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Perfil de egressos da Pós-Graduação stricto sensu na área de Gerenciamento em Enfermagem da EEUSP.

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Academic year: 2017

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RESUmo

O presente estudo teve como objeivos ideniicar e discuir o peril dos egressos da pós-graduação stricto sensu na área de concentração de Administração/Ge-renciamento em Enfermagem, da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, no período de outubro de 2008 até junho de 2011, no tocante às áreas de co-nhecimento a que esses egressos estavam vinculados no mestrado e no doutorado. Trata-se de um estudo exploratório, des-criivo, retrospecivo, pautado em análise documental. A população foi consituída por 250 egressos, sendo 169 mestres e 81 doutores. O peril dos egressos permiiu apreender e discuir o percentual de con-inuidade para o programa de doutorado; o ipo de insituição que absorve o egresso de mestrado e de doutorado; e as áreas de atuação dos mesmos.

dEScRitoRES

Educação de Pós-Graduação em Enfermagem Pesquisa em administração de enfermagem Gestão em saúde

Perfil de egressos da Pós-Graduação

stricto

sensu

na área de Gerenciamento em

Enfermagem da EEUSP

A

r

tigo

o

riginAl

AbStRAct

The objecives of the present study were to idenify and discuss on the proile of the graduates form the stricto sensu program in Nursing Administraion/Management of the University of São Paulo School of Nurs-ing, from October 2008 to June 2011, re-garding the knowledge areas the graduates worked on during their master and doctor-al program. This is an exploratory, descrip-ive, retrospecive study, using documental analysis. The study populaion consisted of 250 graduates, 169 of which were masters and 81 doctorates. The graduates’ proile permited to idenify and discuss on the retenion rate for the doctorate; the type of insituion that absorbs the master and doctorate graduate and the ields they work in.

dEScRiPtoRS

Educaion, Nursing, Graduate Nursing administraion research Health management

RESUmEn

El presente estudio tuvo como objeivos ideniicar y discuir el peril de egresados de posgraduación stricto sensu en el área de concentración de Administración/Gerencia-miento en Enfermería, de la Escuela de En-fermería de la Universidad de San Pablo, en el período entre octubre 2008 a junio 2011, en lo relaivo a las áreas de conocimiento a las que los egresados estaban vinculados en la maestría y en el doctorado. Se trata de un estudio exploratorio, descripivo, retros-pecivo, pautado en análisis documental. La población se consituyó con 250 egresados, de los que 169 eran maestros y 81 doctores. El peril de los egresados permiió aprender y discuir el porcentual de coninuidad hacia el programa de doctorado; el ipo de insitu-ción que contrata al egresado de maestría y de doctorado y las áreas de actuación de los mismos.

dEScRiPtoRES

Educación de Postgrado en Enfermería Invesigación en gesión de enfermería Gesión en salud

Vanda Elisa Andres Felli1, Paulina Kurcgant2, Maria Helena Trench Ciampone3, Genival Fernandes de

Freitas4, Taka Oguisso5, Marta Maria Melleiro6, Daisy Maria Rizatto Tronchin7, Raquel Rapone Gaidzinski8 The profile of eeUSp gradUaTeS of The STricTo SenSU program in

nUrSing managemenT

perfil de loS egreSadoS del poSTgrado STicTo SenSU en el área de gerenciamienTo en enfermería

(2)

intRodUção

No contexto brasileiro, a atuação proissional do enfer-meiro é exercida segundo quatro processos de trabalho: assistencial, gerencial, educaivo e de pesquisa. Nas insi-tuições de saúde, o enfermeiro realiza, prioritariamente, os dois primeiros processos de forma ariculada sendo o processo gerencial, preponderante sobre os demais uma vez que neste, o enfermeiro organiza o trabalho e

geren-cia os recursos humanos(1).

Há algumas décadas, no Brasil, o gerenciamento em enfermagem era percebido como uma disfunção, ou seja, um desvirtuamento da função que os enfermeiros deve-riam, de fato, exercer nas insituições de saúde – o cuida-do de enfermagem. Fazer gerenciamento era sinônimo de realizar aividades burocráicas, entendidas como tendo,

como foco principal, a papelada(2).

Embora historicamente descritas como consituivas do trabalho de enfermagem desde os primórdios no período pré-pro-issional, as aividades gerenciais passaram a ser, legalmente, atribuídas ao enfermeiro pela Lei do Exercício Proissional, regula-mentado pelo Conselho Federal de

Enfer-magem(3), ao estabelecer que cabe

priva-ivamente ao enfermeiro, direção e cheia; planejamento, organização, coordenação e avaliação dos serviços de enfermagem(4).

A Resolução COFEN 194 oicializa o trabalho gerencial do enfermeiro, informando:

O enfermeiro pode ocupar em qualquer esfe-ra, cargo de direção geral nas instituições de saúde, públicas e privadas, cabendo-lhe, ain-da, privativamente, a direção dos serviços de enfermagem.

Estudos demonstram que o trabalho de enfermagem sofreu inluências da gerência clássico-cieníica incorporando os princí-pios de controle, hierarquia e disciplina,

entre outros, apregoados pela teoria geral da adminis-tração. Estas inluências predispuseram à conservação de técnicas, normas e regulamentos que não acompanham a dinamicidade e as transformações atuais que buscam qualidade e eiciência, assim como não promovem a

au-tonomia dos trabalhadores da equipe de enfermagem(5-7).

Atualmente, o gerenciamento é percebido como aivi-dade essencial e predominante no trabalho dos enfermei-ros, independentemente de cargos ou funções por eles assumidas, nas insituições de saúde.

O reconhecimento do gerenciamento como um traba-lho exercido pelos enfermeiros passou a ter mais concre-tude a parir dos estudos que buscaram evidenciar o tra-balho da enfermagem a parir da concepção de processo

de trabalho na perspeciva histórica(8-9).

Neste contexto, a ação gerencial, não prescinde do homem em suas relações com outros homens e da subje-ividade presente neste processo, bem como suas

deter-minações(10). Segundo as autoras, a gerência que emerge

com o surgimento do capitalismo e do trabalhado

colei-vo, responde à (...) necessidade de uma instância ou

fun-ção que se responsabiliza pela integrafun-ção das aividades,

na busca da unidade do processo de trabalho(10).

Nesta perspeciva, a gerência em saúde é uma aivida-de meio, cuja ação central está posta na ariculação e na integração, que, ao mesmo tempo, possibilita a mação do processo de trabalho e implica na sua transfor-mação mediante as determinações presentes no coidia-no das organizações(10).

Conigura-se, desta forma, como ferramenta do cesso assisir/cuidar e pode ser apreendida como um pro-cesso de trabalho especíico e decomposta

em seus elementos consituintes(2).

O processo de trabalho gerencial vem sendo discuido mais enfaicamente desde

a década de 80, quando pesquisadores(11)

evidenciaram que este processo é orienta-do por uma inalidade imediata que é a de organizar o trabalho e, mediata, que é a de desenvolver condições para a realização do processo de cuidar individual e colei-vo. Nesta análise, os autores referem como objeto de trabalho, a organização da assis-tência e a educação coninuada dos traba-lhadores, e como meios e instrumentos, a força de trabalho, os materiais, os modelos e métodos administraivos.

Entretanto, pesquisas demonstram que, ainda, existe uma lacuna importante no que se refere às competências gerenciais dos proissionais que assumem, na práica, a gestão e a gerência de serviços ou unidades de saúde no SUS(12).

Assim, o gerenciar consitui-se em foco de interesse para aprofundamento e discussão em função da inalidade de conhecer o peril dos proissionais egres-sos de um Programa de Pós-Graduação com especiicida-de nessa área especiicida-de conhecimento, com a inalidaespeciicida-de especiicida-de se avaliar se a formação está condizente com as necessida-des da práica nos serviços de saúde e nas Insituições de Ensino Superior (IES).

Pós-Graduação na Área de Gerenciamento em Enfermagem na EEUSP

A criação e evolução da área de concentração Adminis-tração de Serviços de Enfermagem, bem como a produção do conhecimento nessa área do Programa de Pós-Gradu-ação da EEUSP foi descrita em estudo que constatou ser, a mesma, uma das precursoras do processo de formação ...o gerenciar

constitui-se em foco de interesconstitui-se para aprofundamento e discussão em função

da inalidade de conhecer o peril dos proissionais egressos

de um Programa de Pós-Graduação com especiicidade nessa área de conhecimento, com a inalidade de se avaliar se a formação

está condizente com as necessidades da prática nos serviços de saúde e nas Instituições

(3)

de enfermeiros em âmbito nacional, iniciada um ano após a implantação do Curso de Mestrado do Programa de Pós--Graduação em Enfermagem – PPGE, na EEUSP, coincidin-do com a criação, oicial, coincidin-do Departamento de Orientação

Proissional, no ano de 1974(13).

Nos primeiros anos desta área de ensino foi dada prio-ridade para a itulação de professores, uma vez que a mis-são do mestrado era a capacitação para o exercício da do-cência. Apenas em 1989, teve início o curso de doutorado

no mesmo programa(13).

Desde o início dos cursos de mestrado e doutorado, com ênfase na área de concentração em Administração/ Gerenciamento em Enfermagem, muitas mudanças ocor-reram culminando com a criação do Programa de Pós-Gra-duação em Gerenciamento em Enfermagem, em novem-bro de 2009, passando a vigorar em fevereiro de 2010.

O Programa responde à necessidade de formação de pesquisadores, ampliação e aprofundamento de invesi-gações na área de gerenciamento em enfermagem e de produção de conhecimento especíico. Responde também, diante da crescente incorporação tecnológica aliada à com-plexidade da organização dos serviços de saúde, à forma-ção de enfermeiros pesquisadores e inovadores na área.

Neste contexto, contempla a formação de pesquisado-res considerando três eixos teórico-conceituais: técnico--cieníico, sócio-educaivo e éico-políico.

O eixo técnico-cieníico pressupõe que as invesiga-ções fundamentem-se em diferentes correntes teóricas dos campos da Administração/Gerenciamento em Saúde, no diálogo com as Ciências Sociais, que geram conheci-mento especializado em gestão e planejaconheci-mento em saúde baseado em evidências. O eixo sócio-educaivo pressupõe pilares norteadores do Programa que integram funda-mentos teóricos das Ciências Sociais, em paricular da So-ciologia, Antropologia e Educação. Estes pilares subsidiam a formação de enfermeiros pesquisadores, assim como outros proissionais da saúde, em cursos de mestrado e doutorado. As invesigações que contemplam a dimen-são sócio-educaiva do Programa têm como inalidade a geração de conhecimentos e o oferecimento de produtos que inovem e instrumentalizem os processos de trabalho gerencial e educacional na enfermagem e na saúde, oi-mizando o uso das redes virtuais. O eixo éico-políico en-contra sustentação nos pressupostos teóricos da história, éica proissional e bioéica, bem como das políicas pú-blicas de saúde e educação. Esta esfera de conhecimento subsidia as pesquisas que avançam no conhecimento dos elementos políicos, sociais e econômicos, presentes nas relações de trabalho, interproissionais e interdisciplina-res, e nas relações de poder indivíduo-organização, usuá-rio e sociedade, cujo diálogo representa um dos pilares da

gestão do sistema de saúde no país(14).

Estas abordagens permitem invesigações de caráter instrumental para o desenvolvimento de matrizes, modelos

gerenciais inovadores e ferramentas que traçam diretrizes para o monitoramento do processo gerencial em saúde.

Os eixos teórico-conceituais do Programa pressupõem e ariculam os núcleos temáicos de Gerenciamento, Éica e Bioéica, Educação, História e Legislação que tem como objeivos: formar pesquisadores e líderes qualiicados na área de Gerenciamento em Enfermagem e em Saúde e nas suas interfaces com outras disciplinas, para produzir conhecimento inovador e transformador das práicas de saúde; formar pesquisadores para atuar em diferentes cenários, que demandem ampliação e vericalização do conhecimento especializado em gerenciamento de en-fermagem e de saúde, que resultem em matrizes e mo-delos de intervenção com impacto social; e, intercambiar conhecimentos resultantes das invesigações com pesqui-sadores de centros de excelência congêneres, em âmbito nacional e internacional(14).

Nesse contexto, o Programa espera formar mestres e doutores com os seguintes peris:

Mestres – com potencialidades para: produzir conhe-cimento inovador, na área de temáica de invesigação, uilizando instrumentos metodológicos apropriados; de-senvolver capacidade de críica-relexiva, na análise de realidades e estudos, habilidade de busca e interpretação de estudos/textos, habilidade para redação cieníica; pro-por e implementar intervenções nos diferentes contextos de práica, avaliando resultados.

Doutores – com potencialidades para: agregar as poten-cialidades esperadas para os mestres, com maior aprofun-damento/vericalização; ter domínio avançado da temáica de invesigação e/ou de suas interfaces, no contexto nacio-nal e internacionacio-nal, desenvolvendo/criando conhecimento inovador, capaz de dar sustentabilidade e visibilidade à ci-ência da Enfermagem e das outras áreas da Saúde; dialo-gar com pares nacionais e internacionais, na disciplina e na interdisciplinaridade; argumentar e sustentar idéias, em di-ferentes contextos da ciência; dominar referenciais teórico--metodológicos de pesquisa e capacidade para criar novos métodos/técnicas/tecnologias, assim como habilidade para divulgação do conhecimento em periódicos qualiicados e para captar recursos para o desenvolvimento de projetos; dar coninuidade à carreira cieníica e promover a Pós-Gra-duação em Enfermagem e em Saúde.

A produção do conhecimento na área de Pós-Gradu-ação de Gerenciamento em Enfermagem foi objeto de estudos que possibilitaram apreender a distribuição desta produção segundo a região geográica do país, temáica, linha de pesquisa, década, método e corrente de pensa-mento bem como, permiiram, também, traçar considera-ções a respeito da trajetória, necessidades e perspecivas

das pesquisas em Gerenciamento em Enfermagem(15).

(4)

presente invesigação consistem em: ideniicar e discuir

o peril dos egressos da pós-graduação stricto sensu na

área de Gerenciamento em Enfermagem, da Escola de En-fermagem da Universidade de São Paulo, no período de setembro de 2008 a junho de 2011, no tocante às áreas de conhecimento inerentes ao mestrado e ao doutorado.

mÉtodo

Trata-se de estudo descriivo, exploratório, documen-tal com coleta retrospeciva de dados, a parir do JANUS – Sistema Administraivo da Pós-Graduação da Universi-dade de São Paulo. Esse sistema é um programa interno que auxilia no gerenciamento de dados dos cursos de pós--graduação da USP.

Os dados possibilitaram a construção de banco de dados tabulados em uma planilha Excel com as seguin-tes variáveis: número USP e nome de cada egresso, curso realizado (mestrado ou doutorado), nome do orientador,

ano da defesa, insituição em que o egresso está vincula-do atualmente, Além vincula-do sistema JANUS, os davincula-dos foram obidos através da consulta à plataforma Lates de cada egresso e do contato com os respecivos orientadores do Programa de Pós-Graduação.

RESULtAdoS

A denominação Área de Gerenciamento em

Enferma-gem – AGE refere-se à área temáica de gerenciamento na qual foram formados, mestres e doutores desde 1978. Esta área temáica teve início, na EEUSP, como área de

concentração do curso de Mestrado denominada

Admi-nistração dos Serviços de Enfermagem – ASE, do Progra-ma de Pós-Graduação em EnferProgra-magem desde 1974 e foi encerrada em 12 de fevereiro de 2010 por ocasião do iní-cio da vigência do Programa de Pós-Graduação em Geren-ciamento em Enfermagem – PPGEn. Portanto, para este estudo, estão sendo considerados os egressos da AGE e apresentados os dados a eles relacionados.

4,0

2,0

4,7

8,3

20,6

22,1

5,1

0,0 0,4 0,4

2,8

9,9 9,5

7,9

2,0 0,4

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0

1978-1980 1981-1985 1986-1990 1991-1995 1996-2000 2001-2005 2006-2010 2011

Distribuição percentual ano de titulação

Mestrado Doutorado

Figura 1 – Distribuição percentual de titulação dos egressos da pós-graduação da área de gerenciamento em enfermagem, no período 1978-2011 – São Paulo – 2011

Figura 2 – Distribuição do número de mestres e doutores egressos na área de gerenciamento, no período 1978 a 2011 – São Paulo – 2011

0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 1 0 0

5

0 6

1 3

10

4 3

5 8

4 5

2 5

3 6

4 4

0 1

2

1 1

3

2 3

1

0 0 1 1

2

0

3 3

2

6 7

8 7

22

1 12

9 15

9 9

13

10 14

0

0 0 0 0 5 10 15 20 25

1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Ano de Conclusão

Doutorado Mestrado

Número

de

(5)

Na área de concentração ASE, desde a primeira itula-ção em 1978 até março de 2010, foram itulados 158 mes-tres e 73 doutores. A parir de março de 2010 até junho de 2011, sob a égide do PPGEn, foram itulados 25 mes-tres e oito doutores. Assim, na área de gerenciamento de 1978 a junho de 2011 foram formados de 183 mestres e 81 doutores, totalizando 264 pós-graduados.

O peril dos egressos na área de gerenciamento foi considerado quanto ao sexo e idade.

Em relação ao sexo veriica-se, na igura 3 que, a gran-de maioria dos pós-graduados é composta por mulheres, tanto mestres (59,8%) como doutores (29,9%), sendo que a maior paricipação masculina se encontra entre os egressos mestres (7,5%).

As Figuras 5 e 6 mostram que, aproximadamente, 30% dos egressos de mestrado estão vinculados às Universida-des e FaculdaUniversida-des Privadas; 15% em UniversidaUniversida-des Públi-cas; 20% em Serviços de Saúde Privados; 25% em Serviços de Saúde Públicos.

59,8 7,5 67,3 29,9 2,8 32,7 0 10 20 30 40 50 60 70 80

F M Total

Sexo

Mestrado Doutorado

Figura 3 – Distribuição percentual de mestres e doutores egres-sos, na área de gerenciamento, segundo sexo no período de 1978 a 2011 – São Paulo – 2011

Figura 4 – Distribuição percentual de faixa etária dos egressos da pós-graduação na área de gerenciamento do Departamento ENO, Na Figura 4, veriica-se que a faixa etária predominan-te dos egressos está entre 31 a 40 anos para os mestres e 41 a 50 para os doutores, exisindo, ainda, a formação de mestres e doutores mais jovens (22% e 1%, respeciva-mente) e doutores mais velho, com mais de 61 anos (1%).

22% 59% 36% 21% 0% 1% 29% 56% 12% 1% 0% 20% 40% 60% 80%

21-30 31-40 41-50 51-60 61-70

Faixa etária

Mestrado Doutorado

Tipode Instituição

15% 25% 1,1% 20% 30% 10% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% Univers. e Faculdade Privadas Univers. Pública Serviço de Saúde Privado Serviço de Saúde Público Sem informação Outros

Figura 5 – Tipo de instituição em que o egresso de mestrado está vinculado – São Paulo – 2011

Tipo de Instituição

22% 12% 4% 62% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% Univers. e Faculdade Privadas Universidade Publica Serviço de Saúde Privado Serviço de Saúde Público

Figura 6 – Tipo de instituição em que o egresso de doutorado está vinculado – São Paulo – 2011

Quando se analisa a área de atuação do enfermeiro egresso de um curso de pós-graduação veriica-se que é o ensino a área de atuação que mais absorve os mestres (42%) e os doutores (80%) provenientes da área de gerenciamento em enfermagem, conforme mostram as iguras 7 e 8.

Áreas de Atuação

23% 42% 2% 2% 25% 10% 0% 10% 20% 30% 40% 50%

Ensino Gerência Assistência Pesquisa Outros Sem informação

Figura 7 – Distribuição dos egressos de mestrado, do período de 1978 a 2011, quanto à área de atuação – São Paulo – 2011

Figura 8 – Distribuição dos egressos de doutorado, do período de

Áreas de Atuação

80% 11% 6% 2% 0% 0% 20% 40% 60% 80% 100%

(6)

As Figuras 7 e 8 permitem, ainda, visualizar que os mestres são absorvidos para o ensino (42%), gerência (25%) e assistência (23%) e os doutores a execução do processo assistencial e gerencial nos serviços de saúde, enquanto os doutores concentram-se na gerência dos ser-viços e pouco na assistência.

diScUSSão

Ao se conhecer o peril dos egressos do Programa é possível inferir qual a sua inserção no mercado de traba-lho, seja ele acadêmico ou não, enquanto possibilidade de geração de conhecimento, de produtos, de tecnologias que, em úlima instância, alavancam o desenvolvimento

do país(16). A análise do peril dos egressos que passamos a

discuir busca subsidiar essa relexão.

Assim, ao resgatar o peril dos egressos neste estudo, buscamos subsidiar a análise de como a formação na pós--graduação está permiindo inserção destes nos mercados de trabalho e respondendo às necessidades de desenvol-vimento do país. Por isso, abordamos inicialmente o quan-itaivo de egressos por ano e por curso; posteriormente, dados relaivos ao sexo e faixa etária; e, inalmente, dados relaivos à inserção no mercado de trabalho.

Desde a primeira itulação na área de concentração de em 1978 até março de 2010, foram itulados 158 mestres e 73 doutores na área de concentração ASE. A parir de março de 2010 até junho de 2011, sob a égide do PPGEn, foram itulados 25 mestres e oito doutores. Assim, na área de gerenciamento foram formados de 183 mestres e 81 doutores, totalizando 264 pós-graduados.

A análise do quanitaivo de egressos mostra o potencial de formação do PPGEn que, em cerca de um ano, formou cerca de mais 45% do que já havia sido formado em 22 anos. Esse dado, também, representa um incremento de mestres e doutores para o mercado de trabalho acadêmico e de serviços de saúde. No entanto, diferentemente de outros Programas de Pós-Graduação contemporâneos e de outras

áreas, esse número ainda é pequeno(17). Nesse senido, cabe

salientar que os primeiros formandos na área foram os do-centes das Escolas de Enfermagem, que futuramente seriam os orientadores. Contudo, quando considerado o período de 1999-2002, com outro curso de pós-graduação na área de

enfermagem(17) a área formou signiicaivamente mais

mes-tres (+ de 57%) e doutores ( + de 50%).

Os dados também mostram um incremento de itula-ções de mestres e doutores a parir do ano 2000, quando também passa a exisir um número maior de orientado-res, considerando que no ano de 2011 os dados foram co-letados somente até o mês de junho. O mesmo incremen-to no período, também, é observado em outros cursos, dadas as exigências da Lei e Diretrizes da Educação, que

passou a exigir a pós-graduação stricto sensu de seus pro

-fessores(18). Outro fato, aliado ao primeiro, é o mercado

em expansão dos cursos de enfermagem em universida-des privadas.

A análise dos egressos em relação ao sexo e idade per-mite supor que, embora a força de trabalho em enferma-gem seja composta na grande maioria por mulheres estas, também, estão invesindo mais na carreira do que os ho-mens. Este fato ocorre apesar da mulher exercer outras aividades, como educação dos ilhos e aividades domés-icas, além do trabalho remunerado. Nesse aspecto há um recorte de gênero importante que tem determinantes da inserção social das mulheres no trabalho.

Estudos(19) também demonstram que a grande maioria

de egressos do programa de pós-graduação em enferma-gem é composta por mulheres (96.5%).

Outros cursos de pós-graduação(20) apresentam o

mes-mo recorte de gênero, entendendo-se que a saúde e a educação são áreas de trabalho onde há predominância de mulheres.

A inserção das mulheres na docência signiicou uma transformação, pois o magistério era uma proissão com mais presígio no século XIX, antes da sua feminilização a parir do século XX(17).

Em relação à idade, a Figura 4 mostra que o enfermei-ro inicia o mestrado logo após a formação na graduação e o doutorado após os trinta anos de idade. Observa-se que entre os enfermeiros a formação dos doutores é mais expressiva nas idades entre 40 e 50 anos. Este dado pode estar relacionado à maioria feminina, uma vez que possi-velmente as mulheres ingressem na pós-graduação mais tardiamente, após o cumprimento dos compromissos fa-miliares e domésicos.

No Brasil, o Ministério de Educação exige um percen-tual de mestres e doutores no dimensionamento do corpo docente das faculdades e universidades como parâmetro de qualiicação no processo de avaliação das IES. Por outro lado, os Programas de Pós-Graduação têm como um dos objeivos formar mestres e doutores para a qualiicação do ensino superior, o que vai ao encontro da demanda do

Ministério de Educação(17). Assim, é importante analisar

como os pós-graduados do estudo, estão se inserindo nas universidades e, também, nos serviços para a qualiicação da práica de enfermagem.

(7)

Por outro lado, os egressos de doutorado estão inse-ridos, na maioria, em universidades públicas (62%) sendo estas são as que mais desenvolvem pesquisas e onde se concentra a grande maioria dos cursos de pós-graduação

stricto-sensu.

Os resultados permitem ainda considerar que, além da atuação no ensino e na pesquisa os mestres e doutores também contribuem com melhor capacitação para o exer-cício dos processos assistencial e gerencial nos serviços aos quais estão vinculados.

concLUSão

O resgate da trajetória de um Programa de Pós-Gradu-ação na área de AdministrPós-Gradu-ação/Gerenciamento em Enfer-magem, com foco na atuação dos egressos, contribui com informações importantes para a avaliação deste processo de capacitação proissional.

Assim quando são explicitados os números de egres-sos desta área, 183 mestres e 81 doutores, no período 1978-2011, ica explicitada, também, uma parte do cum-primento da missão de uma Escola de Enfermagem de uma Universidade Pública.

A predominância do sexo feminino nos achados é re-ferendada pela própria trajetória da enfermagem, cha-mando atenção a inserção dos enfermeiros em cursos de mestrado logo após o término da graduação, mas com in-gresso mais tardio no doutorado.

Embora, sem comprovação, a atual inserção dos dou-torandos, neste programa, sugere que os mestres estão se inserindo mais precocemente nos cursos de doutorado abreviando o tempo desta capacitação e assim retornando, mais rapidamente, sua contribuição para com a sociedade. A absorção dos mestres pelas universidades privadas (30%) dos egressos, e de (62%) de doutores pelas univer-sidades públicas mostra que ainda são estas que asse-guram maior qualiicação do corpo docente com conse-qüente melhores condições de ensino e de produção em pesquisa. A presença de mestres e doutores, nas insitui-ções assistenciais privadas e públicas na área assistencial ainda é incipiente e acontece mais por iniciaiva individual dos enfermeiros do que por proposição de políicas de re-cursos humanos que contemplem está capacitação.

Frente a esta realidade, a paricipação dos enfermei-ros na proposição de políicas públicas e insitucionais que regem e inluenciam o ensino, a assistência e a gerência em saúde deve ser temáica considerada nos programas de pós-graduação.

REFERÊNCIAS

1. Brasil. Decreto n. 94.406/87. Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da Enfer-magem, e dá outras providências. In: Conselho Federal de En-fermagem (COFEN). Legislação [Internet]. Brasília; 2011[cita-do 2011 out. 30]. Disponível em: htp://www.portalcofen.gov. br/sitenovo/node/4173

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Referências

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