A CONTRI BUI ÇÃO DA ARTI CULAÇÃO ENSI NO-SERVI ÇO PARA A CONSTRUÇÃO DA
VI GI LÂNCI A DA SAÚDE: A PERSPECTI VA DOS DOCENTES
Juliana Guisardi Pereira1
Lislaine Aparecida Fracolli2
Est a pesquisa obj et ivou descrever a percepção de docent es sobre a art iculação ensino- serviço num a região do m unicípio de São Paulo e suas cont ribuições para a im plant ação do m odelo de Vigilância da Saúde ( VS) . Trat a- se de pesquisa qualit at iva, cuj os dados foram colet ados m ediant e ent revist as com docent es envolvidos nessa articulação. Os discursos foram analisados segundo a técnica do Discurso do Suj eito Coletivo. Os resultados m ost r ar am que a int egr ação ensino- ser v iço ocor r e pr incipalm ent e por iniciat iv a da academ ia, at r av és da cont rat ação de profissionais dos serviços de saúde com perfil docent e e sua incorporação no ensino prát ico das disciplinas. A cont ribuição do ensino para a im plant ação da VS na região é pequena, rest ringindo- se à r ealização de ações isoladas, pr incipalm ent e por que os docent es não consider am ser essa um a t ar efa da academ ia. Con clu i- se pela n ecessidade de se est abelecer pr oj et o polít ico- pedagógico qu e apr ox im e os profissionais envolvidos na art iculação ensino- serviço, para a t ransform ação de prát icas e m odelos de saúde.
DESCRI TORES: vigilância da população; serviços de int egração docent e- assist encial; at enção à saúde
THE CONTRI BUTI ON OF THE TEACHI NG-SERVI CE I NTEGRATI ON TO THE
I MPLEMENTATI ON OF THE HEALTH SURVEI LLANCE MODEL: EDUCATORS’ PERSPECTI VE
This descriptive- qualitative research aim ed to describe how educators perceive the integration between teaching and healt h services in São Paulo, SP, Brazil and t he cont ribut ion of t his part nership t o t he im plem ent at ion of t he Healt h Sur v eillance ( HS) m odel. Dat a w er e collect ed t hr ough sem i- st r uct ur ed int er v iew s and analy zed according t o t he Collect ive Subj ect Discourse t echnique. Result s revealed t hat t here is int egrat ion bet ween teaching and service, m ainly at the initiative of the academ y. The university hires health professionals practicing in health services, who have a teaching profile, and includes them in the internship program . The contribution of t he academ ic com m unit y t o t he im plem ent at ion of HS in t he region is incipient and rest rict ed t o isolat ed actions, m ainly because educators do not consider it an academ ic task. We conclude that a political- pedagogical proj ect is needed, so that professionals involved in teaching and service get aligned with a view to transform ing healt h pract ices and m odels.
DESCRI PTORS: populat ion surveillance; t eaching care int egrat ion services; healt h care ( public healt h)
LA CONTRI BUCI ÓN DE LA ARTI CULACI ÓN ENSEÑANZA Y SERVI CI O PARA LA
CONSTRUCCI ÓN DE LA VI GI LANCI A DE LA SALUD: LA PERSPECTI VA DE LOS DOCENTES
Esta investigación tuvo com o obj etivo describir la percepción de docentes sobre la articulación entre enseñanza y servicio, en una región del m unicipio de San Pablo y sus cont ribuciones para la im plant ación del m odelo de Vigilancia de la Salud ( VS) . Se trata de una investigación cualitativa, cuyos datos fueron recolectados m ediante ent revist as con docent es part icipant es en esa art iculación. Los discursos fueron analizados según la t écnica del Discur so del Suj et o Colect iv o. Los r esult ados m ost r ar on que la int egr ación enseñanza- ser v icio ocur r e principalm ent e por iniciat iva de la academ ia, a t ravés de la cont rat ación de profesionales de los servicios de salud con perfil docent e y su incorporación en la enseñanza práct ica de las disciplinas. La cont ribución de la enseñanza para la im plantación de la VS en la región es pequeña, restringiéndose a la realización de acciones aisladas, pr incipalm ent e debido a que los docent es no consider an ser esa una t ar ea de la academ ia. Se concluye que existe la necesidad de establecer un proyecto político pedagógico que aproxim e los profesionales part icipant es en la art iculación enseñanza- servicio, para la t ransform ación de práct icas y m odelos de salud.
DESCRI PTORES: vigilancia de la población; servicios de int egración docent e asist encial; at ención a la salud
I NTRODUÇÃO
C
om a im plant ação do SUS, na década de80, vem ganhando força pensam ento crítico em saúde que incorpora discussões em t orno da det erm inação social do pr ocesso saúde- doença. Associada a essa ideia, coloca- se em paut a, t am bém , a necessidade de m udança dos m odelos de at enção e de form ação d e p r o f i ssi o n a i s d e sa ú d e , d e f o r m a q u e e sse s p r o m o v a m m a i o r a p r o x i m a çã o d a cl ín i ca co m a epidem iologia( 1).
Bu sca n d o su p er a r o m o d el o a ssi st en ci a l hegem ônico da m ult icausalidade, surgiu, no início da década de 90, a proposição do m odelo de Vigilância da Saúde ( VS) com o alternativa para a superação de prát icas fragm ent adas no processo de const rução e im plantação do SUS, nas diferentes regiões do país( 2). O conceito de saúde inserido na proposta da VS coloca em quest ão aspect os r elat iv os à for m a de v iv er e t rabalhar com o sendo os grandes det erm inant es dos p r o b l em as d e saú d e. Essa f o r m a d e co n ceb er o processo saúde- doença apont a a necessidade de se u t ilizar est r at ég ias d e in t er v en ção em saú d e q u e cont em plem a t ot alidade da vida, ou sej a, que não f i q u e m f o ca d a s a p e n a s n a co n d i çã o cl ín i ca d o s usuários do sist em a de saúde. A VS apont a para a necessidade de const r ução de m odelo de at enção, fundam ent ado na busca da qualidade de vida e não apenas na rem issão de sinais e sintom as de doenças. En q u an t o m o d el o d e assi st ên ci a, p r o p õ e q u e se art icule o uso da epidem iologia, do planej am ent o e da or ganização dos ser viços de saúde bem com o a co m p r e e n sã o d a s d e si g u a l d a d e s so ci a i s co m o det er m inant es da desigual dist r ibuição dos agr av os para com a população. Operacionaliza ações de saúde de t r ês gr upos de at iv idades: pr om oção da saúde, pr ev enção de enfer m idades e acident es e at enção colet iva( 2).
Par a se colocar em pr át ica um m odelo de assist ência com base na VS, r equer - se pr ofissional f o r m a d o co m b a se cl ín i ca , e p i d e m i o l ó g i ca e hum anística, pois só assim se pode esperar que estej a capacit ado para esse agir am pliado em saúde( 2).
A falt a de profissionais de saúde com perfil adequado para at uar na perspect iva da VS t em sido obj eto de discussão para m uitos autores( 3- 6), os quais afirm am que a form ação dos recursos hum anos em saúde é um dos m ais graves problem as do Sist em a Único de Saúde ( SUS) , um a vez que as inst it uições f o r m ad o r as t êm r ep r o d u zi d o m o d el o s d e en si n o
con ser v ad or es, cen t r ad os n a f isiop at olog ia ou n a anat om oclínica, em pr ocedim ent os e equipam ent os de apoio diagn óst ico e t er apêu t ico, e lim it ados à apr endizagem no hospit al univ er sit ár io( 3- 4, 7). Dessa m an ei r a, o s p r o f i ssi o n ai s r ecém - f o r m ad o s saem despr eparados para enfr ent ar, de for m a adequada, a com plexidade inerent e à propost a da VS.
A f r ag m en t ação d o con h ecim en t o p ar a a for m ação pr ofissional na ár ea da saúde t ev e suas origens no m odelo norte- am ericano de ensino m édico, o cham ado m odelo Flex ner, o qual se caract er izou, p r in cip alm en t e, p ela f or m ação sólid a em ciên cias b ási cas n o s p r i m ei r o s an o s d e cu r so , ên f ase n a at en ção clín ica in div idu al e pou ca abor dagem dos asp ect os p r ev en t iv os e d e p r om oção à saú d e, a valorização do aprendizado no am bient e hospit alar e das especialidades m édicas( 8).
O m odelo flexneriano de educação t em sido h e g e m o n i ca m e n t e u t i l i za d o n a f o r m a çã o d o s profissionais de saúde, sej a no âm bit o da graduação o u d a e d u ca çã o p e r m a n e n t e d o s p r o f i ssi o n a i s. Cont udo, nos últ im os anos, t al m odelo v em sendo a m p l a m e n t e d i scu t i d o , p r i n ci p a l m e n t e p o r se r co n si d er ad o i n cap az d e p r o m o v er f o r m ação q u e capacit e os profissionais a responderem aos desafios colocados para a saúde no âm bit o do SUS( 9).
Na VI I I Co n f e r ê n ci a Na ci o n a l d e Sa ú d e ( CNS) , ocorrida em 1986, j á se encont ram regist ros relativos à necessidade de se preparar os profissionais de saúde par a at uar em no SUS. O r elat ór io dessa confer ência suger iu a or denação de capacit ações e reciclagens perm anent es de recursos hum anos, além da form ação dos profissionais de saúde integrada aos ser v iços qu e com põem o sist em a h ier ar qu izado e regionalizado de saúde( 10). Em 1988, o art igo 200 da Co n st i t u i çã o Fe d e r a l Br a si l e i r a e st a b e l e ce u a co m p e t ê n ci a d o s ó r g ã o s g e st o r e s d o SUS p a r a ordenar a form ação dos recursos hum anos em saúde e i n cr e m e n t a r o d e se n v o l v i m e n t o ci e n t íf i co e t ecn ológ ico( 1 1 ). As Con f er ên cias d e Saú d e q u e se seguiram ( 1992, 1996, 2000, 2004) reforçaram essa at ribuição aos gest ores SUS.
Com b ase n esse con t ex t o sociop olít ico, o Ministério da Saúde ( MS) , em parceria com o Ministério da Edu cação e Cu lt u r a ( MEC) , v em est im u lan do a parceria entre instituições form adoras de profissionais d e sa ú d e e se r v i ço s d e sa ú d e , p a r a o desenvolvim ent o de pr oj et os de ensino nessa ár ea. Tal iniciat iva busca pr opiciar o desenv olv im ent o da form ação de profissionais de saúde m ais próxim o dos p r i n cíp i o s d o SUS e m a i s e n v o l v i d o co m a s necessidades de saúde da população brasileira. Com o exem plo do est ím ulo a essas parcerias pode- se cit ar o PROMED ( Pr og r am a d e I n cen t iv o às Mu d an ças Curriculares nos Cursos de Medicina – Minist ério da Saúde, 2002) ; o VERSUS ( Viv ências e Est ágios na Realidade do Sist em a Ún ico de Saú de do Br asil – Ministério da Saúde, 2004) , a I ntegralidade e Aprender - SUS ( Minist ér io da Saúde, 2 0 0 4 ) e o Pr ó- Saúde ( Pr ogr am a Nacion al de Reor ien t ação da For m ação Profissional em Saúde – Minist ério da Saúde, 2005) . A apost a em iniciat iv as com o as descr it as acim a se fundam ent a na ideia de que a const rução d e u m p r o ce sso e n si n o - a p r e n d i za g e m cr ít i co e r ef lex iv o pr opicia ao alu n o ( f u t u r o pr of ission al de saúde) a com preensão crít ica da ordem social onde est á inser ida sua pr át ica pr ofissional. Tal pr ocesso de ensino t am bém se const it uirá com o inst rum ent o i m p o r t a n t e p a r a a co n st r u çã o d e ci d a d a n i a e t r an sf or m ação social. I n v est ir n a or g an ização d e pr ocessos en sin o- apr en dizagem qu e pr opiciem ao aluno/ pr ofissional de saúde, m ais do que capacit ar tecnicam ente, que se torne agente ativo das m udanças que a sociedade br asileir a necessit a par a se t or nar um país m ais equânim e e j usto. Outra potencialidade desse processo de ensino, art iculado à realidade do sist em a de saú de, é lev ar o alu n o/ pr of ission al de sa ú d e a co n st r u i r ( e n ã o a p e n a s co n su m i r ) o conhecim ent o a part ir da art iculação, in loco, ent re t e o r i a e p r á t i ca , a p a r t i r d a e x p e r i ê n ci a d a int er disciplinar idade( 7).
Nesse sent ido, a ar t iculação ensino- ser v iço apresenta- se com o im portante estratégia para efetiva int egr ação ent r e t eor ia e pr át ica, dev endo t am bém se co l o ca r a se r v i ço d a r e f l e x ã o d a r e a l i d a d e , p ossib ilit an d o ao alu n o elab or ar cr ít icas e b u scar solu ções ad eq u ad as p ar a os p r ob lem as d e saú d e e n co n t r a d o s, g u a r d a n d o - se o co m p r o m i sso e a responsabilidade com o usuário, at ravés do cuidado para a em ancipação do out ro( 6).
Cada vez m ais tem sido difundida a ideia de qu e o en sin o, qu an do desar t icu lado da r ealidade,
focaliza o conteúdo por si só, gerando visão distorcida da realidade e alienando os alunos de sua verdadeira responsabilidade profissional. Esse tipo de ensino cria dissociação en t r e o pen sar e o f azer, lim it an do o qu est ion am en t o, u m a v ez qu e o qu e im por t a é o volum e produzido no m enor t em po( 13).
A hipótese norteadora deste estudo partiu da suposição de que, ao utilizar o sistem a m unicipal para desenvolver o ensino prático de disciplinas, vinculadas à for m ação de m édicos e enfer m eir os, poder - se- ia estar constituindo parcerias que seriam potentes para redefinir o m odelo de saúde.
D e ssa f o r m a , e st e e st u d o t e v e co m o obj et iv os descr ev er a ar t icu lação en sin o- ser v iço – desenv olv ida em um a r egião do m unicípio de São Paulo- e ident ificar as cont ribuições dessa art iculação para im plant ação do m odelo de Vigilância da Saúde, a part ir da percepção dos docent es envolvidos nesse pr ocesso.
MARCO REFERENCI AL
No fin al dos an os 7 0 e com eço dos 8 0 , a abert ura polít ica no final do regim e m ilit ar coincidiu com a intensa m obilização de educadores em prol de abordagens m ais críticas para a transform ação social, polít ica e econôm ica. Nesse cont ext o, firm ou- se, no m eio educacional, a cont r ibuição de pensador es de or ien t ação m ar x ist a e o su r g im en t o d e v er t en t es progressist as da pedagogia. Dent ro desse cont ext o, a Univ er sidade com eçou t am bém a “ r epensar ” seu p ap el social e a con st r u ir p r op ost as d e ed u cação suport adas pelas concepções de I nt egração Docent e-Assist encial ( I DA) e por experiências de art iculação ensino- serviço, com o form a de protagonizar seu papel na t ransform ação da sociedade.
t ransform ações efet ivas na prát ica assist encial e de ensino, visa t rabalho conj unt o para alcançar m et as/ h o r i zo n t e s, a r t i cu l a o s a g e n t e s d a i n st i t u i çã o educacional ( professor e aluno) e os da instituição de saúde ( m édico, enferm eiro e out ros) é m ediado pela aquisição e pelo apr ofundam ent o de u m cont eúdo específico e outro de dom ínio com um e pelo exercício d a r e f l e x ã o a ce r ca d o s f a t o s, b u sca n d o su a com preensão segundo um a ét ica definida, em basado em invest igações cient íficas” ( 14).
Par a alguns aut or es, os pr incipais pr odut os das propost as de I DA se caract erizam por: “ est ím ulo da qualidade de ensino e à realização de pesquisas; for m ação de pr ofissionais com com pr om isso social; transform ação no ensino ( m odificação de disciplinas) ; m elhor ia da qualidade da assist ência pela possív el inst r um ent ação da equipe de saúde na abor dagem da det er m in ação social; edu cação con t in u ada dos f u n ci o n á r i o s; a t e n çã o à sa ú d e b a se a d a n a s n ecessidades da popu lação; par t icipação social n o p l a n e j a m e n t o d a s a çõ e s e t r a n sf o r m a çã o n a qualidade de vida das populações”( 15).
Em b or a se b u scasse a t r an sf or m ação d a realidade social at ravés dos proj et os de I DA, esses m esm os aut ores apont am fat ores que influenciaram negativam ente a operacionalização da I DA tais com o: ca r á t e r, m u i t a s v e ze s m a i s r e f o r m i st a d o q u e propriam ent e t ransform ador, principalm ent e por não rem et er aos reais det erm inant es do panoram a social e d a saú d e e sim ap en as p r op or o p lan ej am en t o i n t e r se t o r i a l ; ca r á t e r v e r t i ca l , u n i l a t e r a l e d e sco m p r o m i ssa d o co m a co n t i n u i d a d e d o s p r og r am as; d icot om ia en sin o/ ser v iço/ p esq u isa; a possibilidade de exist ência de relação de dom ínio de docent es sobr e assist ent es; o desenv olv im ent o da I DA por apenas um a parcela da universidade( 15).
Em b o r a t e ça m cr ít i ca s a e sse t i p o d e experiência de ensino, esses aut ores concordam que a I DA con sist e em im p or t an t e est r at ég ia p ar a se produzir reflexões e propostas de intervenção efetivas sobre a realidade social e dos serviços de saúde.
A S P ECT O S M ET O D O LÓ G I CO S D A
I NVESTI GAÇÃO
Tr at a- se d e est u d o d e caso, d escr i t i v o e explorat ório, com abordagem qualit at iva, que buscou conhecer a r ealidade da ar t iculação ensino- ser v iço,
a partir de relatos dos docentes que participam desse pr ocesso de ar t iculação.
O cenário deste estudo foi o Distrito de Saúde Escola Butantã ( DSEB) , no m unicípio de São Paulo. O DSEB est á localizado n a Coor den ador ia de Saú de Cent r o- Oest e, e se const it ui num a par cer ia ent r e a Secr et ar ia Mu n icip al d e Saú d e d e São Pau lo e a Universidade de São Paulo, at ravés da Faculdade de Medicina ( FMUSP) , da Escola de Enferm agem ( EEUSP) e d a Facu ld ad e d e Saú d e Pú b lica ( FSPUSP) , p ar a at uação conj unt a na gest ão, ensino e pesquisa, no âm bit o da região.
Os su j eit os dest a pesqu isa for am 6 ( seis) pessoas, sendo 2 coor denador es de gr aduação dos cur sos de m edicina e enfer m agem , 3 docent es de graduação e 1 ligado à Secretaria Municipal de Saúde, r esponsáv el pela aut or ização dos est ágios no local d e e st u d o . To d o s o s p a r t i ci p a n t e s d a p e sq u i sa possuíam ensino superior com plet o, dividindo- se da seguinte form a quanto à sua relação com o curso de g r a d u a çã o : d o cen t es d o cu r so d e Med i ci n a ( 3 ) , docent es do cur so de Enfer m agem ( 2) , Assist ência Social ( 1 ) . Em r elação à f or m ação com plem en t ar, t odos a possuíam , sendo que, desses, 4 r efer ir am t er cursado especialização ( Gerência de Unidade de Saúde, Saúde Pública, Medicina) ; 3, m estrado ( Saúde Colet iv a, Enfer m agem , Saúde Pública) ; 4 r efer ir am t er dou t or ado ( Pat ologia, En f er m agem Pediát r ica, Sa ú d e Co l et i v a ) ; 2 r ef er i r a m r esi d ên ci a m éd i ca ( Medicina da Fam ília e Com unidade, Clínica Geral) ; 2 pós- dout orado ( Medicina Prevent iva, Clínica Médica) e 1 livre- docência ( Pat ologia) .
Esta pesquisa, em conform idade à Resolução
196/ 96, foi aprovada pelo Com itê de Ética e Pesquisa
da Secr et ar ia de Saúde do Município de São Paulo ( CEPSMS) , at ravés do Parecer nº 0204/ 2005. Após a
aprovação, foi solicit ada aut orização para realização
do estudo j unto à Supervisão Técnica de Saúde Escola Butantã. Para a coleta de dados, foi utilizado um term o
de consentim ento livre e esclarecido, onde os suj eitos
puderam receber inform ações e t irar dúvidas e, por l i v r e e e sp o n t â n e a v o n t a d e , co n co r d a r a m e m
par t icipar da pesquisa, sendo gar ant ido t odo sigilo
de form a a assegurar a privacidade dos suj eit os
RESULTADOS E DI SCUSSÃO
A opinião dos docent es sobr e a ar t iculação
ensino-serviço no DSE
Com relação à art iculação ensino- serviço, foi possível encont rar, na análise das ent revist as, quat ro
I deias Cent r ais ( I C) que per passar am os discur sos
dos docent es, m ost radas a seguir.
I C 1 – A integração ensino- serviço ocorre por iniciativa
unilat eral, at ravés do m ovim ent o da academ ia para incorporar os profissionais do serviço nos program as
de est ágio e oper acionalizar a at ividade dos alunos
nos serviços da região
Existem ... enferm eiras que não são docentes, e são
contratadas para ficarem no cam po com a tarefa de tentar articular
ações que são feitas no ensino com a prática na Unidade de
Sa ú d e . El a s t a m b é m i n ce n t i v a m o s t r a b a l h a d o r e s a
operacionalizarem ações de ensino, m ontam grupos ou ações no
território que sirvam depois com o cam po para o ensino.... são
elas que fazem integração, que leem as características e o trabalho
da Unidade, tentam am pliar ou estabelecer algum as ações que
possibilitem as aulas práticas. Existe colaboração da Unidade de
Saúde, na m edida em que dispensa alguns Agentes Com unitários
par a que fiquem com os alunos, m as é m uit o m ais num a
perspectiva de acom panhar as ações do que desenvolver ou propor
ações conj untam ente. Então, eles estão integrados, m as m uito
m ais num a perspectiva de acom panhar as ações que são feitas.
I C 2 – A int egr ação ensino- ser v iço se dá de for m a
at iv a, at r av és da cont r at ação de pr ofissionais com
p e r f i l d o ce n t e e d a d i scu ssã o co n j u n t a , e n t r e
trabalhadores e universidade, do program a de ensino
Sem pre foi proposto discutir os inquéritos dom iciliares
e tentar fazer ações conj untas durante os estágios, de form a a
levar j unto algum trabalhador do serviço, inclusive pra que essas
ações t enham cont inuidade ao longo do t em po, quando os
estudantes saírem da Unidade de Saúde... quem m ais tem nos
acom panhado são os Agentes Com unitários de Saúde. Antes de
com eçarm os os inquéritos, é discutido com eles as questões,
com o elas se relacionam às condições de saúde dos m oradores, e
depois porque está sendo desenhado esse proj eto educativo e os
incentivam os a acom panharem as visitas dom iciliárias .Alguns
profissionais participam da Com issão de Atenção Básica, onde
existe um representante dos preceptores de cada Unidade de
Saúde que participa das discussões e da elaboração do conteúdo
e do m odo com o as disciplinas são dadas. Os m édicos das
Unidades aj udaram a desenvolver um a disciplina em conj unto
com os professores, que têm algum a vinculação com as UBS, ou
com o Centro de Saúde Escola ou com os am bulatórios do Hospital
das Clínicas. Tam bém tem se procurado selecionar m édicos para
essas equipes com perfil docente e o trabalho deles e da equipe
tem que ser organizado de form a a dar conta da presença do
estudante.
I C 3 – A int egr ação ensino- ser viço t em cont r ibuído
para a m elhoria da assist ência
A int egração academ ia- serviço est á hoj e um pouco
m elhor do que antes, espero que am anhã fique m elhor ainda. Na
verdade, o que se tem visto é que, quando o serviço se transform a
num lugar acadêm ico, acaba m elhorando a assistência tam bém .
Com o o profissional fica responsável pelo aluno, acaba estudando
m ais por ter um a pessoa que vai perguntar, vai questionar o que
vai ser feito. O docente tem um a visão crítica da literatura e dos
procedim ent os, e o precept or um a visão m ais com plet a da
assist ên cia por qu e é qu em est á n a pon t a. Essa t r oca de
inform ações pelos dois lados é m uito rica e deve ser feita na
m aior part e dos lugares onde a universidade puder ser um a
I C 4 – Exist em at ividades de ensino, m as não exist e int egr ação ensino- ser v iço
Ainda falta essa conversa sobre integração. Às vezes, a
universidade chega no estágio e... sim plesm ente chega; é um a
pessoa a m ais na Unidade de Saúde. Não daria para dizer que há
integração dos trabalhadores no proj eto de ensino; é m uito m ais
um acom panham ento do projeto de ensino pelos trabalhadores, e
os alunos acom panhando as atividades que eles realizam . Não é
um a integração; não se pensou um proj et o conj unt o At é t em
discussões, às vezes, quando o aluno ent ra nas consult as e as
enferm eiras se dispõem depois a discutir porque fizeram daquele
j eito. Na elaboração das disciplinas, tam bém , não tem m uita
participação dos profissionais do serviço.
A análise nos dados m ost rou que as I deias
Cent rais que perpassam os discursos dos docent es, sobr e a in t egr ação en sin o- ser v iço, são div er sas e est ão apoiadas em diferent es perspect ivas t eóricas.
Para alguns docentes a integração ensino- serviço não ex i st e, p a r a o u t r o s, a i n t eg r a çã o est á p r esen t e quando o profissional do serviço de saúde se propõe a acom panhar as at iv idades pr át icas do aluno, ou quando esse profissional é cont rat ado para at uar na
Unidade de Saúde por “ gost ar ” de r eceber alunos. Ou t r a ideia qu e su r ge se r efer e ao fat o de qu e a pr esença do aluno no ser v iço de saúde m elhor a a qualidade e a capacit ação do profissional.
Alguns m om entos de intersecção rede básica/ u n iv er sid ad e f or am ap on t ad os n os d iscu r sos t ais com o: participação de m édicos das UBS na elaboração de disciplinas e na preceptoria de alunos, contratação
d e m éd i co s co m p er f i l d o cen t e, p a r t i ci p a çã o d e enferm eiros na reorient ação curricular, discussão de casos com agent es com unit ários de saúde.
A cont r ibuição da ar t iculação ensino- ser v iço par a a con st r u ção d o m od elo d a Vig ilân cia d a Saú d e n o t errit ório na perspect iva do docent e
Nessa cat egoria de análise, onde se buscou v er qu al a con t r ibu ição qu e a ar t icu lação en sin o-serviço poderia t razer para a m udança da form a de se realizar a assist ência à saúde na região, pôde- se
encont rar duas grandes I deias Cent rais nos discursos dos docent es.
I C 1 – Exist e part icipação incipient e da Universidade
na im plant ação da Vigilância da Saúde e essa se dá
através da im plantação de algum as ações e do ensino
desse t em a nas disciplinas
A cont ribuição da Universidade para a m udança de
m odelo de saúde nos serviços tem sido m uito pouco discutida...a
integração ainda é incipiente. A universidade tem m uito a contribuir
com o trabalho que acontece na ponta... A rede não pode ser usada
só com o um instrum ento de cam po de estágio. A participação da
universidade tem se dado na form ação dos alunos... o conteúdo
da Vigilância da Saúde está no currículo, preparando o aluno
teoricam ente e trabalhando essas questões em cam po... está se
tentando ensinar um m odelo novo de não só tratar a doença, m as
de prom over saúde, prevenir doenças e curar, tam bém . Se não for
colocada a Atenção Básica nos prim eiros anos do curso, o aluno só
vai ver o m odelo curativo, porque a partir do segundo ano ele j á
atende paciente no hospital. Quanto m ais cedo o aluno for exposto
a um atendim ento integral, m ais facilm ente se terá um profissional
que consiga enxergar as três coisas de form a m ais organizada.
Sendo assim , tem -se realm ente o objetivo de m udar o paradigm a
em que esses alunos estão sendo form ados.
I C 2 – A Un i v e r si d a d e n ã o t e m p a r t i ci p a d o n a
im plant ação do m odelo de Vigilância da Saúde por
falt a de dir et r iz da Pr efeit ur a Municipal e por esse
não ser seu papel
O problem a é que às vezes não chegam inform ações...
A Prefeitura não passa as coisas de um a form a clara.. não chegou
n en h u m a in for m ação sobr e est ar sen do cr iada a COVI SA
( Coordenadoria de Vigilância da Saúde) e m uitos nunca ouviram
falar nesse assunto. Nunca se ouviu com entar a perspectiva da
Vigilância da Saúde, nem na gestão passada e m uitíssim o m enos
nessa. Os m édicos das Unidades de Saúde não estão participando
desse processo; então, fica difícil ensinar aos alunos um a coisa
que os profissionais desconhecem . Quant o à part icipação da
universidade na im plem entação desse m odelo, prim eiro que a
academ ia não tem nenhum a possibilidade ou nenhum a força pra
im plem entar m odelo de saúde, porque o m odelo de saúde é um a
operacionalização de um a dada política, e o desenho da política é
um a negociação que contem pla m uito m ais interesses políticos
Qu an t o à par t icipação da u n iv er sidade n a i m p l a n t a çã o d o m o d el o d a Vi g i l â n ci a d a Sa ú d e, at r av és da int egr ação ensino- ser v iço, os discur sos apontaram que essa é lim itada e está circunscrita ao d esen v olv im en t o d e u m p r og r am a d e en sin o n os cursos de graduação que prepare o futuro profissional par a u m a pr át ica am pliada. Os docen t es apon t am tam bém que a m udança de m odelo assistencial é um pr oj et o polít ico m u n icipal e qu e pou cas v ezes, ou qu ase n u n ca, esse pr oj et o é con st r u ído de f or m a conj unt a no âm bit o do DSEB. Vale a pena apont ar que alguns docent es at ribuem à sua part icipação no DSEB um papel técnico- pedagógico, excluindo de sua com pet ência a práxis polít ica.
CONSI DERAÇÕES FI NAI S
No t rabalho cooperat ivo de parceria ent re a u n iv er sid ad e e a r ed e d e saú d e, v islu m b r a- se a p r e st a çã o d e a ssi st ê n ci a q u a l i t a t i v a m e n t e d i f e r e n ci a d a p e l a p r e se n ça d e p r o f e sso r e s su p e r v i si o n a n d o o s e st u d a n t e s, d i r e ci o n a d a a o atendim ento das necessidades de saúde da população local por diversas categorias profissionais, consistindo em frut o de realização de pesquisas. Por out ro lado, a v alor ização, p or p ar t e d a acad em ia, d a f u n ção docent e desem penhada pelo pr ofissional do ser v iço é apont ada com o im port ant e fat or para aproxim ação das inst it uições de ensino e de serviço( 17).
No a t u a l ce n á r i o d a s p o l ít i ca s p ú b l i ca s br asileir as, um nov o pr ogr am a par a v alor ização da função docent e, desem penhada pelo profissional do serviço, encont r se em fase de lançam ent o. Trat a-se d e p r o g r a m a i n t er m i n i st er i a l , en v o l v en d o o s Mi n i st é r i o s d a Sa ú d e e Ed u ca çã o , d e si g n a d o Pr ogram a de Educação pelo Trabalho para a Saúde ( PET- Sa ú d e ) , o q u a l v i sa f o m e n t a r g r u p o s d e a p r e n d i za g e m t u t o r i a l n a Est r a t é g i a Sa ú d e d a Fam ília( 1 8 ). Ao se con st it u ir em in st r u m en t o p ar a v i a b i l i za r p r o g r a m a s d e a p e r f e i ço a m e n t o e especialização em serviço dos profissionais da saúde, b e m co m o d e i n i ci a çã o a o t r a b a l h o , e st á g i o s e v iv ências, dir igidos aos est udant es da ár ea, o PET-Saúde pode se constituir num a form a de contrapartida im portante aos preceptores de alunos e em im portante f at or par a m aior ap r ox im ação das in st it u ições de ensino e de serviço.
A consolidação de pr át icas inov ador as nos
cen ár i o s r eai s r eq u er u m p asso f u n d am en t al : a
t r ansfor m ação do pr ocesso de t r abalho, fazendo- se necessária a coerência ent re o proj et o dos serviços
e a propost a educat iva em suas dim ensões polít ica,
técnica e m etodológica, de form a que essas iniciativas envolvam instâncias de gestão dos serviços de saúde,
da universidade e da população. Sendo assim , em se
t r a t a n d o d e t r a b a l h a r so b r e a r e a l i d a d e , d e t r ansfor m ar o pr ocesso de t r abalho est abelecido e
p r o m o v e r m u d a n ça s p r o f u n d a s n a s r e l a çõ e s, é
preciso que o com prom isso e a decisão de fazer parte
do pr ocesso sej am inst it ucionais e não som ent e de at ores isolados. O t rabalho nos cenários dos serviços
envolve, necessariam ent e, negociações com o poder
p o l ít i co l o ca l , e sp e ci a l m e n t e n o co n t e x t o d e m unicipalização da saúde em cur so no nosso país.
Dessa f or m a, t or n a- se f u n d am en t al, n o local d e
est udo, o t rabalho crit erioso para o est abelecim ent o
de pr ior idades, a const r ução das int er v enções e a cont inuidade das ações, processos esses que exigem
a part icipação efet iva dos diversos at ores( 17).
A reorganização da atenção com base na VS im plica novos papéis, novas relações e novas práticas
em t od os os n ív eis d o sist em a. Essas m u d an ças
p o d e m se r f a v o r e ci d a s p e l a s p o l ít i ca s ( d e financiam ent o, de gest ão, de r em uner ação) , o que
v em sendo v isualizado pelos gest or es do SUS. No
en t an t o, d ad as as car act er íst i cas d a m u d an ça – valores, atitudes, práticas– ela tem que ser construída
fu n dam en t alm en t e n o espaço local, pr ot agon izada
p e l o s p r o f i ssi o n a i s, p o p u l a çã o , d o ce n t e s e
est udant es( 17).
Fica evident e a necessidade de se cont inuar
i n v est i n d o n o p r o cesso d e co n st r u çã o d e n o v a s
r elações ensino- ser v iço- com unidade, sensibilizando gest ores, universidades e lideranças com unit árias no
sent ido de qualificá- las. Dev e- se buscar am pliar as
oport unidades e criar espaços efet ivos de discussão e con v er sa en t r e a u n iv er sid ad e, os ser v iços, as
l i d e r a n ça s co m u n i t á r i a s e co n se l h o s d e sa ú d e ,
provocando a discussão sobre o papel que todos esses
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