• Nenhum resultado encontrado

Escolariedade, salários e empregabilidade: implicações no mercado de empregos do Rio de Janeiro

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Escolariedade, salários e empregabilidade: implicações no mercado de empregos do Rio de Janeiro"

Copied!
58
0
0

Texto

(1)

ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA

MESTRADO EXECUTIVO

E

SCOLARIDADE

, S

ALÁRIOS E

E

MPREGABILIDADE

:

IMPLICAÇÕES NO MERCADO

DE EMPREGOS DO

R

IO DE

J

ANEIRO

Dissertação de Mestrado, apresentada à Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas como requisito para a obtenção do título de Mestre em Gestão Empresarial.

(2)

FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA

MESTRADO EXECUTIVO

E

SCOLARIDADE

, S

ALÁRIOS E

E

MPREGABILIDADE

:

IMPLICAÇÕES NO

MERCADO DE EMPREGOS DO

R

IO DE

J

ANEIRO

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTADO POR: Alexandre Alves de Seabra

E

APROVADO EM: 24/06/2002

PELA COMISSÃO EXAMINADORA

_______________________________________________________ MOISÉS BALASSIANO

PhD. em Psicologia Quantitativa

_______________________________________________________ DEBORAH MORAES ZOUAIN

Drª. em Engenharia da Produção

_______________________________________________________ VALDEREZ FERREIRA FRAGA

(3)
(4)

AGRADECIMENTOS

Ao Professor e orientador, Prof. Moisés Balassiano, por sua competência, paciência e dedicação com que me recebeu nos momentos de dúvidas e de preocupação ao longo da tarefa de escrever esta dissertação.

À Ana Heloisa da Costa Lemos, pela iniciação ao tema empregabilidade.

Ao amigo Almir Barbosa Gomes, pelas revisões e sugestões do texto, e ao amigo Rogério Fernandes, pela revisão final.

À Claudia Cunha Mesquita, pela inestimável colaboração na busca por bibliografia e pela crítica dos textos.

À Dra. Vera Marina Martins Alves, do Ministério do Trabalho e do Emprego, e ao amigo Celso Ícaro C. Tavares, pela gentileza e empenho na disponibilização dos microdados da RAIS.

(5)

SUMÁRIO

RESUMO 7

ABSTRACT 8

INTRUDUÇÃO 9

Objetivo 12

Delimitação 13

Relevância do Estudo 13

REFERENCIAL TEÓRICO 17

Desigualdade Salarial 23

Metodologia 27

Definição da População 27

Base dos Dados 28

Depuração dos Dados 29

Definição das Variáveis 31

Eliminação dos Dados Inconsistentes 34

Modelo Utilizado para Análise 35

Análise dos Resultados 40

Análise com Base nas Tabulações das Variáveis da População 40

Análise com Base nos Resultados do Modelo 48

Conclusões 52

Recomendações 56

(6)

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

TABELA 1 – Decomposição da Desigualdade Salarial de acordo com suas

Fontes Principais 25

TABELA 2 – Especificação do Grau de Instrução 30

TABELA 3 – Especificação da Faixa Etária 30

TABELA 4 – Distribuição por Faixa Etária dos Indivíduos no Mercado Formal

de Empregos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 40

TABELA 5 - Distribuição por Gênero dos Indivíduos no Mercado Formal

de Empregos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 42

TABELA 6 - Distribuição por Escolaridade dos Indivíduos no Mercado Formal

de Empregos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 43

TABELA 7 - Empregabilidade por Escolaridade no Mercado Formal

de Empregos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 45

TABELA 8 – Remuneração Média por Escolaridade no Mercado Formal

de Empregos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro 46

TABELA 9 – Correlação de Pearson entre as variáveis pesquisadas 47

TABELA 10 – Efeitos Diretos determinados pelo Modelo 48

TABELA 11 - Efeitos Indiretos determinados pelo Modelo 49

TABELA 12 – Efeitos Totais determinados pelo modelo 50

GRÁFICO 1 – Distribuição por Faixa Etária 41

GRÁFICO 2 – Distribuição por Sexo 42

GRÁFICO 3 – Distribuição por Escolaridade 44

GRÁFICO 4 – Empregabilidade por Escolaridade 44

(7)

RESUMO

(8)

ABSTRACT

(9)

INTRODUÇÃO

Em um mundo globalizado, uma reordenação de valores vem interferindo e modificando radicalmente todas as atividades humanas, inclusive antigas relações de trabalho. Vivemos numa era de transformações, sobretudo de mudanças profundas nos campos econômico, cultural, social, ético, político e educacional; como afirma Frigotto (2002): “um contexto onde presenciamos um veloz processo de globalização das mercadorias e do capital, com reflexos na situação de emprego dos trabalhadores.” Continuamente temos presenciado uma verdadeira avalanche de mudanças que diretamente têm impactado o curso normal não só das economias mundiais, sobretudo das próprias empresas. A relação capital x trabalho também tem se alterado de forma muito significativa. Na verdade, mudanças sempre existiram, porém, hoje as mudanças são constantes e a velocidade em que elas ocorrem é cada vez maior. Vale lembrar que numa economia cada vez mais globalizada a arena é o mundo, o que nos faz concluir que hoje os desafios são bem maiores. Os muros caíram. O paternalismo está dando lugar à competência e ao profissionalismo. Por outro lado, grandes mudanças também têm ocorrido no cenário empresarial. As empresas necessitam rapidamente ajustar-se aos novos tempos, sob o risco de não mais ajustar-se manterem competitivas e ajustar-serem eliminadas pela concorrência.

(10)

intelectual. A gestão do conhecimento na empresa é algo que deve ser tratado com atenção, pois ela é um fator estratégico, não só contribuindo para a sobrevivência das organizações mas, também, para o seu crescimento sustentável. A capacitação das pessoas é um dos fatores críticos de sucesso para a sobrevivência das empresas nesses novos tempos. A prontidão para agir é outro ponto importante, ou seja, necessitamos de pessoas pró-ativas que possam ousar, correndo riscos calculados, mas que tentem buscar novas soluções para antigos problemas e que se sintam motivadas a desempenhar essa função.

O conhecimento está em alta nesta era do capital humano, porém, conhecimento só não basta. É preciso que o conhecimento seja colocado em prática, pois são as ações provenientes do conhecimento que gerarão as soluções de que necessitamos. Resultados são conseqüências do nosso poder de criar soluções para os problemas ou desafios que nos são apresentados, e empregabilidade sendo entendida como a capacidade de desenvolver novas competências para estar em condições de atender às contínuas exigências e desafios impostos no mercado de trabalho. Loureiro (2002) analisa esse ponto:

(11)

E complementa: “Antigamente, o importante era você ter um emprego para toda vida. Hoje, o que importa é você ser empregável pela vida toda. Daí a importância de

investirmos constantemente na nossa carreira, com ou sem subsídios por parte da empresa.”

Com efeito, essas mudanças atingem diretamente a própria cultura humana, assumindo a conotação de desenvolvimento socioeconômico. O homem é um ser tanto social como psicológico. É o agente e o paciente dessas mudanças e, desse modo, gera para si desafios e ansiedades que determinam, em última instância, o questionamento de seus valores existenciais. É nesse contexto que emergem as discussões em torno da empregabilidade dos indivíduos e sua possível relação de descendência com a teoria do capital humano.

Serão apresentados, dentro do referencial teórico, o aspecto sociológico da teoria do capital humano e o conceito de empregabilidade que, através de sua melhoria, imputa aos trabalhadores, individualmente, a responsabilidade pela manutenção do emprego e da renda. Concordamos com Gentili (1999) quanto à limitação do uso do conceito de empregabilidade, sem admitir com o abuso, quando diz que “o uso conservador da empregabilidade, por enquanto seu uso (e abuso) dominante, desempenha uma função simbólica central na

demonstração do caráter limitado e aparentemente irrealizável dessa promessa no campo

econômico: a escola é uma instância de integração dos indivíduos ao mercado, mas não

todos podem ou poderão gozar dos benefícios dessa integração já que no mercado

(12)

escolaridade, esta explica, estatisticamente analisando, os salários dos indivíduos no mercado formal de empregos ? O que vem a ser empregabilidade no mercado formal de empregos?

As Teorias do Capital Humano e a discussão contemporânea acerca da empregabilidade discutem as relações da prática educativa e da prática de produção em uma estrutura econômico-social capitalista como um todo. As conseqüências da educação no indivíduo refletem-se de várias maneiras, direta e indiretamente. A nossa intenção é avaliar, dentro desse universo de conseqüências, os eventos explicativos das relações entre escolaridade x salário e escolaridade x emprego. A principal finalidade desse trabalho será a de realizar, na população de indivíduos que se encontram no mercado formal, uma análise estatística com visão econômica.

Objetivo

(13)

Delimitação do Estudo

É importante ressaltar que não é nosso desejo discutir todas as nuances, nem comprovar todas as afirmações das teorias do capital humano e da empregabilidade. Testaremos apenas a principal afirmação de cada abordagem, para a população delimitada: os indivíduos que, no ano de 1999, fizeram parte do mercado formal de empregos na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Será investigado até que ponto um incremento na escolaridade produz um incremento no salário, segundo a teoria do capital humano e, além disso, se um incremento na escolaridade aumenta a probabilidade do indivíduo manter-se empregado ou diminui a probabilidade do indivíduo ficar fora do mercado de trabalho, premissa subjacente ao conceito de empregabilidade.

Analisaremos apenas os indivíduos que estavam no mercado formal de empregos, isentando os que queriam ingressar, posto que seus arquivos não constam das estatísticas acima mencionadas. Este fato é consistente com a própria conceituação de empregabilidade, que considera apenas os agentes do mercado formal. O objetivo do presente estudo está restrito aos seus participantes em 1999.

Relevância do Estudo

(14)

Essas questões são importantes para uma visão do resultado do investimento em educação, tanto pelo lado governamental quanto para a sociedade.

A capacitação das pessoas será um dos fatores críticos de sucesso para a sobrevivência das empresas nesses novos tempos. Hoje tornar-se empregável, acentua a importância de investir constantemente em sua carreira, com ou sem subsídios por parte da empresa.

Rodrigues (1997) destaca essas alterações e o atraso brasileiro em relação às principais economias mundiais:

“Enquanto o Brasil buscava, na década de 70, implementar sua profissionalização compulsória de nível médio – com características fordizantes - , os países centrais do capitalismo já viviam os primeiros sintomas de um novo padrão de acumulação. Melhor, o capitalismo mais uma vez expunha suas contradições interna de forma explosiva. Para perdurar o modo de produção capitalista era preciso empreender-se mais uma metamorfose.

Da mesma forma que o padrão de acumulação fordista se apoiou no pilar organizacional –taylorismo-, no pilar tecnológico –fordismo- e no Estado estruturante, também o padrão de acumulação flexível se apóia sobre uma nova dinâmica de gestão do processo produtivo, em um novo padrão tecnológico e em um novo tipo de Estado. Nesse novo padrão, flexibilidade é o conceito chave.”(Rodrigues, 1997:119)

A procura por instrução, pelos trabalhadores, partindo da necessidade de manterem-se no emprego e da melhoria dos seus rendimentos é comentada por Machado (1998):

(15)

luta contra o desemprego, na sociedade do capital, é também uma reivindicação de integração do trabalho ao capital.” (Machado, 1998:29)

Essa procura seria compensadora, através de melhores salários e mais empregabilidade para esses indivíduos? Podemos tirar algumas conclusões sobre a possibilidade da Escolaridade não estar acompanhando essa nova necessidade do capital. Avaliando a opinião de Machado (1998), quando diz que:

“Como a empresa trata a força de trabalho como valor de troca, ao atribuir um salário ao trabalhador, ela procura se pautar em referências de mercado, procura averiguar o que o investimento em educação já foi incorporado naquela pessoa. Mas o valor de troca da força de trabalho não é dedutível somente deste acúmulo de investimentos em educação, capacidades, qualidades e saberes internacionalizados pelos trabalhadores. O desemprego dos qualificados e diplomados, atualmente, é crescente e ilustra bem esta situação.” Machado (1998:29)

O estudo nos permitirá conhecer a intensidade da relação entre escolaridade , salário e empregabilidade e, de acordo com a teoria do capital humano e os conceitos de empregabilidade, o efeito da escolaridade é forte e positivo, respectivamente no salário e na empregabilidade. Através dos resultados podemos analisar, no mercado formal da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, se essas suposições se confirmam.

(16)
(17)

REFERENCIAL TEÓRICO

A verificação do papel econômico da educação, cuja discussão resultou no surgimento da teoria do capital humano, iniciou o debate sobre a integração entre educação escolar e as necessidades do setor produtivo.

A apresentação das principais teses da teoria do capital humano e sua migração para os conceitos da empregabilidade possibilitam-nos definir indicadores que representam estatisticamente os resultados econômicos de tais teorias.

(18)

Todo esse desenvolvimento não conseguiu trazer o benefício a todos, criando uma necessidade de justificativa por parte do capital à sociedade.

A teoria do capital humano é uma forma de o capital explicar e justificar à sociedade a permanência de dois níveis de problemas. Por um lado, quanto ao aspecto macroeconômico, permaneceram as gigantescas diferenças de desenvolvimento econômico-social entre países; e por outro, quanto ao aspecto microeconômico, permaneceram os profundos abismos que separam os indivíduos no que diz respeito à renda, ao conforto material, ao acesso aos bens culturais.

De acordo com Frigotto (2002), “é no contexto da busca de explicações para as profundas desigualdades econômico-sociais entre nações e intranações, e após as duas

sangrentas Guerras Mundiais, que processos de aprendizagem escolar passam a receber uma

explícita e enfática função econômica específica – capital humano – que explicita o estoque

de conhecimentos, habilidades, atitudes, valores e níveis de saúde que potenciam a força de

trabalho. É sob a égide da teoria do capital humano que se traçam planos, diretrizes e

estratégias educacionais mormente para os países do Terceiro Mundo. No Brasil, as

reformas universitárias de 1968, de 1º e 2º graus de 1971, a fundação do Mobral e inúmeros

outros programas se estruturaram, fundamentalmente, tendo como suporte a teoria do capital

humano”.

(19)

Schultz (1967) diz, ainda, que os trabalhadores se tornam capitalistas a partir do momento em que começam a investir na aquisição de conhecimentos e habilidades e que representam valor econômico e, conseqüentemente, propiciam-lhes maiores rendimentos.

A Teoria do Capital Humano apresenta na sua essência como solução para o crescimento econômico e mudança na distribuição de Renda, o investimento em educação. Baseado em Denerval Saviani, in Frigotto (1986), a educação deixa de ser entendida como algo não meramente ornamental, mas decisivo do ponto de vista do desenvolvimento da economia, e, de acordo com Schultz (1967), essas dúvidas ou confusões em torno do crescimento econômico podem ser devidamente esclarecidas pela consideração do investimento no capital humano.

De acordo com essa Teoria, o esforço do trabalhador pela sua escolarização poderá significar mobilidade social e ganhos salariais e, em um plano macroeconômico, aumento de produtividade.

A princípio, o valor econômico da educação não representaria valor significativo. Uma dificuldade em classificar instrução como investimento vem da essência da negociação do capital humano, que não pode ser negociado como o capital comum. A venda de um conhecimento ou habilidade não retira esse conhecimento de quem o esteja negociando, e que pode ser utilizado para outros fins.

(20)

A dificuldade para a avaliação da relação renda e educação está na definição do conceito de educação. A opção pelo grau de escolaridade como representativo para a educação, além de ser a única variável disponível na fonte dos dados sobre o assunto, vem baseada numa explanação de Schultz (1967) a respeito dessa dificuldade:

“Não é fácil firmar um conceito tanto sobre educação quanto sobre liberdade. A dificuldade em definir a educação decorre das conotações que ela possa suscitar, o que depende preponderantemente da cultura específica em que esta educação se processa. A educação está, intimamente, associada à cultura da comunidade a que serve e, em decorrência o conceito de educação difere de uma comunidade para outra. O que a educação tem como constante, em que pese a caracterização emprestada por essas peculiaridades culturais, é o ensino e o aprendizado. Assim, educar significa, etimologicamente, revelar ou extrair de uma pessoa algo potencial e latente; significa aperfeiçoar uma pessoa, moral e mentalmente, de maneira a torná-la suscetível de escolhas individuais e sociais, e capaz de agir em consonância; significa prepará-la para uma profissão, por meio de instrução sistemática; e, por fim, significa exercitar, disciplinar ou formar habilidades, como, por exemplo, aperfeiçoar o gosto de uma pessoa. A ação ou processo de atingir um ou mais desses objetivos é, em primeira aproximação, o que se pode entender por educação” (Schultz, 1967:18)

E ainda, segundo afirmativa de Schultz (1967) sobre a importância da instrução, pode-se dizer, na verdade, que a capacidade produtiva do trabalho é, predominantemente, um meio de produção “produzido”. Nós produzimos a nós mesmos e os recursos humanos são uma conseqüência dos investimentos dos quais a instrução é a mais importante.

A teoria do capital humano certifica a importância do papel da escola e das políticas educacionais no resultado produtivo do indivíduo e da sociedade: “Mediante a transmissão, difusão e socialização de uma série de saberes, a escola, afirmam os teóricos desse campo,

(21)

aumento tendencial das Rendas individuais e, conseqüentemente, o crescimento econômico

das sociedades.” (Gentili, 1999:87).

Mais recentemente, pudemos observar uma alteração na teoria do capital humano, agora mais individualizada, cuja inserção competitiva no mercado depende dos conhecimentos absorvidos pelo indivíduo e se esses conhecimentos são os mais apropriados para esse mercado.

Tôrres (1999) constata que, em período recente, uma nova série de estudos aplicados à análise da taxa de rendimento para avaliação do capital humano lançou as bases do que ela chama de terceira geração na teoria do capital humano.

Surge então o conceito de empregabilidade. A mudança significativa da teoria do capital humano para o conceito da empregabilidade é o rompimento da relação individual com o social.

Baseado em Azevedo (2002), os pressupostos da teoria do capital humano, que visam maior investimento em educação, afinam-se com os requisitos de flexibilidade do mercado de trabalho e do reforço intelectual na formação do trabalhador em tempos de acumulação flexível. A teoria do capital humano foi uma espécie de “ideologia embaixadora” para os tempos atuais de acumulação flexível, como se preparasse as bases para mudanças na estrutura das relações do trabalho.

(22)

garante uma chance maior de inserção no mercado, mas não uma certeza, simplesmente porque no mercado não há lugar para todos.

Assinala Machado (1998), que o conceito de empregabilidade refere-se às condições subjetivas da integração dos indivíduos à realidade atual dos mercados de trabalho. Empregabilidade significa, na prática, senão melhores condições de competição para sobreviver na luta por empregos, com uma oferta reduzida.

Diante dessa constatação, podemos afirmar que empregabilidade é a adição das probabilidades de o indivíduo se manter empregado e não ficar fora do mercado de trabalho, num determinado intervalo de tempo.

Empregabilidade deve estar sempre referida à presença, aquisição ou mobilização de um conjunto objetivamente identificável de atributos da força de trabalho. Atualmente, empregabilidade, está relacionada com o fato de adquirirmos novos conhecimentos e habilidades capazes de nos assegurar um posto dentro de qualquer organização.

Empregabilidade no mercado formal é manter-se empregado, apesar de seu conceito afirmar que o mais importante não é ter um emprego, mas sim tornar-se empregável, ou seja, manter-se competitivo em um mercado em contínua mutação. Portanto, no mercado formal, tornar-se empregável é não ficar desempregado; é a facilidade que o indivíduo possui de, terminado um vínculo empregatício com um estabelecimento, realizar um novo vínculo, com o menor intervalo de tempo entre ambos.

Hirata (1997) infere que a “noção de Empregabilidade parece, como a de competência, ter ainda contornos pouco delineados e se prestar a usos diversos, salvo na

(23)

basicamente “à passagem da situação do desemprego para a de emprego”. Nesta acepção, baseada em Gazier (1999), empregabilidade consistiria na “probabilidade de saída do desemprego” ou, sob uma formulação positiva, na “capacidade de obter um emprego”. Essas definições consideram tanto o mercado formal como o informal, e nós as utilizaremos apenas para o caso do mercado formal de empregos.

Podemos assim definir Empregabilidade, para efeito de utilização em nossos estudos, como sendo a probabilidade de saída do desemprego, que é igual a probabilidade complementar de permanecer desempregado, ou seja, a probabilidade de permanecer empregado. Em linguagem matemática, podemos representar por :

Pr {saída do desemprego} = 1 - Pr{permanecer desempregado} = Pr{permanecer empregado}

Desigualdade Salarial

O capital humano, como já discutimos anteriormente, tem a visão de que as diferenças salariais têm uma relação positiva com os níveis de escolaridade, propondo assim um investimento no sentido de ampliar a abrangência da educação. Já a discussão sobre desigualdade salarial, gira em torno da qualidade do ensino e não da quantidade.

(24)

expansão acelerado e contínuo da educação para assegurar o desenvolvimento socioeconômico sustentável. Segundo Barros, Henriques e Mendonça (2002), a desigualdade salarial retrata duas origens básicas. Por um lado, pode estar traduzindo diferenças de produtividade entre trabalhadores, mas por outro, pode corresponder à remuneração distinta de trabalhadores com idênticas características produtivas, o que definiram como: revelada pelo mercado de trabalho, a desigualdade resultante das diferenças na produtividade intrínseca dos trabalhadores, e como gerada pelo mercado de trabalho, a desigualdade referente aos processos de discriminação e segmentação. No primeiro caso, os trabalhadores com características individuais similares, mas diferentes produtividades, prestam serviços diferenciados e são remunerados de forma distinta. Nesse caso, o mercado, em última instância, revela as diferenças existentes anteriormente ao ingresso dos trabalhadores no mercado de trabalho. No segundo caso, a desigualdade salarial derivada da remuneração diferenciada de trabalhadores igualmente produtivos, deve ser interpretada como gerada pelo mercado de trabalho, na medida em que está tratando de forma diferenciada trabalhadores que estão provendo serviços equivalentes.

(25)

quantos pontos percentuais a desigualdade salarial reduziria caso o salário médio de brancos e não-brancos fosse igual.

Tabela 1 - DECOMPOSIÇÃO DA DESIGUALDADE SALARIAL DE ACORDO COM SUAS FONTES PRINCIPAIS

Fonte Contribuição (%)

Fontes Identificáveis 59

Gerada pelo mercado de trabalho 11

Discriminação 4

Raça 1

Gênero 3

Segmentação 7

Formal versus Informal 1

Setorial 5

Regional 1

Revelada pelo Mercado de Trabalho 48

Diferenças de Experiência na Ocupação 2

Heterogeneidade Ocupacional 6,5

Heterogeneidade Educacional 39,5

Fontes não-identificáveis 41

Total 100

Fonte: Barros, Henriques e Mendonça (2002:4)

A conclusão dos autores é que:

(26)
(27)

METODOLOGIA

Definição da População

A população estudada foi definida como sendo as pessoas empregadas no mercado formal, ou seja, os indivíduos que têm vínculo empregatício com um determinado estabelecimento, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro em 1999. Foram levantados os dados dos elementos dessa população entre janeiro de 1990 e dezembro de 1999. Assim, definida a população, o período a ser estudado compreende o tempo total de 120 meses.

A opção pelos indivíduos com vínculo empregatício em 1999 foi preferida, por exemplo, aos indivíduos com vínculo empregatício em 1990, por razões conforme a seguir citadas.

Se tivéssemos optado pelos indivíduos com vínculo em 1990 e um indivíduo saísse do mercado formal e não retornasse até 1999. O período da data da saída desse indivíduo até dezembro de 1999 poderia ser computado como tempo de desemprego? E se este indivíduo se aposentou?

A fim de evitar esse problema, resolvemos trabalhar com os indivíduos que tinham vínculo em 1999 e buscar o seu histórico desde 1990.

(28)

Quando a data referente à admissão do indivíduo for inferior a janeiro de 1990, de modo a preservar o tempo total a ser analisado, igual a 120 meses, a contagem do tempo inicia-se em janeiro de 1990.

Base dos Dados

(29)

de estabelecimentos com vínculos empregatícios. Por ser um registro administrativo com informações prestadas pelos empregadores, apesar do alto grau dos testes de consistência executados pelo Ministério do Trabalho, seus dados devem ser utilizados com a cautela necessária a esse formato de banco de dados devido a erros e omissões.

Segundo De Negri et al. “ ... a RAIS mostrou ser fonte confiável de análise do mercado formal de trabalho no Brasil, principalmente por sua natureza censitária, amplitude

de informação, cobertura geográfica e dimensão temporal. Ademais, a RAIS permite

análises longitudinais, o que viabiliza a investigação avançada de vários problemas relativos

ao mercado de trabalho e à distribuição de Salário com importantes impactos na política

pública.” (De Negri et al.,2001:19)

Depuração dos Dados

(30)

Tabela 2 – Especificação do Grau de Instrução

GRAU DE INSTRUÇÃO DESCRIÇÃO

1 Analfabeto, inclusive o que, embora tenha recebido instrução, não se alfabetizou

2 Até a 4ª série incompleta do 1º grau (primário incompleto) ou que tenha se alfabetizado sem ter freqüentado escola regular

3 Com a 4ª série completa do 1º grau (primário completo)

4 Da 5ª à 8ª série incompleta do 1º grau (ginásio incompleto)

5 Primeiro grau (ginásio) completo

6 Segundo grau (colegial) incompleto

7 Segundo grau (colegial) completo

8 Superior incompleto

9 Superior completo

Fonte: Manual de Orientação da Relação Anual de Informações Sociais – RAIS. Ano-base 2000. Brasília: MTE/SPPE/DES, 2000.

Tabela 3 – Especificação da Faixa Etária

FAIXA ETÁRIA PERÍODO EM ANOS

1 10 a 14

2 15 a 17

3 18 a 24

4 25 a 29

5 30 a 39

6 40 a 49

7 50 a 64

8 65 ou mais

(31)

Extração dos dados para um arquivo de trabalho

O arquivo original recebido do Ministério do Trabalho e do Emprego continha mais de 3.000.000 (três milhões) de registros, isto porque cada vínculo do indivíduo era representado por um registro com os valores correspondentes das variáveis relacionadas àquele vínculo. Foi desenvolvido um programa de computador para ler o arquivo original e criar um arquivo de trabalho, onde cada registro corresponderia a um indivíduo, e calcular as variáveis: tempo total no mercado, tempo de emprego, tempo de desemprego, empregabilidade, para cada indivíduo da população, além de recolher as variáveis existentes, tais como: sexo, grau de escolaridade, faixa etária, etc. Esse novo arquivo continha um total de 2.589.366 registros. Podemos definir esse número como o tamanho da população a ser estudada, ou seja, o número de indivíduos que pertenciam ao mercado formal de empregos na região Metropolitana do Rio de Janeiro no ano de 1999.

Definição das Variáveis

A princípio, selecionamos os seguintes indicadores para o estudo comparativo: Escolaridade, Idade, Salário e Empregabilidade, com o objetivo de determinar as relações entre esses indicadores. As variáveis representativas dos indicadores foram assim definidas:

Escolaridade – representada pelo Grau de Instrução, conforme definido anteriormente (Tabela 2), correspondente à informação relatada na RAIS de 1999;

(32)

Idade – representada pela Faixa Etária, conforme a Tabela 3, e correspondente ao ano de 1999;

Empregabilidade – foi definida como sendo a proporção entre o tempo em que o indivíduo esteve empregado e o tempo total em que o indivíduo esteve no mercado formal, tempos esses relativos ao período observado (janeiro de 1990 a dezembro de 1999).

i TT

i TE i

E = ,

onde:

Ei = Empregabilidade do i-ésimo indivíduo, Ei

ε

(0,1];

TEi = tempo em que o i-ésimo indivíduo esteve empregado no

mercado formal, no período de observação;

TTi = tempo total em que o i-ésimo indivíduo esteve no mercado

formal, no período de observação.

O tempo total em que o indivíduo esteve no mercado formal, TTi , foi calculado

(33)

sendo, o tempo total em que o indivíduo esteve no mercado formal obedeceu aos seguintes critérios:

i) se a data de Competência de Admissão for anterior a janeiro de 1990, para efeito de contagem do tempo total em que o sujeito esteve no mercado formal, o início do período foi fixado em janeiro de 1990;

ii) se o indivíduo teve no período de 1990 a 1999 apenas um vínculo, o tempo total foi calculado como sendo o número de meses da data de Competência de Admissão a dezembro de 1999;

iii) para o indivíduo que apresentou a última data de Competência de Demissão inferior a dezembro de 1999, o período dessa data até dezembro de 1999 foi considerado como se ele estivesse no mercado formal de empregos. Cabe lembrar que, como a população foi definida como sendo constituída por aqueles que tiveram vínculo empregatício, em 1999, e estamos estudando o seu histórico de 1990 a 1999, consideramos que esse indivíduo ainda estava no mercado formal, apesar de desempregado em alguns meses finais de 1999; iv) o tempo total máximo observado foi o relativo ao período de 120 meses,

correspondente ao tempo em que o indivíduo ingressou no mercado formal ou ao qual já pertencia em janeiro de 1990;

(34)

O tempo total no mercado formal de um indivíduo, TTi , está dividido em dois tempos

distintos e complementares em relação a esse tempo, a saber: o seu tempo de emprego TEi e

o seu tempo de desemprego TDi .

Definido o tempo total em que o indivíduo esteve no mercado formal TTi , o seu

tempo de emprego TEi será igual ao número de meses em que esse indivíduo teve vínculo

empregatício ativo. Por outro lado, o seu tempo de desemprego TDi será igual ao número de

meses em que esse indivíduo teve vínculo não-ativo, ou melhor, não teve vínculo empregatício. Definidos dessa forma, a soma do tempo de emprego TEi com o de

desemprego TDi tem como resultado o tempo total do indivíduo no mercado formal, TTi,

constituido pela seguinte igualdade:

TTi = TEi + TDi

Eliminação dos Dados Inconsistentes

Analisados os registros do arquivo apresentado no item anterior, eliminara-se algumas inconsistências ou falta de informação, tipo grau de Escolaridade não informado ou os indivíduos que entraram no mercado formal em dezembro de 1999, o que equivale a uma contagem nula de tempo.

(35)

Modelo Utilizado para Análise

É comum hoje na análise estatística, principalmente em pesquisa quantitativa nas ciências sociais e comportamentais, a modelagem de equações estruturais. Nessas áreas podem ser citados dois problemas fundamentais: a mensuração de variáveis que não são observáveis diretamente (variáveis latentes) e a explicação de relações causais entre essas variáveis. A modelagem de equações estruturais procura responder a esses dois problemas, primeiro através do modelo de mensuração, e segundo, através do modelo estrutural, que é um diagrama de caminho crítico, que relaciona variáveis dependentes e independentes. A modelagem de equações estruturais também é conhecida pelo nome de LISREL (o software

mais popular utilizado para análise). É uma extensão de várias técnicas multivariadas, principalmente análise de regressão múltipla e análise fatorial. Por exemplo, na análise fatorial exploratória, as variáveis observadas estão relacionadas com todos os fatores comuns; na análise fatorial confirmatória, uma estrutura de relação é imposta e confirmada pela análise. As variáveis observadas não precisam estar relacionadas a todos os fatores comuns, e o modelo é imposto com base no conhecimento teórico que se tem sobre o problema em estudo. Utilizamos o modelo de equações estruturais com variáveis observacionais, que é um caso especial dos modelos de equações estruturais mais gerais, com variáveis latentes e observacionais.

(36)

Baseado em Bollen (1989), análise de caminho crítico é uma metodologia para analisar sistemas de equações estruturais. Aplicações contemporâneas enfatizam três componentes de análise de caminho crítico: 1- o diagrama, 2- a decomposição da covariância e correlações em termos de parâmetros do modelo, e 3- as distinções entre efeitos diretos, indiretos e totais de uma variável em outra. Os diagramas de caminho são uma representação pictórica de um sistema de equações simultâneas. Uma das vantagens principais de um diagrama de caminho é que ele apresenta o quadro das relações. Para muitos investigadores, esse quadro pode representar as relações mais claramente que as equações. Através do diagrama de caminho existe um jogo de regras que relacionam as correlações (ou covariâncias) entre as variáveis e os parâmetros do modelo.

A análise do caminho crítico identifica efeitos diretos, indiretos e totais de uma variável em outra. Os efeitos diretos são os não mediados por outra variável; os efeitos indiretos operam por pelo menos uma variável interveniente; e os efeitos totais são a soma dos efeitos diretos e indiretos.

De acordo com o modelo, o diagrama de caminho crítico utilizado em nossa análise ficou assim definido:

Escolaridade

X1

Salário

Y1

Idade

X2

Empregabilidade

Y2 γ21

ζ1

ζ2

β21 β12

γ11

γ12

(37)

resultando no seguinte sistema de equações:    + + + = + + + = 2 2 22 1 21 1 21 2 1 2 12 1 11 2 12 1 ζ γ γ β ζ γ γ β X X Y Y X X Y Y , onde :

X1à Escolaridade;

X2à Idade;

Y1à Salário;

Y2à Empregabilidade;

γ11à Efeito direto de Escolaridade (X1) em Salário (Y1);

γ12à Efeito direto de idade (X2) em Salário (Y1);

γ21 à Efeito direto de Escolaridade (X1) em Empregabilidade (Y2);

γ22à Efeito direto da variável idade (X2) na variável Empregabilidade (Y2);

β12à Efeito direto da variável Empregabilidade (Y2) na variável Salário (Y1);

β21à Efeito direto da variável Salário (Y1) na variável Empregabilidade (Y2);

ζ1 , ζ2à Erros aleatórios ou erros das equações do modelo.

(38)

influenciassem as variáveis, salário e Empregabilidade. A não inclusão de mais variáveis deveu-se a impossibilidade da determinação dos parâmetros do modelo e, para isso, seria necessária a criação de outras relações. Optou-se pela variável Idade, por ser esta a que apresentava dentre as demais variáveis disponíveis o maior grau de correlação com as variáveis Salário e Empregabilidade, veja Tabela 9.

Cálculo dos parâmetros do modelo

Utilizando-se o programa LISREL para a determinação dos parâmetros do modelo empregado, chegamos aos seguintes resultados:

γ11 = 0,29;

γ12 = 0,05;

γ21 = 0,55;

γ22 = 0,46;

β12 = 1,00;

β21 = - 1,20

73 , 1 1=

ζ

15 , 2 2 =

(39)

resultando na determinação das seguintes equações :

e na representação pelo diagrama de caminho crítico:

(40)

ANÁLISE DOS RESULTADOS

Análise com Base nas Tabulações da Variáveis

As tabulações apresentadas na análise dos dados, referentes à população, foram realizadas utilizando-se o SPSS. Algumas tabulações foram exportadas para o aplicativo Excel, para o confeccionamento dos gráficos.

Tabela 4 - Distribuição dos indivíduos no Mercado Formal

Da Região Metropolitana do Rio de Janeiro por Faixa Etária

FAIXA ETÁRIA PERÍODO EM

ANOS

FREQÜÊNCIA

%

1 10 a 14 162 0,01

2 15 a 17 15.444 0,65

3 18 a 24 427.433 17,89

4 25 a 29 398.995 16,70

5 30 a 39 716.144 29,97

6 40 a 49 535.074 22,40

7 50 a 64 269.386 11,28

8 65 ou mais 26.259 1,10

(41)

Podemos verificar na Tabela 4, que no mercado formal da Região Metropolitana do Rio de Janeiro o contingente de menores de idade é praticamente nulo. A faixa dos 30 aos 49 anos representa mais da metade da população do mercado formal, e os indivíduos na faixa dos trinta anos representam, sozinhos, quase um terço da população total. A partir dos 65 anos voltamos a ter um contingente mínimo, com pouco mais de 1%, conforme podemos visualizar melhor no Gráfico 1, abaixo elaborado, a partir da Tabela 4.

Gráfico 1 – Distribuição por Faixa Etária

O Mercado Formal de Empregos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro é formado por praticamente dois terços de indivíduos do sexo masculino, como podemos verificar na Tabela 5, e melhor visualizar no Gráfico 2, elaborado a partir desta Tabela.

0 100000 200000 300000 400000 500000 600000 700000 800000

1 2 3 4 5 6 7 8

Faixa Etária

(42)

Tabela 5 - Distribuição dos indivíduos, por Gênero, no Mercado Formal

de Empregos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro

SEXO FREQÜÊNCIA

%

SALÁRIO MÉDIO

(EM S.M.)

1- Masculino 1.500.311 63 6,56

2 - Feminino 888.586 37 5,32

TOTAL 2.388.897 100 6,10

Gráfico 2 – Distribuição por Sexo

Os salários dos indivíduos do sexo masculino são em média superiores em quase 25% do salário médio dos indivíduos do sexo feminino.

63% 37%

(43)

Um parâmetro interessante na distribuição da escolaridade é que nos graus cuja representação é a relativa à escolaridade incompleta, existe uma diferença significativa, para menos, no número de indivíduos, como demonstrado no Gráfico 3. Podemos deduzir que os indivíduos, quando entram no Mercado Formal de Emprego na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, param de estudar, e são poucos os que tentam melhorar a sua escolaridade.

Tabela 6 - Distribuição por Escolaridade dos indivíduos no Mercado Formal

de Empregos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro

ESCOLARIDADE FREQÜÊNCIA

%

Analfabeto, inclusive o que, embora tenha recebido instrução, não se alfabetizou

1 27981 1,17

Até a 4ª série incompleta do 1º grau (primário incompleto) ou que tenha se alfabetizado sem ter freqüentado escola regular

2 148.223 6,21

Com a 4ª série completa do 1º grau (primário completo)

3 332.109 13,90

Da 5ª à 8ª série incompleta do 1º grau (ginásio incompleto)

4 267.820 11,21

Primeiro grau (ginásio) completo 5 507.571 21,25

Segundo grau (colegial) incompleto 6 169.910 7,11

Segundo grau (colegial) completo 7 559.518 23,42

Superior incompleto 8 92.532 3,87

Superior completo 9 283.233 11,86

(44)

Gráfico 3 – Distribuição por Escolaridade

As taxas de empregabilidade têm um comportamento decrescente nos primeiros quatro graus, ou seja, até o grau com escolaridade entre a 5ª e a 8ª série incompleta, à exceção do grau 3 – 4ª série completa, que tem uma pequena elevação em relação ao grau anterior, mantendo-se ainda superior ao grau 4. A partir de então apresenta um crescimento contínuo, atingindo o seu ápice nos indivíduos com curso superior completo, como podemos verificar no Gráfico 4, elaborado a partir da Tabela 7.

Gráfico 4 – Empregabilidade por Escolaridade

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Geral

Escolaridade

Empregabilidade

0 1 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 5 0 0 0 0 0 6 0 0 0 0 0

1 2 3 4 5 6 7 8 9

E s c o l a r i d a d e

(45)

Tabela 7 - Empregabilidade por Escolaridade no Mercado Formal

de Empregos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro

ESCOLARIDADE EMPREGABILIDADE

Analfabeto, inclusive o que, embora tenha recebido instrução, não se alfabetizou

1 0,9012

Até a 4ª série incompleta do 1º grau (primário incompleto) ou que tenha se alfabetizado sem ter freqüentado escola regular

2 0,8842

Com a 4ª série completa do 1º grau (primário completo)

3 0,8978

Da 5ª à 8ª série incompleta do 1º grau (ginásio incompleto)

4 0,8762

Primeiro grau (ginásio) completo 5 0,8854

Segundo grau (colegial) incompleto 6 0,8886

Segundo grau (colegial) completo 7 0,9096

Superior incompleto 8 0,9201

Superior completo 9 0,9643

GERAL 0,9028

(46)

constituindo a partir desse ponto numa progressão geométrica do incremento, passando para um aumento de quatro salários-mínimos de diferença dos indivíduos com superior incompleto em relação aos indivíduos com segundo grau completo. Voltando a manter a mesma razão geométrica no incremento, ou seja, dando um pulo de quase oito salários mínimos para os indivíduos com superior completo.

Tabela 8 – Remuneração Média por Escolaridade no Mercado Formal

de Empregos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro

ESCOLARIDADE REMUNERAÇÃO MÉDIA

(em salários-mínimos)

Analfabeto, inclusive o que, embora tenha recebido instrução, não se alfabetizou

1 3,94

Até a 4ª série incompleta do 1º grau (primário incompleto) ou que tenha se alfabetizado sem ter freqüentado escola regular

2 4,27

Com a 4ª série completa do 1º grau (primário completo)

3 3,51

Da 5ª à 8ª série incompleta do 1º grau (ginásio incompleto)

4 3,43

Primeiro grau (ginásio) completo 5 3,74

Segundo grau (colegial) incompleto 6 4,36

Segundo grau (colegial) completo 7 5,91

Superior incompleto 8 9,95

Superior completo 9 17,26

(47)

Gráfico 5 - Remuneração Média Escolaridade em Salários Mínimos

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Geral

Tabela 9 – Correlação de Pearson entre as variáveis pesquisadas

VARIÁVEIS Escolaridade Salário Idade Empregabilidade Sexo

Escolaridade 1 0,384 0,002 0,089 0,246

Salário 0,384 1 0,232 0,089 - 0,069

Idade 0,002 0,232 1 0,180 - 0,015

Empregabilidade 0,089 0,089 0,180 1 0,037

(48)

Análise com os Resultados da Aplicação do Modelo

Com esses resultados podemos tabular os efeitos determinados pelo modelo:

TABELA 10 – EFEITOS DIRETOS DETERMINADOS PELO MODELO

VARIÁVEIS QUE SOFREM O EFEITO

QUE CAUSAM EFEITO SALÁRIO EMPREGABILIDADE

ESCOLARIDADE 0,29 0,55

IDADE 0,05 0,46

SALÁRIO - - 1,20

EMPREGABILIDADE 1,00 -

Observando os efeitos contidos na Tabela 10 - Efeitos Diretos, podemos admitir as seguintes conclusões:

(49)

2- Em relação à idade, podemos notar que ela pouco influencia diretamente o salário, tendo uma influência bem mais significativa na empregabilidade.

3- O efeito direto de maior intensidade determinado pelo modelo é o efeito do salário sobre a empregabilidade, só que de forma negativa e com intensidade 20% superior. Isto implica que a taxa de empregabilidade do indivíduo tende a se reduzir com a conquista de melhores salários.

4- De sentido oposto ao efeito comentado no item anterior, é o efeito direto de empregabilidade no salário, pois apresenta um valor um pouco menor em intensidade, mas positivo. Podemos deduzir que indivíduos com melhores taxas de empregabilidade tendem a melhorar os seus rendimentos.

TABELA 11 – EFEITOS INDIRETOS DETERMINADOS PELO MODELO

VARIÁVEIS EFEITO

QUE CAUSAM EFEITO INTERVENIENTES QUE SOFREM O EFEITO INDIRETO

Salário Empregabilidade 0,29 . (-1,20) = - 0,35

ESCOLARIDADE

Empregabilidade Salário 0,55 . 1,00 = 0,55

Salário Empregabilidade 0,05 . (- 1,20) = - 0,06 IDADE

(50)

A modelagem utilizada para este estudo permite, também, a análise dos efeitos indiretos das variáveis exógenas nas variáveis endógenas, conforme demonstrado na Tabela 11. No nosso modelo, escolaridade e idade são as variáveis exógenas e salário e empregabilidade as endógenas.

O efeito indireto da variável escolaridade é negativo na variável empregabilidade, através da variável interveniente salário. Já sobre o salário, escolaridade apresenta indiretamente efeito positivo idêntico ao efeito direto.

Idade tem efeito indireto sobre empregabilidade de intensidade muito pouco superior ao efeito direto, só que negativo. Sobre o salário, da mesma forma que escolaridade, idade influencia na mesma intensidade e direção do efeito direto.

TABELA 12 – EFEITOS TOTAIS DETERMINADOS PELO MODELO

VARIÁVEIS QUE SOFREM O EFEITO

QUE CAUSAM EFEITO SALÁRIO EMPREGABILIDADE

ESCOLARIDADE 0,55 + 0,29 = 0,84 0,55 – 0,35 = 0,20

IDADE 0,05 + 0,46 = 0,51 0,46 – 0,06 = 0,40

(51)

O efeito total da escolaridade sobre o salário é quatro vezes maior que o efeito total da escolaridade sobre a empregabilidade.

(52)

CONCLUSÕES

O objetivo principal do trabalho é o de analisar, sob a ótica da Teoria do Capital Humano e dos conceitos de empregabilidade, a relação entre escolaridade, salário e empregabilidade e outras variáveis que possam ter influência sobre esta relação.

Em um primeiro momento, em função da modelagem escolhida, foi analisado o grau de correlação existente entre as características dos indivíduos na população, através do cálculo da matriz de correlações, apresentada na Tabela 9. Além das variáveis principais do estudo: escolaridade, salário e empregabilidade, optou-se pela inclusão apenas da variável idade, por ser esta a que apresentava o maior grau de correlação com as principais variáveis do estudo.

A primeira conclusão que podemos extrair dos resultados do modelo é referente ao efeito direto que as variáveis explicativas (exógenas) têm sobre as variáveis a serem determinadas (endógenas) e principalmente o efeito direto de escolaridade sobre salário e empregabilidade. Nessa relação direta, Escolaridade tem um efeito quase duas vezes maior sobre empregabilidade do que sobre o salário, levando-nos em um primeiro momento a admitir que, na população em estudo, o principal argumento das discussões sobre empregabilidade prevaleceria sobre o argumento da Teoria do Capital Humano.

(53)

influencia salário, porém de modo inverso. Como o efeito do salário sobre empregabilidade é negativo, conforme os indivíduos vão escalando os níveis de salário tendem a ter uma perda na sua empregabilidade.

A outra variável exógena no modelo utilizado é idade, que tem um efeito, apesar de positivo, muito pequeno sobre o salário. Era de se esperar que com a idade, por influência de outros fatores, como por exemplo, a experiência adquirida, o salário do indivíduo tendesse a se elevar, o que pela magnitude do efeito de idade sobre salário, isso não se confirma de forma muito forte. Já sobre empregabilidade, idade tem um efeito maior e positivo, o que implica dizer que a idade no mercado formal do Rio de Janeiro é um fator de melhora da empregabilidade.

Interpretamos até agora os efeitos diretos. O modelo nos permite avaliar, também, os efeitos indiretos. Esses são os resultados das influências de umas variáveis sobre outras, através da interveniência de uma terceira variável. Analisando o efeito indireto da escolaridade sobre o salário, temos como resultado o produto do efeito direto de escolaridade em empregabilidade (0,55) pelo efeito direto de empregabilidade em salário (1,00). A passagem pela variável empregabilidade do efeito de escolaridade sobre o salário resulta em um efeito positivo, ou seja, o nível de escolaridade do indivíduo em conjunto com sua taxa de empregabilidade tendem a influenciar positivamente no seu salário.

(54)

resultado é positivo. Concluímos, então, que escolaridade tem influência positiva sobre o salário e que através da interveniência de empregabilidade tende a ampliar essa influência.

As Tabelas 10, 11 e 12 apresentam os efeitos diretos, indiretos e totais, respectivamente, entre as variáveis utilizadas no modelo.

Analisemos, agora, a influência da escolaridade na empregabilidade. Como já vimos anteriormente, escolaridade tem um efeito direto e positivo sobre a empregabilidade. O efeito indireto é o resultado do produto do efeito direto de escolaridade na variável interveniente salário (0,29), pelo efeito direto de salário em empregabilidade (- 1,20). Como este efeito é negativo, escolaridade, através da variável interveniente salário, exerce um efeito negativo na empregabilidade. Apesar disso, o efeito total, resultado da somas dos efeitos direto e indireto, ainda se mantém positivo, mas com menor intensidade. Como já havíamos verificado na análise dos efeitos diretos, salário agora como variável interveniente de escolaridade, volta a influir negativamente na empregabilidade do indivíduo.

Verificando todos esses efeitos de escolaridade, tanto em salário quanto em empregabilidade, o efeito direto de escolaridade em empregabilidade é maior que o efeito direto de escolaridade em salário, mas nos efeitos totais essa relação se inverte. Escolaridade passa a influir mais em salário do que na empregabilidade.

Executando-se a mesma análise, só que agora sobre os efeitos da idade no salário e na empregabilidade, verificamos que idade, assim como escolaridade, tem um efeito direto maior sobre a empregabilidade, e também invertendo a relação quando se trata dos efeitos totais.

(55)

diretos de escolaridade e idade sobre o salário serem menores do que o seu respectivo efeito direto sobre empregabilidade,.

(56)

RECOMENDAÇÕES

Quanto à população estudada, fica a sugestão para trabalhos posteriores sobre uma análise com a aplicação do modelo aqui utilizado, estratificando-se essa população por tipo de ocupação e realizando uma análise independente por estrato, e assim permitindo serem confrontadas as diferenças sobre a influência da escolaridade nos diversos tipos de ocupação.

Em trabalhos futuros, seria interessante a comparação entre os resultados desse mesmo modelo, para as principais regiões metropolitanas do Brasil, de modo a se verificar a existência de diferenças, entre as regiões, quanto à influência da escolaridade sobre as variáveis salário e empregabilidade.

(57)

BIBLIOGRAFIA

AZEVEDO, Mario Luiz Neves de. A Teoria do Capital Humano em Tempos de Acumulação

Flexível. Revista da Aduem. Disponível:

http://www.aduem.org.br/revista/revista_ateoriadocapitalhumano.htm. [fev 2002].

BARROS, Ricardo Paes de, HENRIQUES, Ricardo, MENDONÇA, Rosane. Texto para Discussão Nº 857 – Pelo fim das décadas perdidas: Educação e Desenvolvimento

Sustentado no Brasil. Rio de Janeiro: IPEA, 2002.

BOLLEN, Kenneth A . Structural Equations with Latent Variables. New York: Wiley, 1989.

DE NEGRI, João Alberto, CASTRO, Paulo Furtado de, SOUZA, Natalia Ribeiro de, ARBACHE, Jorge Saba. Texto para Discussão Nº 840 – Mercado Formal de Trabalho: Comparação entre os Microdados da RAIS e da PNAD. Brasília: IPEA, 2001.

FRIGOTTO, Gaudêncio. A produtividade da escola improdutiva. 2.ed. São Paulo: Autores Associados, 1986.

__________. Educação e Inclusão Social: Emprego ou Empregabilidade. Jornal da Educação. Disponível: http://www.jornaldaeducacao.inf.br/palestra2.htm. [ fev 2002].

(58)

HOYLE, Rick H. Structural equation modeling: concepts, issues, and applications. Thousand Oaks:Sage Publications, 1995.

LOUREIRO, Roberto de Oliveira. Como Competir na Era do Capital Humano, Disponível:

http://www.rh.com.br [fev. 2002].

MANUAL de Orientação da Relação Anual de Informações Sociais – RAIS. Ano-base 2000. Brasília: MTE/SPPE/DES, 2000.

MACHADO, Lucilia. Educação Básica, Empregabilidade e competência. Trabalho e Educação, Belo Horizonte, n.3, p. 15-31, jan./jul. 1998.

MARTINS, Gilberto de Andrade. Manual para Elaboração de Monografias e Dissertações. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2000.

RODRIGUES, José. Da teoria do capital humano à Empregabilidade: um ensaio sobre as crises do capital e a educação brasileira. Trabalho e Educação, Belo Horizonte, n.2, p. 215-230, ago./dez. 1997.

SCHULTZ, Theodore W. O valor econômico da educação. Rio de Janeiro: Zahar, 1967.

TÔRRES, Ofélia de Lanna Sette. Políticas de Empregabilidade – o estado da arte na virada do século. São Paulo: Escola de Administração de Empresas de São Paulo – Fundação Getulio Vargas – Série Relatórios de Pesquisa – Relatório nº2/1999.

Imagem

Tabela 1 - D ECOMPOSIÇÃO DA  D ESIGUALDADE  S ALARIAL DE  A CORDO COM SUAS  F ONTES  P RINCIPAIS
Tabela 2 – Especificação do Grau de Instrução
Tabela 4 - Distribuição dos indivíduos no Mercado Formal   Da Região Metropolitana do Rio de Janeiro por Faixa Etária
Gráfico 1 – Distribuição por Faixa Etária
+7

Referências

Documentos relacionados

visam o ensino de habilidades de compreensão e de produção de textos orais e escritos e o desenvolvimento da competência comunicativa, na proposta curricular da instituição

Para Tagiuri; Davis (1996), uma empresa familiar se dá quando membros da família controlam a direção do negócio em cargos gerenciais ou direito de propriedade;

Bom, eu penso que no contexto do livro ele traz muito do que é viver essa vida no sertão, e ele traz isso com muitos detalhes, que tanto as pessoas se juntam ao grupo para

Itaguaí Rio de Janeiro Porto do Açu Vitória Salvador Natal Fortaleza São Luís Belém.. Business Management Head Office: Rio de Janeiro

Na relação entre a “tradição” lingüística brasileira e a lingüística geral, minha prática nessa história aponta para o deslocamento e a

As inscrições serão feitas na Comissão Permanente de Vestibular da UFMG (COPEVE), situada no Prédio da Reitoria da UFMG, à Av. Presidente Antônio Carlos, 6627 – Campus da

The analysis of the expressive and instrumental gestures, from the perspective of the body as a transitory space of relations and instrument, as a multisensory space, showed that the

Realizar a manipulação, o armazenamento e o processamento dessa massa enorme de dados utilizando os bancos de dados relacionais se mostrou ineficiente, pois o