w w w . r e u m a t o l o g i a . c o m . b r
REVISTA
BRASILEIRA
DE
REUMATOLOGIA
Artigo
original
Níveis
séricos
de
proteína
de
células
de
Clara
de
16
kDa
e
comprometimento
pulmonar
em
pacientes
com
esclerose
sistêmica
Anna
Olewicz-Gawlik
a,∗,
Dorota
Trzybulska
a,
Barbara
Kuznar-Kaminska
b,
Katarzyna
Katulska
c,
Aleksandra
Danczak-Pazdrowska
d,
Halina
Batura-Gabryel
be
Pawel
Hrycaj
aaDepartamentodeReumatologiaeImunologiaClínica,PoznanUniversityofMedicalSciences,Poznan,Polônia
bDepartamentodePneumologia,AlergologiaePneumologiaOncológica,PoznanUniversityofMedicalSciences,Poznan,Polônia
cDepartamentodeRadiologiaGeraleNeurorradiologia,PoznanUniversityofMedicalSciences,Poznan,Polônia
dDepartamentodeDermatologia,PoznanUniversityofMedicalSciences,Poznan,Polônia
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem22deabrilde2014 Aceitoem30deabrilde2015 On-lineem17dejulhode2015
Palavras-chave: CC16
Doenc¸aintersticialpulmonar Esclerosesistêmica
r
e
s
u
m
o
Objetivo:Avaliarautilidadeclínicadasmedic¸õesséricasdaproteínadecélulasdeClarade 16-kDa(CC16)emrelac¸ãoaosistemadeestadiamentoparadoenc¸apulmonarintersticial associadaaesclerosesistêmica(DPI-ES).
Materiaisemétodos:ForamdeterminadososníveisséricosdeCC16porELISAem28 pacien-tescomESe30controlessaudáveisecorrelacionadoscomosistemadeestadiamentopara DPI-ESempacientescomES.Oenvolvimentopulmonarfoiavaliadofuncionalmente (ple-tismografiacorporal,capacidadededifusãodemonóxidodecarbono)eradiologicamente (extensãomédiadadoenc¸anatomografiacomputadorizadadealtaresoluc¸ãodospulmões, TCAR)empacientescomES.
Resultados: Foramencontradasdiferenc¸asestatisticamentesignificativasnosníveis séri-cosdeCC16entrepacientescomESecontrolessaudáveisapenasemnãotabagistas.No entanto, asconcentrac¸ões séricasdeCC16eramsignificativamenteelevadasem pacien-tescomextensão>20%naTCARemcomparac¸ãocompacientescomextensão< 20%na TCAR(p=0,01).OsníveisséricosdeCC16secorrelacionarampositivamentecoma exten-sãomédiadadoenc¸anaTCAR(p=0,04)ecomaextensãodepadrãoreticularnaTCAR(p< 0,01)enegativamentecomacapacidadepulmonartotal(CPT)(p=0,03)ecomosresultados dotestedecaminhadadeseisminutos(p<0,01).
Conclusões:OsníveisdeCC16podemserconsideradoscomobiomarcadoresséricos suple-mentaresparaaDPI-ES.
©2015ElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobalicenc¸adeCCBY-NC-ND
(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
∗ Autorparacorrespondência.
E-mail:anolegaw@wp.pl(A.Olewicz-Gawlik). http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2015.04.001
0482-5004/©2015ElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobalicenc¸adeCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/
Serum
Clara
cell
16-kDa
protein
levels
and
lung
impairment
in
systemic
sclerosis
patients
Keywords: CC16
Interstitiallungdisease Systemicsclerosis
a
b
s
t
r
a
c
t
Objective: ToassessclinicalutilityofserumClaracell16-kDaprotein(CC16)measurements inrelationwithstagingsystemforsystemicsclerosisassociatedinterstitiallungdisease (SSc-ILD).
Materialsandmethods:SerumlevelsofCC16weredeterminedbyELISAin28SScpatientsand 30healthycontrols,andcorrelatedwithstagingsystemforSSc-ILDinSScpatients.Lung involvementwasassessedfunctionally(bodyplethysmography,diffusingcapacityofthe lungforcarbonmonoxide)andradiologically(anaveragediseaseextentonhighresolution computedtomographyofthelungs,HRCT)inSScpatients.
Results: WeobservedstatisticallysignificantdifferencesinserumCC16levelsbetweenSSc patientsandhealthycontrolsonlyinnon-smokers.However,serumCC16concentrations weresignificantlyelevatedinpatientswithHRCTextent>20%incomparisontopatients withHRCTextent<20%(p=0.01).Theycorrelatedpositivelywithaveragediseaseextenton HRCT(p=0.04),anextentofareticularpatternonHRCT(p<0.01),andnegativelywitha totallungcapacity(TLC)(p=0.03)andtheresultsofthe6-minwalktest(p<0.01).
Conclusions: CC16levelscanbeconsideredasasupplementalserumbiomarkerforSSc-ILD. ©2015ElsevierEditoraLtda.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-ND license(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Introduc¸ão
A esclerose sistêmica (ES) é uma doenc¸a autoimune
crô-nica do tecido conjuntivo caracterizada por vasculopatia, inflamac¸ão e fibrose progressiva da pele e órgãos
inter-nos. As principais causasde morbidade emortalidade em
pacientescom ES sãoduassíndromes pulmonares
relacio-nadas com aES: hipertensão arterialpulmonar (HAP-ES) e
doenc¸apulmonarintersticial(DPI-ES).1ParaavaliaraDPI-ES, são feitas tomografias computadorizadas de alta resoluc¸ão (TCAR)etestesdefunc¸ãopulmonar.Alémdisso,foram des-critosalguns marcadores sorológicos da DPI-ES específicos do pulmão.2-4 Esse grupo inclui a proteína de células de Clarade16kDa(CC16). Essaéumadasprincipaisproteínas secretadas pelas células de Clara e há cada vez mais evi-dênciasdeseupapelprotetorcontraarespostainflamatória pulmonar.5
ACC16éumaproteínahomodiméricade15,8kDa codifi-cadaporumgenelocalizadonocromossomo11.6Tem
poten-tes propriedades imunossupressoras e anti-inflamatórias
naturais.ACC16mostroumodular arespostainflamatória, incluindo ainibic¸ão da atividade da fosfolipaseA2 citosó-licaeinterferon-␥in vitro.7 Foramobservadasalterac¸õesnas
concentrac¸õesséricasdeCC16empacientescomdiferentes doenc¸asqueafetamospulmões,incluindoumadiminuic¸ão
nos níveis de CC16 na asma brônquica e um aumento
na sarcoidose e na fibrose pulmonar idiopática.8,9 A pro-teína também foi observada após a exposic¸ão a irritantes pulmonares.10 Alémdisso,descobriu-sequeonívelséricode
CC16éumindicadorde fibrosepulmonarativaem
pacien-tescomES.11 Emrelac¸ãoaesseachado,nopresenteestudo foramavaliados osníveis séricosdeCC16efoi examinada aassociac¸ãocom a avaliac¸ãodeDPI-ESempacientes com ES.
Materiais
e
métodos
Foram recrutados para o estudo28 pacientes consecutivos
comES(25mulheresetrêshomensentre24e70anos),de acordocomoscritériosdeclassificac¸ãodoAmericanCollege
ofRheumatology.12 Todosospacientesforamtambém
ana-lisados comos critérios declassificac¸ão paraES de2013.13 Os pacientes foramainda classificadosemdois subgrupos,
deacordocomoacometimentocutâneo;combasena
exten-sãodoseuenvolvimentodepele,podiamteraformacutânea difusa(EScd)oucutânealimitada(EScl)dadoenc¸a.14 Os con-troles saudáveis (n=30) eram voluntários não tabagistas e foramestatisticamentepareadosporsexoeidade(18-29, 30-44,45-54 e55-70anos).O estudofoi aprovadopelo Comitê
de Ética da Universidadede Ciências Médicasde Poznane
foi obtidoumconsentimentoinformadodetodos os
parti-cipantes. O protocolo de pesquisa está de acordo com os
princípios da Declarac¸ão de Helsinque da World Medical
Association.
Aavaliac¸ãoclínicacompreendeuohistóricodesaúde com-pletoeexamesfísicos,queincluíramaavaliac¸ãodaúlcerae aavaliac¸ãodoenvolvimentodapelecomoEscoredeRodnan Modificado.15Foicalculadooescoredeatividadedaesclerose sistêmica (Systemic Sclerosis Activity Score) da European
LeagueAgainstRheumatism(EULAR)SclerodermaTrialsand
Research(EUSTAR)detodosospacientescomES.Adurac¸ão dadoenc¸afoi medidaapartirdoiníciodoprimeirosintoma,
com excec¸ão do fenômeno de Raynaud, consistente com
ES. O envolvimento pulmonar foi avaliado funcionalmente
(pletismografiacorporal,capacidadededifusãodomonóxido
de carbono [CDCO] e testede caminhada de seisminutos)
e radiologicamente (tomografia computadorizada de alta
resoluc¸ão do pulmões, TCAR),conformeproposto porGoh
avaliadasàprocuradosseguintesachados:extensãomédia dadoenc¸a,extensãodopadrãoreticular,extensãodopadrão devidrofoscoepresenc¸adefaveolamento. Todososexames
de TCAR foram avaliados por um radiologista especialista
emTCAR eDPI. Para descreverospacientescom EScomo
“sem comprometimento da func¸ão pulmonar”, definiu-se
quetrêsparâmetrosfuncionais–capacidadepulmonartotal (CPT),capacidadevital(CV)eCDCO–deveriamestaracima
de80% previsto. Foramcoletadasamostras desangue dos
pacientes nomomento doexameclínico,emjejum.Osoro
obtidofoi armazenado a-70◦C antesda feitura dostestes.
A atividade inflamatória foi determinada pela velocidade
de hemossedimentac¸ão (VHS, Westergren), concentrac¸ão
deproteína C-reativa de altasensibilidade (PCR,ensaio de imunoadsorc¸ãoenzimática[ELISA], Biocheck, EUA)eníveis
doscomponentes do complemento C3 e C4
(imunoeletro-foreseradial). Ostítulosdeanticorpos antinucleares(ANA)
foram avaliados por uma reac¸ão de imunofluorescência
indiretacomdoisbiochipsporcampocontendocélulas HEp-20-10etecidodefígadodemacaco(Euroimmun,Alemanha). Osanticorposparaantígenosnuclearesextraíveis(ENA)foram determinadoscomotestetipoblotANAProfile3(Euroimmun, Alemanha).Asconcentrac¸õesséricasdeCC16forammedidas
com kits ELISA comercialmente disponíveis (BioVendor,
RepúblicaCheca),deacordocomoprotocolodofabricante.
Os dados demográficos dos pacientes foram analisados
por meio de estatística descritiva e a distribuic¸ão normal
dosdadosfoi aferida com o testedeKolmogorov-Smirnov.
Osresultados sãoapresentados aolongodoartigo como a
média±desviopadrão(DP)paradadosdedistribuic¸ãonormal oucomoamediana(intervalo interquartil,IQR)paradados semdistribuic¸ãonormal. Asassociac¸õesentreosdiferentes
valores foram examinadas com a análiseda correlac¸ãode
postosdeSpearman.Asdiferenc¸asentreosgruposforam cal-culadascomotesteUdeMann-Whitney.Umvalordepinferior a0,05foi consideradoestatisticamentesignificativo. Todas asanálisesestatísticasforamfeitascomosoftwareStatistica (StatSoft,Inc.,2011),versão10,www.statsoft.com).
Resultados
Dentreos28pacientescomES,11tinhamEScd(novemulheres edoishomens)e17tinhamEScl(16mulhereseumhomem).
Dez pacientes(35,7%) tinham umEscorede Rodnan
Modi-ficadode maisde 14 esete(25%)tinham doenc¸a ativa,de
acordocom oescoredeatividade daEUSTAR.Umpaciente
(3,6%)tinhaHAP-ESenenhumtinhafunc¸ãorenalprejudicada. Em27pacientes(96,4%)ostestesdefunc¸ãopulmonar
apre-sentaramdiminuic¸ão na CDCO,aCVestava diminuídaem
quatro(14,3%)eaCPTemum(3,6%).Nãohouvecasodeasma brônquicaousarcoidoseconcomitantenogrupopesquisado. Acomparac¸ãoentreaEScdeaESclnãoreveloudiferenc¸as estatisticamentesignificativasnostestesdefunc¸ão
pulmo-naremrelac¸ãoàporcentagempredita daCPT,CVeCDCO.
Alterac¸õessignificativasnaTCAR(extensãodaDPI>5%) em 53,6%dospacienteseextensãodaDPI>20%estavam
presen-tesem32,1%dospacientescomES.Nãoforamencontrados
pacientescomaextensãoindeterminadadadoenc¸anaTCAR.
Tabela1–Característicasclínicas,laboratoriaise radiológicasdospacientescomesclerosesistêmica
Durac¸ãodadoenc¸a(meses) 51,5±12,1 EscoredeRodnanmodificado 13(17) Anticorposantinucleares 25(89,3) Anticorposantitopoisomerase 10(35,7) Anticorposanticentrômero 15(53,6) Velocidadedehemossedimentac¸ão(mm/h) 25(22) ProteínaC-reativa(mg/L) 0(5,4) ComponentedocomplementoC3(g/L) 1162(236) ComponentedocomplementoC4(g/L) 191(66) EscoredeatividadedaesclerosesistêmicaEUSTAR 2(3)
TCAR 15(25)
Extensãodadoenc¸a,% 10(15) Extensãodopadrãoreticular,% 5(10) Extensãodopadrãodevidrofosco,% 9(32,1) Presenc¸adefaveolamento 58,4(16,5) Capacidadepulmonartotal(%p) 108,2(21) Capacidadevital(%p) 98,3(19,7) Testedecaminhadade6minutos,distância(m) 375(90) Tratamentocomciclofosfamida 9(32,1) Tratamentocommetotrexato 5(17,9) Tratamentocomazatioprina 2(7,1)
Tabagistaatual 6(21,4)
TCAR,tomografiacomputadorizadadealtaresoluc¸ão.
Dados apresentados como a mediana (intervalo interquartil), média±desviopadrãooucomon(%).
Outrascaracterísticasdogrupodepacientesnomomentoda análisesãomostradasnatabela1.
Não foramobservadasdiferenc¸asestatisticamente signi-ficativas nosníveisséricosdeCC16entrepacientescomES (medianade9,9(7,3)ng/mL)econtrolessaudáveis(mediana de8,4(3,7)ng/mL)(fig.1)ouentreossubgruposEScdeEScl. Noentanto,aexclusãodostabagistasdessaanáliserevelou concentrac¸ões séricas significativamente elevadas de CC16 nospacientescomESnãotabagistasemcomparac¸ãocomos controles [medianade10,2(5,8)vs. 8,4(3,7)ng/mL,p=0,03] (fig.2).EmtodoogrupocomESinvestigado,asconcentrac¸ões deCC16tambémestiveramassociadasàidadedospacientes
35
0
Esclerose sistêmica Controles 5
10
CC16 [ng/mL]
15 20 25 30
Média
Pacientes não tabagistas com esclerose sistêmica
Controles 0
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28
CC16
[n
g/m
L]
Média
Figura2–Concentrac¸õesséricasdeCC16(ng/mL)em pacientesnãotabagistascomesclerosesistêmica(n=22) econtrolessaudáveis(n=30).
(r=0,41, p=0,03) e foram significativamente menores em tabagistas(p=0,03).Osníveisséricosde CC16eram signifi-cativamenteelevadosempacientes com extensão>20% na TCARemcomparac¸ãocompacientescomextensão<20%na TCAR(p=0,01)(fig.3).Alémdisso,osníveisdeCC16se correla-cionaramsignificativamentecomaextensãonaTCARquando apresentadascomo umavariável contínua(r=0,44,p=0,04) ecomaextensãodopadrão reticular(r=0,61,p<0,01). Em relac¸ão aos testes de func¸ão pulmonar, as concentrac¸ões
de CC16 estiveram negativamente associadas com a CPT
(r=-0,41,p=0,03)ecomoresultadodotestedecaminhadade seisminutos(r=-0,55,p<0,01).Nãoforamdetectadasoutras associac¸ões estatisticamente significativas entre os níveis
35
30
25
CC16 [ng/mL]
Extensão < 20% na TCAR Extensão > 20% na TCAR 20
15
10
5
0
Média
Figura3–Concentrac¸õesséricasdeCC16(ng/mL)em pacientescomesclerosesistêmicacomextensão<20% eextensão>20%naTCAR.
séricosdeCC16eresultadosclínicosoulaboratoriais,como mostradonatabela1.
Discussão
Opresenteestudocentra-senosníveisséricosdeCC16em pacientescomESemrelac¸ãoaosistemadeestadiamentoda DPI-ES.
Foi encontrada diferenc¸a estatisticamente significativa somentenosníveisséricosdeCC16entrepacientescomES nãotabagistasecontrolessaudáveis,masnãoquando paci-entestabagistasenãotabagistascomESforamanalisadosem
conjuntocomo umgrupo único. Issoéconsistentecom os
resultadosdeumestudoanterioremqueospacientescomES tinhamníveisséricosdeCC16maiselevados,masnão esta-tisticamentesignificativos,emcomparac¸ãocomosníveisde controlessaudáveis.11Noentanto,nãosepodeexcluiruma
polarizac¸ãocausadapelo pequenotamanho daamostra de
tabagistasepelaamostratotalrelativamentepequenade indi-víduosincluídosnoestudo.
Além disso, não foi encontrada relac¸ão entre os níveis de CC16e a CV, como foi relatado poroutros trabalhos.11 A explicac¸ão mais provável para as discrepâncias está na diferenc¸adetratamento(semtratamentovs.57,1% dos paci-entestratadoscomfármacosimunossupressoresnopresente
estudo). Esses resultados divergentes também podem ter
sidoinfluenciadospelopequenotamanhodaamostradeste
estudo.Noentanto,descobriu-sequeosníveisdeCC16eram significativamenteelevadosempacientescomEScommédia deextensãodadoenc¸a>20%naTCARemrelac¸ãoaos pacien-tescommédiadeextensãodadoenc¸a<20%equeosníveis séricosde CC16secorrelacionaramsignificativamente com
amédiadeextensãodadoenc¸anaTCARquandoanalisados
como variávelcontínua. Essasobservac¸õesestãodeacordo comoachadodequeosníveisséricosdeCC16empacientes
comEScomfibrosepulmonarforamnotavelmentemaiores
na doenc¸a pulmonarativavs. inativa.No estudode Hase-gawaetal.,odiagnósticodefibrosepulmonarativabaseou-se na presenc¸ade aspecto de vidro foscoou padrãoreticular naTCARdotóraxemudanc¸a>10%naCVoumudanc¸a>15%
naCDCOdentrodeumano. Comonossoestudobaseou-se
naabordagem decaso-controle,nãopoderíamosanalisara
atividadedaDPI-EScombasenosmesmoscritérios,masos
resultadosdesteestudotambémindicaramoCC16comoum
marcadordaDPI-ES,jáquefoimostradaumaassociac¸ãodos níveisséricosdeCC16comaextensãodopadrãoreticularna TCAR.Esseachadoédeparticularimportânciaclínica,jáque noestudodeGohetal.16 amortalidadeempacientescom ESestavafortementeligadanãosóàextensãodadoenc¸ana TCAR,mastambémàextensãodopadrãoreticular.Portanto,o nívelséricoelevadodeCC16podeserumcandidatoaum mar-cadordeprognósticonospacientescomES,especialmenteem nãotabagistas.
Alémdisso,nesteestudoobservou-seumadiminuic¸ãonas concentrac¸õesséricasdeCC16empacientestabagistas.Isso concordacomosresultadosdeestudosanteriores,que
mos-traramumareduc¸ãodeaproximadamente30%nosníveisde
Em suma, os resultados deste estudo indicam que concentrac¸õeselevadasdeCC16refletemograudelesão
pul-monarnodecorrerdaES,conformedestacadopelosistema
deestadiamentodeGohetal.16Alémdisso,oníveldeCC16 poderiaserconsideradocomoumpotencialmarcadorsérico deprognósticonestegrupodepacientes,massão necessá-riosestudosprospectivoselongitudinaisparaqueissoseja confirmado.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
Agradecimentos
A pesquisa aquidescrita e a preparac¸ão deste manuscrito foram parcialmente financiadaspelo Ministério da Ciência eEducac¸ãoSuperiordaPolônia(concessãon◦N402.472.737). GostaríamosdeagradeceràSra.EwaMazurkiewiczpela revi-sãodomanuscrito.
r
e
f
e
r
ê
n
c
i
a
s
1. LePavecJ,LaunayD,MathaiSC,HassounPM,HumbertM.
Sclerodermalungdisease.ClinRevAllergyImmunol.
2011;40(2):104–16.
2. HasegawaM,AsanoY,EndoH,FujimotoM,GotoD,IhnH,
etal.Serumadhesionmoleculelevelsasprognosticmarkers
inpatientswithearlysystemicsclerosis:amulticentre,
prospective,observationalstudy.PLoSOne.2014;9(2):e88150.
3. AozasaN,AsanoY,AkamataK,NodaS,MasuiY,TamakiZ,
etal.Clinicalsignificanceofserumlevelsofsecretory
leukocyteproteaseinhibitorinpatientswithsystemic
sclerosis.ModRheumatol.2012;22(4):576–83.
4. BonellaF,VolpeA,CaramaschiP,NavaC,FerrariP,SchenkK,
etal.SurfactantproteinDandKL-6serumlevelsinsystemic
sclerosis:correlationwithlungandsystemicinvolvement.
SarcoidosisVascDiffuseLungDis.2011;28(1):27–33.
5. BernardA,DumontX,RoelsH,LauwerysR,DierynckI,DeLey
M,etal.Themolecularmassandconcentrationsofprotein1
orClaracellproteininbiologicalfluids:areappraisal.Clin
ChimActa.1993;223(1-2):189–91.
6.HayJG,DanelC,ChuCS,CrystalRG.HumanCC10gene
expressioninairwayepitheliumandsubchromosomallocus
suggestlinkagetoairwaydisease.AmJPhysiol.1995;2684Pt
1:L565–75.
7.BroeckaertF,ClippeA,KnoopsB,HermansC,BernardA.Clara
cellsecretoryprotein(CC16):featuresasaperipherallung
biomarker.AnnNYAcadSci.2000;923:68–77.
8.ShijuboN,ItohY,YamaguchiT,SugayaF,HirasawaM,
YamadaT,etal.SerumlevelsofClaracell10-kDaproteinare
decreasedinpatientswithasthma.Lung.1999;177(1):
45–52.
9.HermansC,PetrekM,KolekV,WeynandB,PietersT,Lambert
M,etal.SerumClaracellprotein(CC16),amarkerofthe
integrityoftheair-bloodbarrierinsarcoidosis.EurRespirJ.
2001;18(3):507–14.
10.BernardA,HermansC,VanHouteG.Transientincrease
ofserumClaracellprotein(CC16)afterexposuretosmoke.
OccupEnvironMed.1997;54(1):63–5.
11.HasegawaM,FujimotoM,HamaguchiY,MatsushitaT,Inoue
K,SatoS,etal.Useofserumclaracell16-kDa(CC16)levelsas
apotentialindicatorofactivepulmonaryfibrosisinsystemic
sclerosis.JRheumatol.2011;38(5):877–84.
12.MasiA,RodnanG,MedsgerT,AltmanR,D’AngeloW,FriesJ,
etal.Preliminarycriteriafortheclassificationofsystemic
sclerosis(scleroderma).ArthritisRheum.1980;23(5):
581–90.
13.vandenHoogenF,KhannaD,FransenJ,JohnsonSR,BaronM,
TyndallA,etal.2013classificationcriteriaforsystemic
sclerosis:anAmericancollegeofrheumatology/European
leagueagainstrheumatismcollaborativeinitiative.Ann
RheumDis.2013;72(11):1747–55.
14.LeRoyE,BlackC,FleischmajerR,JablonskaS,KriegT,Medsger
T,etal.Scleroderma(systemicsclerosis):classification,
subsets,andpathogenesis.JRheumatol.1988;15(2):
202–5.
15.ClementsP,LachenbruchP,SieboldJ,WhiteB,WeinerS,
MartinR,etal.Interandintraobservervariabilityoftotalskin
thicknessscore(modifiedRodnanTSS)insystemicsclerosis.
JRheumatol.1995;22(7):1281–5.
16.GohNS,DesaiSR,VeeraraghavanS,HansellD,CopleyS,
MaherT,etal.Interstitiallungdiseaseinsystemicsclerosis:
asimplestagingsystem.AmJRespirCritCareMed.
2008;177(11):1248–54.
17.ShijuboN,ItohY,YamaguchiT,AbeS.Developmentofan
enzyme-linkedimmunosorbentassayforClaracell10-kDa
protein:inpursuitofclinicalsignificanceofserainpatients
withasthmaandsarcoidosis.AnnNYAcadSci.