• Nenhum resultado encontrado

Resultados do tratamento cirúrgico não artroplástico das fraturas da epífise proximal do úmero.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Resultados do tratamento cirúrgico não artroplástico das fraturas da epífise proximal do úmero."

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA

w w w . r b o . o r g . b r

Artigo

original

Resultados

do

tratamento

cirúrgico

não

artroplástico

das

fraturas

da

epífise

proximal

do

úmero

Alberto

Naoki

Miyazaki,

Pedro

Doneux

Santos,

Guilherme

do

Val

Sella

,

Denis

Cabral

Duarte,

Giovanni

Di

Giunta

e

Sergio

Luiz

Checchia

IrmandadedaSantaCasadeMisericórdiadeSãoPaulo,FaculdadedeCiênciasMédicasdaSantaCasadeSãoPaulo,Departamentode OrtopediaeTraumatologia,SãoPaulo,SP,Brasil

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem3desetembrode2015 Aceitoem3dedezembrode2015

On-lineem26demaiode2016

Palavras-chave:

Epifises/lesões

Fixac¸ãointernadefraturas Fraturasdoombro/cirurgia Ombro/cirurgia

Resultadodotratamento Adulto

r

e

s

u

m

o

Objetivo:Avaliarosresultadosdospacientescomfraturasepifisáriastratadoscomreduc¸ão eosteossíntese.

Método:Entreoutubrode1996edezembrode2009foramoperados53ombros(52pacientes) comfraturasepifisárias.Foramexcluídosospacientestratadoscomartroplastiaprimária e/ouquetinhamseguimentoinferioradoisanos.Foramreavaliados34ombrosde34 paci-entes,23dosexomasculino,commédiade47anos.Aavaliac¸ãofoifeitacomaescalada UCLA.

Resultados: Otempodeseguimentopós-operatóriomédiofoide50meses.Dozepacientes evoluíramcomresultadosexcelentes,setebons,cincoregularesedezmaus(55,8%de resul-tadossatisfatóriose44,2%deinsatisfatórios).OescoreUCLAtevemédiade26pontos.As médiasdemobilidadepós-operatóriaforamde117◦

deelevac¸ão,36◦

deRLeL1deRM.NoRX pós-operatórioimediato,verificamosareduc¸ãoanatômicaem17pacientes(50%).Anecrose foiconstatadaem18pacientes,seisgrauIIe12grauIII.Sexofemininoefraturasreduzidas anatomicamenteforamestatisticamentemelhoresnaescaladaUCLA(p=0,01ep=0,0001 respectivamente).

Conclusões:Osexofemininoteveum valormédiodoUCLAsuperioraosexomasculino (p=0,01). AsfraturasreduzidasanatomicamenteobtiveramUCLAsuperior(p=0,0001)e um menoríndicedenecrose(p=0,0001).Areconstruc¸ãodasfraturasepifisáriaslevoua resultadossatisfatóriosem55,8%,deveserindicadaparapacientesjovenseativos.

©2016SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

TrabalhodesenvolvidonoGrupodeOmbroeCotovelo,DepartamentodeOrtopediaeTraumatologia,IrmandadedaSantaCasade MisericórdiadeSãoPaulo,FaculdadedeCiênciasMédicasdaSantaCasadeSãoPaulo,SãoPaulo,SP,Brasil.

Autorparacorrespondência.

E-mail:gvsella@gmail.com(G.V.Sella). http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2015.12.004

(2)

-operativeradiography,anatomicreductionwasevidentin17patients(50%).Necrosiswas detectedin18patients,sixGradeIIand12GradeIIIcases.Femalegenderandanatomically reducedfractureswerestatisticallybetteratUCLAscale(p=0.01andp=0.0001respectively).

Conclusions: FemalepatientshadahighermeanUCLAscorethanmalepatients(p=0.01). AnatomicallyreducedfractureshadhigherUCLAscores(p=0.0001)andlowernecrosisrate (p=0.0001).Reconstructionofhumeralheadfractureshadasatisfactoryoutcomein55.8% ofcasesandshouldbeindicatedinyoungandactivepatients.

©2016SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http:// creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Introduc¸ão

As fraturas epifisárias da extremidade proximal do úmero (FEEPU)sãoraraseseutratamentosempreéumdesafiopara oortopedista,devidoàcomplexidadedostrac¸osdefraturae aosaltosíndicesdecomplicac¸ões.1–4

Neer3 considera-as como parte do grupo das

fraturas--luxac¸ões,poisumfragmentodasuperfíciearticular encontra--secomprimidooufragmentadocontraacavidadeglenoidale orestanteincongruentecomela.Asfraturas-luxac¸õesforam por ele subdivididas em dois tipos: por impacc¸ão e com trac¸oepifisário.3,5 No primeiro,por impacc¸ão,ocorre

afun-damento da superfície articular devido à compressão da cabec¸ado úmero contraaborda da glenoideno momento da luxac¸ão, independentemente da sua direc¸ão: anterior (lesão de Hill-Sachs) ou posterior (lesão de MacLaughlin).3

O segundo tipo são as fraturas da cabec¸a do úmero com trac¸oepifisário(fraturasepifisárias),causadaspeloimpacto da cabec¸adoúmerocontraa cavidadeglenoidal, que frag-mentaasuperfíciearticular(fig.1).3Essasestãogeralmente

associadasàsfraturasemtrêsequartopartes,são relacio-nadasatraumasde altaenergia eocorremgeralmenteem pacientesjovens.2,3,6,7Caracterizam-sepelogrande

acometi-mento dosuprimentosanguíneoda cabec¸adoúmero ede seus fragmentos e por isso evoluem com frequência para necrose.3

Gerberetal.8incluíramasfraturasepifisáriasnoconjunto

dasfraturascomplexaseasdefiniramcomofraturasemque osegmentocefálicosofregrandedesvioecomprometimento davascularizac¸ão,temmaiorriscodeosteonecroseecolapso da cabec¸adoúmero. Estão inclusasnesse grupo,além das

epifisárias, asfraturas emduaspartesdocoloanatômicoe asfraturas-luxac¸õesemtrêsouquatropartes.7

Háalgunsrelatosnaliteraturadecasosisoladosnosquais os autorescomentam sobreararidade da lesão.6,9 Chesser

et al.2 descrevemoitopacientes comfraturaepifisária, três

foramsubmetidosareduc¸ãoabertaefixac¸ãointerna(RAFI). Gerberetal.7trataram32fraturascomplexaspormeiodaRAFI,

apenasduasclassificadascomoepifisárias,quetiveramboa evoluc¸ão.

Alguns autores indicam a hemiartroplastia como trata-mentodeescolhaparaasfraturasepifisárias,devidoàs difi-culdadestécnicasencontradasparaalcanc¸arareconstruc¸ão anatômicadoossoeparamantê-lapormeiodaosteossíntese. Alémdisso,aRAFIdessetipodefraturaevoluicomaltastaxas decomplicac¸ões,queincluemconsolidac¸ãoviciosa, pseudo-artroseeosteonecrose.1,3,5,10–14Ahemiartroplastiaresultaem

satisfac¸ão para o paciente quanto à melhoria da dor, mas geralmenteocorreperdada forc¸ade elevac¸ãoediminuic¸ão daamplitudedemovimento,istoé,observa-sequeo resul-tadofuncionaldasartroplastiasparatratamentodasfraturas é,emgeral,poucosatisfatório.10,15

Estetrabalhotemcomoobjetivoavaliarosresultadosdos pacientescomFEEPUtratadoscomRAFI.

Metodologia

(3)

Figura1–Caso4–Fraturaepifisáriadoterc¸oproximaldoúmerodireitoemquatropartes:radiografiadefrente(a) etomografiacomputadorizadacorteaxial(b).

epifisárias.Foramcritériodeinclusãotodosospacientes adul-tossubmetidosaotratamentocirúrgiconãoartroplásticodas fraturasdoterc¸oproximaldoúmeroclassificadascomo epi-fisárias, que tiveram seguimento mínimo de dois anos no períodopós-operatório.Foramexcluídosospacientescom fra-turasepifisáriastratadoscomartroplastiaprimáriae/ouque tinhamseguimento inferiorao estabelecido.Foi indicada a artroplastiaprimárianaquelespacientesqueforam conside-radospoucoativosenaquelescasosemquenãoseconseguiu areconstruc¸ãodafraturanointraoperatório,oque impossi-bilitousuafixac¸ão.Portanto,foramreavaliados34ombrosde 34pacientes.

Dospacientes,23eramdosexomasculino(67,6%)e11do feminino(32,4%),commédiade47anos,variac¸ãode24a77 (tabela1),e35,3%dospacientestinhammenosde40anos. Omembrodominantefoiacometidoem15casos(44,1%).

Osmecanismos de traumaforam:queda ao soloem14 (41,3%), acidente automobilístico emsete (20,6%), acidente motociclístico em seis (17,6%), queda de altura em quatro (11,7%)eatropelamentoemtrês(8,8%)(tabela1).

Doispacientes(casos8e15)tiveram,alémdafratura,lesão neurológicadomembroacometido.

Emtodosospacientesforamfeitasasradiografiasda“série de trauma” (frente corrigida,perfil axilar e perfilda escá-pula)paraa classificac¸ão dafratura.4–16 Atomografiaaxial

computadorizada foi feita nos casos em que havia dúvida quantoàclassificac¸ãodafratura(27pacientes).Todasas fratu-rasacometiamasuperfíciearticulardacabec¸adoúmero:em quatrocasos(11,8%)afraturacomtrac¸oepifisárioera asso-ciadaàfraturadocoloanatômicoemduaspartes,12casos (35,2%)emtrêspartese18(53%)emquatropartes,deacordo comaclassificac¸ãodeNeer3(tabela1).

Amédiadetempoentreadatadotraumaeacirurgiafoi desetedias,variac¸ãodezeroa15dias(tabela2),e55,8%dos pacientestiveramumintervalodetempoentreotraumaea cirurgiainferioraumasemana.

OmétododetratamentocirúrgicoescolhidofoiaRAFI,por via deltopeitoral, comtécnica cirúrgica amaisatraumática possível.Osmétodosdefixac¸ãovariaramdeacordocomotipo defraturaeomaterialdisponívelnaépocadoprocedimento, conformeespecificadonatabela2.Foramusadosplaca PFS-80®,5fixadorexterno,placaemtrevo,fiosdeKirschner,placa

Philos®,amarrilhocomfioinabsorvível(Ethibond®)e parafu-sosesponjosos.Emalgunsprocedimentosmaisdeummétodo defixac¸ãofoiusado.AplacaPhilos®foiusadaem14pacientes (43,1%)(tabela2).

Usamosenxertoautólogodeossoesponjosoconforme jul-gamos necessário, de acordo com a cominuic¸ão presente, retiradodacristailíaca,emoitopacientes,oquecorresponde a23,5%dosnossoscasos(tabela2).

Tabela1–Dadosepidemiológicosdospacientescomfraturadacabec¸adoúmerocomtrac¸oepifisário

N Idade

(Médiaanos)

Sexo Trauma Fratura

34 47(24-77) M(67,6%) quedaaosolo(41,3%) 4Pft-luxpost(11,8%) F(32,4%) acauto(20,6%) 4P(41,2%)

acmoto(17,6%) 3P(35,2%) quedadealtura(11,7%) 2P(11,8%) atropelamento(8,8%)

Fonte:Arquivosmédicosdohospital.

(4)

Amobilidadedoombrofoimensuradapormeiode

goni-ometria. Usaram-se os parâmetros da American Academy

ofOrthopaedicSurgeons(AAOS).17Osresultadosforam

ava-liados pelo sistemade pontos definidos pela University of CaliforniaatLosAngeles(UCLA),propostoporEllmaneKay.18

Usou-setambémaclassificac¸ãodeFicateEnneking, modifi-cadaporNeer,paraaavaliac¸ãodaosteonecrosedacabec¸ado úmero,quandopresente.19

Usamos o programa Minitab® versão 16.0, aplicamos o teste não paramétrico de Mann-Whitney para avaliar as seguintesvariáveis:sexo,idade(≤40anosou>40anos),

domi-nância,intervalodetempoentreadatadotraumaeacirurgia (t),tipodefratura,métododeosteossíntese,usodeenxerto, radiografiapós-operatóriaimediataeapresenc¸aounãode osteonecrose da cabec¸a do úmero na radiografia final, em relac¸ãoaoresultadofinaldotratamentocomp≤0,05.

Opresenteestudofoisubmetidopreviamenteàavaliac¸ão doComitêdeÉticaemPesquisadohospitalefoiaprovado.

Resultados

O tempo de seguimento pós-operatório mínimo foi de 24meseseomáximode156meses,commédiade50.Doze pacientes evoluíram com resultados excelentes, sete bons, cinco regulares e dez maus. Portanto, verificamos 55,8% de resultados satisfatórios (excelentes e bons) e 44,2% de insatisfatórios(regularesemaus).OíndiceUCLAteve uma médiade26pontos,omenorvalorfoiigualanoveeomaior valoriguala35(tabela3).

As médiasde mobilidade pós-operatória foram de 117◦

de elevac¸ão (50◦ a 160), 36de rotac¸ão lateral (-20a

70◦) evértebra lombar(L1) de rotac¸ão medial(T5 a região

trocantérica)(tabela3).

Na radiografiapós-operatória imediata, verificamossea reduc¸ãodafraturaficouanatômicaousehouve incongruên-ciaarticular.Areduc¸ãoanatômicaocorreuem17pacientes (50%).Na radiografiafinal, verificamossehouvenecroseda cabec¸aumeral,foiconstatadaem18 pacientes(52,9%),seis classificadoscomograuIIe12comograuIII(tabela3).

Tivemoscincocasosdecomplicac¸ão:doispacientes fica-ramcomo materialdesínteseintra-articular(caso5e10), foramsubmetidosàretiradadessematerial;umpacienteteve lesãoneurológica,ocaso8foiumaneurotmeseiatrogênicado nervoaxilar;doispacientesevoluíramcominfecc¸ão(caso13 e17).

Quando avaliada a variável UCLA em relac¸ão à idade (≤40anosou>40anos),nãoobservamosdiferenc¸a

estatis-ticamentesignificante(p=0,94).Issodemonstraqueaidade não influenciou no resultado funcional do ombro desses pacientes. Assim como o membro dominante (p=0,30), o númerodepartesdafratura(p=0,37),otipodefixac¸ão(uso ounãodaplacabloqueadadotipoPhilos®)(p=0,87)eouso deenxertoósseoautólogo(p=0,56).

Emrelac¸ãoaogênero,encontramosqueosexofeminino teve um valor médio do UCLA superior ao sexo mascu-lino,estatisticamente significante(p=0,01). Assimcomo os pacientesquetiveramsuafraturareduzidaanatomicamente observadosnaradiografiapós-operatóriaimediataobtiveram umUCLAsuperior(p=0,0001)eoscasosqueevoluíramsem necrose(p=0,0001).

Paraavariávelintervalodetempoentreotraumaeo proce-dimentocirúrgico,encontrou-seumníveldescritivo(p)iguala 0,11.Conclui-sequenoníveldesignificânciade5%nãohouve

Tabela3–Dadosdosresultadosdospacientestratadosdefraturaepifisáriadoúmeroproximal

N SEGMédio(m) ADM(Média) Necrose UCLA(Média)

34 50(24a156) E117◦(50a160) Ausência(16pcts,47,1%) 26(9a35) RL36◦(-20a70) Grau1(0)

RML1(T5aTroc) Grau2(6pcts,17,6%) Grau3(12pcts,35,3%)

Fonte:Arquivosmédicosdohospital.

(5)

diferenc¸anosvaloresmédiosdosíndicesUCLAencontrados. Noentanto,oníveldescritivoestábempróximodonívelde significância,ésugeridoquecálculosfeitoscomumaamostra maiorpodemmudartalconclusão.

Ao se testar a correlac¸ão linear significativa entre as variáveis UCLA e o intervalo de tempo entre o trauma e o procedimentocirúrgico (t),obteve-se umcoeficiente de correlac¸ão linear de Pearson igual a 0,340 (p=0,049). Isso indicandohaver uma relac¸ão linear decrescente entre tais variáveis,istoé,quantomaiorointervalodetempodecorrido, menoroíndiceUCLA.

Talcorrelac¸ãosignificante motivou aconstruc¸ão de um modelode regressãomúltipla, com avariável índice UCLA comovariáveldependente,eousocomovariáveis indepen-dentesdasvariáveisgênero(1quandoopacientefordogênero masculinoezeroquandofordofeminino),intervalodetempo decorrido(emdias)eexistênciadenecrose(1quandoocorreu ezerocasocontrário).

UCLA=39,5−3.72Xnero−0.592Xt−11,6XNecrose

Vale ressaltar ainda que o modelo indica que há uma diminuic¸ãonoíndiceUCLAde3,72quandoopacientefordo gêneromasculino,de0,592acadadiaquedecorreede11,6 quandohánecrose.

Discussão

A FEEPU é uma lesão incomum.1–4 No entanto, Palvanen

etal.20sugeremqueaincidênciadasfraturasdaextremidade

proximaldoúmerotripliquenospróximos30anos.Há pou-costrabalhospublicadosquecomparamosresultadosdaRAFI nasFEEPU.Nossoestudoanalisa34pacientes,amaior casuís-tica encontradanostrabalhospublicados dosúltimosanos (tabela4).

Aprevalênciadepacientesconsideradosjovens,médiade 47anos, 35,3%tinham menosde40,encontradaemnosso estudoestádeacordocomoverificadonaliteratura,assim comoaprevalênciadogêneromasculino(67,6%)6,7,9(tabela1).

AsmulheresapresentaramumvalormédiodoUCLA supe-rior,entretantonãohátrabalhospublicadosquecomparem essenossoachado.Provavelmente,osresultadosencontrados

Tabela4–Trabalhoscientíficospublicados

CollopyD,SkirvingA.Transcondral fracturedislocationoftheshoulder. JBoneJointSurgBr1995.

Relatodeumcaso

ChesserTJ,LangdonIJ,OgilvieC, SarangiPP,ClarkeAM.Fractures involvingsplittingofthehumeral head.JBoneSurgBr2001.

Oitocasos (somentetrês submetidosaRAFI)

GerberC,WernerCML,VienneP. Internalfixationofcomplex fracturesoftheproximalhumerus.J BoneJointSurgBr2004

32(somenteduas epifisárias)

BailieAG,McAlindenMG.Complex head-splittingfracture-dislocation oftheproximalhumerus successfullytreatedwithminimal internalfixation:acasereportand discussion.Injury2006.

Relatodeumcaso

estãorelacionadosaomecanismodetraumademenor

ener-gianessegrupo,umavezque72,7%sofreramquedaaosolo,

enquanto os mecanismos de trauma do gênero masculino

foramdemaiorenergia.

Observamosquequantomenorotempoentreotraumaeo

procedimentocirúrgico,tivemosmelhoresresultados.Apesar denãoprovarmosestatisticamente,aanálisesugerequeuma amostramaiorpossacomprovartalfato.

Com base na dificuldade da reconstruc¸ão da anatomia

(fig.2)enoaltoriscodeosteonecrose,ahemiartroplastiaé umaopc¸ãodetratamentopara aFEEPU,masnãodevemos esquecerquesetratadefraturasextremamentegravesque acometempacientesjovens,nosquaisaartroplastiaparcial provavelmentelevaráaresultadospiores.

Comseguimentomédiode63meses,Gerberetal.7

des-creveramnotrabalhosobrefraturascomplexasumcasode fraturaepifisáriacujareduc¸ãonãofoiconsideradaanatômica edesenvolveuosteonecroseparcialcomresultadoregular.

Schaietal.,14numestudomulticêntricosobrefraturas

gra-ves docolodoúmero,concluemqueaidade dopacienteé fator importantenaescolhadotratamentoequehámaior probabilidadepararevascularizac¸ãodacabec¸aumeral,através dosvasosintramedularesedesuasanastomoses,quandouma

(6)

Figura3–Caso12–Fraturadoterc¸oproximaldoúmeroesquerdoemquatropartesimpactadaemvalgocomtrac¸o epifisário:imagemradiográficadoombroesquerdodefrente(a)mostraafraturaagudaeapósafixac¸ão(Poi)comfios rosqueadoseamarrilhodotubérculomaior(b).Afraturaconsolidadanopós-operatóriodedoisanoseseismeses,mascom sinaisdenecroseecolapsodoossosubcondralnaradiografiadefrente(c)enocorteaxialdaressonâncianuclear

magnéticaponderadaemT2(d).Imagemclínicadapacientecomarcodemovimentode125◦deelevac¸ão,(e)L1derotac¸ão

medial(f)e10◦derotac¸ãolateral(g).Resultadofinalbom(UCLA=29pontos).

osteossínteseestáveléusada.Gerberetal.8eChesseretal.2

defendemo tratamentocom reduc¸ãoeosteossíntese, pois, mesmonoscasosdeevoluc¸ãodesfavorável,asubstituic¸ãoem segundotemposeriatecnicamentemaisfácildoquea hemiar-troplastiaprimária,casoareconstruc¸ãoanatômicatenhasido obtida.

Usamos uma ampla variedade de métodos de fixac¸ão (tabela2);aescolhaerafeitadeacordocomotipodefratura eomaterialdisponívelnaépoca,prevaleceuaplacaPhilos®, usadaem14casos,eoparafusoesponjoso,usadoem18 paci-entes.CollopyeSkirving9usaramdoisparafusosesponjosos

como métodode fixac¸ão,assimcomo Bailie eMcAlinden.6

Warneret al.4 relatamapreferênciapelousodeparafusos,

sejamcanuladosounão,paraessetipodefratura.

Nãoobservamosdiferenc¸asignificativaentreomaterialde sínteseusadoeoresultadofinal.Gerberetal.7eMoonotetal.21

defendematesedequeumbomresultadopodeserobtido quandoháumareconstruc¸ãoanatômicadafratura.Emnosso estudo,asfraturasemqueobtivemosreduc¸ãoanatômica evo-luíramcombonseexcelentesresultados(p=0,0001).

Váriosautoresrelataramaimportânciadepreenchercom enxertoósseooespac¸o entreacabec¸adoúmeroearegião metafisáriaquesecriaduranteareduc¸ãodafraturadevidoà perdadoossotrabecularpelacompressãodasuperfície arti-cularnomomentodotrauma.Comissotenta-se promover

maiorsustentac¸ãoósseaeajudararevascularizac¸ãolocal.22,23

O enxertoósseoautólogodacristailíacafoi usadopornós em oito pacientes e cinco evoluíram com algum grau de osteonecrose. AssimcomoGerber etal.,7 não encontramos

relac¸ão entre o uso de enxerto ósseo e o desenvolvi-mentodeosteonecrose.Entretanto,háumviésnotrabalho, uma vez que usamos o enxerto ósseo nas fraturas mais cominutivas.

Aosteonecroseda cabec¸adoúmero éumacomplicac¸ão comum das fraturas complexas do ombro, com incidência de 9% a 75%.3,8,23–25 A suapresenc¸a não está associada a

mauresultadofuncional,principalmenteempacientescom necrose até o grau II. Podem evoluir com resultados clíni-cossatisfatórios,principalmentenoscasosemquedurante acirurgiafoirestabelecidaaanatomiadoterc¸oproximaldo úmero8,26(fig.3).

Dosnossos34casos,18pacientes(52,9%)evoluíramcom osteonecrosedacabec¸adoúmero,seisclassificadoscomograu

IIe12comograuIII.(tabela3)Ofatodehavernecrosetambém levou à rejeic¸ão da hipótese de igualdade entre os valo-resmédiosdoUCLA,superioresnospacientessemnecrose (p=0,0001).

(7)

Figura4–Caso15–Fraturacomplexadoúmeroproximal esquerdocomlesãotraumáticadoplexobraquial:imagem radiográficadoombrodefrente(a)eimagemaxialna tomografiacomputadorizada(b)mostramafratura epifisária.Imagemradiográficapós-operatóriaimediato visualizaosinaldaduplalinha(c)enoperfilaxilarverifica aincongruênciaarticular(d)eimagemradiográfica pós-operatóriade18mesesvisualizanecrosegrauII(e). Essepacienteevoluiucomresultadoinsatisfatório (UCLA=18).

resultadoinsatisfatórioeosteonecrosegrauIII;talvezessefato sejaumviésdotrabalhoquandoseanalisamosresultados relacionadosàosteonecrose.Comcertezaalesãonervosa con-tribuiu,emmaioroumenorgrau,paraadiminuic¸ãodafunc¸ão doombro(fig.4).

Tivemosdoiscasosdeosteomielitedoterc¸oproximaldo úmero.Ocaso13,após21mesesdeseguimento,foi subme-tidoaressecc¸ãoartroplástica,enquantoocaso17,paciente portadordetromboangeíteobliterante(doenc¸adeBerger),foi submetidoàretiradadomaterialdesíntese.Apesardomau resultado,nãoapresentavacondic¸õesclínicasparaumnovo procedimento.

Conclusão

PodemosafirmarqueaRAFIdasFEEPUlevouaresultadosbons eexcelentesem55,8%doscasos,deveserindicadaquando acometerempacientesjovenseadultosativos.

Observamosqueogênerofeminino,omenorintervalode tempo entreadata dotraumaeo procedimentocirúrgico, a reduc¸ão anatômica da fratura visualizada na radiografia pós-operatória imediata e a ausência de osteonecrose no acompanhamentopós-operatóriosãofatoresqueinfluenciam nosmelhoresresultados.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

r

e

f

e

r

ê

n

c

i

a

s

1.BlaineTA,BiglianeLU,LevineWN.Fracturesoftheproximal humerus.In:RockwoodCA,MatsenFA3rd,WirthMA,Lippitt SB,editors.Theshoulder.Philadelphia:Saunders;2004.p. 355–412.

2.ChesserTJ,LangdonIJ,OgilvieC,SarangiPP,ClarkeAM. Fracturesinvolvingsplittingofthehumeralhead.JBoneSurg Br.2001;83(3):423–6.

3.NeerCS.Displacedproximalhumeralfractures.I. Classificationandevaluation.JBoneJointSurgAm. 1970;52(6):1077–89.

4.WarnerJJP,CostourosJG,GerberC.Fracturesoftheproximal humerus.In:RockwoodCA,GreenDP,editors.Fracturesin adults.Philadelphia:LippincottWilliams&Wilkins;2006. p.1163–210.

5.NeerCS.Four-segmentclassificationofproximalhumeral fractures:purposeandreliableuse.JShoulderElbowSurg. 2002;11(4):389–400.

6.BailieAG,McAlindenMG.Complexhead-splitting fracture-dislocationoftheproximalhumerussuccessfully treatedwithminimalinternalfixation:acasereportand discussion.Injury.2006;37(2):82–5.

7.GerberC,WernerCM,VienneP.Internalfixationofcomplex fracturesoftheproximalhumerus.JBoneJointSurgBr. 2004;86(6):848–55.

8.GerberC,HerscheO,BerberatC.Theclinicalrelevanceof posttraumaticavascularnecrosisofthehumeralhead. JShoulderElbowSurg.1998;7(6):586–90.

9.CollopyD,SkirvingA.Transchondralfracturedislocationof theshoulder.JBoneJointSurgBr.1995;77(6):975–6. 10.CompitoCA,SelfEB,BiglianiLU.Arthroplastyandacute

shouldertrauma.Reasonsforsuccessandfailure.ClinOrthop RelatRes.1994;307:27–36.

11.MoeckelBH,DinesDM,WarrenRF,AltchekDW.Modular hemiarthroplastyforfracturesoftheproximalpartofthe humerus.JBoneJointSurgAm.1992;74(6):884–9. 12.NhoSJ,BrophyRH,BarkerJU,CornellCH,MacGillivrayJD.

Managementofproximalhumeralfracturesbasedoncurrent literature.JBoneJointSurgAm.2007;89:44–58.

13.PrakashU,McGurtyDW,DentJA.Hemiarthroplastyforsevere fracturesoftheproximalhumerus.JShoulderElbowSurg. 2002;11(5):428–30.

(8)

21.MoonotP,AshwoodN,HamletM.Earlyresultsfortreatment ofthree-andfour-partofthefracturesoftheproximal

Referências

Documentos relacionados

Será levantada também sobre a criação de mais Parcerias Públicas e Privadas (PPP’s) no sistema penitenciário, que há algumas décadas, foram implantadas e

Objetivo: Avaliar a integridade do tendão do supraespinal por meio da ultrassonografia (US) em pacientes submetidos à fixac¸ão de fraturas da extremidade proximal do úmero (FEPU)

O estudo foi realizado promovendo uma comparação de desempenho entre um modelo comercial de cubeta de quartzo e diferentes protótipos, desenvolvidos por meio de

The development task is to create a framework, based on the case project, that Company X’s personnel could use in co-creating value and new services for their clients, without the need

Post-Save., Technical Skills Basic Stance, Skating, Pad Saves, Trapper/Blocker, Stick Saves, Puck Control, Positioning, Shot Location, Tactical Skills Individual Tac- tics, Odd Man

There are different fracture fixation methods such as the use of plates and screws, 4-7 percutaneous fixation with metallic wires, 8 tension band, 9 external fixation, 10

Figura 2 – Radiografias de frente do ombro direito (a) mostrando fratura consolidada do colo cirúrgico em duas partes da extremi- dade proximal do úmero (caso 2) fixada com placa

No período de janeiro de 1995 a junho de 2006, 59 ombros de 59 pacientes adultos foram operados pelo Grupo de Ombro e Cotovelo do Serviço de Ortopedia e Traumatologia

De outubro de 1994 a dezembro de 2005, 30 pacientes, sendo 14 do sexo masculino (47%) e 16 do feminino (53%) com FLEPA , foram operados no Grupo de Cirurgia de Ombro e Cotovelo

Objetivo: Avaliar os resultados clínicos e radio- gráficos dos pacientes com fraturas em duas e três partes da extremidade proximal do úmero trata- dos por sutura não absorvível,