• Nenhum resultado encontrado

Indicadores das condições nutricionais na região do polonoroeste: II. Estudo antropométrico - 1983.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Indicadores das condições nutricionais na região do polonoroeste: II. Estudo antropométrico - 1983."

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

Rev. ínst. Med. trop. São Paulo 30 (3): 174-178, maio-junho, 1988

INDICADORES DAS CONDIÇÕES NUTRICIONAIS NA REGIÃO DO

POLONOROESTE. II. ESTUDO ANTROPOMÉTRICO — 1983 (1)

E.M. YOKOO (2), L.V. GUIMARÃES (2), R.A.P.R. da SILVA (3), M.A. dos SANTOS SPINELLI (3) & M.C.W. A L B U Q U E R Q U E (3)

R E S U M O

R e a l i z o u s e o e s t u d o d o e s t a d o n u t r i c i o n a l a t r a v é s d a a n t r o p o m e t r i a c o m o o b -j e t i v o d e d e s c r e v e r a p r e v a l ê n c i a e a f o r m a d a D e s n u t r i ç ã o P r o t é i c o - E n e r g é t i c a em seis c i d a d e s d a r e g i ã o d o P o l o n o r o e s t e . O e x a m e a n t r o p o m é t r i c o foi a p l i c a d o em u m g r u p o d e 573 c r i a n ç a s d e 3 a 72 m e s e s d e i d a d e , de a m b o s os s e x o s . P a r a o t r a t a m e n -to d o s d a d o s c o l e t a d o s utilizou-se as classificações p r o p o s t a s p o r G O M E Z e p o r W A T E R L O W , s e n d o a i n d a r e a l i z a d a a d i s t r i b u i ç ã o d o p e s o e a a l t u r a p o r faixas de p e r c e n t i s . A p r e v a l ê n c i a de d e s n u t r i ç ã o e n c o n t r a d a , s e g u n d o a classificação de G O M E Z , foi d e 5 1 , 0 % , s e n d o q u e o m a i o r p e r c e n t u a l foi c o n s t a t a d o n a c i d a d e de J a u ru ( 7 9 , 2 % ) e o m e n o r n a c i d a d e de A r a p u t a n g a ( 3 1 , 3 % ) . Q u a n t o à f o r m a d e d e s n u -t r i ç ã o a d e m a i o r p r e v a l ê n c i a foi a d e s n u -t r i ç ã o p r e g r e s s a , m o s -t r a n d o c o m isso u m c o m p r o m e t i m e n t o a c e n t u a d o d a e s t a t u r a , c o n f i r m a d o a t r a v é s d a d i s t r i b u i ç ã o p o r p e r c e n t i s .

U N I T E R M O S : Desnutrição Protéico-Energética; E s t a d o Nutricional; A n t r o p o m e t r i a .

I N T R O D U Ç Ã O

A t u a l m e n t e a d e s n u t r i ç ã o p r o t é i c o -e n -e r g é t i c a c o m p r -e -e n d -e u m p r o b l -e m a d-e s a ú d -e p ú b l i c a de m a i o r m a g n i t u d e e t r a n s c e d ê n c i a n o s países s u b d e s e n v o l v i d o s o u ' e m d e s e n v o l v i -m e n t o ^ 3 , 4 , 5 , 10.

A g r a v i d a d e d a d e s n u t r i ç ã o p r o t é i c o -e n -e r g é t i c a t -e m sido -e v i d -e n c i a d a -e m d i v -e r s o s - es-t u d o s q u e r e v e l a m s u a s a l es-t a s p r e v a l ê n c i a s : n o Vale d o R i b e i r a , e m 1975, u m a p e s q u i s a levant o u a p r e v a l ê n c i a d e d e s n u levant r i ç ã o p r o levant é i c o e n e r g é t i c a d a o r d e m d e 4 9 , 5 % u; n a r e g i ã o N o r -d e s t e , e m 1 9 7 4 - 1 9 7 5 , e s t e í n -d i c e a l c a n ç o u 6 2 , 3 % s e g u n d o o E s t u d o N a c i o n a l de D e s p e s a

F a m i l i a r — E N D E F2 0; f i n a l m e n t e , i n f o r m a ç õ e s

m a i s a l a r m a n t e s r e f e r e m s e a S ã o L u i z d o M a -r a n h ã o , o n d e 7 1 , 5 % d a s c -r i a n ç a s e s t u d a d a s , a p r e s e n t a r a m - s e d e s n u t r i d a s2.

O e s t u d o r e a l i z a d o p e l a P e s q u i s a I n t e r a -m e r i c a n a de M o r t a l i d a d e n a I n f â n c i a -m o s t r o u a r e l a ç ã o e n t r e a d e s n u t r i ç ã o p r o t é i c o - e n e r g é t i c a c o m o o b i t u á r i o c o m o f a t o r b á s i c o , a s s o c i a d o o u c o n s e q ü e n c i a l a o u t r a s p a t o l o g i a s . Tal estu-d o c o n c l u i u q u e 5 7 % estu-d o s ó b i t o s em m e n o r e s estu-de c i n c o a n o s e r a m d e c o r r e n t e s de deficiências n u t r i c i o n a i s o u à i m a t u r i d a d e r e s u l t a n t e d a d e s n u -t r i ç ã o m a -t e r n a1 8.

(1) Pesquisa realizada com recursos do convênio C N P q - U F M T - S E S - M T n? 700.1020.01/83. (2) Nutricionista, bolsista-supervisora da Pesquisa Inquérito Nutricional no Polonoroeste.

(3) Professora do Departamento de Nutrição da U F M T — compõe o grupo da Pesquisa Inquérito Nutricional no Polono-roeste.

(2)

D e v e ser d e s t a c a d a a e v i d ê n c i a d e q u e a d e s n u t r i ç ã o p r o t é i c o - e n e r g é t i c a n a d e p e n d ê n c i a d e s u a i n t e n s i d a d e , d u r a ç ã o e i d a d e d o h o s p e -d e i r o , p o -d e levar a s i t u a ç õ e s -de a t r a s o irreversí-vel n o c r e s c i m e n t o físico e m e n t a l1 >2- n. N ã o

esq u e c e n d o p o r s u a vez d a i n f l u ê n c i a d a s c o n d i -ções sociais de v i d a d a p o p u l a ç ã o n e s s a r e l a ç ã o .

C o m o f o r m a d e a v a l i a r a s i t u a ç ã o n u t r i c i o n a l e m u m a p o p u l a ç ã o , u m d o s c r i t é r i o s a d o t a d o s t e m s i d o o e s t u d o d a s m e d i d a s a n t r o p o m é t r i c a s , q u e se b a s e i a n a a v a l i a ç ã o d o d e s e n v o l v i -m e n t o físico d e c r i a n ç a s . A s e n s i b i l i d a d e d e s s a s m e d i d a s c o n s i s t e e m c a p t a r a r e d u ç ã o d a veloci-d a veloci-d e veloci-d e c r e s c i m e n t o , q u e é a m a n i f e s t a ç ã o m a i s p r e c o c e d a d e s n u t r i ç ã o p r o t é i c o - e n e r g é t i c a1 5-1 6.

O u t r o a s p e c t o i m p o r t a n t e d o e x a m e a n t r o -p o m é t r i c o e m e s t u d o s -p o -p u l a c i o n a i s , é q u e o m e s m o a l c a n ç a b o a e s p e c i f i c i d a d e , p o i s a alter a ç ã o d a v e l o c i d a d e d e c alter e s c i m e n t o p o alter d i s t ú alter -bios n u t r i c i o n a i s é b e m m a i s e l e v a d a d o q u e os de n a t u r e z a n ã o n u t r i c i o n a l1 5-1 6.

P o d e - s e dizer q u e a a n t r o p o m e t r i a c o n s i s t e em u m m é t o d o i n d i c a d o p a r a a a v a l i a ç ã o d o es-t a d o n u es-t r i c i o n a l , d a d a à s u a f a c i l i d a d e , b a i x o c u s t o de a p l i c a ç ã o e b o a a c e i t a b i l i d a d e p e l a p o p u l a ç ã o7-! 5<1 6.

N o Brasil s ã o p o u c o s os e s t u d o s d e â m b i t o n a c i o n a l q u e m o s t r a m a p r e v a l ê n c i a d a d e s n u -t r i ç ã o p r o -t é i c o - e n e r g é -t i c a ; a p e n a s o E N D E F r e a l i z a d o e m 1 9 7 4 / 1 9 7 5 , r e v e l o u a p r e v a l ê n c i a d a d e s n u t r i ç ã o n o N o r d e s t e , S ã o P a u l o e R i o de J a n e i r o2 0.

N o E s t a d o d e M a t o G r o s s o até o a n o de 1983 n ã o h a v i a sido r e a l i z a d o n e n h u m e s t u d o q u e c o n s t a t a s s e a p r e v a l ê n c i a d e d e s n u t r i ç ã o p r o t é i c o - e n e r g é t i c a . C o n s i d e r a n d o a c a r ê n c i a e / o u a u s ê n c i a d e d a d o s n a r e g i ã o , foi d e g r a n d e i m p o r t â n c i a o p r e s e n t e e s t u d o q u e t e v e c o m o o b j e t i v o , d e s c r e v e r a p r e v a l ê n c i a e a f o r m a d a d e s n u t r i ç ã o p r o t é i c o - e n e r g é t i c a , a t r a v é s d e exa-m e s a n t r o p o exa-m é t r i c o s , e exa-m u exa-m g r u p o d e c r i a n ç a s d e 3 a 72 m e s e s d e i d a d e , r e s i d e n t e s n a r e g i ã o d o P o l o n o r o e s t e - M T . Vale r e s s a l t a r q u e o estud o a v a l i o u o e s t a estud o n u t r i c i o n a l estud e c r i a n ç a s n e s -t a faixa e -t á r i a , p o r c o m p r e e n d e r o p e r í o d o de m a i o r v u l n e r a b i l i d a d e , e m q u e a d e s n u t r i ç ã o p o d e a t i n g i r d e f o r m a m a i s g r a v e e m o s t r a r c o m m a i s c l a r e z a os seus e f e i t o s .

M A T E R I A L E M É T O D O S

A p a r t i r d e u m a s u b a m o s t r a g e m d e 5 0 % d o s d o m i c í l i o s s o r t e a d o s p a r a e n t r e v i s t a d o m i

ciliar d a p e s q u i s a " D i a g n ó s t i c o de S a ú d e e E p i -d e m i o l o g i a -d a s P r i n c i p a i s D o e n ç a s -d a R e g i ã o d o P o l o n o r o e s t e - M T " , d e l i n e o u - s e a a m o s t r a p o r s o r t e i o , c a s u a l s i m p l e s d o r e s p e c t i v o estu-d o . A p o p u l a ç ã o s e l e c i o n a estu-d a c o r r e s p o n estu-d e u a u m c o n j u n t o de 573 c r i a n ç a s d e a m b o s os se-x o s , c o m i d a d e e n t r e 3 a 72 m e s e s , r e s i d e n t e s n a z o n a u r b a n a d a s c i d a d e s d e C á c e r e s , M i r a s s o l D ' O e s t e , A r a p u t a n g a , J a u r u , T a n g a r á d a S e r r a e N o v a O l í m p i a1 2- 1 9 .

O p e s o , a a l t u r a e a i d a d e d a s c r i a n ç a s , for a m c o l e t a d o s n o p e for í o d o d e s e t e m b for o a d e z e m b r o d e 1983 p o r n u t r i c i o n i s t a s c o n f o r m e m e t o -d o l o g i a p r o p o s t a p o r M O N T E I R O1 5.

U t i l i z o u s e c o m o r e f e r ê n c i a d e n o r m a l i d a d e s o m a t o m é t r i c a o p a d r ã o d o " N a t i o n a l C e n -ter for H e a l t h S t a t i s t i c " ( N C H S ) , p a d r ã o d e u s o i n t e r n a c i o n a l r e c o m e n d a d o p e l a O r g a n i z a -ç ã o M u n d i a l d e S a ú d e9-1 7. A p l i c o u - s e a

classifi-c a ç ã o d e G O M E Z » , n a a v a l i a ç ã o d a a d e q u a ç ã o p e s o / i d a d e p a r a d e t e r m i n a ç ã o d a p r e v a l ê n c i a d e d e s n u t r i ç ã o . E p a r a i d e n t i f i c a r a f o r m a d a d e s n u t r i ç ã o e m p r e g o u - s e a c l a s s i f i c a ç ã o d e W A T E R L O W2 1, c o m b a s e n a a v a l i a ç ã o d o s

in-d i c a in-d o r e s p e s o / a l t u r a / i in-d a in-d e . A s c r i a n ç a s fo-r a m t a m b é m d i s t fo-r i b u í d a s e m faixas d e p e fo-r c e n t i s p a r a o s i n d i c a d o r e s p e s o / i d a d e , a l t u r a / i d a d e e p e s o / a l t u r a .

R E S U L T A D O S

C o n s i d e r a n d o q u e o i n d i c a d o r p e s o / i d a d e p o s s a ser u m e s t i m a d o r e p i d e m i o l ó g i c o d o esta-d o n u t r i c i o n a l , a t a b e l a 1 m o s t r a os esta-d a esta-d o s p a r a as seis l o c a l i d a d e s e s t u d a d a s n a r e g i ã o d o P o l o -n o r o e s t e , a t r a v é s d a classificação p r o p o s t a p o r G O M E Z . S e g u n d o os d a d o s o b t i d o s , a p r e v a l ê n -cia d a d e s n u t r i ç ã o p r o t é i c o - e n e r g é t i c a nesse g r u p o d e c r i a n ç a s foi d e 5 1 % , s e n d o o m a i o r p e r c e n t u a l e n c o n t r a d o n a c i d a d e d e J a u r u ( 7 9 , 2 % ) , q u e a p r e s e n t o u t a m b é m o m a i o r p e r -c e n t u a l de d e s n u t r i ç ã o leve e m o d e r a d a , 6 6 , 7 % e 1 2 , 5 % r e s p e c t i v a m e n t e . P o r o u t r o l a d o , o m u -n i c i p i o d e A r a p u t a -n g a foi o -n d e se e -n c o -n t r o u a m e n o r p r e v a l ê n c i a ( 3 1 , 3 % ) s o b a f o r m a d e d e s n u t r i ç ã o leve. A d e s n u t r i ç ã o g r a v e foi e n c o n t r a d a n o s m u n i c i p i o s d e M i r a s s o l D ' O e s t e e C á c e -res e m p e q u e n o s p e r c e n t u a i s , 0 , 6 % e 0 , 4 % - res-p e c t i v a m e n t e .

(3)

lo-c a l i d a d e s d a r e g i ã o . Esses d a d o s m o s t r a m q u e a m e n o r p r e v a l ê n c i a ( 3 4 , 6 % ) foi r e g i s t r a d a n o p r i m e i r o a n o d e v i d a , a p a r t i r d e s t a i d a d e o c o r r e r a m v a r i a ç õ e s , s e n d o a m a i o r p r e v a l ê n c i a e n -c o n t r a d a n a ú l t i m a faixa e t á r i a ( 6 9 , 0 % ) .

D e a c o r d o c o m o critério p r o p o s t o p o r W A T E R L O W , c o n f o r m e m o s t r a a t a b e l a 3 , 5 3 , 6 % d a s c r i a n ç a s a p r e s e n t a r a m a l g u m a f o r m a de d e s n u t r i ç ã o . E n t r e estas, c o n s t a t o u - s e q u e a f o r m a d e d e s n u t r i ç ã o m a i s f r e q ü e n t e foi a p r e -g r e s s a ( 4 1 , 0 % ) , e n q u a n t o q u e a c r ô n i c a e a a t u a l f o r a m e n c o n t r a d a s e m p e r c e n t u a i s m e n o -r e s , 7 , 2 % e 5 , 4 % -r e s p e c t i v a m e n t e .

E m r e l a ç ã o a o g r u p o d e c r i a n ç a s c o m d e s -n u t r i ç ã o p r e g r e s s a , q u e d e c o r r e d o déficit de al-t u r a p a r a i d a d e , o b s e r v o u - s e p r e v a l ê n c i a s eleva-d a s n a s eleva-d i f e r e n t e s faixas e t á r i a s , m a s c o m u m p e r c e n t u a l m a i o r n a faixa d e 12 a 24 m e s e s ( 4 9 , 5 % ) .

C o m r e l a ç ã o a d e s n u t r i ç ã o a t u a l , c a r a c t e r i -z a d a p e l o déficit d e p e s o p a r a a a l t u r a , o índice m a i s a l t o ( 8 , 3 % ) o c o r r e u n a faixa e t á r i a d e 24 a 36 m e s e s . Q u a n t o a p r e v a l ê n c i a d a d e s n u t r i ç ã o c r ô n i c a , q u e r e s u l t a d o déficit d e p e s o p a r a alt u r a e d e a l alt u r a p a r a i d a d e , o m a i o r v a l o r p e r -c e n t u a l ( 8 , 4 % ) foi e n -c o n t r a d o n a faixa e t á r i a d e 60 a 72 m e s e s .

O s r e s u l t a d o s o b t i d o s d a d i s t r i b u i ç ã o p o r p e r c e n t i s e s t ã o n a t a b e l a 4. C o n s i d e r a n d o a dis-t r i b u i ç ã o p o r p e r c e n dis-t i s p a r a o i n d i c a d o r p e s o / i d a d e , c o n s t a t o u s e q u e 3 7 , 3 % d a s c r i a n ças e s t a v a m a b a i x o d o p e r c e n t i l 10. R e g i s t r o u -se t a m b é m q u e a faixa d o p e r c e n t i l 20 a o 50 foi a q u e a p r e s e n t o u m a i o r f r e q ü ê n c i a ( 2 6 , 6 % ) ; a d e m e n o r f r e q ü ê n c i a foi p a r a o s v a l o r e s d o p e r -centil 9 0 .

TABELA 1

Estado nutricional das crianças de 3 a 72 meses, segundo a classificação de GOMEZ (P/I), em

seis cidades do MT, 1 9 8 3 .

Cidade N ? de Normal D-I D-II D-III

Cidade Crianças % % % %

Jauru 24 20,6 66,7 12,5 0,0

Araputanga 67 68,7 31,3 0,0 0,0

Mirassol

D'Oeste 155 46,5 43,9 9,0 0,6

Cáceres 221 45,7 43,9 10,0 0,4

Tangará

da Serra 6 0 55,0 4 0 , 0 5,0 0,0 Nova

Olimpia 46 52,0 39,5 8,5 0,0

TOTAL 5 7 3 4 9 , 0 42,5 8,0 0,5

A d i s t r i b u i ç ã o d o s p e r c e n t i s d a r e l a ç ã o a l t u r a / i d a d e e v i d e n c i o u q u e 4 6 , 8 % d a s c r i a n -ças e n c o n t r a v a m - s e a b a i x o d o percentil 10 e q u e 2 6 , 4 % e s t a v a m a b a i x o d o percentil 3.

O b s e r v a n d o - s e a r e l a ç ã o p e s o / a l t u r a , n o t o u - s e q u e a p e n a s 9 , 6 % d a s c r i a n ç a s e s t a v a m a b a i x o d o p e r c e n t i l 10 e s o m e n t e 2 , 3 % e s t a v a m a b a i x o d o p e r c e n t i l 3 .

TABELA 2

Estado nutricional das crianças de 3 a 72 meses de idade, segundo a classificação de GOMEZ (P/I),

em seis cidades do MT, 1 9 8 3 . Faixa

Etária (Meses)

N 9 de Crianças

Normal

%

D-I

%

D-II

%

D-III

%

3 - 12 78 65,4 24,3 9,0 1,3

1 2 - 24 97 51,5 39,2 9,3 0,0

24 - 36 97 52,6 4 1 , 2 5,2 1,0

36 - 48 104 42,3 50,0 7,7 0,0

4 8 - 6 0 114 51,8 4 1 , 2 7,0 0,0

6 0 - 7 2 83 31,0 58,0 11,0 0,0

TOTAL 573 4 9 , 0 42,5 8,0 0,5

TABELA 3

Estado nutricional das crianças de 3 a 72 meses de idade, segundo a classificação de WATERLOW (P/A e A/I),

em seis cidades do MT, 1 9 8 3 . Faixa

Etária (Meses)

N 9 de Crianças

Normal

%

D Pregressa

%

D Atual

%

D Crônica

%

3 - 1 2 79 59,0 29,5 5,1 6,4

1 2 - 2 4 97 39,2 49,5 4,1 7,2

2 4 - 3 6 97 51,5 ' 3 4 , 0 8,3 6,2 36 - 4 8 104 4 4 , 0 4 4 , 0 5,0 7,0 4 8 - 6 0 114 47,5 39,5 5,0 8,0 6 0 - 72 83 38,6 4 8 , 2 4,8 8,4

TOTAL 573 46,4 41,0 5,4 7,2

D I S C U S S Ã O

(4)

-des c o m o Recife, J o ã o P e s s o a e S à o L u í s , q u e é d e 50 a 7 0 % , s e n d o esse u m d o s p e r c e n t u a i s m a i s e l e v a d o d o p a í s2.

TABELA 4

Distribuição das crianças de 3 a 7 2 meses de idade por percentis, em seis cidades do MT, 1 9 8 3 .

Percentil

Peso/Idade Altura/Idade Peso/Altura % % acum % % acum % % acum < 3 16,4 16,4 26,4 26,4 2,3 2,3 3 - 1 0 20,9 37,3 20,4 4 6 , 8 7,3 9,6 10 - 2 0 17,3 54,6 15,7 62,5 14,5 24,1 2 0 - 5 0 26,6 81,2 23,2 85,7 37,7 61,8 50 - 7 0 11,0 92,2 6,8 92,5 21,4 83,2 7 0 - 9 0 5,9 98,1 5,6 98,1 11,9 95,1 > 90 1,9 100,0 1,9 100,0 4,9 100,0

TOTAL 100 100 100

A a n á l i s e d a m a g n i t u d e d a d e s n u t r i ç ã o p r o t é i c o - e n e r g é t i c a e n t r e as seis l o c a l i d a d e s in-v e s t i g a d a s , rein-vela q u e a c i d a d e d e A r a p u t a n g a , c o n s i d e r a d a m e l h o r f a v o r e c i d a e m t e r m o s s ó c i o e c o n ô m i c o s , a p r e s e n t o u a m e n o r p r e v a l ê n -cia ( 3 1 , 3 % ) , sem a p r e s e n t a r f o r m a s m o d e r a d a s e g r a v e s . P o r o u t r o l a d o , as c i d a d e s d e C á c e r e s e M i r a s s o l D ' O e s t e s ã o as q u e a p r e s e n t a r a m m a i o r e s p r e v a l ê n c i a s de d e s n u t r i ç ã o g r a v e e m o d e r a d a , e n c o n t r a d a s e m c r i a n ç a s r e s i d e n t e s n o s b a i r r o s p e r i f é r i c o s , o n d e a i n f r a - e s t r u t u r a de serviços o u e r a i n a d e q u a d a o u i n e x i s t e n t e . Isto veio c o n f i r m a r q u e a p r e v a l ê n c i a d a d e s n u -t r i ç ã o p r o -t é i c o - e n e r g é -t i c a es-tá f o r -t e m e n -t e rela-c i o n a d a rela-c o m as rela-c o n d i ç õ e s s ó rela-c i o - e rela-c o n ô m i rela-c a s1-2 -4, 6, 1-4, 15.

C o m r e l a ç ã o à d i s t r i b u i ç ã o e t á r i a d a p r e v a -lência d a d e s n u t r i ç ã o , o b s e r v o u - s e q u e o déficit p o n d e r a l é m a i s a c e n t u a d o n a s ú l t i m a s faixas e t á r i a s d a fase p r é - e s c o l a r e m e n o s g r a v e n o pri-m e i r o a n o d e v i d a .

O u t r a f o r m a u t i l i z a d a p a r a identificar a d e s n u t r i ç ã o n o g r u p o , foi s e g u n d o o s critérios p r o p o s t o s p o r W A T E R L O W2' , a d e m o n s t r a

ç ã o de q u e 5 3 , 6 % d a s c r i a n ç a s e r a m d e s n u t r i -d a s , e n q u a n t o q u e n o l e v a n t a m e n t o -d o E N D E F2 0, e n c o n t r o u - s e 3 2 , 8 % p a r a o n o r d e s t e

u r b a n o e 4 2 , 3 % p a r a o n o r d e s t e r u r a l . A p r e v a lência e n c o n t r a d a n e s t e t r a b a l h o é m a i o r n u m e -r i c a m e n t e , p o -r é m deve-se -r e s s a l t a -r q u e n o estu-d o estu-d o E N D E F2 0 foi u s a d o o limite d e a d e q u a ç ã o d o i n d i c a d o r a l t u r a / i d a d e d e 9 0 % . N o p r e sente e s t u d o este limite foi d e 9 5 % . O r e b a i x a

-m e n t o o u n ã o d a a d e q u a ç ã o d o s i n d i c a d o r e s fluencia n a s e n s i b i l i d a d e e e s p e c i f i c i d a d e d o in-d i c a in-d o r . C o m u m limite in-de a in-d e q u a ç ã o m a i s a l t o a s e n s i b i l i d a d e d o i n d i c a d o r é m a i s a l t o , isto é, a p r o b a b i l i d a d e d e p o d e r d e s c o b r i r c a s o s é m a i o r e c o m isso d i m i n u i - s e a p r o b a b i l i d a d e de d e i x a r d e f o r a as c r i a n ç a s d e s n u t r i d a s .

A f o r m a d e d e s n u t r i ç ã o e n c o n t r a d a c o m m a i o r f r e q ü ê n c i a foi a p r e g r e s s a , isto é, as c r i a n ç a s a p r e s e n t a r a m déficit e s t a t u r a l e m b o r a c o m a r e l a ç ã o p e s o / a l t u r a a d e q u a d a , p r o v a v e l m e n t e p o r m e c a n i s m o s d e a d a p t a ç ã o d o o r g a -n i s m o , e v i d e -n c i a -n d o assim a b a i x a f r e q ü ê -n c i a d a d e s n u t r i ç ã o a g u d a e c r ô n i c a .

O b s e r v o u - s e q u e o déficit e s t a t u r a l a f e t a as c r i a n ç a s n a s faixas e t á r i a s m a i s p r e c o c e s , levand o a c o n s i levand e r a ç õ e s levand e q u e o s p r o c e s s o s levand e a m a -m e n t a ç ã o e d e s -m a -m e e s t e j a -m o c o r r e n d o d e for-m a i n a d e q u a d a , o u a i n d a , p e l o s p r o c e s s o s in-fecciosos q u e a t i n g e m g r a v e m e n t e este g r u p o e q u e i n t e r a g e m c o m a d e s n u t r i ç ã o e a g u d i z a m seus e f e i t o s .

O m e s m o p o d e - s e c o n s t a t a r a o a n a l i s a r os d a d o s a t r a v é s d a d i s t r i b u i ç ã o d o s p e r c e n t i s de p e s o e a l t u r a , c o n s i d e r a n d o c o m o limite crítico o p e r c e n t i l 10, o n d e o b s e r v o u - s e q u e 3 7 , 3 % a p r e s e n t a r a m déficit d e p e s o , 4 6 , 8 % déficit d e a l t u r a e 9 , 6 % déficit de p e s o em r e l a ç ã o a a l t u r a .

Verificou-se n e s t e e s t u d o u m a c o n s i d e r á v e l m a g n i t u d e d a p r e v a l ê n c i a d a d e s n u t r i ç ã o , c o m o c o m p r o m e t i m e n t o d a v e l o c i d a d e d e crescim e n t o t a n t o p o n d e r a l e p r i n c i p a l crescim e n t e e s t a t u ral d a s c r i a n ç a s e s t u d a d a s . O s d a d o s a n t r o p o -m é t r i c o s p o r si só n ã o e x p l i c a -m o q u a d r o d a d e s n u t r i ç ã o p r o t é i c o - e n e r g é t i c a , pois é s a b i d o q u e a s u a d e t e r m i n a ç ã o e r e p r o d u ç ã o se origi-n a m origi-n o s p r o c e s s o s sociais e e c o origi-n ô m i c o s , e origi-n ã o se d á m e r a m e n t e a t r a v é s d a d e t e r m i n a ç ã o b i o l ó g i c a . P o r é m esses d a d o s s ã o r e l e v a n t e s e d e -v e m ser l e -v a d o s e m c o n t a , t a n t o n a i n -v e s t i g a ç ã o d o s d e t e r m i n a n t e s q u a n t o n a f o r m u l a ç ã o de p r o g r a m a s d e c o n t r o l e d a d e s n u t r i ç ã o .

S U M M A R Y

Nutritional c o n d i t i o n s indicators in P o l o n o r o e s t e A r e a . II — A n t h r o p o m e t r i c

study, 1983

(5)

t h e p r e v a l e n c e a n d t h e p r o t e i n - e n e r g e t i c u n d e r n u t r i t i o n f o r m w i t h i n six cities o f P o i o n o r o e s t e / M T a r e a . T h e a n t h r o p o m e t r i c test w a s d o n e o v e r a g r o u p o f 573 c h i l d r e n f r o m 3 t o 72 m o n t h s o l d , of b o t h sex. F o r t h e m a n i p u l a t i o n of t h e c o l l e c t e d d a t a , t h e c l a s s i f i c a t i o n p r o p o s e d by G O M E Z a n d W A T E R L O W w a s u s e d , b e i n g still d o n e t h e d i s t r i b u t i o n of weight a n d h e i g h t in p e r c e n t a g e r a n g e s . F o l l o w i n g G O M E Z classification t h e u n d e r n u t r i t i o n p r e v a l e n c e m e t w a s of 5 1 % , being t h a t t h e h i g h e s t p e r c e n t a g e f o u n d w a s in t h e city of J a u r u ( 7 9 . 2 % ) a n d t h e lowest in A r a p u t a n g a c i t y ( 3 1 . 3 % ) . A s f o r t h e u n d e r n u t r i t i o n f o r m , t h e highest p r e v a l e n c e w a s t h e p a s t u n d e r n u t r i t i o n s h o w i n g a n a c c e n t u a t e d c o m p r o m i s e of t h e height c o n f i r m e d t h r o u g h t h e p e r c e n t a g e d i s t r i b u t i o n .

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. BATISTA F I L H O , M. — Prevalência e estágios da desnutrição protéico-calórica em crianças da cidade de São Paulo. São Paulo, 1976. (Tese de Doutoramento — Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo).

2. BATISTA F I L H O , M . ; L U C E N A , M . A . F . & C O E -L H O , H . A . -L . — Desnutrição protéico-energética em três cidades brasileiras: São Luís, Recife e São Paulo. Bol. Ofic. sanit. panamer., 90: 48-58, 1981.

3. BEC.H1N, L; C A N T O , J. & T E L L E R , C . H . — Desnu-trición, desarrollo nacional y planificación. Bol. Ofic. sanit. panamer., 79: 505-513, 1980.

4. B E H A R , M . — La nutrición y el futuro de la humani-dad. Crón. Org. mund. Salud, 30: 151-154, 1976. 5. C E R Q U E I R A , M . T . — Educación en nutrición. Metas

y metodologia. Bol. Ofic. sanit. panamer., 99: 498-507, 1985.

6. COSTA, E.; R O M A N I , S.A.M.; BATISTA F I L H O , M. & R O C H A , A . N . — Desnutrição recente, crônica e pregressa em quatro localidades do Estado de Pernam-" buco - Brasil. Rev. Saúde públ. (S. Paulo), 15: 211 220, 1981.

7. D R I C O T , C. & D R I C O T , J . M . — Metodologia antro-pométrica do diagnóstico nutricional: um exemplo do nordeste brasileiro. Rev. Saúde públ. (S. Paulo), 16: 42-53, 1982.

8. G O M E Z , F. — Desnutrition. Bol. méd. Hosp. infant. (Méx.), 3: 543-551, 1946.

9. H A M I L , P.V.V.; D R I Z D , T . A . ; J O H N S O N , C . L . ; R E E D , R . B . ; R O C H E , A . F . & M O O R E , W . M . — Physical growth: N C H S percentiles. Amer. J. elin. Nuir., 32: 607-629, 1979.

10. LUSTOSA, T . Q . O . & H O R N E R , M . R . — Avaliação nutricional de pré-escolares: um subsídio para o plane-j a m e n t o de Prioridades de Pesquisa Aplicada ao Plane-j a m e n t o em Nutrição e Alimentos. Brasilia, Seplan-C N P q , 1985. 291 p .

11. M A R C O N D E S , E. — Os fatores bio-psico-sociais do crescimento. J. Pediat. (Rio de J.), 40: 307-326, 1975. 12. M E I R E L L E S , S . M . P . — Fundamentos e estruturação da pesquisa em Saúde Pública no Polonoroeste — M T . Rev. Univ. Fed. Mato Grosso, 4(3): 9-18, 1984. 13. M E I R E L L E S , S . M . P . & S A N C H E Z , O. — Adaptação

do " D e s e n h o A m o s t r a i " elaborado para a Pesquisa em Saúde Pública no Polonoroeste — M T . Rev. Univ. Fed. Mato Grosso, 4(3): 96-108, 1984.

14. M O N T E I R O , C A . — Os determinantes da desnutri-ção infantil no Vale do Ribeira. Cadern. pesq. (Fund. Carlos Chagas), 29: 57-75, 1979.

15. M O N T E I R O , C A . — Avaliação do estado nutritional na idade pré-escoiar em áreas de baixa renda do Estado de São Paulo. São Paulo, 1982. (Tese de Livre Docencia — Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Sao Paulo).

16. M O N T E I R O , C A . ; B E N Í C I O , M . H . D . ; Z U Ñ I G A , H . P . & S Z A R F A R C , S.C. — Estudo das condições de saúde das crianças do município de São Paulo, S P , (Brasil), 1984-1985. II — Antropometria nutricional. Rev. Saúde públ. (S. Paulo), 20: 446-453, 1986. 17. O R G A N I Z A C I Ó N M U N D I A L DE LA S A L U D —

Me-dición del cambio del estado nutricional. Ginebra, 1983.

18. P U F F E R , R.R. & S E R R A N O , C.V. — Características de la mortalidad en la niñez. Washington, Organiza-ción Panamericana de la Salud, 1973. (PublicaOrganiza-ción Científica N o . 262).

19. S A N C H E Z , O . & C A R V A L H E I R O , J. da R. — Des-crição d o desenho da amostra da pesquisa em Saúde Pública no Polonoroeste — M T . Rev. Univ. Fed. Mato Grosso, 4(3): 87-95, 1984.

20. VIACAVA, F.; F I G U E I R E D O , C M . P . & OLIVEI-RA, W . A . — A desnutrição no Brasil: u m a análise do Estudo Nacional da Despesa Familiar (IBGE 74-75) pa-ra o Nordeste, Estado de São Paulo e Estado d o Rio de Janeiro. Petrópolis, Editora Vozes, 1983. 200 p . 21. W A T E R L O W , J . C ; B U Z I N A , R.; K E L L E R , W.;

Referências

Documentos relacionados

A proposta do Plano de Ação Educacional indicou ações que poderão ser executadas, no sentido de favorecer as escolas inseridas na referida região através de um treinamento que

da equipe gestora com os PDT e os professores dos cursos técnicos. Planejamento da área Linguagens e Códigos. Planejamento da área Ciências Humanas. Planejamento da área

O fortalecimento da escola pública requer a criação de uma cultura de participação para todos os seus segmentos, e a melhoria das condições efetivas para

O presente questionário se configura em instrumental de pesquisa como parte de um estudo sobre a política de Educação Profissional em andamento no estado do Ceará, sob o

Ressalta-se que mesmo que haja uma padronização (determinada por lei) e unidades com estrutura física ideal (física, material e humana), com base nos resultados da

de professores, contudo, os resultados encontrados dão conta de que este aspecto constitui-se em preocupação para gestores de escola e da sede da SEduc/AM, em

À parte essa justificativa, falar sobre O mistério do samba e O samba que mora em mim é, na verdade, falar sobre Portela e Mangueira, não apenas as duas mais

Bento Pereira apresenta uma lista de autores e obras em língua portuguesa, de vários pendores: religioso, enciclopédico, dicionarístico, e literário.A escolha destas obras