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Germinação de sementes de algodoeiro deslintadas por diferentes métodos.

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Academic year: 2017

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GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE ALGODOEIRO DESLINTADAS POR DIFERENTES MÉTODOS (1)

JOCELY A. MAEDA, ANTÔNIO A. DO LAGO (2), EDUARDO Z I N K (2), FRANCISCO C. KRZYZANOWSKI, Seção de Sementes, EDIVALDO CIA (2

), FRANCISCO S. O. RODRIGUES F I L H O (2) e CARLOS A. M. FERRAZ (2), Seção de Algodão, Instituto Agronômico

(1) Recebido para publicação em 5 d e Janeiro de 1977. (2

) Com bolsa de suplementarão do C.N.Pq.

SINOPSE

Sementes de algodão do cultivar IAC 13-1 foram deslintadas por quatro diferentes métodos, a saber: mecanicamente, por ácido sulfúrico, por gás clorídrico e por flam-bagem. Após seleção em mesa de gravidade, cada porção relativa a um determinado método de deslintamento foi dividida em duas, sendo uma delas tratada com fungicída PCNB 75%, nas dosagens recomendadas pelos fabricantes.

Após o teste inicial de germinação, as sementes foram armazenadas em ambiente de laboratório e novos testes de germinação foram feitos aos 3, 6 e 12 meses.

Em todos os períodos de armazenamento as porcentagens de germinação das se-mentes deslintadas por ácido sulfúrico e gás clorídrico foram superiores às das sese-mentes deslintadas mecanicamente ou por flambagem que, por sua vez, foram iguais entre si ou com a flambagem ocupando posição intermediária. Em todos os períodos as porcentagens de germinação das sementes tratadas com fungicida foram superiores às das sementes sem esse tratamento.

1 — INTRODUÇÃO O deslintamento da semente de

algodoeiro visando facilitar o benefi-ciamento e o plantio pode ser feito por meios mecânicos, ácido, gás ou fogo (4,13). A maior parte da semen-te de algodoeiro produzida no Brasil é deslintada mecanicamente (4); uma quantidade relativamente pçquena é

deslintada a gás clorídrico (9). Os mé-todos de deslintamento por ácido e por fogo não são empregados em nos-so País, tendo sido até agora apenas objeto de pesquisas.

(2)

diversas formas de tratamento de se-mentes de algodoeiro. Eles concluí-ram que o deslintamento por ácido sulfúrico foi o mais vantajoso, forne-cendo sementes de alto valor cultural, facilitando a semeadura, promovendo economia de sementes, apressando e uniformizando a germinação e atuan-do como uma desinfestação da se-mente.

Toledo & Barbin (11), compa-rando sementes de algodoeiro deslin-tadas mecanicamente, à flama e quimi-camente, observaram que as sementes

deslintadas quimicamente apresenta-ram maior porcentagem de emergên-cia no campo do que aquelas deslin-tadas à flama e mecanicamente.

Ferraz & outros (5) estudaram comparativamente quatro métodos de deslintamento de sementes de algodão, em condições de campo, com e sem tratamento fungicida, em diversas lo-calidades e anos agrícolas. Eles veri-ficaram que os métodos de deslinta-mento por ácido sulfúrico e gás clorí-drico proporcionaram maiores porcen-tagens de emergência no campo do que o método mecânico; o método por flambagem ocupou posição inter-mediária. Também houve efeito sig-nificativo de fungicida, conforme o método de deslintamento empregado.

O efeito positivo de tratamento fungicida na germinação e

emergên-cia de sementes de algodoeiro tem sido comprovado por diversos autores entre os quais Abrahão & outros (1), Haskell & Barker 6), Simpson (10) e Maeda & outros (8).

O presente trabalho teve por ob-jetivo estudar o efeito sobre a ger-minação, de quatro métodos de des-lintamento de sementes de algodoei-ro, tratadas e não tratadas com

fun-gicida e armazenadas por 12 meses, em condições ambientes de laborató-rio, na região de Campinas, Estado de São Paulo.

2 — MATERIAL E MÉTODOS

Um lote de sementes de algo-doeiro (Gossypium hirsutum L.) do cultivar IAC 13-1, produzidas no ano agrícola 1972/73, após deslintamen-to mecânico foi dividido em quatro porções homogêneas, uma das quais permaneceu sem nenhum outro tipo de deslintamento e as outras três

re-ceberam, respectivamente, o deslin-tamento adicional pelo método do ácido sufúrico, do gás clorídrico e da flambagem.

No deslintamento mecânico as sementes, após descaroçadas, passa-ram por máquina deslintadeira (9). Esse tipo de deslintamento é o mais utilizado no Estado de São Paulo (4).

O deslintamento por ácido sul-fúrico foi feito adicionandoTse às se-mentes deslintadas mecanicamente ("sementes brancas") ácido sulfúrico comercial concentrado na proporção de um litro do ácido para três quilos de sementes, durante três minutos. Em seguida as sementes foram lava-das em água corrente até completa remoção do ácido, e postas a secar (4, 5).

As sementes deslintadas por gás clorídrico foram obtidas por trata-mento das "sementes brancas" com um gás ácido (ácido clorídrico ani-dro), obtido pela reação entre o ácido clorídrico e o ácido sulfúrico, em apa-relhagem própria (4, 9).

(3)

fo-ram passadas três vezes em chama de maçarico, em equipamento do La-boratório de Sementes da Escola Su-perior de Agricultura "Luiz de Quei-roz" (4, 5).

As sementes correspondentes a cada método de deslintamento foram selecionadas em mesa de gravidade, tendo havido um descarte médio de aproximadamente 8%. Após isso, cada porção foi posteriormente divi-dida em duas, sendo uma delas tra-tada com fungicida PCNB 7 5 % nas dosagens de 0,75% em peso para se-mentes deslintadas mecanicamente e à chama, e 0,50% para aquelas des-lintadas por ácido e gás.

Após teste inicial de germinação (2), as sementes foram armazenadas em ambiente de laboratório, e novos testes de germinação foram feitos aos

3, 6 e 12 meses.

O experimento constou de um ensaio fatorial 4 x 2 inteiramente ca-sualizado, com oito tratamentos e quatro repetições. Na análise

esta-tística, feita por período, os dados de germinação foram transformados em are sen yf% e a comparação de mé-dias feita pelo teste de Duncan.

3 — RESULTADOS E DISCUSSÃO

As porcentagens de germinação nos diversos períodos de armazena-mento encontram-se no quadro 1.

Em geral as porcentagens de germinação aos seis meses foram me-nores do que aos 12 meses; essa dis-crepância pode ser atribuída a inde-sejáveis variações nas condições am-bientes do germinador, tornando-as

pouco favoráveis à germinação das sementes, principalmente quando não tratadas. Toole & Drummond (12) afirmaram que a semente de a'godao é mais sensível às condições de ger-minação do que as sementes da maio-ria das grandes culturas.

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empre-gado, as sementes tratadas com fun-gicida apresentaram germinação aci-ma de 70%. Em sementes não tra-tadas, somente aquelas deslintadas por ácido sulfúrico e gás clorídrico apresentaram germinação acima de 70%. Resultados semelhantes ocor-reram também aos três e 12 meses.

Em todos os períodos, inclusive aos seis meses, as sementes deslinta-das por ácido sulfúrico e gás clorí-drico e tratadas com fungicida apre-sentaram germinação acima de 80%.

(5)

Estudando o quadro 2, observa-se que houve efeito significativo de método de deslintamento e tratamen-to fungicida em tratamen-todos os períodos de armazenamento. Efeito significativo de interação deslintamento x fungici-da só foi observado aos 12 meses.

Em todos os períodos as porcen-tagens de germinação das sementes deslintadas por ácido sulfúrico e gás clorídrico foram iguais entre si e su-periores às porcentagens de germina-ção das sementes deslintadas pelos ou-tros dois métodos que, por sua vez, foram iguais entre si ou com a flam-bagem ocupando posição intermediá-ria. Tais observações confirmam, de modo geral, aquelas feitas por Fer-raz & outros ( 5 ) , com relação à emergência no campo.

Em todos os períodos as porcen-tagens de germinação das sementes tratadas com fungicida foram supe-riores àquelas das sementes sem tra-tamento fungicida. Esses resultados concordam com os de Helmer ( 7 ) que, estudando os efeitos de diversos tipos de deslintamento combinados com tratamento fungicida, observou que as porcentagens de germinação em laboratório e no campo de semen-tes tratadas com fungicida foram, de modo geral, superiores às das semen-tes sem tratamento fungicida. No mesmo trabalho, o referido autor constatou que a emergência das

se-mentes deslintadas por ácido sulfúrico foi superior à daquelas deslintadas à chama ou apenas descaroçadas.

Aos 12 meses, em sementes des-lintadas por ácido sulfúrico, não houve diferença de germinação entre sementes tratadas e não tratadas com fungicida. No mesmo período, em sementes tratadas com fungicida, não houve diferença de germinação entre sementes deslintadas por gás clorídri-co e mecanicamente.

4 — CONCLUSÕES

a) Em todos os períodos de ar-mazenamento as porcentagens de ger-minação das sementes deslintadas por ácido sulfúrico e gás clorídrico foram superiores às das sementes deslinta-das mecanicamente ou por flambagem que, por sua vez, foram iguais entre si ou com a flambagem ocupando po-sição intermediária.

b) Após 12 meses, as sementes deslintadas por ácido sulfúrico, com e sem tratamento fungicida, e por gás clorídrico com tratamento, fungici-da, apresentaram germinação acima de 8 0 % .

c) Em todos os períodos, as porcentagens de germinação das se-mentes tratadas com fungicida foram superiores às das sementes sem esse tratamento.

GERMINATION OF COTTONSEED DELTNTED BY DIFFERENT METHODS

SUMMARY

(6)

I n ail t h e storage periods, acid-delinted a n d gas-delinted cottonseed provided h i g h e r g e r m i n a t i o n percentages t h a n those delinted by m a c h i n e or by flame. I n all t h e storage periods, fungicide-treated seeds of e a c h t y p e produced higher germination p e r c e n t a g e s t h a n did u n t r e a t e d seed.

LITERATURA CITADA

1. ABRAHÃO, J.; BASTOS CRUZ, B. P . & G R E G O R I , R. T r a t a m e n t o das s e m e n t e s de algodão como medida de controle das doenças das sementeiras. Biológico

30(7):168-173, 1964.

2. B R A S I L . Ministério da Agricultura. Escritório de Produção Vegetal. Equipe T é c -n i c a de S e m e -n t e s e Mudas. Regras p a r a A-nálise de Seme-ntes. Brasilia, 1966. 120p.

3. COSTA, A. S. & SANTOS NETO, J. A. O deslintamento das sementes de algodão pelo ácido sulfúrico em comparação com outros t r a t a m e n t o s . Rev. Agr. ( P i r a -cicaba) X V (3-4):120-132, 1940.

4. F E R R A Z , C. A. M. Produção d e s e m e n t e s d e algodoeiro. Agronômico 27/28:154-197, 1975/6.

5 . ; R O D R I G U E S F I L H O , F . S. O.; CIA, E.; SABINO, N . P . ; VEIGA, A. A.; R E I S , A. J . & ORTOLANI, D. B. Estudo comparativo de métodos de

deslinta-m e n t o de sedeslinta-mentes de algodoeiro (Gossypiudeslinta-m hirsutudeslinta-m L.). B r a g a n t i a 36:11-22, 1977.

6. H A S K E L L , R . J. & BARKER, H. D. Cotton-seed t r e a t m e n t . W a s h i n g t o n , D.C., U.S. D e p a r t m e n t of Agriculture, 1940. 7p. (U.S. D e p a r t m e n t of Agriculture Leaflet n.° 198)

7. HELMER, J. Field a n d laboratory p e r f o r m a n c e of cotton-seed processed by different m e t h o d s . Mississippi S t a t e University, Mississippi State, Mississippi, 1965. 88p.

( P h D thesis)

8. MAEDA, J. A.; LAGO, A. A.; K R Z Y Z A N O W S K I , F . C.; ORTOLANI, D. B . ; RA¬ ZERA, L. F . ; ZINK, E.; MATOS, M.; MADEIRA, A. A. & USBERTT, R. G e r m i -n a ç ã o de seme-ntes de algodão t r a t a d a s com diversos fu-ngicidas. S e m e -n t e 2 ( 2 ) : 8-13, 1976.

9. RAZERA, L. F. Deslintamento da s e m e n t e do algodoeiro (Gossypium hirsutum r.

latifolium). Revisão bibliográfica. Piracicaba, Escola Superior de Agricultura

" L u i z de Queiroz", 1976. 16p. (Mimeografado)

10. S I M P S O N , D. M. T h e longevity of cottonseed as affected by climate a n d seed t r e a t -m e n t s . J. A-m. Soc. Agron. 38:32-45, 1946.

1 1 . T O L E D O , F . F . & BARBIN, D. E s t u d o s sobre sementes de algodoeiro deslintadas m e c a n i c a m e n t e , à flama e quimicamente. I n : Seminário Brasileiro de Sementes, 1.°, Viçosa. Anais. Viçosa, I m p r e n s a Universitária da Universidade R u r a l , 1968. p.6-13.

12. T O O L E , E. H . & DRUMMOND, P . L. T h e germination of cottonseed. J o u r . Agr Res. 28(3) :285-295, 1924.

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