ∈C   

que, intersectando comV e normalizando para z3 = 1, d´a origem `a geod´esica complexa:

Z1 = Σ(p, q) = ∆× {0}=

z1 0

∈C2 | |z1|<1

⊂B.

A restri¸c˜ao da m´etrica de Bergman `aZ1 ´e a m´etrica de Poincar´e de curvatura constante −1. Um vetor polar aZ1 ´e:

P =   0 1 0  .

Claramente, elementos de P U(2,1) aplicam geod´esicas complexas em geod´esicas complexas. Al´em disto, como P U(2,1) age duplamente transitivamente em ∂H2

C, ent˜ao

P U(2,1) age transitivamente no conjunto de geod´esicas complexas deH2

C. Em particular,

dada qualquer geod´esica complexa ΣH2

C existe g ∈P U(2,1) tal queg(Z1) = Σ, isto ´e,

Σ ´e uma c´opia isom´etrica deZ1 em H2

C.

Como dissemos acima, dois pontos distintos em H2

C determinam uma ´unica

geod´esica complexa. Isto implica que os fechos de duas geod´esicas complexas distintas ou s˜ao disjuntos ou se intersectam em um ´unico ponto emH2

C. Este fato nos permite dar a

seguinte classifica¸c˜ao para pares de geod´esicas complexas emH2

C, de acordo com a posi¸c˜ao

(20)

Defini¸c˜ao 1.5. Duas geod´esicas complexas distintas Σ1,Σ2 H2

C s˜ao ditas:

concorrentes se Σ1 e Σ2 se intersectam em um ´unico ponto que est´a em HC2;

assint´oticas se Σ1 e Σ2 se intersectam em um ´unico ponto que est´a em ∂HC2;

ultraparalelas se Σ1 e Σ2 s˜ao disjuntos.

Defini¸c˜ao 1.6. Sejam Σ1 e Σ2 duas geod´esicas complexas em H2

C concorrentes em um

ponto z H2

C. O ˆangulo ∠(Σ1,Σ2) entre Σ1 e Σ2 ´e definido como o menor ˆangulo Rie-manniano entre duas quaisquer geod´esicas γ1 Σ1 e γ2 Σ2 que passam por z.

Segue direto da defini¸c˜ao que 0 ≤ ∠(Σ1,Σ2) π

2 sendo que ∠(Σ1,Σ2) = 0 se, e somente se, Σ1 = Σ2. Se ∠(Σ1,Σ2) = π

2 dizemos que Σ1 e Σ2 s˜ao ortogonais.

Dadas duas god´esicas complexas ultraparalelas Σ1 e Σ2, existe uma ´unica geod´esica complexa Σ12 ortogonal comum a Σ1 e Σ2.

Defini¸c˜ao 1.7. A distˆanciaρ(Σ1,Σ2) entre duas god´esicas complexas ultraparalelas Σ1 e Σ2 ⊂H2

C ´e a distˆancia, na m´etrica de Bergman, entre os pontos onde Σ1 e Σ2 encontram

a ortogonal comum Σ12, isto ´e, ρ(Σ1,Σ2) = ρ(Σ1∩Σ12,Σ2∩Σ12).

Dados dois vetores em C2,1 podemos definir um produto semelhante ao produto

vetorial do espa¸co EuclideanoR3.

Defini¸c˜ao 1.8. Oproduto vetorial Hermitiano:C2,1×C2,1 −→C2,1 ´e definido por:

Z⊠W =

 

z1 z2 z3

 ⊠

 

w1 w2 w3

 =

 

z3w2−z2w3 z1w3z3w1 z1w2−z2w1

 .

´

E f´acil ver que:

hZ, Z ⊠Wi=hW, ZWi= 0,

ou seja, o produto vetorial Hermitiano de dois vetores ´e ortogonal aos vetores originais. Assim, dados dois pontos z, w H2

C, um vetor polar `a geod´esica complexa Σ(z, w) ´e o

vetorZ ⊠W ondeZ, W s˜ao quaisquer levantamentos dez e w, respectivamente.

Em [Go, pg 100] foi apresentada uma maneira de se determinar a posi¸c˜ao relativa, o ˆangulo e a distˆancia entre duas geod´esicas complexas, em fun¸c˜ao de vetores polares a elas.

Teorema 1.6. Sejam Σ1 e Σ2 duas geod´esicas complexas em H2

C com respectivos vetores

polares P1 e P2, normalizados de modo que hP1, P1i=hP2, P2i= 1. Temos que:

(21)

2. se | hP1, P2i |= 1 ent˜ao Σ1 e Σ2 s˜ao assint´oticas; neste caso P1⊠P2 ´e um vetor nulo que representa o ponto Σ1 ∩Σ2 ∈∂H2

C;

3. se | hP1, P2i | > 1 ent˜ao Σ1 e Σ2 s˜ao ultraparalelas e | hP1, P2i | = coshρ(Σ1,Σ2) 2 ; neste caso P1⊠P2 ´e um vetor positivo que ´e polar `a geod´esica complexaΣ12 ortogonal comum `a Σ1 e Σ2.

Dados uma geod´esica complexa Σ e um pontoz ∈ H2

C existe uma ´unica geod´esica

complexa, digamos Σz, ortogonal `a Σ passando por z. Isto permite definir a proje¸c˜ao ortogonaldeH2

C sobre Σ por:

ΠΣ : HC2 −→ Σ

z 7−→ ΣzΣ.

SeP ´e um vetor polar de Σ, a express˜ao de ΠΣ no levantamento C2,1 ´e:

ΠΣ(Z) =Z− h Z, Pi hP, PiP.

Vamos definir agora a invers˜ao ıΣ : H2

C −→ HC2 em torno da geod´esica complexa

Σ. Dadoz ∈H2

C tomemos a sua proje¸c˜ao ortogonal ΠΣ(z). DefinimosıΣ(z) como o ponto

sim´etrico a z em rela¸c˜ao a Σ, isto ´e, o ´unico ponto z′ na geod´esica σ(z,ΠΣ(z)) diferente dez e tal queρ(ΠΣ(z), z) =ρ(ΠΣ(z), z′). Se P ´e um vetor polar de Σ, a express˜ao de ΠΣ

no levantamento C2,1 ´e:

ıΣ(Z) =Z+ 2hZ, Pi

hP, PiP. (1.2)

A invers˜ao ıΣ ´e uma isometria holomorfa de H2

C, isto ´e, ıΣ ∈ P U(2,1). Ela ´e um

elemento el´ıtico especial e ´e o ´unico elemento de P U(2,1) de ordem 2 cujo conjunto de pontos fixos ´e a geod´esica complexa Σ.

Sejam Σ1 e Σ2 duas geod´esicas complexas com invers˜oes ı1 e ı2, respectivamente. Temos as seguintes possibilidades para a composi¸c˜aoh=ı1◦ı2:

1. Σ1 e Σ2 s˜ao concorrentes e, neste caso, h ´e el´ıtica tendo como ponto fixo o ponto Σ1Σ2 H2

C.

2. Σ1 e Σ2 s˜ao assint´oticas e, neste caso, h´e parab´olica tendo como ponto fixo o ponto Σ1Σ2 ∂H2

C.

3. Σ1 e Σ2 s˜ao ultraparalelas e, neste caso, h ´e hiperb´olica tendo como pontos fixos os extremos da geod´esica que passa pelos pontos de interse¸c˜ao de Σ1 e Σ2 com a ortogonal comum a elas.

(22)

Teorema 1.7. Sejam Σ1 e Σ2 duas geod´esicas complexas com invers˜oes ı1 e ı2, respecti-vamente. S˜ao equivalentes as afirma¸c˜oes:

i) Σ1 e Σ2 s˜ao ortogonais; ii) ı1(Σ2) = Σ2;

iii) ı2(Σ1) = Σ1; iv) ı1ı2 =ı2ı1.

O outro tipo de subespa¸co totalmente geod´esico de H2

C s˜ao os R–planos.

Conside-remos no modelo da bola Bo subespa¸co totalmente real definido por:

HR2 =

x1 x2

∈C2 |x1, x2 R, x2

1+x22 <1

⊂B

que chamaremos de R–plano canˆonico. A restri¸c˜ao da m´etrica de Bergman `a HR2 ´e a

m´etrica de Klein-Beltrami de curvatura constante 14. Defini¸c˜ao 1.9. Um R–plano R em H2

C ´e um subespa¸co P U(2,1)–equivalente a HR2, isto

´e, tal que existe g P U(2,1) com g(H2

R) = R. A fronteira ∂R ⊂ ∂HC2 do R–plano R ´e

chamada de R–c´ırculo.

A conjuga¸c˜ao complexa J ´e uma isometria anti-holomorfa de ordem 2 de H2

C que

tem como conjunto de pontos fixos o R–plano canˆonico HR2. Chamamos J a invers˜ao

em H2

R. Dado um R–plano R qualquer, seja g ∈ P U(2,1) tal que g(HR2) = R. Ent˜ao,

definimos ainvers˜ao em R como a aplica¸c˜aoıR=g◦J◦g−1.

1.5

O Espa¸co de Heisenberg

Consideremos os conjuntos H = C×R e a sua compactifica¸c˜ao H = C×R∪ {∞}. A

fronteira ∂H2

C do espa¸co hiperb´olico complexo pode ser identificada com H atrav´es da

transforma¸c˜ao de Cayley ψ, que ´e a bije¸c˜ao dada por:

ψ : ∂H2

C ←→ H

 

z1 z2 1

 ←→ (ζ, v) =

z1

z2+ 1, Im( z2−1 z2+ 1)

∈ H

 

0 −1

1

 ←→ ∞

(1.3)

(23)

O subconjuntoV={(ζ, v)∈ H |ζ = 0} ser´a chamadoeixo verticaldeH e o plano C× {0} ={(ζ, v)∈ H | v = 0} o plano horizontal deH. A proje¸c˜ao ΠV(ζ, v) = (ζ,0) ´e a

proje¸c˜ao verticaldeH sobreC× {0}.

Vamos agora destacar o subgrupo de P U(2,1) que fixa o ponto no infinito de H, as chamadas similaridades de Heisenberg.

Fixado um ponto (ζ0, v0)∈ H a transla¸c˜ao de Heisenberg por (ζ0, v0) ´e a aplica¸c˜ao T(ζ0,v0)∈P U(2,1) representada pela matriz unit´aria:

T(ζ0,v0)=

 

1 ζ0 ζ0

−ζ0¯ 1 1 2(|ζ0|

2iv0) 1 2(|ζ0|

2iv0) ¯

ζ0 12(|ζ0|2iv0) 1 + 1

2(|ζ0|2−iv0)

 .

Esta aplica¸c˜ao ´e um elemento parab´olico puro de P U(2,1) que fixa o ponto . Sua a¸c˜ao em H ´e dada por:

T(ζ0,v0)(ζ, v) = (ζ+ζ0, v+v0+ 2Im(¯ζζ0)).

A transla¸c˜ao de Heisenberg T(ζ0,v0) aplica a reta vertical por (ζ,0) na reta vertical por

(ζ+ζ0,0) e aplica o plano horizontal pela origem{(ζ,0)∈ H} no plano por (ζ0, v0) dado por (ζ +ζ0, v0+ 2Im(¯ζζ0)). Este plano ´e chamado plano de contato em (ζ0, v0). Quando ζ0 = 0, T(0,v0) ´e a transla¸c˜ao vertical (ζ, v)7−→(ζ, v+v0).

Adilata¸c˜ao de Heisenbergde fator k >0 ´e a aplica¸c˜aoDk∈P U(2,1) representada pela matriz unit´aria:

Dk=

    

1 0 0

0 1 +k 2

2k

1k2 2k 0 1−k

2

2k

1 +k2 2k

    

.

Parak 6= 1 esta aplica¸c˜ao ´e um elemento hiperb´olico deP U(2,1) que fixa os pontos (0,0) e em H. Sua a¸c˜ao em H´e dada por:

Dk(ζ, v) = (kζ, k2v).

A dilata¸c˜ao de Heisenberg Dk deixa invariante o eixo vertical V e o plano horizontal

C× {0}.

A rota¸c˜ao de Heisenberg de ˆangulo θ ∈ [0,2π) em torno do eixo vertical V ´e a

aplica¸c˜ao Rθ ∈P U(2,1) representada pela matriz unit´aria:

Rθ =

 

eiθ 0 0 0 1 0 0 0 1

 .

Para θ 6= 0 esta aplica¸c˜ao ´e um elemento el´ıtico especial de P U(2,1). Sua a¸c˜ao em H ´e dada por:

(24)

A rota¸c˜ao de Heisenberg Rθ fixa ponto a ponto o eixo vertical V e deixa invariante cada

plano horizontal C× {v}.

O grupo de similaridades de Heisenberg ´e gerado por transla¸c˜oes, dilata¸c˜oes e rota¸c˜oes de Heisenberg. Um elemento neste grupo ´e chamado uma dilata¸c˜ao complexa se ´e o produto de uma dilata¸c˜aoDk e uma rota¸c˜ao Rθ. Sua express˜ao em H ´e:

(ζ, v)7−→(λζ,|λ|2v) onde λ =ke. O n´umero complexo λ ´e chamadofator de dilata¸c˜ao deste elemento.

Todo elemento loxodrˆomico ´e conjugado a uma ´unica dilata¸c˜ao complexa com ponto fixo atrator em e repulsor em (0,0), isto ´e, uma dilata¸c˜ao complexa com |λ| > 1. Este fator de dilata¸c˜aoλ ´e tamb´em chamado fator de dilata¸c˜ao do elemento loxodrˆomico correspondente.

Na se¸c˜ao anterior, definimos uma cadeia em∂H2

Ccomo a fronteira de uma geod´esica

complexa. Vamos agora descrever os objetos que representam cadeias no espa¸co de Heisen-bergH.

Cadeias passando por s˜ao retas verticais definidas por: {(ζ, v)∈ H |ζ =ζ0}. Estas cadeias s˜ao chamadas cadeias verticais. As cadeias que n˜ao passam por ∞ s˜ao chamadascadeias finitas. Uma cadeia finita corresponde a uma elipse emH cuja proje¸c˜ao vertical ´e uma circunferˆencia em C× {0}. Duas cadeias finitas que se projetam sobre a

mesma circunferˆencia emC× {0} diferem por uma transla¸c˜ao vertical.

O exemplo canˆonico de cadeia vertical em H ´e o eixo vertical V. Esta cadeia ´e a

fronteira da geod´esica complexa:

Z2 ={0} ×∆ =

0 z2

∈C2 | |z2|<1

⊂B

que tem vetor polar

 

1 0 0

 .

A cadeia vertical ζ = ζ0 ´e a imagem de V pela transla¸c˜ao de Heisenberg T(ζ0,0).

Logo, ´e fronteira da geod´esica complexaT(ζ0,0)(Z2) que tem vetor polar

 

1 −ζ¯0

¯ ζ0

 .

Defini¸c˜ao 1.10. Ocentro de uma cadeia finitac∈ H´e o centro da elipse que a representa em H e o raio de c´e o raio da circunferˆencia ΠV(c) em C× {0}, sobre a qual esta elipse

se projeta.

O exemplo canˆonico de cadeia finita emH ´e a circunferˆencia unit´aria centrada na origem no planoC× {0}. Esta cadeia ´e a fronteira da geod´esica complexa:

Z1 = ∆× {0}=

z1 0

∈C2 | |z1|<1

(25)

que tem vetor polar   0 1 0  .

A cadeia finita com centro (ζ0, v0) ∈ H e raio R0 > 0 ´e a imagem de ∂Z1 pela dilata¸c˜ao de Heisenberg DR0 seguida pela transla¸c˜ao de Heisenberg T(ζ0,v0). Logo, ela ´e

fronteira da geod´esica complexaT(ζ0,0)◦DR0(Z1) que tem vetor polar:

       ζ0 R0 1 +R2

0− |ζ0|2+iv0 2R0

1 +R2

0+|ζ0|2 −iv0 2R0        . (1.4)

Reciprocamente, o centro (ζ0, v0) e o raio R0 de uma cadeia finita que tem vetor

polarP =

  z1 z2 z3 

 podem ser encontrados por:

ζ0 = z1 z2+z3

, v0 =Im

2z2 z2+z3

e (1.5)

R0 =

"

Re

2z2 z2+z3

−1 +

z1 z2+z3

2#12

.

Como vimos na se¸c˜ao (1.4), por dois pontos distintos em ∂H2

C passa uma ´unica

cadeia, e da´ı, duas cadeias distintas s˜ao disjuntas ou se intersectam em um ´unico ponto. Duas cadeias disjuntas em H podem ser entrela¸cadas ou n˜ao-entrela¸cadas. Existe uma rela¸c˜ao direta entre a posi¸c˜ao de duas cadeias em H e a posi¸c˜ao relativa das geod´esicas complexas correspondentes emH2

C.

Teorema 1.8. Sejam Σ1 e Σ2 duas geod´esicas complexas distintas em H2

C e sejam ∂Σ1 e

∂Σ2 as cadeias correspondentes. Temos que:

1. Σ1 e Σ2 s˜ao concorrentes se, e somente se, ∂Σ1 e ∂Σ2 s˜ao disjuntas e entrela¸cadas;

2. Σ1 e Σ2 s˜ao assint´oticas se, e somente se, ∂Σ1 e ∂Σ2 se intersectam em um ponto;

3. Σ1 e Σ2 s˜ao ultraparalelas se, e somente se, ∂Σ1 e ∂Σ2 s˜ao disjuntas e n˜ao-entrela¸cadas.

Definimos R–c´ırculos em ∂HC2 como a fronteira de R–planos em HC2. Assim como

as cadeias, umR–c´ırculo emH ´e chamadoinfinito se passa pelo ponto efinito no caso

(26)

OR–c´ırculo correspondente ao R–plano canˆonico:

HR2 =

x1 x2

∈B|x1, x2 R

´e o eixo real{(x,0)∈ H | xR}. Qualquer outroR–c´ırculo infinito passando pela origem

´e obtido a partir deste aplicando uma rota¸c˜ao de Heisenberg Rθ em torno de V, ou seja,

´e uma reta pela origem no planoC× {0}. OsR–c´ırculos infinitos passando por um ponto

(ζ0, v0)∈ H s˜ao obtidos a partir destes aplicando a transla¸c˜ao de HeisenbergT(ζ0,v0).

UmR–c´ırculo finito em H ´e uma curva fechada cuja proje¸c˜ao vertical ´e uma

lem-niscata no planoC× {0}.

EmH definimos a norma de Heisenberg:

|(ζ, v)|0 =||ζ|2iv|1

2 =p4 |ζ|4+v2

que d´a origem `a chamadam´etrica de Cygan:

ρ0((ζ1, v1),(ζ2, v2)) =|(ζ1ζ2, v1v2+ 2Im(ζ1ζ2))¯ |0. (1.6)

Uma esfera de Heisenberg de centro z0 = (ζ0, v0) ∈ H e raio R > 0 ´e a esfera na m´etrica de Cygan:

E(z0, R) ={z = (ζ, v)∈ H | ρ0(z, z0) =R}

Por exemplo, a esfera de HeisenbergE1 de centro z0 = (0,0) e raio 1 ´e dada pela equa¸c˜ao:

ρ0((0,0),(ζ, v)) = p4

|ζ|4+v2 = 1 ⇐⇒ |ζ|4+v2 = 1.

Esta esfera de Heisenberg ´e o ov´oide mostrado na figura (1.2a). O seu equador ´e a cadeia de centro (0,0) e raio 1.

–1 –0.5 0.5 1

–1

0.5 1 –1

1

(a) Esfera unit´ariaE1

–10 –5 5 10

1 2 3

4 1

2 3 4

(b) Outra esfera

Figura 1.2: Exemplos de esferas de Heisenberg

A esfera de HeisenbergE(z0, R) ´e a imagem deE1 pela dilata¸c˜ao de HeisenbergDR seguida pela transla¸c˜ao de HeisenbergT(ζ0,v0). O seu equador ´e a cadeia de mesmo centro

(27)

1.6

Bissetores e esferas espinais

Em H2

C n˜ao existem hipersuperf´ıcies reais (isto ´e, subvariedades de codimens˜ao real 1)

totalmente geod´esicas. As hipersuperf´ıcies que mais se aproximam disto s˜ao as hiper-superf´ıcies equidistantes de dois pontos, os chamados bissetores. Os bissetores n˜ao s˜ao totalmente geod´esicos mas possuem duas decomposi¸c˜oes naturais em subvariedades total-mente geod´esicas.

Defini¸c˜ao 1.11. Sejam z1, z2 ∈ H2

C dois pontos distintos. O bissetor de z1 e z2 ´e a

hipersuperf´ıcie equidistante dez1 e z2 definida por:

B=B(z1, z2) =

zHC2 |ρ(z, z1) = ρ(z, z2) .

A geod´esica complexa Σ = Σ(z1, z2) determinada porz1 ez2 ´e chamadaespinha complexa de B. Em Σ, o conjunto de pontos equidistantes de z1 e z2 ´e a geod´esica σ que passa pelo ponto m´edio de z1 e z2 e ´e ortogonal `a geod´esica que passa por estes pontos. Esta geod´esicaσ ´e chamada espinha real deB. Resumindo:

σ ={zΣ|ρ(z, z1) =ρ(z, z2)}=B ∩Σ.

Quaisquer dois pontos em Σ sim´etricos com rela¸c˜ao `aσ definem o mesmo bissetor B. Por´em, σ determina unicamente o bissetor B, isto ´e, B ´e o ´unico bissetor que tem σ como espinha real. Assim, existe uma correspondˆencia biun´ıvoca entre geod´esicas e bissetores emH2

C.

Todo bissetor possui uma decomposi¸c˜ao em geod´esicas complexas, chamada de decomposi¸c˜ao em fatias de Mostow.

Teorema 1.9. Seja B um bissetor com espinha complexa Σ e espinha real σ. Seja ΠΣ : H2

C−→Σ a proje¸c˜ao ortogonal sobre Σ. Ent˜ao:

B= Π−Σ1(σ) =s∈σΠ−Σ1(s).

Defini¸c˜ao 1.12. Para cada s∈σ, Π−Σ1(s) ´e a geod´esica complexa ortogonal `a Σ em s e ´e chamada umafatia deB.

Um bissetor ´e uma hipersuperf´ıcie real em H2

C difeomorfa a R3 e sua fronteira ´e

uma hipersuperf´ıcie real em ∂H2

C difeomorfa `a esfera S2.

Defini¸c˜ao 1.13. A fronteira ∂B de um bissetorB em ∂H2

C ´e chamada aesfera espinal de

B. A esfera espinal ∂B ´e a uni˜ao das cadeias que s˜ao fronteiras das fatias de B. Estas cadeias s˜ao tamb´em chamadasfatiasde ∂B.

Defini¸c˜ao 1.14. Seja B um bissetor com espinha real σ. Os extremos v1 e v2 de σ em ∂H2

(28)

Como dois pontos v1, v2 ∂H2

C determinam uma ´unica geod´esica em HC2, eles

tamb´em determinam um ´unico bissetor. DenotamosB(v1, v2) o bissetor de v´ertices v1, v2. Assim, existe uma rela¸c˜ao biun´ıvoca entre bissetores em H2

C e pares de pontos em ∂HC2.

Como P U(2,1) age duplamente transitivamente em ∂H2

C ent˜ao P U(2,1) age

transitiva-mente no conjunto de bissetores deH2

C.

Todo bissetor possui tamb´em uma decomposi¸c˜ao emR–planos, chamada de

decom-posi¸c˜ao em meridianos de Goldman.

Teorema 1.10. Se B ´e um bissetor com espinha real σ ent˜ao B ´e a uni˜ao dos R–planos

que contˆem σ.

Defini¸c˜ao 1.15. Cada R–plano contendo a espinha real σ do bissetor B ´e chamado um

meridiano de B. A esfera espinal ∂B ´e a uni˜ao dos R–c´ırculos que s˜ao as fronteiras dos

meridianos de B. Estes R–c´ırculos s˜ao tamb´em chamados meridianosde B.

O teorema seguinte caracteriza as fatias e os meridianos de um dado bissetor.

Teorema 1.11. Sejam dados um bissetorB(v1, v2)de v´erticesv1, v2 ∈∂HC2, uma geod´esica

complexa C com invers˜ao ıC e um R–plano R com invers˜ao ıR. Ent˜ao:

1. C ´e uma fatia de B(v1, v2) se, e somente se, ıC permuta os v´ertices v1, v2, isto ´e, ıC(v1) = v2 e ıC(v2) = v1.

2. R ´e um meridiano de B(v1, v2) se, e somente se, ıR fixa os v´ertices v1, v2, isto ´e, ıR(v1) =v1 e ıR(v2) =v2.

Dados duas geod´esicas complexas ultraparalelas C1 e C2 em H2

C existe um ´unico

bissetor que temC1 eC2como fatias. Este bissetor tem como espinha complexa a geod´esica complexaC12 ortogonal comum aC1 eC2 e como espinha real a geod´esica que passa pelos pontosC12C1 eC12C2.

Sejam p0 ep∂H2

C pontos com representantes:

˜ p0 =

 

0 −1

1

 e p˜ =  

0 1 1

 ,

que correspondem aos pontos (0,0) e em H. O bissetor B(p0, p) tem como espinha complexa a geod´esica complexaZ2 ={0} ×∆ cuja cadeia correspondente ´e a reta vertical

V, e como espinha real a geod´esica:

0 t

∈C2 |tR,1< t <1

.

A esfera espinal de B ´e o plano horizontal C× {0} e as suas fatias s˜ao as cadeias neste

(29)

Um bissetor que tem como v´ertices o pontoe outro ponto (ζ0, v0)∈ Hqualquer, ´e obtido a partir do anterior atrav´es da transla¸c˜ao de HeisenbergT(ζ0,v0). Sua esfera espinal

´e um plano por (ζ0, v0), o plano de contato neste ponto.

Sejam p e p+∂H2

C pontos com representantes:

˜ p =

 

0 −i

1

 e p+˜ =  

0 i 1

 ,

que correspondem aos pontos (0,−1) e (0,1) em H. O bissetor B(p, p+) tem como espinha complexa a geod´esica complexa Z2 = {0} ×∆ cuja cadeia ´e a reta vertical V, e

como espinha real a geod´esica:

0 ti

∈C2 |tR,1< t <1

.

A esfera espinal deB ´e a esfera de Heisenberg unit´aria de centro (0,0):

E1 =

(ζ, z)∈ H | |ζ|4+v2 = 1 .

Um bissetor cujos v´ertices est˜ao em uma mesma cadeia vertical, ou seja, v1 = (ζ0, v1) ev2 = (ζ0, v2), ´e ditovertical. A esfera espinal deste bissetor ´e a esfera de Heisenberg

de centro (ζ0, v0 = v1+v2

2 ) e raio R0 =

r

|v1−v2|

2 . Ela ´e obtida da esfera de Heisenberg unit´ariaE1 atrav´es da dilata¸c˜ao de Heisenberg DR0 seguida da transla¸c˜ao de Heisenberg

T(ζ0,v0).

1.7

Teorema dos Poliedros de Poincar´

e

Nesta se¸c˜ao vamos enunciar o Teorema dos Poliedros de Poincar´e para subgrupos de P U(2,1). A vers˜ao aqui enunciada se encontra em [Pa02]. Outras referˆencias s˜ao [D], [GuPa] e [AnGrGu].

Umsemi-espa¸coemH2

C´e uma componente conexa do complementar de um bissetor

em H2

C. Um subconjunto P ⊂ HC2 ´e um poliedro se for a interse¸c˜ao de uma quantidade

finita ou enumer´avel de semi-espa¸cos em H2

C. A fronteira deP possui uma decomposi¸c˜ao

em c´elulas dada pelas interse¸c˜oes dos bissetores que definemP. As c´elulas de codimens˜ao um s˜ao chamadasladosdeP, e as c´elulas de codimens˜ao dois s˜ao chamadas arestasdeP. Cada aresta est´a contida na interse¸c˜ao de exatamente dois lados deP.

Defini¸c˜ao 1.16. Seja Γ um subgrupo discreto de P U(2,1). Um poliedro P ´e um poliedro fundamental para Γ em H2

C se satisfizer as seguintes condi¸c˜oes:

(30)

2. Para todo z H2

C, existe g ∈Γ tal queg(z)∈P.

3. Os lados deP s˜ao, dois a dois, identificados por elementos de Γ; isto ´e, para cada lado s existem um lado s′ e um elemento g

s ∈Γ com gs(s) =s′. Esta identifica¸c˜ao deve satisfazer: gs′ = gs−1 e (s′)′ = s. Cada elemento gs ´e chamado uma transforma¸c˜ao identificadora de lado.

4. P ´e localmente finito, isto ´e, qualquer subconjunto compacto de H2

C intersecta

so-mente uma quantidade finita de imagens de P por elementos de Γ.

Seja dado um poliedro P em H2

C cujos lados est˜ao identificados por elementos de

P U(2,1). O Teorema dos Poliedros de Poincar´e estabelece condi¸c˜oes que garantem que o subgrupo Γ gerado por estes elementos identificadores de lados deP seja discreto e que P seja um poliedro fundamental para Γ.

Come¸camos enunciando condi¸c˜oes sobre os lados e suas identifica¸c˜oes. Seja {s} o conjunto de lados de P e {gs}s P U(2,1) o conjunto de transforma¸c˜oes identificadoras de lados. As condi¸c˜oes de identifica¸c˜ao de ladoss˜ao:

(L.1) Para cada lados existe um lado s′ tal que gs(s) =s.

(L.2) gs′ = gs−1; em particular, se s = s′ ent˜aog2s = 1. Neste caso, gs ´e chamada rela¸c˜ao

de reflex˜ao.

(L.3) gs(P)P =.

(L.4) gs(P)∩P =s′.

(L.5) P possui uma quantidade finita de lados e cada lado possui uma quantidade finita de arestas.

(L.6) Existe um n´umero δ > 0 tal que cada par de lados disjuntos est˜ao separados por uma distˆancia maior ou igual a δ.

Em seguida, enunciamos condi¸c˜oes sobre as arestas de P. Seja e1 uma aresta na fronteira de um lados1 de P. Ent˜ao,e2 =gs1(e1) ´e uma aresta na fronteira de s′1. Como

cada aresta est´a contida em exatamente dois lados de P, seja s2 o lado distinto de s′

1 contendo e2. Ent˜ao e3 =gs2(e2) = gs2 ◦gs1(e1) ´e uma aresta na fronteira de s′2; seja s3 o

lado distinto de s′2 contendo e3. Continuando desta maneira, obtemos uma sequˆencia de arestas{e1, e2,· · ·}, uma sequˆencia de lados{s1, s2,· · ·}e uma sequˆencia de transforma¸c˜oes identificadoras de lados{gs1, gs2,· · ·}. ComoP tem finitos lados e arestas, estas sequˆencias

devem ser peri´odicas. Seja k o menor inteiro tal que as trˆes sequˆencias tem per´ıodo k. Temos ent˜ao que gsk ◦ · · · ◦gs2 ◦gs1(e1) =e1. A transforma¸c˜ao h =gsk ◦ · · · ◦gs2 ◦gs1 ´e

(31)

Dada uma transforma¸c˜ao de ciclo h =gsk ◦ · · · ◦gs2 ◦gs1 e um inteiro positivo m,

definamos a seguinte sequˆencia demk transforma¸c˜oes h0, h1,· · · , hmk1 de Γ:

h0 = 1, h1 =gs1, h2 =gs2 ◦gs1, · · · hk−1 =gsk−1 ◦ · · · ◦gs2 ◦gs1,

hk=h, hk+1 =gs1 ◦h, · · · h2k−1 =gsk−1 ◦ · · · ◦gs2 ◦gs1 ◦h,

... ... ...

hmkk=hm−1, hmk−k+1 =gs1 ◦h

m−1, · · · hmk

−1 =gsk−1 ◦ · · · ◦gs2 ◦gs1 ◦h

m−1.

SejaFm

h a seguinte fam´ılia de poliedros:

Fhm =

P , h−11(P),· · · , h−mk11(P) .

Ent˜ao, ascondi¸c˜oes de arestas s˜ao:

(A.1) Cada aresta ´e uma subvariedade deH2

C homeomorfa a um disco aberto.

(A.2) Para cada arestaecom transforma¸c˜ao de ciclohexiste um inteiroltal que a restri¸c˜ao de hl ae ´e a identidade.

(A.3) Existe tamb´em um inteiro m tal que hlm ´e a identidade em H2

C. Os poliedros da

fam´ılia Flm

h cobrem, sem auto-interse¸c˜ao, uma vizinhan¸ca da aresta e.

As rela¸c˜oeshlm = 1 dadas pela condi¸c˜ao (A.2) s˜ao chamadas rela¸c˜oes de ciclo.

(32)

Grupos Triangulares Ultraparalelos

Um triˆangulo hiperb´olico complexo ´e um terno (C1, C2, C3) de geod´esicas complexas em H2

C. As geod´esicas complexas Ck, k = 1,2,3, s˜ao os ladosdo triˆangulo. Se os lados de um

triˆangulo hiperb´olico complexo (C1, C2, C3) s˜ao dois a dois ultraparalelos n´os o chamamos triˆangulo ultraparalelo.

Umgrupo triangular´e um subgrupo do grupoP U(2,1) de isometrias holomorfas de H2

C, gerado por invers˜oes nos lados de um triˆangulo hiperb´olico complexo. Assim, sendoık

a invers˜ao no ladoCkde um triˆangulo hiperb´olico complexo (C1, C2, C3), o grupo triangular correspondente ´e o subgrupo Γ = Γ(C1, C2, C3) = hı1, ı2, ı3i. Quando o triˆangulo for um triˆangulo ultraparalelo, o grupo triangular correspondente ser´a chamadogrupo triangular ultraparalelo.

Ao aplicarmos uma isometriag deH2

C nos lados do triˆangulo hiperb´olico complexo

(C1, C2, C3), obtemos um novo triˆangulo cujas invers˜oes nos seus lados s˜ao os elementos conjugados gıkg−1, k = 1,2,3. O grupo triangular correspondente ao novo triˆangulo ´e o grupo conjugado gΓg−1, que ´e isomorfo a Γ. Por isto, consideramos equivalentes os triˆangulos hiperb´olicos complexos que diferem por uma isometria deH2

C.

2.1

Ternos de retas ultraparalelas

Nesta se¸c˜ao vamos descrever ternos (C1, C2, C3) de geod´esicas complexas emH2

Cem fun¸c˜ao

de quatro parˆametros reais. O material desta se¸c˜ao aparece em [Pr].

2.1.1

Forma normal

Vamos encontrar uma forma normal para os vetores polares de trˆes geod´esicas complexas ultraparalelas em H2

C. Sejam C1, C2, C3 trˆes geod´esicas complexas ultraparalelas emHC2

(33)

com vetores polares c1, c2 e c3, respectivamente, normalizados de modo que hck, cki = 1, k= 1,2,3.

No modelo da bola B, a menos de uma isometria de HC2, podemos supor que a

ortogonal comum aC1 eC2 ´e a geod´esica complexa:

Z1 = ∆× {0}=

z1 0

∈C2;|z1|<1

.

Um vetor em C2,1 polar a Z1 ´e P1 =

  0 1 0 

. Em Z1, a menos de uma transla¸c˜ao e uma

rota¸c˜ao em torno da origem, podemos supor que os pontos de interse¸c˜ao comC1 eC2 s˜ao, respectivamente, a origem deB e um ponto no segmento de geod´esica:

t 0

∈B;tR,0< t <1

.

Desta forma, usando o teorema (1.6), obtemos que os vetores polares aC1 eC2 podem ser escritos na forma:

c1 =

  1 0 0 

 e c2 =   x 0 y 

 onde x, y >0 e x2−y2 = 1.

Agora, escrevamosc3 =

  u v z 

, com |u|2+|v|2−|z|2 = 1. Consideremos o elemento

g P U(2,1) representado por:

˜ g =

 

eiθ 0 0 0 eiφ 0 0 0 eiθ

 onde θ, φ∈[0,2π].

Claramente,g fixa os vetores polaresc1 ec2 como elementos de CP2 e, aplicado ac3, fica:

˜ g(c3) =

 

eiθu eiφv eiθz

 .

Podemos escolher θ e φ tais que eiθu e ev s˜ao reais n˜ao negativos. Assim, encontramos a forma normal:

c1 =   1 0 0 

, c2 =   x 0 y 

, c3 =   u v z 

, (2.1)

com z C, x, y, u > 0 e v 0. Notemos que u 6= 0 pois, caso contr´ario, C1 e C3 seriam

(34)

2.1.2

A condi¸c˜

ao de ultraparalelismo

Vamos, agora, escrever a forma normal (2.1) em fun¸c˜ao de parˆametros intr´ınsecos ao terno (C1, C2, C3), isto ´e, parˆametros invariantes por isometrias deH2

C. Usaremos os parˆametros

dados pelas distˆancias entre estas geod´esicas complexas e mais um invariante (angular ou de forma) que definiremos adiante.

Seja lk > 0 a distˆancia entre as geod´esicas complexas Ck1 e Ck+1 (onde o ´ındice k ´e tomado m´odulo 3). Estando os vetores polares normalizados, sabemos do ´ıtem (3) do teorema (1.6) que coshlk

2 =| hck−1, ck+1i |. Por isto ´e mais conveniente trabalharmos com o cosseno hiperb´olico da distˆancia. Denotemos ent˜ao:

rk= cosh( lk

2) = | hck−1, ck+1i | e sk= senh ( lk

2).

Das propriedades das fun¸c˜oes hiperb´olicas, segue ques2

k =r2k−1, rk>1 e sk >0.

Consideremos o produto triplo Hermitiano do terno de vetores polares (c1, c2, c3) definido por:

hc1, c2, c3i=hc1, c2i hc2, c3i hc3, c1i. Este produto ´e invariante por elementos do grupoP U(2,1).

Defini¸c˜ao 2.1. Sejam C1, C2, C3 trˆes geod´esicas complexas ultraparalelas em H2

C com

vetores polares c1, c2 e c3, respectivamente, normalizados de modo que hck, cki = 1, k= 1,2,3. O invariante de forma (ou invariante de Brehm) do triˆangulo (C1, C2, C3) ´e definido por:

σ =σ(c1, c2, c3) = Rehc1, c2, c3i. Oinvariante angular do triˆangulo (C1, C2, C3) ´e definido por:

α=α(c1, c2, c3) =arghc1, c2, c3i.

Escrevendo hc1, c2, c3i =| hc1, c2, c3i |eiarghc1,c2,c3i

=r1r2r3eiα encontramos a rela¸c˜ao entre os invariantesσ e α:

σ=Re(r1r2r3eiα) ⇒ σ =r1r2r3cosα. (2.2)

Os ternos com invariante angular α e 2πα s˜ao conjugadas por uma isometria anti-holomorfa de H2

C. Ent˜ao, podemos considerar α ∈ [0, π]. Notemos que, enquanto

0≤α ≤π o invariante de forma σ varia no intervalo −r1r2r3 ≤σ ≤r1r2r3.

Voltando `a forma normal (2.1) da se¸c˜ao anterior, os produtos Hermitianos entre os vetores polares s˜ao:

(35)

Logo:

r3 =| hc1, c2i | ⇒ x=r3, r2 =| hc3, c1i | ⇒ u=r2, r1 =| hc2, c3i | ⇒ |xu−y¯z|=r1. Al´em disto:

hc2, c2i= 1 ⇒ x2−y2 = 1 ⇒ y2 =r32−1 ⇒ y =s3,

hc3, c3i= 1 ⇒ u2+v2− |z|2 = 1 v =q|z|2(r2

2−1) ⇒ v =

q

|z|2s2 2.

Ent˜ao, devemos ter |z|2 s2

2 ≥0 ou, equivalentemente,|z| ≥s2. At´e aqui, a forma normal ´e:

c1 =

 

1 0 0

, c2 =  

r3 0 s3

 e c3 =  

r2

p

|z|2 s2 2 z

 (2.3)

com |z| ≥s2.

Falta escrevermosz em termos dos nossos parˆametros. Calculando o produto triplo Hermitiano, obtemos:

hc1, c2, c3i=r2r3(r2r3s3z)¯ α=arghc1, c2, c3i=arg(r2r3s3z).¯

Como|r2r3−s3z¯|=| hc2, c3i |=r1 ent˜ao:

r2r3 s3z¯=r1eiα z = r2r3−r1e− iα

s3 .

A condi¸c˜ao |z| ≥s2 implica:

|r2r3 −r1e−iα| ≥s2s3

⇐⇒ (r2r3r1cosα)2+ (r1senα)2 (r221)(r321) ⇐⇒ −2r1r2r3cosα+r21 ≥ −r22r32+ 1

⇐⇒ cosα r 2

1 +r22+r32−1 2r1r2r3 .

Em termos do invariante de forma, usando a rela¸c˜ao σ = r1r2r3cosα, esta condi¸c˜ao ´e equivalente a:

r21+r22+r321.

Imagem

Figura 1.1: Triˆangulo de Goldman
Figura 1.2: Exemplos de esferas de Heisenberg
Figura 2.2: Identifica¸c˜ao de lados: 1 o caso.
Figura 2.3: Identifica¸c˜ao de lados: 2 o e 3 o casos.
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Referências

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