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Prevalência de uso de métodos contraceptivos e adequação do uso de anticoncepcionais orais na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.

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Academic year: 2017

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Prevalência de uso de mét odos cont racept ivos

e adequação do uso de ant iconcepcionais orais

na cidade de Pelot as, Rio Grande do Sul, Brasil

Pre vale nce o f co ntrace p tive me tho d s and

ad e q uacy o f o ral co ntrace p tive use in Pe lo tas,

Rio Grand e d o Sul, Brazil

1 Dep artam en to d e Med icin a Socia l, Fa cu ld a d e d e M ed icin a , Un iv ersid a d e Fed era l d e Pelot a s. Av. Du q u e d e Ca x ia s 250, Pelot a s, RS, 96030- 000, Bra sil. 2 Program a d e Gin ecologia e Ob st et rícia , Un iv ersid a d e Fed era l d e Pelot a s. Av. Du q u e d e Ca x ia s 250, Pelot a s, RS, 96030- 000, Bra sil.

Ju v en a l Soa res Dia s d a Cost a 1

Pa u la Beren h a u ser D’Elia 1

M ôn ica Regin a M oreira 2

Abst ract In o rd er t o st u d y t h e p rev a len ce o f v a ri o u s co n t ra cep t i v e m et h o d s i n t h e ci t y o f Pelot as, in sou t h ern Braz il, an ep id em iological su rvey w as carried ou t w it h w om en ran gin g from 20 t o 49 yea rs of a ge. Am on g t h e 677 w om en , 455 (65.7%) w ere cu rren t ly u sin g som e con t ra cep -t i v e m e-t h o d . M o s-t o f -t h ese w o m en (85%) u sed o n e o f -t w o su ch m e-t h o d s: o ra l co n -t ra cep -t i v es (66.7%) a n d su rgica l st eriliz a t ion (18.4%). Ora l con t ra cep t iv e u sa ge w a s con sid ered in a d eq u a t e for sm ok in g w om en ov er 35 yea rs of a ge a n d /or t h ose w it h syst em ic h yp ert en sion . N o d ifferen ces w ere fou n d b et w een t h e grou p s w it h rega rd t o socia l cla ss or w h o p rescrib ed t h e m et h od . Key words Con t ra cep t iv es M et h od s; Ora l Con t ra cep t iv es; Ep id em iology; Con t ra cep t ion

Resumo At ra v és d e u m in q u érit o d e p rev a lên cia d e b a se p op u la cion a l en t re m u lh eres d e 20 a 49 an os, resid en t es n a z on a u rban a d a cid ad e d e Pelot as, Rio Gran d e d o Su l, est u d ou se o con su -m o d e -m ét od os con t ra cep t iv os. En t re a s 677 -m u lh eres, v erificou - se q u e 455 (65,7%) u sa v a -m a l-gu m m ét od o con t ra cep t iv o. Con st a t ou - se q u e a p rox im a d a m en t e 85% d a s m u lh eres u t iliz a v a m a p en a s d ois m ét od os con t ra cep t iv os: a n t icon cep cion a l ora l (66,5%) e liga d u ra t u b á ria (18,4%). Con sid erou - se o con su m o d e a n t icon cep cion a is ora is in a d eq u a d o à s m u lh eres fu m a n t es com id a d e a cim a d e 35 a n os e/ou q u e a p resen t a v a m h ip ert en sã o a rt eria l sist êm ica . N ã o fora m en con t ra d a s d iferen ça s d e in a d eq u a çã o d e con su m o en t re a s v a riá v eis sócio econ ôm ica s ou rela -çã o a q u em t en h a in d ica d o o m ét od o.

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Introdução

A filosofia básica do p rogram a de p lan ejam en to fam iliar n o Brasil, através do Program a de Aten -ção In tegral à Saú d e d a Mu lh er (PAISM), é a d e oferecer, ao m aior n ú m ero d e p essoas p ossível, in form ações e orien tações qu an to aos m étodos d e p lan ejam en to fam iliar legalm en te recon h e-cidos em n osso m eio, de m odo que a m ulh er ou o casal p ossam escolh er con scien tem en te u m d eles. Além d isto, o p rogram a p rop õe-se a p ro-m over o acesso a estes ro-m étod os (MS, 1987).

Pelota s, é u m a cid a d e loca liza d a n o su l d o Estad o d o Rio Gran d e d o Su l, com u m a p op u lação d e 289500 h ab itan tes (d ad os p relim in a res d o Recen seam en to Geral d e 1991, d ivu lga -d o s n a im p ren sa lo ca l) e -d isp õ e -d e u m a re-d e p ú b lica co n stitu íd a p o r m a is d e 50 p o sto s d e saú d e, além d e serviços cred en ciad os, p rivad os e filan tróp icos. Segu n d o o Plan o Mu n icip al d e Saú d e en tre as ativid ad es essen ciais d esen vol-vid as n as u n id ad es q u e in tegram o sistem a es-tá o Plan ejam en to Fam iliar.

Os ob jetivos d este estu d o d e b ase p op u la -cion al, en tre as m u lh eres d e 20 a 49 an os, resi-d en tes n a zon a u rb an a resi-d a ciresi-d aresi-d e resi-d e Pelotas foram , in icialm en te, iden tificar p adrões de con su m o d e m étod os con tracep tivos, através d e in -qu érito ep idem iológico, e verificar a ade-qu ação do u so de an ticon cep cion ais orais, p or m eio de um estudo tran sversal.

M at eriais e mét odos

Este trab alh o foi u m a com p lem en tação d e u m p rojeto d e d issertação d e m estrad o em ep id em iologia (Dias d a Costa, 1993), d e b ase p op u -la cio n a l, rea liza d o d e m a rço a ju n h o d e 1992, en tre m u lh eres d e 20 a 69 a n o s, resid en tes n a zon a u rb an a d a cid ad e d e Pelotas.

Para verificar os tip os d e m étod os con tracep tivos u tilizad os, con statou se q u e o tam a -n ho de am ostra p ossibilitava a realização de um in quérito ep idem iológico. Partin do-se de 48.223 m u lh eres en tre 20 e 49 an os, residen tes n a zon a urban a da cidade de Pelotas (FIBGE, 1980), e to-m an d o-se coto-m o b ase u to-m a p revalên cia eto-m tor-n o de 60% e u m erro de 4%, estim ou -se, itor-n icial-m en te, u icial-m taicial-m an h o d e aicial-m ostra d e ap roxiicial-m dam en te 245 p essoas. Com o o cálcu lo do tam a-n h o d e am ostra p ara ia-n q u éritos ep id em iológi-cos n o Program a Ep i-In fo im p licava am ostragem aleatória sim p les, corrigiu se p ara 490 m u -lheres o tam an ho n ecessário p ara este estudo.

Para este in q u érito ep id em iológico en con -traram -se 677 m u lh eres com p erd as d e 3,6% n a faixa etária d o estu d o.

Posteriorm en te, p ara estu d ar a ad eq u ação d e con su m o d e an ticon cep cion ais orais, calcu -lou -se o tam an h o d a am ostra com o u m estu d o tra n sversa l. Desta fo rm a , a p a rtir d e u m n ível d e co n fia n ça d e 95%, d e u m p o d er esta tístico d e 80%, d e u m a razão d e exp ostos p ara n p ostos d e 3:7, freqü ên cia d o even to em n ão-ex-p ostos d e 20% e d e u m risco relativo d e 2,0, es-tim ou -se qu e seriam n ecessárias 221 m u lh eres. Para este estu d o tran sversal, en con trou -se u m a am ostra d e 296 m u lh eres. Portan to, u m n ú m e-ro d e m u lh eres su ficien te p ara a an álise.

Assim , estim ou -se u m total d e 852 d om icí-lio s n ecessá rio s. Fo ra m so rtea d o s 25 seto res cen sitários n a zon a u rb an a n a cid ad e d e Pelota s, esPelota b elecen d o se q u e em ca d a seto r se -riam visitad os 36 d om icílios.

A p artir d e u m qu arteirão p reviam en te sor-tead o, escolh ia-se, tam b ém d e m an eira aleató-ria , o p o n to d e p a rtid a . Qu a n d o term in a va a en trevista em u m d eterm in ad o d om icílio, sis-tem aticam en te, saltavam -se três casas an tes d a p róxim a.

Utiliza ra m -se q u estion á rios p a d ron iza d os e p ré-cod ificad os, ap licad os p or estu d an tes d e m ed icin a p reviam en te su b m etid os à p rogram a d e trein a m en to e estu d o -p ilo to. Ta l estu d o tin h a o ob jetivo d e com p lem etin tar o treitin am etin -to e d e testar os in stru m en -tos.

Coletaram -se in form ações sob re o m étod o a n tico n cep cio n a l u tiliza d o, id a d e d a s m u lh e res, cla sse so cia l, n ível d e esco la rid a d e, ta b a -gism o, p resen ça ou n ão d e h ip erten são arterial sistêm ica e tam b ém sob re qu em in d icou o m é-tod o.

Na op eracion alização d e classe social, u tili-zaram -se d u as classificações. A p rim eira cate-gorizava os in d ivíd u os a p artir d a p rop ried ad e d os m eios d e p rod u ção, d e su as in serções n as ativid ad es p rod u tivas e d a escolarid ad e (Bron f-m an et al., 1988). A segu n d a classificação, p recon izad a p ela Associação Brasileira d e In stitu -tos d e Pesq u isa d e Mercad o, ABIPEME (Ru tter, 1988), b aseavse n a acu m u lação d e b en s m a-teriais e n a escolarid ad e.

Na p rim eira cla ssifica çã o, co m o a q u a n tid a tid e tid e p esso a s n a b u rgu esia era m u ito p e -qu en a, m esm o sen d o u m a variável -qu alitativa, os seu s casos foram agru p ad os com n ova e p equ en a b u rgu esia, p ara fin s estatísticos, p assan -d o este a gru p a m en to a co n ta r co m q u a se 8% d a s o b ser va çõ es. Nesta cla ssifica çã o, q u a tro m u lh eres (1,4%) n ã o se en q u a d ra ra m em n e -n h u m a categoria.

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corte arb itrários, agru p an d o-se a classe A e B, tam b ém , qu ase 7%.

Fo i d efin id o u so in a d eq u a d o d e a n tico n -cep cion al, qu an d o as m u lh eres eram fu m an tes com m ais d e 35 an os e/ ou p ortad oras d e h ip er-ten são arterial sistêm ica (Ald righ i et al., 1993; Bu rn s et al., 1984; Roch a et al., 1990; Wan n m a-ch er et al., 1993).

Os q u estion ários foram cod ificad os e, p osteriorm en te, su b m etid os a d u as revisões. A en -tra d a e a lim p eza d e d a d o s fo ra m re a liza d a s através d o p rogram a Ep i-In fo. Os d ad os foram an alisad os com o p rogram a SPSS e Ep i-In fo.

Result ados

En tre a s 677 m u lh eres d e 20 a 49 in clu íd a s n o estu d o, verificou -se qu e 445 (65,7%) u tilizavam algu m m étod o an ticon cep cion al n o m om en to d a en trevista.

A Ta b ela 1 m o stro u a d istrib u içã o d e u tili-za çã o d e m éto d o s a n tico n cep cio n a is. Ob ser-vou -se q u e ap roxim ad am en te 85% d as m u lh e-res u tiliza va m d o is m éto d o s co n tra cep tivo s: an ticon cep cion al oral (66,5%) e ligad u ra tu b á-ria (18,4%). Para fin s d e an álise, agru p aram -se os m étod os restan tes com o “ou tros”.

Verifico u -se q u e u so d e a n tico n cep cio n a l oral d im in u iu com a id ad e, en q u an to o u so d e ou tros m étod os a u m en tou com o d ecorrer d o tem p o. Qu an to à ligad u ra tu b ária, verificou -se u m au m en to p ercen tu al a p artir d os 30 an os d e id ad e (Tab ela 2).

Em relação a q u em in d icou o m étod o con -tra cep tivo, verifico u -se q u e em 78,4% d o s ca-sos algu m m éd ico foi resp on sável p ela in d ica-ção; em 18,4%, foi escolh id o p or con ta p róp ria e em 3,2%, recom en d ad o p or ou tra p essoa (Ta-b ela 3). Tam (Ta-b ém se relacion ou o m étod o an

ti-con cep cion al d e acord o com su a in d icação. As-sim , verifico u -se q u e o s a n tico n cep cio n a is o ra is fo ra m p referen cia lm en te in d ica d o s p o r m éd icos, q u e a op ção p ela ligad u ra tu b ária foi p or con ta p róp ria e qu e os d em ais m étod os fo-ram su gerid os p or ou tras p essoas.

En tre as 296 m u lh eres q u e u tilizavam an ti-con cep cion al oral, 55 (18,6%) o faziam d e for-m a in ad equ ad a.

A Tab ela 4 m ostrou os resu ltad os d a an álise b iva ria d a q u a n to à in a d eq u a çã o d o co n su m o d e an ticon cep cion al em relação à classe social, n ível d e escolarid ad e e q u em in d icou o m éto d o. Os riscos relativos com seu s resp ectivos in -ter va lo s d e co n fia n ça e o s testes esta tístico s n ão revelaram d iferen ças en tre as d iversas ca-tegoria s d esta s va riá veis. Os resu lta d os fora m d ivu lga d o s p o r tra ta r-se d e estu d o co m b a se p op u lacion al.

Tab e la 1

Distrib uição p e rce ntual d o s mé to d o s antico nce p cio nais e ntre as usuárias

d e antico nce p ção na cid ad e d e Pe lo tas. RS, 1992.

M ét odos n %

Antico nce p cio nal o ral 296 66,5

DIU 19 4,3

Co ito inte rro mp id o 1 0,2 Pre se rvativo 18 4,0 Lig ad ura Tub ária 82 18,4 Histe re cto mia 6 1,3

Diafrag ma 1 0,2

Tab e la 11 2,5

Inje táve l 8 1,8

Vase cto mia 3 0,7

Tab e la 2

Distrib uição p e rce ntual d o s mé to d o s co ntrace p tivo s d e aco rd o co m a faixa e tária e ntre as usuárias d e antico nce p ção . Pe lo tas, RS, 1992.

Idade em anos Ant iconcept ivo oral Ligadura t ubária O ut ros

n % n % n %

20 a 24 67 90,5 – – 7 9,5

25 a 29 70 86,4 4 3,7 7 8,6

30 a 34 59 59,6 23 17,6 17 17,2

35 a 39 58 55,8 26 18,7 20 19,2

40 a 44 30 52,6 17 16,2 10 17,5

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Discussão

Po ssivelm en te, a esco lh a d e m éto d o s co n tra cep tivo s está rela cio n a d a co m fa to res só cio -econ ôm icos, cu ltu rais e san itários. Assim , p ara selecio n a r estu d o s q u e servissem co m o p a râ -m etro s d e co -m p a ra çã o, leva ra -m -se e-m co n ta ou tros estu d os realizad os n o Brasil.

Deve-se ressa lta r q u e o s p ercen tu a is u tili-zad os p ara com p aração d e p revalên cias n esta d iscu ssão d evem ser ob servad os com cau tela, u m a vez q u e a m aioria d os estu d os citad os ou in clu ía m m u lh eres u n id a s d e 15 a 49 a n o s o u n ão tin h am b ase p op u lacion al.

A p revalên cia de u so de m étodos con tracep tivo s n a cid a d e d e Pelo ta s fo i d e a p roxim a d a -m en te 66%, en tre tod as as -m u lh eres d e 20 a 49 an os residen tes n a zon a u rban a da cidade. Este p ercen tu al foi m ais b aixo d o q u e os en con tra-d o s em estu tra-d o s rea liza tra-d o s n a Regiã o Su l tra-d o Brasil (73%) (Arru da et al., 1986) e n o Estado de São Pau lo (76%) (Pin otti et al., 1990). No en tan -to, foi su p erior ao en con trad o n o Mu n icíp io d o Rio de Jan eiro (57,8%) (Costa et al., 1989). Estes p ercen tu a is p o d em ser co n sid era d o s d iferen -tes, p ois o erro am ostral deste estu do foi de 4%, ou seja, a p revalên cia variou de 62% a 70%.

Ta lvez esta p reva lên cia ten h a sid o m en o r d o q u e a s estim a tiva s d e co n su m o (UNFPA, 1995) em co n seq ü ên cia d e u m p ro b lem a d e d esen h o n a coleta d os d ad os, u m a vez qu e n ão se restrin giu a p op u lação d este estu d o às m u -lh eres u n id as. Por ou tro lad o, n ão foram in clu í-d as as m u lh eres com m en os í-d e 20 an os, o q u e p od eria d im in u ir a p revalên cia en con trad a.

O m étod o con tracep tivo m ais u tilizad o foi an ticon cep cion al oral, em 66,5% d as m u lh eres. Este p ercen tu al foi m aior d o qu e o en con trad o n a revisã o b ib lio grá fica (Arr u d a et a l., 1986; Costa et al., 1989; Faú n d es et al., 1986; Hard y et al., 1991; Mau ld in & Segal, 1988; Szwarcwald et al., 1985), d estacan d o-se 40% p ara a Região Su l (Arru d a et a l., 1986) e 54% n o in terio r u rb a n o

d o Rio Gra n d e d o Su l em 1978 (Szwa r wa ld et a l., 1985). Po r o u tro la d o, o segu n d o m éto d o m ais u tilizad o foi a ligad u ra tu b ária, em 18,4% d as m u lh eres in clu íd as n o estu d o. Este p ercen -tu a l fo i m a is b a ixo d o q u e a q u ele en co n tra d o n o Esta d o d e Sã o Pa u lo (32%) (Pin o tti et a l., 1990), Cam p in as (23,3%) (Faú n d es et al., 1986) e en tre m u lh eres d e b aixa ren d a d o Mu n icíp io d e Rio d e Ja n eiro (21,9%) (Co sta et a l., 1989). Este p ercen tu al foi sem elh an te ao d os resu lta-d os lta-d e lta-d ois estu lta-d os realizalta-d os n a Região Su l lta-d o Brasil: 19% (Arru d a et al., 1986) e 14,4% (Peb ley et a l., 1985). Com o este estu d o é m a is recen te q u e os ou tros citad os, con sid erou -se este p er-cen tu a l verd a d eira m en te m a is b a ixo d o q u e o en co n tra d o n o s lo ca is d e co m p a ra çã o. Verifi-cou -se q u e os p ercen tu ais d e ligad u ra tu b ária n as faixas etárias a p artir d os 30 an os eram se-m elh a n tes. Esta sese-m elh a n ça p od e in d ica r u se-m au m en to d esta p rática, u m a vez qu e as m u lh e-res m ais velh as estavam exp ostas ao ato cirú r-gico h á m ais tem p o. Ou tra h ip ótese levan tad a p ara ten tar exp licar este ach ad o seria qu e as li-ga d u ra s tu b á ria s fo ra m rea liza d a s d u ra n te a d écad a d os 30 an os. A m etod ologia d este estu -d o n ão verificou a i-d a-d e com q u e as m u lh eres foram su b m etid as ao p roced im en to.

Com o n a Região Su l d o Brasil (Arru d a et al., 1986), en con traram -se 15% d as m u lh eres u tilizan d o ou tros m étod os em Pelotas. En tre os ou -tro s m é to d o s, co n sid e ro u -se q u e a u tiliza çã o d e d isp o sitivo s in tra -u terin o s – em fu n çã o d e su a a lta eficá cia , q u e va ria en tre 99,5% a 97% (Dia z et a l., 1995) – fo i b a ixa em Pelo ta s, a tin -gin d o 4,3%. Porém , este p ercen tu al foi m ais al-to d o q u e os d ad os d e literatu ra: 1,2% en tre as m u lh eres d e b a ixa ren d a n o Mu n icíp io d o Rio d e Ja n eiro (Co sta et a l., 1989), 1,6% n a cid a d e d e Ca m p in a s (Fa ú n d es et a l., 1986) e 1,8% n o Estad o d e São Pau lo (Pin otti et al., 1990).

Estes achados con firm aram , de certa m an ei-ra, a con statação d e Diaz (Diaz & Halb e, 1990): “a p o la riza çã o p a ra m éto d o s d e a lta eficá cia d eixou relegad os a u m p lan o m u ito secu n d ário Tab e la 3

Distrib uição p e rce ntual d e antico nce p cio nais d e aco rd o co m a ind icação e ntre as usuárias d e antico nce p ção . Pe lo tas, RS, 1992.

Ant iconcep. oral Ligadura t ubária O ut ros Tot ais

n % n % n % n %

Mé d ico 255 73,0 49 14,1 45 12,9 349 78,4

Co nta p ró p ria 37 45,1 30 36,1 15 18,3 82 18,4

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o u tro s m éto d o s reversíveis, esp ecia lm en te o s d e b arreira e d e ab stin ên cia p eriód ica”.

Em 78% d as m u lh eres in clu íd as n o estu d o, a in d icação d o m étod o foi feita p or m éd ico. Es-te p ercen tu al foi m ais alto d o q u e o en con tra-d o em ou tros estu tra-d os realizatra-d os n o Estatra-d o tra-d e Sã o Pa u lo (Fa ú n d es et a l., 1986; Pin o tti et a l., 1990), a p resen ta n d o resu lta d o s em to rn o d e 55%. A p rová vel ju stifica tiva p a ra este a ch a d o foi a gra n d e oferta d e serviços d e sa ú d e n a ci-d aci-d e ci-d e Pelotas, cu ja m éci-d ia an u al ci-d e con su ltas m éd ica s n a p o p u la çã o fem in in a a tin giu 3,9 (Dias d a Costa, 1993).

Mesm o com a esp erad a d im in u ição d e u so d e a n ticon cep cion a is ora is com o d ecorrer d a id a d e, co m p rovo u -se q u e este fo i o m éto d o m a is u tiliza d o em to d a s a s fa ixa s etá ria s. Este a ch a d o su geriu q u e, em u m a cid a d e com a m -p la o ferta d e ser viço s d e sa ú d e, o a cesso e a d isp o n ib ilid a d e a o u tro s m éto d o s m a is a d e -qu ad os em relação às con d ições im p ostas p ela id ad e d as m u lh eres foram m u ito restritos.

A m eto d o lo gia d este estu d o n ã o p er m itiu u m a p ro fu n d a m en to p a ra exp lica r co m o a m aior p arte d as m u lh eres qu e sofreram ligad u -ra tu b ária su b m eteu -se a tal p roced im en to,

es-sen cia lm en te m éd ico, e referid o a in d ica çã o p or con ta p róp ria.

Qu an to à ad equ ação d o u so d e an ticon cep -cion ais orais, estu d ou -se ap en as a com b in ação d o s fa to res fu m o -id a d e e p resen ça d e h ip er-ten são arterial sistêm ica. En con traram -se cer-ca d e 18% d a s m u lh eres co m u so in a d eq u a d o d e p ílu las. Para fin s d e com p aração com ou tros estu d o s, verifico u -se q u e, n o Esta d o d e Sã o Pau lo (Hardy et al., 1991), cerca de 15% das m u lh eres ap resen tavam estes fatores d e risco. En -tre a s m u lh e re s d e b a ixa re n d a re sid e n te s n o Rio d e Ja n e iro (Co sta e t a l., 1989), e n co n tra -ra m -se 16% d e m u lh e re s h ip e rte n sa s e 17% com m ais d e 35 an os con su m in d o an ticon cep-cio n a is o ra is, en q u a n to q u e, em Ca m p in a s (Faú n d es et al., 1986), cerca d e 22% d as m u lh e-res tin h am algu m a con tra-in d icação relativa e 29,3% ap resen tavam m otivos d e con tra-in d ica-çã o a b so lu ta . Em o u tro estu d o rea liza d o em Pelo ta s (Cesa r et a l., 1993), sem b a se p o p u la-cio n a l, verifico u -se q u e, d e u m to ta l d e 487 m u lh eres, 11% ap resen tavam Hip erten são Ar-terial Sistêm ica e 42% eram tab agistas.

Em o u tro s estu d o s rea liza d o s a p a rtir d o m esm o b a n co d e d a d o s (Dia s d a Co sta et a l., Tab e la 4

Uso inad e q uad o d e antico nce p cio nal o ral e m re lação a variáve is só cio -e co nô micas e ind icação d o mé to d o . Pe lo tas, RS, 1992.

Variável Inadequado RR IC p

n %

Classe so cial, se g und o ABIPEME

Classe s A e B 2 10,0 1,00

Classe C 11 17,5 1,75 (0,42-7,23) NS

Classe D 23 20,5 2,05 (0,52-8,04) NS

Classe E 19 18,8 1,88 (0,48-7,45) NS

Classe so cial

Burg . N. Pe q . Burg . 4 17,4 1,00

Pe q . Burg . Trad . 15 22,7 1,31 (0,48-3,54) NS Pro le t. N. Típ ico 19 14,1 0,81 (0,30-2,16) NS Pro le tariad o 10 21,3 1,22 (0,43-3,48) NS Sub p ro le tariad o 6 28,6 1,64 (0,54-5,03) NS Níve l d e e sco larid ad e

Sup e rio r 7 18,9 1,00

Se g und o g rau 10 13,5 0,71 (0,30-1,72) NS Prime iro g rau 35 20,2 1,07 (0,52-2,22) NS

Analfab e to s 3 25,0 1,32 (0,40-4,32) NS

Ind icação d o mé to d o

Mé d ico s 44 17,3 1,00

O utro s 11 26,8 1,55 (0,88-2,76) NS

Burg . N. Pe q .Burg . – Burg ue sia e No va e Pe q ue na Burg ue sia Pe q . Burg . Trad . – Pe q ue na Burg ue sia Trad icio nal

(6)

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lad o s a o Pro gra m a lad e Aten çã o à Sa ú lad e lad a Mu -lh er (exa m e d e m a m a s e exa m e cito p a to ló gi-co ), en gi-co n tra ra m -se m a rca d a s d iferen ça s em rela çã o à cla sse so cia l. Dem o n stro u -se q u e, q u an to m ais b aixa a classe social, p ior a q u ali-d aali-d e ali-d a aten ção. Com o n ão se eviali-d en ciou ali-d ife-ren ça n a ad equ ação d e con su m o en tre as clas-ses sociais, con clu iu -se q u e os an ticon cep cio-n a is o ra is p o d ia m ser co cio-n sid era d o s co m o o

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