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Trabalho e saúde em motoristas de caminhão no interior de São Paulo.

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Academic year: 2017

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Resumo

O objetivo desta pesquisa é analisar alguns aspectos de saúde e de trabalho de caminhoneiros, identificando possíveis relações, determinantes e/ou agravantes, de impactos negativos na sua qualidade de vida. Método: foram entrevistados 400 caminhoneiros do interior de São Paulo, na Rodovia SP-330. Utilizou-se um questio-nário fechado, que aborda aspectos da percepção dos motoristas sobre a sua saúde e trabalho. Resultados: 59,5% dos trabalhadores são autônomos e 58,5% viajam em rota curta (no limite do Estado), trabalham em mé-dia 12,7 horas diárias e tem entre 5 a 8 horas de sono. Referiram problemas constantes ou ocasionais de pos-tura (67,75%), auditivos (37,75%), estomacais (57,5%), resfriados/gripes (70%), sentimentos negativos como medo, estresse e depressão (58,5%), tonturas (23%), rou-quidão (30,75%), pigarro (36,5%), tosse (53,5%). Quanto aos hábitos de consumo e comportamentos, ingerem café (87,75%), alimentos gordurosos (84,5%), bebidas alcoólicas (43%), energéticos (19,5%); fumam (32%) e usam outras drogas (2%). Conclusão: Diversos aspectos das condições de trabalho, hábitos e comportamentos de motoristas de caminhão exercem impactos negati-vos sobre sua saúde, com prejuízos para a comunicação e a qualidade de vida.

Palavras-chave: Promoção da saúde; Qualidade de vida; Trabalho; Saúde ocupacional.

Regina Zanella Penteado

Fonoaudióloga. Especialista em Linguagem e em Voz. Doutora em Saúde Pública. Professora do Curso de Fonoaudiologia da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep).

Endereço: Avenida 41, n. 209, apto 62, CEP 13501-190 Rio Claro, SP, Brasil.

E-mail: rzpenteado@unimep.br

Claudia Giglio de Oliveira Gonçalves

Fonoaudióloga, Especialista em Ergonomia. Doutora em Saúde Coletiva. Professora da Universidade Tuiuti do Paraná.

Endereço: Rua Sydnei Antonio Rangel Santos, 238, CEP 82020-330, Curitiba, PR, Brasil.

E-mail: clgiglio@terra.com.br

Daniele Damaris da Costa Fonoaudióloga.

Endereço: Rua José Valentin Casati n. 492. CEP 13477030, Ameri-cana, SP, Brasil.

E-mail: danieledamaris@yahoo.com.br

Jair Mendes Marques

Matemático. Doutor em Ciências Geodésicas. Professor da Univer-sidade Tuiuti do Paraná.

Endereço: Rua Sydnei Antonio Rangel Santos n. 238, CEP 82020-330, Curitiba, PR, Brasil.

E-mail: jair.marques@utp.br

Trabalho e Saúde em Motoristas de Caminhão

no Interior de São Paulo

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Abstract

The aim of the present study is to assess some aspects of health and work of truck drivers and to identify possible relationships, determining and/or aggrava-ting factors of negative impacts in their quality of life. Method: 400 truck drivers in a city of SP in SP330 Highway were interviewed. A closed questionnaire was used approaching aspects of the drivers’ perception of their health and work. Results: 59.5% of workers are self-employed, and 58.5% do only short travels (within the limits of the State), they work an average 12.7 hours/day and have from 5-8 hours of sleep. Regarding health, they reported constant or occasional postural (67.75%), auditory (37.75%), and stomach problems (57.5%) as well as colds (70%), negative feelings such as fear, stress and depression (58.5%), dizziness (23%), hoarseness (30.75%), hem (36.5%), cough (53.5%). Re-garding consumption habits and behaviors, 87.75% drank coffee, 84.5% ate greasy food, 43% had alcoholic beverages, 19.5% used energizers, 32% smoked, and 2% used other drugs. Conclusion: Several aspects of working conditions, habits and behaviors of truck drivers have negative impacts on health, impairing communication and quality of life.

Keywords: Health Promotion; Quality of Life; Work; Occupational Health.

Introdução

Os motoristas profissionais, tanto de transporte cole-tivo quanto de transporte de cargas, sofrem compro-metimentos na saúde em decorrência do exercício da sua atividade profissional.

Diversas pesquisas vêm descrevendo os comprome-timentos da saúde nessa categoria profissional.

Problemas como a perda auditiva induzida por ruído (PAIR), hipertensão, estresse, câncer, doenças do sono, refluxo gastroesofágico, doenças cardiovascu-lares e do músculo-esquelético, além do envolvimento em acidentes de trânsito são comumente descritos na literatura (Cordeiro e col., 1994; Corrêa Filho e col., 2002; Montovani e Weber, 2002; Cepinho e col., 2003; Freitas e Nakamura, 2003; Mendes, 2003; Silva e Mendes, 2005).

Entre os motoristas profissionais, o risco de adoe-cer é aumentado por causa de determinadas situações – é o caso das doenças cardiovasculares e músculo-es-queléticas, que variam em função da idade e dos anos de escolaridade dos motoristas, com risco aumentado para os trabalhadores dos setores de cargas e de pas-sageiros (Neri Soares e Soares, 2005). Na Dinamarca, em um estudo envolvendo 2.465 motoristas de ônibus, entre 1978 e 1985, os autores Netterstrom e Juel (1988) encontraram um aumento no risco de infarto do mio-cárdio devido às condições de trabalho dos motoristas, como a alta carga de trabalho, o tráfego intenso, ne-nhum contato com os colegas e o hábito de fumar.

O excesso de atividade de trabalho na categoria dos motoristas também é considerado risco para doenças como os distúrbios do sono, varizes, hérnia de disco e hemorróidas, em função da intensa jornada de trabalho (Mello e col., 2000).

Essa diversidade de agravos da saúde dos motoris-tas profissionais tem um impacto negativo na sua qualidade de vida, entendida como um conceito amplo que abrange a complexidade de um construto social, cultural, subjetivo e multidimensional, composto de elementos de avaliação tanto positivos quanto negati-vos e perpassada pela linguagem e comunicação (Fleck, 1999; Fleck e col., 2000; Ramírez, 2001).

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Nesse sentido, vale destacar a importância da lin-guagem oral, que envolve o uso da voz e da fala, para a relação interpessoal, presente nos processos de socia-lização humana e produzindo impactos na qualidade de vida dos sujeitos. Problemas dessa natureza podem ter implicações na autoimagem, nos relacionamentos sociais e afetivos, nas necessidades comunicativas diárias, nas opções de lazer, nos projetos pessoais e no exercício da profissão, de maneira que a comunicação deve ser pensada em relação à saúde geral e à qualidade de vida das pessoas, considerando-se as condições e organização do trabalho (Penteado, 2004, 2006; Gon-çalves e col., 2005).

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, mo-toristas de caminhão são trabalhadores autônomos ou assalariados que, prestando serviços para empresas pertencentes aos ramos de logística e transporte ter-restre, transportam, coletam, guincham, destombam, removem e entregam cargas em geral, dentre outras funções. Dentro da sua área de atuação ainda se en-contra a atividade de comunicar-se (informar a saída, a chegada, os desvios de rota, etc.), em tempo real (atra-vés de telefone, rádio-amador ou via satélite), fazendo parte de seus recursos de trabalho também os apare-lhos de comunicação instalados no veículo (Brasil, 2005). Assim, a qualidade do trabalho de um motorista profissional pode ficar comprometida se a capacidade de se comunicar adequadamente for prejudicada em função das condições e dos riscos presentes no seu trabalho ou mesmo dos hábitos e comportamentos que têm implicações na saúde geral e vocal.

Estudos fonoaudiológicos (Miranda e col., 2005; Penteado e col., 2005; Costa e col., 2005)realizados com motoristas de caminhão identificaram a presen-ça de queixas e sintomas vocais e interferências na comunicação, tais como: rouquidão, pigarro, tosse, afonia, garganta seca, dor/ardor na garganta, falta de ar, desconforto, cansaço, falhas ou quebras na voz ao falar e ao cantar. As autoras indicam como possíveis aspectos intervenientes e agravantes desses problemas os hábitos vocais de gritar, cantar e falar muito e alto; as condições ambientais como poeira, fumaça, fuligem de queimada, cheiros fortes e produtos químicos, vento, friagem ou mudança de temperatura, além de hábitos alimentares inadequados e consumo de álcool, fumo e drogas.

Na área da Saúde do Trabalhador, busca-se transfor-mar os processos de trabalho nos seus diversos aspectos, eliminando os riscos e buscando formas de inserção dos trabalhadores no seu trabalho que propiciem a saúde e a qualidade de vida (Alves, 2003). Neste enfoque, a interdisciplinaridade é necessária, pois a Saúde do Trabalhador é um campo estruturado por diversas áreas de conhecimento.

O objetivo desta pesquisa é analisar alguns aspectos da saúde e das condições de trabalho de motoristas de caminhão do interior de São Paulo, buscando identifi-car possíveis relações e determinantes e/ou agravantes de impactos negativos na sua qualidade de vida.

Material e Método

A pesquisa envolveu a aplicação de questionário tipo fechado/múltipla escolha, abordando alguns aspectos de saúde geral e de condições de trabalho de motoristas de caminhão (Anexo). O questionário abordou, ainda, outras questões específicas relacionadas à saúde vo-cal, que não se fazem parte deste estudo, mas que irão constituir estudos futuros.

A coleta de dados foi realizada no período de janeiro a julho de 2005. Os questionários foram aplicados em caminhoneiros, durante o período diurno, em locais de paradas, como estacionamentos de carga/descar-ga e postos de abastecimento de combustível da Rodovia SP-330 (no interior do Estado de São Paulo, especialmente na região de Americana e Piracicaba). Vale ressaltar que os sujeitos não foram submetidos a consultas ou exames clínicos e as respostas referen-tes a problemas de saúde ou queixas não decorrem de avaliação médica, são oriundas das percepções dos próprios caminhoneiros.

Participaram da pesquisa 400 motoristas de cami-nhão do sexo masculino, com idade entre 21 e 65 anos. Os dados receberam tratamento estatístico por meio de análise descritiva e analítica:

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A pesquisa que originou este estudo obteve aprova-ção no Comitê de Ética em Pesquisa da Unimep (19/05 de 5/05/2005).

Resultados

Os motoristas entrevistados trabalham como autôno-mos (59,5%) ou empregados (40,5%), efetuando rota do tipo curta (58,5%), ou seja, no limite do Estado; longa (37,2%), ou seja, interestadual ou internacional e alternada curta/longa (4,2%). Transportavam carga do tipo: seca (59,5%), constituída por produtos como máquinas, “container”, madeiras, materiais de cons-trução, mudanças, plásticos, dentre outros; viva (3%), como bovinos e aves; química (20,5%), constituída por materiais como cimento, gases, corrosivos, inflamá-veis, materiais tóxicos, dentre outros; resfriada (0,5%), para frigoríficos; alimentícia (14,5%), água, grãos, frutas e outros produtos industrializados. Possuíam os seguintes modelos de caminhão: baú, carroceria, convencional e sider.

A idade média dos motoristas estudados (400) foi de 42,2 anos (desvio padrão de 10,4):

Tabela 1 - Número e proporção dos motoristas estudados por faixas etárias, São Paulo, 2005 (N = 400)

Faixa etária (anos) N %

Até 29 57 14

30 a 39 86 21

40 a 49 158 40

50 a 59 80 20

Mais de 59 19 5

Total 400 100

Houve predomínio de motoristas na faixa etária de 35 a 44 anos de idade (34%).

Entre as queixas de saúde relatadas, constatou-se associação positiva com a faixa etária: dificuldades au-ditivas e de compreensão de fala (p = 0,0006), cansaço e sono (p = 0,0099), e obesidade (p = 0,0001).

A carga horária diária de trabalho (tempo de via-gem) variou entre 3 e 24 horas, com uma média de 12,77 horas diárias. A distribuição do tempo de viajem ocorreu deu, na amostra, da seguinte maneira:

Tabela 2 - Número e proporção dos motoristas estuda-dos, por faixas de trabalho, São Paulo, 2005 (N = 400)

Horas de Trabalho N %

Até 7 h 56 14

De 8 h a 10 h 81 20

De 11 h a 13 h 117 29

De 14 h a 16 h 75 19

Mais de 16 h 71 18

Total 400 100

Nota-se, portanto, que a maioria (68,3%) trabalha de 9 a 17 horas por dia.

Na análise das horas de trabalho em relação às queixas de saúde, constatou-se associação positiva com câimbras e tensão nos membros superiores (p = 0,0004) e problemas emocionais – sentimentos negativos, de-pressão, angústia, ansiedade (p = 0,0002).

As horas de sono diárias variaram entre 2 e 12 horas, com predomínio do intervalo de 5 a 8 horas e uma média de 7 horas diárias de sono, apresentando a seguinte distribuição:

Tabela 3 - Número e proporção dos motoristas estuda-dos por duração do sono, São Paulo, 2005 (N = 400)

Horas de sono N %

0 a 3 horas 15 4

4 a 5 horas 83 21

6 a 7 horas 118 29

8 a 9 horas 154 38

10 a 12 horas 30 8

Total 400 100

Na análise da associação entre as horas de sono e os problemas de saúde relatados, constatou-se associação positiva com câimbras e tensão nos membros superiores (p = 0,0002). Houve associação positiva entre os hábitos dos motoristas e as horas de sono, o uso de energéticos (p = 0,0001) e o hábito de ingerir café puro (p = 0,0061).

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Tabela 4 - Freqüência de hábitos de consumo e comportamentos referidos pelos motoristas, São Paulo, 2005 (N = 400)

Hábitos Sempre (%) Às vezes (%) Nunca (%)

Viajar com os vidros abertos 52,5 37,25 10,25

Viajar com o teto solar aberto 31,25 29,5 39,25

Viajar com o ar condicionado ligado 20,75 33,75 45,5

Ingestão de água constantemente 49 45,25 5,75

Ingestão de café puro 50 37,75 14,25

Alimentação gordurosa 33,25 51,25 15,5

Ingestão de bebida alcoólica 4 39,5 56,5

Tabagismo 21,25 11,25 67,5

Consumo de energético 1,25 18,25 80,5

Consumo de estimulantes (“rebites”) 0,25 7,25 92,5

Uso de drogas 0 2 98

Na análise da associação entre os hábitos dos mo-toristas e as queixas de saúde, observou-se associação positiva entre viajar com os vidros abertos e queixas de tosse constante (p = 0,0049), tabagismo e tosse (p = 0,0001), tabagismo com sensação de garganta seca (p =

Tabela 5 - Freqüência de queixas e problemas de saúde referidos pelos motoristas São Paulo, 2005 (N = 400)

Queixas e Problemas de saúde Sempre (%) Às vezes (%) Nunca (%)

Problemas de postura 16,5 51,25 33,25

Problemas de audição 6,75 31 62,25

Tonturas 1,5 21,5 77

Resfriados e gripes 3,5 66,5 30

Problemas estomacais 14,75 42,75 42,5

Estresse/depressão 14 44,5 41,51

Tosse 7,5 46 46,5

Sensação de bolo na garganta 1,75 16,25 82

Cansaço ao falar 1,5 17 81,5

Rouquidão 4,25 26,5 69,25

Pigarro 9,75 26,75 63,5

Dor ou ardor na garganta 4,25 34,25 61,5

Garganta seca 4,5 40,75 54,75

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Discussão

As relações entre idade e cansaço, sono e obesidade, associadas às longas jornadas de trabalho diário e ao consumo de energéticos e café, indicam redução gradativa da qualidade de vida, com impactos negati-vos na saúde física, mental, vocal e comunicativa dos motoristas (Mello e col., 2000).

As dificuldades auditivas e de compreensão de fala podem estar estreitamente relacionadas, com prejuízos para a comunicação, para as relações interpessoais, so-ciais e também profissionais dos motoristas, lembrando que muitos deles utilizam a comunicação por sistema de rádio-amador e celular durante o trabalho, o que de-manda condições de audição saudável para compreender o que é dito, mesmo com o ruído interno na cabine do caminhão e o ruído externo do trânsito. Dificuldades comunicativas podem comprometer a troca de informa-ções e a qualidade do trabalho realizado. Nota-se, pela tabela 5, que cerca de 37% dos sujeitos têm problemas constantes de audição; entretanto a tabela 1 mostra que a faixa etária não justifica as dificuldades de audição, uma vez que a maioria dos sujeitos da pesquisa está na faixa entre 40 e 49 anos. Isso leva a pensar na possibili-dade de que os problemas auditivos advenham de causas ocupacionais, uma vez que vários autores (Cordeiro e col., 1994; Santos Júnior e Mendes, 1999; Cepinho e col., 2003; Freitas e Nakamura, 2003; Mendes, 2003; Silviero e col., 2005) afirmam que os problemas auditivos, em motoristas, podem ter origem ocupacional em decor-rência da exposição ao ruído, às vibrações dos veículos e a produtos químicos, e podem caracterizar-se como Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR).

A tabela 2 mostra que a jornada de trabalho diária dos motoristas é longa, maior que 8 horas e compro-metem o tempo de sono e o descanso, com implicações negativas na saúde física e mental, podendo gerar problemas musculares e posturais com sintomas como tensão, fadiga, câimbras e dores; o sono insuficiente e o cansaço podem predispor ao estresse emocional e à depressão e a sentimentos negativos, como a angústia e a ansiedade, os quais podem ter relação com distúrbios alimentares, repercutindo em obesidade e em proble-mas digestivos (tabelas 3, 4 e 5). Estudos anteriores (Silviero e col., 2005) identificaram problemas como falta de tempo para a alimentação como uma das cau-sas de distúrbios gastrintestinais e sintomas e doenças

relacionadas ao sistema músculo-esquelético como a principal causa de morbidade em motoristas.

Segundo Behlau e Pontes (1999), alimentos pesa-dos, gordurosos e condimentados lentificam a digestão e dificultam a livre movimentação do músculo diafrag-ma, essencial para a respiração e apoio para a produção da voz, além de provocar refluxo gastroesofágico. A alimentação gordurosa e a obesidade também confe-rem risco à saúde por estaconfe-rem relacionada a quadros hipertensivos e doenças cardíacas (Netterstrom e Juel, 1988; Neri Soares e Soares, 2005).

Diversos autores (Pinho, 1997; Behlau e Pontes, 1999; Oliveira, 2004) apontam relações entre falta de repouso adequado e problemas posturais, tensões corporais, alimentação inadequada, refluxo gastro-esofágico, resfriados e/ou gripes e problemas de voz – irritações, edemas e a alterações laríngeas e vocais –, juntamente com a restrição da expressividade corporal e da qualidade vocal na comunicação.

Quanto aos hábitos de consumo e comportamentos (tabela 4), o café, os energéticos e o rebite são substân-cias ingeridas com a finalidade de combater o sono e o cansaço e manter o sujeito acordado por mais tempo. Alguns motoristas, pressionados pela necessidade de cumprir prazos de entrega de cargas, acabam fazendo uso desses produtos para evitar as necessárias paradas para o sono e descanso.

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O hábito de viajar com os vidros e o teto solar aber-tos expõe o sujeito ao vento e à friagem dele decorrente, bem como à poeira, à fumaça, à fuligem de queimadas e à poluição, agentes químicos de riscos ambientais ocu-pacionais que agridem o sistema respiratório – nariz, boca, garganta, laringe e pulmões (Miranda e col., 2005; Penteado e col., 2005). A exposição diária e crônica ao ar poluído pode resultar em uma resposta irritativa respiratória e do trato vocal, sendo que os sintomas vocais e laríngeos relacionados à poluição geralmente incluem rouquidão, tosse, sensação de irritação e secu-ra na garganta, dificuldade respisecu-ratória e irritação dos tecidos e mucosas de nariz, bocal, olhos e trato vocal e respiratório, que afetam a voz (Behlau e Pontes, 1999). No tocante à friagem (tanto a advinda dos ventos dos vidros e do teto solar abertos, como a proveniente do uso do aparelho de ar condicionado), vale lembrar que as mudanças bruscas de temperatura e choques tér-micos podem causar problemas de saúde geral como gripes, resfriados, inflamações e infecções de laringe, comprometendo a saúde vocal (Behlau e Pontes, 1999; Miranda e col., 2005; Penteado e col., 2005).

No que diz respeito ao tabagismo, se sabe que a fumaça do cigarro causa irritação, inflamação e edema da mucosa laríngea, ocasionando agravamento da voz, cansaço ao falar ou cantar, dificuldade de projeção da voz, incoordenação pneumofônica, pigarro, tosse, doenças cardíacas, e câncer de laringe e de pulmão (Netterstrom e Juel, 1988; Pinho, 1997; Oliveira, 2004; Miranda e col., 2005; Penteado e col., 2005).

O hábito de ingerir água é considerado saudável para a produção da voz, uma vez que ingestão de líqui-dos favorece a hidratação da laringe e do trato vocal, evitando também as sensações de garganta e boca secas. É desejável a ingestão de, em média, dois litros de água diariamente(Behlau e Pontes, 1999).

Além dos riscos para a segurança e saúde geral dos motoristas, o consumo de bebidas alcoólicas, principalmente as destiladas, acarreta o ressecamento e a irritação da mucosa da laringe, causando disfonia crônica (Pinho, 1997; Oliveira, 2004).

Nota-se, portanto, que as condições de trabalho dos motoristas têm impactos negativos sobre a sua qualida-de qualida-de vida e diversos aspectos da saúqualida-de geral, com reper-cussões possíveis na sua saúde vocal e comunicação.

Conclusões

O estudo levantou diversos aspectos das condições de trabalho de motoristas de caminhão que podem exercer impactos negativos sobre a saúde geral, com prejuízos para a comunicação e para a qualidade de vida desses trabalhadores.

Há necessidade de desenvolvimento de ações edu-cativas para a promoção da saúde desses trabalhadores que sejam orientadas por uma perspectiva ampla e abrangente de saúde e relacionadas às condições e or-ganização do trabalho e à qualidade de vida – incluindo a comunicação. As ações devem envolver os motoristas e as empresas de transporte que os contratam, além de empresas relacionadas aos ramos de logística, trans-portes e estradas de rodagem, em parcerias pautadas pela integralidade, interdisciplinaridade e intersetoria-lidade, articulando as áreas de Saúde do Trabalhador, Fonoaudiologia, Psicologia, Nutrição, Fisioterapia, Medicina e outras.

Vale ressaltar que outros estudos se fazem perti-nentes para o aprofundamento da investigação das condições e da organização do trabalho de motoristas de caminhão e de como elas interferem nos espaços de vida extra-trabalho, além das relações dessas com as-pectos de subjetividade, por exemplo, as percepções, os receios, as satisfações e as expectativas dos motoristas sobre as relações entre saúde, trabalho e qualidade de vida e, também, sobre ações possíveis de serem im-plementadas para a transformação das condições de trabalho e a melhoria da sua atividade profissional.

Anexo - Questionário

Motorista de caminhão e carreteiro, complete os es-paços e assinale com X no quadradinho referente às coisas e situações que acontecem com você:

Iniciais do nome: ______________ Idade: ____anos Sexo: Masc. Fem.

Motorista: Autônomo Empregado

Tipo/Modelo do caminhão: ___________________________ Tipo de carga: __________________________

(8)

1. O que você acha da sua voz e da sua fala? Gosto do som da minha voz

Gosto “mais ou menos” do som da minha voz Não gosto do som da minha voz

Minha voz é muito grossa Minha voz muito fina

O som da minha voz é adequando / normal O volume da minha voz é muito forte O volume da minha voz é muito fraco O volume da minha voz é adequado / normal Minha fala é muito rápida

Minha fala é muito lenta e devagar

Acho que a velocidade da minha fala é adequada /normal

Eu troco sons na fala (troca “letras” quando fala) 2. Sua voz é importante no seu trabalho?

Sim Não Às vezes

3. Como você usa a voz no trabalho de motorista?

Fala levantando peso ou fazendo força para carregar o caminhão

Sempre Nunca Às vezes

Grita com o “chapa” enquanto carrega o caminhão

Sempre Nunca Às vezes

Conversa com o “chapa” na cabine durante a viagem

Sempre Nunca Às vezes

Fala ao Rádio Amador

Sempre Nunca Às vezes

Fala ao telefone celular e/ou viva-voz

Sempre Nunca Às vezes

Canta acompanhando músicas do rádio (AM/FM ou CD)

Sempre Nunca Às vezes

Canta sozinho

Sempre Nunca Às vezes

Grita com pessoas na rua e no trânsito

Sempre Nunca Às vezes

Conversa com cobradores de pedágio

Sempre Nunca Às vezes

Viaja em silêncio o tempo todo

Sempre Nunca Às vezes

Nas paradas conversa com clientes/funcionários dos postos

Sempre Nunca Às vezes

Nas paradas, telefona para familiares, amigos e amigas

Sempre Nunca Às vezes

4. A sua voz é importante na sua vida pessoal? Sim Não Às vezes

5. Como você usa a voz na sua vida pessoal?

Conversa com a família

Sempre Nunca Às vezes

Conversa com os amigos

Sempre Nunca Às vezes

Conversa com namorado ou namorada

Sempre Nunca Às vezes

Conversa para fazer negócios

Sempre Nunca Às vezes

Canta, faz leituras ou testemunhos na Igreja

Sempre Nunca Às vezes

Canta em casa, no chuveiro ou acompanhando as músicas que tocam no aparelho de rádio, de CD ou no “videokê”

Sempre Nunca Às vezes

Canta em rodas de amigos, churrascos, festas e bares

Sempre Nunca Às vezes 6. Quais os hábitos que você tem?

Viaja com os vidros da cabine abertos

Sempre Nunca Às vezes

Viaja com o teto solar da cabine aberto

Sempre Nunca Às vezes

Viaja com ar condicionado ligado

Sempre Nunca Às vezes

Fuma

Sempre Nunca Às vezes

Toma bebida alcóolica

Sempre Nunca Às vezes

Toma energéticos

Sempre Nunca Às vezes

Toma rebite

(9)

Usa drogas (cocaína, maconha, crack e outros)

Sempre Nunca Às vezes

Chupa pastilhas para a garganta

Sempre Nunca Às vezes

Come alimentos gordurosos, frituras ou apimentados

Sempre Nunca Às vezes

Toma café puro

Sempre Nunca Às vezes

Bebe água

Nunca de 1 a 7 copos por dia 8 copos ou mais por dia.

7. Quais os problemas de saúde que você tem?

Dor de cabeça

Sempre Nunca Às vezes

Cãimbras, tensão e/ou dor nos ombros, braços e mãos

Sempre Nunca Às vezes

Cãimbras, tensão e/ou dor na nuca e/ou no pescoço

Sempre Nunca Às vezes

Range os dentes

Sempre Nunca Às vezes

Dor na ATM (articulação temporo-mandibular)

Sempre Nunca Às vezes

Problemas de postura, de coluna e/ou dor nas costas

Sempre Nunca Às vezes

Perda da audição ou dificuldade para entender conversas ao telefone ou em ambientes de festas e com ruído

Sempre Nunca Às vezes

Apito ou zumbido no ouvido

Sempre Nunca Às vezes

Otite, inflamação ou dor de ouvido

Sempre Nunca Às vezes

Tonturas, náuseas e vômitos

Sempre Nunca Às vezes

Resfriados e gripes

Sempre Nunca Às vezes

Nariz ressecado ou escorrendo, alergia, coceira ou san-gramento no nariz, rinite, sinusite, bronquite, asma)

Sempre Nunca Às vezes

Azia, “queimação” no estômago, gastrite ou refluxo

Sempre Nunca Às vezes

Sentimentos negativos de estresse, nervoso, depres-são, insegurança, angústia, medo e ansiedade

Sempre Nunca Às vezes

Machucados, placas brancas ou feridas na boca (lábios, língua, bochechas ou céu da boca)

Sempre Nunca Às vezes

Insônia (falta de sono e problemas para dormir)

Sempre Nunca Às vezes

Cansaço e sono

Sempre Nunca Às vezes

Ronco

Sempre Nunca Às vezes

Problemas dentários (cáries, perda ou falta de dentes, dentes tortos, dentes quebrados e uso de dentaduras)

Obesidade (gordo, acima do peso ideal)

Problemas de coração, hipertensão, taquicardia ou “batedeira”

Diabetes

Problemas de circulação, varizes ou peso e cansaço na perna

8. Você tem queixas, sintomas e problemas na voz?

Rouquidão (voz rouca)

Sempre Nunca Às vezes

Pigarro

Sempre Nunca Às vezes

Tosse

Sempre Nunca Às vezes

Perda da voz (sem som nenhum - afonia - mutismo)

Sempre Nunca Às vezes

Garganta seca, raspando, coceira ou “areia” na garganta

Sempre Nunca Às vezes

Dor ou ardor na garganta

Sempre Nunca Às vezes

Falta de ar ao falar

(10)

Cansaço ao falar

Sempre Nunca Às vezes

A voz falha ou quebra ao falar

Sempre Nunca Às vezes

Desconforto ou dor ao falar

Sempre Nunca Às vezes

Sensação de “bolo” na garganta

Sempre Nunca Às vezes

Dificuldades para engolir ou dor para engolir

Sempre Nunca Às vezes

A voz falha ou quebra ao cantar (a voz quebra ou some em algumas notas)

Sempre Nunca Às vezes

Desconforto ou dor ao cantar

Sempre Nunca Às vezes

9. O que afeta a sua voz e sua ‘garganta’ ? Falar muito

Falar alto Gritar Cantar Poeira Fumaça

Fuligem de queimada de cana

Vento, friagem ou mudança de clima e temperatura Ar condicionado

Fumo

Alimentos gelados ou bebidas geladas Álcool

Drogas

Cheiros fortes e produtos químicos

Frituras, alimentos apimentados, pesados e gor-durosos

Estresse, nervoso, ansiedade ou emoções fortes Café

Refrigerantes e bebidas com gás Energéticos

Outros: _______________________________ 10. Já fez algum tratamento para a voz?

Sim Não

11. Conhece o trabalho da fonoaudiologia? Sim Não

Referências

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Tabela 2 - Número e proporção dos motoristas estuda- estuda-dos, por faixas de trabalho, São Paulo, 2005 (N = 400)
Tabela 5 - Freqüência de queixas e problemas de saúde referidos pelos motoristas São Paulo, 2005 (N = 400)

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