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Tomada de decisão de Psicólogos em avaliação Psicologica

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Academic year: 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

TOMADA DE DECISÃO DE PSICÓLOGOS EM AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

Adriana Coura Feitosa Lopes

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Adriana Coura Feitosa Lopes

TOMADA DE DECISÃO DE PSICÓLOGOS EM AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

Dissertação elaborada sob orientação do prof. Dr. João Carlos Alchieri e apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Psicologia.

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UFRN. Biblioteca Central Zila Mamede. Catalogação da Publicação na Fonte.

Lopes, Adriana Coura Feitosa.

Tomada de decisão de psicólogos em avaliação psicológica. / Adriana Coura Feitosa Lopes. – Natal, RN, 2014.

111 f.; il.

Orientador: Prof. Dr. João Carlos Alchieri.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de ciências Humanas, Letras e Artes. Programa de Pós-Graduação em Psicologia.

1. Avaliação psicológica - Dissertação. 2. Avaliação psicológica – Atuação no Nordeste – Brasil - Dissertação. 3. Psicologia - Formação - Dissertação. 4. Avaliação psicológica – Etapas - Dissertação. I. Alchieri, João Carlos. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

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Universidade Federal do Rio Grande Do Norte Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes

Programa de Pós-Graduação em Psicologia

Este exemplar corresponde à redação final da dissertação de mestrado “Tomada de Decisão

de Psicólogos em Avaliação Psicológica”, defendida por Adriana Coura Feitosa Lopes, aprovada por todos os membros da Banca Examinadora e aceita pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Psicologia.

Natal/RN, Fevereiro de 2014

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. João Carlos Alchieri (Orientador) Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Prof. Dr. José Humberto da Silva Filho (Examinador externo) Universidade Federal do Amazonas- UFAM

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Dedicatória

Dedico este trabalho aos amores de minha vida:

minha filha Laura, minha alegria, minha luz, minha

“pipoquinha”, e, meu esposo Rodrigo Lopes, meu

companheiro, amigo, apoio e principal responsável por eu

estar neste mestrado; acreditou em mim antes de mim

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Agradecimentos

Agradeço em primeiro lugar a Deus, que é minha força, minha luz, minha serenidade, minha sabedoria;

Aos meus pais que sempre me mostraram que o melhor caminho a ser seguido é através dos estudos na incessante busca pelo conhecimento, principalmente minha mãe Severina Feitosa, que aos 80 anos concluiu a Universidade para a Terceira Idade, mostrando que sempre se pode e deve-se aprender e estudar;

Ao meu orientador Dr João Carlos Alchieri pela abertura e confiança ao ouvir minhas ideias, valorizá-las e apostar em mim, além de estar sempre com um franco sorriso, transmitindo otimismo e perseverança;

Aos membros da Banca, Professores Drs. Pedro e José Humberto, pela disponibilidade e generosidade em aceitar o convite para participar desse momento tão importante na minha jornada acadêmica;

As minhas amigas da base de pesquisa que já defenderam - Mariana Carla, Geórgia, Andreza e Heloísa; as que estão no meio da trajetória - Poliana, Bia e Mariana - sempre dando apoio e dividindo os momentos de tensão e estresse, especialmente Brenda Luanna e Maria Fernanda, com as quais compartilhei as disciplinas, momentos de orientação, os sorrisos e as lágrimas, ânimos e desânimos desse percurso;

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As minhas amigas incondicionais de tantas jornadas, irmãs de coração, Cristianne Carneiro e Talytha Candeia, que mesmo distantes geograficamente estiveram pertinho, sempre torcendo por mim e acreditando no meu trabalho;

As amigas da cidade de Natal, Cristiane Vasconcelos, Micheline Fonseca e Lizandra Galvão, as quais prefiro chamar, Cris, Mix e Liz, respectivamente, que também permaneceram na torcida (desde o processo seletivo para a ingressão no Programa) e na ansiedade pela realização e conclusão deste mestrado;

Aos meus compadres, padrinhos de minha filha, engenheiros químicos, e, mais que queridos e admirados por mim, Lula Neto e Marcella Feitosa, exemplos de inteligência e esforço no mundo acadêmico;

A Rodrigo e Laura por aguentarem meu abuso nos momentos difíceis desta jornada. Rodrigo sempre sereno e sorridente quando eu estava estressada e quase histérica (brincadeira). E Laurinha linda, filha compreensiva, que com apenas 6 anos se esforçou para entender que a mamãe não podia leva-la para andar no patins novo porque não saía nunca do computador;

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SUMÁRIO

Lista de Tabelas e Figura...IX Resumo...X. Abstract...XI

1 - INTRODUÇÃO ... 12

1.1 Avaliação Psicológica - conceitos e reflexões. ... 12

1.2 A utilização da Avaliação Psicológica. ... 16

1.3 Formação dos profissionais em Avaliação Psicológica. ... 23

1.3.1 Experiências pontuais e sugestões para melhorar a formação de quem atua ou atuará com Avaliação Psicológica. ... 26

1.4 Boas Práticas em Avaliação Psicológica fora do Brasil ... 32

2 - JUSTIFICATIVA ... 38

3 - OBJETIVOS ... 40

3.1 Objetivo geral ... 40

3.2 Objetivos específicos ... 40

4 - MÉTODO ... 41

4.1 Tipo de pesquisa ... 41

4.2 Participantes ... 43

4.3 Instrumento ... 43

4.4 Procedimentos ... 44

5 - RESULTADOS ... 46

5.1 Participantes que não utilizam avaliação psicológica ... 46

5.2 Participantes que utilizam avaliação psicológica ... 48

6 - DISCUSSÃO ... 66

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Lista de Tabelas e Figura

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Resumo

A avaliação psicológica é um procedimento que está inserido em todas as áreas de atuação profissional do psicólogo. Ao se iniciar qualquer intervenção psicológica, faz-se uma análise do funcionamento do(s) indivíduo(s) visando identificar e definir suas demandas para atender adequadamente. Importa estudar essa prática, pois a decisão de instrumentos, procedimentos e técnicas a empregar influencia a eficiência e eficácia dos trabalhos bem como a imagem da profissão na sociedade em geral, repercutindo também na comunidade científica. Objetivou-se identificar nos respondentes, o percentual de profissionais em Psicologia que fazem uso da Avaliação Psicológica na Região Nordeste do país; analisar o perfil desses profissionais em termos de gênero, quanto tempo tem de graduado, formação adicional em AP, estado onde atua; verificar como, os psicólogos realizam seu planejamento ao atuarem num processo de AP e identificar quais diferenças podem ser verificadas em termos de tempo de atividade, formação complementar no planejamento do processo avaliativo em distintos âmbitos. O instrumento utilizado foi um questionário online e a amostra foi por adesão a proposta. Participaram 159 profissionais sendo a

maioria do sexo feminino, com título de especialista. Identificou-se que a maioria dos profissionais realiza o planejamento da AP, estabelecendo um método e escolhendo as estratégias mais adequadas a serem utilizadas. Também identificou-se que, a maioria cumpre as etapas desse processo, e, ao planejar as técnicas de coleta de informações, integrar os dados provenientes de diferentes fontes, relatar resultados e executar a devolução de informações, o profissional demonstra seu objetivo em compreender sua demanda e realiza a tomada de decisão e/ou proposta de intervenção em relação às pessoas avaliadas. Verificou-se que a graduação possa não ter um efeito mais pronunciado na qualificação profissional e consequentemente na qualidade das ações na AP, mas, a necessidade de uma qualificação e formação continuada.

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Abstract

Psychological assessment is a procedure that is inserted in all areas of a psychologist’s professional field of work. When starting any psychological intervention, it is necessary to carry an analysis of how individual operate in order to identify and define their demands to adequately meet them. It is important to study this practice because the choice of instruments, techniques and procedures to be employed influences the efficiency and effectiveness of the work and the image of the profession towards society in general, also impacting the scientific community. This study aimed to identify, in the subjects, the percentage of professionals in psychology who make use of the Psychological Assessment in the Northeastern region of Brazil; another objectives were to analyze the profile of these professionals in terms of gender, time after graduation, additional training in PA, the state of the country where he/she works; to check how psychologists do their planning when using PA as well as to identify which differences can be observed in terms of time from graduation and additional training in the process of planning the assessment different extents. The instrument used was an online questionnaire and the sample was by adhesion to the application. The attendance was of 159 professionals and most of them were females with a specialist degree. It was found that the majority of the professionals perform the planning of the PA, establishing a method and choosing the most appropriate strategies to be used. It was also verified that most of the subjects fulfill the steps of the whole process, and when planning the techniques of data collection, integrating database from different sources, reporting the results and returning the information, the professional demonstrates his/her goals to understand their demands and accomplish the decision making and/or proposed intervention for individuals assessed. It was found that the undergraduate degree may not have produced a more complete effect in the professional qualification and therefore, of the quality of the actions in PA, and that there is a need for training and continuing education.

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1. INTRODUÇÃO

1.1 Avaliação Psicológica – conceitos e reflexões

A Psicologia, assumida como ciência e profissão, tem-se apresentado à sociedade não só como uma área de conhecimento que trata de questões importantes da natureza humana, mas também como categoria profissional que analisa e discute os acontecimentos sociais e seus desdobramentos no cotidiano das pessoas. Com essa preocupação, as diferentes possibilidades de práticas da Psicologia têm sido revistas e debatidas (Santos, 2011). A autora acrescenta que, em relação a Avaliação Psicológica (AP), são conhecidas as várias críticas referentes à forma como podem ser realizadas, minimizando ou até desconsiderando o impacto que causam nas pessoas a ela submetidas.

A avaliação psicológica, considerada uma prática essencial para a ação interventiva do psicólogo, tem ocupado, ao longo da história da Psicologia, diferentes lugares e configurações no seu percurso de desenvolvimento, marcado pelas intensas transformações decorrentes das mudanças sociais e dos dilemas éticos de cada período sócio histórico (Reppold, 2011).

Segundo Nunes et. al (2012), a avaliação psicológica é um procedimento que está inserido em todas as áreas de atuação profissional do psicólogo. Antes de se iniciar qualquer intervenção psicológica, é necessário que se faça a análise do funcionamento do(s) indivíduo(s) para atender adequadamente suas demandas. Por isso, um dos campos de estudo, ensino e atuação da psicologia é a avaliação psicológica, que deve ser realizada com base em teorias e estudos científicos. Desse modo, acreditamos que essa área deve ser componente curricular obrigatório em qualquer matriz pedagógica dos cursos de psicologia.

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complexos e têm seus avanços impulsionados pelas novas demandas e realidades que têm exigido a ressignificação de métodos, técnicas e teorias científicas.

É imprescindível destacar que, a Avaliação Psicológica pode ser definida como um processo amplo, composto basicamente por três etapas: a) identificação de necessidades, comportamentos e processos psicológicos, podendo ser feito nesta etapa o uso de entrevista, observação, testes psicométricos e outras técnicas para a elaboração de descrições e obtenção de escores; b) integração dos dados, tanto os descritivos quanto os escores, para classificação de tipologia e de perfil; e c) formulação de hipóteses diagnósticas por meio da interpretação dos dados. Quando for o caso, a Avaliação Psicológica também inclui recomendações sobre intervenções terapêuticas que visem ao bem-estar da pessoa atendida (Paula, Pereira & Nascimento, 2007).

Em outras palavras, Santos (2011) define a Avaliação Psicológica como um processo técnico e científico realizado com pessoas ou grupos de pessoas, que se vale de métodos, técnicas e instrumentos. Entre eles, estão os testes psicológicos, aos quais se recorre quando se pretende medir uma característica psicológica (p. ex.: inteligência, personalidade, atenção, entre outros). Sempre será necessário que a escolha do método ou dos testes específicos seja feita de acordo com a especificidade do contexto. Ou seja, a escolha das estratégias e dos instrumentos empregados é feita sempre de acordo com o referencial teórico, o objetivo (clínico, profissional, educacional, forense etc.) e a finalidade (diagnóstico, indicação de tratamento e/ou prevenção), conforme Ocampo et al. (2005), Arzeno (2003) e Trinca (1984a).

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Avaliação Psicológica é uma atividade mais complexa e constitui-se na busca sistemática de conhecimento a respeito do funcionamento psicológico das pessoas, de tal forma a poder orientar ações e decisões futuras. Esse conhecimento é sempre gerado em situações que envolvem questões e problemas específicos. Já os instrumentos de avaliação constituem-se em procedimentos sistemáticos de coleta de informações úteis e confiáveis que possam servir de base ao processo mais amplo e complexo da avaliação psicológica (Primi, 2011). Portanto, os instrumentos estão contidos no processo mais amplo da Avaliação Psicológica.

Primi (2010) ressalta que, diante do crescimento que se observa nos últimos anos, podemos nos questionar quais caminhos seriam importantes trilharmos para desenvolver ainda mais a área no Brasil. Tal reflexão foi feita em áreas amplas: (a) avanços metodológicos e tecnológicos, (b) integração de abordagens e avanço dos seus métodos, (c) validade consequencial e relevância social e (d) incentivo à formação e criação da especialidade em avaliação psicológica.

A partir do conceito de que, Avaliação Psicológica é um processo científico, fundamentado teórica e metodologicamente em teorias psicológicas, que busca estimar o valor ou qualidades de fenômenos psicológicos nas condições de vida das pessoas, Alchieri (2003) classifica-a em de duas maneiras:

1) Avaliação Psicológica “stricto sensu”- Realizada no âmbito da produção de conhecimento, construção e aperfeiçoamento de métodos e instrumentos psicológicos. É definida como processos de investigação psicológica cuja finalidade é produzir conhecimento sobre fenômenos ou construtos psicológicos, geralmente realizada por meio de pesquisa básica ou aplicada, em instituições universitárias;

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orientados por demanda oriunda da sociedade (indivíduos, grupos, instituições), conforme a atividade profissional do psicólogo (neuropsicólogo, psicólogo do trabalho, perito psicólogo, psicólogo do trânsito, etc.), cuja finalidade é examinar características psicológicas relevantes por meio de técnicas e instrumentos psicológicos específicos, fundamentar juízo especializado ou, ainda, produzir um diagnóstico. Avaliação Psicológica, neste caso, é vista como um produto do exercício profissional dos psicólogos, e que envolve, necessariamente a elaboração de um informe psicológico, ou seja, um documento escrito que tem por finalidade comunicar os resultados e conclusões da avaliação psicológica realizada. Conforme, pode-se observar, esse tipo de Avaliação é o mais mencionado e conceituado pelos autores citados anteriormente.

A Resolução CFP no 07/2003 traz uma definição de Avaliação Psicológica que permite que seja vislumbrado o potencial de contribuição desse processo para a compreensão da subjetividade produzida no âmbito da sociedade contemporânea. Assim, assume que os resultados das avaliações devem considerar e analisar os condicionantes históricos e sociais e seus efeitos no psiquismo, com a finalidade de servirem como instrumentos para atuar não somente sobre o indivíduo, mas na modificação desses condicionantes que operam desde a formulação da demanda até a conclusão do processo de Avaliação Psicológica.

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clínica tradicional, mais restrita aos consultórios particulares, os procedimentos clínicos de diagnóstico e avaliação psicológica em geral carecem de adaptações para atender às peculiaridades de cada caso (Araújo, 2007).

Além disso, o processo de avaliação é uma atividade complexa que envolve a construção de um julgamento geralmente relacionado à concepção de sujeito e de sociedade que o psicólogo assume, aos limites das técnicas e à legitimidade das informações sobre o sujeito avaliado e seus grupos de referência, nos quais estão implícitos valores individuais, socioculturais e políticos (Anache, 2011).

É válido destacar que, como a AP pode dar subsídio para trabalhos realizados nas diversas áreas de atuação do psicólogo, entre elas, saúde, educação, trabalho e outras, sempre que houver necessidade – ela implica necessariamente um planejamento prévio e cuidadoso, considerando a demanda e os fins aos quais se destina.

Igualmente importante é o fato de que, cabe ao psicólogo analisar criticamente os resultados obtidos, com o intuito de verificar se realmente forneceram elementos seguros e suficientes para a tomada de decisão nos vários contextos de atuação do psicólogo (CFP, 2013). Em outras palavras, a avaliação deve fornecer informações cientificamente fundamentadas tais que orientem, sugiram, sustentem o processo de tomada de decisão em algum contexto específico no qual a decisão precisa levar em consideração informações sobre o funcionamento psicológico (Alchieri & Noronha, 2004).

Ainda sobre a tomada de decisão Amparo (2013) complementa ressaltando o fato de que, a Psicologia tem um importante papel e pode contribuir, embasada em seu corpo de conhecimento teórico e prático, na tomada de decisão sobre situações que afetam interesses do indivíduo e sociais, embasados em cuidados éticos fundamentais.

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As Resoluções 002/2003 e 003/2007 do Conselho Federal de Psicologia delimitam a atividade de avaliação como específica do psicólogo, competindo a esse profissional o planejamento e a realização do processo avaliativo com base em aspectos éticos, técnicos e teóricos adequados a cada propósito.

Ocorre que, a Avaliação Psicológica é considerada uma área de formação básica em Psicologia, pois está relacionada a um conjunto de habilidades que todo psicólogo deve adquirir ao longo de sua formação, independentemente da área em que irá atuar profissionalmente. Por isso mesmo, embora a avaliação psicológica tenha um corpo de conhecimentos bastante característicos, ela só faz sentido quando associada aos conhecimentos de outras áreas da Psicologia. Especialmente importantes são os conhecimentos em psicopatologia, psicologia do desenvolvimento, psicologia da personalidade e processos básicos em psicologia. Esses e outros conhecimentos mais específicos são o pano de fundo para a análise do material recolhido por meio das técnicas de avaliação psicológica, ou ainda, é o material básico para o desenvolvimento de instrumentos de avaliação psicológica. (Nunes et al. 2012).

De acordo com Santos (2011) no ano de 2001 o Sistema Conselhos em conjunto com entidades da área de avaliação psicológica, a saber, a Associação Brasileira de Rorscharch e Outras Técnicas Projetivas (ASBRo) e o Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (IBAP) dispuseram-se a criar novas referências para esse campo de atuação, fornecendo conteúdos e experiências que servem como elementos de reflexão para o estabelecimento de novos parâmetros que embasam as práticas profissionais deste campo específico.

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indivíduos. Segundo Cronbach (1996), é um procedimento sistemático para observar o comportamento e descrevê-lo com ajuda de escalas numéricas ou categorias fixas. Noronha (2009) os define como instrumentos auxiliares no processo de Avaliação Psicológica, e seu uso, em conjunto com outros recursos avaliativos, tende a colaborar para a compreensão da queixa e do indivíduo, com vistas à apropriada tomada de decisões.

Pasquali (1999) argumenta que avaliar é algo inevitável ao ser humano na relação com o meio ambiente físico e social. Sua concepção é de que os instrumentos são expressões mais sofisticadas que servem para tomada de decisões, como forma de sobrevivência do próprio organismo. Destaca-se que dentre as diversas possibilidades, os testes têm sido empregados na tomada de decisões sobre pessoas, na pesquisa científica acerca de fenômenos psicológicos/diferenças individuais e em processos terapêuticos de promoção ou autoconhecimento e do ajustamento psicológico (Urbina, 2007).

Porém, os testes já foram alvo de diversas críticas, especialmente pelo fato de que muitos deles eram apenas traduções de testes construídos em outros países e vários deles não apresentavam evidências de validade para a população brasileira. Para tentar resolver esta questão surgiu o Sistema de Avaliação Psicológica (SATEPSI), implantado em 2003 e proposto com o objetivo de qualificar os instrumentos usados pelos psicólogos (Reppold & Serafini, 2013). Dessa forma, uma comissão de especialistas passou a analisar sistematicamente se os testes usados para fins diagnósticos permitiam que as interpretações dos resultados obtidos a partir do seu uso fossem respaldadas teórica e empiricamente. Essa foi uma forma de fornecer elementos externos para nortear o trabalho dos psicólogos para que não fossem seduzidos por uma apresentação mais bonita ou um preço mais atraente oferecido pelas casas editoras (Santos, 2011).

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sem que tenha que consultar uma lista de testes com parecer favorável ou desfavorável; e que, antes de iniciar o processo avaliativo realize um planejamento que leve em conta tais considerações. Autores apregoam a tese de que, tendo em vista a história recente da avaliação psicológica no Brasil, é bastante difícil para o psicólogo assumir seu fazer profissional, especialmente quando ele envolve atividades avaliativas (Santos, 2011).

Ocorre que, quando um psicólogo decide pela administração de um teste psicológico deve, inicialmente, verificar se o teste que será empregado é adequado ao indivíduo, ou seja, se é validado e padronizado para um grupo de pessoas (amostra) que apresenta determinadas características que sejam semelhantes às apresentadas pelo cliente. Essas características podem ser, por exemplo, a faixa etária, o grau de escolaridade, o sexo, etc. (Leite, 2011). A utilização de um teste inadequado para o cliente que vai ser examinado pode levar a um resultado sem nenhum significado ou, pelo menos, de confiabilidade altamente questionável. Não se pode, nesses casos, inferir significados psicométricos nem clínicos para a medida efetuada.

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interpretações mal feitas dos resultados e concepções erradas de sua natureza e seu objetivo.

Uma questão levantada por Leite (2011) é o fato de que o psicólogo precisa estar atento quanto à aplicação propriamente do teste. Para que um escore encontrado em um teste psicológico tenha confiabilidade é fundamental que as instruções dadas pelo autor do instrumento tenham sido fielmente cumpridas. Qualquer alteração feita sem a devida verificação das consequências experimentais de tal procedimento e a consequente revisão da padronização tira a credibilidade do instrumento, quando não o torna inválido. Também é fundamental verificar e avaliar a pertinência ou expressão de condições da pessoa que vai se submeter ao teste psicológico. O examinando deve estar em normais condições físicas e com as habituais condições emocionais.

Observa-se que, existem avanços, atualmente, na produção científica em AP principalmente relacionada aos testes psicológicos (Joly, Berberian, Andrade & Teixeira, 2010) – outras ferramentas, como técnicas de entrevista e observação, por exemplo, não recebem o mesmo destaque. Talvez este fato se dê por estar relacionado a um empenho em combater uma crítica de muitos anos, relacionada à escassez de estudos fundamentando esses instrumentais para o contexto brasileiro (Chiodi & Weschler, 2008).

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(Siqueira & Oliveira, 2011). Pode-se acrescentar que, ao escolher que método utilizar no processo de avaliação, o profissional precisa realizar um planejamento cuidadoso.

Numa tentativa de orientar os profissionais Siqueira e Oliveira (2011) sugerem que um processo de avaliação psicológica, independentemente do tipo da avaliação desenvolvida e do campo de atuação da Psicologia em que se realize, seja caracterizado pelas seguintes etapas:

•• Recebimento da demanda (solicitação, queixa, pedido, motivo, entre outros). •• Caracterização do objeto de estudo (indivíduo, grupo ou organização).

•• Análise da demanda − esclarecimento sobre o fenômeno psicológico a ser avaliado e

levantamento inicial de hipóteses. •• Definição do objetivo da avaliação.

•• Definição do tipo de avaliação a ser utilizada.

•• Elaboração do planejamento técnico (estabelecimento de um método e escolha das

estratégias mais adequadas a serem utilizadas). Enquadramento/contrato de trabalho. •• Aplicação do plano estabelecido.

•• Levantamento, análise e interpretação dos dados obtidos com as diferentes estratégias

utilizadas (dos instrumentos e técnicas aplicadas).

•• Integração dos resultados dos instrumentos e técnicas/ pensamento clínico integrativo.

•• Elaboração de enquadramento teórico correlacionado aos resultados analisados. •• Elaboração de síntese conclusiva do processo de avaliação realizado.

•• Estabelecimento de proposta de intervenção.

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O Conselho Federal de Psicologia lançou em novembro de 2013 uma cartilha sobre a Avaliação Psicológica e afirma que, compete ao psicólogo planejar e realizar o processo avaliativo com base em aspectos técnicos e teóricos, e, levando em conta: a) contexto no qual a Avaliação Psicológica se insere; b) propósitos da AP; c) construtos psicológicos a serem investigados; d) adequação das características dos instrumentos/técnicas aos indivíduos avaliados; e) condições técnicas, metodológicas e operacionais do instrumento de avaliação.

Retomando as etapas de uma AP mencionadas por Siqueira e Oliveira (2011) processo de Avaliação Psicológica tem início com a análise da demanda, passa pelo levantamento das singularidades e dos objetivos do nosso trabalho, pela escolha das estratégias e dos instrumentos, pela coleta das nossas informações, pela atenção aos princípios éticos e pelo processo de devolutiva. E pensar direitos humanos é pensar de modo transversal todas essas fases que compõem a Avaliação Psicológica. Lembrar-se dos chamados direitos humanos apenas como parte de avaliação de nossos instrumentos é reduzir nossa discussão (Bicalho, 2013).

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Ainda sobre a atuação na AP Hutz (2009) alerta sobre a necessidade de a prática da avaliação psicológica ser orientada pelos mesmos princípios éticos que regem a pesquisa com seres humanos, os quais vêm a ser os princípios da Beneficência e Não-Maleficência, do Respeito e da Justiça. Pode-se relacionar tais princípios ao Código de Ética Profissional da Psicologia, pois seu segundo princípio determina que: “Os Psicólogos trabalharão visando à promoção da saúde e da qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirão para eliminação de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência e crueldade, bem como opressão”. Além deste, também importante relacionar ao contexto é o primeiro princípio fundamental do CEP/2005 diz: “O Psicólogo deve basear seu trabalho no respeito à promoção à liberdade, à dignidade, à igualdade, à integridade ao ser humano apoiado nos valores que embasam a Declaração dos Direitos Humanos”.

Por último e, por conseguinte, faz-se necessário que o profissional entenda o ato de avaliar a partir de um voltar-se para si, na tentativa de autoavaliação de seus procedimentos, de sua atitude diante do processo e do sujeito alvo de sua investigação, bem como de sua prática, tornando–se um profissional reflexivo na e para a sua ação.

1.3 Formação dos profissionais em Avaliação Psicológica

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dúvida a competência do profissional para o uso dos instrumentos na avaliação psicológica.

Porém, ao se avaliar a formação dos profissionais de psicologia em AP fica claro que a formação brasileira ainda precisa ser repensada (Alchieri & Bandeira, 2002; Noronha et. al., 2005; Noronha, Primi & Alchieri, 2005). “O pouco conteúdo abordado com o futuro psicólogo nos cursos de graduação refere-se à administração e à avaliação de determinadas técnicas, e muitas vezes permeado de um automatismo acrítico” (Noronha & Reppold, 2010, p. 198).

Alchieri e Bandeira (2002) relatam que o ensino tratava apenas de uma sequência dos inúmeros testes transmitidos pelos professores em sucessivos semestres de instrução, cuja ênfase era a aplicação e a correção. Nessa época, ensinar testes era apenas um simples repassar de manuais, com aplicação prática nos próprios alunos. Não havia questionamentos. As disciplinas da área de AP possuíam quase sempre o título de Técnicas de Exame Psicológico (ou algo próximo). Tais preocupações ganharam maior relevância com as crescentes críticas dirigidas aos testes psicológicos, entre elas, a falta de respaldo científico e o mau uso e elaboração de laudos psicológicos, que em geral “rotulam” e repetem jargões psicológicos sem fundamentação teórica (Patto, 1998).

Após a década de 1990, é possível dizer que muito mudou, sendo as causas para isso multifatoriais. Em parte, os grupos de trabalho da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP) voltados para a área de avaliação, o Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (IBAP) e a Associação Brasileira de Rorscharch e Outras Técnicas Projetivas (ASBRo) tiveram um papel importante, provocando encontros nos quais sempre a questão da formação era discutida (Bandeira, 2011).

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“Câmara Interinstitucional de Avaliação Psicológica”, formada em 1997 (e extinta em

2000), com representantes de diversas esferas envolvidas com o tema (pesquisadores, professores, editores de testes e psicólogos usuários), muito aconteceu. Foram desenvolvidos manuais de avaliação de carteira de motorista, de porte de arma e a própria avaliação dos testes psicológicos, culminando com a conhecida Resolução no 02/2003, com o trabalho incansável da Comissão Consultiva do CFP (Bandeira, 2011).

A partir destes fatores, mudanças foram provocadas tanto na forma de ensinar como no conteúdo a ser ensinado. Muitas disciplinas incluíram o termo Avaliação Psicológica em seus títulos, mostrando uma visão mais ampla do que somente técnicas de exame. Os professores das disciplinas de avaliação foram estimulados a valorizar mais questões relativas aos fundamentos dos testes psicológicos, a fim de que pudessem ter maior conhecimento do processo de avaliação desenvolvido pelo CFP e analisar com maior profundidade os manuais dos testes disponíveis (Bandeira, 2011).

Affonso (2005) comenta que, após a Resolução CRP nº 02/2003 e divulgação da lista dos testes com condições de uso, docentes e profissionais tiveram que rever suas estratégias de diagnóstico e avaliação psicológica. Muitos cursos de Psicologia reduziram a oferta de disciplinas de testes psicológicos e técnicas projetivas e, também, alteraram o seu conteúdo para dar maior ênfase às técnicas de entrevistas e a outras áreas como a Psicologia Hospitalar, a Psicologia Jurídica etc.

Contudo, o próprio conhecimento técnico dos instrumentos ainda era e é necessário ser aprendido, e o tempo que se tem disponível para isso é escasso em muitos cursos. Alguns cursos possuem uma ou duas disciplinas de testes, conforme Alves, Alchieri e Marques (2002), o que certamente não é tempo suficiente para o aprofundamento deste tema.

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com os testes psicológicos, aprendendo a utilizá-los de forma correta e ética. Para tal, o graduando necessita, além de ser apresentado aos testes psicológicos, ter noção de como se elaborar um instrumento e saber analisar os resultados que ele fornece. Esses conhecimentos permitem ao profissional tornar-se consumidor consciente e crítico dos instrumentos de avaliação psicológica, tendo maior segurança sobre o que eles podem fornecer. Um curso de Psicologia que proponha tal reflexão a seus estudantes estará cumprindo um dos âmbitos do seu papel como agente formador.

A autora acrescenta que, é necessário dar ao graduando condições para que saiba organizar as informações coletadas e estruturar a apresentação dos resultados em laudos, relatórios e pareceres técnicos, conforme a especificidade da solicitação e respeitando as orientações do Conselho Federal de Psicologia – CFP (Res. 7/2003). Sintetizar e apresentar os resultados da avaliação de forma apropriada, fornecendo as informações solicitadas com clareza, objetividade, mantendo o respeito e o sigilo profissional perante o participante do processo avaliativo, garantem que a profissão ganhe em credibilidade com a comunidade e valoriza o trabalho da Psicologia em equipes inter e multiprofissionais. Contudo, sintetizando, os anos de graduação, comprovadamente, ainda não permitem ao profissional ter acesso aos domínios da ciência psicológica na área de AP. Enquanto a formação brasileira não é transformada há que se questionar se os profissionais que estão atuando nessa área de Avaliação Psicológica tem buscado uma formação continuada, incluindo nesse contexto o aprendizado de um cuidadoso planejamento ao utilizar a avaliação.

1.3.1 Experiências pontuais e sugestões para melhorar a formação de quem atua ou atuará com Avaliação Psicológica

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decisão durante as avaliações. Nunes et al (2012) criaram um documento que apresenta uma proposta de diretrizes para o ensino de avaliação psicológica no Brasil. Ressalta-se que, foram respeitadas e indicadas todas as resoluções do Conselho Federal de Psicologia e o Código de Ética Profissional do psicólogo.

O documento foi escrito como uma proposta de conteúdos desejáveis para as disciplinas de avaliação psicológica ao longo do curso Há conteúdos que ainda não foram contemplados neste documento, mas que também fazem parte da área de avaliação psicológica, o que suscitará revisões da proposta ao longo do tempo. Nunes et al (2012) argumenta que, alguns tópicos não foram incluídos por se entender que não fazem parte de competências básicas para formação do psicólogo na graduação, mas sim de competências avançadas, que devem ser trabalhadas em estudos de pós graduação.

Os autores explicam que o documento subdivide-se em quatro partes. Primeiramente são abordadas as competências mínimas a serem alcançadas na formação do aluno do curso de psicologia na temática de avaliação psicológica. Na sequência, são sugeridas disciplinas e conteúdos programáticos alinhados com as competências esperadas. A terceira parte se refere à estrutura de ensino, no que tange à infraestrutura necessária, métodos de ensino, formação docente e outras orientações importantes. Por fim, a última parte traz uma lista de referências bibliográficas que podem ser utilizadas nas disciplinas da área.

Aqui, será descrita (Nunes et al, 2012) apenas a primeira parte do documento, ou seja, as competências básicas as quais espera-se que, ao longo do processo de formação do aluno no curso de graduação em Psicologia, o mesmo possa desenvolver:

(29)

2. Conhecer a legislação pertinente à avaliação psicológica (Resoluções do CFP, Código de Ética Profissional do Psicólogo, histórico do Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos- SATEPSI - e as políticas do Conselho Federal de Psicologia para a Avaliação Psicológica);

3. Considerar os aspectos éticos na realização da avaliação psicológica;

4. Analisar se há condições de espaço físico adequadas para a avaliação e estabelecer condições suficientes para tal;

5. Ser capaz de compreender a Avaliação Psicológica enquanto processo, aliando seus conceitos às técnicas de avaliação;

6. Ter conhecimento sobre funções, origem, natureza e uso dos testes na avaliação psicológica;

7. Ter conhecimento sobre o processo de construção de instrumentos psicológicos;

8. Ter conhecimento sobre validade, precisão, normatização e padronização de instrumentos psicológicos;

9. Escolher e interpretar tabelas normativas dos manuais de testes psicológicos;

10. Ter capacidade crítica para refletir sobre as consequências sociais da avaliação psicológica;

11. Saber avaliar fenômenos humanos de ordem cognitiva, afetiva e comportamental em diferentes contextos;

12. Ter conhecimento sobre a fundamentação teórica de testes psicométricos e do fenômeno avaliado;

13. Saber administrar, corrigir, interpretar e redigir os resultados de testes psicológicos e outras técnicas de avaliação;

(30)

15. Ter conhecimento sobre a fundamentação teórica de testes projetivos e/ou expressivos e do fenômeno avaliado;

16. Saber planejar uma avaliação psicológica de acordo com objetivo, público alvo e contexto;

17. Planejar processos avaliativos e agir de forma coerente com os referenciais teóricos adotados;

18. Identificar e conhecer peculiaridades de diferentes contextos de aplicação da avaliação psicológica;

19. Saber estabelecer rapport no momento da avaliação;

20. Conhecer teorias sobre entrevista psicológica e conduzi-las com propriedade;

21. Conhecer teorias sobre observação do comportamento e conduzi-las adequadamente; 22. Identificar as possibilidades de uso e limitações de diferentes técnicas de avaliação psicológica, analisando-as de forma crítica;

23. Comparar e integrar informações de diferentes fontes obtidas na avaliação psicológica; 24. Fundamentar teoricamente os resultados decorrentes da avaliação psicológica;

25. Elaborar laudos e documentos psicológicos, bem como ajustar sua linguagem e conteúdo de acordo com destinatário e contexto;

26. Comunicar resultados decorrentes da avaliação psicológica aos envolvidos no processo, por meio de devolutiva verbal;

27. Realizar encaminhamentos ou sugerir intervenções de acordo com os resultados obtidos no processo de avaliação psicológica.

(31)

buscar conhecer os lançamentos de livros, pois novos materiais vão sendo produzidos e a atualização das referências adotadas deve ser constante.

Especificamente sobre experiências de formação continuada do psicólogo que atua com AP, Loureiro (2007) cita o que é desenvolvido junto ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP). Tais programas de aprimoramento tem como finalidade a capacitação de profissionais recém formados de diversas áreas da saúde, por meio do treinamento em serviço sob supervisão.

(32)

Ao longo do primeiro ano do aprimoramento a formação prossegue nos seus aspectos práticos, abrangendo as atividades de: avaliação psicológica de pacientes do Serviço de Psiquiatria, de participação em Seminários teóricos complementares e em reuniões clínicas de discussão de casos clínicos. As metas e avaliação da formação nesta fase envolvem o domínio sobre as etapas do processo de avaliação com pacientes psiquiátricos adultos, compreendendo: a escolha dos instrumentos, a aplicação, a identificação e integração dos índices, a formulação de hipóteses diagnósticas, a elaboração de laudos e a apresentação dos dados. No segundo ano, os recursos didáticos utilizados são os mesmos do primeiro ano e as metas de avaliação da formação são semelhantes, visando o desenvolvimento de habilidades para a avaliação psicológica de crianças e adolescentes. (Loureiro, 2007). Percebe-se que, o modelo de ensino adotado é bastante artesanal por ser muito dependente da supervisão direta de cada aprimorando e da integração de conhecimentos de diversas áreas, além do conteúdo específico de avaliação psicológica. Como tal, o modelo tem se mostrado favorecedor da formação clínica dos profissionais.

Outro exemplo de melhorar a formação do futuro profissional que atuará em AP trata-se da experiência inovadora de implantação do curso de Psicologia da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), o qual conta com sete disciplinas obrigatórias de psicometria/avaliação psicológica, além de disciplinas eletivas. Outro diferencial do curso é experiência de atividade multidisciplinar de avaliação que os alunos desenvolvem em hospital psiquiátrico, desde o segundo ano do curso, como exercícios práticos e supervisionados dessas disciplinas. (Reppold & Serafini, 2010).

(33)

prática para que este profissional tenha condições de realizar sua tomada de decisão no processo avaliativo com competência, responsabilidade e ética.

1.4 Boas Práticas em Avaliação Psicológica fora do Brasil

Na tentativa de melhorarem sua prática profissional na área de avaliação psicológica, algumas instituições/associações fora do Brasil (British Psychological Society, 2010; Society for Industrial and Organisational Psychology of South Africa (SIOPSA), 2006; British Psychological Society, 2005; Florida Association of School Psychologists (FASP), 2000) têm buscado publicar normas, guias ou códigos de conduta para os psicólogos utilizarem, incluindo os cuidados com a ética e com uma boa qualidade nos processos de AP.

A British Psychological Society publicou em 2005 um conjunto de princípios para o uso competente de testes psicológicos; esses princípios procuram incentivar melhores práticas, destacando os fatores que devem ser considerados no uso de testes psicológicos em pesquisa, e convidando as pessoas envolvidas nesse contexto para refletir sobre o impacto que a pesquisa pode ter sobre seus participantes, na percepção da empresa de pesquisa, sobre a percepção da profissão e em testes psicológicos em geral.

(34)

quais dizem respeito a inteligência fluida, inteligência cristalizada, inteligência emocional, e, a segunda, perfil de estilo comportamental e personalidade (PsychPress, 2013).

O uso de testes psicológicos para avaliação é respaldado pela Sociedade Britânica de Psicologia pela responsabilidade pela competência, ou seja, devem: esforçar-se para desenvolver e melhorar a sua competência como usuários de teste; monitorar os limites de sua competência em teste psicotécnico e não para oferecer serviços que se encontrem fora da sua competência, nem incentivar ou causar outros a fazê-lo; agir de acordo com os regulamentos e restrições locais, nacionais relativas à utilização de testes psicológicos (British Psychological Society, 2010). Além disso, o “Código de Boas Práticas para Teste Psicológico” da Sociedade Britânica de Psicologia ainda traz os procedimentos e técnicas

necessárias ao aplicar, armazenar e analisar um teste bem como cuidados com o bem estar do cliente, a exemplo da confidencialidade, do próprio consentimento do cliente, e, dar devida atenção a fatores como gênero, etnia, idade, deficiência e necessidades especiais, formação educacional e nível de habilidade em usar e interpretar os resultados dos testes (British Psychological Society, 2010).

(35)

interpretados com precisão e claramente compreendidos (Florida Association of School Psychologists, 2000).

No que diz respeito ao ambiente organizacional a SIOPSA - Society for Industrial and Organisational Psychology of South Africa – criou o “Código de Prática para Avaliações Psicológicas e outras Similares no Local de Trabalho”. O principal objetivo deste código é

o de assegurar que avaliações psicológicas sejam realizadas de forma adequada, profissional e ética, respeitando aos direitos e necessidades das pessoas envolvidas no processo de avaliação, as razões para a avaliação e o contexto mais amplo em que a avaliação é realizada. Para atingir estes resultados presume-se que o profissional ou consultor tenha a competência necessária incluindo o conhecimento e a compreensão dos testes psicológicos e outros procedimentos de avaliação que informam e sustentar isso. (SIOPSA, 2006).

A principal legislação Sul Africana que rege a avaliação do trabalho afirma que "Testes psicológicos e outras avaliações semelhantes de um empregado está proibido, a menos que o teste ou avaliação a ser utilizado: a) tem sido cientificamente demonstrado ser válido e confiável; b) pode ser aplicado de forma justa a todos os empregados, e c) não é tendenciosa contra qualquer funcionário ou grupo". Em relação as competências exigidas para aqueles que utilizam métodos de avaliação, a SIOPSA (2006) coloca que é necessário: 1. Conhecimento dos aspectos técnicos da avaliação (por exemplo, confiabilidade, validade, padronização, as estratégias de tomada de decisões de seleção, e atual abordagens de viés e justiça);

2. Conhecimento adequado das teorias da capacidade, personalidade e outras construções necessárias para escolher os instrumentos de avaliação e interpretação dos resultados;

3. Conhecimento da gama de procedimentos de avaliação disponíveis para o efeito em questão, e os critérios para a escolha do método de avaliação adequado;

(36)

5. A legislação em vigor e as normas éticas relativas à avaliação e emprego; 6. Padrões éticos da administração do teste e comunicação de resultados;

Outra questão, importante de ser levantada, publicada na American Psychologist, diz respeito aos testes utilizados através da internet. A importância deste novo método de avaliação é claro, assim como é a necessidade de diretrizes formais para a Internet baseados em testes e as muitas maneiras nas quais os psicólogos podem usar este ambiente para uma variedade de aplicações. Os psicólogos precisam, nesse caso, pensar criativamente sobre como sua investigação e prática podem ser melhoradas por meio de testes da Internet. Como o teste torna-se mais acessível, é importante perceber que os princípios de um bom teste ainda se aplicam e os padrões éticos para os psicólogos ainda são fundamentais. Equilibrar acessibilidade generalizada com as boas práticas é um desafio fundamental para psicólogos para o novo milênio (Naglieri et al, 2004).

Os autores acrescentam que, faz-se necessário a responsabilidade dos autores do site de Internet para que o usuário receba o mesmo tipo de proteção obtidos em sessões tradicionais de avaliação. Da mesma forma, os desenvolvedores de teste e editoras que entram em programas de testes da Internet devem assegurar que esses testes são realizados com os mesmos padrões psicométricos como testes tradicionais. Porém, os testes de muitos internautas parecem não cumprir as normas estabelecidas pela profissão e isso coloca o consumidor em posição infeliz de ter a responsabilidade de avaliar a qualidade da informação que recebem, muitas vezes com pouco conhecimento e habilidade para fazê-lo.

(37)

características teóricas, práticas e psicométricas de testes, a fim de melhorar o seu uso. Segundo Evers et al (2013), a utilização de um teste requer deste teste propriedades psicométricas pertinentes, por um lado, e, por outro lado, que seja utilizado de forma adequada. Como em qualquer outra área, a métrica de qualidade de um instrumento de medição é uma condição necessária para alcançar resultados rigorosos, mas não é suficiente, porque o uso inadequado de um instrumento pode arruinar um excelente teste. Consciente desse fato, as organizações internacionais, tais como o ITC e o EFPA, desenvolveram um conjunto de projetos que visam melhorar a utilização dos testes em configurações aplicadas. Esses projetos são de natureza muito diversa, embora todos eles possam ser estruturados em torno de duas grandes estratégias complementares, uma de natureza restritiva e outra mais informativa.

(38)
(39)

2. JUSTIFICATIVA

Não há como se negar a complexidade que envolve a avaliação psicológica, quando a entendemos como um processo de construção de um conhecimento sobre um indivíduo, um grupo, uma organização, uma comunidade ou um fenômeno, tendo como base uma escolha teórica e metodológica, resultando numa síntese diagnóstica e num planejamento de intervenção (Siqueira & Oliveira, 2011), tornando-se fundamental que sua prática seja estudada a fundo. Ocorre que, influenciamos, de fato, a vida das pessoas: quando permitimos ou não que se obtenham a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) ou o porte de armas, quando interferimos no processo de avaliação dos concursos públicos, quando utilizamos o exame criminológico como argumento para concessão de progressões (ou regressões) no regime penitenciário e, até mesmo, quando diagnosticamos hiperatividade na infância (Bicalho, 2013).

Investigar a tomada de decisão em como é elaborado, planejado e executado, o processo de avaliação psicológica é fundamental, pois, conforme discutido anteriormente, fica claro que, as dificuldades encontradas nesta área, referem-se prioritariamente à formação do profissional, assim como à falta de pesquisas que promovam satisfatoriamente o desenvolvimento da área. Por trás deste cenário em que predominam controvérsias e polêmicas, existem duas preocupações básicas: como a avaliação tem sido entendida e utilizada pela comunidade profissional e como ela tem sido proposta e ensinada nos cursos preparatórios (Noronha, 2002).

(40)
(41)

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Investigar a tomada de decisão dos psicólogos em Avaliação Psicológica na Região Nordeste do Brasil.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Identificar nos respondentes o percentual de profissionais em Psicologia que fazem

uso da Avaliação Psicológica no Nordeste brasileiro;

 Analisar o perfil desses profissionais em termos de gênero, quanto tempo tem de

graduado, formação adicional em AP e estado onde atua,

 Verificar como, os psicólogos realizam seu planejamento ao atuarem num processo

(42)

4. MÉTODO

4.1 Tipo de pesquisa

O presente trabalho foi realizado mediante a pesquisa quantitativa que emprega técnicas estatísticas. Um dos desafios impostos ao pesquisador hoje diz respeito à escolha de que tipo de investigação científica e estratégias serão utilizadas para atingir seus objetivos. Neste caso, optou-se por realizar uma pesquisa tipo survey com uso de questionário online.

O ambiente online e suas ferramentas permitem facilidades não disponíveis em outros métodos de coleta de dados, tais como interatividade e fluxo dinâmico das questões baseadas em respostas providas pelo usuário. O alcance da World Wide Web e o crescimento na disponibilidade de softwares específicos e de web hosts para questionários e bases de dados fazem do ambiente online um meio promissor para pesquisas. Contudo, o uso da Internet como meio para coleta de dados apresenta também diversos desafios (Carneiro & Dib, 2011).

(43)

Outra vantagem deste tipo de pesquisa diz respeito ao fato de facilitar o armazenamento dos dados, evitando a transcrição de respostas e o consequente erro no registro de dados, frequentes na metodologia tradicional (Gosling et al., 2004; Kraut et al., 2003).

É imprescindível destacar que, um número crescente de pesquisas de mercado estão usando tais soluções para coletar dados de diferentes populações, em especial questionários via e-mail. Mas devido ao impacto positivo desse tipo de solução, merece ser melhor investigado, questionando controles como origem do dado (quem respondeu?), duplicidade (n e-mails de uma mesma pessoa?), controle na definição da amostra, amostragem (valor científico?), representatividade, taxa de resposta, qualidade dos dados, segurança nos dados (senha de acesso?), qualidade da base de pesquisa, eficiência relativa da via eletrônica em relação a outras vias tradicionais, riqueza dos dados coletados, confidencialidade (Freitas, Janissek-Muniz & Moscarola, s/d).

Uma das potenciais desvantagens das pesquisas on-line e que pode ser considerada como principal é a baixa taxa de resposta aos questionários. Porém, a forma como o pesquisador se apresenta, bem como o tema de sua pesquisa e a entidade patrocinadora é de

extrema importância para aumentar a taxa de resposta (Carneiro & Dib, 2011; Freitas, Janissek-Muniz & Moscarola, s/d). Além disso, Fan e Yan (2009) afirmam que pesquisas vinculadas à academia ou agências governamentais apresentam melhor retorno do que se as mesmas fossem vinculadas a endereços comerciais, e que tal fator influencia a percepção do respondente em relação à pesquisa.

(44)

praticamente desprezível e a velocidade do retorno extremamente elevada (Graeml & Csillag, 2004).

4.2 Participantes

Considerando que a AP é uma prática passível de ser adotada na Psicologia por qualquer profissional, além de não terem sido encontrados dados que permitissem estimar o número de psicólogos em exercício profissional que utilizassem ou não AP, incluiu-se, nessa pesquisa, qualquer psicólogo com cadastro ativo nos Conselhos Regionais de Psicologia (CRP) situados na Região Nordeste do Brasil. Não atender a esses requisitos, foi considerado critério de exclusão. É válido destacar que, a amostra foi de conveniência, ou seja, foi de livre adesão.

4.3 Instrumento

(45)

instrumentos que utiliza, como procede na escolha dos mesmos, em que área mais atua (clínica, organizacional, educacional, social, jurídica, etc.), com qual faixa etária trabalha, quais as dificuldades encontradas ao realizar Avaliação, quais etapas utiliza na realização de uma AP e outras. O instrumento foi construído com base nos objetivos supracitados da pesquisa, na literatura específica da área e em estudos já concluídas do grupo de pesquisa.

4.4 Procedimentos

O projeto foi enviado e aprovado pelo comitê de Ética da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob o parecer de número 184.344/13.

A partir do contato realizado com os Conselhos Regionais de Psicologia situados na Região Nordeste, identificou-se o número de profissionais cadastrados (apresentados na Tabela baixo em ordem decrescente), em seguida finalizou-se a construção do instrumento e enviou-se para os Conselhos o convite para os psicólogos responderem a pesquisa; o convite foi reenviado para cada conselho por três vezes. A estratégia de divulgação também utilizou as redes sociais, buscando especificamente os contatos dos Conselhos Regionais e os grupos de psicólogos do Nordeste.

Tabela 1. Distribuição do número de inscritos nos CRPs Região Nordeste por ordem decrescente

Conselho Regional de Psicologia

Número de Inscritos Período que a informação foi fornecida

CRP 02 – PE 7861 Outubro 2012

CRP 03 – BA 6918 Maio 2013

CRP 11 – Seção Ceará 3749 Outubro 2012

CRP 13 – PB 3387 Outubro 2012

CRP 11 – Seção Piauí 2754 Outubro 2012

CRP 15 – AL 2500 Outubro 2012

CRP 17 – RN 1840 Outubro 2012

CRP 19 – SE 1554 Maio 2013

(46)

Ao acessarem o link da pesquisa os participantes deveriam antes de responder o questionário ler e consentir o TCLE, o qual, conforme mencionado anteriormente, pode ser visualizado no Apêndice.

Após o término da coleta de dados foi criada uma base de dados para armazenamento dos resultados, os quais eram migrados para uma planilha eletrônica para avaliação e correção informatizada, útil aos procedimentos de análise que foram representados em termos de análises descritiva e inferencial, com auxílio do programa Statistical Package for Social Science – SPSS versão 20 e princípios da análise de conteúdo segundo Bardin

(47)

5. RESULTADOS

Durante os cinco meses de coleta de dados (abril a agosto de 2013) o questionário foi acessado por 207 vezes, porém, 48 deixaram o questionário integralmente em branco, e, portanto, foram descartados. Dos 159 respondentes 53 relataram não utilizarem a Avaliação Psicológica e 106 afirmaram utilizar ou já ter utilizado a Avaliação Psicológica nos últimos três anos.

É válido acrescentar que, dos 53 participantes que afirmaram não utilizar AP 14 deles citaram testes psicológicos que utilizam ou utilizaram. Desses, 3 afirmaram já terem realizado Avaliação Psicológica, porém, não utilizam mais, enquanto 11 não utilizam e citaram de um até oito testes. Destaca-se o fato de que, 2 profissionais afirmaram não utilizar a AP justificando que atuam na área clínica, e, outros dois participantes justificaram não usar AP pois encaminham para profissionais que trabalham nessa área, contudo um deles citou oito testes psicológicos que utiliza. Os testes mais citados foram HTP, Desenho da Figura Humana, Escalas Beck e TAT, sendo referidos 10, 7, 5 e 4 vezes, respectivamente.

5.1 Participantes que não utilizam avaliação psicológica

(48)

Tabela 2. Distribuição dos participantes que não utilizam AP por estado onde residem

Estado onde reside

Número de participantes que não utiliza Avaliação

Psicológica

%

Paraíba 10 18,8

Pernambuco 09 16,9

Rio Grande do Norte 09 16,9

Ceará 08 15,0

Piauí 05 9,4

Maranhão 03 5,6

Bahia 03 5,6

Alagoas 02 3,7

Sergipe 02 3,7

Destes 53 participantes que afirmaram não utilizar AP 16,9% são homens e 82,7% são mulheres. Mais da metade, 54,5%, residem na capital do estado onde atuam, enquanto 39,4% encontram-se no interior. As idades por sua vez variam de 22 até 59 anos, sendo a maioria com 22 a 29 anos (54,52%), seguidos de 31,9% pessoas com 30 a 38 anos, 5 participantes (9,4%) com idade de 50 a 59 anos, e, apenas uma com 43 e outra com 46 anos. O tempo de graduado variou bastante, indo de apenas 2 meses de formado até 31 anos. A maioria, 65,8%, graduou-se nos últimos cinco anos, enquanto 24,4% tem de 7 a 13 anos de formado; por último, tem 4 participantes com respectivamente, 15, outro com 20, 22 e 31 anos que concluiu a graduação.

Ainda em relação ao perfil dos participantes que não utilizam a Avaliação Psicológica, 43,2% deles tem como titulação máxima a graduação, 47% são especialistas, 7,5% mestres e um deles possui doutorado.

(49)

Tabela 3. Distribuição dos participantes que não utilizam AP por categorias que justificam o não uso da Avaliação Psicológica

Categorias O que trazem Frequência

Atua em outra(s) área(s)

“Atuo na área social”; “Atuo na área escolar”;

“Trabalho na gestão” 8

Não precisou ou não teve oportunidade ou não gosta da área de Avaliação Psicológica

“Não gosto”;

“Nunca precisei usar nenhum teste onde trabalho”;

“Trabalho em prefeitura e não havia possibilidade de aplicação da avaliação”

7

Já utilizou a AP, mas não utiliza mais

“Usei por seis meses”;

“Usei há três anos e não uso mais” 6

O foco o e tempo estão voltados p outras atividades q não as de avaliação

“Meu foco está no ensino e na pesquisa”;

“Terminei me afastando das

atividades clínicas por conta de outras atividades profissionais como as de lecionar”

5

5.2 Participantes que utilizam avaliação psicológica

Dos 106 participantes que afirmaram fazer uso da avaliação psicológica 87,6% são do sexo feminino e 12,4% do sexo masculino. A idade variou de 22 a 65 anos, sendo a maioria, 41,2%, com faixa etária de 30 a 39 anos, seguidos de 35,3% com idade de 20 a 29 anos, 11,5% com 40 a 49 anos, 7,8% 50 a 59 anos e 5 pessoas (4,8%) com faixa etária de 60 a 69 anos.

(50)

Desses participantes, 70,5% residem na capital do estado enquanto 29,5% moram no interior. O tempo de formado variou sendo 42,6% graduado nos últimos cinco anos, 24,5% de 6 a 10 anos atrás, 17% com 11 a 20 anos, 8,5% com 21 a 30 anos de graduado e 3,8% que se graduou de 31 a 41 anos. A maioria tem o título de especialista (51,4%), seguido de graduados (24,8%), 19% Mestres e 4,8% Doutores. O ano de obtenção da titulação máxima variou de 1992 a 2013, tendo 24,2% concluído sua pós graduação ou graduação em 2012, 15,2% em 2011 e 12,1% em 2013.

Em relação a frequência com que os participantes utilizam a avaliação psicológica 38,5% afirmaram usar toda semana, 27,9% utiliza todo mês, 26,9% utiliza eventualmente, enquanto 6,7% raramente usa. Ao serem questionados acerca da participação nos últimos dois anos em algum congresso ou evento sobre AP 51,9% afirmou não ter participado e 48,1% participou.

(51)

Tabela 4. Distribuição dos participantes por categorias em relação ao Curso/ formação que realizou na área de AP

Categorias O que trazem Frequência

Cursos de testes psicológicos

“Teste de Rorschach, PMK”;

“Cursos realizados: WISC-IV, Pirâmides

Coloridas de Pfister, Wisconsin.”

16

Especialização e cursos na área de psicologia do Trânsito (perito)

“Curso de Capacitação para Psicólogo

Perito Examinador do Trânsito (180h). Atualmente curso Especialização em Psicologia do Trânsito.”

11

Especialização e cursos de Avaliação Psicológica

“Curso de Métodos e Avaliação Psicológica”;

“Especialização”

10

Concluíram ou estão fazendo Mestrado na área de AP

“Faço Mestrado”;

“Fiz Mestrado na área de Avaliação Psicológica”

6

Seminários e/ou Cursos de curta duração sobre AP, instrumentos de avaliação ou Laudo e parecer

“Seminário: Novas abordagens na prática de avaliação psicológica (SP)”;

“Fiz cursos de curta duração em instrumentos de avaliação específicos”

6

Curso ou especialização em Neuropsicologia

“Especialização em neuropsicologia clinica”;

“Fiz especialização em Neuropsicologia

Clínica e Ensinei Avaliação Psicológica

no Ensino Superior”

5

Curso de extensão, monitoria ou estágio em AP ou

Psicodiagnóstico durante a graduação

“Curso de extensão durante a graduação”;

“Fiz estágio curricular obrigatório em Psicodiagnóstico.”

4

Curso ou Especialização em Psicodiagnóstico

“No momento estou fazendo especialização em psicodiagnóstico”;

“Psicodiagnóstico psicodinâmico.”

(52)

Em relação ao contexto o qual os participantes mais identificam sua prática os percentuais encontram-se distribuídos no Gráfico a seguir:

Figura 1. Distribuição dos participantes por contexto de atuação

Além do contexto assinalado como o principal, alguns participantes citaram outro(s) contexto que também atuam, mas, com menos frequência do que o mencionado na questão anterior. O contexto clínico foi citado por seis participantes, o de saúde por três e os contextos social/comunitário, trabalho/organizacional e avaliação neuropsicológica foram citados uma vez cada. Além disso, nove participantes citaram dois ou mais contextos em que também trabalham, a citar: 1) Clínico e Escolar; 2) Clínico e Educacional; 3) Trânsito e Escolar; 4) Vocacional e Escolar; 5) Vocacional e Hospitalar; 6) Saúde, Escolar e Vocacional; 7) Vocacional e Porte de Armas; 8) Trabalho e Vocacional; e, 9) “Como docente - em clínica escola, supervisionando alunos da graduação, como supervisora em curso de pós-graduação e em orientação vocacional no consultório”.

0 5 10 15 20 25 30 35 40

(53)

A faixa etária com que os participantes mais atuam em AP é a de adultos (21 a 64 anos), sendo apontada por 63,4%, seguida de 20,8% que trabalham com crianças, 14,9% que trabalham com adolescentes e apenas 1% que trabalha em AP com idosos. Ao realizarem suas Avaliações Psicológicas 76,7% dos participantes desenvolve um planejamento, ou seja, estabelece os objetivos da avaliação e em seguida o método para seu alcance, enquanto 15,5% apenas selecionam os instrumentos e testes que julga importante utilizar, e, 5,8% não realiza planejamento, vai desenvolvendo a Avaliação de acordo com a demanda.

Relacionado à forma como realizam o planejamento em AP por âmbito de atuação percebeu-se que todos os profissionais que atuam na área Educacional/Escolar e de Porte de Armas realizam o planejamento, estabelecendo seus objetivos e em seguida o método para atingi-los; 90% dos que atuam na área de Saúde/Hospitalar, 80% da área Clínica, 78% da Trabalho/Organizacional também seguem o mesmo tipo de planejamento. Os participantes das demais áreas também trabalham seguindo esse planejamento, porém numa frequência um pouco menor que essa mencionada, destaca-se a área Forense, a qual foi a única que 50% de seus participantes não realizam o planejamento mencionado, mas 33,3% escolhe os testes e os instrumentos que julga importante utilizar, e, 16,6% não realiza planejamento, vai desenvolvendo a Avaliação de acordo com a demanda.

Imagem

Tabela  1.  Distribuição  do  número  de  inscritos  nos  CRPs  Região  Nordeste  por  ordem  decrescente
Tabela 2. Distribuição dos participantes que não utilizam AP por estado onde residem
Tabela 3. Distribuição dos participantes que não utilizam AP por categorias que justificam  o não uso da Avaliação Psicológica
Tabela  4.  Distribuição  dos  participantes  por  categorias  em  relação  ao  Curso/  formação  que realizou na área de AP
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