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Comportamento da eosinofilia após o tratamento das geohelmintoses.

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Academic year: 2017

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Marta Maria Bozóti (*)

A eosinofilia sanguínea após o tratamento anti-helmíntico específico se

comportou numa amostragem de 57 crianças da seguinte forma:

.Na ascaridíase isolada ou associada à trieuríase a hipereosinofilia parasitá­

ria ou descia uniformemente após o tratamento, ou houve primeiro uma exacer­

bação que durava até a terceira semana após a erradicação da, parasitose, des­

cendo em seguida. Em ambos os casos houve normalização do hemograma em

dois meses.

Na associação ascaridíase/ancilostomíase também são possíveis dois tipos

de comportamento da eosinofilia após tratamento eficaz: ou vai diminuindo a

hipereosinofilia, logo em seguida à expulsão dos parasitos, ou há no primeiro

mês um aumento da hipereosinofilia (geralmente mais acentuado na primeira

semana que se segue ao tratamento), para diminuir após o fim do primeiro

mês progressivamente até desaparecer.

Na estrongiloidíase e na associação ascaridíase/estrongiloidíase há diminui­

ção constante da hipereosinofilia logo após o tratamento e o hemograma se

normaliza em cerca de dois meses.

Na trieuríase, a hipereosinofilia, aliás já discreta, diminui pouco com o

tratamento.

Na ancilostomíase e na associação ancilostomíase/trieuríase a

hipereosino-filia ou desce após o tratamento gradativo e lentamente, ou primeiro há uma

exaltação temporária nas primeiras três semanas após a terapêutica, para di­

minuir em seguida. Na associação ancilostomíase/estrongiloidíase também se

encontram esses dois tipos de comportamento da hipereosinofilia verminótica,

mas a exacerbação da hipereosinofilia, que ocorre na metade dos casos, só dura

duas semanas; a regressão eosinofílica ocorre dois meses após o tratamento.

Nas tri e tetraeparasitoses a involução pós-terapêutica da hipereosinofilia

é irregular e a normalização das taxas sanguíneas de eosinófilos é sempre arras­

tada, principalmente nas associações ascaridíase/estrongiloidíase/ancilostomíase

e nas tetraparasitoses.

S elecio n am o s, p a r a o b se rv a r a ev o lu ­ ção d a eo sin o filia ap ó s tr a ta m e n to a n ti- h e lm ín tic o específico, c ria n ç a s a f e ta d a s de u m a ou m a is d a s se g u in te s g e o h e lm in to -

ses:

Ascaris lumbricoides, Trichuris

tri-chiura, Necator americanus

ou

Ancylosto-ma duodenale

e

Strongyloides stercoralis.

D u ra n te to d o o p e río d o de e stu d o p e r ­ m a n e c e ra m e s ta s c ria n ç a s sob rigoroso c o n tro le m édico, a fim de d e s c a r ta r e v e n ­ tu a is h ip e re o sin o filia s n ã o p a r a s itá ria s , a s ­ sim com o q u a lq u e r f a to r eosino penia.nte, p re v e n in d o d e s ta fo rm a o fa lse a m e n to dos re s u lta d o s . A lém do c o n tro le clín ico d iá ­

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rio, fo ra m as c ria n ç a s su b m e tid a s a d i­ versos ex am es la b o ra to ria is : o v o h e lm in to s- copias re p e tid a s (m éto d o s de B a e r m a n n - M oraes, R ichie, W illis, H o ffm a n n , P o n s e J a n e r ) , p ro tozo oscop ia, c o p ro c u ltu ra , h e m o - g ra m a s rep e tid o s, d e te rm in a ç ã o d a VSH, p ro te in o g ra m a , a b re u g ra fia , re a ç ã o de M a n to u x ou P P D , p e sq u isa de b acilo d if- teró id e n a s secreções de o ro fa rin g e e, e v e n tu a lm e n te , h e m o c u ltu ra .

Os a n tih e lm ín tic o s u sad o s, em p o solo­ gia c o n c o rd a n te com o peso do p a c ie n te , além d e sere m específicos, s a b id a m e n te n ão a f e ta m a fó rm u la le u c o c itá ria , n ã o in flu in d o , p o rta n to , n a ev o lu ção d a eosi- n o filia . O re s u lta d o do tr a ta m e n to foi co n tro la d o p o r 5 ou 6 e x am es o v o h elm in - toscópicos, p a r a g a r a n tir a c u r a d a p a r a - sitose e ex c lu ir a re in fe s ta ç ã o , p o r u m p e ­ río d o m a is ou m en o s p ro lo n g a d o (1 a 3 m eses), d u r a n te o q u a l ta m b é m fo ra m

realiz a d o s sucessivos h e m o g ra m a s, em

q u a n tid a d e n e c e ss á ria p a r a a tin g ir o o b je ­ tivo p rin c ip a l d e s ta p esq u isa.

In ic ia m o s o e stu d o em 162 c ria n ç a s ( I n s titu to F e rn a n d e s F ig u e ira e C a sa d a C ria n ç a ) a f e ta d a s p o r n e m a te lm in to s , d a s q u ais p r a tic a m e n te a m e ta d e foi a f a s ta d a p o r a p r e s e n ta r u m ou m a is f a to re s qu e p o ­ d e ria m in flu e n c ia r, e x c e tu a n d o o f a to r i n ­ d iv id u al e o p a ra s itá rio , n a eo sin o filia e x i­ b id a . P elo m esm o m o tiv o , ao d e c o rre r d a ex p eriê n c ia , d e s c a rta m o s a in d a v á rio s c a ­ sos, re s ta n d o assim 57, cu jo s re su lta d o s p a ssa re m o s a a p r e s e n ta r .

ASCARIDÍASE

T r a ta - s e de n e m a te lm in tía s e c a u s a d a

pelo

Ascaris lumbricoides,

p a r a s ito m o -

no xen o de evo lu ção p a rc ia lm e n te tis s u la r.

O ciclo do p a ra s ito , qu e se c o m p le ta em 2 a 2 e m eio m eses, se in ic ia p e la i n ­ g e stã o pelo h o m e m dos ovos in fecciosos, dos q u ais, p e la a ç ã o dos sucos digestivo s, se lib e ra m as la rv a s . As la rv a s, a tr a v e s ­ sa n d o a m u co sa in te s tin a l, a tin g e m , d e n ­ tr o de u m a s e m a n a ap ó s a in g e stã o , os pu lm ões — p o d en d o c h e g a r a í q u e r a t r a ­ vés d a c irc u la ç ã o p o rta l, p a s s a n d o p elo f í ­ gado, v eias su p ra 'h e p á tic a s, veia c a v a e co ração d ireito , q u e r a tr a v é s dos vasos lin - fático s, p a s s a n d o pelo c a n a l to rá c ic o , veia cav a e co ra ç ã o d ire ito . P e rm a n e c e m as

la rv a s n o a p a r e lh o re s p ira tó rio p o r c e rc a de 10 d ias, d u r a n te os q u a is so fre m m u ­ d a s e re a liz a m a se g u in te m ig ra ç ã o : no p u lm ã o a s la r v a s a tra v e s s a m os alv éo ­ los, a tin g in d o os b ro n q u ío lo s, b rô n q u io s e fin a lm e n te a tr a q u é ia . A sín d ro m e de L o e ffle r o co rre n a fa se p u lm o n a r e n tr e o 9? e 12? d ia ap ó s a in g e s tã o dos ovos, e n e s te p e río d o de m ig ra ç ã o la r v a r c o n s ta ta - se eo sin o filia m a rc a d a n o e s c a rro e no sa n g u e ; só a p a re c e n a p rim o - in fe c ç ã o . P a s s a n d o a fa rin g e , a p a r t i r d a tra q u é ia , as la rv a s descem p elo esô fago e e stô m a g o a té c h e g a r ao seu h a b ita t, n a luz do i n ­ te s tin o d elgad o, o n d e s o fre m m u d a p a r a fin a lm e n te se tr a n s f o r m a r e m em a d u lto s a tr a v é s d a d ife re n c ia ç ã o se x u a l. A fa se de m ig ra ç ã o n o tu b o d ig estiv o a té o c o rre r a lo c aliz ação lev a de 6 a 10 d ia s . O e s­ tá g io a d u lto é a lc a n ç a d o , p o r s u a vez, e n ­ tr e o 259 e 30? d ia ap ó s a in g e s tã o dos ovos. As fê m e a s a d u lta s in ic ia m a p o s­ tu r a de ovos, qu e se rã o e n c o n tra d o s n a s fezes do p o rta d o r a p a r t i r do 40° d ia d a in fe s ta ç ã o . E stes ovos n ã o são e m b rio n a - d o s a in d a , m a s ap ó s 10-12 d ia s n o solo p ro p íc io so fre m m u d a , d a n d o p rim e ira la rv a ra b d itó id e , e u m a s e m a n a a p ó s n o v a m u d a , d a n d o se g u n d a la rv a ra b d itó id e , q u e é a fo rm a in f e s ta n te (ovos in fe c c io ­ sos) .

As lo calizaçõ es e c tó p ic a s do a s c a ris n ã o são in c o m u n s (vias b ilia re s, v esícu la, f í­ gado, c a n a is p a n c re á tic o s , p le u ra , m io c á r- dio, a p ê n d ic e , rim , s is te m a n erv o so c e n ­ tr a l e m e n in g e s, p e ritô n io , c o n d u to a u d i­ tivo, fo ssas la c rim a is , la rin g e , etc .).

Os m éto d o s p re fe re n c ia is p a r a d ia g n ó s ­ tico dos ovos n a s fezes são o de H o ffm a n n , P o n s e J a n e r e o m é to d o d ireto .

Eosinofilia na ascaridíase de migração

habitual

(3)

te s tin a l e n tr e o 30? e 35? d ia d a in f e s ta ­ ç ã o . Logo a se g u ir c o n s ta ta -s e a p o siti- v id a d e c o p ro ló g ic a . N e sta fase , em que os e x a m e s de fezes j á são po sitivo s, e n ­ c o n tr a -s e a u m e n to dos eosin ó filo s c ir ­ c u la n te s em c e rc a d e 43% dos in d iv íd u o s, p re d o m in a n d o as h ip e re o sin o filia s b a ix a s ( p ra tic a m e n te 2/3 dos casos) e m é d ia s (1/3 dos c a s o s ). A h ip e re o sin o filia g rav e é m u ito r a r a . A m é d ia de eo sin o filia c o m ­ p u ta n d o to d o s os casos d e a s c a rid ía s e i n ­ te s tin a l é d e 10% . N os caso s de in f e s ta ­ ções m ín im a s p o r te m p o p ro lo n g a d o , ou n a q u e le s e m qu e a c a p a c id a d e re a c io n a l do h o sp e d e iro é b a ix a , é co m u m a a u sê n c ia de h ip e re o sin o filia .

Com o d e c o rre r do te m p o , a h ip e re o s i­ n o filia p e rsiste em g e ra l, e m b o ra com v a ­ lo res baix o s, p o r p erío d o s p ro lo n g a d o s

( m e s e s ); p o ré m a p e rs is tê n c ia de u m a h i- p e re o sin o filia sig n ific a tiv a a lé m de 3 se ­ m a n a s ap ó s a fa se p u lm o n a r é r a r a .

P elo qu e p a re c e , n ã o h á p a ra le lism o e n tr e a eo sin o filia e as q u eix as “a lé rg i­ c a s ” n a a sc a rid ía s e : n u m a p e sq u isa r e ­ c e n te , e la s tiv e ra m a m e sm a fre q ü ê n c ia qu e n a s o u tr a s d o e n ç a s.

E m g e ra l, a in te n s id a d e de p a ra s itis m o a u m e n ta a eo sin o filia pelo a u m e n to d a s s u b s tâ n c ia s tó x ic a s p ro d u z id a s. M as, t r a ­ ta - s e de u m fe n ô m e n o co m p lex o : assim , n a a sc a rid ía s e p a re c e h a v e r u m lim ia r a p a r t i r do q u a l a p a r e c e r á a h ip e re o s in o fi­ lia ; u ltr a p a s s a n d o este lim ia r, o n ú m e ro de p a ra s ito s in te rv é m p a r a e sta b e le c e r u m a c u rv a co m p lex a, p rim e iro a s c e n d e n te (p ro p o rc io n a l à d e n sid a d e p a r a s itá r ia ) , a té a tin g ir u m p la tó , p a r a d escer em se g u id a com r e la tiv a rap id ez.

A to x in a do á s c a ris é u m a g e n te a n ti- g ên ico p o deroso , d a n d o m a n ife sta ç õ e s h is-

ta m in ifo rm e s

com aumento da eosinofilia.

A q u e r a tin a d a la rv a ta m b é m c o n s titu i s u b s tâ n c ia e o sin o filo tá tic a , d a n d o lesões h e p á tic a s e p u lm o n a re s n a m ig ra ç ã o (in ­ f iltra d o s eosin o fílico s lo cais, sín d ro m e de L o e f f le r ) . A eo sin o filia tis s u la r d a s ín ­ d ro m e de L o e ffle r p re c e d e a e o sin o filia s a n g u ín e a , e é re d u tív e l p o r a rse n ic a is . A m u c o sa in te s tin a l ta m b é m re a g e com in ­ fla m a ç ã o e in f iltr a d o eo sin o fílico à p r e ­ se n ç a dos verm es, e a u m e n ta o c o n te ú d o de eosin ó filo s ta m b é m n o suco d u o d e n a l

e fezes. T a n to a ação ir r ita tiv o - in f la m a - tó ria te c id u a l local, com o a eo sin o filia s a n ­ g u ín e a d e c o rre n te d a ir rita ç ã o m e d u la r se fazem a tra v é s d a sen sib ilização do h o sp e ­ d eiro ao p ro d u to tó xico do v e rm e . Do

Ascaris lumbricoides

fo ra m iso lado s v ário s tip o s de s u b s tâ n c ia s a n tig ê n ic a s (ácidos g rax o s, p o lissa c á rid e s, e tc .) ; no soro dos in d iv íd u o s p a r a s ita d o s p o d em se r d e m o n s­ tra d o s v á rio s a n tic o rp o s, com o p re c ip itin a s e a n tic o rp o s de fix a ç ã o do co m p lem en to .

O eo sin ó filo te m ação a n ti- h is ta m ín ic a , n e u tr a liz a n d o o excesso de h is ta m in a p r o ­ d u z id a pelos m a sto c ito s sob a ação d as to x in a s a le rg iz a n ts s a lo n g o prazo, secre- ta d a s pelo á s c a ris .

Q u a n to às asso ciações v e rm in ó tie a s d a a sc a rid ía se , v e rific a -se e fe ito co n ju g a d o so b re a eo sin o filia : oco rre p o te n c ia liz a ç ã o dos e fe ito s eo ? in o filiz a n te s iso lado s n a s asso ciaçõ es á s c a ris /a n c ilo s to m íd e o e á sc a - r is /tr ic u r is ; n a asso ciação á s c a r is /e s tr o n - gilo ides o co rre m a io r n ú m e ro de casos de h ip e re o sin o filia s b a ix a s e m e n o r n ú m e ro de caso s de h ip s re o s in o filia s a lta s qu e n a estro n g ilo id ía se iso lad a, d e n o ta n d o um e fe ito in ib id o r qu e a p re s e n ç a do á sc a ris c a u s a so b re a h ip e re o sin o filia d esen vo lvida p elo estro n g ilo íd es, v erm e sa b id a m e n te das m a is h ip e re o s in o filiz a n te s .

O te tra m is o l (c ic la m a to ou o lc rid ra to ) é a d ro g a de esco lh a n o tr a ta m e n to d a a s c a rid ía s e , ex ceto n o s casos de oclusão ou su b o clu são in te s tin a l, o n d e se u s a a p i- p e r a z in a . O te tra m is o l (d i-l-6 -fen il-2 ,3 ,5 ,6 - te tr a - h id r o im id a z o - ( 2 - l- b ) - tia z o l) n ã o a f e ­ t a o h e m o g ra m a dos in d iv íd u o s n ã o p a r a ­ s ita d o s . 130 m g do c ic la m a to c o rre sp o n ­ d e m a 80 m g do c lo rid ra to , e u m a dose ú n ic a do sal, a d m in is tr a d a apó s o ja n ta r , p ro p o rc io n a c u r a p a ra s ito ló g ic a em cerca de 90% dos caso s. D am o s 40 m g de c lo ri­ d r a to de te tra m is o l p a r a as c ria n ç a s com m en o s d e 10 kg, 80 m g e n tre 10-25 kg e 160 m g a c im a de 25 k g . A re p e tiç ã o d e s ta dose com u m a s e m a n a de in te rv a lo é op- t a t i v a .

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-sin o filia s n ã o p a r a s itá r ia s , p a re c e n ã o m o ­ d ific a r as h ip e re o sin o filia s p a r a s itá r ia s , e x ­ ceto n a fila rio se e n a a sc a rid ía se , o n de, p o r s u a a ç ã o so b re os v erm es, ex erce ação h ip e re o sin o filiz a n te n o in ício , p a r a a lg u ­ m a s s e m a n a s dep ois t o r n a r a re d u ç ã o d a eo sin o filia p ro g re ssiv a e d e fin itiv a . E s ta d im in u iç ã o d a h ip e re o sin o filia se deve à d e stru iç ã o e re a b so rç ã o dos p a ra s ito s , que p a r a m de lib e ra r s u b s tâ n c ia s eo sin o filó g e- n a s, c o n ju g a d a à a ç ã o p r ó p ria d a p ip e - ra z in a (in d e p e n d e n te d a a n ti- h e lm ín tic a ) que a c a r r e ta h ip e rfu n ç ã o s u p r a r r e n a l e co n se q ü e n te d im in u iç ã o do n ú m e ro de eo- sin ófilo s s a n g u ín e o s . É b em v e rd a d e que o ACTH n ã o re d u z a h ip e re o sin o filia em v ig ên cia de a s c a rid ía s e — ou o u tr a p a r a - sito se — (te s te de T h o rn ), p rin c ip a lm e n te em c ria n ç a s .

O c o n tro le d e c u ra é fe ito a tr a v é s de 3 e x am es p a ra sito ló g ic o s re a liz a d o s com in te rv a lo s e m a n a l ou n o 10?, 119 e 129 d ia s ap ó s o tr a ta m e n to d a a sc a rid ía s e : sen d o os 3 re su lta d o s coprológicos n e g a ti­ vos, g a r a n te -s e a c u r a p a ra sito ló g ic a , salv o re in fe s ta ç ã o .

P a ssa re m o s a in te r p r e ta r os no ssos c a ­ sos d e a s c a rid ía s e , p u ro s ou em a sso c ia ­ ção, em 15 c ria n ç a s e m b o m e sta d o n u t r i ­ c io n a l e 11 com d e s n u triç ã o de 19 g ra u . A c a p a c id a d e e o sin o filo g ên ica e o a sp e c to d a evolução d a c u rv a eo sin o fílic a d a s c ria n ç a s le v em en te d e s n u trid a s e ra s im ila r às b em n u trid a s , n ã o h a v e n d o n e c e ssid a d e de s e p a ­ r a r os dois g ru p o s p a r a efe ito de in te r p r e ­ ta ç ã o dos dad o s. O b serv e-se que a e x p re s­ são “bem n u tr id o ” é m a is u m c rité rio de peso e n ã o po d em o s le v á -la a “s tr ic tu s e n su ” n u m in d iv íd u o p a r a s ita d o que deve ser f a ta lm e n te c a r e n te n e m que s e ja só p e la m á -a b s o rç ã o c a u s a d a p e la p re se n ç a dos v erm es in fe s ta n te s .

N a a s c a rid ía s e p u ra e n a asso ciação a s c a r id ía s e /tr ic u ría s e a s eo sin o filias m o ­ d e ra d a s e ra m as m a is f re q ü e n te s . Logo ap ó s o tr a ta m e n to , e s ta h ip e re o sin o filia se co m p o rto u de d u a s m a n e ira s d is tin ta s : ou d esceu u n ifo rm e m e n te logo em seg u id a ao tr a ta m e n to ou n a s p r im s ir a s d u a s se ­ m a n a s so fre u u m a e x a c e rb a ç ã o te m p o rá ­ r ia g e ra lm e n te d is c re ta ; e n tr e ta n to , a p a r ­ ti r d a 3^ se m a n a ap ó s o tr a ta m e n to , a e o sin o filia d escia g r a d a tiv a m e n te a té se n o rm a liz a r c e rc a de 8 se m a n a s apó s a a d ­ m in is tra ç ã o te r a p ê u tic a eficaz.

A p o te n c ia liz a ç ã o d a h ip e re o sin o filia p e la so m a ç ã o dos e fe ito s do tr ic u ris e do á s c a ris foi b em n o tá v e l.

N a a sso ciação a s c a rid ía s e /a n c ilo s to m ía ­ se a p o te n c ia liz a ç ã o d a c a p a c id a d e e o sin o ­ filo g ê n ic a e ra m u ito in te n s a . Ao d e c o rre r do 19 m ês ap ó s tr a ta m e n to p r a tic a m e n te s im u ltâ n e o de a m b a s as p a ra s ito s e s , ho uv e, em m e ta d e dos casos, a u m e n to d a eo sin o ­ filia o b se rv a d a a n te rio r m e n te a o t r a t a ­ m e n to (p ro v a v e lm e n te p o r a ç ã o d o p ro d u to q u ím ico sob re os p a ra s ito s ou p e la in f lu ê n ­ c ia do a n c ilo s to m íd e o ). E ste a u m e n to d a eo sin o filia g e ra lm e n te é m a is n o tá v e l u m a s e m a n a ap ó s o tr a ta m e n t o . N a o u tr a m e ­ ta d e dos caso s a eo sin o filia j á d im in u iu n o 19 m ês, a p a r ti r do q u al, a c u rv a de declive foi p a te n te em to d o s os caso s.

N a a sso ciação d e e stro n g ilo id ía se à a s ­ c a rid ía se , n a n o ssa série, a e o sin o filia c o n s­ t a t a d a a n te s de tr a ta m e n to s im u ltâ n e o e r a d e m é d ia in te n s id a d e . A pós o tr a ta m e n to a q u e d a d a s c ifra s é n ítid a e se p ro c e ssa d u a s s e m a n a s ap ó s a a d m in is tra ç ã o d a d ro g a , v o lta n d o a e o sin o filia ao n o rm a l a p ó s 1 m ê s.

Nos caso s em qu e o co rreu a sso ciação de 3 ou 4 p a ra s ito s , a c u rv a de q u e d a dos eosin ó filo s ap ó s o tr a ta m e n to e r a m a is a r ­ r a s ta d a , d e m o ra n d o m a is os eosin ó filo s a r e to r n a r e m aos n ív eis b a ix o s . Isso em p a r te se deve ao tr a ta m e n t o c o n ju g a d o d a s c o n d içõ es n u tr itiv a s , pois a m a io ria , se n ã o a to ta lid a d e d a s c ria n ç a s p o lip a ra s ita d a s é d e s n u trid a , e a o re c e b e r os resp ectiv o s a n ti-h e lm ín tic o s , p ro v id e n c ia -se a m e lh o ra do e sta d o de c a rê n c ia a lim e n ta r . T a l m e ­ lh o ra , sa b e -se , a c a r r e ta “d e p e r se ” u m a e o sin o filia qu e fa z p a r te d a sín d ro m e de re c u p e ra ç ã o n u tr ic io n a l e se exibe d a 3*> a 9^ s e m a n a ap ó s a re a lim e n ta ç ã o .

T R IC U R Í ASE

Após a in g e stã o d e a lim e n to s c o n ta m i­

n a d o s com ovos de

Trichuris trichiura,

(5)

a s c e n d e n te e r e to . A e x tre m id a d e c e fá lic a d o tric u ris se in tro d u z n a m u co sa, p o d e n ­ d o a c a r r e t a r u lc e ra ç õ e s lo cais p e la p ro d u ­ ç ã o d e s u b s tâ n c ia s lític a s . N as p a re d e s d a s ú lc e ra s e n c o n tra m - s e in íiltr a d o s e o si­ n ó filo s. O v erm e a d u lto te m u m a so b re ­ v iv ê n c ia d e a té 6-8 a n o s, d u r a n te os q u a is p ro d u z ovos qu e p o d em se r c o n s ta ta d o s ao e x a m e d e fezes, se n d o os m é to d o s p a r a s i- to ló gico s p re fe re n c ia is os de W illis, H o ff- m a n e P o n s e J a n e r ; a reto ssig m o id o sco - p ia ta m b é m é u s a d a .

A tric o c e fa lía s e é d e c a r á te r g e ra lm e n te b e n ig n o e m no sso m eio , e x c e to n a s in fe s ­ ta ç õ e s m a c iç a s e m c ria n ç a s d e s n u trid a s , n a s q u a is p o d e rá o c a s io n a r a n e m ia , p ro - la p so r e ta l e d is e n te r ia . A r e tite p o r

Tri-churis,

isto é, o p ro la p so r e ta l com d ia rr é ia e e n te ro rr a g ia exige tr a ta m e n to .

P a r a o tr a ta m e n t o d a tr ic u ría s e foi p re c o n iz a d o o m é to d o d e B asn u ev o , que c o n s ta d e u m a sé rie b á sic a de 3 e n e m a s com h e x ilro s o rc in o l. P r e p a r a - s e o c liste r c o n te n d o 2 g de h e x ilre so rc in o l, 100 m l de m u c ila g e m d e a c á c ia e 900 m l d e á g u a d e s ­

tila d a , a p lic a n d o n a dose d e 30 a 40 m l d a so lu ção p o r kg de peso p o r vez. A n tes d a a p lic a ç ã o de c a d a c liste r, qu e p o d e rá se r f e ita de 3 em 3 d ia s ou em d ias a lt e r ­ n a d o s, p ro c e d e -se a la v a g e n s e v a c u a d o ra s e à u n t u r a p e r ia n a l com v a s e lin a . E ste m é to d o é b e m to le ra d o e eficaz, p o d e n d o e v e n tu a lm e n te se r re p e tid o .

O em p re g o do io d eto de d itia z a n in a e n c o n tro u v á r ia s c o n tra -in d ic a ç õ e s , in c lu ­ sive a s u a c a p a c id a d e e o sin o p e n ia n te .

A p e n a s c e rc a d e 40% dos in d iv íd u o s a fe ta d o s p o r tr ic u ría s e exibe h ip e re o sin o ­ filia , qu e g e ra lm e n te é de c a r á te r fra c o ou m o d e ra d o . I s to é c o m p reen sív el, pois o p a r a s ito p e rm a n e c e d u r a n te o seu ciclo no tu b o d ig estiv o do h o m e m , em c o n ta to te - c id u a l m ín im o . N os caso s g ra v e s p o d em s e r c o n s ta ta d a s eo sin o filias d e a té 25-30% . Q u a n to à s asso ciaçõ es p a r a s itá r ia s , os d a ­ dos p a re c e m e v id e n c ia r qu e o tric u ris p o ­ te n c ia liz a a s h ip e re o sin o filia s c a u s a d a s pelo á s c a ris e pelo s an cilo sto m íd eo s, m a s in ib e as g ra n d e s h ip e re o sin o filia s pelo es- tro n g iló id e s.

E m n o ssa c a s u ís tic a , a e o sin o filia ob­ s e rv a d a a n te s d o tr a ta m e n to , em casos de

tr ic u ría s e p u ra , e r a m o d e ra d a ; n o p rim e iro m ês apó s o tr a ta m e n to a m o d ificação d a in te n s id a d e d a eo sin o filia e ra in s ig n ifi­ c a n te .

Nos casos de a sso ciação tr ic u r is /a n c i- lo sto m íd eo , a s ta x a s de eo sin o filia o b se r­ v a d a s a n te s do tr a ta m e n to n ã o e ra m m a is a lta s qu e n a tr ic u ría s e iso la d a (eo sin o filias f ra c a s ou m o d e ra d a s ), c o n fo rm e s e ria o e sp e ra d o , m a s o n ú m e ro de casos é p e ­ q u e n o p a r a t i r a r ilaçõ es. E n tr e ta n to , apó s o tr a ta m e n to , o b se rv a -se u m a a sc e n sã o n í ­ tid a d a eo sin o filia j á n o 7? d ia, sen d o ta l a sc e n sã o d u ra d o u ra (ce rc a de 1 m ês) e m o tiv a d a sem d ú v id a p e la ex p u lsão co n co ­ m ita n te , m e d ia n te tr a ta m e n to específico, dos a n c ilo sto m íd e o s (v er a e x p licação de ta l fe n ô m e n o n a p a r te r e fe r e n te a a n c ilo s­ to m ía se ) . E ste a u m e n to d a eo sin o filia ap ó s o tr a ta m e n to e r a m a is a c e n tu a d o nos casos em que h a v ia d e s n u triç ã o co n co m i­ ta n te , p e rfa z e n d o o q u a d ro de eo sin o filia p ó s - tr a ta m e n to d a sín d ro m e de d e s n u tr i­ ção, qu e o co rre a p a r t i r d a 3^ s e m a n a d a re c u p e ra ç ã o . É lógico que p a r a a m e lh o ­ r ia d o e s ta d o n u tr ic io n a l c o n trib u iu t a m ­ b ém a e x p u lsã o dos v erm es.

N os 2 caso s d e a sso ciação tr ic u r is / e stro n g iló id e s a eo sin o filia a n te s do t r a t a ­ m e n to e r a a c e n tu a d a n u m , m o d e ra d a n o u t r o .

O c o m p o rta m e n to d a asso ciação á s c a r is / tr ic u ris é d is c u tid a n a p a r te re fe r e n te a a s c a rid ía s e , a ssim com o o dos casos d e t r i e te t r a p a r a s itis m o .

Os caso s c o m p u ta d o s p a r a efe ito de o b ­ se rv a ç ã o d a ev o lu ção d a eo sin o filia n a t r i ­ c u ría se e su a s asso ciaçõ es fo ra m 17 c r ia n ­ ç a s em bo m e sta d o n u tr ic io n a l e 14 com d e s n u triç ã o d e p rim e iro g ra u .

A N CILO STO M ÍA SE

As d u a s esp écies de a n cilo sto m íd eo s que in te re s s a m a p a ra s ito lo g ia m é d ic a são o

Ancylostoma duodenale

e o

Necator

ame-ricanus;

e ste ú ltim o é m a is co m u m no B ra s il e é d e te r a p ê u tic a m a is d ifíc il. O

Ancylostoma brasiliense

e o

Ancylostoma

(6)

E stes p a ra s ito s m o n o x en o s e sem h e te - ro g a m ia são de evolu ção p a r c ia lm e n te tis - su lar, c o m p o rta n d o em seu ciclo, n a m a io ­ ria d as vezes, u m a fa se p u lm o n a r. A la rv a ra b d itó id e o riu n d a do ovo se tr a n s f o r m a no e x te rio r em la rv a fila rifo rm e , qu e é a fo rm a in f e s ta n te . P e n e tra n d o a tiv a m e n te n a pele, on de p ro d u z u m a re a ç ã o in fla m a - tó ria , em c e rcca de 40 m in u to s a m a io ria d as la rv a s fila rifo rm e s j á a tin g iu o d e rm a . A lgum as h o ra s apó s, c o n tin u a n d o a p e n e ­ tra ç ã o la rv a r, a tr a v é s do có rio n e do t e ­ cido c e lu la r su b c u tâ n e o , são a lc a n ç a d o s os c a p ila re s lin fá tic o s ou s a n g u ín e o s. A e s ta a ltu r a p a r te d a s la rv a s su cu m b e p e la ação d as c élu las lin f á tic a s qu e se fix a m à su a c u tíc u la , e n c a p s u la n d o -a s . As la rv a s so ­ b re v iv e n te s c h e g a m , a tra v é s dos g ân g lio s lin fá tic o s, ao d u to to rá c ic o e d a í c a e m n a c o rre n te c ir c u la tó r ia . P a s s a n d o do c o r a ­ ção d ire ito aos p u lm õ es, as la r v a s p e r f u ­ ra m os c a p ila re s e c a e m n o s alv éolos. S o ­ b em a á rv o re b rô n q u ic a a tra v é s do m uco e au x ilia d o s pelo m o v im e n to c iliar, p o ­ d en d o e n tã o se r exp elid o s p e la to sse p a r a o e x te rio r, o n d e m o rre m . E n tr e ta n to , as la rv a s n ã o ex p elid as, em 2-5 d ia s de m i­ g ra ç ã o a s c e n d e n te a p a r ti r dos b ro n q u ío - los, já se e n c o n tra m n a tr a q u é ia , sen d o d e g lu tid a s a se g u ir e in d o se lo c a liz a r no in te s tin o . D e p re fe rê n c ia n o d u o d en o , m as ta m b é m n o je ju n o e p a r te s a lta s do íleo, os verm es a tin g e m a m a tu rid a d e e vivem p o r 1-2 a n o s (a lg u n s a u to re s a te s ta m u m a lo n g ev id ad e de a té 10 a n o s!) O d esen v o l­ v im e n to do h e lm in to desd e a su a p e n e tr a ­ ção a té o a m a d u re c im e n to lev a c e rc a de 40 d ia s. Os ovos r e s u lta n te s d a p o s tu ra d a s fê m e a s e n c o n tra m - s e n a s fezes a p a r ­ t i r d a 7^ s e m a n a d a in fe s ta ç ã o , q u a n d o su rg em ta m b é m os s in to m a s g a s tro -in te s - tin a is , e sã o de p r e fe rê n c ia d ia g n o stic a d o s pelo m é to d o d e W illis ou pelo e x am e d ire to do sed im en to .

C asos h á em qu e as la rv a s p e n e tr a m n o tu b o dig estiv o sem ciclo p u lm o n a r; em o u tra s o p o rtu n id a d e s a la rv a fila rifo rm e in fe s ta n te p e n e tr a p o r v ia o ral, n a m u co sa d a bo ca, esô fag o e estô m ag o , in d o t e r a t r a ­ vés dos vasos s a n g u ín e o s ao c o ra ç ã o d i­ r e ito e se g u in d o o ciclo p u lm o n a r j á d e s­ c rito a té c h e g a r ao in te s tin o . T a m b é m é p ossível a r e in fe s ta ç ã o in te r n a , em que a la rv a o riu n d a d o ovo p e n e tr a d ire ta m e n te a tra v é s d a p a re d e in te s tin a l.

A lém d a a c e n tu a d a a ç ã o e sp o lia d o ra dos a d u lto s e a p a to g e n ia m e c â n ic a a c a r r e t a ­ d a p e la m ig ra ç ã o d a s la rv a s e a d u lto s, in - ts r e s s a -n o s e x c e p c io n a lm e n te a a ç ã o irri- ta tiv o - in f la m a tó r ia d estes p a ra s ito s . J á po r o casião d a p e n e tr a ç ã o la r v a r n a pele, n o p rim e iro d ia d a in fecção , s u b s tâ n c ia s t ó ­ x icas ir r ita tiv a s são e lim in a d a s p elo v e r­ m e, c a u s a n d o reaçõ es locais.

As reaçõ es te c id u a is à p re s e n ç a d a la rv a ou do a d u lto são b e m m a rc a n te s d u ra n te to d o o tr a je to de m ig ra ç ã o ou de fix a ç ã o : a u m e n ta a ta x a d e eo sin o filia no s ex su - d a to s, o co rrem reaçõ es te c id u a is com m o ­ b ilizaç ão a f lu e n te dos leu có cito s, in clu siv e eosin ó filo s; o d e se n v o lv im e n to d a sín d ro m e de L o e ffle r é o c a sio n a l e c o stu m a d e s a p a ­ re c e r e m 15 d ia s; a p a re d e in te s tin a l in fil­ tr a - s e ta m b é m d e eosin ó filo s p ro v e n ie n ­ te s d a c irc u la ç ã o g e ra l, em re sp o s ta à p r e ­ s e n ç a d a s fo rm a s a d u lta s .

Q u a n to ao a u m e n to dos eo sinó filos no sa n g u e , e ste se d e c la ra c e rc a de u m a s e ­ m a n a ap ó s a p e n e tra ç ã o tr a n s c u tâ n e a d a s la r v a s in f e s ta n te s , logo q u a n d o elas c h e ­

g a m ao s p u lm õ e s. A eo sin o filia d u r a n te a m ig ra ç ã o la r v a r v a ria de in d iv íd u o p a r a in d iv íd u o , o scilan d o n a p rim o in fe c ç ã o a g u ­ d a e n tr e 10-25% , m as, de q u a lq u e r m odo, n o 20? d ia d a in fe c ç ã o j á é b e m m a rc a n te . As c ifra s m á x im a s de eo sinó filos (30% ou m a is) são a tin g id a s n o fim do 3<? m ês d a p rim o in fe c ç ã o . No p a ra s itis m o crô n ico a eo sin o filia o scila e n tr e 15-30% e pode v ir a c o m p a n h a d a d e le u c o p e n ia . A eo si­ n o filia r e p r e s e n ta a re a ç ã o o rg â n ic a às to x in a s do verm e, m a s n ã o é p ro p o rc io n a l ao n ú m e ro de e x e m p la re s in f e s ta n te s .

A v e rd a d e é que n u n c a se c o n firm o u a a ç ã o d e s u b s tâ n c ia s tó x ic a s, r e s u lta n te s d a secreção ou ex creção dos a n c ilo sto m í- deos, so b re a m e d u la óssea, a f e ta n d o a eo- sin o p o iese. E n tr e ta n to , a f a lta de c o r r e ­ la ç ã o e n tr e o g r a u de in fe s ta ç ã o e o de a n e m ia e eo sin o filia em a lg u n s casos, p o ­ d e ria se r e x p lic a d a p e la a ç ã o d a to x in a p ro d u z id a p elo v erm e e a b so rv id a pelo o r ­ g a n ism o h o sp ed eiro , le v a n d o a o c o m p ro ­ m e tim e n to m e d u la r; ta m b é m p o d e ria se r o caso de o c o rre r e s g o ta m e n to m e d u la r p ô r so lic ita ç ã o e x a g e ra d a .

(7)

C om o vim os, a p e rc e n ta g e m de e o sin ó ­ filo s v a ria p o r c a u s a s o rg â n ic a s e e stá g io d a in fe c ç ã o p a r a s it á r ia . Se a p e r c e n ta ­ g em a lt a deve o r ie n ta r o d iag n ó stic o , a e o sin o filia n o rm a l ou a u s e n te n ã o deve ex c lu ir a p a r a s ito s e . P o r exem p lo, c e rta s c ria n ç a s p o lip a ra s ita d a s e em e sta d o a v a n ­ ça d o d e d e s n u triç ã o p ro tê ic a n ã o ex ibem h ip e re o sin o filia .

Q u a n to às associaçõ es, p a re c e qu e o á s ­ c a ris, o tric u ris e o e stro n g iió id e s p o te n c ia ­ lizam a e o sin o filia c a u s a d a pelos a n c ilo s­ to m íd eo s.

A te r a p ê u tic a , m esm o eficaz, n e m se m ­ p re ag e d e m a n e ira a p re c iá v e l ou de m odo c o n s ta n te so b re a e o sin o filia c a u s a d a pelos an c iló sto m o s, p elo m en o s n ã o d u ra n te o p e río d o que im e d ia ta m e n te segu e ao tr a ta m e n t o . A pós a te r a p ê u tic a , a r e d u ­ ção dos eosin ó filo s é m u ita s vezes le n ­ ta , e p o d e le v a r m e se s. H á casos em que o co rre n o tá v e l a u m e n to dos eo sinó filos c ir ­ c u la tó rio s ap ó s o tr a ta m e n to — ta l f a to po de se r a trib u íd o à in c o m p le ta e x p u lsão d a to ta lid a d e dos v e r m e s . L a m ie rre e L a n - te jo u l e n c o n tr a r a m casos de a u m e n to d a eo sin o filia d e 14% p a r a 37% , tr ê s se m a n a s a p ó s o tr a ta m e n to , e s u g e rira m qu e ta l a u m e n to d e c o rre d a lib e ra ç ã o dos e o sin ó ­ filo s a p a r t i r dos in filtr a d o s p a r ie ta is i n ­ te s tin a is p a r a d e n tr o d a c o rre n te c irc u la ­ tó ria a p ó s o d e s p re n d im e n to e ex p u lsão do s v e rm e s pelo tr a ta m e n to . P o r o u tro lad o , p o r a lg u m te m p o m esm o ap ó s a e x ­ p u lsã o d o s v erm es, a fo rm a ç ã o d e e o sin ó ­ filo s p e la m e d u la óssea a in d a p e rs is te .

A f e rr o te r a p ia m a ssiç a , à s vezes n e c e s­ s á r ia dev id o à g ra n d e esp o liação , é cap a z d e p ro v o c a r h ip e re o sin o filia d u r a n te a fase d e tr a ta m e n to .

A d ro g a de e sc o lh a n o tr a ta m e n t o d a a n c ilo sto m ía se é o te tra c lo ro e tile n o , m as o h id r o x in a f to a to d e b e fê n io ta m b é m te m sid o e m p re g a d o com su cesso . O te tr a c lo ­ ro e tile n o n ã o é a d e q u a d o p a r a tr a ta m e n to s em m a ssa , pois os e v e n tu a is e fe ito s c o la ­ te r a is d ev em se r c o n tro la d o s . É s u b s tâ n ­ c ia ab so rv ív el, re la tiv a m e n te tó x ic a p a r a o fíg a d o e co ra ç ã o , m a s e stes in c o n v e n ie n ­ te s sã o a f a s ta d o s se a a d m in is tra ç ã o d a s su b se q ü e n te s doses c o m p o rta r u m in te r ­ v alo a p ro x im a d a m e n te s e m a n a l. A d m in is- tr a - s e e m je ju m a dose ú n ic a d e 0,1 m l/k g

de peso (n ã o u ltr a p a s s a n d o o to ta l de 4-5 m l) e dep ois fa z -se u m rep o u so de 3 h o ra s. Sob a fo rm a de c á p su la s ou de susp en são , a m e d ic a ç ã o p o d e se r u s a d a em c ria n ç a s de q u a lq u e r id a d e , m esm o em e sta d o g r a ­ ve, m a s é c o n tr a in d ic a d a n o k w ash io rk o r, g rav id ez, h e p a to p a tia s e n e f r o p a tia s . A a ç ã o de te tra c lo r e tile n o só se fa z sobre os p a ra s ito s de lo caliz ação in te s tin a l e n ã o in flu e n c ia as la rv a s em seu c ic lo . P o r isso é n e c e ss á ria a re p e tiç ã o do t r a t a ­ m e n to , com o in te rv a lo m ín im o de u m a s e m a n a . O te tra c lo ro e tile n o a c a r r e ta a c u ra p a ra sito ló g ic a com dose ú n ic a em 40% dos caso s e re d u ç ã o d a in te n sid a d e d a in fe c ç ã o n o s caso s r e s ta n te s . Com d u a s doses a p e rc e n ta g e m de c u ra sobe p a r a m a is de 90% . Às vezes a c ria n ç a p eq u en a n e c e ssita de v á ria s doses su cessiv as p a r a e r r a d ic a r a p a ra s ito s e , ta lv e z p o rq u e o a n - tih e lm ín tie o é u sa d o em posologia p e q u e ­ n a , de aco rd o com o c rité rio p e s o /id a d e d a c r ia n ç a . P od e o te tra c lo ro e tile n o r e a tiv a r o u tra s p a ra s ito s e s s u p e ra ju n ta d a s , p o r ex em p lo a tr ic u ría s e .

O h id r o x in a f to a to de b efên io é u sad o no s casos de c o n tr a -in d ic a ç ã o do te tra c lo ­ ro e tile n o . E s ta d ro g a de se g u n d a esco lh a re d u z a in fe s ta ç ã o e m to d o s os casos e a c a r r e ta u m a p e rc e n ta g e m de c u ra de 73% dos caso s em d u a s d o ses. Deve ser se m p re u s a d a em doses m ú ltip la s, send o à s vezes n e c e ssá rio s 5 tr a ta m e n to s p a r a a c u r a p a ra sito ló g ic a ; d e q u a lq u e r m odo, é u m a s u b s tâ n c ia a tó x ic a , pois é e sc a ssa ­ m e n te a b s o rv id a . A pós d u a s h o ra s de je ­ ju m a d m in is tra m o s 5 g do sa l p a r a as c ria n ç a s m a io re s de 2 a n o s e m e ta d e d e sta dose n a s c ria n ç a s m en o res.

A n o ssa c a s u ís tic a de an c ilo sto m ía se p u ra e a sso c ia d a c o m p re e n d e 13 c ria n ç a s em e s ta d o n u tr ic io n a l bo m e 9 so fre n d o de d e s n u triç ã o do p rim e iro g ra u .

N a a n c ilo sto m ía se p u ra , a h ip e re o sin o ­ filia e r a c o n s ta n te a n te s do tr a ta m e n to , p re d o m in a n d o a de g ra u m o d e ra d o . Após o tr a ta m e n to , o c o rria re d u ç ã o in q u e stio ­ n á v e l, m a s a r r a s ta d a d a h ip e re o sin o filia

(8)

s-tr a ta m e n to a eo sin o filia to rn o u a ca ir, a tin g in d o in te n sid a d e s e m e lh a n te à a n t e ­ rio r ao tr a ta m e n to , p a r a dep ois c a ir a n í ­ veis b aix o s.

N as associações tric u ris/a n c ilo sto m íd e o , as ta x a s de h ip e re o sin o filia n ã o e ra m m a is a lta s que n a a n c ilo sto m ía se iso la d a . Após a ex p u lsão dos a n c ilo sto m íd eo s, ho u v e e x a ­ cerb ação te m p o rá ria d a eo sin o filia desd e o 7? d ia apó s o tr a ta m e n to e qu e se m a n ­ teve p o r c e rc a de u m m ês (v er n a p a r te re fe re n te a tr ie u r í a s e ) .

As associações com o á sc a ris e o es- tro n g iló id es são d isc u tid a s n o s resp ectiv o s it e n s .

EST R O N G ILO ID ÍA SE

T r a ta - s e de g e o h e lm in to se c a u s a d a p e ­

los a d u lto s e la rv a s do

Strongyloid.es

ster-coralis,

p a ra s ito s m o n o x en o s com h e te ro - g am ia, de ciclo p a r c ia lm e n te te c id u a l.

P a ssa re m o s a d e sc re v e r o ciclo v ita l d o e s tro n g iló id e s . N as c r ip ta s d a m u co sa d u o d e n o -je ju n a l do h o sp e d e iro lo c a liz a m - -se h a b itu a lm e n te as fê m e a s p a rte n o g e n é - tic a s o riu n d a s p e la c o m p le ta ç ã o d e ciclo d ire to . O c a sio n a lm e n te p o d em se a lo ja r ta m b é m n a m u c o sa g á s tric a , íleo e cólons. A p re se n ç a d e p a ra s ito s m a c h o s ou fê m e a s n ã o p a rte n o g e n é tic a s n o in te s tin o p o d e rá o c o rre r ta m b é m , r e s u lta n te do ciclo in d i­ re to de evo lu ção . No ciclo p a rte n o g e n é - tico ou d ire to a s fê m e a s re a liz a m a p o s­ t u r a de ovos e m b rio n a d o s; logo a la rv a ra b d itó id e c o n tid a n o ovo a b a n d o n a su a m e m b ra n a e sa i d a s c r ip ta s in te s tin a is p a r a o e x te rio r ju n to com as fezes, p a r a se tr a n s f o r m a r c e rc a de 15 'h o ras a 4 d ias apó s em la rv a fila rió id e ; p o r vezes o co rre e s ta tra n s fo rm a ç ã o a in d a n o h o sp e d e iro . A e lim in a ç ã o dos p a ra s ito s n a s fezes sob a fo rm a de ovos é r a r a ; a p ro c u ra deve se c o n c e n tra r n a s fo rm a s la rv a re s, ra b d itó i- des ou m esm o fila rió id e s. As la rv a s fila - rióides in fe s ta n te s p e n e tr a m n o seu h o s ­ p ed eiro a tiv a m e n te a tra v é s d a pele, m a s e s ta p e n e tra ç ã o p o d e rá se r p e la m u c o sa b u cal, eso fá g ic a ou g á s tric a ap ó s a in g e s ­ tã o de á g u a ou a lim e n to s c o n ta m in a d o s . E m u m a h o ra as la rv a s j á se e n c o n tra m n a e sp e ssu ra d a d erm e, a tin g in d o as vê- n u la s ou os lin fá tic o s, a p a r ti r dos q u ais c h e g a m ao c o ra ç ã o d ire ito a tra v é s dos v a ­

so s. Q u a n d o em s u a p a ssa g e m pelos c a ­ p ila re s p u lm o n a re s, em to rn o do 69-7*? d ia ap ó s a in fecção , ro m p e m os c a p ila re s se p - ta is , c a in d o n a luz a lv e o la r ou b ro n q u io - la r . A p a ssa g e m p u lm o n a r a c a r r e ta a s ín - d ro m e de L o effler, episód io fu g a z . N e sta ép o ca as la rv a s já a lc a n ç a ra m o está g io p ó s -fila rió id e . P ro sse g u in d o em seu ciclo e v o lu tiv o d ire to , a sc e n d e m p e la á rv o re r e s ­ p ir a tó r ia a té a fa rin g e , sen d o e n tã o d e g lu ­ tid a s e d escen d o a tra v é s do tu b o dig estiv o a tin g e m s u a lo caliz ação tó p ic a d u o d e n o - - je ju n o - ile a l. A e s ta a ltu r a o p a r a s ito já ev o lu iu p a r a fê m e a a d u lta , p a rte n o g e n é - tic a , qu e co m eça 17 a 25 d ia s ap ó s su a p e n e tr a ç ã o la r v a r n a pele, a p o s tu ra de ovos e m b rio n a d o s, re in ic ia n d o o ciclo d i­ r e to a c im a d e sc rito ou o ciclo in d ire to .

Q u a n d o a p e r m a n ê n c ia d a s la r v a s no p u lm ã o é p ro lo n g a d a , é po ssível a e v o lu ­ ç ão ao n ív el do a p a r e lh o re s p ira tó rio d e s­ de o e stá g io p ó s -fila rió id e e a d o le sc e n te em v erm e a d u lto (lo c a liz a ç ã o e c tó p ic a ) e p o s tu ra de ovos n o e p ité lio b rô n q u ic o .

N o ciclo in d ire to , a fê m e a p a rte n o g e - n é tic a põe ovos que ev o lu em em la rv a s ra b d itó id e s, la n ç a d a s ao e x te rio r . E n tã o , em vez de e v o lu íre m e m la rv a s fila rió id e s d ire ta m e n te , tr a n s f o r m a m - s e a s la rv a s ra b d itó id e s n o e x te rio r n a s fo rm a s a d u lta s s e x u a d a s, de v id a liv re, e m 24 a 30 h o ra s. As fê m e a s a d u lta s liv res p õ em ovos, a p a r ­ t i r dos q u a is o rig in a m -s e la r v a s r a b d itó i­ des, q u e p o d e rã o re in ic ia r o ciclo se x u a d o ou de v id a liv re ou in d ire to , ou e n tã o se tr a n s f o r m a r e m n o solo em la r v a s f ila rió i­ des in fe s ta n te s , re in ic ia n d o o ciclo p a r te - n o g e n é tic o p a r a s itá r io ou d ire to n o p r ó ­ xim o h o sp e d e iro .

P o d e rá o c o rre r u m a a u to -in fe c ç ã o a p a r ­ t i r de u m a e stro n g ilo id ía se c rô n ic a , p r in ­ c ip a lm e n te n o s caso s d e b a ix a re sis tê n c ia o rg â n ic a (p o r d is tro fia , c a r ê n c ia im u n itá - ria , ra d io te r a p ia , uso de im u n o su p re sso re s ou c o r tic ó id e s ) . As a lte ra ç õ e s p a to ló g ic a s do m eio in te s tin a l ta m b é m p o d em fa c ilita r a a u to -in fe c ç ã o .

(9)

d ias; sã o p a ra s ito s e s d e c u r a d ifícil, j á que o tia b e n d a z o l n ã o é la rv ic id a n e m ovicida. O p erig o d a a u to -in fe c ç ã o só é d e s c a r ta d a se os e x a m e s d e fezes são n e g a tiv o s e n tre

o d ia ap ó s a m e d ic a ç ã o .

A co n tece qu e n a a u to -in fe c ç ã o h á u m a a d a p ta ç ã o do p a ra s ito , d a n d o se m p re o c i­ clo d ire to ( p a r te n o g e n é tic o ) . As lo c a liz a ­ ções e c tó p ic a s e /o u d isse m in a d a s são c o ­ m u n s, a u m e n ta n d o a g ra v id a d e d a h e lm in - tía s e e im p o ssib ilita n d o s u a c u r a .

N a e cto ou e x o -a u to in fe c ç ã o a fê m e a p a r te n o g e n é tic a e lim in a ovos qu e d a rã o la r v a s ra b d itó id e s e p o ste rio rm e n te f ila - rió id es, c o n tid a s n a s fezes. A la r v a f ila - rió id e p e n e tr a p e la o rla a n a l, a tr a v é s d a pele e c a i p e la s v eias p e r ia n a is n a c irc u la ­ ção g e ra l, re in ic ia n d o o ciclo d ire to ap ó s a p a ssa g e m p u lm o n a r. E m in d iv íd u o s de h á b ito s h ig iê n ic o s p re c á rio s, a e x o -a u to - -in fe c ç ã o p o d e rá fa z e r-s e p e la bo ca, a t r a ­ vés de c o n ta m in a ç ã o m a n u a l.

N a e n d o -a u to in fe c ç ã o a la r v a r a b d itó i­ de qu e se lib e rto u do ovo p o sto p e la s fê m e a s p a r te n o g e n é tic a s in te s tin a is , se tr a n s f o r m a em la r v a fila rió id e qu e p e n e tr a p ela m u c o sa do có lo n d e seu h o sp e d e iro de r e s is tê n c ia p re c á ria , c a in d o n o s v aso s s a n g u ín e o s ou lin fá tic o s p a r a p o s te rio r­ m e n te r e a liz a r o ciclo p u lm o n a r. A c o la - g e n a se d a s la r v a s fa c ilita a p e n e tr a ç ã o p e la p a re d e in te s tin a l e m ig ra ç ã o .

As lo calizaçõ es e c tó p ic a s (tro m p a s , o v á ­ rios, s u p ra r re n a is , g ân g lio s lin fá tic o s, sis­ te m a n e rv o so c e n tr a l — céreb ro , vasos, p lexo co ró id e e m e n in g e s — , d u e to s b ilia - re s e v esícu la, c a n a is p a n c re á tic o s , p e ri- tô n io , ceco, a p ê n d ic e , cólons, p ilo ro , rin s , fíg ad o , v eia p o r ta p o rta , m io c á rd io , líq u id o p e ric á rd ic o , p u lm ã o , tr a q u é ia , p le u ra , t e ­ cid o c o n ju n tiv o p e ritire o id ia n o , etc.) e d is­ s e m in a d a s f a la m a fa v o r d e s u a etio lo g ia a u to -in fe c c io sa , a tr a v é s d a m ig ra ç ã o l a r ­ v a r.

A a u to -in fe c ç ã o e x p lica a lo n g a d u r a ­ ção d a p a ra s ito s e m esm o n a a u s ê n c ia de reex p o sição ao c o n tá g io . É a p rin c ip a l re sp o n sá v e l p e la s fo rm a s g ra v e s d a d o en ça.

O d ia g n ó stic o d a e stro n g ilo id ía se se fa z pelo e x a m e de fezes, c o n s ta ta n d o a p r e ­ se n ç a de la rv a s ( r a r a m e n te ovos) pelo m é ­

to d o eletiv o d e B a e rm a n n -M o ra e s . Só d á re su lta d o s p o sitiv o s ap ó s a 17<?-25<? d ia d a in fe c ç ã o (isto é, n a fa se in te s tin a l dos v e r­ m es) e em g e ra l são n e c e ssá ria s v á ria s a m o s tra g e n s (a té 8!) p a r a su a e v id e n c ia - ç ã o . A p re s e n ç a do p a r a s ito pode se r d e s­ c o b e rta n o líq u id o d u o d e n a l, r a r a m e n te n a u r in a , e s c a rro e líq u id o p le u ra l. C lin ic a ­ m e n te , p o dem os d izer qu e n ã o h á c o m p o r­ ta m e n to u n ifo rm e e n tr e p a r a s ito e h o s­ p e d e iro . Q u a n to ao h e m o g ra m a , a su a in ­ te r p r e ta ç ã o s e rá d is c u tid a logo a d ia n te .

Os s in to m a s c u tâ n e o s (p ru rid o , a lte r a ­ ções u r tic a rifo rm e s ) são fu g azes, d u ra m m a is ou m e n o s u m a s e m a n a e se d ev em à p e n e tr a ç ã o a tiv a d a la r v a . O co rre eoslno - filia lo c a l. O s s in to m a s re sp ira tó rio s ta m ­ bém tê m c u r ta d u ra ç ã o e so b rev êm cerca de 6 a 7 d ia s ap ó s a in fecção , p o r o ca­ siã o d a p a ssa g e m l a r v a r . As a lte ra ç õ e s p u lm o n a re s c o rre sp o n d e n te s c o n s ta m p r in ­ c ip a lm e n te d e in filtr a d o s le u c o c itá rio s i n ­ clu sive eo sin o fílico s n o te c id o c o n ju n tiv o p e rib rô n q u ic o , in te r lo b u la r e se p ta l, t r a n ­ sitó rio s; e s ta sín d ro m e d e L o e ffle r fu g az é a c o m p a n h a d a d e a lta e o sin o filia s a n g u í­ n e a , e x ce to n a e stro n g ilo id ía se crô n ic a .

Os sin to m a s dig estiv o s, in clu siv e d o r a b d o m in a l, a p a re c e m com 26 d ia s de i n ­ fecção e a u m e n ta m a té a 6^ s e m a n a p a r a d im in u íre m e m se g u id a . O c a sio n a lm e n te c o n s ta ta -s e s in to m a s u rin á rio s , n erv o so s e c a rd ía c o s . T odos são a c o m p a n h a d o s de lesõ es lo c a is. A ssim , a s m u co sas, e e v e n ­ tu a lm e n te a s su b m u c o sa s do je ju n o , d u o- d en o , p ilo ro , íleo, cólon , estô m ag o , m u ita s vezes a p r e s e n ta m in f iltr a d o eosin o fílico em re d o r d o s p a r a s ito s , e v id e n c ia n d o a re a ç ã o d e h ip e rse n sib ilid a d e do h o sp ed eiro . O co rre d e s tru iç ã o d a e s tr u tu r a g la n d u la r in te s ­ tin a l lo cal pelo tr a u m a d a p o s tu ra de ovos e e n te r ite c a ta r r a l p e la a ç ã o lític a dos v erm es so b re as cé lu la s e p ite lia is em c o n ­ ta to ; isto lev a à m á -a b so rç ã o , ju n ta m e n te com a esp o lia ç ã o pelo v e rm e .

(10)

D evem os le v a r em co n sid e ra ç ã o , p o ­ rém , que p eq u en o s in filtr a d o s com ra ro s eosinófilos p o d em se r id e n tific a d o s n a m u ­ cosa d e lg a d a de in d iv íd u o s n o rm a is ta m ­ b ém (n ão p a r a s ita d o s ) ; h á u m a c o rre la ­ ção e n tre o e sta d o de n u tr iç ã o ou je ju m e c o n te ú d o eosin o fílico p a rie ta l.

É b em co m p re e n sív e l qu e os tr ê s s e to ­ res em que h á m a io r a c ú m u lo d e e o sin ó ­ filos se ja m a pele, o p u lm ã o e o in te s tin o , pois, além de se re m os lo cais d e p a ssa g e m p a r a s itá r ia , m esm o em con d içõ es n o rm a is d e se m p e n h a m im p o rta n te p a p e l n a d e s in ­ to x ic a ç ã o . O ra, o e stro n g iló id e s a f e ta com m a io r fre q ü ê n c ia e x a ta m e n te e ste s tr ê s se ­ to res, p ro v o c a n d o u m a eo sin o filia a c e n ­ tu a d a .

A re a ç ã o o rg â n ic a tip o co rp o e s tr a n h o se deve aos p ro d u to s do m e ta b o lism o do v e r m e . A c u tíc u la do p a r a s ito a d u lto é co m p o sta d e s u b s tâ n c ia m u c o p o lissa c á ric a á c id a , ta m b é m e n c o n tra d a n a la r v a f ila ­ rifo rm e , m a s a u s e n te n a la rv a ra b d itó id e . As la rv a s e a d u lto s c o n tê m s u b s tâ n c ia s lí- tic a s, in clu siv e c o la g e n a se . T o d as essas s u b stâ n c ia s p o ssu em a ç ã o ir r ita tiv o - in f la - m a tó r ia .

A p ro d u ç ã o de a n tic o rp o s pelo h o sp e ­ d eiro em re sp o s ta à s to x in a s p ro d u z id a s pelo e stro n g iló id e s é d e m o n s tra d a a tra v é s d a p ro te ç ã o apó s im u n iz a ç ã o (v a c in a ) de a n im a is de la b o ra tó rio com e x tra to s de

verm es a d u lto s ou la rv a s de

Strongyioides

ratti.

As v a ria ç õ e s do h e m o g ra m a r e p r e s e n ­ ta m a re a ç ã o de o u tro s e to r do o rg a n ism o face ao e stím u lo tó x ico : a m e d u la ó sse a . E m b o ra co n ste e n tre os m éto d o s d ia g n ó s ­ tico s a u x ilia re s p a r a a d ete c ç ã o d a s fase s a g u d a s de estro n g ilo id ía se , p rin c ip a lm e n te p r é - in te s tin a is , devido às m o d ificaçõ es que oco rrem n o s e to r le u c o c itá rio g lo b al e eo ­ sinofílico em esp ecial, v ia d e re g r a n ã o h á c o m p o rta m e n to u n ifo rm e e n tre p a r a ­ sito e h o sp e d e iro ou c o rre la ç ã o e n tr e a d e n sid a d e p a r a s itá r ia e se v e rid a d e dos s in ­ to m a s in clu siv e n a re sp o s ta h e m a to ló g ic a .

N a e stro n g ilo id o se a g u d a (estág io s p r e ­ coces), p rin c ip a lm e n te n a s c ria n ç a s, a le u - cocitose é fre q ü e n te (c e rc a de 60% dos caso s), re g re d in d o a p ó s o tr a ta m e n to e fi­

c a z . Q u a n to à e o sin o filia, os n ív e is d e ­ p e n d e m d a fa se d a in fecção , a lé m d a c a ­ p a c id a d e re a c io n a l in d iv id u a l, m esm o n a a u s ê n c ia de f a to re s e x trín se c o s e o sin o fili- z a n te s u n s, e o sin o p e n ia n te s o u tro s . O b se r­ v a -se em g e ra l ín d ices a lto s d e eosinó filos

(30-70% ) n o s está g io s p reco ces d a p rim o ­ in fe c ç ã o , de m a g n ific a ç ã o p ro g re ssiv a , p o ­ d e n d o a tin g ir a té 80% . N a sín d ro m e de L o e ffle r a eo sin o filia a lta e fu g az é a r e ­ g ra ; os n ív eis a lto s d e s ta fa se a g u d a p e r ­ siste m p o r 20 a 50 d ias e são c o rre sp o n ­ d e n te s ao p e río d o m ig ra tó rio e p ó s -m ig ra - tó rio . N as fo rm a s g rav es, que o co rrem p rin c ip a lm e n te n a s c ria n ç a s d e b a ix a id a ­ de, h á e o sin o p e n ia ou a n e o sin o filia .

Tivemos ocasião

de e s tu d a r um

caso

de e stro n g ilo id ía se d is s e m in a d a f a ta l (n ão c o m p u ta d o p a r a o p re s e n te tr a b a lh o ) em u m a c ria n ç a d is tró fic a de 1 a n o e 8 m e ­ ses, r e s u lta n te d e a u to -in fe c ç ã o , n o q u al a eo sin o filia e r a zero desd e a s fa se s in i­ ciais d a in fe c ç ã o a té o d e sfe c h o com óbito.

Os casos ag u d o s de e stro n g ilo id ía se m a ssiç a co m e o sin o filia b a ix a tê m p ro g ­ n ó stic o g ra v e ; a eo sin o filia é se m p re b a ix a n a fa se te r m in a l.

N a fa se su b a g u d a d a p a ra s ito s e p e rsiste a h ip e re o sin o filia , e m b o ra n ã o em g ra u s tã o elev ad o s com o n a fa se a g u d a (c ifra s e n tr e 15 e 4 0 % ).

N a fa se c rô n ic a , com os a d u lto s n a su a lo c aliz ação tó p ic a , a h ip e re o sin o filia o b ­ se rv a d a é m o d e ra d a , f r a c a ou h á eo sin o ­ filia n o rm a l; com o se vê, os n ív eis são v ariáv eis, m a s po uco in te n so s, e ap ó s a fa se de p o s tu ra te n d e m a b a ix a r a té p r a ­ tic a m e n te d e s a p a re c e r. A eo sin o filia m é ­ d ia em to d o s os caso s d e e stro n g ilo id ía se c rô n ic a n a in f â n c ia v a ria d e 8-1 2 % . A p e­ n a s 90% dos caso s ex ib em h ip e re o sin o filia , se n d o d e s ta s a m e ta d e de g r a u b aixo , 1/3 de g r a u m o d e ra d o e a p e n a s 1/6 de g ra u alto .

(11)

A eo sin o filia n a e stro n g ilo id ía se pode se m a n te r n o rm a l n o s se g u in te s caso s: 1) p re s e n ç a d e e stro n g iló id e s a d u lto s i n ­ te s tin a is e x c lu siv a m e n te ; 2) m ig ra ç ã o la r - v al com e sta d o in feccio so ou re a ç ã o de a la rm e p re s e n te ; 3) as to x in a s do e s tr o n ­ gilóides (a d u lto s e la rv a s) d ã o eo sin o filia, m as, sen d o d o e n ç a c rô n ic a , a c a r r e ta m e x a u s tã o do se to r e csin o filó g en o d a m e ­ d u la .

A a n e o sin o filia n o s caso s g ra v e s ou n a fa se p r é - te r m in a l j á foi d is c u tid a . T a m ­ b é m a eo sin o filia p o d e e s ta r a u s e n te ou b a ix a n a c r ia n ç a d e s n u trid a ; m as, apó s a re c u p e ra ç ã o n u tr ic io n a l in ic ia l, a e o sin o ­ filia sobe d r a m a tic a m e n te .

No qu e ta n g e às asso ciações p a r a s it á ­ ria s, o tr ic u ris e o á s c a ris só p o te n c ia li­ zam as eo sin o filia s b a ix a s pelo e s tr o n g i­ lóides, m o s tra n d o c e rto efe ito in ib id o r d a h ip e re o sin o filia a lta e stro n g ilo id ig ê n ic a . J á n a asso c ia ç ã o com an cilo sto m íd eo s, oco rre sin e rg ism o m ú tu o , h a v e n d o , p o rta n to , po- te n c ia liz a ç ã o d a eo sin o filia — é a a sso c ia ­ ção m a is e o sin o filiz a n te possível (25% dos casos com h ip e re o sin o filia a lta , 25% com m o d e ra d a e 25% b a i x a ) .

O 2 (4 ’-tia z o lil-b e n z im id a z o l), tia b e n d a - zol, é m e d ic a m e n to de a m p lo e sp e c tro p a ­ r a s itá r io , m a s e s tro n g in o id ic id a p o r ex ce­ lê n c ia . N ão a g in d o so b re as fo rm a s l a r ­ vares, e n e m a s ectó p icas, só po ssu i efe ito so b re os a d u lto s n o in te s tin o . As ú ltim a s la rv a s d e fê m e a s m o r ta s n o in te s tin o p o ­ dem se r e lim in a d a s com r e ta rd o d e 24-60 h o ra s ap ó s a s u a a d m in is tra ç ã o : a p o siti- v id a d e do e x a m e d e fezes, p o rta n to , a té a 60^ h o r a ap ó s o u so do tia b e n d a z o l, n ã o sig n ific a f a lh a n a a ç ã o e s tro n g ilo id ic id a . A pós 60 h o ra s do tr a ta m e n to eficaz, o m a is ta r d a r , o e x a m e d e fezes se n e g a tiv a ; o tia b e n d a z o l n ã o ag e e fic a z m e n te n a d ia r ­ ré ia , n a s lo calizaçõ es d ig e stiv a s in c o m u n s, n a re in fe c ç ã o e n a a u to -in fe c ç ã o ; ta m b é m p o d e d e ix a r p a ra s ito s e re sid u a l em caso de im p la n ta ç ã o p a r a s itá r ia m u ito p r o f u n d a n a m u c o sa do in te s tin o . As doses u s u a is são de 50 m g p o r kg de peso p o r d ia , a té u m to ta l d e 3 g — a dose ú n ic a ap ó s o j a n t a r c u r a 73% dos caso s. M esm o n a s fo rm a s d is c re ta s d a p a ra s ito s e é u s u a l a a d m in is ­ tr a ç ã o d e u m a s e g u n d a dose 24 h o ra s após, m e lh o ra n d o os ín d ic e s d e c u ra p a r a 90%.

N as fo rm a s m é d ia s de estro n g ilo id ía se , d á -se , apó s as d u a s p rim e ira s doses, u m a te r c e ir a dose 7-10 d ias apó s a se g u n d a , e u m a q u a r ta dose, 10-12 d ia s ap ó s a 3^, g a r a n tin d o a c u ra em 95% dos casos; n a s fo rm a s g rav es p o d e-se d a r u m a 5^ e 6^ d o s e s .

O tia b e n d a z o l n ã o te m efeito , de p er se, so b re o h e m o g ra m a , n a s doses te r a p ê u ­ tic a s . É ab so rv ív el, p o ré m ató x ico n a s doses u su a is, p o d en d o o c a sio n a r nos p o u ­ cos in d iv íd u o s alérg ico s eru p çõ es c u tâ n e a s fu g a z e s .

O c rité rio p a r a a c u ra é a n e g a tiv a ç ã o do e x a m e de fezes n o 7?, 15? e 30'? dias apó s o tr a ta m e n to ; a re p e tiç ã o do exam e copro ló gico n o 459 ou 60? d ia é o p ta tiv a . O a sp e c to d a ra d io g r a fia in te s tin a l, os s in ­ to m a s clín ico s e o p ro te in o g ra m a ta m b é m devem se n o rm a liz a r. Q u a n to ao h e m o ­ g ra m a , d ev e-se te r c u id a d o em to m a r a d im in u iç ã o d a e o sin o filia com o re sp o sta te r a p ê u tic a , fa c e às v ariaçõ es possíveis por f a to re s e x trín se c o s, flu tu a ç õ e s p o r a u to - in fe s ta ç ã o , e tc . H á a lg u n s casos em que a eo sin o filia sobe apó s o uso de tia b e n ­ dazol, p o r se n sib ilid a d e de o rg an ism o às to x in a s ou p r o te ín a s dos p a ra s ito s m o rto s (eo sin o filia p ro v o c a d a ); ta l h ip e re o sin o - ü lia g e ra lm e n te d e sa p a re c e em a té 30 dias a p ó s o uso do tia b e n d a z o l.

O h e m o g ra m a , 30-40 d ias ap ó s o uso d a m ed ic a ç ã o g e ra lm e n te deve m o s tra r n o rm a liz a ç ã o do n ú m e ro g lo b al de leucó- c ito s e de eo sinó filos; se a h ip e re o sin o filia p e rs is tir, a e stro n g ilo id ía se p e rsiste , desde qu e n ã o h a j a o u tr a p a ra s ito s e p re s e n te que dê eo sin o filia ; se a h ip e re o sin o filia d im i­ n u ir, sem c h e g a r a se n o rm a liz a r, d e n o ta a d im in u iç ã o , m a s a in d a p e rs is tê n c ia do p a r a s itis m o .

A q u e d a em p iq u e d a eo sin o filia após o tr a ta m e n to eficaz co m eça ap ó s a 19 se­ m a n a e é b e m a c e n tu a d a a té o 40? d ia . O co rre n o rm a liz a ç ã o do h e m o g ra m a e n tre o 9? e 30? d ia e m c e rc a d a m e ta d e dos caso s. N a o u tr a m e ta d e dos casos, a q u ed a p ro g re ssiv a d a h ip e re o sin o filia a in d a c o n ­ tin u a ap ó s o 40? d ia, m a s dep ois q u ase to ­ dos se n o rm a liz a m .

(12)

c o m p reen d e 16 c ria n ç a s com p eso s a tis ­ fa tó rio e 7 com d e s n u triç ã o lev e.

Nos caso s de estro n g ilo id o se p u r a ou asso c ia d a à tr ic u ría s e ou a sc a rid ía se , as h ip e re o sin o filia s d e g r a u m éd io e ra m as m a is fre q ü e n te s a n te s do tr a ta m e n to . N as associações e s tro n g ilo id ía s e /a n c ilo s to m ía s e e n a s asso ciações e s tro n g ilo id ía s e /a n c ilo s - to m ía s e /tric u ría s e h a v ia caso s d e h ip e re o ­ sin o filias m é d ia s em fre q ü ê n c ia s e m e lh a n te que h ip e re o sin o filia s a lta s . Os caso s de a s ­ sociações de e s tro n g ilo id ía s e /a s c a rid ía s e / tric u ría se ex ib iam to d o s h ip e re o sin o filia s b a ix a s. N as c ria n ç a s a c o m e tid a s de te - tra p a r a s itis m o a h ip e re o sin o filia e r a i n ­ te n sa , e m b o ra se tr a ta s s e de casos d e d e s ­ n u triç ã o de 1? g r a u .

O b serv a-se logo ap ó s a a d m in is tra ç ã o do tia b e n d a z o l n o s casos de e s tro n g ilo id ía ­ se p u ra a q u e d a p ro g re ssiv a d a eo sin o filia. As h ip e re o sin o filia s m o d e ra d a s (a s m a is fre q ü e n te s) e b a ix a s r e to r n a m aos v alo res n o rm a is e n tr e o fim do 1? ou 29 m ês apó s o tr a ta m e n to ; a lg u m a s d a s h ip e re o s in o fi­ lias m o d e ra d a s e as h ip e re o sin o filia s a lta s d e m o ra m u m po uco m a is de 2 m eses p a r a in v o lu írem , e a lg u m a s h ip e re o sin o filia s b a ix a s re to r n a m aos v alo res n o rm a is m e s ­ m o a n te s de te r m in a r o 19 m ês sucessivo ao tr a ta m e n to . As c u rv a s de ev o lu ção d a

eo sin o filia tiv e ra m c a r á te r d e sc e n d e n te u n ifo rm e (c u rv a s em lise), e x c e tu a n d o 2 casos — em u m deles o c o rre u a u m e n to d a h ip e re o sin o filia devido a in fe s ta ç ã o in te r - c o rre n te p o r á s c a ris e tr ic u ris e n o o u tro h o u v e p ro v á v e l re a ç ã o a lé rg ic a .

J á vim os qu e as h ip e re o sin o filia s o b ­ s e rv a d a s em caso d e asso c ia ç ã o e s tro n g i- ló id e s/a n c ilo sto m íd e o a n te rio r e s a o t r a t a ­ m e n to e ra m de g r a u m o d e ra d o ou in te n so . A c u rv a eo sin o fílic a que seg u e a o t r a t a ­ m e n to p o d e rá c a ir d ire ta m e n te ou a s c e n ­ d e r n a s p rim e ira s d u a s s e m a n a s ap ó s o tr a ta m e n to p a r a c a ir em se g u id a ; to d a v ia , os n ív eis a in d a a lto s de eosin ó filo s a in d a são p e rc e p tív e is p o r m a is de dois m eses (re g re ssã o d e m o ra d a aos n ív eis n o rm a is ).

N a a sso ciação e s tr o n g ilo id ía s e /a s c a ri­ d ía se e n a a sso c ia ç ã o e stro n g ilo id ía se / a s c a r id ía s e / tr ic u ría s e o b se rv a -se u m a q u e ­ d a p ro g re ssiv a d a h ip e re o sin o filia que p r in c ip ia logo ap ó s a a d m in is tra ç ã o d a m e d ic a ç ã o e é m a is a c e n tu a d a n a s d u a s p rim e ira s s e m a n a s ; a q u e d a c o n tin u a p o r u m p erío d o a p ro x im a d o de 2 m eses, q u a n ­ do a s ta x a s de eosin ó filo s r e to r n a m ao n o r m a l.

N os caso s de te tr a p a r a s itis m o a s c u rv a s de in v o lu ção d a h ip e re o sin o filia sã o m a is a r r a s t a d a s .

SUMMARY

Blood eosinophils due to worm infestations can either decrease or increase

in the

first

month following specific treatment, as we obsemed in a sample

of 57 children. In pinworm infestation, pin and hookworm infestation, hook­

worm infestation

,

trichuriasis with pin or liookworm infestation and in

stran-gyloidiasis with hookworm infestation either increase or decrease of blood eosi­

nophils can be expected during the first month after treatment, but decrease

is uniform and

Progressive

in ali cases after the 2nd month.

Now, blood eosinophils always descendeã immediately after treatment in our

cases of strongyloidiasis, trichuriasis, and strongyloidiasis with ascariasis, while

in

cases of sim u lta n e o u s

infestation by three or four kinds of worms we could

not see a uniform behavior of blood eosinophils after the treatment, but an

irregular and delayed normálization of eosinophil count.

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