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O ensino nos cursos de ciências contábeis no município de Belo Horizonte: um estudo comparativo

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(1)

o

ENSINO NOS CURSOS DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

NO IlUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE - UM ESTUDO COMPARATIVO

(2)

..

o ENSINO NOS CURSOS DE CI~NCIAS CONTÁBEIS

NO MUNICíPIO DE BELO HORIZONTE - UM ESTUDO COMPARATIVO

, JO SÉ GOMES PACHECO FILHO

,

DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE qo INSTITUTO SUPERIOR DE ESTUDOS CONTÁBEIS - ISEC , DA FUNDAÇÃO GETÚLI O VARGAS DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS RE-QUISITOS NECESSÁRIOS À OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS CONTÀBEIS (M . Sc.) .

AP"ROVADA POR:

~ ~

'-'- """",--. º--=.

h---.

Prof! Esther M. de Magalhães Arantes (Orientadora)

Prof ssor Jo r Simeone Gom 5

~

Pr fessor Gaudencio Frigo

RIO DE JANEIRO , RJ - BRASIL ABRIL DE 1988

(3)

iii

Aos meus pais e

(4)

PACHECO FILH O, Jose Gomes

o

ensi·no nos cursos de Ciências

Contábeis no mun icípio de Belo Hori zonte - Um estudo comparativo

(Rio de Janeiro) , 1988.

~,302 p . 29, 7 em - (FGV/ISEC , M. Se ., Ciências Contábeis , 1988)

Dissertação - Fundação Getúlio

!vargas - ISE·C - Mestrado em Ciên

Fias Contábeis

1. Ensino 2. Problemas 3 . Te

-ses I. FGV/ISEC 11. TÍTULO

(5)

'.

AGRADECIMENTOS

Ao professor Jacques . Sc hwartzman, ex-diretor da Facul dade de Ciências 'Econômicas da Universidade Federal de Minas Ge rai s que tornou viável a minha participação no curso de mestra-do mestra-do ISEC/FGV.

Aos professores Jasson Alves Pereira e Néri Pauline ll i da Fonseca pelo incondicional apoio recebido .

Aos professores do curso de mestrado em Ciências Con-tábeis do ISEC/FGV pelo incentivo e aprendizagem que me propor-cionaram.

Ao professor Josir Simeone Gomes, sinônimo de luta e dedic ação ao ens~no da Contabilidade.

À professora Esther M. Magalhães Arantes pela orient~

çao e estimulo , sem os quais esta d~ssertação possivelmente não existiria .

AOS diretores e chefes de departamento da Faculdade de Ciências Contábeis, A.dministrativas e Econômicas do Instituto Cultural Newton de paiva Ferreira e do Centro de Estudos So-ciais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais .

À Ana Lúcia, Vânia e Carminha , da FACE/UFMG , pela co-laboração no fornecimento dos dados da pesquisa.

Aos colegas de curso , amigo s e funcionários do ISEC / FGV e a todos que direta ou indiretame nte participaram na execu çao deste trabalho.

(6)

RE SUMO

' . ~ ~

O objetivo deste estudo foi apresentar uma anal~secr~

tica · do ensino nos cursos de Ciências Contábeis na cidade de Belo Horiz onte .

Utilizando-se de dados dos cursos de Administração de Empresas e de Ciências Econômicas , procurou se evidenciar a si -tuação em que se encontram os cursos de Ciências Contábeis e seus principais problemas .

In ic i almente , foram feitas incursões através da lite-r at ulite-ra , buscando dados histólite-ricos e atuais "que tlite-ro ux essem palite-ra discussão os problemas enfre ntados no ensino da Contabilidade.

Por meio de qu estionários foram coletados dados sobre professores e alunos em três escolas , possibilitando a montagem de quadros e tabelas que revelaram a~g u ns aspectos desses cur

-sos .

Os resultados ob tidos propiciaram uma análise crítica dos c ursos de Ciências Contábeis , com comentários sobre sua ori gem , evolução e estágio atual.

As conclusões da pesquisa se basearam nas e vidê nci as encontr adas durante o desenvolvimento do estudo , culminando com o entendimento de que somente um conjunto de medidas , visando a valorização do contador e o aperfeiçoamento do professor de CO~ tabilidade, poderá propiciar a melhoria do ensino nos cursos de Ciências Contábeis .

(7)

ABSTRACT

Th e main purpose cf this study is to present a criti-caI analysis cbncerning the teac hin g in the Account a ncy cources

in Belo Horizonte.

By collecting data abaut the CQurces cf Business Mana gement and Economics , we tried to show the prese nt status cf

these Accountancy courses and their major problems.

Initi al ly we consulted th e literature available on the subject aiming at gathering hi storical and up-t o - date infor mation, which allowed the discussion cf the problems coped with in the teaching cf Accountancy.

Que stionaires were applied in three schols and the da ta collected on teachers and pupils was organized into tables which revealed some relevant aspects concerning the courses.

Th e obtained results enabled a critical analysis of the Accountancy courses, including remarks about their origin , evolution and present status.

The conclusions carne to were based u pon the evidences found during the deve loprnent of th e researches and culrnina ted ' with the understanding that only ~ series of procedures aiming at value the accountant and the perfection of the Accountancy I

teacher can provide an improvement in the teach ing of Accountan cy.

(8)

"

ÍNDICE

PÁG.

CAPÍTULO I INT RODUÇÃO

I.l. A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO ... •. ..••.. . • ... .. 02

I. 2 . OBJETIVO DO ESTUDO ... .. ... . ... . 08

I.3 , DELIMITAÇÃO DO ÂMBITO DO ES TU DO .... . •... 09

I. 4 . ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO . . . 10

CAPÍTULO II REVISÃO DA LITERATURA E FUNDAMENTOS TE ÓRICOS II . l. ORIGEM DAS FACULDADES DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS, ADMINI STRATIVAS E CONTÁBEIS NO BRASIL ... . 12

II. 2 . A EVOLUÇÃO DOS CURSOS DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS, ADM INISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS ... . · 15

2.L O estabelecimento 'do currículo mínimo .. 29

2.~ A oficial ização do s cursos de Administra ,

-çao . ... .. . . ... .. ... . 33.

II. 3 . A EXPANSÃO DAS FACULDADES DE CIÊNCIAS ECONÔ -MICAS ADMINISTRATIVAS E CONTÁBEIS ... . 35

II.4. OS CURSOS DE CI ÊNC I AS ECONÔMICAS , ADMINI STRA çÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS NO MUNICíPIO DE BE-LO HORIZONTE .. . . ' ... . .... 37

4.1. Esco l a I . . . .. .... 37

4.2. Escola IL . . . • . . . 42

4.3. Escola III . . . 47

4 . 4 . Outras Esco las . . . .... 52

I I . 5 . OS ATUAIS CURRÍCULOS DOS CURSOS DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS .... . ... .... ... .. . , .... . ... .. .. 53

II ,6. A PREPARAÇÃO DOS PROFESSORES DE CONTABILIDA-DE ., ... , . . , .... ... , .... , . . . 60

(9)

PÁG. 11. 7. O EXERCíCIO PROFISSIONAL DO CONTADOR E O

MERCADO ' DE TRABALHO . .. . .. .. . .. .... . .. ... 65

lI . 8 . ÇONSIDERAÇÕES FINAIS ... ... .. .. ... 72

CAPÍTULO I II PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA III . 1. IN TRODUÇÃO .. . .. . . . .... . ... ... .... • .. . 75

111 . 2 . VARIÁVEIS DA PESQ UISA . .. .... . ... . .... 76

111 . 3. CRITÉRIO DE SELEÇÃO DAS INSTITUIÇÕES PESQU! SADAS ... .. ... . . .. .. . . .. . . 78

3 . 1 . Seleção da amostra de alunos ... . ... 79

II I . 4 . COLETA DE DADOS ... .. .. .. . . 82

lII . 5 . ANÁLISE DOS DADOS ... . ... · ·•··· · .•... 85

lI!. 6. LIMITAÇÕES DA PESQUISA . . . .. ... . 88

CAPÍTULO IV APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS IV .l. RESUL TADOS DA PESQU.ISA ... ... . . 90

1 . 1. I nstituição Confessional/Particular .. 91

1. 2. In s t it u ição pública . .. .. .. ... . . . .. 0 ' 0 103 1. 3. I nstituição Part'icular de Ensino . . .. . 115

I V.2 . AN ÁLISE DOS RESULTADOS . .... . .. . . ... . . .. 129

2 .1 . O corpo docente da In s tituição Confes

-sional Particular . .. .. . . 1 30

2 . 2 . O corpo docente da Instituição pública 134

2 . 3. O corp~ docente da In s ti tuição Particu

lar de Ensino ... . .. .. .... .. .... .. . ... 1 38

2 . 4. As condições ex ist e ntes para o desen

-volvimento das Ciências Contábeis . 0 ' ° 141

2 . 5 . As características do corpo discente 146

2 . 6 . As características ger~is dos cur sos 149

(10)

PÁG. CAPíTULO V SUMÁRIO . CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA PESQU!

SAS

V.!. SUMÁRIO ... . .• ... . . .•.. . .•.. . ... 154 V.2 . CONCLUSÃO ... . . ... ... .. ...•. ... . _ 159 V. 3 . SUGESTÕES PARA NOVAS PESQUISAS 166

BIBLIOGRAFIA

. .. . ... . ... . ... . .. ... .

167

ANEXOS

ANEXO 01 . . . .... . . .. . . . ... .. 176 CARTA ENVIADA ÀS INSTITUIÇÕES DE ENSINO .. 177

ANEXO 02 . ... ... . .. ... . ... . .... . .. . . .. ... 178 QUESTIONÁRIOS UTILIZADOS NA PESQUISA . .. . . 179

ANEXO 03 .. . . .. . .. .. ... .. . .. . .... . . .. . ... .. .. . 198 DADOS DOS CORPOS DOCKNTE E DISCENTE

ANEXO 04

CURRíCULOS DOS CURSOS PESQUISADOS

x

200

(11)

CAPiTULO I

(12)

, 02,

' .

I . 1. A IMPORTÂNCIA DQ ESTUDO

Muitas críticas têm sido formuladas relativamente a , formação do proTissional de Con tabilidade . Algumas dessas

crit!,

cas são originárias dos próprios profissionais contadores , que se sentem in satisfeitos com a formação adquirida , em virtude das l acunas verificadas 'no rol de se us conhecimentos. Outras , e com

,

maio r fr equência . têm origem no seio da Universidade, onde prof esso r es descontentes com O ensino de Contab ilidade or a minis -trado, reivindicam maior ate nção das autoridades e órgãos con-tro lad ores da profissão I no sentido de elevá-l a a patamar.es ain~a

não al cançados .

Es sa ascençao , seg un do opinião de vários educadores I

passa necessariamente por uma r eformulação do e n si no nos cursos de Ciências Contábeis . Há unanimidade quanto a algumas mudança~

princ ipalme nte na formação dos prof~ssores, &pontada como um dos ma i ores problemas do ensi no da Contabilidade .

Fal a - se em degradaç ão do ensino e atribui - se o fato ao descaso das autoridades

à

educação como um todo. Em meio

à

cri-se vivid a pela Uni versidade , i ncri-sere - cri-se a fragilidade de ,cada cur so no sent i do de acobertar as suas deficiências .

In serindo- a no contexto geral do ensino superior , es ta passa a ser ape nas mais um dos inúmero s problemas da educa -ção no Brasil .

(13)

·03.

Nesse aspecto , deve- se ressaltar que realment e há uma

proliferação desordenada das escol as , aumentando a quantidade sem que haja um incremento nos fatores que conjuntamente respon-dem pela qualidade. Aparentemente há um estimulo

à

busca de um

r • . " .

curso de n~vel un lversltarlo, e com isso a oferta t orna- se supe-rior

à

c apacidade de absorção desses profissionais nos seus seg-men t os especificos .

Entretanto , os problemas vividos pelos cursos de Ciên-cias Contábeis não podem ser atribuídos unicamente

à

crise da Universid ade . Os vários Congressos e Encontros realizados nos úl -timos anos têm demonstrado isso ao dedicar em seus temários enor

mes espaços para a discussão desses problemas .

em 1978, o Ciclo de Conferências promovido pela un~ versidade Internaciona l da Flórida1 , do qual participou o

profe~

sor Hilário Franco como representante. do Brasil , apontou vários ' aspectos que contribuem para um baixo nível de ensino da Contabi dade em países em desenvolvimento . Nesses debates, dos diversos' problemas apontad os , destacouse, no caso brasileiro, a má ima -gem da profissão , cuja importância não é devidamente reconhecida devido a existência de um curso médio de Contabilidade , o que prejudica a ascensão social do profi s sional de nível superior e . inibe a sua procura pelos jovens de maior talento .

Corno consequência , o que se observa sao cursos de Ciên cias Contábeis formando jovens com pouco preparo para o exercí

• 2

cio prof issio nal . Segundo o Professor Jose Carl os MARION

'REVI STA DO CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL, Ciclo de Palestras sob r e as necessidades do ensino da confa bilidade nos países em desenvolvimento . NQ 21, 1978 , pág . 2.9 .

(14)

~-- ---,.-"""""

..

· 04.

existe uma grande quantidade de jovens deixando os bancos escol a r es desmotivados com a profissão abraçada, apesar das alternati-vas e o campo de trabalho serem promi ssores .

Entretanto, as discussões realizadas em torno do · assun to reve l am não ser isso o qu e se espe~a dos nos sos cursos . Para I uoíCIBUS e MARION ' I com o crescimento econômico e o

desenvolvi-mento soc ial do Pais espera-se qu~ haja o desenvolvimento das Ciênci as ' Contábeis no sentido de acompanhar essa evolução .

E nesse sentido, a função dos cursos de Ciências Contá beis deveria ser de compatibilizar a estrutura e o níve l de ensi no às necessidades dos meio~ econômicos e social , ob j etivando a preparação do futuro profissional de acordo com as reivindica ções do mercado .

Mas existe um descompasso e as razoes nao sao facilmen te entendidas . O fato

é

que às veze~ o ensino · não é levado a sé-rio e algumas lacunas surgem, promovendo o distanciamento entre o ideal e o alcançado .

O professor José Carlos MARION2 mostra outros fatores ' aos quais podem ser atribuídos essa má qualidade do ensino contá . bil . Entretanto, alerta para o fato de que a falta de

capa-1 , · ,

IUDICI BUS , Sergio de , e MARION . Jose Carlos , As Faculdades de Ciências Contábeis e a formaçã o do contador . Revista Brasi leira de Contabilidade, n º 56, 1986 , pág . 52 .

2 , ~

(15)

. 05.

dade não

é

privilégio dos profissionais de Cont abilidade , sendo comum encontrá-los em todos os setores empresariais . Os

princi-pais fat ores condicionantes de ssa sit uação , seg undo e l e , se riam :

prOliferação das insti.tuições de ensino de Contabi-lidade;

f a I ta de adequaçã.o curricular ao perfil de sejado do futuro profissional contábil ;

inadequação da metod ologia do ensino . da Contabilida de ;

inexistência de integração e ntre as instituições de ensino e os órgãos de classes ; e

despr e paro do professor de Contabilidade .

Como agravante , aqueles que fazem opçao pela Contabi-lidade nao demonstram se n tirem- se motivados e engrandecer a pr~

fissão. Os sintomas indicativos 1 des.sa situação podem ser cons-tatado s no baixo índice de pesquisas realizadas nessa área , no número insignificante de recém-formados que se encontram em cur sos de pós-graduação e a existênci a de poucas i nstit uições que mantém esses cursos , o que resulta, é claro, em poucos mestres e doutores para o exercício do magistério em Contabilidade. Nesse sentido, o professor Josir Simeone GOMES, em sua dissertação de mestrado, alertava para o fato de que o ensino de Contab ilidade no Brasil, na época , já se encontrava " totalmente defasado da realidade brasilei ra,, 2 . E concluia:

, IUDíCI BUS , sérgio de. e MARION , J osé Carlos, As faculdades de Ciências Contábeis e a formação do contador. Revista Bra-sileira de Contabi~idade . nº 56 . 1986 , pág. 51 .

2GOMES, Josir Simeone, Recrutamento e formação de pessoal técni co ·em firmas de auditoria . Dissertação de mestrado , 197 8 ,

(16)

"" ~

... .

'

. 06 .

" Não existe no Brasil uma comunidade acadêmica con tábil desenvolvendo em regime de tempo inte gral , programas de pesquisas sobre temas conta beis, nem tão pouco procurando participar de progr.amas de aperfeiçoamento de docentes. Com ' raríssimas exceções , a grande maioria de pro -fessores de Contabilidade, exercem atividades de magistério como formâ de complementação sal aria sal , não podendo. pois, dedicar maior aten -ção às atividades docentes , retirando dos alu-nos a possibilidade de orientação necessárian '

o predomínio de cursos noturnos é apontado como outro problema. As facilid a des proporcionadas em função do ho rário em q ue as au l as são ministradas geralmente é um convite a candida-tos a um curso superior que não querem ou não podem sacrificar suas atividades diurnas . Consequentemente, o tempo de dedicação às at i vidades escolares fica reduzido ao período das aulas , que geralme nte é mal aproveitado em função do cansaço e desgaste no! mais de um dia de trabalho .

Muitas críticas têm surgido e muito s problemas sao a-pontados, mas pouco . se tem feito pelo ensino contábil no Brasil. Ape sar do curso superior

existir· a mais de quarent a anos , o número de pesquisas voltadas para a so lução dos problemas exis-tentes

é

quase insig nificante . Além do desinteresse do pessoal docente , até os órgãos de financiamento de projetos de pesq uis a ignoram a área contábil. No 111 Plano Básico de Desenvolvimento Científico e Tecnológico elaborado pelo CNPq/SEPLAN , dentre as sessenta e seis ' sub- áreas de conhecimento contempladas com re-cursos para pesquisa, não foi reservado espaço para ciênciasCo~

tábeis . A isso soma- se o fato das autoridades , em alguns casos, i gnorar a existência des se curso, dificultando a coleta de da-dos em publicações como o Anuário Estatí s tico Brasileiro, Que

(17)

.07.

em vários per10dos englobou os dados referentes ao curso de Ciências Contábeis ao c urso de Economia ou Administração, naose sa be exatamente em qual.

Não se pode ignorar,

é

claro, o esforço de algumas in~ tit uições . tais como o Conselho Federal de Contabilidade , a As-sociação dos Professores do Ensino Superior de Contabilidade os Consel hos Regionais e até mesmo a iniciativa i solada de aI -guns profissionais que tentam trazer para discus ~ão esse tema , mas, com raras exceçoes, isso se

de forma incipiente e desor ganizada , não revelando, p01S , o rigor com que deveria- ser

tra-tado .

(18)

.08.

.,

1. 2 . OBJETIVO DO ES TUDO

A Contabilidade nao representa um fim em si mesm~ mas uma ligação entre a Economia e a Administração e a todo um

con-j un to de usuários de suas informações .

Somando- se a isso , existe o fato de ter esse ensino no Brasil, uma mesma origem , pois esses cursos surgiram de um mesmo embrião , denominado Ensino Comercial , e se desenvolveram sob as mesmas condições, até ocuparem as Faculdades

de

Ciências Econômicas , Administrativas e Contábeis .

Te ndo em vista esse inter- rel ac ion ame nto, a pesquisa f oi des envolvida com o objetivo de mostrar como se encontra o ensino contábil em relação ao ens i no nos cursos de Ciências Eco nômicas e Administração no Estado de Minas Gerais . Pa ra tanto foram utilizados cursos que gozam de uma mesma infraest rutura

_ • ' . f .

sendo efetuadas .comparaçoes entre aquelas var~ave~s pass~ve~s

de confrontação , tais como a titulação e dedicação do corpo do-cente , a carga- horá ria atribuída a cada professor , a dimensão do corpo discente em relação ao corpo docente, as origens , forma -çao e aspirações do corpo di scente e a constituição e atualiza-çao do currículo .

(19)

.09.

1.3. DELIMITAÇÃO DO ÂMBITO DO ESTUDO

Para se efetuar uma análise do ensino nos cursos de 'Ciências Contábeis surgiram como itens básicos as variáveis su-

,

geridas pelo MEC/SESu para est udos dessa natureza , assim defi -nidas: Corpo docente, corpo discente , produção cientifica , es -trutura curr'icular e infraes-trutura.

Entretanto, a utiliz ação de todas essas variáveis em um estudo comparativo impunha algumas limitações tais como a di ficuldade de se avaliar produção científica e de se comparar es trutur a curricular de cursos de 'áreas diferentes . Além disso c omo O estudo deveria ser realizado em instituições que afere cessem simultaneamente os cursos de Administração . Economia e Ciências Contábeis , tornava-se desnecessária a avaliação da i n-fraestrutura , visto ser es ta a mesma para os três.

Outro s fatores como a dimensão do Estado de Minas Ge

-rais , o número de instituições que .oferecem esses cursos e o tem po disponível para realização da pesquisa impuseram limitações que condicionaram a delimitação do âmbito do estudo ao municí -pio de Belo Horizonte, limitado a duas Unive rsidades e uma Fa-c ul dade isolada .

O período escol hido para a nálise corresponde ao segu~ do semestre de 1987 .

Quanto aos aspectos estudados. estes estão limitados

à

queles pass íveis de comparação entre os três cursos.

(20)

. 10 .

I . 4. ORGANI ZAÇÃO DO ESTUDO

Este estudo encontra-se organ izado da seguinte f orma:

. "

.

o capitulo I foi utili zado para introduzir o assunto , evidenciando- se a sua importãncia e relatando o objetivo da pe~ qu isa . Coube ainda a essa parte , a delimitação do âmbito do

es-tud o e a forma como ele se encontra organizado .

No capítulo 11 foi apresentada a revisão da literatu-ra buscando- se atliteratu-ravés de dados hi s tóricos e at uais , a fund ame~ t açào·teó r i c a necessária às afirm~ções e conclusões sobre a ori

,

gem dos · cur sos a nal i sados . Proc urou- se mostrar ne sse capltulo • o s urgimen t o das Faculdades de Ciências Econômicas em Bel o Ho-ri zonte e a importância da Contabilidade no desenvolvimento eco nômico naci onal .

o capitulo 111 foi dest in ado à apresentação da metodo logi a utiliz ada , justificando se as' razões do seu emprego e de t al ha ndo os métodos u t ili zados, bem como as principa i s limita -ções da pesqui sa .

No capitula IV sao apresentados os dado s da pesquisa e s ua anális e . sendo evidenciados todos os aspecto s pesq uisa dos, e sua im portância no ensino .

o capitulo V !oi destinado aos comentários finais so-bre a pesqui sa e às s uge ~ tões e recomendações para outros estu-do s .

(21)

CAPÍTULO II

".

(22)

.12.

rI.!. ORIGEM DAS FACULDADES DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS ADMINIS -TRATIVAS E CONTÁBEIS NO BRASIL

A origem das Faculdades de Ciências Eco nômicas , Admi nistrativas e Contábeis remonta ao início do século atual , ten -do como marco inicial a criação das Escolas de Comércio .

Para Luiz de Freitas BUENO' , na verdade, foi o ensino das aulas de comércio que motivou a criação do Ensino Comercial

em 1902 e , dentro dele , o Cur so Superior de Comércio. cuja

evo-lução conduziu aos cursos atuais das faculdades de Ciências Eco nômc ias, Administrativas e "Contábeis.

De fato. o Decreto nQ 1 . 339 . de 09/01/1905 . foipromu! gado visando reconhecer e organizar os curses das Escolas de Co mércio i ns taladas em 1902. Essas Escolas , a Academia de Comér -cio do Rio de Janeiro e a Escola Prática de Comér-cio de

são

Pau lo, são hoje , respectivamente, Faculdade de Ciências Econômicas e Admini strativ as da Unive rsid ade Federal do Rio de Janeiro e Faculdade de Ciências Econômicas de são Paulo .

Nessas Escolas eram mini s trados dois cursos : o Curso Geral e o Curso Superior . Ambos habi litavam pro fi ssiona is para as lides diárias do comércio, sendo que o Curso Superior era t! do como de estudos avançados e tinha o Curso Geral como requis!

to básico.

Com a eVOlução do En sino Comercial , o Decreto 17 . 329, de 28/05/1926 , veio conceder aos portadores de diploma do Curso

' BUENO , Luiz de Freitas , A evolução do e ns ino de Economia Bra s i l . Ensaios do EPGE nº 5 . 197 2 . pá9 .. 5 .

(23)

.1 3 .

Geral o t1tulo de Contador , e aos concluintes do Curso Superior o titul o de graduação em Ciênci as Econômicas e Comerciais.

.

A reform a do Ensino Comercial em 1931 - Decreto nume-ro 20.158 , de 30/06/1931 - pnume-romoveu uma completa reestruturação des ses cursos, s urgindo ass im o Curso ·Superior de Administração e Finanças , para formar bacharéis em Ciências Econômicas, e os cursos de Guarda-livros , Perito-contador e Atuário, criados pa-ra formar técnicos aptos a desenvolver as atividades r eque rid as

na epoca .

Nov as mudanças surgiram no Ensino Comercial em 194 3 , promovendo a supressão dos c ur sos existentes até então . Uma no va estrutura de cursos foi criada para possibilitar o surgimen-to das faculdade5 de Ciências Econômicas.

o qu adro nQ 01 sintetiza as várias mu danças ocorridas . no ·Ensino Comercial, mais especificamente os · cursos de Economia , Contab il idade e Administração .

te forma:

Em linhas ge r ais , o Ensino Comercial evoluiu da segui~

1 ) O Curso Geral deu origem aos cursos de Guarda-li vros , Perito-Contador e Atuário, sendo que o pri meiro ficou como Técnico em Contabilidade , e os ou

tras dois foram guindados para o nível superior ; 2) O Curso Superior deu origem ao Curso Superior de

(24)

DiPLOMA LEGAL Decreto 1. 339 de 09/0 1/1905

Dec . 17.329

. QUADRO 01

EVOLUÇÃO DO ENSINO COMERCIAL NO BRASIL 1905/1943

DENOMINAÇÃO DO CURSO DURAÇÃO REQUISITO BÁSICO

Geral

-

-Superior

-

-Geral 04 anos exame de admissão

TITULAÇÃO CONCEDIDA

Certificado conclusão

Certificado conclusão

Contador

de 28/05/192 6 Superior 03 anos Curso Geral Graduado em Ciências Ecc

nômicas e Comerciais

Propedêut ico 03 anos Exame de admissão Certificado conclusão

Guarda- l i vros 02 ahos Curso Propedêutico G uarda - liv~os

Dec . 20 . 158 Perito - contador* 03 anos Curso propedêutico Perito-contador

,

Atuário Curso Propedêutico

~e 30/06/1931 03 anos Atuaria

Superior de Adminis - Curso de Perito - con Bach~rel em Ciências

tador e Atuário - Economicas

tração e Finanças 03 anos

Comercial básico 04 anos Exame de admissão Aux. de escritório

Dec . lei 6 . 141

Contabilidade 03 anos Comercial básico Guarda - livros**

de 28/12/1943

Administração*** 03 anos outro do lº ciclo ou Assist Admini

*

A partir do ano de 1939 , passou a ser denominado simplesmente Contador

** A partir do ano de 1945, Técnico em Contabilidade

*** Curso de nível médio , correspondente "ao ensino secundário atual

-"'

(25)

Il.2.

.15 .

A EVOLUÇÃO DOS CURSOS DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS. ADMINIS TRATIVAS E CONTÁBEIS

Atravês do Decreto-lei nº 7 . 988/45 de 22 de Setembro de 1945, foram criados no Brasil OS ' cursos de Ciências Econômicas e

de Ciências Contábeis e Atuariais. Eles foram enquadrados no en-sino das facu ld ades de Ciê ncias Econômicas, categoria então cri~ da e que vinha satisfazer as aspirações de muitos profissionais que reivindicavam esta posição para seus cursos .

o

surgimento desses c ur sos em outro grau era evidenci~

do pela reforma do Ensino Comercial de 1943 . ao suprimir o curso de Contador , e n ão mais incluir no Ensino Comercial os cursos de Atu ~rio e Administração e Finanças . Na época, o Ministro da Edu caça0, Sr. Gustavo Capanema , na e xp osição de motivos que acompa -nh ou O Decreto-lei 6 . 141 . de 28/ 1 2/43 . dizia :

" Sendo o Ensino Comercial considerado como de se gundo grau na sua estrutura , não se incluiu a mã

téria relativa ao estudo, no mais elevado grau ~ das Ciências Econômicas e "Administrativas . Essa matéria terá. lugar adequado na legislação do En-sino Superior, cujo projeto ~e reforma se acha em fa se de adiantado estudo " .

Alguns estudios95 viam no curso universitário, na área econômica , ~ solução para os problemas de demanda do mercado criados na medida em que as empresas se estruturavam e adquiriam complexidade. Os cursos comerciais sempre tiveram como meta .for -mar profissionais práticos. e o desenvolvimento econômico que se

deli~eava exigia- profissionais com uma formação mais sólida , ap-tos a desenvo~ver funções mais complexas .

(26)

.16.

Para Frederico HERRMANN JÚNIOR , a existência do curso de Ciências Contábeis possibilitaria o desenvolvimento de altos estudos de Contabil~dade . ~lém de economia das instituições est~ tais, para- estatais e organizações industriais,

entre

outras, ca pa zes de preparar profissionais que des~mpenhariam funções de di reção nas grandes empresas e instituições públicas. Os grandes d~ safios que fatalmente surgiriam no período pós-guerra, em função do desenvolvimento crescente , não pOderiam ser enfrentados sem que houvesse uma devida preparação dos profissionais através de cursos universitários . E concluía: " Somente as Universiç1ades, co mo indica a experiência de outros povos, oferecem o clima neces

-sário para a formação de técnicos com alta cultura

1

fica ( ... } U

cientí

-Talvez essas aspirações, expressas nas palavras profe-ridas por Frederico Herrmann Júnior, não tenham sido integralme~

te alcançadas . Dois anos depois surgiram , oficialmente , os cur-sos de Ciências Econômicas e Ciênc'ias Contábeis e Atuariais, pr~ vistos para quatro anos , com um currículo totalmente inflexível e, como afirmava Luiz de Freitas BUEN02, encontrando a maioria do corpo docente sem ter formação para compreendê- lo s . O Decreto lei que criou os novos cursos será transcrito a seguir .

'HERRMANN JÚNIOR , Frederico, Formando nova geraçao de técnicos. Revista Paulista de contabilidade nº 234, 194 3 , págs . 15 -16. .

(27)

. 1 7 .

DECRETO-LEI Nº 7 . 9.88/45 de 22/09/1945

Dispõe sobre o Ensino Superior de Ciências Econômicas e de Ciências Contábeis ' e Atuariais.

o Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o art. 180 da constituição. decreta :

,

Cap,tulo I

Disposição Preliminar

Art . 12 - O ensino , em grau superior , de Ciências Econômicas ede Ciências Contábeis e Atuariais farse á em dois cur

-50S, seriados , a saber :

1 - Curso de Ciencias Econômicas

2 - Curso de Ciências Contábeis e Atuariais

,

Cap>tul0 II

,.

. '

..

Do Curso de C1enclas Econamlcas

Art . 22 - O curso de Ciências Econômicas será de quatro anos , e terá a seguinte seriação de disciplinas:

primeira Série 1 . Complementos de matemática. 2. Economia política .

3. Valor e formação de preços (I). 4. Contabilidade Geral .

5 . Instituição de Direito Público .

Segunda Série

1. Estrutura d'as Organizações Econômicas. 2 . Valor e formação de preços (11) .

(28)

. 1 8 .

' .

5 . Estrutura e Análise de Balanç~s . 6. Institu~ç ão de Direito Privado.

Terc ~ ira Sér'ie 1. Rep artição da Renda Social .

2. Comércio In ternacional e Câmbio. 3. Estatís~ica Metodológica.

4. Hi stória Econômica. 5 . Ciências das Finanças. 6. Ciência da Administração .

. Quart a Série

1. EvOlução da Conjuntura Econôm i ca . 2. pOlí tica Financeira.

3 . Hi s t ória das Doutrinas Econômicas.

4. Est udo Comparado dos Si s temas Econômicos . 5 . Estatística Econômica .

6. princípios de Sociologia aplicados

à

Economia .

Capltu l o lI!

Do Curso de Ciências Contábeis e Atu ariais

Ar t . 3Q - O curso de Ciências Contábeis e Atuariais será ' de qu a -tro anos, e ter á a seguinte se ri ação de disciplinas :

, . primeira Serle 1 . Análi se Mat emática.

2. Estatística Aplícada . 3 . Contabi lidade Geral .

4. Ci ê,ncia da Administração . 5 . Economia pOlltica .

(29)

· 19 .

"

2. Ciências d~s Finanças .

3 . Estatística Matemática e Demográfica .

4 . Organização e Contabilidade Industrial e Agrícola. 5. Instituição de Direito Público .

Terceira Série 1. Matemática Atuarial.

2 . Organização e Contabilidade Bancária . 3 . F.inanças das Empre sas .

4 . Técnica Comercial .

5 . I n stituiç8es de Direito Civil e Comercial ,"

Quarta Série

1. Organização e Contabilidade de Seguros . 2. Contabilidade Pública.

3. Revisões e Perícia Contábil . 4 . Instituição de Direito Social . 5. Legislação Tributária e . Fiscal .

6. Prática de Processo Civil e Comercial .

capítulo IV

Da vida escolar nos cursos de Ciências Econômicas e de Ciências Contá-beis e A tuariais .

. Art . 42 - Do candidato

à

~atrícula inicial, tanto no curso de Ciências Econômicas como no curso de Ciência s Contá beis e Atuariais , exigir-se-á a apresentação do certi-ficado de licença clássica ou de licença científica ou do diploma de conclusão de qualquer dos cursos comer -ciais ,' e que preste concurso ve st ibular.

(30)

. 20 .

' .

micas; aos que concluirem o curso de Ciências Contá

beis e Atuariais , o grau de bacharel em Ciências Contá beis e Atuariais.

Parágrafo Único - o titulo de doutor será conferido ao candidato que dois anos pelo menos depois de graduado , defender tese original de excep.cional valor.

Art. 62 - Os demais termos da vida escolar, nos cursos de que tr~ ta o presente Decreto- lei , reger-se-ão segundo os pre-ceifes gerais da legislação do ensino superior.

,

Capl.tulo V

Da Faculdade Nacional de Ciências Eco nômicas .

Art. 7 2 - A FaCUldade Nacional de pOlítica e Economia, criada na Univ ersidade do Brasil, pela Lei nQ 452 , de 5 de jUlho de 1937. passa a denominar-se Faculdade Nacional de Ciências Econômicas e Funcionará como um centro nacio-nal de ensino, em grau superior, de Ciências Econômi _ cas e de Ciências Contábeis e Atuariais , bem assim de estudos e pesquisas nesses. ramos dos conhecimentos ci-entíficos e técnicos.

Art. 82 A organização administrativa e didática da Faculdade Na cional de Ciências Econômicas será definida pelo seure gimento e seu regulamento .

" ,

Capltu10 VI

Disposições finais

Art. 92 - Ficam extintos, a partir do ano escolar de 1946, o Cur so Superior d~ Administração e Finanças e o cursode

,

"

Atuarlo, de que trata o Decreto nº 20 . 158 , de 30 de j~

(31)

. 21. ' .

§l Q Os alunos, ora matriculados num dos cursos de que tra

-ta este a~tigo, po~erão concluí - lo segundo o plano de est udos ora revogado , ' ou adaptar- se ao corresponde nte ' curso ! definido pelo . presente Decreto lei, na série a -dequada aos conhecimentos adquiridos .

§22 - Aos bacharéis em Ciências Econômicas - diplomados de acordo com , a legislação ora revogada, são assegurados os mesmos direitos que correspondem aos bacharéis em Ciências Econômicas diplomados nos termos do presente D~ ereto- lei .

§3º - Aos Contadores e Atuários . diplomados de acordo com a l egislação anterior , são atribuídos os mesmos direitos que se ass.egurem aos bacharéis em Ciências Contábeis I

e At uariais diplo~ados nos termos do presente Decreto-l ei.

Art. 102 - Os estabelecimentos de ensino, reconhecidos pelo Gove.!: no Federal , que ora ministrem o Curso Superior de Admi nistraç.ão e Finança s e o curso de Atuário, definidos I

pelo Decreto nQ 20 . 158 , de 30 de jUlho de 1931 deverão adaptarse, a partir do ano escolar de 1946, aos pla -nos de estudo contidos no presente Decreto-lei.

Art . 112 - Para execuçao do presente Decreto-lei, baixará o Minis tro da Educação· e Saúde as instruções necessárias.

Art. l2Q - Este Decreto- lei entrará em vigor na data de sua publi cação , revog adas as dispo sições em contrário.

Rio de Janeiro , 22 de Setembro de 1945.

(32)

Fa-.22.

culdades de Ciê ncias Eco nômicas .

Existia uma grande pOlêmica quanto a validade dos cur-sos da forma CO~O .foram estruturados .

Seg undo Luiz de Freitas BUENO.' , as c rít icas Que se fa-ziam eram no sentido de que:

1) no curso de Economia , os seus ensinamentos nao correspondiam ao que o mercado de trabalho estava a e -xigir de um economis ta;

2) no curso de Ciências Contábeis e Atuariais", que era único . existia uma grande carga de matemática a a t o rme n tar os estudantes que desejavam ser conta,do -res e uma grande carga de Contabilidade a desgostar os que desejpvam ser atuários.

Por ou tro lado, 05 adeptos da administração reivindic a vam .o curso de Ciê nci as Econômicas para si.

o professor Álvaro do Porto MOrTINHO, por exemplo, de-fendia esse direito pois , para ele , ~ Curso de Administração e Finanç as , apesar de conceder o titulo de bacharel em Ciências E-conômicas , era na realidade um curso de Ciências Administrativas.

"Algumas pessoas s upõem que o curso deixou de ser dedicado

à

Administração . para consagrar' apenas

à

Economia Social , pois deixou de se c hamar' ' Curso Superior de Administração e Fi-nanças ' para se denominar ' Curso de Ciências Econômicas ' .

Mas a ref erida mudança de nome não importa absolutamente , ter deixado o ensi no se r de Admini stração . E isso pelas seguintes razoes :

(33)

. 23 .

lª - o curso não fi,cru sendo nem de t

Econo-mia Poli tica ' t nem de. ' Ec;onomia Social t

mas, de ' Ciências Econômicas ' i

2ª - em todos os dicionários da Língua Pc! tuguesa, Economia (sem a.djetivo) significa boa ordem na adm.insi tração ( .. . ) 1

De certa forma , a discussão tinha fundamento. O curso ' de Ciências Contábeis e Atuariais era a "fusão de" dois cursos e -xistentes no Ensino Comerci a l e que fora estruturado

em

um sócu~ riculo para o nível superior . Da mesma forma, o curso de Ciên cias Econômicas , embora não explicitamente, poderia estar absorvendo dua s areas que na época não se apresentavam muito distin -tas . Isso pode ser observado num trecho de uma carta escrita pe-lo Sr . ·Mini~tro da Educação 'e Saúde , Gustavo Capanema , ao presidente do · Sindicato dos Economistas do Rio de Janeiro , às véspe -ras da promulgação do Decreto- lei 7.988 , no qual dizia:

" ( . . . ) o projeto final de organização dos estu dos superiores de economia· e admi nistração , em vias de ser encaminhado à consideração do Sr. Presidente da República , adota , por um lado o critério de reuni r em um só currículo de qua-t ro anos os esqua-tudos de ciências eco nôm icas e de administração geral, e, por outro lado , ins . T titui o cu

2

so superior de contabilidade e atua

. ( )

"

rla . ..

o problema da reforma das Faculdades de Ciências Eco-nômicas não girava em torno apenas da revisão dos currículos. Pa ra Álvaro do Porto MOITINH 03• bastaria incluir a lgumas disciplinas

1 • _

MOITINHO, Alvaro do Po rto , O ensino de Admin istraçao no Brasil,

.

1953 . pag o 17 .

2 . . •

(34)

. 24.

de natureza ' administrativa no curso de Ciências Econômicas e transferir outras que, segundo ele, ficariam mais adequadas num curso de pós-graduação. Mas para outros , como Luiz de Freitas 8UE NOl , além

9a

reVisão dos currículos . deveria ha ver a

po ss ibilid~

de de criar novos cursos dentro dos objetivos dessas faculdades .

Em 1951, a esperada ref orma aconteceu, ma s apenas parcialmente . A Lei 1.401/51 , promUlgada em 31/07/1951 , proporcio -nou o desdobramento do curso de Ciências Contábeis e Atu a riais em dois cursos distintos: Ciências Contábeis e Ciências Atuariais. mas nao atendeu nem as reivindicações dos economistas , nem as dos adeptos da administração que pretendiam um curso exclusivo para eles.

são

estes os aspectos da Lei:

LEI nO 1 . 401, de 31 de Julho de 1951

Inclui , no curso de Ciências Econômicas, a cadeira de História Econômic a Geral e do Brasil . e desdobra o cur 50 de Ciências Contábeis e Atuariais .

o

Presidente da República:

Faço saber qu e o Congresso Nacional decreta e e u san -ciono a seguinte Lei :

Art . 12 - A atual cadeira de História Econômica do curso de Ciên cias Econômicas •. criado pelo Decreto-lei número 7 . 988 , de 22 de Setembro de 1945 . pas sa rá a denomi nar - se História Econômica Ge ral e do Brasi l e deverá ser mini s -trada como disciplina autônoma .

(35)

.2 5 .

'.

Art. 22 - O curso de Ciências Contábeis e Atuariais , criado pelo Decreto-lei referido no artigo anterior , pode.rá ser

desdobrado , sendo os diplomas , respectivamente de ba -charel em Ciências Contábeis e de ba-charel em Ciências Atuariais , atribuídos aos alunos que cursarem no míni -mo as seguintes disciplinas:

I - Para o curso de Ciências Contábeis:

1 . Ciência da Administração 2 . Economia pOlítica

3 . Contabilidade Geral 4. Análise Matemática

5 . Instituições de Direito Público

6 . Organização e Contabilidade Industrial e agrícola 7. Instituições de Direito Civil e Comercial

8 . Organização e Contabilidade Bancária

9 . Finanças das Empresas - ' Técnica Comercial 10 . Legislação Tributária e Fiscal

.11 . Revisões e Períc i a Contábil

12 . Prática de Processo Civil e Comercial 13 . Insti tuições de Direito Comercial 14 . Contabilidade Pública

15 . Estatística Geral e Aplicada

11 - Para o curso de Ciências Atuariais

1. Ciência da Administração 2 . Economia política

3 . Estatística Geral e Aplicada 4 .. Contabilidade Geral

5 .. Análise Matemática

(36)

o 26 o

o.

8. Instituições de Direito Público 9. Matemática Atuarial

10. Instituições de Direito Civil e Comercial 11. organização e Con~abilidade Bancária

12. Legislação Tributária e Fiscal

13 . Organização e Contabilidade de Seguros

parágrafo único - A aprovaçao de todas as cadeiras do atual cur-rículo dará direito aos dois diplomas.

Art . 3º - As atuais disciplinas de Ciências das finanças e de Legislação Tributária e Fiscal do curso de CiênciasCon tábeis e A.tuariais passarão a cansti tuir uma única di~ ciplina com a denominação de Elementos de Finanças e de Legislação Tributária e Fiscal;

Art. 42 - Os cursos desdobrados pela presente Lei poderão ser

,

.

conclu1dos em tres anos, se assim o ' permitirem as con-dições .didáticas e os horários escolares j

Art . 5º - Os alunos já matriculados em qualquer das séries do curso de Ciê-ncias Contábe is e Atuariais terão direito de opção e poderão terminar o curs o de acordo com as disposições da presente Lei ;

Art. 6º - Esta Lei entrará em vigor na data da sua publicação revogadas as disposiçõe s em contrário

Rio de Janeiro, 31 de Julho de 1951.

(37)

convenien-.27 .

te sobrecarregá-las com disciplinas desnecessárias .

Por outro lado, como era dispendioso separar

integral-< .

mente os currlculos , a soluça0 foi aproveitar o existente , assi -nalando as cadeiras neces sárias

à

diplomação em qualquer desses cursos, sem impedir que o aluno interessado cursasse o currí culo comp l eto, tendo direito, nesse caso , a um diploma para as

profissões .

duas

Não obstante o aumento do número de fac uldades de Ciên cias Econômicas que em 1955

chegava a 38 unidad es em todo o Brasi l' , o curso de Ciências Contábeis . apesar da diminuição da carga ho rári a e da oportunidade que se oferecia aos formados em nível secundário de ampliar a sua formação educacional , mantinha um baixo índice de procura, pois ne sse mesmo ano , existiam ape

-1

nas nove cursos em atividade .

o desinteresse demonstrado pelos jovens da época ao cu!: se de Ciências Contábeis tinha como fundame nto, de acordo com o que mostra Laércio Baptista da SILVA2, a existência de um curso se-cundário capaz de formar uma categoria de profissionais que aten dia perfeitamente às necessidades daquilo que se entendia por a -tribuiçõe s dos contabilistas .

As tentativa s para obtenção de uma reforma mais abran -gente nao parar~ . Em 1957., surgi u na Câmara Federal , o Projeto de Lei 2 . 739 , do deputado Carvalho Ne to. porpondo a reforma do ensino das faculdades de Ciências Econômicas .

1ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL , AN O XVI , 1955, pág . 465

(38)

.28 .

Por esse Projeto e. seus· substitutivos , vislumbrava- se ' a criação de novos cursos nessas faculdades, além dos

tradi -c i onai s de E-conomia, Contabilidade e Atuária .

Mas i sso era apenas a sequência de um movimento "inicia do pel a própria necessidade do mercado de trabalho.

Como foi exposto por Luiz de Freitas BUENOl o mercado' d e t r abalho ,impunha a formação profissional d.e administração . Di ante disso, a Fundação Getúlio Varga$, se lançou na formação do administrador público, criando a Escola Brasileira de Administra ç ão Pública no Rio de janeiro , em 15/04/52 e, em seguida, cornfor .

-/

te amp?ro da iniciativa pri v ada , .fundou a Escola de Administra -ção de Empresas de são Paulo , em 05/05/54, destinada

à

formação ' do profissional de administração de empresas.

Outros estabelecimentos de .ensino , como a Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade ·de Minas Gerais, já haviam to mado esta iniciativa , criando no ano de 1952 o curso de Adminis

-t r ação Pública e , pos-teriormen-te , em 1954 o curso de Administra-ção de Empresas, na expectativa do surgimento de lei que criasse oficial mente o c urso, desvinculando-o do curso de Economia.

AS discussões sobre a reforma "tomaram conta dos con gressos e conferências reali~adas no período, provocando a cons-tituição, por iniciativa do Ministério da Educação e Cultura, em abril de 1961, de uma comissão especial com a incumbência de pr~ " por a reforma da legislação que regulava o ensino de Ciências E-"conômicas , objetivando atualizar e melhorar o currículo e

obser-var as peculiaridades reg10nais e a crescente necessidade de es-pecialização verificadas naquele meio profissional.

(39)

. 29 .

AS propostas ~presentadas nao chegaram a ser ap r ecla -das pelo legislativo, pois logo a seguir foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e o problema de

curri

eulo foi transferido para o Conselho Federal de Educação .

II . 2.1.

o

estabelecimento do currículo mínimo

Apesar dos ·movimentos ocorridos nos anos 50 , objetiva~

do mudanças nas faculdades de Ciências Econômicas , a reforma es-perada somente pode ser conseguida com o advento da Lei nº 4 . 024 . de 20 de dezembro de 1961 , .que fixou as Diretrizes e Bases da E-ducação Nacional , e criou o Conselho Federal de EE-ducação - CFE I

ao qual foi delegada a competência para estabelecer "os m1nimos ' de conteúdo e duração dos cursos superiores destinados

à

forma -ção de pessoal para profissões regulamentadas em lei,,1 .

Ao Conselho Federal de Educação . além de outras atri buições, foi delegada a competência para decidir sobre o funcio -namento, reconhecimento , indicação de currícuio mínimo dos esta-belecimentos isolpdos de ensino superior, federal e particulares - os estabelecimentos estaduais são fiscalizados pelos Conselhos Estaduais de Educação .

Mudando completamente a característica, a proposta que surgiu, de apenas um currículo mínimo . proporcionou grandes mod~ ficações nos cursos de Co~tabilidade , Economia e Atuária, pois ' tirou- lhes o caráter de rigidez imposto pela inflexibilidade cur ricular contida no Decreto- lei 7 . 988 de setembro de 1945 .

Mas as mudanças só foram implementadas a partir da Re -SOlução de 08/02/63, transcrita a seguir :

1 · - • •

(40)

.30.

CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO RESOLUÇÃO DE 08 DE FEVEREIRO DE 1963

Fixa os mínimos de con te úd o e duração dos cursos de Ciências Atuariais. Ciê nc ias Contábeis e Ciê nci as Eco-nômicas .

o Conselho Federal de Educação , usando das atr ibuições que lhe confere a Lei de Diretrizes e Bases, pelos art . 9º . l e

-tra "e", e 70, tendo em vis ta o parecer nº 397/62 , que a esta fi ca incorporado, resolve :

Art. 12 Ficam assim estabel ecidos os currícu l os corresponden -tes aos cursos de:

Ciênci as Econômicas Ciclo Básico :

1. Introdução

à

Economia 2. Matemática

3 . Contabilidade 4 . Estatística

5 . Hi stória Econômica Geral e Formação Econômica do

Brasil

6 . Geografia Econômica 7 . Instituições de Direito 8 . Introdução à .Administração

9 . Sociologia

CiclO de Formação Pro f issional: 1 . An álise macroeconômica

(41)

.3 1.

5. História do Pen~amento Econômico

6 . Análise micro- econômica 7 . Finanças Públicas

8. pOlítica e programação Econômica

Ciências Atuariais Ciclo Básico :

1. Matemática 2. Estatística

3. Processamento de Dados 4 . Economia

Ciclo de Formação ·Profi,ssional: 1. Matemática Atuarial

2. Teoria Matemática dos Seguros Privados 3 . Teoria Matemática dos Seguros Sociais 4. Demografia

5 . Contabilidade de Seguros

6 . Direito Social e Legislação de Seguros 7 . Administração

Ciências Contábeis Ciclo Básico:

1. Matemática 2 . Estatística 3 . Direito 4 . Economia

Ciclo de Forma-ção Profissional: 1. Contabilidade Geral

' 2 . Contabilidade Comercial 3: Conatbilidade de Custos

(42)

.32.

6. Admini stração . 7. Direito Tributário

o

c urrí culo mínimo aprovado nao e numerou todas as maté rias que deveriam ser ensinadas nos cursos , deixando a distribu~

ção pela s séries para ser fei ta de ac'ordo com a experiência das escolas . Ne sse sentido , a posição do Conselho Federal de Educa -ção foi a seguinte :

"Os currículos mínimos deverão revestir a du -pla característica de sobriedade e flexibili-dade para que constituam um delin eamento real mente nuclear do conteúdo de· cada curso e pos sam adaptar-se às . condições locais e a proje= tos escol ares especificos ( ... ) às escolas ca berão integrá-lo com as matérias que julgar necessárias, em caráter compulsório ou eleti -vo, bem camo desdbbrá- las segundo suas

possi-bilidades fi nanceiras e de professores e as conveniênc ias e interesse~ profissionais e cul turai s do meio e dos alunos " . .

Com isso. ficou aberta

à

i n iciativa dos dirigentes e demais integrantes das escolas a complementação da grade curricu lar. As matérias pOderiam ser desdobradas em disciplinas sem que houvesse a imposição de seriação e carga horária pré- estabeleci-das . Também. ficou livre a escol ha estabeleci-das d.emais disciplinas que compl ementariam o currículo • . atendendo as características de ca-da r egião em função de suas necessica-dades .

Quanto

à

duração dos cursos . estes estavam previstosp~

ra quatro anos . até que a Por taria Ministerial nº 159 . de 14 de

' . f .

junho de 1965 . fixou em 2 . 700 horas - aula o tempo ut~l m~n~mo ne

-1 ' . • • .

(43)

.33.

..

cessário para s ua conclusão . Ficou estabe lecido ainda que os li-mit es mínimos e máximos de integralização anual não pod~riam ex-ceder a 338 e 772 horas- aula , respectivamente.

II . 2.2. A Oficialização dos Cursos de Admin istração

Não obstante os r eclamos do mercado e a iniciativa de algumas in s tituições de ensino , os c ur sos de Administração some~

te foram instituídos em 1966, ' depois da aprovação pelo Consel ho ' Federal de Educação do Parecer nQ 307/66, que estabelecia :

1) Existênc ia de dois c ursos: Admini stração pública e Privada .

2} Du ração dos c ur sos de quatro anos~

3) Con stituição do's currículos quase totalmente em co-mum, diferenciando- se apenas nas matérias de Qirei-t o AdminisQirei-traQirei-tivo para AdminisQirei-tração pública e Admi nist ração da produção e de Ve nda s para Administra -ção de Empresas.

4) Estágio Supervisionado obrigatório de seis meses a ambos os cursos .

5 ) Possibilidade de complementação do curso para os graduados em Contabilidade , Atuária, Econom~a , E n g~ nh aria , Ciências Sociais e Direito, mediant e a con-clusão das matérias do currículo . de Administração qu e não tenham figurado em seu curso anterior .

E a Resolução de 08 de julho de 1966 fixou o currículo

f • . ' •

m1n1mo com as segu1ntes mater1as: 1. Mat.emática

(44)

.34.

5. Economia Brasileira

6. Psicologia (aplicada

à

Administração) 7 . Sociologia (aplicada

à

Administração)

8. Instituição de Direito Público e de Direito privado (incluindo noçoes de ética da Administração)

9 . Legislação Social 10. Legislação Tributária

11. Teoria Geral da Administração

12. Administração Financeira e Orçamento. 13. Administração de Pessoal

14. Administração de Material.

Ao elenco dessas matérias se incorporará obrigatoria mente o Direito Administrativo , ou a Administração da Produção e a Administração de Vendas , segundo a opção do aluno.

Com isso, o ensino da Admi~istração passou a integrar~

ficialmente os cursos das faculdades de Ciências Econômicas , sen do criadas , também, inumeras escolas isoladas que ministram esp~ cificamente o curso de Administração de Empresas .

(45)

lI. 3 .

. 3 5 .

.

.

A EXPANSÃO DAS FACULDADES DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS ADMI -NISTRATIVAS E CONTÁBEIS

Com a II reforma do ensino ", processada no final da década de 60 , houve um aumento substancial do número de faculda -des de Economia, Administração e Contabilidade .

Os Decretos 63 . 341/68 e 63 . 422/68, ao estabeleceremos critérios para a expansão do ensino superior e o incremento de matriculas, proporcionou um crescimento signif icativo da oferta desses cursos , visto que o artigo 22 do Decre to 63 . 422/68 previa estudos que possi bilitassem a criação progressiva de vagas nas ' Instituições de Ensino Superior até o ano letivo de 1975.

A expansão desses cursos não foi um fato isol qdo . Nels o n MACHADO'. ao abordar o assunto em estudo efetuado sobre o curso de Ciências Contábeis , diz que na realidade o que se assistiu na década de 70 foi a expansão do ensino superior de uma maneirag~

ral, motivada , de um lado pelo desenvolvimento econômico do Pais (a época do milagte brasileiro) e, de outro, pela facilidade com que o Ministério da Educação e Cultura , através de seus órgãos • competentes, concedeu autorização para funcionamento de novos cur sos superiores.

o quadro a seguir mostra a expansao desses cursos no Brasil de 1955 até 1980, onde fica evidenciado o brusco cresci -menta ocorrido a partir da década de 60 .

(46)

.36.

QIIADRO 02 BRASIL

QUANTIDADE DE ' CURSOS EXISTENTES 1955/1980

CURSOS 1955 1960 1970

CI~NCIAS ECONÔMICAS 38 56 86

CIÊNCI'AS CONTÁBEIS 9 ,14 40

ADMINISTRAÇÃO 4 7 74

Fonte : ANUÁRI O ESTATÍSTICO DO BRASIL 1950/1970 . e SINOPSE ESTATÍSTICA DO ENSINO SUPERIOR

1980 129 168 224

Em um relatório elaborado para a Secretaria de Educa

-çao e Planejamento do Estado de são Paulo , Jose PASTORE' afirma '

que o crescimento desses c ursos naquele Estado

é

desproporcional

e injust ificado do ponto de vista econômico. Considerando- se o

incremento verific ado ,

é

fácil imaginar que t~is cursos estão

o-ferecendo um excedente profissional que pode se agravar se- for

considerada a disposição de ampliação existente .

Para José PASTORE2• a simples expansao . que visa a um

excedente de profissionais no mercado não r e fl ete , entretanto , a

qualidade do ensino . As escolas não apresentam uma estrutura di~

na de um curso superior. São . bibliotecas ruins, corpo docente

mal r emunerado , grande parte dos cursos realizados

à

noite,

en-fim, segundo ele , o ensino nessas escolas

é

uma verdadeira frau

-de .

1 '

PASTORE , Jose , O ensino superior em são Paulo : aspectos quanti-tativos e qualiquanti-tativos de sua expansao . IPE/USP, 1970 , pág .

(47)

Ir . 4 .

II.4.1.

. 37.

..

OS CURSOS DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS, ADMINISTRAÇÃO E CIÊN CIAS CONTÁBEIS NO MUNICíPIO DE BELO HORIZONTE

ESCOLA I

Nos anos de 1941 e 1942 foram criadas em Belo Horizon-te duas faculdades : a Faculdade de Ciências Econômicas e Adminis trativas de Belo Horizonte, e a Faculdade de Economia, Adminis -tração e Finanças, respectivamente .

Estavam essas Faculdades sob a jurisdição da Diretoria do Ensino Comercial, do Ministério da Educação e Saúde , e minis-travam o Curso de Administração e Finanças qua~do, por força da Lei orgânica do Ensino Comercial, constante do Decreto- lei 6.141. de 28 de dezembro de 1943. passou esse curso para a jurisdição da Diretoria do Ensino Superior daquele Ministério .

A integração do curso na categoria do ensino superior, com o acréscimo de exigê ncias e

segundo o professqr Yvon Lei te

fiscalizações mais rigorosas •

_ 1

de M ~galhaes PINTO , levou "OS proprietários das duas escolas a cogitar da s ua extinção ou tran~

fer ência" para terceiros.

Com isso, um grupo de professores tomou a iniciativa de criar uma socieda de civil~ com objetivos exclusivamente educaci~

nais e sem fins lucrativos, para adquirir o acervo das duas fa-culdades que daria lugar a uma nova instituição .

(48)

.38 .

Assim , em assembléia realizada em 05 de março de 1945 , estava constituída a nova instituição de ensino superior: sob a forma de sociedade civil, de natureza cultural , com a de -nominação de faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas de Minas Gerais .

A criação de uma nova instituição de e nsino foi patro-cinada em parte por banqueiros de Minas Gerais que prestaram de c isivo apoio na sua constit ui ção .

"OS fins da nova entidade eram os de manter o curso de Ciências Econômicas , Financeiras e A~ ministrativas , instituir cursos de

especiali-zação e extensão cultural para economistas • contadores e funcionários de organizações ban cárias , comerciais e industriais , assim comõ promover o desenvolvimento do ensino das Ciên cias Econômicas , Financeiras e Ado/inistra ti

=

vas em s uas diversas modalidades " .

Com a extinção do antigó curso de Administração e Fi -nanças , e a criação dos cursos de Ciências Econômicas e Ciências Contábeis e Atuar~ais, em decorrência do Decreto-lei nº 7 . 988 de 22 de setembro de 1945 , a faculdade teve que requerer o reco-nh ecimento dos seus cursos , mediante cumprimento de eXigências ' do Ministério da Educação e Saúde .

Em 1946 , o Governo de Minas Ger a i s , através do Decreto - lei n2 1 . 955 . de 16 de dezembro daquele ano , fez doação

à

facul dade o patrimônio de dez milhões de cruzeiros . em apólice da dí -vida pÚblica estadual, de juros de 5% ao ano , o que proporciona-va uma renda de quinhentos mil cruzeiros anuais.

(49)

.39.

Pelo "Decreto nQ 24 .0 2~ . de 11 de novembro de 1947, foi concedido o reconh ecimento definitivo dos cursos mantidos pela faculdade . se ndo o nome do es.tabelecimento de ensino mudado pa-ra Faculdade de Ciências Econômic~s de Minas Gerais.

Em 17 de fevereiro de 1948, por deliberação do Canse lho Univer sitário. a faculdade foi incorporada

à

Universidade de Minas Gerais.

A sua tr ansformação em estabelecimento federal de ensi no, conjuntamente com toda a Universid ade , foi pela Lei nQ 971 ' de 16 de janeiro de 1949 .

Ao ser incorporada , a faculdade mantinha os cursos de Ciências ' Econômicas e de Ciências ContábeiS e Atuariais (Decreto - lei 7.988) e de Sociologia e pOlitica (Decreto- lei 9 . 786) .

Por iniciativa de se u dire.tor. a congregação da facul -dade , pela Resolução de 01 de agosto de 1952 , criou o curso de Administração Pública e em 1954, pela Resolução de 11 de novem -bro, o de Administração de Empresas " ambos como cursos extraordi nários. vis ando atender aos reclamos da comunidade acadêmica e empresari al .

A faculdade formou 'e m 1950 as primeiras turmas do cur-so universitário. criado em 1945. Foram dezoito alunos do curcur-so I

de Economi a e oito de Ciências Contábeis e Atuariais . Na época

.

(50)

QUADRO 03

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS 1949/1968

NÚMERO DE GRADUADOS NA FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

ANO 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 CURSOS*

CIÊNCIAS ECONÔMICAS 9 18 15 11 7 4 11 15 11 14 19 25 20 27 42 94 C. CONTÁBEIS E ATUARIAIS

-

8 1 5 4 8 10 4 8

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-CIÊNCIAS CONTÁBEIS

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1 1 2 4 8 11 8 526 26 33 6 ADHINI STRAÇÃO PÚBLICA

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~

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5 3 6 14 12 3 3 4 7

ADMINI STRAÇÃO EMPRESAS*

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3 8 7 5 22 21 32

Fonte: A História da UFMG, pág. 49 •

65 66 67 68

105 108 95 72

-

-

-

-- 7 · 4 ·3 20 21 4 6 14 13 26 43

*

O curso de Sociologia e pOlítica deixou de integrar o ensino da Faculdade de Ciências Econômicas em 1967

** A partir de 1968, a faculdade passou a conceder o titulo de graduação em Administração, deixando de existir os cursos de Administração pública e de Empresas de forma distinta.

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Referências

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