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Relação entre prevalência, incidência e duração média da doença.

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Academic year: 2017

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RELAÇÃO ENTRE PREVALÊNCIA, INCIDÊNCIA E DURAÇÃO MÉDIA DA DOENÇA *

Antonio RUFFINO NETTO **

RSPU-B/185 RUFFINO NETTO, A. — Relação entre prevalência, incidência e duração média

da doença. Rev. Saúde públ., S. Paulo, 7:331-4, 1973.

RESUMO: Foi apresentada uma demonstração da fórmula Pt = I d

onde P t = prevalência instantânea; I = Incidência; e d duração média da

doença para a situação de estabilidade de doença.

UNITERMOS: Epidemiologia (Métodos quantitativos) *; Prevalência *; Incidência *.

* Trabalho desenvolvido durante período de estágio na Harvard School of Public Health — Boston — Mass., através de bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

(PAPESP).

** Do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP. — Ribeirão Preto, SP — Brasil.

I N T R O D U Ç Ã O

É conhecido da literatura epidemiológi-ca que a prevalência instantânea (Pt )

de uma doença é uma função da inci-dência (I) e da duração média ( d ) desta doença 1.

Assim, variação na prevalência poderia ser o resultado de variações na incidên-cia e/ou na duração média.

Chama-se condições de equilíbrio ou de estabilidade de uma doença, a situa-ção em que a incidência e a durasitua-ção mé-dia permanecem constantes com o tempo. Evidentemente, uma doença somente atingiria uma perfeita condição de esta-bilidade em uma situação teórica de

constância das variáveis incidência e duração média.

MACMAHON & PUGH 1. e TAYLOR &

KNOWEL-DEN2 têm apresentado empiricamente a

fórmula,

onde

P = prevalência instantânea

t

I = incidência

(2)

Seja n (onde n < N) o número dos indivíduos que adquiriram a doença dentro do intervalo [] e permaneceram doentes respectivamente dl d2, d3

dn unidades de tempo U (ou seja,

me-didos nas mesmas unidades de tempo de []t).

Seja:

P1 — a prevalência instantânea no

tempo t1

P2 — a prevalência instantânea no

tempo t2

Pm — a prevalência média num

inter-valo de tempo qualquer t

Se [] t = , a prevalência média no intervalo de tempo será calculada por definição

I = a incidência no intervalo de tem-po [] t, que será calculada tem-por definição

Pt = a prevalência instantânea em

qualquer ponto t no intervalo []t di = duração da doença no indivíduo doente.

3. SOLUÇÕES

1.a

Solução

Supondo o intervalo de tempo [] t e fórmula esta que somente seria válida

na situação teórica de estabilidade da doença.

O fato de não encontrarmos na litera-tura demonstração alguma desta fórmula empírica, motivou-nos a pensar num mo-delo que nos possibilitasse demonstrar matematicamente a relação Pt = I. d

2. MODELO

Suponhamos N indivíduos (I1 ,I2,

I3, IN ) expostos ao risco de adquirir

a doença D, no intervalo de tempo []t = t2 — tx (medidos em unidades

(3)

que fosse definido por e que somente uma pessoa tivesse ficado doen-te durandoen-te todo esse período, a prevalên-cia média em [] t seria portanto:

No caso particular de [] t ser igual a []t, a prevalência média em []t será dada por

onde a razão entre os tempos na fórmula (2), ou seja equivale ao número de indivíduos doentes durante todo o intervalo []t.

Assim teremos:

Lembrando que

(4) em (3) resulta

Dada a condição de estabilidade da doença, isto é, a incidência e duração permanecerem constante com o tempo, podemos tirar:

a) Para efeito de computação de Pm no período []t é válido tomar di

mesmo que o indivíduo ultra-passe o limite de tempo t2, pois será

compensado pelo indivíduo número zero que já entrou doente no intervalo []t.

b) A prevalência média no período []t será igual a prevalência instantânea P1 , P2 ou Pt , ou seja:

Lembrando (7)

2.a Solução

O tempo total T que representa indi-víduos-unidades de tempo U de doença no intervalo de tempo []t poderá ser obtido a partir dos casos, isto é:

(4)

Lembrando da condição de estabili-dade da doença, portanto Pt é constante,

podemos escrever

Sendo (11) = (9), podemos escrever

Resolvendo a integral e (4) - (12) re-sulta

(

Sendo t2 — t1 = []t, tiramos n

(14) P = d

t N []t

4. CONCLUSÃO

Utilizando-se o modelo proposto, na condição de estabilidade da doença é possível demonstrar-se matematicamente a fórmula empírica

AGRADECIMENTOS

Ao Dr. Emilio C. Venezian, pelas suges-tões dadas para a segunda solução do modelo que apresentamos e ao Dr. Euclydes Custódio de Lima Filho, pelas suas sugestões.

RSPU-B/185

RUFFINO NETTO, A. — [Relation between prevalence, incidence and average duration of disease]. Rev. Saúde públ., S. Paulo, 7:331-4, 1973.

SUMMARY: A derivation of the relation P t = I.d where: P t = point

prevalence; I = incidence; d = average durantion of disease is presented given the disease is stable, that is, the incidence and duration remained constant over time.

UNITERMS: Epidemiology (quantitative methods)*; Prevalence*; Inci-dence *.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. MACMAHON, B. & PUGH, T. F. — Epide-miology: principles and methods. Boston, Little, Brown Co., 1970.

2. TAYLOR, I. & KNOWELDEN, J. — Prin-ciples of epidemiology. London, Chur-chill Ltd., 1957.

Recebido para publicação em 1.°-8-1973

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