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Entre a cura e o divertimento: as viagens de férias junto à natureza em estâncias hidrominerais (1930-1940).

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www.rbceonline.org.br

Revista

Brasileira

de

CIÊNCIAS

DO

ESPORTE

ARTIGO

ORIGINAL

Entre

a

cura

e

o

divertimento:

as

viagens

de

férias

junto

à

natureza

em

estâncias

hidrominerais

(1930-1940)

Daniele

Cristina

Carqueijeiro

de

Medeiros

a,b

e

Carmen

Lúcia

Soares

c,d,

aUniversidadeEstadualdeCampinas(Unicamp),FaculdadedeEducac¸ão,ProgramadePós-Graduac¸ãoemEducac¸ão,Campinas,

SP,Brasil

bPrefeituraMunicipaldeCampinas,SecretariaMunicipaldeEducac¸ão,Campinas,SP,Brasil

cConselhoNacionaldeDesenvolvimentoCientíficoeTecnológico(CNPq),Bolsistadeprodutividadeempesquisa,Brasil

dUniversidadeEstadualdeCampinas(Unicamp),FaculdadedeEducac¸ãoFísica,DepartamentodeEducac¸ãoFísicaeHumanidades,

Campinas,SP,Brasil

Recebidoem17demaiode2013;aceitoem12deabrilde2014

DisponívelnaInternetem4defevereirode2016

PALAVRAS-CHAVE

Corpo; Natureza; Férias; Águastermais

Resumo Anaturezaeseuselementos,comoosol, aáguaeoclima---considerados regene-radores---,afirmam-senosdiscursosmédicoscomodestinosapropriadosaosviajantesdurante asférias,estabelecidaslegalmenteaostrabalhadorescomaConsolidac¸ãodasLeisdoTrabalho (CLT)em1943.Esteartigotratadasviagensdefériasemestânciashidromineraisetomacomo objetoprincipaldeanáliseumdosdestinos:Poc¸osdeCaldas(MG).Seuobjetivofoianalisar, apartirdeumconjuntoderevistasdevulgarizac¸ãocientíficaeguiasdeviagensdasdécadas de1930e1940,olugardacuraedodivertimentonessaestância.Analisa,assim,olugarda educac¸ãodocorponasprescric¸õesvoltadasparaosdestinosescolhidos.

©2016Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos direitosreservados.

KEYWORDS

Body; Nature; Vacation; Thermalwater

Betweenhealingandamusement:vacationstripsalongsidenatureinthermalsprings (1930-1940)

Abstract Natureanditselements,suchassun,water,weather(allconsideredregenerative) areassertedinmedicaldiscoursesasappropriatedestinationsforthevacationstime,aworker’s rightlegallyestablishedin1943bytheCLT(Consolidac¸õesdasLeisdoTrabalho).Thispaper

Autorparacorrespondência.

E-mail:carmenls@unicamp.br(C.L.Soares). http://dx.doi.org/10.1016/j.rbce.2014.04.002

(2)

dealswithvacationtripstothermalspringsbyanalyzing onespecifictravelling destination: Poc¸osdeCaldas/MG.Basedonasetoftravelguidesandmagazinesofscientificdissemination publishedinthedecadesof1930and1940weaimatanalyzingthisthermalspringasaplaceof healingandamusement.Thus,weanalyzetheroleplayedbybodyeducationintheprescriptions ofsuchtravellingdestinations.

©2016Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Allrights reserved.

PALABRASCLAVE

Cuerpo; Naturaleza; Vacaciones; Aguastermales

Entrelacurayladiversión:losviajesdevacacionesjuntoalanaturalezaenestancias hidrominerales(1930-1940)

Resumen La naturaleza y sus elementos, como el sol, el agua y el clima ---considerados regeneradores---seafirmanenlosdiscursosmédicoscomodestinosapropiadosparalosviajantes durantelasvacaciones,establecidaslegalmenteparalostrabajadoresconlasConsolidaciones delasLeyesdelTrabajo(CLT)en1943.Esteartículoabordalosviajesdevacacionesen estan-ciashidromineralesytienecomoobjetivoprincipalunodelosdestinos:PozosdeCaldas,MG. Suobjetivofueanalizar,apartirdeunconjuntoderevistasdedivulgacióncientíficayguías deviajedelasdécadasde1930y1940,ellugardelacuraydeladiversiónenesaestancia. Analiza,asimismo,ellugardelaeducacióndelcuerpoenlasprescripcionesorientadasalos destinosescogidos.

©2016Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todoslos derechosreservados.

Introduc

¸ão

Umadiscussão acerca das férias na dinâmica devida dos habitantesdacidadepressupõeumquestionamentosobreos lugaresescolhidose,sobretudo,sobreaspossibilidadesde usufruirdessetempo,associadoaorepouso,àregenerac¸ão ouaodivertimento.Deimediato,aescolhadesses ambien-tesperpassa poraquilo que nossaretina reconhece como pitorescoeosambientespermeadospelanaturezatomam partenessacena,decertoassociadosamomentosde relaxa-mento,divertimentoetambémdecura.(Boyer,1999,2003; Burbage,1998;Corbin,1995;DalbeneSoares,2011;Hasse,

1999;Lenoble,1969;Rauch,1995,2001;Sant’anna,2007;

Thomas,1988).

Quandotomamosasfériasjuntoànaturezanosanosde

1930a1940comotemaeproblemadepesquisa,seguindo

ocaminhodaqueles queconseguiamusufruirdessedireito

recém-conquistado legalmente, deparamo-nos logo com

umapremissa:asférias,quandousufruídasefetivamente,

deveriamocorrerlongedascidades,juntoànatureza,seja

na montanha, no campo ou no litoral.1 Justificativas e

prescric¸õesparaessaescolhaerammuitaseseoriginavam apartirdediferentesdiscursos,como,porexemplo,o

dis-cursomédicoesuas prerrogativashigienistas,emque não

faltavam críticas aos problemas oriundos da vida urbana

1Esteartigonãoanalisaoturismocomocampodeconhecimento edepesquisa.Mesmoassim,tomacomoreferênciaumdosautores clássicosdotemaeduasdesuasobras:Boyer(1999,2003).

(GoesJR.,2003;Rocha,2003;Soares,2008;SoareseGleyse, 2006).

Ascidadesbrasileirasdaépocapassavamporum

acentu-adodesenvolvimentoecrescimentopopulacional,SãoPaulo

é o exemplo mais emblemático (Campos, 2004): tomada

pelos ares de modernidade, era palco de inovac¸ões em

relac¸ãoaomundodosdivertimentos,emcujointeriornovos discursos,principalmentemédicos,alertavamsobreos

peri-gos dessanovadinâmica presentenavidaurbana,em que

‘‘pormantermo-nosaopardostempos,apressamosopasso

além de nossa capacidade de resistência’’ (Marsh, 1944,

p.14).

Oincentivoaousodeumperíododefinidoparaasférias,

ou seja, a institucionalizac¸ão de um tempo determinado

paraorepousoeodivertimento,erapermeadopelas justifi-cativasdeordemmédica,àqualseagregavaoutrodiscurso

nãomenosimportanteedefinidor:aaprovac¸ãodaCLTem

1943 (Brasil,1943). Nessalegislac¸ão surgiu,pela primeira vez,odireitodotrabalhadorafériasremuneradase,como consequência,aoutrosbenefíciosligadosaoperíodode

des-canso,benefícios esses amplamente usufruídosporoutras

camadasdapopulac¸ão.

Considerando o quadro brevemente esboc¸ado acerca

desse temae problemadepesquisa, este artigo pretende

analisar,apartirdadeterminac¸ãodoperíododefériaspela

CLT,dequeformaumaeducac¸ãodocorpo2ditadaporum

acurado pensamentomédicoinfluenciava aprescric¸ão dos

(3)

destinos deférias. Seguindo o rastrodaqueles que

viaja-ram nas décadasde 1930 e 1940, deter-nos-emos em um

dosdestinos escolhidosà época---aestância hidromineral dePoc¸osdeCaldas(MG)---,paracontraporopapeldacura edodivertimentonaescolhadosseusdestinos.

O corpus documental de nossa pesquisa está

delimi-tadoemtornodesuaproblemáticacentralqueestabelece

relac¸õesentreo direitoaférias remuneradas,prescric¸ões

médicas, destinos indicados e cuidados com o corpo e

foi constituído a partir de um conjunto de revistas de

vulgarizac¸ãocientíficaeguiasdeviagensdaépoca.3A

esco-lha recaiu sobre revistas, por representarem, de acordo

com Martins (2001), uma fonte bastante significativa de

comunicac¸ão,numBrasilquesetornavaurbano;a

aparên-cialuxuosadeumarevista,que mesclaimagens etextos,

eracapaz de atingir umagama expressiva e diferenciada

de leitores. Já os guias de viagens exerciam o papel de

prestimosos indicativos,commuitas informac¸õesde cará-tercientífico.SeguindoasanálisesdeCorbin(1989),oolhar acuradopelaciênciaqueosguiasdestinavamaoslocaisde veraneio,desdeoséculoXVIII,configurava-secomo

essen-cial na divulgac¸ão dodestino adequado e, sobretudo, na

escolhaporpartedosveranistas.Nossadiscussão,portanto, partedesseconjuntodefontesparaanalisaremquemedida acuraeodivertimentoeramfatoresqueinfluenciavamnos destinosdefériasjuntoànatureza.

Malasarrumadas,trajetodefinido;éhoradenos

embre-nharnessaviagemnoencalc¸odosveranistasdasdécadasde

1930e1940.

As

receitas

médicas

e

os

destinos

de

férias

[...] pássaros e cigarras. Grilos e sapos. Automóveis

e bondes. Latidos de cães, miados de gatos. Canto

degalo.Mugidodevacas.Balidosdecabras.Farfalhardo

arvoredo. Barulhar das águas correntes. Campainhas

deambulâncias, depois, sereiasdeambulâncias e

Cor-posdeBombeiros.Escapamentoabertodemotocicletas.

Vitrolas.Rádios.Devezem quandoumruídodeavião.

(Martins,2001,p.505)

Umturbilhãodecontradic¸õessefaziapresenteemuma

SãoPaulo que recebia, a cada dia,grande quantidade de

pessoasvindasdediferenteslugaresequemudavamacena

urbana.Nessenovocenário,dividiamespac¸obrasileiros vin-dosdecidadeseregiõesdistintaseimigrantesdediferentes países.Inúmerosaspectos davidaindividual ecoletiva se

transformavam rapidamente, hábitos deveriam ser

aban-donados e substituídospor outros, elaboradosa partir de

prescric¸ões de uma medicina higiênica que tomava para

si a responsabilidade da prevenc¸ão e da preservac¸ão da

OliveiraeLinhales,2011;VazeBombassaro,2012;VazeTaborda deOliveira,2004.

3Essecorpusdocumentalfoiconstituídoporrevistasvoltadaspara adivulgac¸ãodediscursosmédicos,VivereVidaeSaúde,eguias comooCadernodeTurismo.AsfontesespecíficassobrePoc¸osde Caldasforam:AJustic¸a;RevistaBrasileiradeCrenologiaeRevista IlustradadePoc¸osdeCaldas,alémdeinformativoscomerciais pro-duzidos porestabelecimentosda cidade.Todasas fontes usadas foramproduzidasnoperíodorecortadoparaestapesquisa.

vida(Rauch,1983;Sant’anna,2011;Vigarello,1993).Desse

modo,tornava-seindispensávelpensaremumamedicinae

umahigienequeseaproximassemdessanovaconfigurac¸ão

urbana.Umanovaordem sanitáriados aglomerados

popu-lacionais,portanto, deveria sercolocada em marchanum

contextourbanoemquealimpezasetornaracondic¸ão fun-damentalparaamanutenc¸ãodasaúde(Vigarello,1996).

Essa nova ordem sanitária voltada para a populac¸ão

alterou algumas concepc¸ões do urbano, misturou

des-lumbramentos e receios. Tal misto de sentimentos com

relac¸ãoàvidanacidadeseencaixavanoargumento

divul-gadonasrevistas médicasbrasileiras,queconsideravam a

cidade um dos principais fatores de ameac¸a à saúde da

populac¸ão. Aspectos como a fadiga cotidianae o

esgota-mentocomec¸aramafazerpartedovocabuláriomédicoque

apareciaemrevistascomoVidaeSaúde,naqualpodemos

leraseguintereflexão:‘‘Acompanhao trabalhoum

senti-mentoderesponsabilidade,decuidado,umaapreensãodo

limitedetempoqueasoutrascoisasimpõem,umasensac¸ão deescravidãoàrotina,derepetic¸ãoconstante.’’(Constock, 1944,p.05).

O excesso de trabalho é visto como fator prejudicial

ao bom desenvolvimento e ao desempenho do

trabalha-dor.Asoluc¸ão,então,seriaestimulá-loausarseuperíodo

de férias obrigatórias de forma a recuperar suas

ener-gias, restabelecer o vigor necessário e, assim, contribuir paraocrescimentosocial.Osdiscursos dasrevistas

médi-cas se nutriam dessa suposta necessidade de descanso

e tomavam para si a responsabilidade da conduc¸ão aos

melhores destinos de férias. Assim, segundo os discursos

médicosegovernamentais,asfériasdevemserdedescanso

edescontrac¸ão, paraseremúteis aotrabalho,sua func¸ão maisnobre,enãopoderiamcausarmaiscansac¸odoaquele

darotina dolabor. Vejamos um extrato de Vida e Saúde

acercadotema:

Nestaépocadoano,está-sepensandoemférias.Os

luga-resderecreiovão-seenchendodegente.Oquesechama

recreioé frequentementealiadoaprazeresexaustivos,

ao pontodeapessoavoltar dasfériasmaiscansadado

quequandosaiuparatomá-las.

Quem realmente queira tirar o maiorproveito de suas

fériasagirácomprudênciasebuscarumlugarapartado

dobulício,ondeavidasocialsejasimplesearecreac¸ão

não prejudicada pela afluência de gente. (Constock,

1944,p.5)

Asrevistas aconselhavamdesdeaarrumac¸ãodasmalas

---cuidando para que não se ‘‘sobrecarregassem as

minú-cias’’(Costock,1944,p.05)---atéaindicac¸ãodedestinos

maisadequadosao repouso. Osdiscursos alipresentes se

apropriavam da compreensão de uma determinada

natu-rezacomodestinoidealdasférias,capazdealiarrepousoe regenerac¸ãodocorpo.Essa alianc¸apromoviaumarelac¸ão

mais direta do homem com os elementos da natureza,

supostamente deturpada e, mesmo, comprometida pelas

conglomerac¸õesurbanas(Rauch,2001).

Hasse(1999,p.126),aoanalisarasrelac¸õesentrecorpo

enatureza em Portugalnoiníciodoséculo XX,encontrou

forte prescric¸ão médicavoltada para os destinos em que

(4)

osseusresultadosterapêuticosnãodeixamdeser recomen-dadossemhesitac¸ãopelosmédicos’’.

Seessaseramasrelac¸õesencontradasemumpaís

euro-peu, não poderíamos sugerir que a mesma concepc¸ão de

naturezasefizessepresentenoBrasil. Em umaépocaem queamaioriadoshabitantesbrasileirosvivianazonarural, asconcepc¸õesdaeliteintelectualeurbanasobreanatureza

brasileira passavam ainda pela caricatura do personagem

JecaTatu: azona ruraleraumespac¸o dedoenc¸as e apa-tia,comorelataMarras(2004,p.106).Poroutrolado,uma naturezaexuberanteflorescialongedali,nointeriordeste

paísdedimensõescontinentais.Todavia,essamesma

natu-rezaeraconsideradaperigosa:semasdevidasregulac¸ões, aventurar-seporcaminhosaindanãotrilhadosera

contrain-dicadopara quem só buscava descanso e regenerac¸ão do

corpo.

Assim,umanovaconcepc¸ãodenaturezafoiinaugurada

e auxiliou médicos e pacientes na procura dos ambientes

maisprofícuos eúteis aodescanso.Talconcepc¸ão concei-tuavaanaturezacomopontodeoposic¸ãoàvidaurbana,ao

novoritmoaceleradoquetraduziaosnovosaresde

moder-nidade(Dalbene Soares,2011).Ela setornava,portanto,

umespac¸ooperante na lógicadacidade e,a partirdesse

contato,otrabalhador aumentariao vigordocorpoe

res-taurariasuasaúde.Desenvolvia-seassimumcorpooposto

àquelefatigadoefragilizadopelacidade:

Fuja dapoeira das cidades e do ar confinado dos seus

escritóriosousalasdetrabalho.Aproveiteossábadose osdomingosparaprocuraroardoscampos.[...].Ande

pelomato,respireoardamanhã,longedaspoeirasedos rumores.[...].Limpeoseucorpodasinfecc¸ões

orgâni-caseasuamente dasideiaspesadas detrabalhosede

preocupac¸ões.Aprendaaviveremcontatocomaterra.

(PROCURE...1940,p.18).

As revistas se tornarameficazes nãoapenasno quese

refereaosbenefíciosdocontatocomanatureza,mas

tam-bémnadivulgac¸ãodaspossibilidadesdelocaisquepudessem

ser usufruídos de acordo com esses preceitos. Assim, as

páginas das revistas médicas e de guias criados

especial-menteparaessafinalidadevinhamrecheadasdesugestões

eindicac¸õesdelocaisparaoveraneioededicasdecomo

aproveitá-los. Um desses guias, criados com a finalidade

deauxiliarosveranistasa escolhero localadequadopara asviagens deférias,foi oCadernode Turismo,elaborado

pelo Departamento Estadual de Informac¸ões, da Divisão

de Turismo e Expansão Cultural do Estado de São Paulo.

O primeiro número, de 1947, tratava especificamente de

Itanhaém;osegundo,de1948,mostravaasbelezasnaturais eospasseiosdeCamposdoJordão.4

Taisguias, produzidosporobradeumasecretaria

esta-dual,mostravam-seem consonânciacomasrelac¸õesentre

asférias eosbenefícios danaturezaatéagoratratados e

coma legislac¸ão vigentesobre o tema.Além disso, eram

importantes indicadores de viagens, considerando o

con-juntodeinformac¸õesalidescritas.AotratardeItanhaém,

por exemplo, ofereciam todas as informac¸ões turísticas,

convergentescomasindicac¸õesmédicasdedistanciamento

4Napesquisafeitaatéomomento,nãoforamencontradosoutros númerosdesseguiadeviagens.

dobulíciodacidadeedanecessidadedecontatocoma natu-reza:em‘‘Itanhaém [...]deve-seviveressencialmenteao

arlivre,entregueaosesportesdapraiaeàsexcursõesque,

sobre umtonificante contato com a natureza, propiciam,

não raro, em ambiente bucólico, a evocac¸ão de páginas

sugestivasdenossahistória.’’(SãoPaulo,1947,p.19).

Alémdessasduascidades,outrotipodeestabelecimento

configurou-senaspáginasdasrevistascomoprestimoso des-tinodasviagensdeférias:asestânciashidrominerais,pela perfeitasimbioseentreocampoeacidadecontidaemseus ares.CaldasdeCipó,famosaestânciahidromineral,figurou

naspáginasdeVidaeSaúdecomoepítetode‘‘portentoso

manancial de saúde líquida’’ (Salles, 1945, p. 09). As

análisesminuciosassobreacomposic¸ãodaságuasea tem-peraturatornaram-sepec¸asfundamentaisemsuaindicac¸ão

para a cura de moléstias: cada tipo de doenc¸a tinha um

tratamento assegurado pelasvariac¸õesna composic¸ão das águas.

Outraestânciahidromineralcitadacomfrequênciapelas

revistas era Poc¸os de Caldas, a mais famosa do Brasil.

Aalianc¸aentreaságuassulfurosas e asmelhorias

propor-cionadaspelamãodohomemelevaram-na,antesembebida

em ares místicose provincianos, ao títulode ‘‘Vichy bra-sileira’’.5 Sua fama crescente atraiu milhares de turistas

inebriados pelos anúncios de suas qualidades, que não

incluíam apenas as águas, masos cassinos, o golf club e

demaisestabelecimentosdeostentosavidasocial.Omisto

decuradaságuasedivertimentodocorpopotencializavaa

famadessaestância.

A

cura

e

o

divertimento

do

corpo

nas

férias

brasileiras:

difícil

equac

¸ão

O conteúdo veiculado pelas revistas em relac¸ão ao bom

uso do período de férias sublinhava o necessário repouso

eregenerac¸ãodocorpo.Osalertasiamsempreemdirec¸ão

aocuidadoparacomosexcessosdosdivertimentose

mos-travam quãonefastoseprejudiciais poderiamserna volta

aotrabalho.Asrevistasbuscavammostraropanoramados

locaisderecreio,comopraiaseestâncias,que,naépocado verão, ficavam apinhados depessoas --- ávidas pelo

diver-timento --- e reiteravam a finalidade primária das férias

promulgadas na CLT:‘‘É lamentável[...]que o desejode

divertir-nos se haja a tal ponto apoderado de nós, que

restabelecer-nose habilitar-nos para fazermais e melhor

trabalhoquasetemsidoesquecidoemnossosdiasdeférias’’ (Marsh,1944,p.14).

Como reunir, então, a cura do corpo, o divertimento

e o gozo desejados pelos veranistas? Provavelmente, um

local que se identificasse com ambas as necessidades de

férias tornar-se-ia bastante procurado durante o período

deverão.E foiexatamenteissoqueaconteceucomPoc¸os

deCaldas.Essaestânciahidromineralexibiaumanumerosa

listadeatrativosaosquaisaludiamtantoosmédicos---que

exaltavam aqualidadedas águascientificamentetestadas

--- quanto os turistas, atraídos pelos inúmeros cassinos e

(5)

casasdeshows;eatingiamatémesmoosinteresses

gover-namentaisefinanceiros. Todoesseconjuntodebenefícios

tornou-a,entre1930 e1940, amaiorestância

hidromine-raldopaís,chegouaatendera294.900visitantesem1945

(Mourão,1961,p.25).Emconsonânciacomessemomento

dedesenvolvimento, aimprensaemPoc¸osdeCaldas

tam-bém se mostrou robusta entre 1931 e 1946 e inúmeras

publicac¸ões sobre os mais variados assuntos, que iam da

moda,dareligião,dasfestividadesatéaciência,surgiram

(Pontes, 1999).Muitos desses periódicos,entretanto, não

passaramdoprimeironúmeroeosqueprosseguiram

busca-vam,emgeral,umúnico objetivo:aumentaronúmerode

turistasnaestância.

As revistaseosguias, porcondensarinformac¸ões, ima-gensesensac¸õesdefácilcompreensão,foramrapidamente incorporadosàdivulgac¸ãodoturismoem Poc¸osdeCaldas. Nessecontextoéquecomec¸ouaseralidivulgadaa creno-logia---ciênciadaságuas,inicialmenteestudadaporPedro Sanches,6quelogoatraiuoutrosmédicoscomointuitode

darcontinuidade a esses estudosiniciais. Para divulgac¸ão

dessa ciência, foi criada uma revista ‘‘altamente

especi-alizada’’ nos estudos das águas: a Revista Brasileira de

Crenologia.FundadaporMartinhodeFreitasMourãoe

Bene-dictusMarioMourãoem 1933,foi lanc¸ada comoporta-voz

dos estudosbrasileiros sobreaságuasquentes eaberta a

receber‘‘contribuic¸õesdetodooBrasil’’(Revista...,1933,

p. 11), chegou a ultrapassar, em determinados números,

a marca de 10 mil exemplares (Pontes, 1999). O que a

torna ainda maisinteressante para nosso estudo é o fato

deque,sobomantoprotetordoestudodaságuas,arevista continha,emsuaspáginas,inúmerasinformac¸õesturísticas

sobre aestância. Enquanto revistas como a Vida e Saúde

publicavamexclusivamenteinformac¸õessobreosbenefícios dasestac¸ões termais--- jáque suapreocupac¸ãomaiorera divulgar,emlinguagemmenoscientífica,asconcepc¸õesde

saúdeadvindasdopensamentomédico-higienista(Dalbene

Soares,2008)---,aRevistaBrasileiradeCrenologia

apresen-tava grandepublicidade de pensõese hotéis, assimcomo

prec¸osdeviagens, quedisputavamoespac¸o com reporta-gens ligadas às análises científicas sobre aságuas e seus benefícios.

Além da nítida relac¸ão entre o estudo das águas e o

potencial turístico daestância destacadospelarevista de crenologia,haviaoutroaspectobastantesignificativopara

odesenvolvimentodesseslocaisconsideradoscomoosmais

adequadosparaasférias:oincentivoturísticoproclamado

pelo governo Getúlio Vargas por meio do Departamento

de Imprensa e Propaganda (DIP). Criado em 1937, com o

intuitodecoordenarasac¸ões,aspolíticaseaideologiado

6DeacordocomStelioMarras(2004),PedroSanchesseinstalou em1873naviladeCaldas,jáformadoemmedicina,epassouase interessarpeloestudodaságuasapartirdascurasanunciadaspelo povo.Em suafigura pessoalreúnem-se trêsfatores empenhados emtransformaras‘‘águasdopovo’’emuma‘‘estância hidromine-ral’’comoaseuropeias:aaristocraciarurallocal,interessadaem expandirovalordasterrasquesãosuaspropriedades; aprópria corteimperial,jáfrequentadorade estac¸õesdeáguaseuropeias enoBrasil; ea ciênciamédica, que,com maiorinfraestrutura, seriacapazdedetectaraspropriedadescurativasdaságuas,outrora ‘‘milagrosas’’.

EstadoNovo,essedepartamento contava comuma

subdi-visãodenominada Departamento dePropagandae Difusão

Cultural(DPDC),voltada,exclusivamente,parao turismo.

Essadivisãodeturismoplanejara umInstitutode

Hidrolo-gia,órgão queseria responsável porcoordenar e orientar

asac¸õesturísticasdebalneárioseoutrosempreendimentos

daárea,bemcomo estabelecerdiretrizesparao turismo,

otermalismoeoclimatismoemcidades-estância(Goulart,

1990).

No seio do DPCD, as informac¸ões sobre Poc¸os de

Cal-dascomolocaldefériasganharamaindamaisreforc¸os,no momentoemqueaDivisãodeTurismocriouumapublicac¸ão emlínguaespanholaparaadivulgac¸ãodaestância.O

exem-plarnãocontém data, tiragemou indíciosde a qualpaís

eradestinado;entretanto,otítulodaprimeirareportagem

permite inferir que seu destino seria um país da

Amé-ricadoSul,poisalilemos que Poc¸osde Caldasé referida

como ‘‘La mayor estância termal da America del Sur’’

(Departamento...[1930-1946],p.02).

Oimpressosevaledaassociac¸ãoentreacuradaságuas eoambientesocialanimadorparaassegurarqueaalegriae

asaúde, a cura e o divertimento devem caminhar juntos

parao bomaproveitamentodoperíododeveraneio.Além

detodooconhecimentosobreaságuas,ograndeargumento

dapublicac¸ãoéqueosaresdePoc¸osdeCaldas---que,com seusdivertimentos,sedistanciadosaresdeumaestac¸ãode doentes--- équetornamessaestânciaamaioremelhordo

Brasil.Oscassinos,astermassemprebemfrequentadas e

oconvívio social diferenciado sãoexaltadospara concluir quesócomesseselementosaestânciaécapazdesetornar completa:

AlguiénpensaráquelaafluênciadeenfermosaPoc¸osde

Caldas imprime a linda estación balneária um aire

desanatório.Nadamáslejosdelarealidad.Entretodas las ciudades del Brasil tal vez sea Poc¸os de Caldas la

quemenosaparenteunlugardecura(Departamento...

[1930-1946],p.6-7).

Afiguradomédicoouaságuassulfurosas---mencionadas somentenasúltimaspáginas---parecemserfatoresde

per-missãoaosprazerese aosdivertimentosdaestância.Seo

elementodecuraestavapresente,mesmoqueemsegundo

plano,entãopoderiamfigurarnaspáginasdoimpresso ima-gensedescric¸õesdoscassinos,dospasseios,docountryclub

eatémesmodanoite poc¸os-caldense,jáqueaalegria da estânciaeraumdosfatoresresponsáveispelacura.

Emboraamaioriadasrevistasproduzidascomointuito

de divulgar a estância fizesse uma mescla entre os

arti-gos científicos sobre os benefícios das águas e o mundo

dos divertimentos em uma estada na estac¸ão de curas,

algunsperiódicosespecializaram-senesseaspectomundano

e distante da cura para atrair osvisitantes à estância. A revistaPoc¸osdeCaldas(1944),lanc¸ouumaedic¸ão comemo-rativadoaniversáriode27anosdacidade,patrocinadapela Associac¸ãoComercial,cujoconteúdoexaltavaosencantos

de Poc¸os. Nessa revista, é possível constatar que apenas

algunsdadosiniciaisse detiveramno temadaságuas

sul-furosase seusbenefícios paraasaúde;osdemaisartigos,

bemaocontrário,concentravam-seemumúnicoaspecto:a

vidasocialpoc¸os-caldense.

ElzaMonteiroFerreira,mademoisellefrequentadorados

(6)

bastanteemblemáticodenossadiscussão:‘‘Assimé Poc¸os

deCaldas’’.Seuconteúdosepropõeadescreveros

aspec-tos mundanos da cidade, considerados pela autora como

osmaisimportantes.Nãofaltamdescric¸õesdetalhadasdos

transeuntesedasimpressõesquedeixamemsuapassagem,

pois‘‘todaestagentequesemovimentacomtantodonaireé afinaflordasociedadebrasileiraquesemisturacom diplo-matas ianques,titulados europeus e ricac¸ossul-platinos’’ (Ferreira,1944,p.07).

Retomandonossasanálisesacercadaimportânciadesse

localpara asférias,nãoseria menor destacar,aqui,que,

para além de suas águas e montanhas, do clima ameno

e temperado, de uma natureza provedora, a alegria e a

animac¸ãodoscírculossociaispassaramaserencaradoscomo

umnovofatorprovedordesaúdenaestância.Respeitaros

ditamesmédicossobreaépocaideal---dejaneiroaabril

---parafrequentaraestâncianemsemprefoioobjetivomais

evidentedaimprensalocal.Ocomércioeolucroadvindos

daexplorac¸ão desse turismoquasedemassa fizeramcom

queessesveículosdecomunicac¸ãopassassemaampliaros períodosconsideradoscomoideaisparaasférias;e,desse

modo,oinvernotambémcomec¸ouaserconsideradocomo

períodoadequadoaorepouso.

RevistascomoAJustic¸a(1943)eVisitemPoc¸osdeCaldas naEstac¸ãodeInverno(1940)7atestambemessanova

possi-bilidadedeexploraroturismonessaestac¸ão.Nessasrevistas

nãoeramencontradas recomendac¸ões médicasa respeito

dosbenefíciosdeumaestac¸ãodeinvernooudavantagem

doclimaparaacuradasdoenc¸as;pelocontrário,as princi-paisvantagensestabelecidasparaaestac¸ãodiziamrespeito aosseusaspectosmundanos:propagandasdecassinos,fotos demembrosdaaltasociedadeempontospitorescos,tabelas comprec¸oscomparativos daestada.Osgrandesauxiliares

paraa cura nessa estac¸ão eram o grande movimento e o

footingdaavenidaprincipal.Sabia-sedaindicac¸ãomédica arespeitodosmesesdejaneiroaabril;entretanto,as revis-tasafirmavamque‘‘aépocaidealparaumaestac¸ãodecura,

é,porém, demaio adezembro.Não havendoacúmulode

servic¸onosestabelecimentosdebanhos,aspessoaspodem

sermaisbemservidas, acontecendoomesmo noshotéis’’

(RevistaIlustradadePoc¸osdeCaldas,1938,p.07). Esse deslocamentodaatenc¸ão --- dacura parao

diver-timentodo corpo --- nessa estância fez com que médicos

renomadosretomassemodebateemtornodasfériascomo

períododerepousonaestância,considerandoqueasideias

centraisacerca dacura junto ànaturezateriam sido

des-virtuadas.Benedictus MarioMourão(1961,p. 06), em um

artigosobrea decadênciadePoc¸osdeCaldas,afirma que aestância‘‘tornou-sehoje[...]maisturísticadoque

pro-priamentehidromineral, oumelhor, de cura, recuperac¸ão

erepouso.Atualmenteémaisumacidadedeveraneio,de

‘weekend’,defériasescolaresoudecentrodediversões’’. Omédicocontinuaseuraciocínio,explicita,pormeiode

grá-ficosecomparac¸ões,queonúmerodeatendimentoscaíra

muitoapartirde1945,emcoincidênciacomofechamento

doscassinosnaestância.

Incentivadospelaspublicac¸ões,queemsuaquase

tota-lidadeapresentavamseusaspectossociaisemundanos, os

7 Essarevista,aparentemente,tevevolumeúnico.

turistas apinharamosverões de Poc¸osdeCaldas entreas

décadasde1930e1940,transformaram-nanumimportante

espac¸odesocializac¸ão.Algumasquestões,então,parecem permanecer:épossívelafirmarqueasfamosaságuas sulfu-rosasdePoc¸osdeCaldassetornaramcoadjuvantesnafama

daestância? Acura docorpo migroudocontato sulfuroso

para o contato mundano? O divertimentotomou,

efetiva-mente,olugardacura?

A

tênue

linha

entre

a

cura

e

o

divertimento

A ‘‘rainha das águas brasileira’’ fora, de certo modo,

inventada também por um conjunto de informac¸ões que

circularam de modo intenso e extenso. Nesse quadro, as

revistascientíficasdealcancenacional,comoVidaeSaúde, ao ladodeoutras,comofoio casodaRevistaCrenologia,

exerceramumpapelsignificativo,aoproclamaros

benefí-ciosdesuaságuas.Nãomenosrelevantefoiafortepresenc¸a

doestadobrasileiroedesuapropagandaacercados

bene-fíciosdaságuasedaimportânciadobomusodasférias,se usufruídasnaqueleslocais.

Descarregarasmalasnãoerasuficiente parafazerbom

proveitodeumaestadaem Poc¸osdeCaldas.A

permanên-cia nessa estância implicava seguir as diretrizes médicas

acercadosefeitosbenéficosdaságuas,doasseiocorporal,

mas,sobretudo, de umaeducac¸ão ali implícitaacerca do

contato com a natureza.Usufruir de cachoeiras, passeios

e banhos quentes implicavaum conjunto de

procedimen-tos que iam do adequado uso de roupas especiais para

cadaocasião(Soares,2011)atégestosedemonstrac¸ãode sentimentos.

Acuraaliava-seaodivertimento,definitivamente;eera

necessárioarrumar-seeportar-sedemodoadequadoàquele

estiloprópriodeumaelite,jáhabituadaafrequentar

cas-sinos e festejos noturnos dacidade. As possibilidades de

usosdocorpomesclavam-seetornavam-seconcomitantes;

e atémesmo o esporte (Morais, 2007) e a mecanoterapia

(Departamento...[entre1930e1946])comec¸aramafazer partedasatividadesquecompunhamesseuniversodecurae divertimento.Eranecessáriomunir-sedecondutasecódigos específicosdocorpo,quesediferenciavamdavida cotidi-ana.

UmaestadanaestânciadePoc¸osdeCaldasera,pois,um universo ambíguoecheio decontradic¸õesaseremvividas

pelos frequentadores.Entre a cura e o divertimento, era

impossívelestabelecerumalinhadivisóriaeambosos

uni-versosdesempenharamumpapelsignificativonaeducac¸ão

docorponessaestânciaenessabuscapelanatureza.

Financiamento

ConselhoNacionaldeDesenvolvimento Científico e

Tecno-lógico(CNPq),bolsadeprodutividadeempesquisanível2, processon◦ 302492/2010-0, e bolsadeiniciac¸ãocientífica doServic¸odeApoioao Estudante(SAE---1a.Chamada)da

UniversidadeEstadualdeCampinas(Unicamp),2010/2011.

Conflitos

de

interesse

(7)

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