\.
UNwERSIDADE Og
SÃO
PAULO
INSTITUTO
DE
CPOCTNNCIAS
FAIXA
pnNcó-ALTo
nRÍamA:
TERRENoS
rECToNo-EsrRAncnÁrlcos
soB
REGTMES
METAMónrtcos
p
DEFORMACIONAIS
CONTRA STANTE
SSheila
Maria
Bretas
Bittar
'Orientadô¡: Prof. Dr. Mario da Costa Campos Neto
TESE
DE DOUTORAMENTO
Programa de Pós-Graduação em Geoqufmica e Geotecônica
UNIVERSIDADE
DE
SAO PAI,JLO
INSTITUTI
DE
GEICIÊ,Nqns
FAIXA PIANGO-ALTO
BRlclDA:
TERRENOS
TECTONO-ESTR^AflGRÁFICOS SOB REGIMES METAMÓRFICOS
E
DEFORMAC
IONAIS CONTRASTANTES
SHEILA
MARIA BRETAS BITTAR
Orientador: Prof.
Dr. Mario
da Costa Campos
Neto
TESE DE
DOUTORAMENTO
coMtssno
¡ul-cADoRA
'T¿70
0
Presidente:
prof.
Dr.Examinadores:
prof.
Dr.Prof.
Dr.prof.
Dr.profs DÉ
Nome
Mario da Costa Campos Neto
Antenor Zanardo
Benjamim Bley de Brito Neves
Carlos José Archanjo
lgnez de Pinho Guimarães
Assinatura
SÃO
PAULO.
1999".--'.'-.ir.Xir',,:i
\frïí;ii:
UNIVERSIDADE
DE SAO PAULO
INSTITUTO
DE
GEOCIÊNCIAS
DEDALUS-Acervo-lGC
I
ilil
iltil ililt ilil ililt ililt ililt iltil ]]t ]ilt iltil ilr ilt30900004627
FAIXA PIANCÓ-ALTO
BRíGIDA: TERRENOS
TECTONO-ESTRATIGRAFICOS SOB
REGIMES
METAMÓRFICOS
E
D
EFORMAC
IC I.IAI
S
CO
NTRASTANTES
Sheila
Maria
Bretas Bittar
Orientador:
Prof. Dr.
Mario da Costa Campos NetoT¿17ac
TESE DE
DOUTORAMENTO
Programa
de
Pós-Graduaçãoem
Geoquímicae
GeotecônicaSÂO
PAULO
PARA
FAIXA PIANCÓ-ALTO BRíGIDA:
TERRENOSTECTONO-ESTRANGRÁFICOS SOB
REGIMES
METAMÓRFICOS
EDEFORMACIONAIS CONTRASTANTES
SUMÁRIO
r.
rNrRoDUçÃO
1.1 Localizaçåo, Acessos e Aspectos Fisicos
1.2 Objetivos
1.3 Métodos
1.4 Trabalhos Anter¡ores
II. COMPARTIMENTAçÃO ESTRATIGRÁFACA
ll.1 Complexo Serra Talhada
ll.2
Xistos Sertåniall.3 Complexo Riacho Gravatá
11.3.1 Amêndoa Serra da Pinheira
11.3.2 Amêndoa Macacos-Piaus 11.3.3 Amêndoa Mocambo
ll.4 Complexo Cachoeirinha
11.4,1 Sequência Santana dos Garrotes 11.4.2 Sequência Piancó
ll.5 Sequência Serra do Olho D'Ägua
I 1.5.
I
Litofácies Conglomerático11.5.2 Litofácies Arenoso e Pelftico-Arenoso
III. SU|TES PLUTÔNßAS
lll.1 Suítes Plutônicas Brasilianas lll.1.1 Granitos tipo Conce¡çáo lll.1.2 Granitos tipo ltâporanga
I ll.'l .3 Granitos tipo Catingueira/Triunfo
lll.1.4 Gabro tipo Taperoá
lll.1.5 Granítos tipo S
lll.2 Ortognaisses Cariris Velhos
IV. METAMORFISMO
lV.1 Microestruturas e Texturas
lV.2 Química Mineral
1V.2.1 Quím¡ca Mineral dos Metassedimentos
'
lV.2.2 Química Mineral das MetabásicaslV.3 Geotermometria e Geobarometria
lV.3.l
Revisão dos Geotermômetros e Geobarômetros Aplicados lV.4 ConsideraçðesV. GEOLOGIA ESTRUTURAL
V.1 Organização e Cronologia das Estruturas
V.2 Domínio Estrutural Serra da Pinheira
1 1
2 4 5
20 22 26 26 27 34 36 40 41 42 44 46 48
49 49 49 52 55 56 56 57
58 58 65 65 74 83 83 94
V.3 Domín¡o Estrutural Serra do Mocambo
V.4 Domínio Estrutural Macacos-Piaus
V.5 Domínio Estrutural Serra Talhada
V.6 Domínio Êstrutural Santana dos Garrotes
V.7 Domínio Estrutural Piãncó
V.8 Domínio Estrutural Serra do Olho D'Agua
vt.
coNcLUsÖEs
VII. REFERÊNC|AS B¡BLIOGRÁFrcAS
105 105 108 109 111 111
113
118
ANEXOS
Mapa Geológico Simplificado da Faixa PiancôAlto Brígida na ,Área de Serra
Talhada-Piancó-Itaporanga (anexo 1)
fnorce
ons
FTGURASFig. 1) Mapa de acessos à área do presente trabalho, com a localização da área estudada.
Fig. 2) Esboço geoteclônico do Domín¡o Tectônico Rio Pajeú e adjacências.
1
4
Fig.3) Esboço geológico localizando
os
terrenos tec{ono-estratigráficosda
Faixa Piancó-AltoBrígida.
22Fig.4) Coluna estráigráfica do Complexo Riacho Gravatá na Amêndoa Serra da
Pinheira.
34Fig. 5) Coluna estratigráfica do Complexo Riacho Gravatá na Amêndoa Serra do Mocambo. 39
Fig. 6) Coluna estratigráfica da Sequência Deposicional Serra do Olho
D',4gua.
47Fig. 7) Esboço geológico localizando as suítes plutônicas observadas na
área.
51Fig. 7) Esboço geológ¡co localizando as suítes plutôn¡cas observadas na
área.
66Fig. 9) Representação gráfica das biotitas ânalisadas no presente
trabalho.
68Fig. 10) Representação dos feldspatos analisados
em
metassedimentos no diagramaAlbita-Ortoclásio-Anortita.
70Fig.
1l)
Representaçãodas
granadas
em
metassedimentosda
área
do
presente
nosdiagramas Almandina-Piropo-Espersart¡ta e
Almandina-Piropo-Grossulária.
72F¡9. 12) Class¡ficaçáo das micas brancas, segundo Deer et al
(1978).
73Fig.
l3)
Representaçåodos
feidspatosdas
metabásicasdo
Complexo Riacho Gravatá nodiagrama
Alblta-Ortoclásio-Anortita.
75Fig 14) Clessif¡cação dos ânfibólios dos Complexo R¡acho Gravatá ( Leake et al,
1997),
78Fig 15) Anfibólios do Complexo Riacho Gravatá plotados nos gráfico AllV x (Nâ+K)A (A) e AllV
x Ti (B) e AllV x
AlVl(C).
79Fig. 16)
Representaçáodas
granadasem
metabásicasnos
diagramasAlmandina-Piropo-Espersart¡ta e
Almandina-P¡ropo-Grossulária.
82Fig. 17) Grático T x P evidenc¡ando o contrâste metâmórf¡co entre os dist¡ntos terrenos
tectono-estratigráficos
estudados.
96Fig
18) Mapa simplificado mostrandoos
domínios estrutura¡s,seus
limitese as
direção detransporte observadas nas foliações 52 e
53.
101Fig. '19) Estereograma dos elementos estruturais associados a F2
e
F3, do domínio antiformalSerra Talhada, obtidos no perfil homônimo 110
Fig. 20) Estereogramas dos elementos de F2 e F3, para o domínio Santana dos Garrotes nos
INDICE DE
FOTOGRAFIAS
Foto
1)
Bíot¡ta-gnaisse bandadocinza
mostrando níveis anf¡bolíticos(A)
e
migmatização.Observa-se em (B) o leucossoma cortando o bandamento do gnaisse. Ocorre
ainda
schill¡renno mesossoma
(C).
24Foto 2) Hornblenda-biotita-gnaisse bandado migmatizado. Placas de hornblenda e biotita mais
desenvolvidas são observadas no contato entre leucossoma
e o
gnaisse. Granito (diatex¡to)ocorre paralelo A direçåo da transconência
(S3).
25Foto 3) Xenólito (restito ?) da anfibolito em
diatex¡to.
25Foto 4 ) Augen-gnâisse em núcleo de dobra da terceira fase de deformação (D3) que dobra o
biotita-gnaisse bandado e desenvolve no augen-gnaisse uma foliação
53.
26Foto 5) D¡atexito gerado a partir de intensa migmatização dos gnaisses
bandados.
26Foto
6)
Estrulura sedimentardo
lipo cul-and-fill cöncava para cima observadaem
quartzitolaminado (A) sobreposto por quartzito médio
com
grânulo decrescência ascendente(B)
doComplexo Riacho Gravatá
na
AmêndoaSerra
do
Mocambo. Observa-seveio de
quartzocodando as
estruturas.
39Foto
7)
Estratificaçåocruzada
unidirecional desenvolvidaem
quartzitofino
laminado
doComplexo Riacho Gravatá na Amèndoa Serra do
Mocambo.
39Foto
8)
Waves ipples em quartzito f¡no lam¡nado do Complexo Riacho Gravatá na AmêndoaSerra do
Mocambo.
40Foto
9)
Aspecto
do
metaconglomerado polimíticoda
SequênciaSerra
do
Olho
D'Água.Observa-se seixo anguloso, com cerca de 15 cm de comprimento, de metarritimito envolto em
matriz metagrauváquica e contendo foliação metamórfica
pretérita.
45Foto 1O) Aspecto geral do metagonglomerado da Sequènc¡a Serra do Olho D'Água). Observar
seixos angulosos de variadas l¡tologias. 45
Foto
I1)
Granitotipo
Conceição, localizadoa
sul
de
Santanados
Garrotes. Observa-seenclaves básicos ligeiramente alongados
e
or¡entados segundoa
foliação magmática, dadapela orientação preferencial de fenocristais de feldspalos e minerais
máficos.
54Foto 12) Afloramento do granito ltaporanga, localizado a este da cidade homônima, mostrando
cumulatos de fenocristais de
K-feldspato.
54Foto 13) Granito
ltaporanga(mesmo
afloramentoda
foto aniedor)
apresentando foliaçáomagmática
dada
pele orientaçâo preferenc¡alde
minerais máficose
de
fenoçristaisde
K-feldspâtos, nos quais pode-se observar estrutura
de
entelhamento sugerindo movimentação sin¡stral.Foto 14) Batólito Tavares: observa-se fluxo magmático convectivo
e
cumulatos de feldspatos(A).
55Foto 15)
Xenólitode
ortognaisse CaririsVelhos, com textura
milonít¡ca,no
granito
tipollaporanga. Localização a norte da cìdade de
Tavares.
57Foto 16)
Granada-muscovita-clorita-biotitaxisto
quartzosodo
Complexo Riacho
Gravatá(Amêndoa Serra
do
Mocambo). Observa-se granadacom
Si
ondulada, possivelmente umrepresentando estágio precoce da crenulação D2, sem continuidade com S2
externa.
60Foto
17) Granada-muscovita-biotita xistodo
Complexo Riacho Gravatá (AmêndoaSeÍra
daPinheira). Observa-se granada (GR) com foliação interna (Si) disrupta da foliaçáo externa (S2),
definida como uma clivagem de crenulaçáo transposta. Observar muscov¡ta (M)
e
biotita (B)pós-S2.
6l
Foto 18) Muscovita-biotita xisto quartzoso
do
Complexo Riacho Gravatá (Amèndoa Serra daPinheira), com foliaçäo 52 milonítica, com venulas de quartzo paralelas ao plano S, crenuladas
por D3. ( A - nicóis X; B - n¡cóis
//)
62Foto
19) Muscovita-biotita xistodo
Complexo Riacho Gravatá (Amêndoa Serrada
P¡nheira)mostrando fol¡ação 52 transposta por 53 milonítica. (nicóis
X)
63Foto 20) Granada-muscovila-biotia gnaisse do Complexo Riacho Gravatá (Amêndoa
Macacos-Piaus). Observa-se porfìroclásto tardio de biotita apresentando krnks óands. (nicóis
//)
63Foto 21) Muscovita-biotita xisto f¡no cinza do Complexo Cachoeirínha (Sequência Santana dos
Garrotes), onde pode-se observar granada com foliaçåo Si e foliaçâo externa
52
desviando-seao redor desta, e desenvolvendo sombra de pressão, local. (nicóis
//)
64Foro
22)
Granada-estaurolita-muscov¡ta-biotitaxisto
do
Complexo Cachoeirinha (SequênciaPiancó).
Observa-se estaurolitacom foliaçåo interna
Si,
¡nterpretadacomo foliação
Sl,
crenulada abertamente
por
52; a
foliação exferna52,
representadapor uma
clivagem decrenulaçåo, e charneiras relictas D2 locais. (nicóis
//)
64Foto 23)
Coronade
reação (textura quelifítica) envolvendo granada(GR),
anfibólio(A)
eplagioclásio
(P) em
granada anfibolitodo
Complexo Serrada
Pinheira, Amêndoa Serra daPinheira-sul. (A - nicóis X, B - nicóis i/) 77
Foto 24) Xisto cinza fìno da Sequência Santana dos Garrotes, localizado a oeste de Lagoa do
Aroz.
Observa-se (A) dobras D4 com plano axial sub-horizontal, deformandoo
bandamentodiferenciado 53, que crenula a foliação 52, observada em detalhe na fotografia
(B)
103Foto 25) Quartzito com mica verde
da
unidade C do Complexo Riacho(a
nortede
Manaíra)onde pode-se observar foliação S'C2 sub-horizontal. 104
Foto 26) Tremolita-clorita xisto da unidade A do Complexo Riacho Gravatá (Amêndoa Serra da
Pinheira,
a
norte de Manaíra), onde pode-se observar dobrasem
bainha na foliação52
sub-horizontal.
104Folo 27\ Granada-muscovita-biotita xisto mostrando foliação milonítica S-C¡ , onde se observa
vênulas de quartzo orientadas paralelas a direção S, e o truncameñto da foliaçåo por zonas de
cisalhamentos
tardias.
106Foto 28) Foliaçáo
32
preservada em anf¡bolito bandado. No nível menos competente52
estáFoto 29) Dobra D3 com plano axial
em
leque. Observar charneiras reliquiaresD2
isoclinais.Metarritimito da unidade E do Complexo Riacho Gravatá (Amêndoa Macacos-Piaus), localizado
na parte norte do perfil
homônimo.
108Foto 30) Muscovita-bíotita gnaisse da Sequêncía Piancó, localizado no flanco sul da anfiforme,
onde obs€rva-se zonas de cisalhamentos desenvolvidas no plano axial de dobras D3. Nestes
LISTA
DETABELAS
Tabeta
1)
Dados
geocronotógicosdo
embasamentona
área
do
presente
trabalho
e proximidades.Tabela
2)
Dados geocronológicosdas
supracrustaìsda
Faixade
Dobramentos Piancó-AltoBrígida, localizadas na área do presente trabalho.
Tabela 3) Dados geocronotógicos dos granitóides da área do presente trabalho e adjacências,
localizados a sul da ZC Serra do Caboclo.
Tabela 4) Dados geocronológicos dos granitóides da área do presente trabalho e adjacências,
localizados a norte da ZC Serra do Caboclo.
Tâbelâ
5)
Dados
geocronológicosdos
ortognaisses CaririsVelhos
na
área
do
presente trabalho e adjacências.Tabela 6) Paragêneses desc tas na área estudada.
Tabela
7)
Dadosde
química mineral das cloritas estudadas, calculadascom
baseem
14-oxigênios com todo Fe=Fe2*.
Tabela 8) Análise química de b¡otitas realizadas no presente trabalho, calculadas com base em
1 1-oxigênios com todo Fe=Fe2*.
Tabela 9) Dados da química mineral dos feldspatos das rochas metassedimentares, calculados
com base em 8-oxigên¡os comFe= Fe2*.
Tabela 1O) Análise química de granadas em metassedimentos dos Complexo Riacho Gravatá,
Cachoeirinha e Sertån¡a, na área do presente trabalho, calculados para l2-ox¡gênios, com todo
Fe=Fe'.
Tabela I I ) Análise química das micas brancas
em
metassedimentos dos complexos RiachoGravatá, iachoeirinha e X¡stos Sertânia, calculados com base em l1-oxigênios com Fe= Fe2*.
Tabela 12) Dados
de
quimica mineral de feldspatosem
anfibolitose
granada-anfibolitos doComplexo Riacho Gravatá, calculados com base em 8-oxigênios com Fe= Fe'-.
Tabela
l3)
Análise químicaem
metabás¡casdo
Complexo Riacho Gravatá, calculados combase em 23-ox¡gênios, com Fe=Fe3* médio.
Tabela 14) Análise química de granadas em granada-anfibolitos do Complexo Riacho Gravatá,
calculados para 12-oxigênios, com todo Fe=Fe2*.
RESUMO
A
Faixa Piancó Alto Brígida, localizada no Domfnio Tectônico Rio Pajeúé
constituídapof
distintosterrenos
tectono-estratìgráficos, desenvolvidossob
regimes
metamórficos edeformacionais contrastantes, justapostos durante a Orogênese Brasiliana (750 a 580 Ma).
Denlro deste contexto são definidas as seguintes sequências estratigráficas: Complexo
Serra Talhada, ortognaisses
e
migmatitos paleoproterozóicos, remobilizadosno
Brasiliano;Complexo
Riacho Gravatá,
sequência metavulcânossedimentar, desenvolvidaem
regimeêxtensional crustal no Mesoproterozóico, que mostra características de deposição plataformal
e
sopé de
talude continental; Complexo Cachoeirinha, sequência metavulcânossedimentarneoproterozóica,
com
afin¡dade vulcânicade
arco
magmát¡co; SequêncíaSerra
do
OlhoD',{gua,
sequência sedimentartipo
molássa
neoproterozóica super¡or;e
Xistos
Sertånia,sequência
metavulcånossedimeniar
correlata
ao
Complexo Sertånia,
de
idademesoproterozóica.
Estas sequências possuem como traço comum
de
uniäo,
a
folìaçäometamórfica principal gerada
duranle
a
segundafase
de
deformaçåo, originalmentesuÞ
horizontal.
Seis
suítes
plutôn¡casdistintas, sendo
cinco delas
Brasilianas
(granitóides tipoConceiçäo, t¡po ltaporanga, tipo Catingueiraffriunfo, tìpo Taperoá
e
granitos tipo S)e
uma daidade Car¡ris Vethos (ortognaisses Cariris Velhos) foram identificadas na área em apreço.
A
estruturafro
da
Faixa
Piancó-AlfoBrígida está associada
a
este
sistema
decisalhamentos lranscorrentes
que
definem diferenles domínios estruturais. Definiu-se umafoliação principal (S2), desenvolvida durante a segunda fase de deformação, associado a qual
ocorreu
o
picodo
metamorfismo. Localmente,a
foliação52
é
milonitica, apresentando umarranjo do
tipo
S-C, desenvolvidoem
zonasde
cisalhamentos sub-horizontais, que deTinems¡stemas de cavalgamentos, com transporte para sudeste. Estas estruturas estão deformadas
por uma terceira fase de deformação que dobra a foliação 52, transpondo-a localmente, e gera
zonas
de
cisalhamentos sub-verticaisde
caréfer transcorrente,
que
adquire
expressáo regional.Dados
de
geotermometria
e
geobarometria
indicam
condições
metamórficascontrastantes, apontando
para
distintos ambientes tectônicos, sugerindodislintos
regimesdeformacionais
e
um grande transporte lâminas crustais quandoda
extrusáo e justaposiçáoo
baixo grad¡entetérmico
impressonas
rochasdo
complexo
RiachoGravatá,
naAmêndoa Macacos-Piaus,
é
compatível como
metamorfismo em zonasde
subducçåo, poroutro lado na Amêndoa (ant¡formal) Piancó
e
nos Xistos Sertånia, as condiçöes metamórficasadmitem paleogeotermas comprimidas
e
paleogradiente térmico abrupto, típicosde
crostaadelgaçâda,
sob alto
fluxo
térmico, encontrado
em
bacias
extensionais.Os
registroscomparáveis
a
ambientesde
subducção, preservados na Amêndoa Macacos-Piaus devemestar
ligadasa
um
processode
unde¡thrust, dirigidopara
noroeste,de
crosta continentalABSTRACT
The Piancó-Alto Brígida Belts is located in the R¡o Pajeú Tectonic Domain. lt comprises
various tec{ono-stratigraphic terranes, which were developed under contrasting metamorphic and deformational conditions, and put together during the Brasiliano Orogeny (750 to 580 Ma)'
The
following stratigraphicsequence
has
been defined: Serra Talhada
Complex,comprising Paleoproterozoic orthogneisses
and
migmatites, reworked duringthe
BrasilianoOrogeny; Riacho Gravatá Complex, comprising
a
metavolcano metasedimentary sequence,developed during a Mesoproterozoic crustal extênsional regime, showing characteristics of both
platform
and
continental
slope
sedimentation; Cachoeirinha Complex, comprising
aNeoproterozo¡c metavolcâno metasedimentary sequence with a magmatic arc affinity; Serra do
Olho D'Agua
Sequence, comprisingby
a
Late
Neoprolerozoicmolasse: Sertânia
Shists,compr¡sing
by
a
metavolcano metasedimentary sequence correletedto the
MesoproterozoicSetânia Complex. These sequences show the same main metamorphic foliation, originally
sub-horizontal, which was generated during the second deformat¡onal phase.
Six plutonic suites have been identif¡ed in the study area: five of them show Brasiliano
age (ltaporanga-type, Catingue¡ra-type, Triunfo-type, Taperoá{ype, S-type and Conceiçáo type
granitoids) and the other comprised by orthogneisses of Cariris Velhos age.
The Piancó-Alto Brígida Belt structural frame ¡s related to a system of transcurrent shear
zones which define differen structural domains. These shear zones overprint older structures
related to the generation of
the
sub-horizontal foliation (S2), duringthe
second deformationalphase. The peak of metamorphism occurred synchronously to the genesis of
the 52
foliation.Locally the
52
foliation is milonitic, with S-C type arrangement, developed in the subhorizontalshear zones, which define
thrusf
systems with transportto the
southeast. These were alsodeformed durìng
a
third phase which foldedthe 52
foliation, transposedit
locally, generatinglocal
sub-verticalshear zones. These later
structuresgain
a
regional
¡mportanceand
alranscurrent character delimiting the above mencioned terranes.
Geothermometry
and
geobarometry suggest contrasting metamorphic
conditions,pointing to differ€nt tecton¡c environments, and suggesting different deformational regimes and
large transportation
of
crustal segments duringthe
escape tectonic and juxtapos¡tionof
the various tectono-stratigraphic terranes.The low
thermal gradient printedin
the
RiachoGravatá
Complexrocks
(AmêndoaMacacos-Piaus) shows values
which are
compatiblewith
metamorphismabove
subductionconditions suggests
the
occurence
of
compressed
paleogeothermsand
abrupt
thermalgradients. These thermal regimes are typical of thin c¡usts under high thermal heat flow which
allow,
on a
regional scale,the
ascensionof
heatto
higher crustal levels, commonlyfound
inextensional basinS. The record discussed above, which is preserved in
the
Macacos-Piaus, ¡stypical
of
subduction related environmental,and suggest
na
underthrustprocess
of
coldT. TNTRODUÇÃO
t.1
LOCALÍZAçÃO, ACESSOS
EASPECTOS F|S|OGRÁFICOS
A
área estudada localiza-se na Regiäo Nordeste do Brasil, na d¡visa entre os estados de Pernambuco e Paraíba, entre os mer¡dianos de 7"00'
-8'
00'
de longitude sul e37'
30'
-38'
30'
de
latitudeoeste. Êstas
coordenadas compreendemas
folhas
topográficas, daSUDENE/DRM, na escala de 1:100.000, Serra Talhada, SB-24-ZC-V, ltaporanga, SB-24-ZC-ll,
Piancó, SB-24-ZÇ-lll,
e
Afogadosda
lngazeira, SB-24-ZC-V|,as quais foram
parcialmentemapeadas no presente trabalho. (Anexo 1)
O acesso a área pode ser feito a partir da Cidade de Recife, pela BR-232, atravessando
o Estado de Pernambuco chegando-se às cidades de Serra Talhada e Afogados da lngaze¡ra,
ou pela BR-230, através do Estado da Paraíba até a Cidade de Patos e daí pegando-se a
BR-361 em direção as cidades de Piancó e ltaporanga. (Fig.
l)
Geomorfológicamente, esta área está inserida no Planalto da Borborema, constituindo a
porçäo central do Polígono das Secas, sendo cortada pela Bacia Hidrográfica do Rio Pajeú e
pela Bac¡a Hidrográfica do Rio Piancó.
I.2
OBJETIVOS
O presente lrabalho tem como objetivo principal, fornecer subsídios para a elucidaçåo
da evolução geotectônica da Faixa de Dobramentos Piancó-Alto Brígida (Brito Neves, '1983), a
qual, devido
ao
posicionamento geográficoe
geotectônico,é
de suma
importånciapara
oentendimento da evoluçåo da Província Borborema.
Na tentâtiva de ating¡r este objetivo, utilizou-se
o
mapeamento geológico-estrutural deuma área pré-selecionada dentro
da
Faixa P¡ancó-Alto Brígida (Fig. 2).A
este mapeamentoforam
associados:
1)
estudos
litoestratigráfîcosdas
sequências metavulcânicas
e metassedimentares mapeadas, na tentativade se
esfabelecero
"tipo"de
bacia sedimentaronde
tais
sequênciasforam
depositadas;2)
análise estrutural
e
cinemática, buscandocaraclerizar
a
orientaçåo, geometriae
superposiçåodas
estruturas observadas,além
do sentido de transporte tectônicoa
elas relacionados;3)
estudos microtectônicos, para tentarcorrelacionar os fenômenos
de
deformaçãoe
metamorf¡smo,e
organizar temporalmente astransformaçóes observadas; e 4) estudos termobarométricos, visando quantificar as condiçöes
de temperatura
e
pressãodo
metamorfismo observado nas diversas un¡dades mapeadas, âpart¡r
das
associaçöes mineralóg¡casobservadas
em
låm¡nas delgadas,
e
do
uso
degeotermômetros e geobarômetros compatfveis com as mesmas.
A
compilaçãode
datações
geocronológicase
isotópicosexistentes
na
literatura,associados aos dados acima citados, permitiu tentativamente
a
reconstituição paleogeográlicanos seus
grandes traçose
a
caracterizaçãodos
eventos tectônicos geocronológ¡camentereconhecidos: Cariris Velhos
e
Brasiliano (Campos Neto etal,
1994ae
1994b; Brito Neves etI.3 MÉTODOS
Além de pesquisas bibliográficas, visando a interaçäo com
a
problemática existente nageologia da Província Borborema, e também de assuntos inerentes as metodologias aplicadas,
o desenvolvimento da presente tese contou com o trabalho de fotointerpretação de fotografias
aéreas, na escala
de
I :40.000,do
Serviços Aerofotogramétricosda
Cruzeirodo
Sul (1965),disponíveis
no
DEGEO-UFPEe
na
CRPM
-
PE.
Os
dados
de
fotointerpretaçáo foramcompilados para
os
mapas topográficos na escalade
'1 :100.000,dâ
SUDENE/DRM, folhasSerra Talhada, llaporanga, Piancó e Afogados da lngazeira.
A
partir
de
perfis
litoestruturais detalhados, realizadosno
campo,
associados àfotointerpretaçåo, confeccionou-se
o
mapa geológico final na escalade
l:250.000,de
partedas quatro folhas topográficas citadas. (Anexo 1)
Mapas geológicos preex¡stentes, como os das folhas Serra Talhada, ltaporanga, Piancó
e
Sáo Josédo
Belmonte (Silva Filhoet al,
1985),o da
Folha Afogadosda
lngazeira (VeigaJunior et al, 1990), o mapa de Medeiros (1995), onde granitóides brasilianos da Faixa
Piancó-Alto Brígida estão cartografados,
o de
Mariano (1989) ondese tem a
cartografiado
granitoItaporanga
e
adjacências,o
mapade
Cunha (1996) coma
c€rtografia dos granilosde
BoaVentura, Pedra Branca
e
Conceição,foram
consultadose
juntamentecom
comunicaçóesverbais
de
lgnêsdo
P. Guimarãese
Vladimir C.de
Medeiros, aux¡liaram, principalmente, noque tange a cartografia de alguns corpos ígneos existentes na área da presente tese.
O
mapeamento
geológico-estrutural,as
análises
cinemáticas
e
os
estudosmicrotectônicos, seguiram as técn¡cas de uso comum, amplamente refer¡das na literatura.
O estudo das condiçóes de temperatura e pressão a que uma rocha esteve submet¡da
envolve, além da petrografia e microtectônica, a análise química de minerais em para gênese.
Estas análises foram realizadas no Laboratório de Microssonda
e
Microscopia Eletrônicas doDepartamenlo de Mineralogia e Petrologia - lG/USP.
A
quantificaçåo da temperaturae
da pressáo contou como
uso dos geotermômetros,granada-biotita
(Ferry
&
Spear, 1978; Lavienleva
&
Perchuck; 1981;
Aranovich, 1983), granada-clorita (Perchuck (1 991),
granada-hornblenda (Graham&
Powell, '1984; Perchuck,1991)
e
hornblenda-plagioclásio (Blundy&
Holland,1990;
Holland&
Blundy, 1994: Spear,1981),
e
dos
geobarômetros, granada-biotita-plagioclásio-muscovita (Ghent&
Stout, 1981),granada-plagioclásio-aluminossilicato-quartzo (Hodges
&
Spear, 1982),granada-hornblenda-plagioclásio-quartzo
(Kohn
&
Spear, 1989
e
1990)e
do
geotermobarômetroI,4
TRABALHOS ANTERIORES
Dentre os trabalhos existentes na lileratura, que remontam desde o final do século XlX,
destacam-se aqueles referentes
a
geologia locale os
cunho reg¡onal e/ou geotectônico, osquais julgamos serem importantes para a compreensäo do exposlo no presente trabalho.
Um dos ma¡s ant¡gos registros geológicos é o de Derby (1881), onde o autor descreve:
"uma linha continua
de
montanhas entrea
quale o
rio" (Säo Francisco), "ficam numerososserrotes destacados. Esta linha parece estabelecer-se para norte, em Pernambuco e Paraíba,
e forma o sistema da Borborema" (posteriormente, designada Província Borborema).
Dombre (1893)
cita,
dentreoulras
litologias,a
presençade
gnaisses miloníticos egranulitos em Calumbi (leste de Serra Talhada) e um granito porfiróide na região de Flores.
Crandall
(1910)
que
descreve
ao
norte
da
cidade
de
Serra Talhada
um
granito porfiróide.Os
trabalhos
de
Ebert (1955, 1957, 1964, 1969a
e
1969b) calcado
em
dadoslitoeslraligráfícos, estruturais
e
metamórficos, por vezes associadosa
datações rad¡ométricasmerecem destaque. Dentre estes o de 1964, onde o autor descreve a existência de dois ciclos
orogênicos principais: um Arqueano (1,1 Ga, correspondente a Orogênese Laurenciana), onde
são frequentes magmat¡tos básicos
a
intermediários, raros metassedimentos quartzfticos e,extremamente raros os carbonatos;
e o
outro ciclo, Algonquiano (550 Ma, correspondente aOrogênese Assíntica),
com
metassedimentos formandoenensas camadas
passíveis desubdivisäo
estratigráfica,ausência
de
magmatismo
básico
inicial,
raras
intercalaçôesultramáficas, frequentes
zonas
de
xistos
micáceose
paragnaisses, quartzitos comuns, econglomerados nos hor¡zontes inferiores.
Ebert (1964) descreve
três
compartimentos tectônicos,com
base no estilotectônico-estrutural
gerado durante
a
orogênese
de
550
Ma.
O
compartimenlomais
setentrional,abrangendo
os
estadosdo CE
e
RN, apresentando uma estruturaem
dobrascom
planosaxiais verticais
e
linhas estruturais
de
direção NE-SW
a
NNE-SSW.O
compartimentomer¡dional de mesma direçåo, porém com uma estrutura em escamas com vergência para NW
e diminuiçáo no grau metamórfico para NW, situando o ante-país situado a nordeste e a zona
central da orogênese,
a
sudeste. O terceiro compart¡mento, designado dea
zona transversal(abrangendo
os
estadosde PB
e
PE),com
direçöes ENE-WSWa
E-W,cuja
estruturaçãointerna é caracterizada por deformação mais intensa, lim¡tado a norte pelo Lineamento Paraíba
(de movimento destral, posteriormente designado Lineamento Patos) e a sul pelo Lineamento
Ainda em 1964, Ebert conclui, com base na identidade entre a estruturação l¡tológica e
cronológica do Pré-Cambriano das Guianas e do Brasil, que estes devem estar relacionados a
um único escudo, e observa que o Lineamento Pernambuco entra pelo Atlântico e segue para
a África ("Linha de Camerum"), com correlaçåo das direçöes estruturais em ambos
os
lados,respaldando a teoria de Wegner.
Barbosa (1970) define para
a
zona transversal de Ebert (1964) uma estratigrafia que,da
base para o topo, apresenta: Grupo Uauá, arqueano (?), predominantemente, constituídopor
para-metamorfilos, localmente, migmatizado, representados por: biotita-gnaisses,biotita-xistos
feldspáticos, metagrauvacas, muscovita-xistos,
leptinitos,
muscovita-gnaisses,muscovita-quartzitos,
quartzitos
puros,
quartzo-itab¡r¡tos,anfibolitos (localmente
comgranadas), calcáreos sacaró¡des lenticulares (por vezes dolomítico), mármores
e
esteatitos,aos
quais
intercalam-segnaisses porfiróides
não
metassomáticos);Grupo
Salgueiro,constituído por biotita-xistos, x¡stos duas micas e quartzitos; e Grupo Cachoeirinha, designação
provisória para xistos menos metamórficos que os do Grupo Salgueiro, dentro do qual constam
mica-xistos finos, filitos, clorita-xistos, anf¡bolitos, itabiritos e quartz¡tos prateados e, localmente,
metaconglomerados com seixos
de
quartzitofino
maciço (São Josédo
Belmonte). Barbosa(1970) descreve corpos granitóides intrusivos nos três grupos e observa que os contatos entre
as rochas dos grupo Salgueiro e Cachoeirinha com as do Grupo Uauá såo transicionais.
Sadowski (1972) descreve
o
maciço intrusivoda
Serrada
BaixaVerde,
local¡zadopróximo
a
Cidadede
Triunfo,como um
quartzo-augita sien¡to tardi-tectônicode idade
Eo-Cambriana, resultante de diferenciação magmática.
Segundo Brito Neves (1975)
a
Região Nordeste do Brasil é o "produto da tectogêneseao
final
do
Pré-Cambrianode
uma região
geossinclinalem
mosaico,de
preenchimentoessencialmente terrígeno, entre
as
porçöes cratônicasdo
Såo Francisco (Congo),ao
sul, eSäo
Luís/Gurup¡ (Nordesteda África),
ao
norte". Dentrodeste
esquemacinco
elementosgeotectônicos
são
definidos: núcleos cratônicos(Såo
Francisco,São Luís),
lineamenlos efalhas profundas (Pernambuco, Paraíba, Sobral Pedro
ll),
mac¡ços medianos(Pernambuco-Alagoas, Rio Piranhas, Tróia, Santa Quitéria, Granja), zonas geoanticlinas (Propriá, Teixeira,
Nova Floresia) e as faixas ou sistemas de dobramentos (Sergipana, Riacho do Pontal,
Pajeú-Paraiba, Piancó-Allo Brigida, Seridó, Jaguaribeana, Médio Coreaú).
Br¡to Neves (1975), baseado
em
dados geocronológicos (K-Are
Rb-Sr), sugere osseguintes eventos tectônicos:
o
Ciclo Guriense/Jequié (2.800t
200 Ma)
responsável pelaformação de núcleos antigos na área dos atuais craton do São Francisco
e
Maciço PE-AL; oCiclo Transamazônico (2.000
t
200 Ma),
associadoa
principaletapa de
cratonização doconsolidadas
no
ciclo anter¡ore
ao
magmatismo granítico, básicoe
ultrabásico;o
ciclo
deI .l
oo
t
150
Ma
(comparadoao
ciclos
Uruaçuanoe
Guriense), responsávelpela
etapatermotectônica regional, salientada pelo rejuvenescimento isotópico
nos
maciços medianos(especialmente nas bordas)
e
na área do
cratonde
Säo Luís,e
pela instalaçäoda
regiãogeossinclinal, ocasionando
a
intensa
diferenciaçäo
tectônica
da
protoplataforma,acompanhada
por
modificaçõesno
gradientetérmico,
e
pelas
primeiras manifestaçöesmagmáticas; e, porf¡m o Ciclo Brasiliano. Este último ciclo é subdividido por Brilo Neves (1975)
em;
etapa
principal,de
650
t
30
Ma, quando ocorreu
a
fìnalizaçãoda
deformaçáo,metamorfismo e granitização sin-tectônica, e
o
rejuvenescimento tectônico e termal de grandeparte das rochas
do
embasamentoe
dos
maciços
medianos;etapa
de
540
t
30
Ma, constituída por um evento tardio, com a instalaçäo de inúmeros corpos graníticose
sieníticoscircunscritos, remobilização
de
rochas
preexistentes
e
movimentaçäo
ao
longo
doslineamentos; e etapa de 510 - 460 Ma, onde ocorreu o posicionamento de ¡ntrusivas fissurais e
veios hidrotermais, soerguimento
e
resfriamento gradativoda
região dobrada, sedimentaçäomolássica
nas
depressöes tectônicas residuaiscom
magmatismo associado, ativaçáo dosl¡neamentos e incorporaçäo da região dobrada à plataforma.
Na
Faixa
de
Dobramentos Piancó-AltoBrígida, Brito Neves (1975) descreve
noembasamento,
o
predomíniode
m¡gmatitos, gnaisses granlticos, gnaisses listradose
augen-gnaisses associados
a
intrusões graníticas,que
podemser
confundidoscom
a
sequênciasuperior migmatizada.
Sobre
o
embasamento,Brito Neves (1975)
descrevea
sequênciasuperior, onde reconhece uma sequência terrígena basal
e
uma sequência mais superior, quemostram contatos gradacionais entre s¡.
A
sequência terrígena basal, designadade
GrupoSalgueiro, mostra metamorfismo do fácies xisto verde ao anfibolito, localmente migmatizada.
Conslitui
uma
sequência psamítica média
a
fina
(gnaisses quartzo feldspálicos)
comintercalaçöes de pelitos (gnaisses micáceos e x¡stos), sedimentos químico-clásticos (anfibolitos
e
escarnitos)e
químicos
(calcáreose
dolomitos),com
pequenoscorpos
irregulares deortoanfibolitos
e
metadior¡tosobseryados localmente.
A
sequência tenígena
superior,designada
de
Grupo
Cachoeirinha, apresentana base
lentes descontinuasde
quarizitos,seguidos por sedimentos pelíticos
a
psamíticos finos, metamorfoseados no fácies xisto verde,localmente, chegando ao fácies anfibolito. Såo fìlitos
e
melas¡lt¡tos com horizontes quartzíticossubordinados,
.com
ocorrências restritasde
quartzo-itabiritos, calcáriose
conglomerados.Sobre
a
sequênciasuperior (grupos
Salgue¡roe
Cachoeir¡nha),em
discordåncia, oconelocalmente uma sequência moláss¡ca, com siltitos, grauvacas e brechas pelíticas.
Na
Faixa
de
Dobramenfos Pajeú-Paraíba, Br¡to
Neves (1975)
reconhece
ummigmat¡tos
com
paleossoma biotítico
e
anf¡bolít¡co,expostos
ao
longo
dos
grandesgeoanticlina¡s
e
nas zonas marginaisda faixa.
Sobreo
embasamentosão
descritas duassequências:
a
sequência inferior sedimentar terrígena marinha imatura (psamíticaa
psamo-pelítica
com
níve¡s carbonáticos
e
níveis
quartzíticos
passando
no
topo
a
xistos)metamorÍisada
no
fácies
anfibolitoe
localmente migmatizada:e a
sequência
superior,constituída por sedimentos clásticos de ambiente mar¡nho mais profundo (representada por um
fácies
argiloso, níveis carbonáticos
mais
express¡vos,e
níveis quartzíticos
na
base),metamorfisada no fácies anfibol¡to, chegando a anatexia e, localmente, no fácies xisto verde.
Separando
as
duas faixas acima descritas, Brito Neves (1975) defìneo
Allo,
Zona,Geoanticlinal ou Maciço do Teixeira,
com
uma extensão de cerca de480
kme
com larguraentre 15
e
20
km que
separaas
Faixade
Dobramentos Piancó-Alto Brígidae
Faixa deDobramentos Pajeú-Paraiba. O Alto do Teixeira se estende, na direçäo NE, desde Barro da
Silva (PE), até Teixeira (PB) e apartir dai, com direçäo E-W, projeta-se até a zona costeira. Na regiäo oriental, o Alto Te¡xeira
é
mais largo (60 km) e se bifurca, apresentando característicasde
um
autênticomaciço
mediano,com grabens
preservandofraçóes
de
cobertura tipogeossinclinal, ao mesmo tempo que funciona como um bloco rígido para o qual se divergem as
vergências das faixas dobradas. As faixas separadas pelo Alto do Teixeira (faixas Piancó-Alto
Brígida e Pajeú-Paraiba) tiveram evolução distintas em termos de sedimentação, tectogênese
e
grau
de
metamorfismo.A
presençade
quartzitosnos flancos
do
Alto
do
Teixeira
éinterpretada como reflexo
da
posiçåo paleogeográfica elevada, nos estágios iniciasdo
seuassoreamento. Nos estágios principais de dobramento, o Alto de Teixeira teria se comportado
em
grande partecomo
antepais. Brito Neves (1975), seguindoa
classificaçãode
Almeida (1967), reconhece corpos graníticos sin-cinemáticos (tipo ltaporanga, tipo Conceição) e tardi-tectônicos (tipo "baixa Verde e tipo ltapetim) e pós-tectônicos (d¡ques sieníticos).Brito Neves (1975) descreve núcleos mais antigos, princ¡palmente, na porçáo or¡ental
do
Alto
do
Teixeira.
São
migmatitos, gnaisses graníticos
e
granitóides
de
idades transamazônicas (1.85t
70 Ga, e razäo inicial 87Sr/ 865r de 0.706t
O.Oo2) ou mais antiga (2.5t
93
Ma,e
mesma razão inicial) com rejuvenescimento parcial ou tolal duranteo
Brasiliano.Rochas básicas das bordas do Alto do Teixeira apresentaram idades convencionais da ordem
de
1.15 Ga(e
razão inicialde
0.703t
0.001). Esta idade,que
segundo Br¡to Neves (1975),poderia representar a idade aproximada da formaçáo destas rochas em função de razáo inicial
assumida
e
do
bom
alinhamento
isocrônico,foi
por
ele
interpretadacomo
idade
derejuvenescimento, causada
por
potassifìcaçãoe
deformaçåo,em
parteem
funçãode
seucontexto geológico (núcleos reliquiares). Dados
l(Ar
destas amostrassáo
interpretados daantigas) parcial (1253
t
64
Ma) ou total (764t
20
Ma) ao longo dos eventos inerentes aosd¡ferentes processos melamórficos do Brasiliano, sem entretanto excluir totalmente
a
hipóteseda formação destas rochas
a
I 150 Ma conforme a isócrona da referência.Para a zona geoanticlinal de Camalau-Aroe¡ra (afloramentos próximo
a
Coxixola, PB),Brito Neves ('1975) obteve idades convencionais entre 710 e 900 Ma (razåo in¡cial de 0.708
t
0.001)
e
num diagrama isocrônico duvidoso, obteve uma isócronade
referênciade 950
Ma(razäo inicial de 0.704). No Maciço PE-AL a idade de isocrônica de referência dá 650
Ì
30 Ma eé interpretada como reflexo do rejuvenescimento brasiliano.
Santos (1977), mapeando
a
FolhaArco Verde,
identificouum
conjuntode
rochasconstiluída
por
m¡gmatitos,gnaisses
graníticose
granitóidesdo
Pré-CambrianoMédio
alnferior, designados de Sequênc¡a Mulungu, e um outro conjunto de rochas, do Pré-Cambriano
Superior, que foram subdiv¡didas em: xistos do tipo Caroalina
e
Complexo Alto Moxotó. Esteúltimo
é
constituidopor gnaisses
migmatílicos subdivididos,com
base
no
protólito,
nassequências
Dom
Fel¡ciano (protólito máfico-ultramáfico), Sertânia (pelítico)e
São
Caetåno (protólito psamo-pelítico).Gomes
et al
(1981)
apresentampara
a
"Regiäode
Dobramentos Nordeste" umasubdivisåo em províncias geológicas de similar história evolutiva (as províncias: São Francisco,
da Borborema, Sergipana, Riacho do Pontal, do Paralba
e
Costeira). Neste trabalho, além deuma boa revisão bibliográfica cerca da estratigrafia do Pré-Cambriano do Nordeste, é definido
o
Complexo Monteiro,como uma
sequência, essencialmente, constitufdapor gnaisses
emigmat¡tos, de idade pré-cambriana inferior a média, correlacionável aos grupos Uauá e Caicó.
Os referidos autores utilizam
a
subdiv¡säodo
Grupo Cachoeir¡nha proposta por Françaet
al(1980), constituÍdo por: sequência basal (micaxistos
as vezes
manganesíferos, filitos, filitosgrafitosos, quartzitos, rochas carbonáticâs, metarritm¡tos
e
metavulcånicas intermediárias), sequência inferior (metaconglomerado, sotoposto por filitos, filitos grafitosos, xistos, lentes dequartzitos, metassiltitos e metavulcånicas básicas e ácidas, depositadas em ambiente redutor),
sequência média (mica-xistos e filitos, com metassiltitos, lentes
de
quartzitos, metacalcáreos, itabiritos ede
rochas ortoderivadas associadas)e
sequência superior (predomínio de filitos emica-xistos,
com
quartzitos,ardósias,
metacarbonatose
metavulcånicas associadas, quemostram, localmente, contatos gradaciona¡s com a sequência média). Dados Rb/Sr e
llAr
dasrochas do Grupo Cachoeirinha fornecem idade de metamorf¡smo no C¡clo Brasil¡ano (580 Ma)
e uma fase lardi-tectônica
a
470 Ma (no Cambriano) obtida em rochas próximas a falhamentose em rochas granitóides intrusivas nesta sequência. O Grupo Salgueiro é interpretado (Gomes
et
al,
1981) como correlatoao
Grupo Cacheirinha, sendo às vezes de difícil distinçáo. EstasJardim
de Sá
&
Hackspacher(1981)
¡ntroduzirampara
a
Provínc¡a Borborema oconceito de evolução policíclica para algumas fa¡xas de dobramento.
Brito Neves (1983) define na Província Borborema dois tipos fundamentais de terrenos
Pré-Cambrianos sem quaisquer implicaçöes geotectônicas: os terrenos
gnáissico-migmatítico-granítico
e
os
terrenos
metassedimentarese
metavulcanossedimentaresou
cinturóesmetamórf¡cos,
e
divide estes terrenosem
cinco domínios geológicos distintos:(a)
domínioelerno
(em
númerode
dois) por
ser
proximalaos
núcleos cratônicose
constituído pormetassedimentos de baixo grau, ricos em níveis carbonáticos: (b) domínio central (subdividido
em três subdomínios), onde predominam rochas epi e mesozonais, cortadas por granitóides; e
(c)
o
domíniode
posição intermediária entreos
dois anteriores(em
númerode
dois), ondepredomina a exposição de terrenos gnáissico-migmatíticos e migmatítico-graníticos, tidos como
rochas
da
¡nfra-estrutura,que
afloram como feiçöes
reliquiaresentre
metamorfitos, edesignados de 's¡stemas vestigiais". Os domínios central
e
externo såo também designados"sistemas convencionais" ou faixas orogênicas. Os terrenos metassedimentares ou cinturöes
metamórf¡cos
säo
também designados
de
sistemas
de
dobramentos,
os
quais
foramdenominados sistemas: Pajeú-Paraíba, Riacho
do
Pontal, Piancó-Alto Brígida,
Seridó,Jaguaribeano e Rio Jurú / lndependência.
Sial et al (1983) dividem
as
rochasda
Faixa de Dobramentos Piancó-Alto Brígida emduas
unidades:a)
Complexo Riacho Pequenoe
b)
Complexo Cachoeirinha-Salgueiro, estaúltima agrupando os grupos Cachoeirinha e Salgueiro.
Santos
et
al. (in Schobbenhaus, 1984) subdividemo
Pré-Cambrianodo
Nordeste emdomín¡os estruturais mais genéricos, sem conotaçäo geotectôn¡ca, a saber os domínios: Médio
Coreaú, Cearense, Transnordestino (com os subdomínios Seridó, Piancó-Alto Brígida e Riacho
do
Pontal), Extremo Nordeslee
Sergipano,que em muito
se
assemelhamaos
domínios propostos por Brito Neves (1983).S¡lva Filho
et
al
(1985) subdividem,com base no
padråo deformacional, conteúdometalogenético e grau metamórfico, as rochas da Faixa de Dobramentos P¡ancó-Alto Brígida,
em
quatro
unidades litológicas:o
"Pré-Cambriano indiferenciado";com
milonitose
gnaisses miloníticos derivadosde
granitóidesou de
migmatitos,o
"grupo inferioC', correlacionado aoGrupo Uauá
(Proterozóico lnferior);o
"Grupo
Salgueiro" (Proterozóico Médio),com
cincosubunidades, formado por uma sequência metavulcanossedimentar com vulcanismo bimodal;
o Grupo Seridó (conelacionável ao Grupo Salgueiro do qual difere pelo grau metamórfìco mais
elevado),
e o
"Grupo Cachoeirinha", com três subun¡dades, constitufdo, predominantemente,por
metassedimentos,que jazem
discordantementesobre
o
Grupo
Salgueiro.No
topo,conjunto de rochas imaturas tipo molássa. O metamorfismo diminui do grupo inferior, de grau
médio a alto, localmente, de pressäo alta (São José do Belmonte), até a sequência molássica,
com grau fraco
a
incipiente. Nos grupos inferiore
Salgueiro foram caracterizadas3
fases demetamorfismo
e 4
fases
de
deformaçäo,nåo
observadasno
Grupo
Cachoeirinhae
nasequência molássica. Cortando tais sequências säo descritas diversas rochas plutônicas, para
as
quaisé
propostoo
seguinte esquema evolutivo:(a)
intrusóes båsicas (plutons básicos,¡ntermediários
e
ultrabásicos) as quais teriam sido a fonte de calor necessária para provocarfusão,
resultandoem
um líquido
híbrido,dentro
do
qual
cristalizavam pequenas fraçöesimissíveis
de
magma básico;(b)
evoluçãodo
processo palingenéticocom
d¡ferenciação domagma granít¡co
em
várias fraçöes dando origema
suíte alcalinaque ocorre nesta
área.Segundo os autores referidos, este modelo geod¡nâmico, poder¡a ter evoluído tanto
a
partir dejunçôes destrutivas de placas como nas construtivas.
Marques
e
Souza (1985) utilizando 18 mostras de rochas melabásicas, concluem que'13 destas representavam basaltos toleiíticos
e,
sugerem um ambiente tectônico dotipo
riftepara
a
sequència metavulcanossedimentardo
Domínio Estrutural Central.A
análisede
35amostras
de
rochas plutônicasda
porção centraldo
mesmo domlnio, defìnem um ambientetectônico d¡stensivo, com geração de magmas a grandes profundidades. Os referidos autores
sugerem ainda,
que
a
sequência metavulcânicapode ser
de
¡dade arqueanadevido
seu caracter komateítico.Feneira (1986) estudando
as
rochas
peralcalinasde
provávelidade
brasiliana queinlrudem nos metassedimentos dos Grupos Cachoeirinha-Salgueiro, observa
a
existência dedois grupos:
ultrapotássicas saturadasem
sílica
(alcali-feldspato-sienito)e
ultrapotássicas supersaturadas em sílica (quartzo-alcali-feldspato-sienitoa
alcali-feldspato-granito com fluorita e cassiterita). O primeiro grupo forma batólitos e diques alinhados, adjacentes aos bordos SE eSW
do
"cinturáo Cachoeirinha-Salgueiro", descrevendo um "cordão sienitóide"e
enxame dediques intrusivos
nos
metassedimentosdo
Grupo
Cachoeirinha.A
maioriados corpos
docordão sienitóide contém inclusóes alcali-piroxeníticas
e
no bordo sudoeste, sienitos ocorremintercalados
com gabros,
metamorfisadosno fácies
anfibolito.Corpos
do
segundo
grupoocorrem
como
batólitos,
stocks
e
diques,
que
cortam
metassedimentosdo
cinturãoCachoeirinha-Salgueiro.
A
partir de dados de isótopos 18O/160, Ferreira (1986), sugere que obatólito Triunfo (grupo saturado) foi gerado pela diferenciaçáo de magma basáltico derivado do
manto, que se separou em dois magmas de composiçäo contrastantes (sienítico e piroxenítico)
por um
processode
imiscibilidadede
líquidos,e
que
as
rochasdo
grupo
supersaturadosofreram alteração posterior
por
água
meteórica
interagindocom
feldspato.
O
intensoelementos incompatíveis, gerado no manto super¡or, foi responsável pela geraçäo dos sienitos
do
cordão
sien¡tóide,
estando
o
posicionamento
destes corpos
relacionados
aodesenvolvimenlo inicial
de um
rifteno
Proterozóico.Os
plutons saturados receberam maiorcontribu¡ção crustal
em
sua evoluçãoe
constituem um eventode
ativ¡dade peralcal¡na maisrecente, que o evento que formou as rochas peralcal¡nas do cordåo sienitóide.
Jardim de Sá (1984, 1988
e
1994)e
Jardim de Sá et al (1990e
1992), com base noconce¡to
de
evolução policíclicaX
evolução
monociclicapara as faixas
de
dobramentos,sugerem que as faixas de dobramentos adjacentes aos cratons
e o
magmat¡smo abundantena
Provfncia Borboremateriam sido gerados no
Neoproterozóico, enquantoas
fa¡xas dedobramentos ma¡s ¡nteriores ter¡am
sua
evoluçåo iniciadano
Ciclo Transamazônico comretrabalhamenfo no Ciclo Brasiliano, e propõem uma subdivisáo para a província, retomando o
termo "Zona Transversal' de Ebert (l 964).
Beurlen (1988) estudando rochas metamáficas das regiões de Floresta e Bodocó (limite
sul
do
Domínio
Estrutural Central), determ¡nou,através
de
química mineral,
um
evento metamórfico em regime de alta pressåo (13t
2 kb e 580t
60
C), no fácies eclogito.Silva Filho (1989) sugerem uma tectônica de baixo ângulo associada a um processo de
colisão
e
encurtamento crustal durantea
intrusãoda suíie
ultrapotássicada área de
TenaNova, PE.
Guimaråes et al (1989), com base no estudo petrogenético do complexo intrusivo Bom
Jardim,
admite
natureza shoshoníticadeste
complexoe
seu
posicionamento associado afalhas
de
baixo ângulo, são
evidênciasde
magmatismo relacionadoa
colisäode
blocos continentais.Vários autores estudaram diversos corpos granitóides
do
Faixa Piancó-Alto Brígida e Sial (1986e
1987) e Sial et al (1989e
1990) apresentam uma slntese sobre os vários corposgranitóides do Sistema Piancó-Alto Brígida, propondo a seguinte classificaçäo: granodioritos a
tonalitos
calcioalcalinos,"tipo
Conceiçäo", posicionados, principalmentedentro
do
GrupoCachoeirinha
(Emas, Ouricuri, Conceiçâo, Diamante
e
lpueiras); granitos
porfiríticos K-calcioalcalinos,"tipo
ltaporanga" (ltaporanga, Bodocó, Serrada
Lagoinha, Brejinho, Prata eSumé); sienitóides
peralcalinos"tipo
Cat¡ngueira/
Triunfo"
(Catingueira,Triunfo,
CampoGrande, Urtiga, Bom Nome, Casé, Serra do Man, Serra da Penha e Passagem da Borborema);
tonalitos
e
granodiorilos leucocráticoscom
afinidades trondhjemíticas "tipo Serrita" (Serr¡ta,Salgueiro
e
Teixeira); granitóidescom
afinidades shoshoníticas (partedo
batólitode
Terra Nova, porção central e leste do Teixeira, Serra do Arapuá, Serra Grande, Flores e Solidåo).Lima (1989) apresenta
um
quadro evolulivo
tectono-metamórficopara
as
rochasconsl¡tuem os xistos do Grupo Cachoeirinha. Química de rocha total nestas litologias ¡nd¡cam
um protólito pelítico
a
semi-pelítico, provavelmente, depositadoem
um ambientede
margemcontinental ativa. As condiçóes
Pfi
para estas rochas var¡am do fácies xisto verde ao anfibolito,com pressões e temperáuras estimadas entre 2 - 4 kbars e
400'-
700'C, apontando para umgradiente metamórfico
de
30o-
40"C/km. Análise destes parâmetros, segundo Lima (1989),apontam
para uma
evoluçåo tectônica duranteo
Proterozóico,em
ambientede
margemcontinental
ativa,
com
consumo
de
crosta oceânica
e
posterior colisáo continental.
Aassocia$o
minerale
feiçóes estruturaisdas
rochasdo
Grupo Cachoeirinha são explicadasatravés de uma evoluçåo P/T, onde
o
pacote rochosofoi
submetidoa
pressóes moderadas,gerando um fábrica penetrativa proeminente (Sp) e cristalizaçäo e rotação de porf¡roblástos de
granada
e
estaurolita. Este evento teria ocorrido entre 1150e
928
Ma. Umavez
atingida apressão máxima, crescimento estático ocorre e temperatura máxima favorece
as
reações dedesidrataçäo,
que
teriam ocorrido entre833
-
550 Ma,
corroborado pela intensa atividademagmát¡ca no final
do
Proterozóico. Coma
razão de erosåo maior queo
soterramento, todopacote rochoso ascende e fábricas mais frágeis sáo formadas neste percurso.
Mariano (1989) estudando
o
Batólito ltaporanga de composição calcio-alcalinade
altopotássio, intrusivo na regiåo de contato entre os grupos Salgueiro
e
Cachoeirinha, ¡nterpreta seu posicionamento como um diápiro, segundo uma abertura pull-apañ ao longo de uma falhadirecional curva. Química de rocha total sugere que processos de mistura de magmas (magma
quarlzo monzonítico-granítico
e
magma K-diorítico) atuaram durantea
evoluçãodo
batólitoItaporanga, apesar de processos de fracionamento
e
assimilaçáo magmáticas lambém teremocorrido. Foliação subcircular sugere posicionamento diapír¡co f¡nal
e
que
o
nível atual
deexpos¡ção
é
a
zonade
raizdo
diápiro, onde intensa ¡nteraçåo entre magmas pode ocorrer.ldade isocrônica Rb-Sr
de
620t
20
Ma (razäo inicialde
0.7058), parao
fácies porfirítico éapresentada por Mariano (1989), que
a
considera comoa
idade máxima de posicionamento.ldade Ar-Ar em hornblenda
e
biotita fornecem idade entre 580e
540 Ma (respectivamente). Aidade
Ar-Ar
em
hornblendaé
interpretadacomo idade
mínimade
posicionamentoou
de resfriamentoe
a idade Ar-Ar em biotitaé
a idade de resfriamento. Logo,o
Batólito ltaporangamostra uma taxa de resfriamento de S'C/Ma (taxa baixa) ou o registro de regime termal abaixo
de 500oC e acima de
300'C
, que poderia estar associado zonas de cisalhamentos (Falha dosCochos). Relaçóes
de campo
levaram Mar¡ano (1989)a
sugerirque
granitóidesdos
tiposConceição
e
ltaporanga sejam cogenéticos, sendoo tipo
Conceiçäo mais novo. Dados dequímica mineral sugerem
que
o
Batólito ltaporanga começou
a
se
cr¡stalizara
uma profundidade de 18-
15km
(pressão de 5 + 1 kbar) e temperatura de 558'C (gradiente termalrelacionâdo
a
Zonade
Cisalhamentode
Cochosque
promoveua
mistura mecânica dos magmas.Veiga Júnior
et al
(1990) descrevemna
Folha Afogadosda
lngazeiraum
complexognáissico-migmatít¡co,
constituldo
por
ortognaisses
e
gnaisses bandados,
geralmente, migmatizados de composição graníticaa
granodiorítica, com leptinitose
ortoanfibolitos, tidoscomo
as
rochas mais antigasda
regiäo, alémde
outrostrês
complexos,de
provável idadeproterozóica inferior,
que
congregama
Faixade
Dobramentos Pajeú-Paraíba.O
ComplexoSão Caetano constituído por uma sequência terrígena psamo-pelítica, com gnaisses' xistos,
leptinitos
e
quartzitos.
O
Complexo
lrajaí
que
constitui
um
complexo
metavulcånico-metassedimentar com paragnaisses feldspáticos com ¡ntercalaçöes de calcários e anfibolitos e
rochas
metavulcânicasde
natureza loleítica oceânica, associadas
a
arco
de
ilhas,compreendendo ortoanfibolitos
e
metatufos básicos,
além
de
metachertse
de
rochascalciossilic¿áticas. O Complexo Sertânia formado por uma sequência psamo-pelít¡ca, constituida
por gnaisses com intercalaçöes de metacalcários
e de
rochas calciossiliúticas. Além dessescomplexos
são
descritosos
grupos
Cachoeirinhae
Salgueirona
Faixa
de
DobramentosPiancó-Alto Brígida,
e
rochas plutônicas, estas agrupadas em três suítes graniticas de acordocom seu posicionamento: aquelas relacionadas à deformação tangencial (Proterozóico Médio),
as associadas
a
deformação transcorrente (Proterozóico Superior)e o
plulonismo sina
pós-transcorrência.
Brito Neves et al (1990) fornecem idades U-Pb em zircöes
de
rochas metavulcânicasácidas,
da
regiåode
Mac€cos-Piaus(Pb)
e
Manaira-Poçodo
Cachono(Pb), na
Faixa deDobramentos Piancó-Alto Brfgida,
de
1.1 Ga, interpretando esta como idade de erupçáo dasrochas vulcânicas, enquanto
as
idades Rb/Sr
nas
mesmas rochas,
de
950 Ma,
såointerpretadas como idade do metamodismo regional.
Bittar
et al
(1992),em
um trabalhode
reconhecimento, questionama
existència dosgrupos Salgueiro e Cachoeirinha conforme descritos na literatura
Vauchez
et al
(1992) interpretama
estruturaçãoda
Provínciada
Borborema comoresultado da orogenia Brasiliana, a qual gerou uma complexa rede.de zonas de cisalhamentos
transcorrentes de escala continental, resultando em um sistema mecanicamente coerente ao
longo
de
um único evento tectônico fìnal,o
Sistema de Zonasde
Cisalhamento Borborema(SZCB), resultado
de
uma
colisão obliqua
na
margem noroeste.
O
sistema
teria
sedesenvolvido
numa crosta quente
e
altamente plástica. Sugerem,a
partirde
estudos depetrofábricas que a atividade principal do SZCB é contemporânea ao metamorfismo de baixa
pressão-alta temperatura e fusão crustal, e que tanto as zonas de cisalhamentos