4 2 2
Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 3 7 ( 5 ) :4 2 2 -4 2 3 , set-out, 2 0 0 4
Parasitas intestinais em centros de educação infantil
municipal de Lages, SC, Brasil
Intestinal parasites in nursey schools of Lages, southern Brazil
Rosiléia Marinho de Quadros
1, Sandra Marques
2, Andréia Aparecida Ribeiro Arruda
1,
Patrícia Simone Wolff Rosa Delfes
1e Íris Aparecida Azevedo Medeiros
1RESUMO
In f e c ç ã o p o r e n te ro p a ra si ta s f o i a va li a d a e m 2 0 0 c ri a n ç a s e m i d a d e e sc o la r, re si d e n te s e m La ge s. A p re va lê n c i a ge ra l e n tre h e lm i n to s e p ro to zo á ri o s f o i d e 7 0 ,5 % c o m 6 1 ,4 % n o se x o m a sc u li n o e 7 4 ,5 % n o f e m i n i n o . Os p a ra si to s m a i s p re va le n te s f o ra m Asc aris lumbric oides ( 3 5 %) , Giardia lamblia ( 1 4 %) e Tric huris tric hiura ( 1 3 %) .
Pal avr as-chave s: En te ro p a ra si ta s. Pre va lê n c i a . Esc o la re s. In q u é ri to c o p ro sc ó p i c o .
ABSTRACT
Two h u n d re d c h i n ld re n f ro m n u rse ry sc h o o ls i n La ge s, so u th e rn Bra zi l, we re a sso c i a te d a s to p a ra si ti c i b f e c ti o n s. Th e o ve ra ll p re va le n c e o f h e lm i n th s a n d p ro to zo a wa s 7 0 .5 %, a f f e c ti n g 6 1 .4 % o f m a le a n d 7 4 .5 % o f f e m a le c h i ld re n . Th e m o st p re va le n t p a ra si te s we re Asc aris lumbric oides ( 3 5 %) , Giardia lambia ( 1 4 %) e Tric huris tric hiura ( 1 3 %) .
Ke y-words: In te sti n a l p a ra si te s. Pre va le n c e . Nu rse ry sc h o o l. Sto o l te st.
1 . Departamento de Ciênc ias B io ló gic as e da Saúde da Universidade do Planalto Catarinense. 2 . Departamento de Veterinária da Esc o la Agro téc nic a Federal de Co nc ó rdia, Co nc ó rdia, SC.
Ender eço par a co r r espo ndência: Pro fa. Ro siléia Marinho de Quadro s. Rua Castelo B ranc o 1 9 0 , 8 8 5 0 9 -9 0 0 Lages, SC. e-mail: ro sileia@ uniplac .net
Rec ebido para public aç ão em 2 7 /5 /2 0 0 4 Ac eito em 9 /7 /2 0 0 4
As e n fe r m ida de s pa r a s itá r ia s s ã o a po n ta da s c o m o indic ado r e s de de se nvo lvime nto soc io e c o nô mic o de um país, e um freqüente problema de saúde públic a, afetando princ ipalmente indivíduos jovens, desenc adeando além de pr o b le mas gastr inte stinais, b aixo r e ndime nto c o r po r al e c onseqüente atraso no desenvolvimento esc olar5. Embora não
se j am me dido s e sfo r ç o s po r par te do s ó r gão s de saúde mundial para c ontrolar estas enfermidades, não tem oc orrido uma reduç ão nestes índic es, c onsiderando princ ipalmente as famílias de baixa renda, c uja c ondiç ão de vida prec ária, má higiene e nutriç ão, c ontribuem ainda para a propagaç ão das enfermidades parasitárias1.
O p r e s e n te e s tu d o te ve p o r o b j e ti vo c o n h e c e r a pr e va lê n c ia e a in te n s ida de de in fe c ç ã o po r pa r a s ito s intestinais de 2 0 0 c rianç as c om idade entre 2 e 6 anos de ida de , q ue fr e q üe n ta m 6 c e n tr o s de e duc a ç ã o in fa n til
munic ipal situados na periferia de Lages, Santa Catarina. As amostras fec ais foram c oletadas entre agosto e outubro de 2 0 0 2 , o s e xa m e s fo r a m r e a liza do s n o La b o r a tó r io de Par asito lo gia da Unive r sidade do Planalto Catar ine nse e examinadas pelas téc nic as de Faust e c ol e de sedimentaç ão espontânea4. A signific ânc ia estatístic a foi determinada pelo
Teste Exato de Fisher para um nível de 0 ,0 5 .
4 2 3
Quadr o s RM e t al
OD= 0 ,3 4 4 7 ) . A prevalênc ia de pelo menos um protozoário por amostra foi de 4 3 ,5 % , c om 2 5 ,5 % no sexo masc ulino e 1 8 % no feminino, sem diferenç a signific ativa entre os sexos. Os pr o to zo á r io s ide n tific a do s fo r a m Gi a rd i a la m b li a , En ta m o e b a c o li , En ta m o e b a h ys to li ti c a , B la s to c ys ti s ho m in is e En do lim a x n a n a , c om prevalênc ias de 1 4 % , 4 ,5 % , 2 ,5 % , 0 ,5 % e 0 ,5 % , respec tivamente ( Tabela 1 ) . No geral, os meninos apresentaram prevalência de 6 1 ,4 % ( 7 1 ) e as meninas de 7 4 ,5 % ( 7 0 ) de parasitas gastrintestinais. As taxas de infecção po r Asc a ri s lu m b ri c o i d e s, Gi a rd i a la m b li a e Tri c h u ri s tri c hi u ra são relatados por diversos autores em diversas regiões do Brasil, princ ipalmente entre indivíduos jovens 2 3 6.
Tabela 1 - Prevalência de parasitos gastrintestinais em 6 centros de educação infa ntil em La ges, Sa nta Ca ta rina .
Parasita intestinal Casos positivos ( no) Prevalência ( %)
Asca ris lum brico ides 70 35
Gia rdia la m blia 28 14
Trichuris trichiura 26 13
Enta m o eba co li 9 4,5
Enta m o eba hysto litica 5 2,5
Hym eno lepis na na 1 0,5
Bla sto cystis ho m inis 1 0,5
Endo lim a x na na 1 0,5
AGRADECIMENTO
À ac adêmic a Eliana Fátima Varela de Liz. .
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 . Colley DG. Parasitic diseases: opportunities and c hallenges in the 2 1st c entury.
Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 9 5 ( supl 1 ) : 7 9 -8 7 , 2 0 0 0 .
2 . Giraldi N, Vidotto O, Navargo, Teodorico I, Garcia JL. Enteroparasites prevalence among day c are and elementaury sc hool c hildren of munic ipal sc hools,
Ro lândia, PR, Revista da So c iedade B rasileira de Medic ina Tro pic al 3 4 :
3 8 5 -3 8 7 , 2 0 0 1 .
3 . Guimarães S, Sagayar MI. Oc c urren o f Gi a rd i a la m b li a in c hildren o f
munic ipal day-c ar e c enter s fr o m B o tuc atu, SP. Revista do Instituto de
Medic ina Tro pic al de São Paulo 3 4 : 1 -6 , 2 0 0 1 .
4 . Henry JB . Diagnó stic o s c línic o s e tratamento s po r méto do s labo rato riais.
1 8th editio n. Mande, São Paulo , 1 9 9 5 .
5 . Mo raes RG, Go ulart EG, Leite IC. Parasito lo gia e mic o lo gia humana. 4th
editio n. Cultura Médic a, Rio de Janeiro , 2 0 0 0 .
6 . M u n i z- J u n q u e i r a M I , Q u e i r o z E F O . R e l a ç ã o e n tr e d e s n u tr i ç ã o
e ne r gé tic o – pr o té ic a, vitam ina A e par asito se s e m c r ianç as vive ndo
e m B r a s ília . Re vis ta da So c ie da de B r a s ile ir a de Me dic in a Tr o pic a l