A REFORMA SANITÁRIA E A PARTICIPAÇÃO DO ENFERMEIRO
Iara de Moraes Xavier"
Carmen L. L. Garcia'''
Maria Aparecida de Luca Nascimento'''''
RESUMO
-Discute a Reforma San itária brasileira como um prceo técnico e polftico abordando os aspectos sciais e administrativs. Apresenta opiniões de enfermeiras que atuam nas Unidades Asistenciais do INAMPS situadas nas regies Note, Nordeste, CentroOeste, Sul e Sudeste sbre conceituação, expectativas quanto à sua implantação, participação da enfermeira, entendimento do proceso em função da opulação e o sig nificado da Reforma Sanitária frente ao compromisso scial da Enfermagem .ABSTRACT
-I t discus the Brazilian Sanitary Reform as a technical and political pro cess, aproaching the conmic, social and administrative aspects. It presents opinions of nursas that act in Asistencial U nis of INAM PS lcated in Noth, Nothest, Midwest, outh and outhest Regions, aout concept, expectations about is implantation, n urse's par ticipation, u nderstanding of the prces according the population and the meaning of Sa nitay Reform related to the ocial cmmitment of Nursing.1
INTRODUÇÃO
Ao ressurgir a nova éoca onde todas as ex
pectativas vão ao encontro de questioamentos pro
issionais mais freqüentes, depara-se, vez or outra,
com a inquietude própria do aual .momento.
Seria diícil o consenso, no que diz reseito
s
eectaivas proissioal, olíica, técnico-cientíica.
Evidentemente, o descompasso entre cada um des
ses comonentes, acarreta um desniveltmento com
sérias implicaçes.
A mudnça observada com relaço a objetivos
políticos de saúde, não eitiu o seu �companha
mento nos diversos níveis dos proiSSIonais dessa
ra,
em escial, da enfemagem.
Muito e tem falado sobre as causas e conse
qüências desa desinfoação, mas, o que se ode
observar de imediato é que o enfermeiro, enquanto
parte integrante de uma sciedade, atuando técnica
e cientificamente, não resonde
à
conclamação so
cial e olítica desta mesma ociedade.
Sendo a Refoa Saniária
m
movimento s
cial que deede do comprometimentó dos proissi
nais de sade com a opulação e considerando que
ão há movimento cial em interação essoal, é de
sejável que o enfenneiro esteja seriamente eme
nhado a realzação desa proposta.
O preete estudo vera sobre essa problemáica,
pretendendo enfcr ta a exectiva que a Reforma
Saitária gera no enfemeiro, enquanto um movi
mento cial de base mo
à
assistência integralizada
para tda a opulação .
2 REVISÃO DE LITERATURA
A Reforma Saiária, or er um processo téc
nico e olítico, passa a ser alisado no contexto his
tórico das Políticas EconÔmica, Social e
Administrativa do País.
O início desse movimento snitário brasileiro se
deu a décaa de
20com a criação do primeiro órgão
nacional resonável ela olítica de saúde, o De
paramento Naciol de Sade Pública dirigido por
Carlos Chagas. Em
1930organizou-se o Mnistério
de Educação e Saúde.
O erído de
190a
194caracterizou-se eJa
inexistência de a Política de Saúde. O que houve
foram progrs de âmbito inteaciol, itegrando
istituiçes nacionais e inteacionais - Mnistério
da Saúde, OMS e UNiCEF.
Evento mais siniicativo, nessa éca, foi a
IICoferência Nacional de Saúde (1%3) que recomen
dou o mdelo de coertura, partindo da Atenção Pri
mária de Saúde até a Atenção Terciária, denunciou
a tendência de esecialiação e o uso de equipmen
tos soisticados que contribuíam para a deendência
estrangeira.
A artir de
194,a área de aúde passou or um
processo de centraliação e privatização, compatí
vel com a estrutura de der insaurda no País.
"No caso esecíico de Saúde Pública
ssuas deiciências e redzem
à
ausência de pla
nificação,
à
falta de capacidade gerencial e in
crivelmente
à
ouca iniciativaparticular. Isto é:
os problemas erim rsolvidos ela privaaço
. Enfermeira - Cordenadora de Administração de Atividades de Enfermagem do INAMPS. Mestrando em Ciências da Enfer magem da UNI-RIO. Professora Assistente do Departamento de Enfermagem Médico - Cirúrgica / UI-RIO .
.. Enfeeira - Profess�r Assitente do epento e nfemagem de Saúde-ública / UNI-RIO. Mestrado em ducação a UFF . ... Enfemeira da Coordenadoria de Administração de Atividades de Enfermagem do NAMPS - Professora Assistente do De partamento de Enfermagem Mateno-Infantil / UNI-RIO. Mestre em Ciências da Enfermagem.
dos serviços de aúde. As denças capazes de
atingir grandes orçes da opulação brasileira
coninavm denro do camo de Saúde Pública,
icndo o atendimento médido de cunho indi
vidual como reonabilidade do setor previden
ciário. A medicalzação da vida social foi
imosta tanto a aúde pública, quanto na pre
vidência scial. O resultado dos plnos e ds de
cisões em Saúde Pública de er veriicado
através das deseas. A participação do Minis
tério da Saúde s deseas totais feitas elo o
verno federal caiu de
68 %
em
1965
para
57,9 %
em
1968,
descendo aina mais para
39,2 %
em
197 1 " . (VIEIRA,
1978).
Em
1967,
acompando a tendência de centra
lização observada nos órgãos federais, a ssistência
previdenciária foi uiformiada e iada, ndino
tdos os Institutos de Penes em somente um, o Ins
tiuto Nacional de Previdência Scial - INPS.
Em
1968,
foi implntado o Plno Nacional de
Saúde que não se concretizou, ndo lugar a
a
-líica que favorecia a privatiação do etor, enfati
zando a hospitalização. Conseqüentemente,
ncrementando a indústria faacêutica e a tcnolo
ga
soisticaa dos equipamentos médico-hospi
talares.
A opção gove
mental or esa olítica de aú
de, acentuou a concentração de renda, aumentou a
deedência do Brasil aos países
s
avnçados que
dominam esas tecnologias e provndo uma baixa
a
qualidade de vida a opulação brsileira.
" A olítica e de e
1968
favorcia a tenção
no setor privdo. O Plno Naciol de Sade foi
aplicado em rês áres exerimentais (piloto),
s
qs
ó
e tem álie ds reultds e ds
áreas: Nova Friburgo e Goinia. Os técnicos do
Ministério a Súde nvestigarm a implantação
do Plano Naciol de Saúde, chegando
àcon
clusão de que este era inviável, tendo em vista
a inexistência de
a
estrutura econÔmico
-inanceira que garantisse os recursos necessá
ris
à
aplicação do plano a nível nacional" .
MELLO
1982)
"O
início da década de
70
até
74
é marcado or
forte repressão oíia, no auge do Mlagre Eco
nÔico. A tendência marcante na esutura or
çamentária do Estado Brasileiro é voltaa para
a centralização do der olítico e ecoômico
em unção do capital e em demento, onto,
s
es
com o em-estar cial" . (COSTA,
1987)
"Ante tal situação, a olítica de saúde, iicia
tiva do Estado, vai expresar tamém os interes
ses do capital, pasndo a privilegiar ta uma
assistência curativa, onde a ndúsa faacêu
tica e de equipamentos têm lugar esecial" .
(GERMANO,
1984)
Tdas essas citaçes foram reforçadas quando
em
1974
foi crido o Ministério a Previdência e As
sistência Social, que e tomou, desde logo, o
deten-tor do maior orçamento da República, inferior aeas
ao orçamento geral da União.
Em etembro de
1977,
foi implantado o Sistema
Nacional de Previdência e Assistência Scial - SN
PAS -, através da ei n?
6.439.
Integrante do SIN
PAS, o Istituto Nacional de Assistência Médica da
Previdência Social - INAMPS - assumiu a lide
rança da Assistência Médica Individual e Curativa.
A necessidade de disciplar os serviços de saúde
no país foi rcohecida ela Presidência da Repú
blica em
1975,
qando promulgou sob o n?
6.229,
a lei em que o Congresso Nacional disôs sobre a
organização do Sistema Nacional de Saúde. Essa lei
legitimou e istitucionalizou a pluralidade no setor,
ou seja: deiu em suas grandes lihas as reson
sabilidades das várias instituiçes, como a Previdên
cia Scial encarregada a assistência curativa, e o
Ministério da Saúde, acolitado elas Secretarias Es
duais e Mnicipais e Saúde esonáveis elos cui
dados preventivos de alcnce coletivo.
A deseito dese evidente emenho em organi
zar e disciplinar a atuação dos órgãos do setor pú
blico no camo da proteção da saúde, ocorreu o
agravamento
s
deformaçes de uma atividade que
cda vez mais enfatiza a hospialização, em detri
mento das açes preventivas e da atenção primária
tão necessárias
àproteção da aúde.
No
m
da década de 70, os movimentos sciais
como a campaha ela aistia, em defesa a Ama
zÔnia, contra os contratos de risco e as presses
a
classe rabalista, como a greve dos metalúrgicos do.
ABC-São Paulo e as greves dos proissionais de
saúde, em tdo o país, levarm o goveno a propor
políticas que contivesem esses movimentos, atra
vés de programas pseudamente sciais.
As Conferências Nacionais de Saúde, realia
das em
1975, 1977 e
1980, resectivamente, V, VI
e VII, incluíram em es discursos estratégias de ex
tensão de coertura das açes de saúde, principal
mente
s
regies carentes.
V ários foram s programas sugeridos para ten
tar revalorizar os cuidados primários na proteção da
saúde como: o Plano Integração das Açes de Saúde
e Saneamento (PIASS), o Plano de Localiação de
Unides de Saúde (PLUS), o PREV -SAÚDE e mui
tos outros, menos ambiciosos em extenão terito
rial,
sigumente em eus propósitos ciais.
Projetos e programas dese tio enfaticamente
recomendados na
7�
Conferência Naciol de Saúde
e na Última Reunião a Organiação Mundial de
Saúde, em Alm:-Ata.
" Em seguida, surgiu como proosa oicial o
Programa Nacional de Serviços Básicos de
Saúde (PREV-SAÚDE). Sa versão origal, de
agosto de
1980,
emora não sendo divulgada,
chegou ao cohecimento de als setores, con
tendo entre outras as eguintes diretrizes bási
cs: Epansão de coertura, or seviços básicos
de saúde a tda a opulação, com ênfase as me
dis prevenivas. reorientação do setor público,
com a nalidade de aumentar a sua prdutivi
dade, promovendo, ao mesmo temo, a sua in
cooração ao atendimento ecunário e terciário
do sistema. ( . . . ) Participação comunitária con
siderada como m comonente undamental do
desenvolvimento olítico da sciedade. Pro
moção a melhoria as condiçes do ambiente,
compreendendo a implntação de sistemas sim
pliicados de abstcimento e água, destno ade
do dos dejetos e melhoria abitacional ( . . . . )"
(MELLO,
1982)
"Este progrma,
a a
verão inicl e, ortanto, antes de se
co
gitar
asua implantação, foi
completamente mdiicado, sendo retiradas as
diretrizes de reformular o mdelo de aúde.
Desta forma, o PREV-SAÚDE teve assim sua
vida, paixão e morte" . (MELLO,
1982)
Através da ação conjunta dos Ministérios da
Saúde Previdência e Assistência Scial, Educação,
Trabalho e do Interior, surgiu em
1979,
o Programa
de Extensão das Açes Bsics de Saúde (PREV
-SAÚDE).
Esse programa foiexaustivamente dis
cuido durante a VII Conferência Nacional de Saúde,
realizada em Brasília, em março
de
1 980.
A proosta do PREV-SAúDE
não agradou à
área econÔmica do goveno, nem às mltiacionais,
orque uma das suas proosiçes era a u
l
ização de
tecnologia apropiaa, de baixo
custo,isto
é,uso
de métdos e de materiais médico-hopitalares de ei
cácia comprovaa e de preço ao alcnçe dacomu
niade e do
pís.Não
encontrando ressoância olítica, o PREV -SAÚDE não de ser implantado. Esses progrs form undmentados orm
referencil
scial, que e chcava com a olítica oicial,
motivo elo qual , nunca foram implntadse
oeracionalizdos nacionamente.
Para q�e surgise, no ício da décaa
de
80,
outras proostas de mudnça a olítica de aúde,
foram necessários vários eetes, quais sejam:
avanço do prcesso de demcratzação, do país; au
mento de isatisfação opular; nível de prdutivi
dade muito aquém da capacidade instalada dos
serviços públicos, principalmente o INAMPS e a
crise da Previdência
�cJ.
Dentro desse contexto,
foi criado o Conselho je Admiistração de
SaúdePrevidenciária (CONASP), Decreto n?
86.329,
de
2
de setembro de 1 98 1 . sse Coneo teia coo unção precípa sesorr o MPAS. Ele aontava ts s ditorçes existentes, icava m processo de revo a oíicae
sssêcia mi-spitlar do INAMPS e pra a negraçãoe
ds as s tituiçes de aúde.O CONASP icu eão costituído de repreen tntes de
14
entiades, a saer: Representntes dos Ministérios: Saúde, revidência, Trabalho, du cação, Fenda, Exraorrio para a Desburcra tiço, a Scrae
Pejmento da resdência da República, s Confederaçes Naciol a Indús tria, do Comércio, da Agiclura, dos Trabalhdo-12 R. Bras. Enfen" Brasia, 4 1 , (3/4): 190-198 jul./dz. 1988res
da Indstria, do Comércio e da Agricultura e do Conelho Federal de Medica.Em ma
io
de1982,
o CONASP elaorou umPlano
de Reorientação da Assistênciaà
Saúdeno
âmbito
da Previdência Socil (Portaria MPAS n?3.062/82) ,
cujas diretries form assim resumidas:- prioridade maior
s
açes párias de aúde, com ênfaea
assistência ambulatol, cujo unciometo adedo rpeete
a verddeira oa de entraa para o sistea; - integração s insuiçes de saúde ntidas elos govenos federl , estadl e mici pal, num meso sistema, regioaldo e hierarquizado, cuja amplitude de e deve er estimada lcl ou regionalmente, in cluindo a opulação ural;- utilização plena da capacidade de prdução
de serviços or essas isituiçes, às quais de
vem ser asseguradas prioridade nos tendi
mentos à clientela;
- estaelecimento efetivo de íveis e limites orçamentários, para a a coertura assisten cial, ajustando os es programas
s
con diçes reais a ecoomia nacional; - admistração descentralzada dos recurssprevistos;
- recoihecimentc da
participaçãocomplemen
tar da
inciati
va privaaa
prestação da asssência;
- estaelecimento de critérios
s
racioas para a prestação de erviços médicos, nãoÓ
elas instituiçes ou médicos privados, s tmém elos prprios estaelecimentos u ervidores públicos, com vissà
melhoria das condiçes de ateimento;- sipliicação concomitnte ds mecanismos de pagamento de serviços prestados or ter ceiros, com o necesário controle elos órgãos públicos;
- raciolaço
s
dicaçes e prestaçes de erviçs mdicos de custo elevdo, assim coo de tratamento fora de domiclio ou do país, com a criação dosCenrs
de Referên cia para a prestação de ais eviços; - implntação gradl a reforma, numprzo
útil,
que ermia,
entretanto, reajustes even tuais.A
proosta contia nese Plano deve serinter
pretada
como
um natural e já eserado progrma deaperfeiçoamento
da assistênciaà
aúde prestadaela
Previdência
Scial.eguintes princípios e diretrizes:
- resonabilidade do Pder Público em relação
à
aúde da opulação e ao controle do sistema de aúde;- a integração interistitucional terá como exo o setor privado prestador de serviços;
- os progrs, açes e atividades das isti tuiçes envolvids devem er deinids a par tir do qudro de denças mais prevalentes a nível regional e lcal ;
- a integralide das açes de aúde deve sue rar as dicotomias preventivo/curativo, ndividual/ coleivo, ambulatorial/hospitalar; - regionalização e hierarquização dos serviços
em rede única;
- descentralização do prcesso de planeja mento e admistração;
- atendimento de qualiade com resolutivi-dade;
- iversialiação e eqüidade da assistência;
- participação scial
s
istâncias gestoras; - utilzação plena e prioritária s istalaçes da rede pública, ermitindo maior resoluti viade dos serviços;- respeito
à
dinidade dos usuários.Para concretização dos princípios e diretrizes que norteavam as AIS , foram elaoradas estuturas ncionais e orgzacionais através das seguintes Coisses:
- Comissão Interministerial de Planejamento - CIPLAN - 6rgão delierativo
intermi-nisteril - MS - MPAS - MEC - MT -, fonece pautas
à
atuação integraa e efe tivas
situiçs federis e ra o acom phamento a nível nacional das açes integrdas de saúde, conta tamém com a participação do Coseo Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) ;
Comisses Interinstitucionais de Saúde -CIS , de atuação a nível estadual;
- Comisses Regionais Interisiucionais de Saúde-CRIS , de atuação a nível regional; - Coisses Lcais ou Municipais de Saúde
- CLIS/CIMS, de atuação a nível lcal ou municipal.
Ta
essa estrutura está envolvia no processode
planejmento, gestão, acompanhamento e ava liaçãos
açes de aúde.A
programação, a er mplnta or cda instiuiço particite as AIS ,deve
er descenraliada, itegrada e ascendente, istoé,
a prtir do nível local (CLIS) .As AIS foram classiicadas em duas áreas de aação,
a
para as áreas gerais e outra para asrs
esecíics prioris� As árs comprendiam as sub-áreas:- Asistêcia Médico-Hopitalar: cuiddos pri ios; cuidos cios; e cuiddos er ciários.
- Assistência Facêutica.
- Desenvolvimento Istitucional.
As áreas especíicas prioritárias abrangam as
sub-áreas:
- Promoção da Saúde da Mulher e da Criança - Controle de Denças Trasmissíveis
- Controle de enças Redutíveis or Sne-amento.
Aesar de tdos os avanços na olítica de aú de, não se de ai
r
que o CONASP mdiicou a estrutura de uncionamento do INAMPS . Pelo con trário, aproundou a ideologia através dea
racio nalização centralada dos stumentos de dcião, como forma de um controle eiciente e eicz. Man teve uma esruura de orçmento, voltaa para o cus teio de seviços pr6prios, cotratados e conveniados, pouco lexível e privilegiadora dos setores privados e, logicamente, das áreas de maior mercado cosu midor.O
esforço de elaoração da programação pouco tiha a ver com a montagem do orçamento, que aear das mdidas implemendas, crescia, rom pendo com tdas as previses, principalmente nos serviços contratados. Os baixos reajustes e o ão in vestimento agravou a situação de sucateamento vi via pelo setor público.O momento brasileiro aracteriado or um pro cesso de transição olítica - passagem de um longo período de regime autoritário para a implantação de
a
democracia - teve o ano de1984
como um marco hist6rico e decisivo, onde a opulação orga nizada exigiu as eleiçes diretas para Presidente da República e o im do regime militar.No bojo desse movimento, os problemas olí ticos , econÔmicos e ciais form levntados e dis cutidos. Na área da sade, os técicos, juntamente com a população, dianosticaram o Sistema Nacio nal de Saúde como descordendo, ca6tico, ouco eiciente, concentrado
s
regies mais desenvolvi das e privilegiador dos interesses privados, neces sindo dea
resposta rpida, factível, viável e ue reformulasse l Sistema. A mta é " Saúde como um direito de tdos e um dever do Estdo" .Paa reverter o quadro anitário já dianosticado, foi necessário consolidar as AIS como uma estraté gia, deinida ela Reolução CIPLAN 6/4, referen dada em Portaria Interministerial n? Ol /MS/MPS/MEC, de
7
de junho de1985 .
A partir dessa ortria, as AIS, como estratégia efetiva da mu dnças, foi aprondada, objetivando alcnçar o Sis tema Uniicdo, regionalizado e hierarquizdo, encarregado do atendimento universal e igualitário, tendo como ilosoia assistencial a integralidade e a resolutiviade das açes. A Progrmação Orçmen tação Integrada - POI - , que é o insumento via bilizador das AIS , foi agiliaa e efetivada _eas isituições comonentes desa estratégia, dando sus tentação a essa Política de Saúde. Nesse processo, a participação opular é undamental, para asseu rarm
acompmento costante em ts as fa ses, isto é, do planejamento até a avaliação,garanido, dessa foma, a mehora da quliade dos erviços prestados.
As AIS constituem, hoje, um marco olítico in discuível, aingindo
a
amplitude cosiderável, co brindo 2.50 municípios e0%
a opulação brsileira.A articulação progressiva entre os proissioais de saúde e a opulação teve o seu onto alto na
VII
Conferência Naciol de Saúde, realizada em Bra saia, em ro de 196, onno com a piciação de quae cinco l es, dentre s quais,l
de legs. se eveto caracteu-e coo o ais e mcrático, paricipaivo e repreentaivo já realiado nessa área. O nico etor da aúde que ão compa receu à Conferência foi o da medicina privada, que alegou não cocordar com a aordagem, contedo e orgaação do encontro ese momeno istórico da Saúde Brslera.Nessa Conferência, fom discutidos s egn ts es: Se cmo Dreito, efomação do Sis tema Naciol de Saúde e Fcmento do etor e os 135 guos de trabao (38 de delegdos e 97 de participntes) apreenarm relatórios que form coolidads em um dcumento ten
�
o sido apr�vao em plenária, que rcomendu o SIstema Umco de Saúde e a criação a omisão Nacional da Reforma Sanitára.A Comisão Naciol da Refoma Saniária foi constiída a partir da Portaria Iltesterial MEC/MS/MPS n? 02/86 publicda no DOU de 22/8/86, com a lidade de:
- Alir s diicldades identiicdas o n cionmento da rede nacional de eviços de aúde, e sugerir oçes para a nova estru tura orgaacionl do sistema;
- Exr os mentos de articulação en tre os etores de goveno que m na área de saúde, e proor o eu aerfeiçoamento; - Aontar mecismos de planejmento pI
rianl o etor ade, ajstand-e com pre cião
s
ecessidades dos egmentos da opulação a er atendida.A Comisão foi comosta or repreentantes de órgãos govementais, Congresso Nacioal e So ciedade Civl.
A partir de m movimento a enfermagem, a Presiente a Ascaço Brasileira de Enfemagem, Maria José Rossi ntegru a Comisão Nacioal da Reforma Sanitária.
A Coisão Nacional a eforma Sanitária ela orou duas proostas esenciais para a efetivação da reformulação do sistema de saúde, a primeira, direciona-e para o comonente SAÚDE da nova Consituição Brasileira onde " Saúde é um direito as segurado elo Estado a tdos os habitantes do ter ritório nacioal, sem qualquer distinção" , e a egunda enfcndo a Nova Lei do Sistema Nacional. de Saúde, em substituição à Lei 6.229/75, que de fme a Rede Nacionl de Seviços (RENASSA) .
194 R. Bras. Enfem. , Brasia, 4 1 , (3/4): 190-198 jul./dez. 1988
Os Ministros de Saúde e da Previdência Social
a
exosição de motivs o Presidene da epública,publicada no DOU n? 1 36 de 2 1 /7/87, reairmarm que:
" A
Reforma Sanitária propuna a reformulaçãodo
l
Sisema Nacioal de Saúde através dainstitucionalização de um Sistema uniicado de Saúde, e que neste presso, a conolidção e o deenvolvimento qualitativo das AIS costi tuem o eixo estrtégico que ossibilia a criação de Sistemas Uniicads e Descentraliados de Saúde nos Estdos, através das inscis cole giaas das AIS (BRASIL, 1987) :
- Na ára federal a CIPLAN deverá criar me canismos de articulação com a área econÔmica in tegrado orgnicamente, s unçes de plejameto ds diveras istituiçes federais.
O Coelho Nacional ds Secretáris de Saúde - CONASS - teia
a
nção, além da partici pação orgânica do seu presidente, de conelo con sultivo, aol
sera submetido os ssunos mais imortantes antes da delieração.À
CIPLAN caera corder a fomulação do Plano Nacional de Saúde e do orçamento uniicado de sade, consolido os orçamentos federais, es taduais e municiais e acopahamento des
exe cução.- Na ára estdl , s Coses Internsiu
cionais de Saúde, ampliarm
a
repreentatividdecordenado sua prpra execução.
- Nas áreas micro-regionais ou micipais, s Coises Regionais de Sade u Comises Mu nicipais de Saúde, resoáveis ela cordeção
a
fomulação dos plaos regiois u micipais de aúde e elo acommento des
execuçes" . O SUDS (Sistea Uiicdo e Descentralido de Saúde) coosto ela estutura orgânica supa citaa terá a seguinte deição das atribu�çes dos três níveis federativos:À
UNIÃO- eo,
coreaço, conrole e avaliaço do Sistema Nacioal de Saúde, em nível acio nal; eloraço do Plo Naciol de Súde;- Execução direa de eviços, de esquia
e
de coeração técica, de abrngência a
cional ; regulmentação ds relaçes entre
o
etor público e privado na prestação de er
vios de aúde; oatização acional de
s
sistência integral
à
saúde, da vigilnciaepidemiológica, da vigilância nutriciol
e
alimentar, a vigiância
i
a,
doorole
das condiçes de trabalho, do aneament\
do
meio mbiente, da informação em aúde,
a
ea e desenvolvimento tcnológico e
a
prdução, distribuição e controle de u
mos críticos; garntia da redistribuição es
pacial dos reuros do Sistema Nacio
� �e
Saúde; implementação dos Planos aCIOlS
a-úde, de Desenvolvimento Cientíico e Tec
ológico em Saúde e de Prdução e
Distribuição de Insumos Críticos
(equipamentos, medicamentos, imunobioló
gicos, angue e hemderivados).
AO ESTADO
- eo,
cordeaço, conrole e avaliaço do
Sistema Esadual deSaúde; adaptação das
o
s
e diretrizes fedrais ao Sistema Esta
dul de Saúde; execução direta de serviços
de aúde de abrngência estadual; partici
pação
agesão e controle de convênios com
entidades úblics e privadas; elaorção e
oodeao o Plo
dl
e Se; im
plemenação dos Plns Esduais de Recur
os H
o
s, ilformação em aúde,
deenvolvimeno cieico e cológico e de
prdução e distribuição de mos críticos.
AOS MUNIcíPIOS
- eo,
cordeação, cntole e avaliaço do
Sistea Municipal de Saúde; execução i
rea dos erviços de aúde de abrngência
municipal, esecialmente s de atenção bá
ica, e vigicia
ia
, e vigilncia epi
demiológica, de aúde cupacioal e de
controle de edeas; paricipação
ageão
e controle de convênios com entidades ú
blicas e privads; elaoração e cordeação
do Plno Muicipal de Saúde; implemen
tação dos Pos Municpais de Recursos Hu
manos, informação em saúde e de
distribuição de mos críticos.
ea
fora, o itério da Saúde erá o órgão
técic-ormativo das çes de saúde e da proo
sição da olítica nacional de aúde. Pe
n
ecerão
uordados
oMnistério da Saúde aquels insti
uiçes altamente escwiadas, de referência
acioal e voltadas
à
equisa.
O INAMPS sorerá
a
redução em
a
esu
ra, de aneira a aptá-lo
s unçes esecíics
de planejamento, orçamentação e acompmeno.
O prceo de prograç-orçmentação iltegrda
erá aerfeiçoado no entido de conter o conjnto de
recursos das instituiçes, de se costituir o nstru
mento bsico da gesão colegilda, de er
m
ele
mento de compatibiliação entre necessiddes
epress epidemiologicamente e os recuros diso
íveis pra atisfê-las e, ialente, ter como eu
bjeto progrmático o distrito anitário para, a pr
r í,
coolidar-e em planos muicips, edais
e nacional.
O Distrito Sanitário, que é a unidade básica do
sea Ncioal de Súde, ão
e
e liiar a
a
ica plana fsica,
s
abrnger o conjunto dos re
crsos h
n
s e instituiçes existentes em
a
lo
cliade com um sistea de referência e con
ra-referência eiciente e eicz. eve conigurar-se
em
m
complexo orgico de serviços cio
-iáris uja delimitação geográica será deida
or ca Esdo, considerado a realidde lcl a pr
tir de critérios previmente estaelecidos.
A efoma Snia vem endo efeiva em vá
rios níveis: Na Asembléia Costituilte, o relaó
rio da Sucomisão de Saúde, Seguridde e Meio
Ambiente, que assimilou os dois d
m
enos da Co
missão Nacional da Refora Saitária; o Goveo
Federal, através do Decreto n? 94.657, de
20de ju
lho de 1987, assado elo Presidene da Reública
- José Saney - que ise bre a cração de Sis
temas Uniicados e eentralizados de Saúde
(SUDS) e ns govens Estaduais, a partir de
Con-vênios de Estadualiação ue viam costituir o Sis
tea Uniicado e Descntralado de Saúde, ode s
iis sias MPASINAMS, MTB, MS,
MEC, SES)
smem os princípis e dires ese
prceso.
Até o preente omento juo/87), já ssia
rm o Convênio de Esadualiaço: Rio Grade do
Norte, Pemuco, Alagoas, Sergie, Bahia, São
Paulo, Paraá, Rio Grde do Sul, RodÔnia, Mto
Groso, Goiás e Brslia.
A nova conigurço a rede de eviços, uni
icada e descentrzada, gerida or
m
gestor nico
(Secretário Estadual e/ou Municipal de Saúde), er
mitirá
a
rordenação dos níveis de complexidde
de atendimento, maior reoluividade, integralidde
das açes e continuidade o cuidado de saúde.
A Refora Snitária é, ono, o movimento
de construção do ovo Sistea Nacional de Saúde,
a partir ds principais concluses e recomeaçes
da 8� Cnferêca Ncioal e Saúde, isto presue
ue:
- A saúde eja entndia coo
m prso
resultante ds condiçes de vida e a atenção
à
aúde ão e resnja
à
assistência mdica,
s a tas s açes de promção, prto
e recuerção.
- A aúde eja
m
direito de tdos e
m
dever
do Esao, serdos costiuciomete,
daí decorredo a
r
acial as açes
e erviços de aúde, suors
ointe
rese público.
- O seor aúde eja reorgaado e redimen
sioado de foa a eitir o aceso i
versal e igualitário de tda a opulação a
ts as açes e eviços necesários, den
tro do conhecimento e da tcologia diso
nível.
A Refora Snitária está iniciada e deve sig
niicar
m
ho irreversível pra a proão da
aúde no âmbito da scidade brasileira.
3 METODOLOGIA
As autors optaram or uetionar enfermeiros
da rede do INAMPS, ds cico macr-regis do
país: Norte, Nordeste, entr-ese, Sul e Sudeste.
Para nto, determ que os Esdos eim: .
Pará, Maranhão, Alagoas, Ceará, Goiás, Brasiia, io de Janeiro, São Paulo, Parná, Santa Caarina . O ento e oe de cinco uests aer tas sbre Refoa Sniária.
Cada Esdo escoido els autoras, receeu cinco questiorios, tlido ciqüenta questio ários distribuídos.
Cae eclareer Ue as regies Norte, Nordeste e CentrOeste resonderam tdos os questioários, já a Região Sudeste só enviou ete nstumentos pe echids (Rio de Jaeiro:
5
e São Paulo:2)
e a Re gião Sul não os devolveu em temo ábil.A omutaço dos dados btidos teve omo bse
s
resstas que e apreentaram com maior fre qência e a tbulço foida
ud-e o mé tdo de ive-cross.Os enfermeiros resonderm trnta e sete ques tioários, tolndo cento e oiena e cinco questes em aerto, oigido cnco taelas.
O instrumento resondido els · enfermeiros ossibilitou que se bservase s eguntes aectos relacionados
à
Reforma Sanitária:- conceitação;
- exectativas qno
à
implanação; - participação do enfermeiro;- entendimeno do prcesso em nção da o-pulação;
- signiicado da Refoa Saniária frente ao compromisso cial da Efermagem.
A quisa coStatu ue os resondentes os suem inforaçes obre a efoa Saitária, o en tnto, com relação
à
conceitação, veriica-e que a maioria descreve suericilente a questão. Por vezes, a conceitam eroente em
deles em ao menos conseguiu conceitá-la.No que e refere
s
eectativas referentesà
Im plantação a Reforma Snitária,43,24 %
acreditm na prestação de assistência qliicada e niversal;10,81 %
eseram que e efetive a toria proosta e las autoridades;10,8 1 %
acreditam na demcrai zação do der decisório,8,10%
prcupam-se com a ionoia salaril. Houve opinies isolaas relacios
com a duplicide de empregos ea
ue nãoacredita na proosta.
to
à
paricipaço do eemeiro a Refoma Sia,37,83 %
im
ue dee er desde o pla nejamento até a execução,21 ,62 %
eseram que os enfermeiros absorvam a ilosoia da Refola com der de decisão ea
21 ,62 %
acredita que deva ser ativa, cerene, consciene, dcisiva qtoà
o pulação eà
classe.O
etenimento a Reforma Sairia em unção da opulação é vista or27,2 %
dos enfermeiros como a participação efetiva da comiade na im plementação e controle do prcesso,21 ,62 %
como univeralação o atedimento,18,91 %
como aten dmento das reais nessies de de a plação e16,21 %
como deocratiação do serviços de aúde.1 96 R. Bras. Enfen. , Brasia, 4 1 , (3/4): 190- 198 jul./dz. 1 988
Em relação ao comproiso scial a enferma gem e a Reforma Saniária
32,43 %
dos enfermeiros airma serm
comproisso direto com a aúde a oplação presevço e mnuenção),21 ,62 %
acre dia que é o moento de assir o pael ssistencial -olítico diante da opulação;10,81 %
ena que é a oortiade de participar da trnsformação o cial do pas. utras oonies form sbre a força de trabalho, a demcratiação das açes de enferma gem e houve até das que não oueram avaliar qal o compromisso scial do enfermeiro.5
CONCLUsAo
No Brasil a enferagem ntes de er estruturda como proissão teve o eu erl ligado a dus ba inas no século
XVIII,
Fracsa Lae
e Âa Jsia N ei.
Esta la, rconhecida como igura his�órica nacional, destacou-se or eus serviços na guerra que a Tríplice liança (Brasil, Argentia e Uruuai) deenvolveu a serviço do merialismo briânico contra o Paragai.nto o ensio
e
enferagem, a primeira es cola de formação de enfermeiros foi ada em1890,
"Escola de Enfermagem Alfredo Pinto" , di-rigida or médicos, que foava sl para atuar na ára de psiuiaria. A Ecola de nfeagema
Neri, undaa em
1922,
é recohecida coo a pri- ' meira escola de formação de enfermeirs, rprdz o mdelo nighngalio e rge volta para a aúde pública, com a ide de atender a olítica de aúde necessária ao estado brasilero agrário -exortador, exondo os eus objetivs e eu pael scial.Na décda de
40,
com o deenvolvimo do ca pitalismo e das indústrias, srge a clse oerria, sendo criado, então, o sistema previdenciário com a assistência médica voltada para atender curativa mente, de mdo a asegurar a prdutividade o e tor indusrial e os interesses capitalitas do etor aúde.É
nese contexto que a enfermagem encontra espaço para o seu desenvolvimento. Com o declio dos erviços de aúde ública e o avnço a ssis tência hospitalar, a enfermagem, que era eente mente preventiva, pasa agora a cupar a rde hospitalar majoritarimente privada, eprearial e lucraiva, atendendo aos ntereses capialistas.O ensino de enferagem foi consolidado coo matéria de Lei em
1949,
prcurando atender ao en fque da éca, isto é, o enfque assistencial cura ivo, com destaque para s ciêcias ísics e biológicas e para as disciplias proissioalintes, sem ênfase no ensinos
ciêncis ciais. "Na déada de
50,
a úde pública ede cada vezas-sume as caractersticas de divião cial de trabalo
típico do mercado capitalista de prdução, onde o
trabalho é parcelado e o trabahador de enfemagem
não tem controle obre o prduto
ldo eu tra
balho que é a assistência de enfemagem. O enfer
meiro se distanca caa vez mais do paciente,
cupndo cargs de cheia, gerenciando
saçes de
efeagem e acirrdo s colitos entre enferei
os e s demais trabdores de enferagem.
A ideologia de enfemagem dede
aorigem
e em particular a de
a Neri, para s basileiros,
signiica abegação, diêcia, dedicaço; rdu
zindo, desta forma, o erl do enfemeiro, ue sb
esta ótica eria um poissioal odiene, cil
mente acrítico, orém apto a correr s v{s da
ciedade.
Há em tdo o Brasil, no fl
a déca de
50,
39
escolas de enfemagem e
67
curos de auxiliar
de efermagem.
e oserva que 6%
dos enfeei
ros, atuavm a rde de aúde ública ns
os0,
e
9,5
%em ospitais. Em
1950,
o quadro
einverte:
49,4 %
dos enfemers
am
em hospitais e
17,2 %
o camo da sade pública.
Em
1967,
com a niicação ds institutos num
ó organismo previdenciário - INPS, a orientação
acional de aúde aprodu o privilegiameno da
prática médic-crativa, idividul, eecializada,
em detrimento'
smdids de sade pública de ca
áer prevenivo e de teree da coleivdae. A me
dica e a efemagem passm a consumir
mdicmentos e equipmentos industriais, favore�
cendo o desnvolvimno as empres multacio
ais e o comércio a aúde, acriticmete.
No
ma décaa de
0,
o enfemeiro começu
a
ecializar-e sobreudo a
ra
curativa e ad-.
nisrativa, avedo m aumento do número de es
cols de enfermagem a década de
70.
A partir de
1979,
no Congresso Brsileiro de Eferagem, re
ado no Ceará, a efermagem comça a questo
r,indagar, reletir e criticar a prtica proissioal
noosso pas. Até então, a enfermagem deeme
ava passivmete o eu pael de execuora s o
líics de sade vigentes, sendo trdicionalmente
cracterizada or er um dos primeirs guos pro
ssionais a aderir inuestionavelmente
s
detemi
açes oiciais nesa
ra.
Desde então, em sido denucido os Congres
os de Enfemagem a exclsão a enfermagem, em
ecil do enfeeio, dos progrmas oiciis de
aúde, tais coo o PREV-SAÚDE e o CONASP.
Na VIII Conferência Naciol de Saúde
(1986),
a picipação dos enfermeiros foi mida e desarticulaa. Mais
a
vez; a ctegoria não deixu clro
a sa inserção no prceso da Refoma Saitária. Odcmento "DEITO
À
SAÚDE E DIREITO A
ASSIST�NCIA DE ENFERMAGEM" elaorado
eloCOFEI ABEn, que foi apreendo a Confe
rênca omo conribuição destas entidades ao debte, reltauericialente os temas oiciais e não ex.
presaa realidade da enfemagem brsileira.
Eleita em outubro de
1986,
a atual dretoria da
ABEn realzou uma oicia de trabalho para discutir
a Assistência de Enfermagem
o àReforma Sa
iária, buscando, dmentalente, comprender e
conceituar esta assistêcia como parte contributiva
da saúde, ois o trabalo em sade se caracteria
coo um pocesso coletivo comosto de
rs
téc
nicas esecicas coo a mdicina, dontologa, far
mácia, enfeagem etc. O dcuento conceitua
" Assistência de Enfeagem como um conjto de
çes de aturea diversa que se articulam e e com
plementam entre si a coscução da alidade do
trabalho em sade" . Eta ssistência vm sdo re
alizada or tdas s categorias de enfermagem,
u
seja: enfermeio, técnico, auxiliar de enfemagem,
visitador nitário e atendente. Diante dos resulta
ds da esquia, causa precupção o nível de co
nhecimento dos proissioais acerca da proosta da
Reforma Sanitária, ois ão os resodentes orin
dos da principal Instituição envolvida (INAMPS).
Por outro lado, a foação dese proissioal
a
ecora-e rraiga a pncpos e ão etão
relaciondos scialmente ao contexto atual e a
a
inserção no ercado de trabalho tmém mostra-se
advera a um aprondamento do compromisso o
cial do enfermeiro.
Com a Refora Sanitária, o enfermeiro amplia
o eu camo de ação, dedo assumir um pae. de
destaque, favorecendo a ampla participação da
-cidade civil na gestão desse prcesso, aravés do es
clarecimento da opulação quanto
àReforma
Sanitária, eus direios e os meios de ue ela dise
para cobrá-ls.
Portanto, fz-se ecesário que os proissioais
de eferagem ejam apacids com relaço
àpro
osta da Refoa Sniria, articipando
s
discus
ses, marcando
a
preença de fora efetiva
enqnto membro da ie de aúde, engajdos o
aual momeo olítico brsileiro, consciente de que
a Reforma Sanitária representa um movimeto im
ortnte, mesmo que não eja o único que efetiva
mente transforá o
s.
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