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Revista
Brasileira
de
CIÊNCIAS
DO
ESPORTE
ARTIGO
ORIGINAL
Bailarinas
x
voleibolistas:
efeito
de
diferentes
treinamentos
motores
sobre
o
sinal
eletroencefalográfico
Cláudia
Daronch
a,∗,
Ricardo
Demétrio
de
Souza
Petersen
a,
Marilda
Machado
Spindola
b,
Marco
Aurélio
Vaz
a,
Lucas
Fürstenau
de
Oliveira
ce
Jeam
Marcel
Geremia
daUniversidadeFederaldoRioGrandedoSul(UFRGS),EscoladeEducac¸ãoFísica,FisioterapiaeDanc¸a,DepartamentodeEducac¸ão
Física,PortoAlegre,RS,Brasil
bUniversidadedeCaxiasdoSul(UCS),CentrodeCiênciasExatas,daNaturezaedeTecnologia,BentoGonc¸alves,RS,Brasil cUniversidadedeCaxiasdoSul(UCS),CentrodeCiênciasHumanas,CaxiasdoSul,RS,Brasil
dUniversidadedeSantaCruzdoSul(Unisc),DepartamentodeEducac¸ãoFísicaeSaúde,SantaCruzdoSul,RS,Brasil
Recebidoem9dejulhode2013;aceitoem13dejunhode2014
DisponívelnaInternetem2demarçode2016
PALAVRAS-CHAVE
HabilidadeMotora; Eletroencefalografia; Danc¸a;
Voleibol
Resumo Comoobjetivodecompararprocessamentoscorticais deindivíduostreinados em habilidades motoras distintas, 14 mulheres treinadas em balé (22,9±1,8 anos) e voleibol (20,1±1,6anos)participaramdoestudo.AamplitudedosinalEEGnoritmogamafoiobtida apartirdaobservac¸ãoeimaginac¸ãodegestosdosdoistreinamentos,pormeiodeoito ele-trodos(F3,F7,C3,C4,Cz,P3,P4,Pz)conectadosaoescalpo.Asdiferenc¸assignificativas(␣ ≤0,05)encontradas entreosgrupos noseletrodosC3 eC4,relacionadoscomapreparac¸ão einicializac¸ãodomovimentovoluntárionavariávelreferenteaonúmerodeelementos neu-ronaisevocados,permite-nosafirmarqueexistemdiferenc¸asdeprocessamentocorticalentre indivíduoscomhabilidadesmotorasdistintas.
©2016Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´e umartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/ by-nc-nd/4.0/).
KEYWORDS
Motorskill;
Electroencephalography; Dancing;
Volleyball
DancersXvolleyballplayers:Effectsofdifferentmotorstraining
oneletroencephalographicsignal
Abstract In ordertocompare cortical processing ofindividuals trainedindifferent motor skills, fourteen women trainedin ballet (22,9±1,8 years)and volleyball(20,1±1,6years) participatedinthestudy.TheamplitudeoftheEEGsignalinrhythmgammawasobtainedby 08electrodes(F3,F7,C3,C4,Cz,P3,P4,Pz)onthescalpfromobservationandimagination
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:clodaronch@hotmail.com(C.Daronch). http://dx.doi.org/10.1016/j.rbce.2016.02.007
of gestures ofthetwo trainings. The differences (␣ ≤0.05) found between the groups on electrodes C3 andC4, related tothe preparationandinitialization ofvoluntarymovement andfor thevariablenumberofevoked neuronalelementsallowsustostatethatthereare differencesincorticalprocessingbetweenindividualswithdifferentmotorskills.
©2016Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisan openaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
PALABRASCLAVE
Destrezamotora; Electroencefalografía; Baile;
Vóleibol
Bailarinasfrenteajugadorasdevóleibol:efectodediferentesentrenamientosmotores
enlase˜naleletroencefalográfica
Resumen Con el objetivo de comparar elprocesamiento cortical de individuos con dife-rentesdestrezasmotoras,catorcemujeresentrenadasenballet(22,9±1,8a˜nos)yvóleibol (20,1±1,6a˜nos)participaronenelestudio.Laamplituddelase˜naldelEEG(ritmogamma) seobtuvopormediode8electrodos(F3,F7,C3,C4,Cz,P3,P4yPz)enelcuerocabelludo apartirdelaobservacióneimaginacióndelosgestosdelosentrenamientos.Lasdiferencias (␣≤0,05) queseencuentranentrelosgrupos enloselectrodosC3 yC4,relacionadascon lapreparacióneiniciacióndelmovimientovoluntarioenlavariablequereflejaelnúmerode elementosneuronalesevocados,nospermiteafirmarquehaydiferenciasenelprocesamiento corticalentrepersonascondiferenteshabilidadesmotoras.
©2016Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Estees unart´ıculoOpenAccessbajolalicenciaCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/ by-nc-nd/4.0/).
Introduc
¸ão
Todahabilidademotoraécompostaporcontribuic¸õestanto de elementos motores quanto de elementos cognitivos, porissotambéméchamadadehabilidadeperceptomotora (SchmidteWrisberg,2001).Odesempenhodealtonívelestá associadoà capacidadedoindivíduodeusardeforma efi-ciente o processamento cortical para determinada tarefa motora (Hatfielde Hillman,2001).A integrac¸ão sensorio-motoraéfundamentalparaobtenc¸ãodetaleficiência,uma vezqueasaferênciassensoriaisauxiliamnapreparac¸ãodo atomotorenamelhoriadaexecuc¸ãodeatividadesde con-trole motor fino (Minc et al.,2010). Diferentes fontes de informac¸ãosensorialestãodisponíveisparaosistemamotor eexistemdiferentesformasdecomoosistemanervoso cen-tral(SNC)iráprocessaressasinformac¸õesparaaproduc¸ão domovimentohabilidoso(SchmidteWrisberg,2001).Uma dessasformasdeprocessamentocorticaléchamadade sis-temadecontroledecircuitofechado,queenvolveousode
feedback sensorial e a detecc¸ão e correc¸ão de erro para a execuc¸ão precisa do movimento. Já o sistema de con-troleabertoéusadoquandoumaatividadeépraticadaem ambientealtamenteimprevisível,ondenãohátempopara detecc¸ãoecorrec¸ãodeerros.
O balé clássico é executado em ambiente altamente previsível,onde osbailarinos monitoramcontinuamentea posic¸ão do tronco e dos membros (Hänggi et al., 2010), indicaumgrauelevadodeimportânciadoselementos moto-resnaexecuc¸ãodashabilidadesmotorasdessamodalidade de treinamento. Pode-se supor que devido ao fato de o baléclássicoserpraticadoemambienteprevisível,os bai-larinosdesenvolvamumfocointernocomoreferênciapara agerac¸ãodomovimento. Em contrapartida, jogadoresde
voleibol executam seus movimentos num ambiente alta-mente imprevisível, desenvolvem como referência para a gerac¸ãodemovimentosumfocoexterno,quersejaabola ououtrajogadora(Moraes,2009).Oselementoscognitivos assumempapel fundamental, já que adecisão de ac¸ão é determinanteparaobtenc¸ãodeêxito.
controladoàinformac¸ãoarmazenadanumsistemade conhe-cimentocomplexo(Klimesch,2012);abandaBeta(14-40Hz) estárelacionada com vigília,com estadode atenc¸ão;e a banda Gama (40 -100Hz) está relacionada comfenômeno desincronizac¸ão (processo deaprendizagem) e estadode programac¸ãomotora(transmissãodeinformac¸õescorticais antesdoeventomotoracontecer).Foiescolhidaparaeste trabalho a análise do sinal EEG na faixa de frequência gama,devido asuarelac¸ãocom osprocessos sensoriais e cognitivosdocontrolemotor,sendoumadasmais importan-tesnaavaliac¸ãodashabilidadesperceptomotoras.Abanda de frequência gama tem sido explorada para compreen-derseupapel nadinâmicaoscilatóriacortical.Acredita-se queoscilac¸õesdabandagamaproporcionamummecanismo para ligac¸ão de elementos corticais funcionalmente rela-cionados, como atenc¸ão, memória, planejamento motor, integrac¸ão sensoriomotora e cognic¸ão (Minc etal.,2010). Dentre as func¸ões descritas para as atividades corticais dessabandadosinalEEGestáadeconstruirbloqueiospara evitaraperdadaatenc¸ãoseletivanecessáriaparao aprendi-zadodocontrolemotor(Mackay,1997).Aamplitudedosinal noritmo gama reflete o número de elementos neuronais evocadospeloestímulo(Lazarev,1998).Assumindo-seque diferentesmodalidadesesportivasgeramdiferentesníveis deativac¸ão docórtexcerebral paratarefas específicas,e que tarefas treinadas em cada modalidade evocariam um menornúmerode elementos neuronaisdevido aoelevado nível de repetic¸ão e familiarizac¸ão com gestos motores específicos, a análise da amplitude da banda do sinal EEG no ritmo gama possibilitaria uma comparac¸ão entre processamentos corticais supostamente distintos quando atletas de cada modalidade fazem gestos motores que são familiares a uma modalidade, mas estranhos a outra modalidade.
Nocampodacognic¸ãomotorahumana,percebeu-seque aac¸ãomotoraenvolveumaetapainterna/cognitivomental (Jeannerod, 2001). A ativac¸ão do sistema motor durante as etapas internas é um prerrequisito para a teoria da simulac¸ão:é oquedáaoestadocognitivomentalseu con-teúdomotor.Combasenateoriadasimulac¸ão,osinalEEG foievocadoapartir datarefadevisualizareimaginar um gestorelativoaobaléeoutrorelativoaovoleibol apresenta-dosàsparticipantesdoestudo,deambosostreinamentos, pormeiodevídeo.
A literatura apresenta estudos que demonstram que o sinal EEG pode ser uma ferramenta muito útil na comparac¸ão daeficiência neural entreindivíduos experts
e novatos com o mesmo treinamento (Haufler et al., 2000; Hatfield e Hillman, 2001; Deeny et al., 2003) e demonstrousercapaz deidentificardiferentesperfis cog-nitivos espaciais de estudantes de diferentes áreas de conhecimento(exatas x humanas) (Spindola, 2010). Além disso, essa técnica de avaliac¸ão da func¸ão cortical pode ser usada na comparac¸ão de indivíduos altamente habi-lidosos em treinamentos distintos. Assim, o objetivo do presente estudo foi comparar os processamentos corti-caisde bailarinase voleibolistas,altamente treinados em suas modalidades, nas regiões relacionadas ao planeja-mentoeaoscomandosmotores,àpercepc¸ãocinestésicae à posic¸ão espacialpor meio daanálise do sinal EEG evo-cadoduranteaexecuc¸ãodetarefasdentroe foradesuas modalidades.
Figura1 Equipamento deEEG desenvolvidonoLaboratório
deBiossinaisdaUCSeusadonacaptac¸ãodossinaisEEG.
Material
e
métodos
Amostraedesenhoexperimental
Participaramdoestudo14mulheresdestras,altamente trei-nadasembaléclássicoevoleibol.Ogrupocomtreinamento embaléclássico(TB)foicompostoporsetebailarinas profis-sionaisdaRegiãoMetropolitanadoRioGrandedoSul(média de22,9±1,8anos),enquantoqueogrupocomtreinamento emvoleibol(TV)foicompostoporsetevoleibolistas(média de20,1±1,6 anos)pertencentes aosdoisprincipais times participantesdocampeonatoregionaldoRioGrandedoSul. Asbailarinastinhampelomenosoitoanosdeformac¸ão(com ummínimodeduashorasdiáriasdeprática,cincovezespor semana)easvoleibolistastinhamumamédiadecincoanos deexperiência(comummínimodequatrohorasdiáriasde prática,trêsvezesporsemana)(Frassonetal.,2007).Foram excluídasbailarinasclássicasquejátivessemjogado volei-bol,assimcomovoleibolistasquejátivessempraticadobalé clássico.Tambémforamexcluídosindivíduoscompatologias em estado agudo. Todas asparticipantes foraminstruídas a não fumar, ingerirálcool, chá, refrigerante e usar dro-gasnas24horasanterioresàcoletadedados(Luck,2005). Todasasparticipantesnãoapresentaramhistóricode distúr-biosneurológico,psiquiátricoouosteomusculareassinaram otermodeconsentimentolivree esclarecido.Esteestudo foiaprovadopeloComitêdeÉticadaUniversidadedeCaxias doSul(UCS)deacordocomasdiretrizesestabelecidasna Resoluc¸ão196/96doConselhoNacionaldeSaúde.
Instrumentosdepesquisa
Paraaaquisic¸ãodedadosfoiusadooequipamentodeEEG desenvolvidonoLaboratóriodeBiossinais(UCS).Osmétodos de desenvolvimento, assim como a validac¸ão do equipa-mentodeEEG,encontram-seemCarraetal.(2007).
na aquisic¸ão dosinalneurofisiológico.Ataxa deaquisic¸ão dossinaisEEGfoide1.000Hzporcanal.
Aaquisic¸ãodosdadosocorreudentrodeumagaiolade Faraday(o ambiente internofoi isolado eletricamente do meioexterno)ecomtemperatura,luminosidadeeestímulos sonoros controlados com objetivo de minimizar possí-veisinterferências sensoriais duranteascoletasdos sinais EEG.
Procedimentos
Apósperíododefamiliarizac¸ão,asparticipantesforam con-vidadasapermanecersentadasconfortavelmenteem uma cadeiracomencostoparaascostaseacabec¸aposicionada a umadistância de 90cm em frentea um monitor de 15 polegadas e conectada ao sistema de EEG. Os eletrodos foram dispostos nos pontos F3 (área motora suplementar esquerda)e F7 (córtex pré-motor esquerdo), C3,C4 e Cz (córtexmotorprimárioesquerdo,direitoecentral),P3,P4 e Pz(córtex parietal esquerdo, direitoe central) (fig. 2), alémdedoiseletrodosauriculares,osquaisserviamcomo referência para os demais. Os pontos C3, C4 e Cz foram escolhidos por representar o córtex motor primário que estáfuncionalmenterelacionado àpreparac¸ãoeexecuc¸ão motora (Chouinard e Paus, 2006; Minc et al., 2010). OeletrodofixadonopontoF7foiescolhidoporcaptara ati-vidadedepartedapopulac¸ãoneuronallocalizadanocórtex pré-motoresquerdo,oqualestárelacionadocomo planeja-mentomotor(FreundeHummelsheim,1984).OspontosP3, P4ePzcaptamaatividadedepartedapopulac¸ãoneuronal docórtexparietalsuperior(VanEimerenetal.,2006).
Para evitar resultados decorrentesdo estadode ansie-dade das participantes, o sinal neurofisiológico foi obtido durante os primeiros cinco minutos do experimento, as participantes foramorientadas a permanecer sentadasde maneira o maisconfortável possível e de olhos fechados. Osinalneurofisiológicoobtidonessemomentofoi conside-radocomosinaldebase,oqualfoiusadonanormalizac¸ão dosdados.
Após,foramapresentadosàsparticipantesdosdois gru-posambososvídeoscomdurac¸ãode20segundoscada:um vídeo com umgesto específicodo baléclássico e o outro comumgestoespecíficodovoleibol.Ovídeodebalé clás-sico (VB) continha umabailarina que fazia um giro sobre umapernaeterminavasobreamesmaperna,enquantoque ovídeodevôlei(VV)continhaumajogadoraquefaziauma recepc¸ãocomrecurso,ouseja,comumrolamentolateral. O estímulo apresentado às participantes do experimento consistiu de dois momentos: o primeiro momento de observac¸ão dogesto(i.e.M1:o sujeitodeveriaassistirao gesto); e o segundo de imaginac¸ão do gesto (i.e. M2: o sujeito deveria imaginar a si próprio realizandoo gesto). O inícioe otérmino desse períodode imaginac¸ãomotora foramdelimitadosporsinaissonoros.Asparticipantesforam orientadas aseimaginar executandoo gesto assistido,no qualháoenvolvimentodeexperiênciascinestésicasnosinal evocado(Neuperetal.,2005).Aordemdosgestos apresen-tadosàsparticipantesfoirandomizada.
A fim deaumentar a confiabilidadedos dados,os pro-cedimentosacimadescritosforamexecutadossemprepelo mesmooperadordoequipamentodeEEGefeitosnoperíodo
vespertino,paraevitarasalterac¸õesnosinalEEGem decor-rênciadoperíodododia(Luck,2005).
Selec¸ãodetrechosdeinteresse
Ostrechosdeinteresseparaanáliseeobtenc¸ãoda ampli-tude dosinalEEG noritmogama foramdefinidos como o tempodeexecuc¸ão dogesto motor durantea observac¸ão dovídeocom ogesto(M1), que foidetrês segundospara asduastarefas.Doissegundosapósosinalsonoropara iní-ciodaimaginac¸ãodogesto,foiselecionadoumtrechocom a mesma durac¸ão que o gesto motor como o período de imagemmotora(M2).Ficaramassimdefinidosostrechosde interesse:
• Vídeodebalé-do3◦ao6◦ segundo(M1)edo15◦ao18◦ segundo(M2);
• Vídeodevoleibol-do4◦ ao7◦
segundo(M1)edo15◦ ao 18◦segundo(M2).
Correc¸ãodosartefatos
Artefatossão definidos como todo potencial elétrico pro-veniente de outra fonte que não seja o córtex cerebral. Essesartefatosgeralmentesãoprovenientesde movimen-tosocularesecontrac¸õesmusculares.Umainspec¸ãovisual foifeitaparadetecc¸ãodeartefatos,aqualtemsido refe-ridana literatura(Anghinahetal., 2006)como superiorà análise quantitativapara o reconhecimento de artefatos, porque preserva a visualizac¸ão morfológica dos grafoele-mentos.Essainspec¸ãovisualdeveserfeitaobrigatoriamente nodomínio dotempo, poisa sua correta identificac¸ão se perdenodomíniodafrequência.Acorrec¸ãodostrechosde interessequeapresentavampequenosartefatosfoifeitapor meiodeumsoftwaredesenvolvidopeloLaboratóriode Bios-sinaisdaUCS.Osoftwareusavaumsegmentopertencente ao trecho deinteresse (o qual nãotinha artefatos) como referência de amplitudes máximas (positivas e negativas) quesubstituíamasamplitudesexcedentesnostrechoscom artefatoporessestrechosdereferência.Apartirdostrechos deinteresseselecionadosfoiobtidooparâmetrode ampli-tudedosinalnoritmogamapormeiodosoftwareMATLAB 5.3(Mathworks,Inc.).
Tratamentodosinal
Ossinaisneurofisiológicoscapturadosemcadapontoforam filtradosanalogicamentepormeiodeumfiltropassa-altade 0.01Hzecomamplificac¸ãode15.000vezes.Após,ossinais neurofisiológicosforamprocessadosdigitalmentepormeio dosoftwareLabVIEW.Ossinaisdigitalizadosforamfiltrados comumfiltropassa-baixade100Hz.
Variáveldeanálise
A
B
20%
10%
20%
20%
10%
20%
20%
20%
20%
20% 20%
10%
10% 10%
20%
Fp1
Pg1
Pg1 Pg2
Cz
Fz
Vertex
Nasion
Nasion
Preaurical
point Inion
Inion C3
P3
Fp1
F7
Fz F4 F 8
A2 A1 T
3 T4
T6
O1 O2
C3
T5 p3 P
z P4
Cz C4
F3
Fp2
T5
T3
A1
F3
F7
O1 Pz
Figura2 Sistema Internacional10-20 visão dolado esquerdo(A) edotopo (B)indicaos pontosondeforamposicionados os
eletrodosdeEEGnossujeitos.
F3,áreamotorasuplementaresquerda;F7,córtex pré-motoresquerdo; C3,córtexmotorprimário esquerdo;C4,córtex motor
primáriodireito;Cz,córtexmotorprimáriocentral;P3,córtexparietalesquerdo;P4,córtexparietaldireito;Pz,córtexparietal
central.
Eletrodosdereferência:A1,auricularesquerdo;A2,auriculardireito.
tarefas(Lazarev,1998),representandooesforc¸ocognitivo dosujeitoduranteastarefas(Spindola,2010).Abandagama foiescolhidaparaexplorarsuasassociac¸õescomoelemento deligac¸ãoparaaintegrac¸ãosensoriomotora,atenc¸ãoe pla-nejamentomotor (Basar etal., 2001;Omloret al.,2007; Mincetal.,2010).AamplitudedosinalEEGnoritmoGama foi obtida por meio do software Matlab 5.3 (Mathworks, Inc.).
Análiseestatística
UmaAnovadedoisfatoresparamedidasrepetidasfoiusada para a comparac¸ão entre grupos (TB x TV) e os momen-tos (M1 x M2) do parâmetro amplitude do sinal EEG no ritmo gama, nas duas tarefas relativas aos treinamentos debalé(VB) e vôlei (VV)em cada umdos oitopontos no escalpo(C3/Cz/C4/F3/F7/P3/Pz/P4).Paraalocalizac¸ãodas diferenc¸asfoiusadoumtesteposthocdeBonferroni.Onível designificânciaadotadoemtodosostestesfoide␣≤0,05.
Resultados
Nogestorelativoao baléclássico (VB) foramencontradas diferenc¸assignificativasentreosgruposnopontoC3[(F(1,6) =27,340;p=0,002; 2= 0,82;Po=0,99)].Nasanálises pos-teriores à interac¸ão de fatores encontrada no ponto C4 [F(1,6)=6,696;p=0,04;2=0,52;Po=0,58]foiencontrada diferenc¸a significativa entre os grupos (p=0,03) somente na observac¸ão dogesto (M1). Tambémforam encontradas diferenc¸as significativasentreosmomentosnos pontosF3 [F(1,6)=16,602; p =0, 007 2 =0,73; Po= 0,92]e Pz[F (1,6)=15,086;p=0,008;2 =0,71;Po=0,89].Atabela1 apresentadoosresultadosdatarefaVB.
No gesto relativo ao voleibol (VV) foram encontradas diferenc¸as significativas entre os grupos no ponto F7 [F
(1,6)=6,991; p = 0,03; 2 = 0,53; Po = 0,60]. A tabela 2 apresentaosresultadosdatarefaVV.
Discussão
O objetivo deste estudo foi investigar os processamentos corticais debailarinas e voleibolistas,nasregiões relacio-nadas ao planejamento e comandosmotores e percepc¸ão cinestésica e posic¸ão espacial, por meiodaamplitude do sinal EEG no ritmo gama, nas tarefas de observac¸ão e imaginac¸ão dos gestos referentes aos dois treinamentos. O grupo TB apresentou amplitudes de sinal superiores ao grupo TV, tanto na observac¸ão do gesto (M1) quanto na imaginac¸ãodomesmo(M2)emambasastarefas.
Tabela1 ValoresdemédiaedesviopadrãodaamplitudedosinalEEGnoritmogama(emv)dosgruposnosdoismomentos nosoitopontosnatarefavídeodebalé
Pontos Grupos M1 M2 P
C3a TB
TV
0,030±0,005
0,018±0,005
0,025±0,002
0,017±0,002
0,002(G);0,03(M);0,24(INT)
C4a TB
TV
0,036±0,01
0,020±0,004
0,021±0,002
0,021±0,005
0,06(G);0,06(M);0,04(INT)
Cz TB
TV
0,018±0,002
0,016±0,001
0,018±0,001
0,017±0,002
0,24(G);0,52(M);0,32(INT)
F3a TB
TV
0,028±0,01
0,020±0,007
0,020±0,002
0,015±0,002
0,11(G);0,007(M);0,58(INT)
F7 TB
TV
0,030±0,01
0,022±0,008
0,029±0,006
0,021±0,002
0,06(G);0,64(M);0,99(INT)
P3 TB
TV
0,019±0,003
0,018±0,005
0,020±0,0006
0,018±0,002
0,34(G);0,65(M);0,83(INT)
P4 TB
TV
0,019±0,003
0,020±0,009
0,018±0,002
0,020±0,003
0,45(G);0,61(M);0,74(INT)
Pza TB
TV
0,016±0,0008
0,015±0,002
0,017±0,002
0,018±0,002
0,82(G);0,008(M);0,19(INT)
TB,treinamentoembalé;TV,treinamentoemvôlei;M1,visualizac¸ão;M2,imaginac¸ão;P,Grupo(G),Momentos(M),Interac¸ão(INT). a Diferenc¸asignificativa.
Tabela2 ValoresdemédiaedesviopadrãodaamplitudedosinalEEGnoritmogama(emv)dosgruposnosdoismomentos nosoitopontosnatarefavídeodevoleibol
Pontos Grupos M1 M2 P
C3 TB
TV
0,026±0,016 0,019±0,005
0,021±0,002 0,018±0,006
0,24(G);0,42(M);0,54(INT)
C4 TB
TV
0,029±0,017 0,020±0,004
0,024±0,009 0,019±0,004
0,18(G);0,45(M);0,56(INT)
Cz TB
TV
0,016±0,004 0,018±0,003
0,019±0,002 0,016±0,003
0,60(G);0,60(M);0,19(INT)
F3 TB
TV
0,028±0,015 0,018±0,006
0,021±0,005 0,020±0,008
0,36(G);0,18(M);0,17(INT)
F7a TB
TV
0,024±0,010
0,016±0,004
0,030±0,010
0,023±0,005
0,03(G);0,06(M);0,70(INT)
P3 TB
TV
0,018±0,007
0,019±0,005
0,020±0,008
0,020±0,005
0,92(G);0,43(M);0,99(INT)
P4 TB
TV
0,019±0,007
0,022±0,007
0,019±0,006
0,020±0,005
0,62(G);0,78(M);0,64(INT)
Pz TB
TV
0,014±0,003
0,017±0,004
0,019±005
0,017±0,001
0,95(G);0,053(M);0,08(INT)
TB,treinamentoembalé;TV,treinamentoemvôlei;M1,visualizac¸ão;M2,imaginac¸ão;P,Grupo(G),Momentos(M),Interac¸ão(INT). a Diferenc¸asignificativa.
clássico,procuravamcorrigiracolocac¸ãodebrac¸ose pos-tura,porexemplo.
JáasparticipantesdogrupoTVrelataramqueassistiram e seimaginaramexecutandoogesto debaléclássico sem intenc¸ão corretiva, mesmo constatando o grau de dificul-dade. Ressalta-sea importância da cognic¸ão espacial em danc¸a: bailarinos necessitam monitorar continuamente a posic¸ãoespacialdotroncoe membrose fazê-lo principal-mente combase na informac¸ãoproprioceptiva dos órgãos
sensoriais dos músculos, tendões e articulac¸ões (Hänggi etal.,2010).Talachadoconfirmaousodesistemade con-troledecircuitofechadopelosbailarinosparaexecuc¸ãodos movimentos.
habilidosos,e nãoentrenovatos e experts, o queexplica ofatodeasbailarinasapresentarem umamaioratividade neuralnatarefarelativaaogestodoprópriotreinamento.
NatarefaVBtambémforamencontradasdiferenc¸as sig-nificativas entre os momentos nos pontos C3, F7 e Pz. Essesresultados refletem,principalmente, a diferenc¸ade demandacognitivaentreosdoismomentosdecadatarefa. Ademandacognitivaé umfatorquealteraoregistro EEG quandoumasituac¸ãoderepouso(M1)écomparadacomuma demaiordemanda(M2),observadaprincipalmentequando ossujeitosfechamosolhos(Klimesch,1999).Esses resulta-doscorroboramcomaliteraturaedemonstramquetarefas commaiordemandacognitivarefletemumaumentode ele-mentosneuronaisenvolvidos.
NatarefaVVfoiencontradadiferenc¸asignificativaentre osgruposemF7.Estudosrevelaramqueocórtexpré-motor, captadoporesseponto,enviaprojec¸õesparaotronco ence-fálicoeoriginaosistemadeprojec¸õesdescendentes(Purves etal.,2005).Evidênciasnaliteraturademonstramque paci-entescom lesões dessas vias apresentavam um déficit na manutenc¸ãodaposturaeretanecessáriaparaaintegrac¸ão docorpocommovimentodosmembrosenaindependência domovimento dasextremidades(FreundeHummelsheim, 1984;Tanji,1994).Osdoistreinamentosdiferenciam-sena maneiracomoseuspraticantesfazemusodessas muscula-turaseatarefadovôleirefletiuessasdiferenc¸as.Nadanc¸a osmovimentossãogeradoscomênfase namanutenc¸ãoda estabilizac¸ão do tronco para a execuc¸ão dos movimentos dasextremidades,ouseja,ocontrolepartedoaxialparaas extremidades.No voleibol,a questão espaciale a impre-visibilidade de ac¸ão assumem um carácter diferencial e determinanteparaagerac¸ãodosmovimentos.Essesfatores fazem com que a voleibolista esteja sempre em pronti-dãoparao rápido iníciodomovimento, o que resultaem ênfasedosmovimentosdosmembrossuperioresemembros inferioressobreamanutenc¸ãodaestabilizac¸ão dotronco. Portanto, é significativo que diferenc¸as entre os grupos tenhamaparecidonesseponto,porsetratardoponto rela-tivo ao controle da musculatura postural e dos membros proximais.
Obviamente a especificidade do treinamento leva a adaptac¸õesneuromusculares dopraticante(Frassonetal., 2007).Nesseestudoforamcomparadasasrelac¸ões torque--ângulo e torque-velocidade dos dorsiflexores e flexores plantares entre bailarinas e voleibolistas. As adaptac¸ões neuromusculares dos flexores plantares foram explica-das por alterac¸ões musculares intrínsecas e alterac¸ões na ativac¸ão voluntária máxima, enquanto as adaptac¸ões dos dorsiflexores somente puderam ser explicadas por mudanc¸asnaspropriedadesintrínsecas.Asalterac¸ões mus-culoesqueléticas representam as adaptac¸ões do sistema efetor que é modulado pelas referências dos neurô-niosmotores superiores que também sofreram alterac¸ões estruturaiscomo consequência daintegrac¸ão sensoriomo-tora (Hänggi et al., 2010). Essas alterac¸ões estruturais são decorrência do balanc¸o entre sinapses excitatórias e inibitórias, o que altera a organizac¸ão do córtex motor (Sanes e Donoghue, 2000). A diferenc¸a significa-tiva encontrada entre os grupos no ponto F7 pode ser tomada como evidência das modulac¸ões neurais resultan-tes do uso diferenciado dessas musculaturas pelos dois treinamentos.
Aprender sobreo processamento corticalmotor decor-rente de determinados treinamentos pode permitir uma melhorasignificativanainter-relac¸ãoentresujeitoeobjeto de aprendizagem (Spindola et al., 2010). Evidências na literatura sugerem que o córtex motor primário não é simplesmente uma estrutura estática de controle motor, mastambémcontém umsubstratodinâmicoqueparticipa tanto no aprendizado motor como em eventos cognitivos (Sanese Donoghue, 2000).Com a crescentecompreensão einteressenaplasticidadeneuronal,oretreinamento cog-nitivo tem sido reconhecido como um eficiente meio de neurorreabilitac¸ão de pacientes com traumatismo crânio encefálico(NangiaeKumar,2012).Dessaforma,osachados encontradosnopresenteestudocomplementamresultados encontradosnaliteratura(Caliletal.,2007;RibeiroeBraga, 2011) que indicam a danc¸a como maisum recurso eficaz deneurorreabilitac¸ãoque propiciamelhoriasem aspectos motores,psicológicose sociaisdepacientesportadoresde limitac¸ões.
Esteestudoapresentoucomolimitac¸ãoonúmero redu-zido decanais EEG disponívelparacaptac¸ão daatividade cortical. Como proposic¸ão futura, ampliar as regiões cerebraiscoletadase realizaraanálisedecoerência inte-reletrodo, uma análise maisrelevante na investigac¸ão da integrac¸ãosensoriomotora.
Conclusão
Osresultados encontradosnesteestudo indicam que indi-víduosaltamentetreinadosembaléevoleibolapresentam diferenc¸as deprocessamentocorticalnasregiõesrelativas aoplanejamentoecomandomotor.Avariávelconsiderada para essa comparac¸ão confirmou o uso de diferentes sis-temas de controle motor pelos grupos para a gerac¸ão do movimentohabilidoso.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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