RevBrasAnestesiol.2016;66(3):272---275
REVISTA
BRASILEIRA
DE
ANESTESIOLOGIA
PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologia www.sba.com.brARTIGO
CIENTÍFICO
Avaliac
¸ão
da
lesão
do
nervo
ciático
após
injec
¸ão
intraneural
de
bupivacaína,
levobupivacaína
e
lidocaína
em
ratos
Oznur
Sen
a,∗,
Nevzat
Cem
Sayilgan
b,
Ayse
Cigdem
Tutuncu
b,
Mefkur
Bakan
c,
Guniz
Meyanci
Koksal
be
Huseyin
Oz
daDepartamentodeAnestesiologiaeReanimac¸ão,MinistériodaSaúde,HospitaldePesquisaeEnsinoHaseki,Istambul,Turquia bDepartamentodeAnestesiologiaeReanimac¸ão,FaculdadedeMedicinaCerrahpasa,UniversidadedeIstambul,Istambul,Turquia cDepartamentodeAnestesiologiaeReanimac¸ão,FaculdadedeMedicina,UniversidadeBezmialemVakif,Istambul,Turquia dDepartamentodeAnestesiologiaeReanimac¸ão,FaculdadedeMedicina,UniversidadeMedipol,Istanbul,Turkey
Recebidoem11desetembrode2014;aceitoem29desetembrode2014 DisponívelnaInternetem15demarçode2016
PALAVRAS-CHAVE
Anestésicoslocais; Lidocaína; Bupivacaína; Levobupivacaína; Neurotoxicidade
Resumo
Objetivo:Osanestésicoslocais podem causarneurotoxicidade.Nossoobjetivo foicomparar opotencialneurotóxicodediferentesanestésicoslocais,osdanosinduzidosaosnervoseas alterac¸õespatológicasdeumnervoperiférico.
Métodos: Foramestudados60ratosWhistlercom200-350g.Osratosforamdivididosemtrês grupos,umaagulhadecalibre26foiinseridanonervociáticoesquerdo,comousodeampliac¸ão, e0,2mLdebupivacaínaa0,5%,levobupivacaínaa5%elidocaínaa2%foraminjetadosporvia intraneural.Umcolaborador,cegoparaosconteúdosdasinjec¸ões,monitorouafunc¸ão neuro-lógicanoprimeirodiadepós-operatórioedepoisdiariamente.Oexameneurológicoincluiua avaliac¸ãodapresenc¸aedagravidadedanocicepc¸ãoedosreflexosdeagarrar.Nosétimodia, umaamostradonervociáticofoicolhidaparaavaliarasalterac¸õeshistopatológicas.
Resultados: Nãohouvediferenc¸aestatísticaentreosgruposemrelac¸ãoaoreflexodeagarrareà avaliac¸ãohistopatológica.Doiscasosnogrupobupivacaína,umnogrupolevobupivacaínaedois nogrupolidocaínaapresentaramumlevereflexodeagarrar;tambémnogrupolidocaína,um casonãoapresentoureflexodeagarrarnosétimodia.Degenerac¸ãoaxonalgravefoiobservada emtodososgrupos:quatrocasosnogrupobupivacaína(20%),trêsnogrupolevobupivacaína3 (15%)eseisnogrupolidocaína(30%).
Conclusão:Emtodososgrupos,afrequênciadedanohistopatológicoedegravidadefoimaior doqueadeficiênciamotora.
©2015SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos direitosreservados.
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:senoznur@gmail.com(O.Sen). http://dx.doi.org/10.1016/j.bjan.2016.02.012
Injec¸ãointraneuraldebupivacaína,levobupivacaínaelidocaína 273
KEYWORDS
Localanesthetics; Lidocaine; Bupivacaine; Levobupivacaine; Neurotoxicity
Evaluationofsciaticnervedamagefollowingintraneuralinjectionofbupivacaine, levobupivacaineandlidocaineinrats
Abstract
Objective: Thelocalanestheticsmaycauseneurotoxicity.Weaimedtocomparetheneurotoxic potentialofdifferentlocalanesthetics,localanestheticinducednervedamageandpathological changesofaperipheralnerve.
Methods:SixtyWistarratsweighing200---350gwerestudied.Ratswereassignedinto3groups and26-gaugeneedlewasinsertedundermagnificationintotheleftsciaticnerveand0.2mL of 0.5%bupivacaine, 5% levobupivacaine, and 2% lidocainewere injected intraneurally. An individualwhowasblindtothespecificsoftheinjectionmonitoredtheneurologicfunctionon postoperative1stday,anddailythereafter.Neurologicexaminationincludedassessmentfor thepresenceandseverityofnociceptionandgraspingreflexes.Atthe7thdaysciaticnerve specimenwastakenforevaluationofhistopathologicchanges.
Results:Therewasnostatisticaldifferencedetectedamonggroupsregardinggraspingreflex andhistopathologicevaluation.Twocasesinbupivacainegroup,1caseinlevobupivacainegroup and2casesinlidocainegrouphadslightgrasping,while1caseinlidocainegrouphadnograsping reflexontheseventhday.Severeaxonaldegenerationwasobservedinallgroups,respectively inbupivacainegroup4(20%),levobupivacainegroup3(15%),andlidocainegroup6(30%).
Conclusion: Inallgroups,histopathologicaldamagefrequencyandseverityweremorethanthe motordeficiency.
© 2015SociedadeBrasileirade Anestesiologia.Publishedby ElsevierEditoraLtda.Allrights reserved.
Introduc
¸ão
Os efeitos da injec¸ão de anestésicos locais por via intra-neural e aslesõesde nervosperiféricos sãocomplicac¸ões rarasdaanestesiaregional.Muitasdessascomplicac¸õessão mononeuropatiassubclínicas temporárias.1 Alesão axonal
reversível e a lesão que progrede para degenerac¸ão de mielinapodemserdeterminadashistopatologicamenteapós injec¸õesintraneurais.Emestudoscomanimais,observou-se queasfunc¸õesmotorasforammantidasapesardodano.2
Oobjetivodesteestudofoiinvestigaradisfunc¸ãomotora e as alterac¸ões histopatológicas em ratos após a injec¸ão intraneuraldeumaúnicadosedebupivacaína, levobupiva-caínaelidocaína.
Métodos
Obtivemosaaprovac¸ãodoComitêdeÉticaemPesquisacom Animaisdenossainstituic¸ãoparaesteestudo.Sessentaratos Wistar,entre200-350g,forammantidosemlaboratóriosob condic¸õesdetemperaturaentre20-24◦C,umidadeentre 65-70%eciclosdeluz/escuridão(12h/12h),semrestric¸ãode alimentose líquidos.Experimentalmente, após a retirada dealimentosporquatrohoras,osratosforamanestesiados cominjec¸ãointraperitonealde100mg.kg-1decloridratode cetamina(Ketalar®,EczacibasiWarnerLambert,Istambul, Turquia).Subsequentemente,assepsiadaáreadomúsculo glúteofoifeitacomsoluc¸ãoantissépticaiodopovidonaeo nervociáticofoiexpostoatravésdeumaincisãotransversal limitada.Injec¸ões intraneurais foramfeitas como uso de umabombadeinfusãoautomáticaatravésdecânulan◦ 26 inseridaemângulosde45-60◦.
Os ratos foram subdivididos em três grupos: Grupo B (Bupivacaína)recebeu0,2mLdebupivacaínaa0,5%;Grupo C(Chirocaína®,Levobupivacaína)recebeu0,2mLde levo-bupivacaínaa 0,5% e Grupo L(Lidocaína) recebeu 0,2mL delidocaínaa2%duranteinfusõesdeumminuto.Osratos foramacordadosdepoisdesefecharemasincisões.
As func¸ões neurológicas dos ratos foramavaliadas por trêsindivíduos,cegadosparaosanestésicoslocaisaplicados, todososdiasdurantesetediasapósasinjec¸õesintraneurais. Naavaliac¸ãoneurológica,anocicepc¸ãoeoreflexode pre-ensãoforamavaliados.Anocicepc¸ãofoidesencadeadapor dorna primeiraequinta falangeseclassificada com esco-res4:reflexoderetiradanormal;3:retiradaumpoucomais lenta;2:retiradalentaouausênciademovimento;1: reti-radamuitolenta;0:semretirada.Oreflexodepreensãofoi classificadocomo2:reflexodepreensãonormal;1:reflexo depreensãolento;0:semreflexodepreensão.
Osratosreceberamcloridratodecetamina,foram sacrifi-cadospordecapitac¸ãoeonervociáticofoiexcisado.Como procedimentoderotina, asamostras foramcolocadas em formoltamponadoa10%,embebidasemparafina,coradas comhematoxilina e eosina e examinadassob microscopia deluzparaa integridadedaestruturaneurológica, danos mecânicos,degenerac¸ãodamielinaeinfiltrac¸ãocelular.
A degenerac¸ão da mielina foi estimada com o uso do Sistemade Classificac¸ão de Lesão doNervo (Nerve Injury ScoringSystem---NISS),noqual1=normal/degenerac¸ãoou desmielinizac¸ão leve; 2=nível moderado de degenerac¸ão (lesão tecidual < 50%) e 3=degenerac¸ão difusa e desmielinizac¸ão(lesãotecidual>50%).
274 O.Senetal. 20 19 18 17 16 15 14 13 12 11 10 Rato 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 1
Bupivacaína Chirocaína®,
Levobupivacaína
Lidocaína
2 3
Preensão 2 Preensão 1 Preensão 0
4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7
4 2
1 1 1 1 1 1 1 1
5 3 3 8 8 10 10
15 15 15 17 7 7 2 2 2 4 4 8 7 7 4 2 9
19 19 19
5 4 2 2 10 6 10 12 13 16 18 18 10 15 16 18
Figura1 Reflexosdeagarrar.
anestésicosusadoscomotesteAnovadevariânciasimples eovalor-p<0,05foiaceitocomoestatisticamente significa-tivo.
Resultados
Não houve diferenc¸a estatisticamente significativa em relac¸ão aos pesos dos três grupos de ratos. Também não houvediferenc¸aestatisticamentesignificativaentreos gru-posemrelac¸ãoaosescoresdoreflexodeagarrar.
Nas comparac¸ões intragrupos, no entanto, houve um aumentoestatisticamente significativo doreflexo de pre-ensãonos gruposB(p=0,003) eC (p=0,0081)noterceiro diaenoGrupoL(p=0,004)noquartodiaapósasinjec¸ões, emcomparac¸ãocom oprimeiro dia (fig.1). Osresultados daavaliac¸ãodanocicepc¸ãoemrespostaàdornaprimeirae quintafalangesestavamintactosemtodososgruposapartir doprimeirodiaemdiante.
Aclassificac¸ãohistopatológicadoNISScomolesãoleve, moderadaegravenoGrupoB(35%,45%e20%, respectiva-mente),GrupoC(45%,40%e15%,respectivamente)eGrupo L(20%,50% e 30%) nãoapresentoudiferenc¸as estatistica-mentesignificativasentreosgrupos(fig.2).
Discussão
Duranteaanestesiaregional,alesãodenervoperiféricoé umacomplicac¸ãoraramenteobservadacujaincidênciavaria entre0,5%e1%emestudosretrospectivamenterevisados. Emsuamaioria,aslesõessãoreversíveisesedesenvolvem comomononeuropatiaslevesousubclínicas.Omecanismo dodesenvolvimentodelesõesapósinjec¸õesintraneuraisnão estátotalmenteesclarecido.3Osanestésicoslocais
conven-cionaistambémsãoneurotóxicos.4---6Odanoprovavelmente
resultadetraumamecânico,deefeitosquímicosetóxicos do anestésico local, de isquemia ou de uma combinac¸ão dessesfatores. 20 19 18 17 16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0
Bupivacaína Chirocaína®, Levobupivacaína Lidocaína 7 9 4 3 8 9 4 10
Degeneração axonal e edema > 50%
Edema e degeneração < 50%
Edema mínimo e tecido nervoso normal 6
Figura2 Classificac¸ãohistopatológicadoNISS.
Emnossoestudo,a respostaà percepc¸ãode dordesde o primeiro até o sétimo dia após as injec¸ões foi com-pletae igualemtodososgruposexperimentais; portanto, diferenc¸asnãoforamobservadas.
Quanto ao reflexo de preensão, apesar da falta de diferenc¸as estatisticamente significativas intergrupos, os resultadosdosétimodiaapósainjec¸ãomostrarama perma-nênciadoreflexolentodeagarrarem doisratosdoGrupo BeemumratodoGrupoC,enquantonoGrupoLoreflexo estavaausenteemumratoelentoemdois.As avaliac¸ões histopatológicasrevelaramquequatroratosdoGrupoB,três doGrupoCe seisdoGrupoLdesenvolveramdegenerac¸ão axonalgrave.
Yamashitaetal.4investigaramosefeitosneurológicose
histopatológicose aconcentrac¸ãodeglutamatonolíquido cefalorraquidiano (LCR) de cinco grupos de ratos, uma semana após a injec¸ão de 0,3mL de NaCl, tetracaína a 2%,lidocaína a10%, bupivacaínaa2%e ropivacaínaa 2%. Enquanto a concentrac¸ão de glutamato no LCR aumen-tou significativamente em todos os grupos, não houve diferenc¸a significativaem relac¸ão àsfunc¸õesneurológicas emotorasentreosgrupos,excetonogrupolidocaína,que apresentoudisfunc¸ãosignificativa.Asalterac¸ões histopato-lógicas foramcaracterizadas pelalargura davacuolizac¸ão no funículo dorsal e, em ordem respectiva, nos grupos lidocaína=tetracaína>bupivacaína>ropivacaína. Deforma semelhante, em nosso estudo, embora diferenc¸as esta-tisticamente significativas não tenhamsido observadas, a toxicidadeacentuadadelidocaínafoievidenteemumrato comperdatotaldafunc¸ãomotoraeemdoiscomperdaleve. Ainvestigac¸ãohistopatológicaconduzidaporYamashita etal.4tambémrevelouque,emboraodanoneuronaltenha
sidoigualmenteavanc¸adoemratosquereceberamlidocaína etetracaína,odéficitdasfunc¸õesneurológicaemotorafoi maisgravenogrupolidocaína.Issosugerequeamargemde seguranc¸acomlidocaínaémuitoestreita.
Outraobservac¸ão conflitanteem nossoestudo é que a gravidade da lesão histopatológica e a perda da func¸ão motora não progrediram em paralelo. Iohom et al.,7 em
Injec¸ãointraneuraldebupivacaína,levobupivacaínaelidocaína 275
Enquantoaperdadafunc¸ãomotoranãofoiobservadanos grupossalinaeropivacaína,observou-seodesenvolvimento deumaperdatotalatéodia21nosratosdogrupoformalina, masquevoltouàcompletanormalidadenodia67,adespeito dapresenc¸adedegenerac¸ãoaxonaldifusa,comorevelado porestudoshistológicos.Deformasemelhante,Lupuetal.8
não observaram perda da func¸ão motora, a despeito da observac¸ão histológicadelesãoneuronalem 60%dos por-cos submetidosa injec¸ões intraneurais.Da mesma forma, emnossoestudo,emboratenhamosobservadodegenerac¸ão axonal macic¸aem quatro,três e seis ratos dos grupos B, CeL,respectivamente,apenasumaleveperdadafunc¸ão motorafoiobservadaemdois,umedoisratosdosgruposB, CeL,respectivamente,comperdatotaldafunc¸ãoemum ratodoGrupoL.
Raducan et al.9 objetivaram caracterizar os aspectos
morfológicos e funcionais da regenerac¸ão do nervo ciá-tico após lesão por esmagamento mecânico em roedores. As amostras dos nervos foram coletadas dos ratos antes da lesão e 24horas, quatro dias, duas semanas e qua-trosemanas apósa lesão. Oaautores descobriramque as alterac¸õesmorfológicasmaisevidentesforamcausadaspela degenerac¸ãoaxonalquatrodiasapósa lesão.Apósquatro semanas,onúmeroeadensidadedosaxôniosmielinizados regenerados foram maiores em comparac¸ão com o grupo controle.Quantoàfunc¸ãomotora,osautoresdescobriram uma reduc¸ão acentuada da func¸ão na primeira semana, seguida por uma recuperac¸ão gradual da marcha normal durante assemanasseguintes, de modoque até ofim da quarta semana o animal recuperou a marcha normal. O estudo deRaducan etal. difere do nossonoque diz res-peito à gerac¸ão de uma lesão por esmagamento. Em seu estudo,adegenerac¸ãoaxonalmacic¸acomdisfunc¸ãomotora esuasnormalizac¸õescoincide.Porém,emnossoestudoeem outros,oefeitoneurotóxicodosagentesanestésicoslocais tambémestápresente.Poroutrolado,avaliamosotestede func¸ão motora durantesete diase coletamos asamostras histopatológicasnosétimo dia.Noestudo feitoporIohom etal.,entretanto,aavaliac¸ãofoifeitanodia67,emquea disfunc¸ãomotorahaviamelhoradototalmente,enquantoa lesãohistopatológicamacic¸apermanecia.
De acordo com o nosso estudo, a injec¸ão intraneural de anestésicos locais pode causar tanto alterac¸ões histo-patológicas quanto deficiência motora, com frequência e gravidadevariadas em ratos. Uma frequênciae uma gra-vidadedodanohistopatológicomaioresdoqueafrequência ea gravidade dadeficiência motora sãorazoáveis, maso danohistopatológicoeaperdadafunc¸ãomotoranãopodem progrediremparalelo.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
Referências
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