Figura 58 - Curvas de histerese das amostras (a) G/FePt(hi)-1; (b) G/FePt(hi)-2; e (c) G/FePt(hi)-3.
A amostra sintetizada em OE ainda apresentou a maior magnetização de
saturação entre as três amostras, Tabela 19, mas o valor diminuiu muito quando
comparado àquele apresentado pela amostra G/FePt-3, o que pode ser explicado
pela diminuição no tamanho das partículas formadas.
Tabela 19 - Valores de MS das amostras (a) G/FePt(hi)-1; (b) G/FePt(hi)-2; e (c) G/FePt(hi)-3.
Amostra MS (emu.g-1)
G/FePt(hi)-1 0,48
G/FePt(hi)-2 0,07
G/FePt(hi)-3 0,58
4.4 G
RAFENO/NP
S DEFe
3O
4Após as sínteses propostas pelo procedimento II, prosseguiu-se com as
sínteses para obtenção do compósito grafeno/NPs de Fe3O4, baseadas nas
amostras G3-p.II, G4-p.II e G5-p.II. Os resultados serão apresentados em três
subintens: as sínteses em que o GO e o precursor metálico estavam presentes no
-20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20
-0.50 -0.25 0.00 0.25 0.50 M S ( e m u .g -1 )
Campo Magnético (kOe) G/FePt(hi)-1
-2.0 -1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 -0.12 0.00 0.12 MS ( e m u .g -1)
Campo Magnético (kOe)
-20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20
-0.08 -0.04 0.00 0.04 0.08 MS ( e m u .g -1 )
Campo Magnético (kOe) G/FePt(hi)-2
-2.0 -1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 -0.02 0.00 0.02 MS ( e m u .g -1)
Campo Magnético (kOe)
-20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20
-0.6 -0.3 0.0 0.3 0.6 MS ( e m u .g -1)
Campo Magnético (kOe) G/FePt(hi)-3
-2.0 -1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 -0.10 -0.08 -0.06 -0.04 -0.02 0.00 0.02 0.04 0.06 0.08 0.10 MS ( e m u .g -1)
Campo Magnético (kOe) (b)
(a)
balão desde o início da síntese (item 4.4.1), as sínteses em que o precursor metálico
estava presente no balão desde o início da síntese e foi realizada uma hot injection
do GO (item 4.4.2) e as propriedades magnéticas dos compósitos de grafeno/NPs
de Fe3O4 obtidos (item 4.4.3).
4.4.1 GO
PRESENTE NO BALÃO DESDE O INÍCIO DA SÍNTESEInicialmente, as amostras G/Fe3O4-1 e G/Fe3O4-2 foram caracterizadas por
DRX, Figura 59. O difratograma da amostra sintetizada em BE apresentou picos que
não foram indexados, mas que não indicam a presença de magnetita, bem como a
amostra sintetizada em TEG, que só revelou o halo em 20º, característico do
grafeno.
Figura 59 - DRX das amostras G/Fe3O4-1 e G/Fe3O4-2.
Essas amostras foram também caracterizadas por TEM, Figura 60. A amostra
sintetizada em BE, que apresentou picos no difratograma revelou partículas no
material com as imagens de TEM. Já a amostra sintetizada em TEG, apresentou
apenas as folhas de grafeno.
10 20 30 40 50 60 70
G/Fe3O4-1
In
te
n
s
id
a
d
e
(
u
.a
.)
2θ (º)
G/Fe
Figura 60 - Imagens de TEM das amostras (a), (b) e (c) G/Fe3O4-1; e (d), (e) e (f) G/Fe3O4-2.
Como a magnetita se forma via oleato de ferro, estas sínteses foram
repetidas, na presença de ácido oléico (G/Fe3O4-3 e G/Fe3O4-4), além de uma
síntese em BE, na presença de ácido oléico e oleilamina, em que foi realizada uma
hot injection (200 ºC) do precursor de ferro (G/Fe3O4-5). As amostras foram
caracterizadas por DRX, Figura 61. Os difratogramas das amostras G/Fe3O4-3 e
G/Fe3O4-5 revelaram a presença do composto (NH4)2Fe2(SO4)2. O íon sulfato vem
de impurezas do precursor GO, já que H2SO4 é utilizado no método Hummers
modificado e não é possível eliminar totalmente os contraíons do GO. E o íon
amônio vem da oleilamina, que é a única fonte de nitrogênio em todo o
procedimento. A amostra sinetizada em TEG, novamente, só apresentou o halo em
20º, característico do grafeno.
(b)
(a) (c)
(e)
Figura 61 - DRX das amostras G/Fe3O4-3 e G/Fe3O4-4 e G/Fe3O4-5.
As amostras foram caracterizadas por TEM, Figura 62. Nas imagens das três
amostras é possível identificar a presença de partículas no material. Como a
amostra sintetizada em TEG não apresentou picos no difratograma, acredita-se que
estas sejam de carbono.
10 20 30 40 50 60 70
G/Fe3O4-3
G/Fe3O4-4
In
te
n
s
id
a
d
e
(
u
.a
.)
G/Fe3O4-5
2θ (º)
Figura 62 - Imagens de TEM das amostras (a), (b) e (c) G/Fe3O4-3; (d), (e) e (f) G/Fe3O4-4 e (g), (h) e
(i) G/Fe3O4-5.
Como em nenhuma das sínteses anteriores houve a formação da magnetita,
mas identificou-se a presença de compostos com o íon amônio, optou-se por
eliminar a oleilamina do sistema e realizar duas sínteses, em BE e TEG, apenas na
presença de ácido oléico (G/Fe3O4-6 e G/Fe3O4-7, respectivamente). As amostras
foram caracterizadas por DRX, Figura 63. O difratograma da amostra sintetizada em
BE apresentou picos referentes ao FeSO4, enquanto a amostra sintetizada em TEG,
ao FeSO4.H2O.
(f)
(a) (b)
(d) (e)
(c)
(i) (h)
Figura 63 - DRX das amostras G/Fe3O4-6 e G/Fe3O4-7.
A amostra G/Fe3O4-6 se mostrou muito difícil de lavar, sendo que não foi
possível fazer a miscroscopia da mesma. Já a amostra G/Fe3O4-7 foi caracterizada
por TEM, Figura 64. Foi possível identificar partículas nas imagens.
Figura 64 - Imagans de TEM da amostra (a), (b) e (c) G/Fe3O4-7.
Como na ausência de oleilamina e presença de ácido oléico, a formação de
magnetita também não foi detectada, propôs-se uma síntese em que o GO estava
no balão desde o início do procedimento, enquanto o Fe(acac)3 foi aquecido até
60ºC em ácido oléico e, somente quando o sistema atingiu a temperatura de 200ºC,
esta mistura foi injetada a quente no balão (amostra G/Fe3O4-8) A outra síntese
proposta foi utilizar o Fe(CO)5 como precursor de ferro, sendo que este também foi
injetado a quente no balão (160 ºC), na ausência de surfactante (G/Fe3O4-9). Estas
10 20 30 40 50 60 70
G/Fe3O4-6
In
te
n
s
id
a
d
e
(
u
.a
.)
G/Fe
3O4-7
JCPDS45-1365 FeSO4.H2O
2θ (º)
JCPDS 17-873 FeSO4
amostras foram caracterizadas por DRX, Figura 65. Ambos os difratogramas
apresentaram apenas o halo característico do grafeno, na região de 20º.
Figura 65 - DRX das amostras G/Fe3O4-8 e G/Fe3O4-9.
As amostras foram, ainda, caracterizadas por TEM, Figura 66. Foi observada
a presença de partículas em ambas as amostras.
Figura 66 - Imagens de TEM das amostras (a), (b) e (c) G/Fe3O4-8; e (d), (e) e (f) G/Fe3O4-9.
Como não houve a formação de magnetita, foram propostas três sínteses,
empregando o oleato de Fe(III) como precursor. Todas elas foram realizadas na
presença de ácido oléico, sendo uma em BE (G/Fe3O4-10), a segunda em OD
10 20 30 40 50 60 70
G/Fe3O4-8
In
te
n
s
id
a
d
e
(
u
.a
.)
2θ (º)
G/Fe3O4-9
(c)
(a) (b)
(G/Fe3O4-11) e, a última, em OD, na ausência de redutor (G/Fe3O4-12). Estas
amostras em que foi empregado o oleato de ferro se mostraram extremamente
difíceis de lavar, sendo que só foi possível analisar as G/Fe3O4-11 e G/Fe3O4-12 por
DRX, Figura 67. Ambas as amostras apresentaram apenas o halo característico do
grafeno, na região de 20º.
Figura 67 - DRX das amostras G/Fe3O4-11 e G/Fe3O4-12.
Devido à dificuldade em obter a magnetita, realizou-se uma síntese na
ausência de GO, apenas com o Fe(acac)3, na presença de ácido oléico, e na
presença de éter etílico. Observou-se a formação de material magnético, em
pequena quantidade. Dada a evidência de que a magnetita pode se formar nas
condições do sistema, propôs-se aumentar a quantidade de precursor de Fe em 5
vezes.
A síntese foi realizada em BE, na presença de ácido oléico (G/Fe3O4-13). A
amostra foi, inicialmente, caracterizada por DRX, Figura 68. O difratograma revelou
os picos referentes à fase espinélio inverso da magnetita e o halo característico do
grafeno não ficou evidente, devido à intensidade dos picos de Fe3O4, o que indica
que as partículas ficaram grandes.
10 20 30 40 50 60 70
G/Fe3O4-11
In
te
n
s
id
a
d
e
(
u
.a
.)
2θ (º)
Figura 68 - DRX da amostra G/Fe3O4-13.
A proporção entre material orgânico e metais foi investigada por TGA, Tabela
20. A quantidade de metal determinada na amostra foi muito grande, o que pode ser
explicado pela grande quantia de precursor de Fe utilizado na síntese.
Tabela 20 - Proporção de material orgânico e metais na amostra G/Fe3O4-13.
Amostra Material orgânico (%) Metais (%)
G/Fe3O4-13 51,5 48,5
Em seguida, a amostra foi caracterizada por espectroscopia IV, Figura 69 (a).
O espectro não apresenta mais as bandas características do GO, o que indica que o
sistema foi capaz de reduzir o material. Além disso, pequenas bandas são
identificadas na região de 2100 cm-1, de estiramento C C; 1950 cm-1, de –C=C=C-;
as bandas em 1570 cm-1, 1500 cm-1, e 1445 cm-1, são do estiramento C=C em
aromáticos; as bandas em 1080 cm-1 e 1215 cm-1 são de estiramento C-O, presente
em éteres; e em 690 cm-1, de -CH=CH-. Estas são as mesmas bandas que já
haviam sido identificadas na amostra sintetizada segundo os mesmos parâmetros,
na ausência do precursor de Fe (G3-p.II).
A amostra foi caracterizada, ainda, por espectroscopia UV, Figura 69 (b). A
amostra G3-p.II revela uma banda em 230 nm, que não pode ser atribuída à
presença de GO, já que as funções orgânicas presentes no material não foram
identificadas no espectro IV, mas podem ser referentes a outras estruturas que
podem ter sido formadas na síntese, além de uma banda em 280 nm, referente à
transição * presente no grafeno. Estas bandas também foram identificadas na
amostra G3-p.II.
10 20 30 40 50 60 70
G/Fe3O4-13
In
te
n
s
id
a
d
e
(
u
.a
.)
2θ (º)
Figura 69 - Espectros (a) IV e (b) UV da amostra G/Fe3O4-13.
A amostra foi também caracterizada por espectroscopia Raman, Figura 70.
Figura 70 - Espectro Raman da amostra G/Fe3O4-13.
As posições das bandas D* e D’’, Tabela 21, revelam que o material obtido
tem perfil similar ao da amostra G3-p.II, bem com a relação ID/IG, o que indica que a
presença de NPs de Fe3O4 não induz à formação de defeitos nas folhas de grafeno.
Tabela 21 - Posição das bandas de Raman e relação ID/IG da amostra G/Fe3O4-13.
Amostra D* D D’’ G D’ ID/IG
G/Fe3O4-13 1315.3 1333.3 1518.3 1598.8 1660.1 1.18
Em seguida, a amostra foi caracterizada por MEV, Figura 71. É possível
identificar as folhas, com suas dobras, além de outras estruturas, as partículas de
Fe3O4.
Figura 71 - Imagens de MEV da amostra (a), (b) e (c) G/Fe3O4-13. 4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
T ra n s m it â n c ia ( % )
Número de onda (cm-1
)
G/Fe3O4-13
300 400 500 600 700
A b s o rb â n c ia
λ (nm)
G/Fe3O4-13
800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
G/Fe3O4-13
Deslocamento Raman (cm-1)
In te n s id a d e ( u .a
.) Fit (r2=0.98)
D* D D'' G D' A B
(a) (b)
(b) (c)
Por fim, a amostra foi analisada por TEM, Figura 72. Com as imagens, fica
clara a presença de partículas grandes e facetadas na folha de grafeno.
Figura 72 - Imagens de TEM da amostra (a), (b) e (c) G/Fe3O4-13.
Devido ao tamanho das partículas formadas, optou-se por reduzir a
quantidade de precursor de Fe na amostra pela metade (2.5) e repetir a síntese
empregando os solventes BE (G/Fe3O4-14), TEG (G/Fe3O4-15) e OE (G/Fe3O4-16).
As amostras foram, inicialmente, caracterizadas por DRX, Figura 73. O difratograma
revelou apenas o halo em 20º, característico do grafeno.
Figura 73 - DRX das amostras G/Fe3O4-14, G/Fe3O4-15 E G/Fe3O4-16.
Apesar de não ter sido possível observar os picos da magnetita no DRX, a
proporção entre material orgânico e metais foi investigada por TGA, Tabela 22. O
solvente OE favoreceu a incorporação de Fe na amostra.
10 20 30 40 50 60 70
G/Fe3O4-14
In
te
n
s
id
a
d
e
(
u
.a
.)
G/Fe3O4-15
2θ (º)
G/Fe3O4-16
Tabela 22 - Proporção de material orgânico e metais nas amostras G/Fe3O4-14, G/Fe3O4-15 e
G/Fe3O4-16.
Amostra Material orgânico (%) Metais (%)
G/Fe3O4-14 82,6 17,4
G/Fe3O4-15 84,1 15,9
G/Fe3O4-16 74,4 25,6
As amostras foram também caracterizadas por espectroscopia IV, Figura 74
(a). Os espectros das amostras G/Fe3O4-14 G/Fe3O4-15 e G/Fe3O4-16 não
apresentam mais as bandas características do GO. Além disso, pequenas bandas
são identificadas nas três amostras, na região de 2100 cm-1, de estiramento C C;
1950 cm-1, de –C=C=C-; as bandas em 1570 cm-1, 1500 cm-1, e 1445 cm-1, são do
estiramento C=C em aromáticos; as bandas em 1080 cm-1 e 1215 cm-1 são de
estiramento C-O, presente em éteres; e em 690 cm-1, de -CH=CH-.
As amostras foram caracterizadas, ainda, por espectroscopia UV, Figura 74
(b). As três amostras revelaram uma banda entre 250 e 270 nm, referente às
transições * do grafeno. A amostra G/Fe3O4-16 apresentou, ainda, uma banda
em 225 nm, que não pode ser atribuída à presença de GO, já que as funções
orgânicas presentes no material não foram identificadas no espectro IV, mas podem
ser referentes a outras estruturas que podem ter sido formadas na síntese.
Figura 74 - Espectros (a) IV e (b) UV das amostras G/Fe3O4-14, G/Fe3O4-15 e G/Fe3O4-16.
A amostra foi também caracterizada por espectroscopia Raman, Figura 75.
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
G/Fe
3O4-14
T
ra
n
s
m
it
â
n
c
ia
(
%
)
G/Fe
3O4-15
Número de onda (cm-1)
G/Fe
3O4-16
300 400 500 600 700
G/Fe3O4-14
A
b
s
o
rb
â
n
c
ia
G/Fe
3O4-15
λ (nm)
G/Fe
3O4-16
Figura 75 - Espectros Raman das amostras (a) G/Fe3O4-14; (b) G/Fe3O4-15; e (c) G/Fe3O4-16.
As posições das bandas D* e D’’, Tabela 23, revelam que o grafeno obtido na
amostra G/Fe3O4-14 tem um grau de redução menor do que aquele da amostra
G3-p.II, que corresponde ao mesmo sistema, sem as NPs. Já as amostras G/Fe3O4-15 e
G/Fe3O4-16 apresentaram o mesmo perfil das bandas das amostras G4-p.II e
G5-p.II, sendo que a amostra sintetizada em TEG teve uma menor quantidade de
defeitos na presença das NPs de Fe3O4.
Tabela 23 - Posição das bandas de Raman e relação ID/IG das amostras G/Fe3O4-14, G/Fe3O4-15 e .G/Fe3O4-16.
Amostra D* D D’’ G D’ ID/IG
G/Fe3O4-14 1288,9 1329,7 1493,1 1604,8 1657,6 1,09
G/Fe3O4-15 1296,1 1335,7 1531,5 1602,4 1657,6 1,07
G/Fe3O4-16 1290,1 1333,3 1521,9 1603,6 1657,6 1,09
Em seguida, as amostras foram caracterizadas por MEV, Figura 76. É
possível identificar somente as folhas, com suas dobras.
800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
In te n s id a d e ( u .a .)
Deslocamento Raman (cm-1)
G/Fe3O4-16 Fit (r2=0.20)
D* D D'' G D' A B
800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
I n te n s id a d e ( u .a .)
Deslocamento Raman (cm-1
) G/Fe3O4-15 Fit (r
2 =0.63) D* D D'' G D' A B
800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
In te n s id a d e ( u .a .)
Deslocamento Raman (cm-1
) G/Fe3O4-14 Fit (r2
=0.80) D* D D'' G D' A B
(a) (b)
Figura 76 - Imagens de MEV das amostras (a), (b) e (c) G/Fe3O4-14; (d), (e) e (f) G/Fe3O4-15; e (g),
(h) e (i) G/Fe3O4-16.
As amostras foram analisadas por TEM, Figura 77. Com as imagens, fica
clara a presença de partículas na folha de grafeno.
(c)
(a) (b)
(d) (e) (f)
Figura 77 - Imagens de TEM das amostras (a), (b) e (c) G/Fe3O4-14, (d), (e) e (f) G/Fe3O4-15; e (g),
(h) e (i) G/Fe3O4-16.
Como, apesar de a proporção de precursor de Fe ter sido reduzida à metade
quando comparada à amostra G/Fe3O4-13, esta quantidade ainda é bem maior do
que aquela que era empregada nos primeiros sistemas, optou-se por realizar uma
análise de EDS/STEM, para identificar o elemento presente nas partículas
observadas nas imagens, Figura 78. Fica claro, observando as imagens, que o Fe
está presente nas partículas dos materiais sintetizados.
(a)
(i) (h)
(g)
(f) (e)
(d)
Figura 78 - Mapeamento por EDS/STEM das amostras (a) G/Fe3O4-14; (b) G/Fe3O4-15; e (c)
G/Fe3O4-16.
4.4.2 S
ÍNTESES COM HOT INJECTION DOGO
Inicialmente, a síntese foi realizada com a proporção de precursor de Fe
aumentada em 5 vezes, mas com hot injection do GO (G/Fe3O4(hi)-1). A amostra foi
caracterizada por DRX, Figura 79. O difratograma revelou os picos de difração
referentes à fase espinélio inverso da magnetita e o halo em 20º, característico do
grafeno, não ficou evidente, devido à intensidade dos picos.
Figura 79 - DRX da amostra G/Fe3O4(hi)-1.
A proporção entre material orgânico e metais foi investigada por TGA, Tabela
24. A quantidade de metal determinada na amostra foi muito grande, devido à
grande quantia de precursor de Fe utilizado na síntese. No entanto, a porcentagem
de metal na amostra é bem maior do que aquela determinada para a amostra
G/Fe3O4-13. Isto indica que deixar a partícula se formar e só depois injetar o GO
10 20 30 40 50 60 70
G/Fe3O4(hi)-1
In
te
n
s
id
a
d
e
(
u
.a
.)
2θ (º)
JCPDS 19-629 Fe3O4
resulta num sistema com mais partículas, já que os processos de formação de NPs e
redução e esfoliação do GO são separados.
Tabela 24 - Proporção de material orgânico e metais na amostra G/Fe3O4(hi)-1.
Amostra Material orgânico (%) Metais (%)
G/Fe3O4(hi)-1 27,0 73,0
Em seguida, a amostra foi caracterizada por espectroscopia IV, Figura 80 (a).
O espectro não apresenta mais as bandas características do GO. Além disso,
pequenas bandas são identificadas nas três amostras, na região de 2100 cm-1, de
estiramento C C; 1950 cm-1, de –C=C=C-; as bandas em 1570 cm-1, 1500 cm-1, e
1445 cm-1, são do estiramento C=C em aromáticos; as bandas em 1080 cm-1 e 1215
cm-1 são de estiramento C-O, presente em éteres; e em 690 cm-1, de -CH=CH-.
Estas bandas estão de acordo com a amostra G/Fe3O4-13.
A amostra foi caracterizada, ainda, por espectroscopia UV, Figura 80 (b). O
espectro revelou uma banda em 280, referente às transições * do grafeno,
além de uma banda em 225 nm, que não pode ser atribuída à presença de GO, já
que as funções orgânicas presentes no material não foram identificadas no espectro
IV, mas pode ser referente a outras estruturas que podem ter sido formadas na
síntese.
Figura 80 - Espectros (a) IV e (b) UV da amostra G/Fe3O4(hi)-1.
A amostra foi também caracterizada por espectroscopia Raman, Figura 81.
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
T
ra
n
s
m
it
â
n
c
ia
(
%
)
Número de onda (cm-1
)
G/Fe3O4(hi)-1
300 400 500 600 700
A
b
s
o
rb
â
n
c
ia
λ (nm)
G/Fe3O4(hi)-1
Figura 81 - Espectro Raman da amostra G/Fe3O4(hi)-1.
As posições das bandas D* e D’’, Tabela 25, revelam que o material obtido
tem perfil similar ao da amostra G/Fe3O4-13, mas a relação ID/IG, indica que a injeção
do GO resultou em um material com maior quantidade de defeitos.
Tabela 25 - Posição das bandas de Raman e relação ID/IG da amostra G/Fe3O4(hi)-1.
Amostra D* D D’’ G D’ ID/IG
G/Fe3O4(hi)-1 1276,9 1335,7 1518,3 1600,0 1652,8 1,28
Em seguida, as amostras foram caracterizadas por MEV, Figura 82. É
possível identificar as folhas, com suas dobras, bem como as partículas de Fe3O4.
Figura 82 - Imagens de MEV da amostra (a), (b) e (c) G/Fe3O4(hi)-1.
A amostra foi analisada por TEM, Figura 83. Com as imagens, fica clara a
presença de muitas partículas na folha de grafeno, até aglomeradas devido à
quantidade.
800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
In
te
n
s
id
a
d
e
(
u
.a
.)
Deslocamento Raman (cm-1
)
G/Fe3O4(hi)-1 Fit (r2=0.91) D* D D'' G D' A B
Figura 83 - Imagens de TEM da amostra (a), (b) e (c) G/Fe3O4(hi)-1.
Como as partículas estavam presentes em grande quantidade e até
aglomeradas, optou-se por repetir a síntese diminuindo pela metade a quantidade de
precursor de Fe (2,5 vezes), empregando os solventes BE (G/Fe3O4(hi)-2), TEG
(G/Fe3O4(hi)-3) e OE (G/Fe3O4(hi)-4).
Inicialmente, as amostras foram caracterizadas por DRX, Figura 84. Os picos
da fase espinélio inverso são identificados no difratograma da amostra G/Fe3O4(hi
)-2. Como nesta síntese o GO foi injetado a quente, a partícula se formou antes da
redução e esfoliação do GO e o crescimento destas partículas foi facilitado devido à
ausência de GO no início da síntese. As amostras G/Fe3O4(hi)-3 e G/Fe3O4(hi)-4 não
apresentaram picos referentes ao Fe3O4.
Figura 84 - DRX das amostras G/Fe3O4(hi)-2, G/Fe3O4(hi)-3 e G/Fe3O4(hi)-4.
As três amostras foram, então, investigadas por TGA, para a determinação da
proporção entre material orgânico e metais, Tabela 26. Diferente do que foi
10 20 30 40 50 60 70
G/Fe3O4(hi)-2
G/Fe3O4(hi)-3
In
te
n
s
id
a
d
e
(
u
.a
.)
G/Fe3O4(hi)-4
2θ (º)
JCPDS 19-629 Fe3O4
observado para as amostras em que o GO estava presente no balão desde o início
da síntese, quando se faz uma hot injection do GO, o solvente BE favorece muito a
formação das NPs de Fe3O4, por isso a amostra G/Fe3O4(hi)-2 apresentou os picos
referentes à magnetita no difratograma. A porcentagem de metal na amostra é muito
maior do que aquelas determinadas nas amostras sintetizadas em TEG ou OE. Isto
corrobora com o fato de que houve a separação dos processos de formação de
partículas e redução e esfoliação do GO.
Tabela 26 - Proporção de material orgânico e metais nas amostras G/Fe3O4(hi)-2, G/Fe3O4(hi)-3 e
G/Fe3O4(hi)-4.
Amostra Material orgânico (%) Metais (%)
G/Fe3O4(hi)-2 45,8 54,2
G/Fe3O4(hi)-3 90,4 9,6
G/Fe3O4(hi)-4 73,0 27,0
Em seguida, as amostras foram caracterizadas por espectroscopia IV, Figura
85 (a). Os espectros não apresentam mais as bandas características do GO. Além
disso, pequenas bandas são identificadas nas três amostras, na região de 2100 cm
-1
, de estiramento C C; 1950 cm-1, de –C=C=C-; as bandas em 1570 cm-1, 1500 cm-1,
e 1445 cm-1, são do estiramento C=C em aromáticos; as bandas em 1080 cm-1 e
1215 cm-1 são de estiramento C-O, presente em éteres; e em 690 cm-1, de -CH=CH-.
As amostras foram caracterizadas, ainda, por espectroscopia UV, Figura 85
(b). As três amostras revelaram uma banda entre 250 e 280, referente às transições
* do grafeno. Além disso, a amostra G/Fe3O4(hi)-4 apresentou uma banda em
225 nm, que não pode ser atribuída à presença de GO, já que as funções orgânicas
presentes no material não foram identificadas no espectro IV, mas pode ser
Figura 85 - Espectros (a) IV e (b) UV das amostras G/Fe3O4(hi)-2, G/Fe3O4(hi)-3 e G/Fe3O4(hi)-4.
A amostra foi também caracterizada por espectroscopia Raman, Figura 86.
Figura 86 - Espectros Raman das amostras (a) G/Fe3O4(hi)-2; (b) G/Fe3O4(hi)-3; e (c) G/Fe3O4(hi)-4.
As posições das bandas D* e D’’, Tabela 27, revelam que os materiais obtidos
têm perfil muito similar aos das amostras correspondentes em que o GO estava
presente no balão desde o início da síntese (G/Fe3O4-14, G/Fe3O4-15 e G/Fe3O4
-16), bem como a relação ID/IG, que não teve alterações significativas.
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
G/Fe3O4(hi)-2
T ra n s m it â n c ia ( % )
G/Fe3O4(hi)-3
Número de onda (cm-1
)
G/Fe3O4(hi)-4
300 400 500 600 700
G/Fe3O4(hi)-2
A b s o rb â n c ia
G/Fe3O4(hi)-3
λ (nm)
G/Fe
3O4(hi)-4
800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
In te n s id a d e ( u .a .)
Deslocamento Raman (cm-1) G/Fe3O4(hi)-2
Fit (r2=)0.46
D* D D'' G D' A B
800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
In te n s id a d e ( u .a .)
Deslocamento Raman (cm-1
)
G/Fe3O4(hi)-3 Fit (r2
=0.40) D* D D'' G D' A B
800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
In te n s id a d e ( u .a .)
Deslocamento Raman (cm-1)
G/Fe3O4(hi)-4 Fit (r2=0.24)
D* D D'' G D' A B (b) (a)
(a) (b)
Tabela 27 - Posição das bandas de Raman e relação ID/IG das amostras G/Fe3O4(hi)-2, G/Fe3O4(hi)-3
e G/Fe3O4(hi)-4.
Amostra D* D D’’ G D’ ID/IG
G/Fe3O4(hi)-2 1309,3 1338,1 1521,9 1603,6 1661,3 1,08
G/Fe3O4(hi)-3 1294,9 1330,9 1527,9 1604,8 1655,2 1,23
G/Fe3O4(hi)-4 1297,3 1335,7 1514,7 1603,6 1643,2 1,10
Em seguida, as amostras foram caracterizadas por MEV, Figura 87. É
possível identificar as folhas com suas dobras nas três amostras, bem como as
partículas de Fe3O4 nas imagens da amostra G/Fe3O4(hi)-2.
Figura 87 - Imagens de MEV das amostras (a), (b) e (c) G/Fe3O4(hi)-2; (d), (e) e (f) G/Fe3O4(hi)-3; e
(g), (h) e (i) G/Fe3O4(hi)-4.
As amostras foram analisadas por TEM, Figura 88. Com as imagens, é
possível observar a presença de partículas nas folhas de grafeno,
(c)
(a) (b)
(d) (e) (f)
Figura 88 - Imagens de TEM das amostras (a), (b) e (c) G/Fe3O4(hi)-2; (d), (e) e (f) G/Fe3O4(hi)-3; e
(g), (h) e (i) G/Fe3O4(hi)-4.
Como não foi possível identificar a magnetita por DRX nas amostras
G/Fe3O4(hi)-3 e G/Fe3O4(hi)-4, prosseguiu-se com a análise de EDS/STEM dessas
amostras, de modo a identificar o elemento presente nas partículas observadas nas
imagens, Figura 89. Foi possível identificar que o Fe está presente nas partículas,
nas duas amostras.
(a)
(i) (h)
(g)
(f) (e)
(b) (c)
Figura 89 - Mapeamento por EDS/STEM das amostras (a) G/Fe3O4(hi)-3 e (b) G/Fe3O4(hi)-4.
4.4.3 PROPRIEDADES MAGNÉTICAS DOS COMPÓSITOS DE GRAFENO/NPS DE Fe3O4
Inicialmente, as amostras G/Fe3O4-13 G/Fe3O4-14, G/Fe3O4-15 e G/Fe3O4-16
foram investigadas quanto às suas propriedades magnéticas, Figura 90. Os
materiais apresentam comportamento ferrimagnético e pode-se observar que o
campo magnético não foi suficiente para saturar as amostras G/Fe3O4-15 e G/Fe3O4
-16.
Figura 90 - Curvas de histerese das amostras (a) G/Fe3O4-13; (b) G/Fe3O4-14; (c) G/Fe3O4-15; e (d)
G/Fe3O4-16.
A amostra G/Fe3O4-13 apresentou alta magnetização de saturação, Tabela
28, o que se deve à quantidade de NPs de Fe3O4 presentes no material, bem como
ao seu tamanho, enquanto as demais amostras apresentaram magnetização muito
baixa.
Tabela 28 - Valores de MS e HC das amostras G/Fe3O4-13, G/Fe3O4-14, G/Fe3O4-15 e G/Fe3O4-16.
Amostra MS (emu.g-1) HC (kOe)
G/Fe3O4-13 18,36 0,172
G/Fe3O4-14 0,12 0,112
G/Fe3O4-15 0,58 ---
G/Fe3O4-16 0,89 ---
Em seguida, as amostras G/Fe3O4(hi)-1, G/Fe3O4(hi)-2, G/Fe3O4(hi)-3 e
G/Fe3O4(hi)-4 foram analisadas, Figura 91. O campo magnético não foi suficiente
para saturar a amostra G/Fe3O4(hi)-4.
-20 -10 0 10 20
-0.15 -0.10 -0.05 0.00 0.05 0.10 0.15 MS ( e m u .g -1)
Campo Magnético (kOe) G/Fe
3O4-14
-2.0 -1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 -0.10 -0.05 0.00 0.05 0.10 MS ( e m u .g -1)
Campo Magnético (kOe)
-20 -10 0 10 20
-0.70 -0.35 0.00 0.35 0.70 MS ( e m u .g -1 )
Campo Magnético (kOe) G/Fe
3O4-15
-2.0 -1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 -0.3 0.0 0.3 MS ( e m u .g -1)
Campo Magnético (kOe)
-20 -10 0 10 20
-1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 MS ( e m u .g -1 )
Campo Magnético (kOe) G/Fe
3O4-16
-2.0 -1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 -0.20 -0.15 -0.10 -0.05 0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 MS ( e m u .g -1)
Campo Magnético (kOe)
-20 -10 0 10 20
-20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20 MS ( e m u .g -1)
Campo Magnético (kOe) G/Fe
3O4-13
-2.0 -1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 -15 -10 -5 0 5 10 15 MS ( e m u .g -1)
Campo Magnético (kOe)
(b) (a)
Figura 91 - Curvas de histerese das amostras (a) G/Fe3O4(hi)-1; (b) G/Fe3O4(hi)-2; (c) G/Fe3O4(hi)-3;
e (d) G/Fe3O4(hi)-4.
A amostra G/Fe3O4(hi)-1 apresentou a maior magnetização de saturação,
Tabela 29, devido ao tamanho das partículas e da grande quantidade delas presente
no material. A amostra G/Fe3O4(hi)-2 apresentou alta magnetização de saturação,
pincipalmente quando comparada às amostras G/Fe3O4(hi)-3 e G/Fe3O4(hi)-4, o que
já era esperado, já que o solvente BE favoreceu muito a formação das NPs de
Fe3O4.
Tabela 29 - Valores de MS e HC das amostras G/Fe3O4(hi)-1, G/Fe3O4(hi)-2, G/Fe3O4(hi)-3 e
G/Fe3O4(hi)-4.
Amostra MS (emu.g-1) HC (kOe)
G/Fe3O4(hi)-1 42,08 0,163
G/Fe3O4(hi)-2 24,02 0,176
G/Fe3O4(hi)-3 1,02 0,063
G/Fe3O4(hi)-4 1,53 ---
-20 -10 0 10 20
-20 -10 0 10 20 MS ( e m u .g -1 )
Campo Magnético (kOe) G/Fe
3O4(hi)-2
-2.0 -1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 -20 -10 0 10 20 M S ( e m u .g -1)
Campo Magnético (kOe)
-20 -10 0 10 20
-1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 MS ( e m u .g -1 )
Campo Magnético (kOe) G/Fe
3O4(hi)-3
-2.0 -1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 -0.8 0.0 0.8 MS ( e m u .g -1)
Campo Magnético (kOe)
-20 -10 0 10 20
-40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 MS ( e m u .g -1)
Campo Magnético (kOe) G/Fe
3O4(hi)-1
-2.0 -1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 MS ( e m u .g -1)
Campo Magnético (kOe)
-20 -10 0 10 20
-2.0 -1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 MS ( e m u .g -1)
Campo Magnético (kOe) G/Fe
3O4(hi)-4
-2.0 -1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 -0.75 0.00 0.75 MS ( e m u .g -1)
Campo Magnético (kOe) (d)
(c)
5. C
ONCLUSÕESA principal conclusão deste trabalho foi alcançar uma nova rota de síntese
simples para obtenção de grafeno utilizando como precursor o GO obtido pelo
método Hummers modificado através da esfoliação e redução via processo poliol
modificado. Além disso, as condições de síntese utilizadas no processo poliol
modificado são bastante versáteis e permitiram a obtenção de compósitos
grafeno/NPs em etapa única, sendo que os resultados indicam que ajustes podem
ser facilmente realizados para obtenção de compósitos de grafeno com qualquer
sistema de NPs que venham a ser sintetizadas pelo processo poliol.
O GO produzido a partir do grafite através do método de Hummers modificado
foi reduzido e esfoliado através do método poliol modificado. Para isto, realizaram-se
o procedimento I, com um patamar de temperatura de 292 ºC, com duração de 120
minutos, e o procedimento II, com um patamar intermediário de 200 ºC, com duração
de 60 minutos além do patamar a 292 ºC, de 60 minutos. O ajuste desses patamares
juntamente com as condições de síntese se mostraram versáteis para obtenção de
compósitos com NPs sintetizadas tradicionalmente pelo processo poliol.
A presença da oleilamina aumenta a capacidade redutora do sistema, além
de este surfactante inibir a formação de outras estruturas de carbono além do
grafeno e taxas de aquecimento menores também favorecem a formação de
grafeno, em detrimento de outras estruturas. Patamares de temperatura
intermediários favorecem a formação de estruturas secundárias de carbono, assim
como a troca do surfactante oleilamina pelo ácido oléico diminuiu a capacidade
redutora dos sistemas, principalmente aquele que emprega o solvente TEG. O poder
de redução do sistema pode ser compensado pela presença de outros dióis no meio
de reação, mas sua ação precisa ser melhor estuda pois parece ser fator chave na
formação do grafeno.
Os compósitos de grafeno/NPs de FePt foram obtidos em etapa única pelo
processo poliol modificado. As sínteses em que os precursores metálicos Fe(acac)3
e Pt(acac)2 e o GO estavam presentes no balão desde o início da síntese resultaram
em materiais com NPs grandes, com uma grande incorporação de Fe à estrutura da
Pt, sendo que o solvente BE foi o que mais favoreceu a formação das partículas na
amostra. Além disso, as sínteses em que apenas os presursores metálicos estavam
resultaram em compósitos com NPs menores, sendo que o solvente BE também
favoreceu a formação destas, apesar de a incorporação de Fe ter diminuído. Quanto
às propriedades magnéticas dos materiais obtidos, aquele sintetizado em OE, em
que os precursores metálicos e o GO estavam presentes no balão desde o início da
síntese foi o que apresentou maior magnetização.
Os compósitos de grafeno/NPs de Fe3O4 foram obtidos em etapa única pelo
processo poliol modificado, sendo que o solvente BE favoreceu muito a formação
das NPs nos sistemas e só foi possível identificar a fase espinélio inverso da
magnetita nas amostras que empregaram tal solvente. Foi mais difícil obter este
compósito, pois alguns resíduos do GO levavam à formação de outros compostos
cristalinos de Fe, em detrimento do Fe3O4. A quantidade de precursor de Fe é crucial
para a formação da magnetita no sistema. Além disso, a formação das partículas é
facilitada quando faz-se uma hot injection do GO no sistema, já que os processos de
formação de NPs e redução e esfoliação do GO são separados. Quanto às
propriedades magnéticas, as amostras obtidas em BE apresentaram alta
magnetização de saturação, sendo que a amostra em que o GO foi injetado e a
proporção de precursor de Fe foi aumentada em 5 vezes apresentou a maior
6. P
ERSPECTIVASComo perspectiva deste trabalho, tem-se investigar a possibilidade de obter
outros compósitos de grafeno e NPs de metais e óxidos metálicos a partir do GO
pelo método poliol modificado.
Além disso, estudar o mecanismo de redução e esfoliação do GO a partir do
método poliol modificado, bem como a formação de outras estruturas de carbono
7. R
EFERÊNCIASB
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