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Estudo experimental sobre a precisão e validade dos escores introversão-extroversão de uma adaptação brasileira do Maudsley Personality Inventory de H.J. Eysenck

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(1)

ESTUDO

~XPERIMENTAl SOBR~

A PRECISA0

E VALIDADE

Dos ESCORES

tNTROVERSllo-EXTROVERSAo DE U"A,ADAPTAÇAo

BRASI-LEIRA

00

MAUOSLEY

PERSONALITV

IN-VENTORV

DE H.

J.

EVSéNCK.

MARtLIA

BREDER AMaROSIO

-J

(2)

ESTUDO EXPERIMENTAL SOBRE A PRECISA0

E VALIDADE DOS ESCORES

INTROVERSAo-EXTROVERSAo DE UMA ADAPTAÇAo

BRASI-LEIRA DO MAUDSLEY PERSONALITY

INVEN-TORY DE H. J. EYSENCK

Marília 'Breder Ambrósio

Tese ~ubmetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Educação.

Rio de Ja~eiro, dezembro de 1976

FUNDAÇAo GETOLIO VARGAS

INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM EDUCAÇAO

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA DA EDUCAÇAo

(3)

O presente trabalho vem cemprov~r nGaBO interesse em pa~aar na teoria e suas aplicações práticas. Por isso escolhemos para nossa dissertação o estudo experimental de Eysenck, o Maudsley Personality Inventory (M.P.I.). Esse Inventário é o resultado de muitos anos de trabalho do au-tor e de seus colaboradores. Pretende medir duas importa~

tes dimensões da personalidade: Neuroticismo e Introversão -Extroversão.

Sua utilização se estende a vários campos de ação. tais como: o clínico, os problemas de seleção e, sobretudo. o campo educacional. Este último é o que nos interessa mais particularmente.

Usamos o Maudsley Personality Inventory, traduzido e adaptado para utilização experimental pela professora Riva Bauzer na orientação de normalistas do Instituto de Educação, com expressa permissão do autor.

Acreditamos haver tido essa nossa experiência o mérito de iniciar estudos associados ao processo enaino-aprendizagem no Colégio Batista Shepard, onde trabalhamos.

Acreditamos também que esse trabalho experimental ·realizado já representa uma contribuição para a literatura especializada e uma prova de nossa -dedicação a uma tarefa de grande importância na área de PSicologia Educacional.

A dissertação foi realizada graças ae de várias pessoas:

incentive

- Meu professor-orientador, Octávio A. L. Martins, que com dedicação e paciência, levou-me a executá-la e con-cluí-la.

- Meu irmão, Ulisses Breder Ambrósio. sem cujo apoio e generosidade não poderia chegar ao final do traba lho.

(4)

- ~ professora Riva Bauzer que regeu a cadeira de psicologia da personalidade, na qual meinsp1rei graças ao seu talento e sua arte em ministrar aulas.

- Meus alunos do Colégio Batista Shépard, pelo i~ teresse revelado em se conhecerem melhor, possibilitaram-me a aplicação repetida dos testes.

- ~ Direção e Coordenação do referido Estabeleci-mento de Ensino, pelo incentivo dado ao progresso da pes-quisa experimental.

- Meu irmão, Vicente Ambrósio Júnior, pela sua

i~iciativa de colaborar na seleção da literatura especial!

zada.

- Meu amigo, Vivaldo Barbosa, em cujo entusiasmo e coragem vislumbrei grahdes possibilidades nesse trabalho.

- Meu amigo. o professor Rubem de SOUza Josgri! berg que me auxiliou na parte expositiva do trabalho.

- Minha cunhada, Selma Jussara Denadai Ambrósio, pela valiosa colaboração nos cálculos estatisticos.

A todos. os meus agradecimentos.

Marilié Breder Ambrósio

Rio de Janeiro

(5)

1 •

PREFAcIO

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1.1.

Justificativa, objetivo e problema

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1.2.

Pnde-se

med~r

a personalidade?

• I · • • & • • • • • • • a . • • • •

1- ..

3-.- Pl'ecisão e validade

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2.

FUNOAMENTAÇAO TEORICA

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111

2

3

6

11

2.1l

Teoria das dimens5es da

pe~sonalldade

de Eysenck. Z9

2.2. Comparação entre

09

-mode.los estruturais-de Catell

e E y s e n c k • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •• 32'

2.3. Determinantes dos fatoreo bio16gicós da personal!

dade, segundo Eysenck

•••••••••••••••••••••••••• 34

3.

DESCRIÇAo DA METODOLOGIA

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3.1.

Amostra

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"

•.

31

3.2. Instrumentos . . . ,~Z

3.3. Resultados dos cálculos

•••••••••••••••••••••••• 38

3.4. Perspectivas para futuras pesquisas para

o

aper-feiçoamento da versão brasileira do Maudsley

Per-sona li ty Inventory

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •• 43

CONCLUSOES

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46

B I B L I O 't-R-A-F--

IA--. • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • ••

4 8

ANEXOS

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. .

.

..

~./.

... .

(6)

RESUMO

O propós~t~ das ~ohalhG& ~imeftt.16 e~peet~s

na ~re&ente d1asertaç80 foi o de estudar a versão brasilei

ra do Maudaley Personality Inventory. de Eysench. no que

diz respaito à sua dimens80 bipolar

introvers80-extrover-são. A adaptação brasileira (devida ã Professora Riva

Bau-zer) foi aplicada por duas vezes a 70 estudantes, de

qua-tr~ turmas do Colégio Batista Shepard, que são nossos alu

nos de pSicologia.

Paralelamente a esta aplicação. foi aplicadO por

duas vezes sucessivas. aos mesmos alunos, um questionário

por nós organizado. Nele era pedida a cada um uma avalia

-Ç80 subjetiva do grau de introversão-extroversão dos

res-pectivos colegas de classe.

Desse modo tivemos a possibilidade de avaliarJ

a) o coeficiente de precis80 do questionárioJ

b) o coeficiente de precisão do Maudeley peraona lity InventorYJ

c) o coeficiente de validade do Maudaley Person~

lity Inventory, tomando o questionário como critério de va lidação.

Entretanto. nao terminaram ai nossos trabalhos.

Por meio do coeficiente de correlação bisserial, foi

esti-mado o poder discriminante de cada uma das questões do

Maudsley Personality Inventory, assim como seu grau de

"popularidade". Esta é uma denominação por nós atribuida

8 porcentagem de sujeitos que assinalaram a questão no sen

tido de extrouersão. Estes elementos abrem caminho para a

realização de pesquisas ulteriores com a finalidade de

aperfeiçoar a versão brasileira do Maudsley Personality In ventory.

(7)

The aim of the experimental work descr1bed 1n this d1ssertat1on was the study of

m

Brazil1an adapta-tion of Eysenck's Mauds1ey Personal1ty Inventory regard-1ng introvers1on-extraversion dimensiono

The Braz1lian vers10n by Professor R1va Bauzer was twice adminIstered to 70 students of four of our classes of psychology at the Colégio Batista Shepard. BesIdes thIs. to the same students a ques-tIonnaIre was adm1nistered in wh1ch we asked to each pup1l to g1ve his subject1ve evaluation of the degree of extra-vers10n present 1n each of h1s classmates.

We were thus enabled to evaluate experime~

tally:

a) the re11abIlIty coefficlent of the que~

tIonnaIreJ

b) the relIabI11ty coeff1c1ent of the Bra-z1l1an Version of the Maudsley Personality InventorYJ

c) the valIdity coeff1cIent of the Mauds-ley Personallty Inventory, takIng the questIonna1re as a crIterIon.

Our work was not l1mited to thIs. The d1s-cr1minat1ng ab1lity of each item of the Maudsley Persona-lity Inventory was determIned by means of the b1ser1al correlatlon coefficient. together with the percentage of responses 1ndIcative of extravers1on.

(8)

The various experimental data now available open the way to further research aimed at the improvement of the Brazilian version of the Maudsley Personality Inven tory.

(9)

Todo educador se defronta freq6entemente com uma série de problemas que exigem dele soluções a curto. m! dio e longo prazo. Isso acontece porque os principais recu~

sos com que lida sãó sem dúvida alguma. o material humano constituído pelo grupo de educandos com que trabalha.

Muitas vezes o relacionamento educador-educan do torna-se difícil por circunstãncias variadas. como o am-biente. nível sócio-cultural e econômico. Enfim. nem sempre e possível ao educador proporcionar tudo aquilo de que ele é capaz. no sentido de criar condições para que o educando realize suas potencialidades e supere seus problemas mais importantes.

Por outro lado. o relacionamento educador-educando é facilitado quando o educador consegue conhecer melhor seus alunos. verificando suas necessidades. suas ex-pectativas. seus conflitos. ~ nessa direção que o educador pode tornar seu trabalho mais profícuo ao possibilitar ao educando voltar- •• para si mesmo e ao orientá-lo para o au-to-conhecimento e para a reflexão.

Foi pensando nisso que iniciamos esse estudo. depois de apreciar criticamente a importância teórica e prá tica do tema escolhido: Pesquisa experimental sobre a prec! são e validade dos escores Introversão-Extroversão de uma adaptação brasileira do Maudsley Personality Inventory de H. J. Eysenck.

Sabemos que os testes sao ótimos auxiliares para nos dar informações seguras e dignas de confiança a nosso respeito. Eles nos possibilitam verificar nossa posi-ção dentro de um grupo e diante de nós mesmos. Por isso us~ mos o Maudsley Personality Inventory por ser um instrumento psicológico de inegável valor e dele nos servirmos para me-lhor atingir nossos objetivos.

(10)

2

nesse estudo experimental. Utilizamos outras provas. cujos resultados foram analisados em conjunto. Diante desses mes-mos resultados tomames-mos conhecimento daqueles alunos que ne-cessitam de mais atenção dos professores e do serviço espe-cializado. ou seja. o Serviço de Orientação Educacional.

Para esse nosso estudo experimental tomamos alguns cuidados especiais. a fim de minimizar as fontes de er:os:

19 ) Buscamos um grupo homogêneo quanto ã fai-xa de idade e nível sócio-econômico.

29 ) Repetimos duas vezes cada prova referente ao planejamento. isto ~. 'o question6rio por nós organizado e o Maudsley Personality Inventory.

39 ) Para cada aluno distribuimos a mesma tare fa em prazo igual para sua execução. com instruçôes e mate-riais semelhantes.

05 resultados foram criteriosamente verifica-dos e com o auxílio da estatística pudemos chegar aos resul-tados com as informaçôes mais rigorosas possíveis.

(11)

1.2. PODE-SE MEDIR A PERSONALIDADE?

A personalidade é um setor de estudo caracter! zado por um ponto de vista particular. Não podemos medir a personalidade toda. assim como não podemos medir o universo. mas certos aspectos da personalidade e do ~iverso. O probl! ma da medição é baatante complexo e muito técnico. A medida tem sido definida como atribuição de valores numéricos a ob-jetos ou fatos. de acordo com regras estabelecidas. (Eyeenck.

'957).

Vejamos alguns métodos usados para medidas de personalidade segundo 'Eysenck (1957):

1. MtTOOO DE AVALIAÇAo - Atribuem-se caracterís ticas. aptidões. atitudes a outras pessoas com base na obser-vação de seu comportamento. Estamos a lidar ~om um processo de interação entre duas pessoas e o que temos a fazer é anali sar mais essa interação do que aceitar qualquer parte dela co mo sendo objetivamente verdadeira.

Um indivíduo julgando outro. em relação a uma dada característica. será definido no seu juízo. não só pela realidade objetiva como também pela sua própria posse dessa característica. Uma das dificuldades desse método é o chamado efeito aureolar (halo effect). Esse termo é usado para expri-mir uma tendência comum entre os juízes humanos para simpati-zar ou não com um indivíduo e atribuir-lhe qualidades que só existem subjetivamente.

2. MtTOOO DE ENTREVISTA - Curtas entrevistas com vários sujeitos foram gravadas num filme sonoro e passadas p~ ra o grupo de classificadores. Estes deveriam responder per-guntas ~obre a personalidade dos entrevistados. As respostas a estas perguntas. que se ligam ao comportamento verbal. e em parte ao procedimento em várias situações da vida. foram co-nhecidas a partir de um estudo sério da vida de cada sujeito.

(12)

pare-4

cia ser uma característica proeminente de um dado classifica-dor, independentemente dos muitos indivíduos que estavam a classificar.

3 - M~TOOO 00 QUESTIONARIO - Neste o indivíduo é interrogado por escrito e das suas respostas tentamos che-gar a algumas conclusões sobre sua personalidade. Este tem si do o método mais usado, sobretudo, em vista do grande número de pessoas que podem ser interrogadas simultâneamente.

Um aspecto que tem criado dificuldade na aceita ção do valor das respostas de questionário consiste na facil! dade que oferecem suas respostas de serem falseadas pelos

su-jeitos. A maioria das pessoas quer ser bem vista. tende a se apresentar do melhor modo possível.

por isso

4 - T~CNICAS PROJETIVAS - Essas diferem dos mé-todos já mencionados por serem mais subjetivas do que objeti-vas. Procuram não tratar de certas características isoladas, mas da personalidade total.

O resultado típico de um exame por meio de uma das técnicas projetivas não é a classificação de uma dada ca-racterística, ou um conjunto de características, mas uma des-crição da personalidade com a qual se tenta colher uma impre~

são total da pessoa que foi examinada.

(13)

4.1. Outro teste que se tornou muito conhecido foi o chamado teste de Rorschach. Mostra-se ao sujeito um conjunto de borrões de tinta colorida ou nao. A interpretação dos re-sultados é feita notando-se várias particularidades indicadas pelos especialistas no assunto.

A tendência para as respostas serem dominadas pela cor parece indicar caráter impulsivo, excentricidade, c~

pacidade para experiência emocionais intensas, e em casos

ex-tremos~ violência e inconst6ncia. Mais atenção pela forma do que pela cor parece indicar firmeza intelectual ou introver-sao. A determinação das respostas pelas características do sombreado da mancha revelam um considerável grau de repressao.

4.2. Outro método bastante semelhante ao Teste de Apercepção Temática é o de contar histórias. Pede-se ao suje! to que conte histórias sobre pessoas ou situações que lhe sao descritas. Pode ser sobre obras musicais ou mesmo odores, usa dos para estimular a fantasia.

4.3. A análise da escrita é outra das chamadas técni cas projetivas, em que várias características da escrita de um indivíduo são usadas para alcançar uma descrição da sua

personalidade. A grafologia merece estudo mais profundo,

pois

é

sujeita a controvérsias quanto a sua validade.

4.4. Desenhar, pintar e tocar tem sido usado como técnica projetiva. Fazem-se interpretações a partir dos dese-nhos ou pinturas das crianças. Podem ser espont6neos ou limi-tados a determinados assuntos.

Sabemos que a medição da personalidade oferece uma série de dificuldades. Antes porém, de falar sobre isso, vamos deixar bem claro aqui que há diferenças entre medir e avaliar.

(14)

6

a extensão em que apresentam certo atributo. Avaliar implica conferir valores a objetos (pessoas, coisas, fatos) conforme pareçam mais ou menos importantes ou úteis para os fins visa-dos". A avaliação é mais ampla. pois depende de uma hierar-quia dos critérios de valoração. No entanto. entre medir e avaliar há um ponto comum que consiste na dependência da med! da e da avaliação aos propósitos que se tem como objetivo.

Uma das dificuldades de se medir a personalida-de consiste na AMOSTRA 00 COMPORTAMENTO (Tyler. 1967). Não p~ demos padronizar situações nas quais haverá mais probabilida-de dos indivíduos manifestarem suas características probabilida-de perso-nalidade. Muitas dessas características são de natureza so cial e só se revelam quando o indivíduo se encontra em um ti-po de gruti-po. Para realmente obtermos amostra de uma caracte-rística como o autodomínio. por exemplo. teriamos de padroni-zar situações desagradáveis e frustrantes.

Outra dificuldade apresentada ainda por Tyler (1967) e a INCAPACIDADE DE DESCREVER SEUS PROPRIOS MOTIVOS E CARACTERtSTICAS EMOCIONAIS. mesmo que o indivíduo tenha inte~

ções de fazê-lo honestamente. Isso acontece, porque grande parte de nossas motivações e desejos. sendo inconscientes.po~

sibilitam ao indivíduo a chance de não saberem opinar sobre seus motivos e suas emoçoes,

Uma terceira dificuldade mostrada ainda pela mesma autora é a FALTA DE CRITtRIOS PARA AVALIAR A VALIDADE DOS TESTES DE PERSONALIDADE. Se desejarmos medir a maior par-te das qualidades de um indivíduo, a dificuldade estará em se obter da vida real as medidas de "critério". isto é. uma medi da externa suficientemente válida. para termo de comparaçao. Se solicitarmos a um sujeito. por exemplo, que qualifique as pessoas baseando-se no sucesso e no otimismo. o resultado não sera satisfatório por várias razões como:

(15)

2a.) isso torna seu julgamento tendencioso pois

dará pontos altos à pessoa de quem gostar mais e pontos mais

baixos à pessoa de quem gostar menos.

A medida e avaliação da personalidade através

de instrumentos psicológicos é de suma importância na área da educação. Eles informam sobre casos. por exemplo. de

desajus-tamentos por motivos variados como incompatibilidade com os

pais. professores. colegas. problemas de saúde. econômicos.

etc. No entanto, o educador precisa estar atento à qualidade

ou a adequação do instrumento que deseja utilizar. ~ importa~

te então considerar os seguintes aspectos: precisão e valida-de.

(16)

8

1.3. PRECISA0 E VALIDADE

Pondo de parte aspectos de natureza prática (c~

mo tempo e facilidade de aplicação), as mais importantes

qua-lidades de um instrumento de medida psicológica sao sua ~

cisão (ou fidedignidade) e sua validade.

A precisão e a "exatidão com que o teste mede

aquilo que realmente mede" (Novaes e Martins, 1968). Sua

ava-liação é em geral dada pelo coeficiente de precisão

(reliabi-lity coefficent) ou pelo erro padrão dos escores (standard

errar of seores).

o

primeiro é constituido pelo coeficiente de

correlação entre duas aplicações, ao mesmo grupo. do mesmo

teste ou de formas equivalentes do teste. Há várias maneiras

de determiná-lo experimentalmente. como a aplicação sucessiva

de duas formas do teste, (método das formas paralelas), a

aplicação. com intervalo conveniente, da mesma forma do teste (método do retestel e a correlação entre duas metades

equiva-lentes do mesmo teste (método do seccionamento). No presente

estudo, foi utilizado o método de reteste, tanto para avaliar o coeficiente de precisão do M.P.I •• como o do nosso questio-nário.

Entretanto, o coeficiente de precisão tem um i~

conveniente: como todo coeficiente de correlação, seu valor e

influenciado pela maior ou menor heterogeneidade do grupo, e

deste modo não pode caracterizar de forma estável a precisão

do teste.

Para evitar esse inconveniente, pode-se lançar

mão de outra estatística, o erro padrão dos escores. que e o

erro padrão que se pode temer para cada escore individual.

A relação existente entre o coeficiente de

(17)

na qual e e o erro padrão procurado~ s o desvio padrão dos

escores obtidos pelo grupo, e r é o coeficiente de precisão

do teste.

A validade de um instrumento de medida

psicoló-gica

é

a "exatidão com que mede aquilo que pretendemos medir"

(Novaes e Martins, 1968).

Há vários aspectos pelos quais se pode avaliar

a validade dos testes, inclusive alguns de natureza subjetiva. No presente estudo, consideraremos apenas a validade estatisti

camente avaliada pela comparação entre os resultados

obti-dos no teste por doterminado grupo, com os obtidos pelo mesmo

grupo no critério. Este último é uma avaliação extorna ao

tes-te, obtida por meio de um instr~mento considerado

fundamental-mente válido para apreciação daquilo que se tem em vista.

o

coeficiente de validade (validity coefficient)

e o coeficiente de correlação entre os escores obtidos no tes-te por detes-terminado grupo de sujeitos, e os escores obtidos

pe-lo mesmo grupo no critério. Apresenta o mesmo inconveniente

que o coeficiente de precisão porque seu valor é influenciado

pela heterogeneidade do grupo. Além disso é também influencia

do pela maior ou menor precisão do critério. elemento inteira-mente estranho às qualidades do teste propriainteira-mente dito.

Esse último inconveniente pode ser removido por

meio da técnica. denominada por Piéron e Fessard (1931) de

correção da validade semi-atenuada, pelo uso da fórmula:

Rxy

=

rxy

\ / ryy

na qual rxy e o coeficiente de validade obtido

experimental-mente: ryy é o coeficiente de precisão do critério e Rxy e

uma estimativa da correlação entre o teste e o critório, este último fosse isento de erros experimentais,

sua precisão fosse perfeita.

isto e.

(18)

10

Por meio da fórmula indicada para o erro padrão

dos escores. chega-se ao que pode ser chamado erro padrão de

validade dos escores. Seu valor pode ser interpretado como o

erro padrão a temer no escore de um indivíduo em relação aqu! 10 que desejamos realmente medir •

(19)

2. FUNDAMENTAÇAo TEORICA

Como preâmbulo à exposição do presente estudo -experimental sobre o M.P.I. cabe situar as teorias do autor,

Eysenck, entre as principais teorias da personalidade que tem prevalecido no presente século. Para isso, apoiar-nos-emos sobretudo no livro Theory of Personality, de Calvin S. Hall e Gardner Lindzey, em sua tradução brasileira por Lauro Bretones (1973).

No prefácio desse livro declaram os autores que "não é fácil especificar, com precisão, o que é uma teo-ria da personalidade. Mais difícil ainda é determinar quais sao as teorias mais importantes" (pag. 9). Em nossa expos! ção, forçosamente abreviada, mencionaremos apenas

das teoriaê expostas no livro.

algumas

A primeira figura a considerar é a de Sigmund Freud (1856-1939), que no século atual exerceu uma das mais relevantes influências na psicologia e em todo pensamento m~

derno. Introduziu, na linguagem corrente, muitas expressões como "recalque", "subconsciente", "sublimação", etc.

DiscípulO de Charcot, suas teorias devem muito a sua formação médica e a seus trabalhos clínicos em psicot~

rapia, resumidos sob a designação de psicanálise. Freud foi o primeiro a salientar a importância relevante do subconsci-ente no comportamento diário de todos nós. Para ele a perso-nalidade é composta de três grandes sistemas: o~, o ~ e o superego. "O id é o sistema original da personalidadeJ ~é a matriz dentro da qual o ego e o superego se diferenciam. O id consiste em tudo o que é psicologicamente herdado e que está presente no nascimento, inclusive os instintos. t o re-servatório da energia ~!sica que põe em funcionamento os ou-tros sistemas" (Hall e Lindzey, 1973, pág. 47).

(20)

objeti-12

vo da realidade. ( ••• ) O ego é o executivo da personalidade

porque controla as direções na ação, seleciona do meio aos quais reagirá e decide quais são os

os aspectos

instintos a serem satisfeitos e de que modo" (Ibid, pág. 48).

"O superego é a arma moral da personalidade

( ••• ) Sua preocupação principal é decidir se alguma coisa

é

certa ou errada, de modo a poder a pessoa agir em harmonia

com os padrões autorizados pelos agentes da sociedade".(Ibid pág. 49).

Dentro da mesma corrente. vamos encontrar a teo

ria analítica de Carl Jung (1875-1961). Considerado um dos

maiores pensadores da atualidade. sua teoria difere da de

Freud por combinar teleologia (alvos e aspirações) com a cau

salidade (história individual e racial). Jung estrutura a p~r

sonalidade através de vérios sistemas isolados. mas atuantes

entre si. Os principais são: o ~

é

o centro da

personali-dade. é a mente em seu estado consciente. O inconsciente

in-dividual e seus complexos consiste em experiências que foram

reprimidas. suprimidas. esquecidas ou muito fracas a ponto de

não impressionar o consciente do sujeito. Os complexos são

constituídas dos sentimentos. percepções. pensamentos e

memó-rias no inconsciente do indivíduo. O inconsciente coletivo e

transpessoal é formado por traços de memória que remontam ao

passado do indivíduo. Inclui a sua história racial com seus

antepassados pré-humanos e animais. O arquétipo é originado

de experiências repetidas durante gerações e gerações. Um

ar-quétipo é uma fo~ma de pensamento universal (idéia) contendo

uma grande parte da emoção. Persona é a personalidade

pÚbli-ca em oposição à personalidade privada do indivíduo.

Anima e o animus.referem-se a bissexualidade do

indivíduo. A sombra constitui os instintos animais herdados

pelo homem em sua escalada da evolução. O self é o núcleo da

personalidade. é o alvo da vida. pode ser encarado como a mais

importante descoberta de Jung. Ele distingue duas principais

(21)

ex-terior. para o objetivo e a" de introvers~o. que o orienta para o mundo subjetivo e interior.

Segundo Hall e Lindzey (1973) a influ~ncia da teoria de Jung sobre a psicologia científica faz-se notar através do teste de Associação de Palavras (criado por Gal-ton) e vários outros testes de 1nt~~rsão e e~troversão. 05 resultado& dos últimos testes mencionados indicam que os ind! víduos n~o estaõ classificados rigidamente como introversos ou extroversos. No entanto. estas mesmas atitudes estão pre-sentes em todos os indivíduos.

As id~ias de Jung estão muito em evidência e sua teoria da personalidade é um dos grandes acontecimentos no pensamento moderno.

As teorias culturalistas t~m como principais s~

guidores Alfred Adler (1~70-1937). Erich Fromm (1900). Harry Stack Sullivan (1892~1949) e Karen Horney (1885-1952).

Adler atribuiu à sociedade a origem dos fatores mais significativos para a formação da personalidade do homem.

Fromm atribuiu à dinâmica da sociedade, bem co-mo a sua estrutura, os co-moldes através dos quais os indivíduos ajustam seus valores e suas necessidades.

Sullivan considerou a grande importância do re-lacionamento mãe-filho, tanto na infância como na adolesc~n­

cia.

Horney atribuiu grand9 significação a vida fami 1iar do indivíduo.

E~ses te6ricos apresentam diverg~ncias em rela-ç~o à teoria do instinto de Freud e confirmaram as influ~n­

cias hereditárias e ambientais na formaç~o da personalidade. Segundo eles, o homem pode criar o tipo de sociedade que su-põe ser mais benéfico para si.

(22)

14

minho de uma sociedade nova. Sullivan sugeriu a cooperaç~o

internacional.Todos eles sustentaram a idéia de que a ansi~

dade é causada por problemas sociais como desempregos. into lerãncias. injustiças e guerras.

Os críticos, segundo Hall e Lindzey (1973), afi~

mam que as teorias pSico-sociais n~o têm estimulado muito a pesquisa, mas favorecem oportunidades para este trabalho.No entanto. deram grande contribuiç~o ao considerar o homem co mo ser social, uma imagem relevante para a psicologia con temporânea.

Lançada por três psicólogos a19m~es, Wertheimer, KOhler e Koffka, apareceu a psicologia da Gestalt e e den-tro desta corrente que deve ser situada a teoria do campo , de kurt Lewin.

As principais características da taoria de Kurt Lewin (1890-1947) sao:

1a.) o comportamento e funç~o do campo que exis-ta no momento em que ale ocorre;

2a.) a análise começa com a situação como um to-do, da qual são diferenciadas as partes componentes;

3a.) a pessoa concreta, em sua situação concre-ta. pode ser representada matematicamente. (Hall e Lindzey, 1973, pago 234).

Os principais conceitos dinâmicos de Lewin sao os seguintes: Energia - o indivíduo é um complexo sistema de energiaJ esta realiza o trabalho psicológico 8, portanto,

(23)

sao: direção. energia. ponto de aplicação. representadas m~ tematicamente por um vetor. A direção dada pelo vetor repre-senta a energia da força e o ponto de aplicação

é

aquele lu-gar fora da delimitação da pessoa atingida pela seta.

A teoria de campo de Lewin tem sido bastante criticada nos últimos vinte anos. Segundo os críticos ela não apresenta nada de novo sobre o comportamento humano. além de não levar em consideração ü história passada do indivíduo.

No entanto. a sua teoria põe em relevo a posição do homem c~ mo um complexo campo de energia. motivado por forças fisioló gicas e tornando-o repleto da necessidades. (Hall e lindzey. 1973. pago 283).

A teoria do indivíduo de Gordon Allport (1897-) é derivada. em parte. da psicologia gestaltista e de Stern. William James e McOougalll. Allport deu grande importância ao estudo quantitativo do indivíduo e a motivação consciente. Interpretou a maioria dos fenômenos do comportamento em ter-mos de self e ~. funções próprias da personalidade que re~

nidas formam o proprium. Considerou a personalidade como a "organização dinâmica dos sistemas pSicofíSicos que determi-nam os ajustamentos peculiares de cada indiv{dao ao meio".

Segundo Allport. "o caráter e a personalidade avaliada: personalidada é o caráter naO avaliado e tempera-mento são as disposições biológicas e fisiológicas que se apresentam no indivíduo com pouca possibilidade de se modifi car e de se desenvolver". A teoria de Allport é mais conheci da como uma psicologia de traços. que ele considerou como uma predisposição do indivíduo para responder aos estímulos. Os traços são mais gerais do que os hábitos e representam o re-sultado da combinaçâo de dois ou mais hábitos. Ele faz dife-rença entre traços e tipos, Estes últimos "são construtos re alizados pelo observador podendo o indivíduo adaptar-se a eles ou não". O traço pode ser revelador da originalidade do indivíduo e o tipo pode atuar contrariamente.

(24)

1,6

verdadeiros. porque "estão sempre no indivíduo e nao na

co-munidade e se transformam em disposições dinâmicas de mane!

ra muito individual". Enquanto isso. "o traço comum nao e

verdadeiro. por~m. um aspecto mensur~vel dos traçofo

indivi-duais mais complexos".

Por outro lado. Allport dividiu o processo de

desenvolvimento da personalidade em' três etapas. P~im~ira

-o Infante. que nà-o tem pers-onalidade. mas p-otencialidades

físicas e de temperamento. A criança vai se desenvolvendo

motivada pela necessidade de diminuir a dor e aumentar o

prazer. Então. a lei do efeito. o princípio do prazer. uma

teoria baseada em'recompensa ou_um modelo~biológico de

com-portamento sao aceit~veis como guias para os primeiros anos

de vida da criança. Segunda - o da transformação do Infante.

quando v~rios mecanismos ocorrem em favor das mudanças

en-tre a infância

e

a idade adulta. Allport menciona esses

me-canismos como sendo a diferenciação. a integração. a matur~

ção. a aprendizagem. a autonomia funcional e a extensão do

self. Terceira - á a fase adulta. quando o indivíduo est~ ma duro e seu comportamento "á um conjunto de traços organiza-dos e coerentes". Para alcançar essa maturidade.Allport acre

dita que o indivíduo deve ter "auto-objetivação". sendo o hu

mor e o discernimento 05 componentes básicos desse atributo.

Um dos aspectos mais importantes da teoria de

Allport ~ o valor que lhe dão os teóricos da psican~lise.Ele

(25)

funcional apresentando elevada correlação com os recentes pr~

gressos da psicologia pSicanalítica do ego.

Hall e Lindzey (1973. pág. 323) afirmam que. se

gundo os críticos. um dos pontos negativos da teoria de

Allport consiste no Tata de dispensar muita importância ao

que ocorre dentro do organismo humano em oposição ao que ocor

re fora dele.

A teoria organ!smica tomou emprestado vários

conceitos da psicologia g9B~8Itista. por isso e considerada

como uma extensão da Gestalt. tomando o organ!sm~ como um

to-do.

A figurs de maior destaque da teoria

organísmi-ca é Kurt Goldstein (~878 -) entretanto. Aristóteles. Goethe. Spinoza. William James marecem ser lembrados e destacados. p~

lo menos como precursores.

Durante a primeira guerra mundial, Goldstein

trabalhou com soldados portadores de lesão cerebral e com dis

tQrbios de linguagem. Concluiu que "um sintoma não pode ser

compreendido a partir de certa lesão cerebral. mas do organi~

mo como um todo unificado e nao como um conjunto de partes".

As principais características da teoria

orga-n!smica. no que diz respeito à pSicologia da pessoa, podem ser assim resumidas:

1a.) necessidade de auto-realização;

(26)

16

3a.) o organismo como um todo (ponto de vista

holístico);

4a.) inclusão da parte biológica e psíquica do

organismo.

Os principais conceitos dinâmicos da teoria o~

ganísmica apresentados por Goldstein 5ao: o processo de

equa-lização ou de centragem da organismo - há uma provisão de

energia no organismo que se distribui igualmente. Este é o as

tado de tensão parmal. a que o indiv!du~ procure retornar

de-pois que um estímulo muda a tensão. Esse retorno

é

a equaliz~

çao. A auto-realização - através da qual o indivíduo tende a

se realizar à medida que vai satisfazendo as suas

necessida-des. Pôr~6e em acordo com p meio ambiente - o indivíduo

pro-cura no ambiente em que vive os recursos mais necessários

pa-ra seu equilíbrio interior. Para Goldstein o indivíduo deve

estar harmonizado com o ambiente em que vive e isso significa

domínio sobre o mesmo. Caso isso não seja possível, o

indiví-duo terá de aceitar as suas dificuldades e ajustar-se da me~

lhor maneira possível à realidade do seu mundo exterior.

A

respeito dos distúrbios da linguagem. Golds

-tein apresenta quatro sintomas de acordo com a sua origem:

19 ) sintomas diretos, resultam de uma

desinte-graçao ou "desdiferenciação" da uma função do organismo.

oca-sionando a SU3 involução;

27 ) sintomas indiretos. surgem do fato de uma

(27)

esteve estreitamente associada.

39 ) sintomas devidos a condições traumáticas e

a mecanismos contra o trauma. produzidos pelo efeito da subs

tituição da are a lesada por outras partes do sistema nervoso)

49 ) sintomas devidos à fadiga e a perseverança.

quando o indivíduo se serve da fadiga como uma espécie de m~

canismo protetor para escapar de uma situação que lhe pareça

desagradável.

Várias críticas têm sido feitas a Goldstein.

como. por exemplo. ele não distinguiu claramente entre o que

é inerente ao organismo e o que ne~foi posto pela cultura.

No entanto, ele orienta o investigador no

sen-tido de considerar o indivíduo como um todo e não como um

acontepimento isolado (Hall e Lindzey, 1973. pago 368).

William Sheldon (1899 -) aluno de Jung, Freud.

'Kretschmer. em sua psicologia constitucional. deu grande

im-portância à estrutura física do corpo como determinante

pri-mário do comportamento. No entanto. os fatores biológicos ti

veram também seu destaque na psicologia constitucional de

Sheldon. Após estudos cuidadosos com fotografias. Sheldon e

seus colaboradores identificaram três componentes para deter

minar a estrutura física do indivíduo:

19 Endomorfia. nesse tipo o indivíduo

apresen-ta vísceras digestivas muito desenvolvidas e é de aparência,

"balofa e esférica". Os elementos funcionais dessa estrutura

evoluem a partir da camada endodérmica.

(28)

20

29 ) Mesomorfia. é o atleta de tipo forte. re-sistente e dado ao trabalho físico. Sua estruta provém da

camada embrionária do endoderma.

39 ) Ectomorfia. é o tipo frágil. em geral

ma-gro e de pouca musculatura. ~ muito propenso à estimulação externa. Esse tipo é con5tituído predominantemente de teci-dos da camada embrionária do ectoderma.

De posse desses elementos para avaliar os

as-pectos físicos da estruture humana. Sheldon criou ~m ~todo

para avaliar o comportamento do indivíduo em relaQão a seu

temperamento. Uma pesquisa de intercorrelação com cem indi

víduos. utilizando 68 traços. resultou na seleção de vinte

traços para cada um dos três grupos: t a escala de temper~

mentos. A primeira componente de temperamento foi denomina

da viscerot~nia - é o individuo com característica de amor

ao conforto. sociável. afetivo. moderado. tolerante.

A

se-gunda componente é chamada somatotonia - é o indivíduo dado

à aventura física. agressivo. barulhento. corajoso. A ter-ceira componente é a chamada cerebrotonia - e o indivíduo

reservado. a~o-consciente. que dorme pouco e

solidão.

prefere e

Dentre os psicólogos que valorizaram os méto

dos quantitativos e procuram comparar os componentes de

Sheldon com vários estudos fatoriais. mencionaremos

Thurs-tone (1946). Eysenck (1947) e Howells (1952).

Sem dúvida. ao estudar os livros de Sheldon.

(29)

tadas entre os componentes da constituição física I de um

ladol e os componentes do temperamento de outro l ficamos

surpresos pelos valores relativos dos grupos endomorfia

-viscerotonia. mesomorfia-somatotonia e ectomorfia-cerebro

tania. Deve-se salientar que outros pesquisadores indepe~

dentes encontraram correlações muito mais baixas entre

es-tes três pares de variáveis.

Dutra teoria que ebordaremos é a do self de Carl Rogers (1902-). A sua teoria representa uma síntese

das teorias fenomenológicas de Snygg e Combs; da holista

e organísmica vistas por Goldstein. Maslow e Angyal; da

interpessoal de Sullivan e da Self vista pelo próprio Rogers

com a contribuição de Raimy (1943) e Lecky (1945).

Os principais elementos da teoria de Rogers

sao:

19 )0 organismo. representado pelo indivíduo

todo;

29 ) o campo fenomenológico. todas as experiê~

cias do indivíduo;

39 ) o self l o resultado da interação com o

meio.

O self. segundo Rogers (1942) possui algumas

propriedades. tais como: a) estabelece interação entre o

organismo e o meio; b) introjeta valores dos outros e pe~

cebe-os de qualquer forma; c) procura sua coerência; d) o

organismo reage relativamente ao self; e) essas

(30)

22

conforme a maturidade e aprendizagem do indivíduo.

Recentemente introduziu mais três elementos

novos que são (Hall e Lindzey, 1973, pago 533):

19 ) necessidade de apreço positivo

29 ) necessidade de auto-apreço

39 ) condições de valor.

o

objetivo desses novos elementos é o

auxí-lio na explicação das discrepâncias entre o self e as ex~~

riências, discrepâncias no comportamento, experiências ame~

çadoras e processos de defesa e o processo de reintegração.

Rogers tem sido figura de destaque no '

aconse-lhamento e na psicoterapia.O essencial da terapia de Rogers

e a relação de pessoa a pessoa, onde o cliente esquece que

e paciente e que o terapeuta é terapeuta. Isto faz o

clien-te sentir a todo momento o que ele é para depois encontrar

-se a si mesmo.

A teoria do self de Rogers ainda nao está

con-cluída. Seja qual for o seu futuro ela muito tem feito no

sentido de "tornar o self como objeto de predições e

inves-tigações". Nisso ela tem sido extremamente ~til.

Nosso próximo enfoque é o das

teoriasfatori-ais. Antes de abordarmos o assunto, cabe indicar que a

ana-lise fatorial é um método matemático geral. Sua finalidade

consiste em, diante de elevado n~mero de variáveis

(31)

menor de "fatores". suficientes para explicar. pelo menos de modo aproximado. as correlações verificadas entre as variã • veis originais. Suaaplicaç~o ~ muito ampla e pode incidir sobre variáveis psicológicas de natureza intelectual, variá-veis de caráter puramente físico. já tendo mesmo sido empre-gado para variáv~is de natureza diplomática entre os países do globo.

Sem entrar nas t€cnicas matematicamente muito ela boradas de que lançam mao os que se dedicam à análise fato-rial. bastará salientar que oS resultados obtidos podem ser divididos em dois grandes grupos: os que chegam a um sistema de fatores "ortogonais". isto ~. a fatores que n~o apr-esen-tam correlaç~o entre si. e os que chegam a fatores "obli-quos". isto e, a fatores que apresentam entre si maior ou me nor grau de correlação.

N~o seria, pois. de surpreender que um processo de análise tão fecundo n~o fosse também explorado pelos que se dedicam ao estudo da personalidade. Cabe notar que. para nos-so trabalho, as "teorias fatoriais da pernos-sonalidade" n~o con~

tituem uma escola uniforme: seu ponto de éontato é represent~

do pelos processos matemáticos utilizados e n~o pela essência dos resultados obtidos. Nas palavras de Hall e Lindzey (pag. 415), a essência das teorias fatoriais consiste .em obter-se "um conjunto de fatores determinados que constituem o funda-mento, bem como a tentativa de explicação do comportamento hu mano e sua complexidade".

(32)

24

lise fatorial. Destacaremos Thurstone (1947), Thomson (1951), Cate11 e Eysenck (19521 e Guilford (1954), sendo que Catell

e Eysenck ofereceram as contribuições mais importantes sob

o ponto de vista da personalidade.

Raymond Catell (1905), como pesquisador. inte

-ressou-se nao só pelos métodos quantitativos. como também

pelos fatos e problemas psicológicos. Em relação aos traços da personalidade sua posição é semelhante a de Allport e no

que se refere à análise fatorial seu trabalho deve muito a

Spearman. Thurstone e McDougall.

Os conceitos mais usados por CateI 1 em relação à

natureza da personalidade são os traços. Ele concorda com

Allport sobre os traços comuns e admite os traços únicos.

aplicáveis a determinados indivíduos. Podem ser divididos

em relativamente únicos. que decorrem de uma "disposição le

vemente diferente dos elementos que constituem o traço" e

intrinsecamente únicos. onde o indivíduo possui um traço

"genuinamente diferente", não encontrado em outras pessoas.

Ele apresenta também os traços de superfície.

produzidos pela interação dos traços de profundidade. são

menos estáveis e podem ser inferidos à base da observação.

Mostra também os traços de profundidade. identificáveis so-mente por meio da análise fatorial. O pesquisador pode est! mar as variáveis ou fatores que são a base do comportamento

de superfície. são os mais úteis na avaliação da personal!

dade: ~, é um traço constitucional. dinâmico, de profund!

dade e é em grande parte adquirido no nascimento. Metaerg.

é traço de profundidade dinâmico moldado pelo ambiente. ap~

rece com o desenvolvimento do indivíduo. Self - a visão de

Catell sobre o seIf é baseada no id, ego e superego de

Freud. Além desse self estrutural. CateIl distingue o self

ideal. que representa o indivíduo como ele gostaria de ser

visto. Há também o self real,

é

o indivíduo tal como teria

de se admitir conscientemente. A equação de especificação.

(33)

predito com exatidão atrávés de uma dada equaçao.

Catell explica o processo de aprendizagem através

de seis cruzamentos dinãmicos "que os eventos que se se

guem à ativação de algum conjunto érgico do comportamento".

O primeiro cruzamento dinâmico ocorre quando o indivíduo faz sua tentativa inicial para a satisfação de um ergo O segundo. quando o indivíduo se encontra diante das seguintes alterna-tivas:

1a.) aumento de atividades e satisfação;

2a.) ira para vencer a barreira e satisfação: 3a.) ira que leva a um resultado ineficaz

O terceiro cruz~mento dinâmico. quando o indivíduo

nao supera a barreira. embora tenha experimentado a ira. O

guarto. relacionado com o abandono do ergo quando ocorre o

aj~stamento interno. O quinto. quando o indivíduo apresenta um

comportamento desajustado. O sexto. é o estado de repressao

instável.

No sistema de Catell esses seis cruzamentos. junt~

mente com os conceitos ido ego e superego de Freud. sao

usa-dos para mostrar a linha de desenvolvimento normal da person~

lidade. assim como suas formas neuróticas e pSicóticas.

Sejam quais forem as críticas feitas à análise fa-torial, a ênfase dada às medidas representa uma influência be néfica ao estudo da personalidade.

Eysenck é considerado uma das figuras mais destaca das nas teorias fütoriais juntamente com Catell. Sobre ele fa

laremos de maneira mais detalhada em capítulos especiais. co~

siderando ser ele o autor do tema principal de nossa disserta çao.

Em seu capítulo final 'do livro. Hall e Lindzey

(1973) fazem comparações entre as teorias abordadas. Ao

com-pará-las. os autores mencionados. afirmam que todas as

(34)

26

das teóricas concebam a homem "cama um ser datada de propo-sita".

Freud dá em sua teoria psicanalítica grande en-fase aos fatores inconscientes. enquanto Jung procede da mesma mOda em sua teoria anal!tica. Noutra extrema Lewin. Allport. Goldstein e Rogers conaidaram aqueles fatoras mui-ta impDrmui-tantes. mas em relação aos indivíduos anormais.

Alguns psicólogos americanos redu~1ram ao míni-ma a papel das fatores hereditárias como determinantes da comportamento. No entanto. muitos teórioos evidenciaram a importância desses fatores como Sheldon. Eysenck. Catell. Jung. Freud. Em menor escala Horney. Fromm~ Lewin. Rogers e Sullivan.

o

maior relevo dado à continuidade da desenvol-vimento aparece nas teorias de Freud. Adler e Sulli~an. Es~

ses teóricos explicam que as fatos presentes estão ligados ao passado e que o desenvolvimento e um processo ordenada e coerente em termos somente de uma série de princípios. Ao contrário. Allport. Lewin e Rogers enfatizam a descontinui-dade na desenvolvimento e a relativa independência do adul-ta em r8laç~e aos fatos ligados a sua inf~ncia.

Um das aspectos que. sob o ponto de vista histó-rica. distingue as teorias da personalidade de outras é a holismo. Para Hall e lindzey a maioria dos teóricos contem-porâneos pode ser considerada como organísmica. Assim. AII-port. Goldstein. Rogers e Sheldon afirmam que "um só eleme~

ta da comportamento não deve ser estudado isoladamente da totalidade da pessoa. inclusive do seu aspecto biológica".

Lewin e Sullivan salientam a importãncia da cam-pa; Allport é o que mais insiste em considerar a importân-cia da individualidade.

(35)

tamento".

e

visto tamb~m como um "agrupamento de atitudes e sentimentos que o indivíduo possui de si mesmo". Tanto de

um como de outro modo o self é visto ocupando um papel

mui-to importante nos conceimui-tos de personalidade. Entre os

teó-ricos que fazem uso do ego e do self estão Rogers. Adler.

Allport. Catell. Freud. Goldstein. Jung e Sullivan. No

en-tanto. Eysenck e Sheldon não atribuiram a mesma importãncia ao self.

Os determinantes do comportamento relativos a

participação no grupo são considerados muito importantes.

principalmente pelas teorias que foram influenciadas· pela

sociologia e pela antropologia. Fromm e Sullivan são

exem-plos dessa posição.

"Apesar das limitaç5es das teorias da personal!

dade como geradoras de pesquisa". a grande maioria delas

deu lugar a muitas pesquisas.

Acerca da atual teoria da personalidade. Hall e Lindzey (1973), apresentam algumas reflex5es. Afirmam que o campo da personalidade seria favorecido com:

19 ) "o incremento da sofisticação.

dos psicólógos. no que diz respeito à natureza e

da formulação teórica". Dessa reflexão o aspecto

portante para os autores é o fato de ser a teoria

e estimuladora de pesquisas".

por parte

a função mais im-geradora

20 ) "uma discriminação mais sensível entre o es

tilo literário e a poderosa teorização". Isto significa que

a utilidade da pesquisa é mais importante que seu

"brilhan-tismo literário".

39 ) "um aumento tanto do radicalismo quanto do

conservadorismo". O teórico deve se dedicar mais à investi

gaçao empírica do que à polêmica ou a discussão.

49 ) "a isenção de serem os teóricos obrigados a

(36)

28

pectos normativas ou habituais da comportamento". Essa re-flexeo serve mais para revelar a posição da teórica da que para avaliar a sua teoria.

Hall e Lindzey (1973) afirmam que comparando e~

sas teorias com as das três ou quatro últimas décadas a pr~ gresso é evidente. Durante as últimas vinte e cinco anos sur giram pesquisas empíricas em grande volume com desenvolvi-mento da sofi~ticação. A amplitude de idéias sabre a com-portamento aumentou grandemente. Não obstante as deficiên-cias dessas teorias elas têm influenciada produtivamente a psicologia ag~ra e influenciará na futura.

(37)

2.1. TEORIA DAS DIMENSOES DA PERSONALIDADE DE EYSENCK

As pesquisas in1c1ais de Eysenck a respeito das dimensões da personal1dade foram baseadas na popUlação do Hospital de Emergência Mill H1ll, em Londres. Começou com um grupo de aproximadamente dez mil soldados normais e neu-róticos. selecionados por psiquiatras que reuniram grande número de informações sobFe suas doenças.

Valendo-se da análise ~atorial. Eysenck (1952) identificou a variável nevroticismo e a variável bjpolar introversão-extroversão.

Como nosso trabalho levou em conta somente a variável bipolar introverseG-extroversão. deixar~8 de la-do os elementos que caracterizam o neuroticismo, para des-crever apenas os dois tipos opostos: os totalmente intro-vertidos e os totalmente extrointro-vertidos.

t

clero que a maio-ria das pessoas se situam em algum ponto da dimensão intro-versão-extroversão, sem apresentar todas as característi-cas dos d~is tipos extremos. Cada um deles pode ser repre-sentado por um modelo hierárquico (Figuras 1 e 2), no qual o nível mais alto

é

representado pelo nível do tipo (intro-verso ou extro(intro-verso).

No nível mais baixo, temos atos específiCOS de comportamento ou RESPOSTAS ESPECIFICAS. denominadas SR1' SR2, SR3 ••••• SRn. Estas são as respostas às experiên -cias da vida diária, observadas uma vez e que podem ser ou não características do indivíduo.

(38)

30

No terceiro nível temos a organização dos atos

habituais em TRAÇOS TR1' TR2' TR3 .•• ' TRn' como sociabili-dade. impulsivisociabili-dade. atividade, excitabilidade (que se

re-ferem

à

extroversãol e os traços persistência, rigidez. d~

sequilíbrio autônomo. precisão. irritabilidade {que se

re-ferem à intro~rsão). Esses conceitos teóricns são

basea-dos em interoo~relações observadas em um carta número de

diferentes respostas habituais.

No quarto nível temos a organização de traços

num TIPO geral: extroversão e introversão.

(NOTA: As figuras 1 e 2. reprodUZidas de

li-vros diferentes, variam quanto às notações: enquanto na

primeira as designaçõss sao S.R. e H.R.. na segunda elas

aparecsm como R.E. e R.A.l.

Os conceitos de tipo e traço sao

-

importantes

para Eyaenck. no que se rSTsre à obgerveção do eomportame~

to dos indivíduos. Traço, ele define como "uma

constela-ção de tendências para a aconstela-ção". ou seja. uma confirmação

obser~ada nos hábitos ou atos que um sujeito tende a

repe-tir. O tipo é "uma constelação de slndromes de traços,

é

um conceito mais amplo, mais generalizado porque inclui o

traço". Por isso. o autor define personalidade como um

Ncomposto de atos e disposições. organizados de modo

hie-rárquiCO segundo sua generalidade e importância N• Então,

podemos observar que 05 tipos. introvertido e extrovertido,

representam o nível mais elevado de generalidade. As respo~

tas específicas estão em nível mais específico e menos g~

ralo Entre estas e o tipo estão as respostas habituais e

os traços. Estes últimos organizam-se em uma estrutura

mais geral, resultando num tipo de personalidade.

A maneira mais usual que temos para descrever

um tipo de personalidade de um indivíduo

é

identificar

(39)

As-sim, identificamos uma pessoa como sociável, impulsiva. ativa, viva. ou persistente, rígida, irritada. etc. Quanto mais coerente for o comportamento e sua ocorrência mais freqOente. tanto melhor se pode concluir que esses traços são característicos do indivíduo. Isto é o que se chama CRITtRIO DE TRAÇOS para definir personalidade. Clazarus. 1969).

o

modelo de critério de traços da personalida-de e o PSICOGRAMA. Este consiste num esquema organizado de vários traços de uma pessoa em comparação com outras pessoas.

Um instrumento psicológico elaborado por Gough (19571. o California Psychological Inventory. é utilizado para avaliação da personalidade. Baseia-se na contagem de pontos obtidos com as respostas que uma pessoa dá a pergu~

tas numa série de subtestes.cada um medindo diTerentes tra ços da personalidade.

(40)

2.2. COMPARAÇAo ENTRE OS MODELOS ESTRUTURAIS DE CATELL E EYSENCK

32

Em nível relativamente superficial. a diferençe mais aparente entre esses dois modelos é que. partindo de tipos essencialmente similares de medida. Catell (1950) isolou cerca de 16 ou 21 fatores e Eysenck isolou somente duas variáveis: a introversão-extroversão e o neuroticismo.

As diferenças dos fatores estruturais de Catell e Eysenck decorrem principalmente disto:

19 ) Diferenças entre os tipos de população in-vestigados. Em relação a isso. Eysenck e seus colaborado-res fizeram grande uso de grupos neuróticos e psicóticos. Catell fez opção por pesaoas de grupos normais.

29 ) Ao determinar a natureza da estrutura da personalidade. Catell usou a técnica analítica de fatores com resultados em fatores oblíquos ou correlacionados en-tre si. Eysenck usou mais as técnicas que produzem fato-res independentes.

A diferença nos tipos de população explica par-cialmente as diferenças de tipos ou identidade dos fatores isolados. As diferenças na técnica analítica de fatores. explicam a disparidade no número de fatores isolados.

As duas dimensões mais importantes de Eysenck. extroversão e neuroticismo. correspondem tanto em nível quanto em tipo. aos fatores de segunda ordem (extroversão e ansiedade) da análise dos dados de questionário de Ca-tell. As diferenças estruturais dos modelos de Catell e Eysenck são basicamente mais diferenças técnicas

substanciais.

do que

(41)

dos critérios da vida real.

Eysenck prefere lidar com fatores de segunda ordem em nível de tipos. Ele acredita que. enquanto os f~ tores de primeira ordem podem provar um diagnóstico melhor para critérios. os fatores de ordem mais alta. contribuem mais para a teoria da estrutura da personalidade. Essa di-vergência de abordagem se re~lete também nos tipos de ins-trumentos de medidas que foram desenvolvidos por esses dois investigadores.

Catell (1950) desenvolveu. entre outros. ates te 16 Personality Factor QU96tionnaire. Esse mede a pers~­

nalidade ao longo dos traços de 16 fontes diferentes. Ey-senck e seus colaboradores desenvolveram o Maudsley Perso-nality Inventory (1959) e o Eysenck Personality Inventory

(1964). Esses medem as diferenças de personalidade ao lon-go das duas principais dimensões de neuroticismo a extro-versao.

Eysenck e Catell concordam que a única t8or1a de personalidade válida é aquela que é baseada no uso de sofisticados métodos múltiplo-fatoriais para mapear as ca-racterísticas da estrutura da personalidade. Ambos rejei-tam enfaticamente qualquer abordagem que comece com exces-siva teorização. Eles acreditam também que um corpo de te-orias clínicas está agora surgindo diretamente de seus ex-perimentos.

(42)

34

2.3. DETERMINANTES BIOL~GICOS DA PERSONALIDADE, SEGUNDO EYSENCK

Grande parte do trabalho

oe

Eysenck na última década concentrou-se em dQéenvolver e

sais. Elas serviram para explicar as elementos descritivos de personalidade.

testar t9Q~ias

cau-relações entre os

Segundo o autor, as diferenças individuais sao derivpdas de determinantes heredit~rios operando dentro das estruturas b~sicas neurais do corpo humano. A posição de um indivíduo ao longo da dim9nsão neuroticismo depende da ins-tabilidade relativa ou da exciins-tabilidade do sistema nervoso autônomo. O posicionamento ao longo da dimensão extrover-são é baseada em propriedades características do sistema nervoso central, isto é, o equilíbrio Qntre p~ocessos exci-tatórios e inibitórios no c6rtex cerebral.

Excitação é a atividade de, formação da conexao envolvida na transmissão de impulsos neurais entre regiões diferentes do córtex. Inibição é um processo similar à fa-diga, Que se desenvolve como uma conseqaência da excitação e age para impedir a passagem futura de impulsos neurais ex citatórios (Eysenck, 1959).

As noções de excitação e inibição provêm de Jung bem como as di~ensões da personalidade introversão-extrover são. Segundo esse autor os neuróticos extro~e~tidos aprese~

tam sintomas de histeria e os neuróticos int~o~ertidos apr~

sentam sintomas de natureza distímica (psicastenia).

Isso concorda com a observação de Pavlov (1927)

de que paciente~ histéricos apresentam sintomas semelhantes aos modelos de comportamento de seu tipo inibitório de cães.

(43)

19 ) Sempre que é feita uma conexçao estimulo-resposta em um organismo (excitação), ocorre também simul-tãneamente uma reação nas estr~turas nervosas mediando es-ta conexão, a qual opõe seu reaparecimento (inibição reati-va) durante certo tempo.

29 ) Seres humanos diferem a respeito da veloci dade com a qual a inibição reativa é produzida. da força da inibição reativa e da velocidade com que ela é dissipada. As diferenças são propriedades das estruturas físicas envol-vidas na evocaçao das respostas.

39 ) Indivíduos nos quais a inibição reativa é

gerada rapidamente e dissipada lentamente . sao· predispostos ao desenvolvimento de comportamentos padronizados.

A teoria da inibição cortical total de Eysenck, ligando os construtos da excitação e da inibição com os pa-drões de comportamento relativos à extroversão e introversão, está indicada sob forma diagramática na Figura 4.

Pode-se ver no diagrama que a teoria de Eysenck e vista em quatro níveis diferentes. O primeiro (em baixo).

é o nível neural e é determinado constitucionalmente. Como vimos no postulado tipológico uma pessoa pode estar predis-posta a desenvolver potenciais excitatórios fortes e inibitó rios frpcos (introvertido). Pode também desenvolver poten-ciais excitatórios fracos e inibitórios fortes Cextrover -tido) • Isto é o nível do construto ·teórico

N,.

Baseando-se no postulado tipológico, os extrovertidos deveriam ser condi cionados menos rapidamente e descondicionados mais rapidame~

te, apresentando maior reminiscência (Eysenck, 1957).

(44)

suposi-36

ção de que o processo de socialização inicial é mediado p! lo condicionamento do tipo 1 ou pavloviano. Se os indivíduos introvertidos são facilmente condicionados em virtude de seus potenciais corticais de alta excitatoriedade e baixa inibito-riedade, eles responderão mais prontamente às práticas socia-lizantes na infância até ao ponto de se tornarem socializados em excesso. Os introvertidos são indivíduos que aprendem as lições de socialização muito bem. Por isso. tendem a prefe-rir o pensamento à ação e voltarem-se para dentro de

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com satisfação.

O contrário acontece com os indivíduos

extro-ver~1dos. Em virtude de seu potencial de baixa exc1tato~ieda­

de e alta inibitoriedade absorvam inadsquadamQnte as lições de socialização. Como resultado preferem a satisTação ime-diata de seus impulsos através da ação em vez do pensame~

to. Neste nível. portanto. diferenças na formação cortical ex pressam-se em padrões diferentes de comportamento. t importa~

te notar a ligação lógica entre N1• N2, N

3, que é prouenien-te do processo de socialização do meio ambienprouenien-te. Assim. o prouenien-ter ceiro N

3, representa traços ou hábitos comportamentais do t i -po usualmente chamado personalidade. Variações na sociabili-dade. 1mpulsividade, atividade, etc podem ser

pelos escores obtidos da escala de extroversão Personality Inventory.

exemplificados

do Maudsley

No quarto nível - N

4 - estão as atitudes ou há bitos de pensamento: dura obstinação versus suave obstinação. punição, etnocentrismo, etc. Esses são mais determinados pe-lo meio-ambiente do que qualquer um dos três primeiros níveis. Será notado que ao mover-se de N

1 para N4• encontram-se modi-ficações ambientais ampliando-se (Eysenck. 1963).·

Imagem

Fig.  2  - Diagrama  ilustrativo  da  organização  hierárquica  da  personalidade  segundo  H
FIGURA  3  - EXEMPLO  DE  UM  PSICoGRAMA.  OS  DADOS  FORAM  OBTIDOS  ATRAV~S  00
FIGURA  4  ~  REPRESENTAÇÃO  DIAGRAMATICA  DA  TEORIA  DA

Referências

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