ANTONIO A. DA SILVA2, RUB EM S. DE OLIVEIRA JR .3, EDAL ÍCI O R. COSTA4e LINO R. FERRE IRA2
RESUMO
1Recebido para publicação em 13/01/99 e na forma revisada em 18/03/99.
2Profº Adjunto do Deptº de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa /UFV. Av. P.H. Rolfs, S/N, CEP: 36570-001,
Viçosa/MG.
3Profº Adjunto do Deptº de Agronomia da Universidade Estadual de Maringá. Av. Colombo 5790, CEP: 87020-900,
Maringá/PR.
4
Engº Agrº, M.S., Deptº de Fitotecnia da UFV.
Dura nte o ano agrí cola 1994 /95, foi
cond uzid o ensaio de campo, em Capi nópo lis,
MG, visa ndo aval iar o efeito residua l no solo
dos herbicidas imazamox (50 e 100 g/ha ) e
imazethapyr (100 e 200 g/ha), aplicados à
cultura da soja, sobr e as culturas de milho e
sorgo, cultiva das em sistema de sucessã o à
soja. Foram real izados, em casa de vege taçã o,
bioensa ios utiliza ndo o sorgo como plan
ta-teste, em amostras de solo cole tadas nas
parcelas onde foram aplicados os herbicidas
no camp o. As amos tras de solo fora m
coletadas aos 30, 60, 90 e 120 dias após a
aplicação (DAA ) dos herbicidas. Um dia após
a colheita da soja, fez-se tamb ém a seme adur a,
no camp o,
do
milho
e do sorgo nas
parcelas anteriorme nte ocupada s com a soja,
onde havi am sido feitas as aplicações dos
herb icidas. Os resultados obti dos indicam que
o imazamox apre sentou meno r efeito residua l,
não influencia ndo no desenvo lvimento da
planta -teste quando esta foi seme ada aos
120 DAA, até mesmo no dobr o da dose
recomendada .
Todavia ,
o
imazetha pyr
a
200 g/ha
(dob ro
da
dose
reco mendada)
apre sentou inibição no dese nvolvimento das
plantas de sorgo quando estas foram semeadas
120 DAA. Em cond içõe s de campo, plan tas de
sorgo semeadas após a colheita da soja em
áreas que receberam o dobr o da dose
recomendada de imazethapyr evidenciaram
menor altura de plantas e meno r comprime nto
de paní cula do sorgo, não influenc iando,
entretanto , a prod utivida de de grão s.
Pal avra s-chav e:
Bioe nsaio,
persis-tência, resíduos no solo.
ABS TRAC T
S oil resi dual eff ect of the herb ici des ima zamo x and ima zeth apyr to corn and sor ghum crop s
Duri ng the 1994 /95 grow ing season, a
field assa y was cond ucted in Capi nópo lis,
MG, to evaluate the carryover effect of the
herbicides imazamox (50 and 100 g/ha ), and
imazethapyr (100 and 200 g/ha ), appl ied in
soyb ean,
to
corn
and
sorghum
crops
succeed ing soyb ean. Bioassa ys using sorghum
as test-plant were conduct ed in gree nhou se
cond itions using soil samples collected from
plots sprayed with the herb icides in field. Soil
Howe ver,
imazethapyr
appl ied
at
200 g/ha
(double the recommen ded rate),
inhibited
the
deve lopment
of
sorghum
plants
sowe d
120
DAA.
Unde r
field
cond itions, sorghum plants sowe d
after
soyb ean harvest in areas rece ivin g double the
recommen ded rate of imazetha pyr evid ence d
shor ter plant height and shor ter plant pani cle,
althoug h
havi ng
no
effect
on
grai n
prod uctivit y.
Key-wor ds:
Bioa ssay, persistence, soil
residue s.
INTRO DUÇÃ O
No início dos anos 80, em busc a de
alterna tiva s
rentáveis
que
reduzissem
a
ociosidade das máquinas e da mão-de-obra no
camp o dura nte o período de entress afra da
soja, alguns agri cultores dos estados do Paraná
e de São
Paul o iniciar am,
em cará ter
expe rime ntal , o cult ivo do milho em suce ssão
à soja. Essa expl oração cresceu e, hoje, é uma
realidade na agri cult ura brasileir a. Hoje, o
milho “safrinha” é um merc ado cons olidado ,
que em 1998 represento u 17% da área plantada
e 13% da prod ução naci onal de milh o
(Agr oceres, 1998 ).
Com o suce sso obse rvad o nas regi ões
pioneiras, o milho “saf rinha” está se tornand o
comu m
em
outr as
regi ões
brasileiras,
proporc ionando uma série de vantagen s para
os agri cultores e contribuindo de maneira
decisiva para o aume nto da produçã o naci onal .
Esse sistema de cultivo , além do estímul o
econômico, tamb ém cons iste numa prática de
uso racional da terra, poss ibilitando melhor
aproveitame nto
da
adub ação residua l da
cultura
principal,
maior
produçã o
de
grão s/ha /ano
e
otimização
do
uso
dos
equi pamentos
agrícolas.
Esse
fato
tem
motivado os agri cultores a investirem mais na
agri cultura, tornand o-a mais tecnificada e
elevand o
sua
prod utivida de
em
diversas
culturas.
Ness a expl oração, tant o na cult ura
antecessor a como na sucesso ra, o controle das
plantas dani nhas é feito normalme nte através
do
méto do
químico.
Os
herbici das,
depe ndendo de sua estrutura química e das
cond ições edaf oclimáticas, pode m não ser
comp letamente degr adad os dura nte o cicl o da
cultura
princip al,
deixand o
resíduo s
inde sejávei s no solo, os quai s pode m afetar a
cultura
subs eqüente
e
comp rometer
o
ambi ente .
Nos últimos anos , vári os herb icidas
foram regi strados para o cont role de plantas
dani nhas , principalmente para a cultura da
soja. Dent re esses produto s enco ntram-se os
herb icidas do grup o das im idazoli nona s, que
apre sentam como cara cterísticas principais
largo espectr o de cont role e, tamb ém, longa
pers istênci a no solo (Goe tz
et al.
, 1990 ; Loux
& Rees e, 1993 ); esta pers istênci a é altamen te
vari ável, princip alme nte, com as cond içõe s de
pH (Ren ner
et al.
, 1988 ; Stou gaar d
et al.
,
1990 ; Marsh & Lloyd, 1996 ), matéria orgânica
(Che
et al.
, 1992 ), temperatura (Flint & Witt,
1997 ) e umid ade (Goe tz
et al.
, 1990; Curr an
et
al.
, 1992 ) do solo. Esse fato tem trazido
preo cupa ção muito gran de, por causa da
intoxicação do milho “safrinha” , muitas vezes
caus ando redução de produti vidade, já que
sabe -se
que
híbr idos
de
milho
pode m
apre sentar diferen tes grau s de tolerância aos
resíduo s de imazetha pyr no solo (Rab aey &
Harv ey, 1997 ).
Part icul armente para o imazethapyr,
estima-se que sua meia-vida no solo, em
cond içõe s de camp o, vari e de 2,6 a 10,6 mese s
(Goe tz
et al.
, 1990 ; Vischet ti, 1995) sob
cond içõe s
de
clima
temp erad o.
Para
o
Obse rvaç ões de campo indi cam que os
sintoma s de toxi dez à cultura do milho têm
sido obse rvad os, com mais freqüên cia, em
solos de menor fertilidade e em anos de maio r
déficit hídrico e de temp eraturas mais baix as.
O sistema de mane jo empr egad o também pode
influenciar no apareci ment o de sint omas de
fitotox icidade na cultura que sucede a soja. A
incorporaç ão ao solo, por exemplo, tend e a
aume ntar
a
persistênc ia
do
imazethapyr
(Je nsen
et al.
, 1995 ); da mesma forma, os
sintoma s pare cem ser mais evid ente s quan do
se utiliza a seme adur a direta em relação ao
preparo conv enci onal do solo (Mi lls & Witt,
1991 ). No Bras il, Fleck & Vidal (1994)
observa ram que a persistência de imazethapyr
aplicado na soja prej udicou a cultura de
gira ssol seme ada em suce ssão.
Este trabalho teve
como obj etivo
avaliar
o efeito residua l dos herb icidas
imazeth apyr e imazamox, aplicados para o
cont role de plantas dani nhas em lavoura de
soja, sobr e as cult uras suce ssoras de milho e
sorgo.
MATERIAL E MÉTODOS
A seme adur a de soja foi realiza da na
Cent ral
de
Expe rime ntaç ão,
Pesq uisa
e
Exte nsão do Tri ângu lo Mine iro – CEPE T,
localizada em Capi nópo lis -MG, em uma área
de Lato ssolo Roxo eutrófico (LRe ). As
caracte rísticas químicas e gran ulométricas das
amostras de solo, coletadas
nos
loca is,
enco ntram-se na Tabela 1.
TABELA 1.
Resultados das análises química e granulométrica de amostras do solo de Capinópolis,
MG (LRe), utilizado nos experimentos de campo e de casa de vegetação
1/pH
água(1:2,5)
C
P
K
+Al
+3Ca
+2Mg
+2H
++Al
+3Areia
Silte
Argila
%
mg/dm
3 ______mmol
c
/dm
3 ______ ______%
_____5,4
1,64
7,2
61
0,0
5,5
1,1
4,2
34
19
47
1 /Análises realizadas no Laboratório de Análises Físicas e Químicas de Solo do Departamento de Solos da Universidade
Federal de Viçosa, MG.
Os tratamentos (testemunha capinada,
imazamox a 50 e 100 g/ha e imazethapyr a 100 e
200 g/ha) foram dispostos em blocos casualizados,
com seis repetições. A área de cada parc ela foi
de 60 m
2(6 x 10 m), e em cada parcela fora m
seme adas 12 linhas de soja (20 seme ntes por
metr o), distanc iadas uma da outr a em 0,5 m. A
cultiva r utilizada foi a UFV-16 e a seme adur a
foi real izada em 04/12/94.
As
aplicações
de
imazamox
e
imazethapyr foram feitas 15 dias após a
emer gênc ia da soja, com um pulverizado r
costal de pressão cons tante (C0
2), munido de
uma barra de 2,5 m equi pada com cinco bicos
tipo lequ e 8003 . Dura nte as aplicações
mant eve-se a pres são cons tante em 276 kPa,
aplicando-se o equi vale nte a 200 l/ha de cald a.
A capi na mecâ nica , com enxada, foi realiza da
no tra tamento testemu nha aos 15 e aos 30 dias
após a emer gênc ia da soja.
Bioensaios em casa de vegetação:
homogene izad as, formando uma amos tra por
parcela. Essa s amos tras foram colocad as em
vaso s de plástico com capa cidade de 300 cm
3,
recober tos
internamente
com
saco
de
polietileno,
fazendo -se
em
seguida
a
semeadur a do sorgo cultiva r BR 007 (Sil va
et
al.
, 1998 ).
O deli neamento experimental utiliza do
em
cada
époc a
de
amostragem
foi
o
inteir amente
casu alizado ,
com
quat ro
repetições.
Dura nte a cond ução dos bioensa ios,
procuro u-se mant er a umid ade do solo, nos
vaso s, próx ima da capa cidade de campo, por
meio de duas irrigaç ões diárias, utilizando-se
um protótipo simu lador de chuvas para vaso s.
Aos 21 dias após a semeadura do sorgo, em cada
época de amostragem, fez-se a avaliação visual
dos sintomas de toxicidade dos herbicidas sobre
a parte aérea das plantas de sorgo, tomando-se
como base a escala EWRC, modificada por Frans
(1972). Nessas datas também foram realizadas as
colheitas das plantas-teste, separando a parte
aérea do sistema radicular. Esse material foi
então secado a 72ºC por 48 horas,
determinando-se a determinando-seguir sua biomassa determinando-seca.
Vis ando
elimina r a influência do
ambi ente
nas
époc as
de
cond ução
dos
bioensa ios, os dado s de biomass a fora m
transforma dos em valores perc entuais em
relação ao tratame nto testemu nha, adot ando-se
para cada époc a valor referen cial de 100% . Em
segu ida, foram submetidos à anál ise de
vari ânci a. Após exam inad os os quad rados
médi os resi duai s das análises indi viduais,
procede u-se à anál ise conj unta dos dados, com
desdobr amento da soma de quad rado s da
interação (épo cas x herb icidas), para veri ficar,
por meio de regr essão, os efeitos residuais dos
herbicidas entr e époc as.
Bioensaios de campo:
Um dia após a colheita da soja (150
dias após a semeadura), as áreas expe rime ntais
foram aradas e grad eada s, seme ando -se em
segu ida, em 50% das repetições, o milho e, na
outr a meta de, o sorgo. As cult ivares de milho
e sorgo utiliza das foram a AGX -3472 e
AG-1016 , respect ivame nte.
Ante s da seme adur a foi realiza da uma
adub ação no sulco com 300 kg/ha da fórmula
4-30-16. Aos 40 dias após a seme adur a, foi
feita adub ação em cobe rtura com 20 kg/ha de
N, na forma de sulfato de amôn io. As culturas
de milh o e sorgo foram irrigadas por aspe rsão
toda vez que se veri ficava ausênci a de chuv as
por um perí odo de 7 dias .
Na colheit a do milho, foram avaliadas
o estande final, a altura de plantas, a altura de
inserçã o da primeir a espi ga e o rendime nto de
grão s.
Para
a
cultura
do
sorgo,
as
caracte rísticas aval iadas fora m: estande final,
altura de plantas , comprime nto de paní cula e
rend imen to de grão s.
As características avaliadas, em ambos os
ensaios, foram submetidas às análises de variância
e de regressão. A análise de regressão foi feita
para
todas
as
características
avaliadas,
independentemente da significância observada
pelo teste F.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Bioensaios em casa de vegetação:
Pela Figura
1, veri fica-se que o
imazamox,
tanto
na
dose
reco mendada
(50 g/ha) quan to no dobr o da dose, não
provocou toxi cida de às plantas de sorgo,
quan do essas fora m seme adas a partir dos 90
dias após a apli cação (DAA ). Os sint omas de
fitotoxicidad e
obse rvados
n as
plantas
0 20 40 60 80 100
30 60 90 120
Dias Após a aplicação (DAA)
T
o
x
ic
id
a
d
e
v
is
u
a
l
(%
)
IMZ50 IMZ100 IMT100 IMT200
FIGURA 1.
Toxicidade (%) média observada em plantas de sorgo aos 21 dias após a semeadura,
cultivadas em amostras de solo tratadas com os herbicidas imazamox (IMZ) e imazethapyr
(IMT), coletadas em diferentes períodos após aplicação. Viçosa, MG, 1994/95.
Esses resultados são semelhan tes aos
obtidos por Silva
et al
. (1995 e 1996), os quai s
cons tataram maio r efeito residua l no solo do
imazethapyr do que do imaza mox.
Quan to aos reflexos dessa toxicidade
sobre a porcent agem de acúmulo de biomassa
seca da parte aérea e do sistema radicular de
plantas de sorgo, em relação ao tratame nto
testemu nha,
foram
obse rvad as
diferenças
sign ificativas entre tratame ntos, époc as de
seme adur a após a aplicação dos herbici das e,
tamb ém, para a interaç ão tratame ntos x
époc as.
Na
Figura
2,
cons iderando
a
porcent agem de prod ução de biomass a seca em
relação à testemu nha, veri fica-se efeito linear
crescente, indi cando qued a do efeito residua l
do imazamox aplicado a 50 g/ha e quadrát ico
para a dose de 100 g/ha . Em ambas as dose s,
aos 90 DAA, não se observo u efeito do
imazamox sobr e a prod ução de biomassa seca
da parte aérea, conc orda ndo com as aval iações
visu ais
de fitotoxici dade. Todavia , estes
resultados foram diferen tes daqu eles obtidos
para biom assa seca da rai z (Figura 2), em que
se observo u, para a dose de 100 g/ha,
inibição de aproximadament e 20% quan do o
sorgo foi seme ado aos 90 DAA. Esse resu ltado
suge re ser o sistema radicul ar do sorgo mais
sens ível a dose s subl etai s dess e herbicida.
Silva
et al.
(1998) tamb ém observa ram que
resíduo s de imazaqui n no solo prejudicavam
mais o desenvo lvimento do sistema radicular
do que da part e aére a de plantas de milho
cultiva das após a soja.
Quan to ao imazethapyr , conf irma ndo
as avaliações de fitotoxicidad e (Figura 1),
veri fica-se na Figura 3 que esse herbicida,
mesmo na dose reco mendada, ainda caus ou
forte inibiçã o na prod ução da biomass a seca
da parte aérea e da raiz quando o sorgo foi
semeado aos 60 DAA. Quan do usado no dobr o
da
dose
recomendada
(200
g/ha),
o
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
0 30
30 60
60 90
90 120 Épocas
%
d
e
p
ro
du
çã
o
de
B
S
P
A
IMZ50 IMZ100
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
0 30
30 60
60 90
90 120 Épocas
(escala superior: dias após a retirada da primeira amostra; escala inferior: dias após a aplicação, DAA)
%
de
pr
od
uç
ão
d
e
B
S
R
IMZ50 IMZ100
FIGURA 2.
Acúmulo de biomassa seca (percentagem em relação à testemunha) da parte aérea (BSPA)
e da raiz (BSR) de plantas de sorgo, aos 21 dias após a semeadura, cultivadas em amostras
de solo coletadas aos 30, 60, 90 e 120 dias após a aplicação do herbicida imazamox (IMZ)
na cultura da soja. Viçosa, MG, 1994/95.
Y
IMZ50= 49,8208 + 0,5958X r2=0,96
Y
IMZ100= 24,9234 + 1,2586X - 0,0048X2r2=0,96
Y
IMZ50= 49,8208 + 0,5958X r2=0,96
Y
IMZ100= 24,9234 + 1,2586X - 0,0048X2r2=0,96
Y
IMZ50= 52,9107 + 0,5556X r2=0,94
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
0 30
30 60
60 90
90 120
Épocas
%
d
e
pr
od
uç
ão
de
B
S
P
A
IMT100 IMT200
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
0 30
30 60
60 90
90 120
Épocas
(escala superior: dias após a retirada da primeira amostra; escala inferior: dias após a aplicação, DAA)
%
de
pr
od
uç
ã
o
d
e
B
S
R
IMT100 IMT200
FIGURA 3.
Acúmulo de biomassa seca (percentagem em relação à testemunha) da parte aérea (BSPA)
e da raiz (BSR) de plantas de sorgo, aos 21 dias após a semeadura, cultivadas em amostras
de solo coletadas aos 30, 60, 90 e 120 dias após a aplicação do herbicida imazethapyr
(IMT) na cultura da soja. Viçosa, MG, 1994/95.
Y
IMT200= 12,3090 + 0,7985X r2=0,95
Y
IMT100= 21,0005 + 1,4616X - 0,0071X2 r2=0,99
Y
IMT100= 38,3624 + 0,6897X r2=0,93
Cons iderand o o nível alto de resíduo
no solo, ou seja, imazamox e imazethapyr
aplicados no dobr o da dose recomendada, e o
sorgo semeado aos 30 DAA, houv e efeito mais
drástico sobr e o dese nvolvimento da part e
aérea da plan ta-teste. Segu ndo Brow n
et al
.
(1987), a menor atividade das imid azolinonas
observada no sistema radi cula r das cult uras
sensíveis, em comparação com o crescimento
da part e aére a, pode ser explicada pela menor
atividade da enzima acetolactato sintase (ALS)
no sistema radicul ar, além da poss ibilidade de
detoxificação das moléculas dess es herbicidas .
Bioensaios de campo:
Quan do o milho e o sorgo fora m
seme ados no campo aos 150 dias após a
seme adur a da soja, obse rvou-se, aos 15 dias
após a emer gênc ia, de acordo com Frans
(1972), toxicidade leve (<10 %) sobre as
plantas de milho e médi a (12 a 20%) sobre o
sorgo, nas parc elas tratadas com imazethapyr a
200 g/ha (dados não apresen tados). Gazzi ero
et al.
(199 7) aval iando a persistência desse
herbicida
aplicado
em
dose
e
época
seme lhante às utili zada s ness e expe rime nto,
conc luíram que a fitotoxici dade caus ada ao
milho seme ado após a soja não foi considerad a
prej udic ial à cultura quan do a seme adur a
ocor reu a partir de 90 dias após a aplicação de
imazetha pyr. A anál ise do conj unto dess es
dado s indica que, se o milho “safrinha” for
semeado na época gera lmen te adot ada pelos
agri cult ores (em torno de 120 dias após a
utiliza ção de imazethapyr na soja) no sistema
de
plantio
convenc iona l,
existe
pouc a
poss ibilidade de apareci mento de sint omas de
fitotoxicidade em intensi dade tal que poss a
caus ar redu ções subs tanciais no cres cime nto
ou na produti vidade do milho.
Pela
anál ise
de
vari ância
com
desd obra ment o dos efeitos dos herbicidas,
obse rvou-se que os herbici das imazamox e
imazetha pyr, nas duas dose s avaliadas, não
influencia ram o estande final, a altura da
primeir a espiga e o rendime nto de grão s de
milho
seme ados
aos
150
dias
após
a
semeadura da soja. Todavia, para ambo s os
herb icidas,
obse rvou -se
efeito
linear
decr escente para altura de plan tas de milho
(Figura 4), indican do meno r dese nvolvimento
dest a cult ura quando se utilizam maiores dose s
dess es herbicidas .
1,85 1,9 1,95 2 2,05 2,1 2,15
0 50 100
Doses de imazamox (g/ha)
A
lt
u
ra
d
e
p
la
n
ta
s
(m
)
1,85 1,9 1,95 2 2,05 2,1 2,15
0 100 200
Doses de imazethapyr (g/ha)
A
lt
u
ra
d
e
p
la
n
ta
s
(m
)
FIGURA 4.
Altura de plantas de milho semeado 150 dias após a semeadura da soja, em área tratada
com os herbicidas imazamox e imazethapyr. Capinópolis, MG, 1994/95.
Y
= 2,0889 - 0,0013X r2=0,81
Quanto aos efeitos desses herbicidas sobre
a cultura do sorgo, verifica-se, que apenas o
imazethapyr apresentou efeito residual no solo,
aos 150 dias após a aplicação, sobre o
desenvolvimento desta cultura. Foram verificados
efeitos significativos sobre a altura de plantas e
sobre o comprimento de panícula (Figura 5) e
efeitos não-significativos sobre o estande final e
o rendimento de grãos. A redução na altura
de plantas e também os sintomas de toxicidade
estão em concordância com os resultados
observados em casa de vegetação, e com os
trabalhos de Barnes
et al
. (1989), os quais
afirmam que a altura de plantas é uma das
características mais sensíveis à presença de
resíduos de imazethapyr.
1,25 1,3 1,35 1,4 1,45 1,5
0 100 200
Doses de imazethapyr (g/ha)
A
lt
u
ra
d
e
P
la
n
ta
s
(m
)
20 20,5 21 21,5 22 22,5 23 23,5 24
0 100 200
Doses de imazethapyr (g/ha)
C
o
m
p
ri
m
en
to
d
e
p
a
n
íc
u
la
(c
m
)