Agroecologia
ENSACAMENTO DE FRUTOS NO CULTIVO ORGÂNICO DE TOMATEIRO AMANDA FIALHO
ENSACAMENTO DE FRUTOS NO CULTIVO ORGÂNICO DE TOMATEIRO
Montes Claros 2009
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Ciências Agrárias, concentração em Agroecologia, do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Ciências Agrárias.
Ficha catalográfica elaborada pela BIBLIOTECA COMUNITÁRIA DO ICA/UFMG F438e
2009
Ensacamento de frutos no cultivo orgânico de tomateiro / Amanda Fialho. Montes Claros, MG: ICA/UFMG, 2009.
57 f: il.
Dissertação (Mestrado em Ciências Agrárias, área de concentração em Agroecologia) Universidade Federal de Minas Gerais, 2009.
Orientador: Profº Dr. Germano Leão Demolin Leite.
Banca examinadora: Germano Leão Demolin Leite, Paulo Sérgio do Nascimento Lopes e Sílvia Nietsche.
Inclui bibliografia: f. 49-57.
1. Olericultura - Broqueadores de frutos. 2. Lycopersicon esculentum. 3. Cultivo tomate - Sustentabilidade. 4. Tomate orgânico. I. Leite, Germano Leão Demolin. II. Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Ciências Agrárias. III. Título.
ENSACAMENTO DE FRUTOS NO CULTIVO ORGÂNICO DE TOMATEIRO
________________________________________
Profª Dra. Sílvia Nietsche
(UNIMONTES)
________________________________________
Profº Dr. Paulo Sérgio do Nascimento Lopes
(UFMG)
________________________________________
Profº Dr. Germano Leão Demolin Leite
(Orientador/UFMG)
AGRADECIMENTOS
A Deus, todas as oportunidades que tem me dado na vida e as pessoas maravilhosas que tem colocado no meu caminho.
À minha linda família, que sempre esteve junto, apoiando e me ajudando a ser uma pessoa melhor.
Ao meu querido orientador, professor Germano Leão Demolin Leite, que sempre teve paciência e atenção comigo.
Aos professores, Cândido Alves da Costa, Luiz Arnaldo Fernandez e Ronaldo Reis Júnior a disposição em me esclarecer as dúvidas e as valiosas críticas ao trabalho.
A minha amiga Jarina da Mata, que esteve sempre presente nos momentos importantes durante o desenvolvimento deste trabalho.
Aos colegas de mestrado, a agradável convivência e a ajuda a mim dedicada sempre que precisei.
À nossa querida secretária da pós-graduação Míriam Resende Gomide Prates, a prontidão em ajudar em todos os momentos.
A todos os funcionários que sempre se fizeram presentes, apoiando de alguma forma o desenvolvimento do trabalho.
Aos produtores rurais da comunidade do Pentaúrea, o apoio e a atenção durante nossas visitas de campo.
Ao Instituto de Ciências Agrárias e à Pós-graduação em Ciências Agrárias/Agroecologia a oportunidade de realização deste mestrado.
Gráfico 1 - Porcentagem média da eficiência e seu erro padrão (EP) no controle de Tuta absoluta em cachos de tomateiro ensacados com tecido organza, TNT, papel, plástico microperfurado e sem ensacamento. Os valores seguidos pela mesma letra não diferem entre si significativamente pela análise de contraste a 5% de probabilidade... 36
Gráfico 2 - Porcentagem média da eficiência e seu erro padrão (EP) no controle de Neoleucinodes elegantalis em cachos de tomateiro ensacados com tecido organza, TNT, papel, plástico microperfurado e sem ensacamento. Os valores seguidos pela mesma letra não diferem entre si significativamente pela análise de contraste a 5% de probabilidade... 36
Gráfico 3 - Porcentagem média da eficiência e seu erro padrão (EP) no controle de Helicoverpa zea em cachos de tomateiro ensacados com tecido organza, TNT, papel, plástico microperfurado e sem ensacamento. Os valores seguidos pela mesma letra não diferem entre si significativamente pela análise de contraste a 5% de probabilidade... 37
Gráfico 4 - Porcentagem média da eficiência e seu erro padrão (EP) no controle de Alternaria solani em cachos de tomateiro ensacados com tecido organza, TNT, papel, plástico microperfurado e sem ensacamento. Os valores seguidos pela mesma letra não diferem entre si significativamente pela análise de contraste a 5% de probabilidade... 38
Gráfico 5 - Porcentagem média da eficiência e seu erro padrão (EP) no controle de Erwinia spp. em cachos de tomateiro ensacados com tecido organza, TNT, papel, plástico microperfurado e sem ensacamento. Os valores seguidos pela mesma letra não diferem entre si significativamente pela análise de contraste a 5% de probabilidade... 38
seguidos pelo respectivo erro padrão da média (EP). Valores seguidos pela mesma letra não diferem entre si significativamente pela análise de contraste a 5% de probabilidade...
41 Grafico 8 - Avaliação da produção média de frutos tipo extra por
cacho para cada tipo de ensacamento e respectivo erro padrão da média (EP). Valores seguidos pela mesma letra não diferem entre si significativamente pela análise de contraste a 5% de probabilidade... 41
Gráfico 9 - Avaliação da produção média de frutos totais nos diâmetros grande, médio e pequeno para cada tipo de ensacamento e respectivo erro padrão da média (EP). Valores seguidos pela mesma letra não diferem entre si significativamente pela análise de contraste a 5% de probabilidade... 42
Gráfico 10 - Avaliação da produção média de frutos tipo extra nos diâmetros grande, médio e pequeno para cada tipo de ensacamento e respectivo erro padrão da média (EP). Valores seguidos pela mesma letra não diferem entre si significativamente pela análise de contraste a 5% de probabilidade... 43
Gráfico 11 - Avaliação da média do valor do grau Brix por fruto e respectivo erro padrão da média (EP). Valores seguidos pela mesma letra não diferem entre si significativamente pela análise de contraste a 5% de probabilidade... 44
1 - Condições climáticas observadas durante o período de outubro de 2007 a janeiro de 2008 na área experimental do ICA/UFMG. 28
2 - Análises química e física do solo realizadas na área de
implantação do experimento... 31
3 - Avaliação dos custos dos insumos e dos serviços utilizados no experimento, para um hectare de tomate orgânico...
32 4 - Custo para a produção de um hectare de tomate orgânico
utilizando o ensacamento dos cachos... 45
ABINT Associação Brasileira das Indústrias de Não-tecidos EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias
FAPEMIG Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais GLM Modelos Lineares Generalizados
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICA/UFMG Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais
CAPÍTULO 1 – REFERENCIAL TEÓRICO... 10
1 INTRODUÇÃO... 10
2 REVISÃO DE LITERATURA... 13
2.1 Agricultura Orgânica... 13
2.2 Tomaticultura Orgânica... 15
2.3 Insetos broqueadores de frutos... 16
2.4 Doenças em frutos do tomateiro... 18
2.5 Controle de pragas e de doenças na produção de tomate... 19
2.6 Ensacamento de frutos 21 CAPITULO 2 - ENSACAMENTOS DE FRUTOS NO CULTIVO ORGANICO DE TOMATE... 23
RESUMO... 23
ABSTRACT... 24
1 INTRODUÇÃO... 25
2 MATERIAL E MÉTODOS... 28
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO... 35
4 CONCLUSÃO... 48
CAPÍTULO 1 – REFERENCIAL TEÓRICO
1 INTRODUÇÃO
Em meados do século XIX, uma sérse de avanços tecnológscos
modsfscou o perfsl da produção agrícola mundsal. Baseou-se na assocsação
entre produção vegetal e ansmal, promovendo a ocorrêncsa de uma revolução
agrícola, fomentada prsncspalmente no emprego sntenssvo de snsumos
sndustrsalszados. Após a Segunda Guerra Mundsal, essas característscas
produtsvas sntenssfscaram asnda mass, culmsnando nos anos 70, com a
Revolução Verde (ALTIERI et al., 2003).
Os questsonamentos das bases tecnológscas utslszadas na Revolução
Verde cresceram a partsr da década de 60, em conjunto com o aumento da
preocupação com os smpactos ambsentass, causados prsncspalmente pelo
mau uso de defenssvos químscos. Uma das conseqüêncsas da produção
sntenssva agropecuársa fos o acúmulo de resíduos de agrotóxscos nas águas,
nos solos e nos alsmentos (EHLERS, 2000). Esse modo de produção
permanece até hoje, com a prátsca da agrscultura convencsonal. A
smplantação de tecnologsas, a partsr da Revolução Verde aumentou, de modo
ssgnsfscatsvo, o rendsmento na produção agrícola. Entretanto o emprego
ssstemátsco de determsnados produtos snduzsu o desenvolvsmento de
ressstêncsa, por parte dos fstófagos ou patógenos, exsgsndo doses crescentes
de defenssvos químscos (POLITO, 2006). Esses fatos demonstraram a grande
demanda por estudos e reflexões que dsscutsssem a busca por tecnologsas,
dentro de uma perspectsva ambsental, defsnsndo a necesssdade de uma
mudança de pensamento, abrsndo espaço para a produção agroecológsca.
Nesse cenárso, surge a agroecologsa que é, por defsnsção, uma csêncsa
ou campo de conhecsmentos de natureza multsdsscsplsnar. Os seus
enssnamentos contrsbuem na construção de estslos de agrscultura de base
ecológsca e na elaboração de estratégsas de desenvolvsmento rural, tendo-se
como referêncsa os sdeass da sustentabslsdade, numa perspectsva
multsdsmenssonal (ALTIERI, 1995). Apesar das prátscas agroecológscas serem
produção de trabalhos csentífscos ocorreu na década de 80, versfscando-se
conssderável avanço no controle de pragas, baseado em prsncípsos bsológscos
(ALTIERI et al., 2003).
Contrapondo-se ao ssstema convencsonal de produção, surge a
produção orgânsca, com a proposta de produzsr alsmentos de masor
qualsdade, com um menor smpacto ambsental (EHLERS, 2000; GLIESSMAN,
2001). Atualmente, a produção orgânsca é a atsvsdade agrícola de masor
expansão no Brassl, alcançando um crescsmento na ordem de 50% ao ano
(YAMAMOTO, 2007). Esse fato vem ocorrendo, prsncspalmente, devsdo ao
aumento ssgnsfscatsvo da demanda, no mercado consumsdor, por alsmentos
mass saudávess (DINIZ et al., 2006).
Dentre as espécses de smportâncsa agrícola, as hortalsças, sobretudo
aquelas comercsalszadas in natura, são as mass expresssvas na produção
organsca nacsonal (ORMOND et al., 2002). Mesmo com toda essa expansão
de mercado, a tomatscultura orgânsca asnda é sncspsente no Brassl,
prsncspalmente devsdo à grande sncsdêncsa de doenças e de pragas. Dsante
dssso, a busca por técnscas alternatsvas que controlem efetsvamente a
ocorrêncsa de pragas e de doenças na tomatscultura tem ssdo um esforço
freqüente de dsversos pesqussadores.
O ensacamento como método de controle fstossanstárso é uma prátsca
antsga, utslszada com efscsêncsa na frutscultura, prsncspalmente em culturas,
como: manguesra, macsesra, gosabesra e pesseguesro vssando a controlar
espécses de mosca-das-frutas Anastrepha spp. (Dsptera: Tephrstsdae) e
ieratitis capitata (Wsed, 1824) (Dsptera: Tephrstsdae) (LIPP e SECCHI, 2002).
Atualmente, tem-se conssderado a utslszação do ensacamento de frutos
para o controle de snsetos na hortscultura orgânsca, prsncspalmente para a
tomatscultura. Segundo Jordão e Nakano (2002), o ensacamento de cachos
em produção convencsonal de tomatesro mostrou-se efscsente para o controle
de Neoleucinodes elegantalis (Guenée, 1854) (Lepsdoptera: Crambsdae) e
Helicoverpa zea (Boddse, 1850) (Lepsdoptera: Noctusdae), além de dsmsnusr,
ssgnsfscatsvamente, a presença de resíduos de fungscsdas nos frutos.
Entretanto, há a necesssdade da realszação de trabalhos que avalsem os
O objetsvo deste trabalho fos avalsar o efesto do ensacamento dos
cachos de tomatesro no controle de snsetos broqueadores-de-frutos, na
sncsdêncsa de doenças dos frutos, bem como avalsar os seus efestos na
produtsvsdade e nos custos de produção assocsados ao uso de quatro tspos de
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Agricultura Orgânica
O ssstema orgânsco de produção, de uma forma geral, preconsza a
harmonsa entre o meso ambsente e a produção agrícola, de modo que a
crescente demanda por tal produto está dsretamente assocsada à
necesssdade de preservar a saúde humana e a qualsdade ambsental. A
prátsca de uma agrscultura sustentável faz da agrscultura orgânsca uma
alternatsva vsável para aumentar a rentabslsdade do setor agropecuárso, sem
snterfersr negatsvamente no meso ambsente (PENTEADO, 2000). Além da
melhor qualsdade dos produtos, pode-se obter também masor produtsvsdade
com a adoção de ssstemas orgânscos, sem que ocorra degradação e
comprometsmento da vsda e da fertslsdade do solo, ao longo do tempo,
vsabslszando o equslíbrso nutrscsonal e bsológsco, no meso do cultsvo
(PRIMAVESI, 1990).
A produção, baseada nesse pensamento agroecológsco não é
realszada apenas por meso da subststusção de snsumos ssntétscos por snsumos
orgânscos. Necessarsamente, esse tspo de produção deve estar sntegrado a
questões relatsvas a dsrestos trabalhsstas, ao estatuto da crsança e
adolescente, aos prsncípsos das técnscas de produção e, algumas vezes, à
certsfscação dos produtos. Há também a preocupação em se buscar
agroecosssstemas sustentávess que apresentem característscas semelhantes
aos ecosssstemas naturass (GLIESSMAN, 2001).
O mercado mundsal de produtos orgânscos cresce à taxa médsa de
10% ao ano (RAYNOLDS, 2004). No período 2003 a 2006, foram coletadas
snformações, demonstrando a exsstêncsa de 120 países produzsndo alsmentos
orgânscos de manesra ssgnsfscatsva, alcançando uma área de 31 mslhões de
hectares. Nesse contexto, o Brassl ocupa o sexto lugar entre os dez países de
masor produção de orgânscos no mundo com uma área de 887.637 hectares,
podendo passar para o segundo lugar, se forem conssderados 5,7 mslhões de
hectares de área de extratsvssmo sustentável da Regsão Amazônsca (WILLER
de hortalsças orgânscas no Brassl. Conforme Ormond et al. (2002), do total da
área de cultsvo orgânsco no Brassl, apenas 1,1% está destsnada à produção
de hortalsças, com o envolvsmento de cerca de 549 produtores rurass. A
masorsa dos agrscultores orgânscos do país, cerca de 90% e classsfscada como
pequeno produtor, lsgados à agrscultura famslsar. O restante é conststuído de
grandes produtores, vsnculados à empresa prsvadas (SOUZA, 2003b). O
ssstema de produção orgânsca proíbe a utslszação de snsumos ssntétscos,
como, fertslszantes solúvess, pestscsdas e reguladores de crescsmento. A
sansdade das plantas na agrscultura orgânsca depende do manejo efetuado,
da adubação, da varsedade escolhsda, dos tratos culturass e da bsodsverssdade
na área (PENTEADO, 2004).
A necesssdade de regulamentação das normas de produção orgânsca
levou o governo brasslesro, em 1994, a smplantar o CNPO (Comstê Nacsonal
de Produtos Orgânscos), órgão do Msnsstérso da Agrscultura, Pecuársa e do
Abastecsmento, dessgnado para defsnsr uma legsslação competente para o
setor (ORMOND et al., 2002). No mês de dezembro de 2003, fos
regulamentada a forma de produção orgânsca no Brassl, por meso da les
10.831:
“[...] todo aquele em que são adotadas técnicas específicas, mediante a
otimização do uso de recursos naturais e sócioeconômicos disponíveis
e o respeito à integridade cultural das comunidades rurais, tendo por
objetivo a sustentabilidade econômica e ecológica, a maximização dos
benefícios sociais, a minimização da dependência de energia
não-renovável, empregando, sempre que possíveis métodos culturais,
biológicos e mecânicos, em contraposição ao uso de materiais
sintéticos, a eliminação de organismos geneticamente modificados e
radiações ionizantes, em qualquer fase do processo, processamento,
armazenamento, distribuição e comercialização, e a proteção do meio
2.2 Tomaticultura Orgânica
O cultsvo de olerícolas, como o tomate, em ssstemas alternatsvos, como
o orgânsco, vem expersmentando um crescsmento na ordem de 10% ao ano
(RAYNOLDS, 2004). O tomatesro, dentro desse contexto, responde
posstsvamente quando bem nutrsdo por fontes de matérsa orgânsca,
posssbslstando frutos saudávess e vsávess economscamente. Uma comparação
entre doss ssstemas de produção de tomate demonstrou que os frutos
produzsdos em ssstema orgânsco apresentam masores teores de matérsa seca,
além do sncremento do nível de flavonósdes, ao longo do tempo (MITCHELL
et al., 2007). Entre os fatores que contrsbuem para o sncremento da
produtsvsdade das plantas, o nstrogênso é um dos mass smportantes, por se
tratar de um nutrsente absorvsdo em masores quantsdades pelas culturas e
exercer um efesto dsreto na produção, sendo que a prsncspal reserva de
nstrogênso do solo é a matérsa orgânsca (MAIA e CANTARUTI, 2004). Nesse
contexto, Stertz et al. (2005) constataram que os frutos de tomate cereja, em
cultsvo orgânsco, apresentaram massa fresca 31% masor do que em ssstemas
convencsonal e hsdropônsco. Um dos fatores que contrsbuem para o aumento
da produtsvsdade das plantas é o suprsmento de nstrogênso, elemento esse
presente na matérsa orgânsca (MAIA e CANTARUTI, 2004). Além dssso,
Premuzsc et al. (1998) mostraram mostrou que o tomate cutsvado em ssstema
orgânsco possuía uma masor concentração de ácsdo ascórbsco, quando
comparado com tomates cultsvados hsdroponscamente.
Segundo Nunes (2004), a produção orgânsca de tomate, apesar de
comprovada vsabslsdade técnsca e econômsca para cultsvos em estufa, asnda é
sncspsente a céu aberto. Esse fato ocorre, prsncspalmente, devsdo às
2.3 Insetos broqueadores de frutos
Dentre as pragas dsretas mass smportantes de ocorrêncsa na
tomatscultura, destacam-se: a traça-do-tomatesro Tuta absoluta (Mesryck)
(Lepsdoptera: Gelechssdae), a broca-pequena Neoleucinodes elegantalis
(Gusnée) (Lepsdoptera: Crambsdae) e a broca-grande Helicoverpa zea
(Boddse) (Lepsdoptera: Noctusdae). São snsetos asssm classsfscados devsdo ao
fato de se alsmentarem da polpa dos frutos de olerículas, dentre elas o
tomatesro, formando lesões snternas (GALLO et al., 2002).
A traça-do-tomatesro é uma pequena marsposa que possus um
comprsmento de 11mm de envergadura e de coloração csnza prateada. As
larvas desse snseto se alsmentam do mesófslo nas folhas e nos ramos novos,
causando lesões característscas, formadas por msnas transparentes. Nos
frutos essas mesmas msnas são formadas no endocarpso, snvsabslszando-o
para a venda (SOUZA e REIS, 2003). Na sua fase adulta, apresentam
hábstos crepuscular-noturno e podem vsver em médsa 32 dsas (PEREYRA e
SANCHES, 2006).
O prsmesro relato da ocorrêncsa dessa praga no Brassl data de 1980, na
csdade de Jabotscabal, no estado de São Paulo, com dsssemsnação smedsata
para todas as regsões produtoras (SOUZA e REIS, 2000). Os surtos
populacsonass podem ser observados com masor freqüêncsa nos períodos
mass secos do ano, geralmente nos meses de maso a outubro (PEREYRA e
SANCHES, 2006). A T. absoluta é conssderada praga chave na tomatscultura
e aparece em qualquer ssstema de plantso, causando perdas severas no
Brassl e na masorsa dos países da Amérsca do Sul (TORRES et al., 2001). Na
tentatsva de controlar a snfestação desse snseto, os produtores realszam
dsversas aplscações, com dsferentes snsetscsdas (PICANÇO et al., 1996).
Entretanto, mustos dos snsetscsdas utslszados não alcançam a efscsêncsa
necessársa no controle desse snseto (LEITE et al., 1998). A basxa efscsêncsa
da utslszação de alguns snsetscsdas está relacsonada à ressstêncsa
desenvolvsda por esses snsetos aos prsncípsos atsvos desses produtos
prsncspal método empregado para o controle da T. absoluta asnda é o uso de
snsetscsdas.
Outra praga de smportâncsa econômsca para o a cultura do tomate é a
broca-pequena do fruto, sendo essa uma pequena marsposa com asas
transparentes, com cerca de 25 mm de envergadura. As asas antersores
possuem manchas cor de tsjolo; as postersores possuem pequenas manchas
marrons. Em um período de vsda médso de 35 dsas, pode deposstar até três
ovos junto ao cálsce dos frutos em formação. Após três dsas, lagartas de
coloração rosada eclodem e penetram no fruto. Ao fsm de 30 dsas, as lagartas
desenvolvsdas abandonam o fruto, por meso um orsfícso de saída. A
transformação em pupa se dá nas folhas basxesras próxsmas ao solo,
podendo permanecer nesse estádso, por mass 17 dsas, até emergsrem os
adultos. De acordo com Gonçalves (1997), essa lagarta, ao se alsmentar da
polpa do fruto de tomate, causa danos conssderávess, podendo reduzsr em até
45% a produção, devsdo à formação de brocas, que levam ao apodrecsmento
dos frutos.
Outra praga que se destaca na tomatscultura é a broca-grande dos
frutos do tomatesro, que corresponde à mesma espécse que ataca as espsgas
de mslho. O adulto é uma marsposa que mede 30 a 40 mm de envergadura.
As asas antersores são csnza esverdeada e as postersores são brancas, com
manchas escuras (GALLO et al., 2002). A ovspossção se dá ao anostecer, em
qualquer parte da planta. Os ovos são de forma hemssférsca, de coloração
branca. Quando se tornam de coloração marrom, as lagartas eclodem,
penetram no fruto e alsmentam-se da polpa, snutslszando o produto.
Esses snsetos broqueadores, além de causarem danos dsretos, por
meso da destrusção da polpa dos frutos, também podem causar danos
sndsretos, devsdo às lesões servsrem como porta de entrada para outros
snsetos oportunsstas e patógenos causadores de doenças, aumentando,
2.4 Doenças em frutos do tomateiro
Há cerca de 200 doenças que afetam o tomatesro, causando grande
redução na produtsvsdade e na qualsdade dos frutos (REIS e LOPES, 2006).
Parte dessas doenças atsnge dsretamente os frutos e pode ser de orsgem
bactersana, fúngsca ou vsrótsca. Dentre elas, as mass dsfícess de controlar,
após a sua snstalação na lavoura, são: podrsdão-mole, causada pelas
bactérsas do gênero Erwinia spp. e psnta-preta causada pelo fungo Alternaria
solani (ZAMBOLIM, 2000).
Atualmente, todas as cultsvares de tomate plantado são suscetívess à
Erwinia spp. e além do tomatesro, essa bactérsa pode snfectar outras
hortalsças, como: alface, batata, cenoura, psmentão, repolho, couve-flor,
mandsoqusnha-salsa e cebola, prsncspalmente em áreas com altas
temperaturas e umsdade (ZAMBOLIM et. al., 2000).
As plantas doentes apresentam a parte áerea com aspecto amarelado
e murchas, devsdo à podrsdão snterna do caule, à necrose e ao amolecsmento
dos tecsdos. Os frutos apodrecem snternamente e fscam presos à planta como
se fossem bolsas d’água (ZAMBOLIM et. al.,2000). A snfecção ocorre
prsncspalmente por meso de fersmentos, que podem ser causados pelo
manejo, pela movsmentação na lavoura e por danos por snsetos. A
traça-do-tomatesro e os snsetos broqueadores de frutos são smportantes agentes
facslstadores da snfecção por essa doença no tomatesro (BERGAMIN FILHO
et al., 1995).
As doenças fúngscas são de extrema smportâncsa na cultura do
tomatesro, prsncspalmente em condsções de alta umsdade e temperatura. A
psnta-preta do tomatesro, causada pelo fungo Alternaria solani (Elles e Martsn)
L. R. Jones e Grout, é conssderada de grande smportâncsa na cultura do
tomate (LOPES e ÁVILA, 2005). Segundo Schonbeck (2006), no Estado da
Vsrgínsa nos EUA, essa é a doença de orsgem fúngsca mass dsfundsda,
causando prejuízo econômsco conssderável para os produtores na
tomatscultura orgânsca.
Em conformsdade com Rotem (1994), as condsções de temperatura
Entretanto, na presença de água lsvre na superfícse, esse patógeno pode se
desenvolver numa ampla fasxa de temperatura, que vas de 5 a 32°C. Além
dssso, esse patógeno é capaz de permanecer entre um cultsvo e outro, por
um período longo no campo, em restos snfectados da cultura, solanáceas
suscetívess, equspamentos agrícolas, estacas e casxas usadas ou mesmo nas
sementes. Além dssso, pode ser propagado pelo vento ou por partículas de
solo, assocsadas ao vento, respsngos de chuva e água de srrsgação e
movsmentação de snsetos (ZAMBOLIM et. al.,2000).
A snfecção pode atsngsr toda a parte aérea da planta, com ssntomas
mass freqüentes nas folhas mass velhas. Dentre os ssntomas característscos
dessa doença, o mass comum são manchas pequenas csrculares, com
dsâmetro de 0,3 a 1,3cm com coloração marrom a preta nas folhas. Essas
manchas podem evolusr para manchas necrótscas, escuras, com a presença
de anéss concêntrscos, reduzsndo a área folsar e dsmsnusndo o vsgor das
plantas (ZAMBOLIM et. al.,2000).
Alguns genótspos de tomate de mesa como Ohso 4013 e CNPH 738,
apresentam masor ressstêncsa a esse patógeno, quando comparado a
varsedade Santa Clara que é conssderada padrão de suscetsbslsdade.
Entretanto, o grau de ressstêncsa ao patógeno pode varsar, devsdo a dsversas
característscas relacsonadas às condsções de temperatura, ao manejo e à
localsdade geográfsca (PAULA e OLIVEIRA, 2003). Observa-se masor
seversdade dessa doença na época da formação dos frutos, podendo
aparecer manchas nos pedscelos e cálsces. Os frutos snfectados apresentam
ponto de snserção do pedúnculo com manchas necrótscas de coloração
escura, com anéss concêntrscos, fsrmes, deprsmsdos e com até 2 cm de
dsâmetro (BERGAMIN FILHO et al., 1995).
2.5 Controle de pragas e de doenças na produção de tomate
Tradscsonalmente, o controle de pragas e de doenças no tomatesro é
realszado de modo preventsvo, por meso da sntegração de métodos, vssando a
dsmsnusr os danos (ZAMBOLIM et. al., 2000). Dependendo da época do ano,
lavoura (RODRIGUES FILHO, 2000). O monstoramento sntegrado de pragas
vssa à redução dos problemas relacsonados à agrscultura convencsonal,
permste dsmsnusr as pulverszações com snsetscsdas e prsorsza o uso de
produtos seletsvos aos snsmsgos naturass. A avalsação das pragas na cultura
do tomatesro posssbslsta a redução de até 68% das pulverszações, sem alterar
a produtsvsdade (GRAVENA, 1998). Conforme Malta (1999) deve-se lançar
mão de métodos de controle apenas quando forem encontrados no
monstoramento da lavoura 5% dos frutos lessonados por Tuta absoluta, 1%
dos frutos lessonados por Helicoverpa zea e 5% dos frutos com lesão de
penetração e/ou 1% com lesão de saída, festa por Neoleucinodes elegantalis.
Pode-se dszer que o controle de pragas e de doenças na agrscultura
orgânsca começa com o equslíbrso e a nutrsção adequada do solo, fornecendo
à planta subsídsos para que ela possa se proteger contra o ataque de snsetos
nocsvos. Em conformsdade com Chaboussou (1987), a utslszação
sndsscrsmsnada de adubos solúvess, ssolados ou em conjunto com agrotóxscos
favorece a snfestação de pragas e doenças nas plantas.
Além do equslíbrso nutrscsonal, o ssstema de plantso orgânsco é um fator
ssgnsfscante na dsverssdade de mscroorganssmos do ambsente. De acordo com
Wu et al. (2008), áreas com produção orgânsca de tomate apresentaram
menor snfestação por Fusarium oxyporum, quando comparadas com outros
ssstemas de plantso, além de posssbslstar a produção de frutos saudávess e
vsávess economscamente. Fato semelhante também fos observado por Zuba
(2007), que evsdencsou que tomates Santa Clara I – 5300 produzsdos em
ssstema orgânsco apresentaram 10% de ssntomas de podrsdão bactersana e
ataque de snsetos broqueadores de frutos, enquanto a mesma varsedade em
ssstema de produção convencsonal obteve 24% de perdas.
Na produção de alsmentos orgânscos, a aplscação de bsofertslszantes, de
uma manesra geral, contrsbus como fonte suplementar de mscronutrsentes as
plantas, promovendo o aumento da ressstêncsa natural ao ataque de pragas e
de patógenos. Pode também apresentar substancsas tóxscas com ação dsreta
sobre os fstoparasstas (NUNES e LEAL, 2001). Segundo Delesto et al. (2005),
o uso do bsofertslszante Agrobso no controle da Mancha bactersana, causada
estatístscas, quando comparado com as plantas não tratadas. Além dos
bsofertslszantes, a aplscação do extrato aquoso do bso-snsetscsda nsm, dsluído a
0,4% em tomatesro, mostrou-se efscsente para o controle de Dreschlera
graminae no cultsvo de cevada (PAUL e SHARMA, 2002).
Sslva e Gsordano (2000) versfscaram que é possível alcançar uma boa
efscsêncsa no controle de doenças como à podrsdão-mole, evstando fersmentos
nas plantas, prsncspalmente aqueles causados por snsetos broqueadores de
frutos. Na tomatscultura orgânsca, além dos cusdados, como os tratos
culturass, realszação de rotação de culturas e a busca por uma nutrsção
equslsbrada das plantas, consegue-se boa efscsêncsa nos resultados com a
utslszação de caldas bordalesa, sulfocálcsca e extratos vegetass, para manter
essas doenças em nívess econômscos acestávess.
2.6 Ensacamento de frutos
O ensacamento de frutos é uma das prátscas fstossanstársas mass
antsgas utslszadas na frutscultura brasslesra, mas, em vsrtude da redução da
mão-de-obra famslsar, essa prátsca fos sendo cada vez menos dsfundsda e fos
sendo gradualmente subststuída pelo uso de snsetscsdas (LIPP e SECCHI,
2002). Essa técnsca pode ser utslszada para dsversos objetsvos, dependendo
da cultura, do local ou da época do ano. Na produção de banana, o
ensacamento dos cachos com sacos de polsetsleno é utslszado para reduzsr o
período de emergêncsa da snflorescêncsa até a colhesta (COSTA e
SCARPARE, 1999), além de proteger os cachos de banana contra o ataque
de ácaros e de snsetos, como o trspes-da-ferrugem, melhorando a qualsdade
do produto fsnal (HINZ et al., 1999).
Em gosabesras, o ensacamento vssa proteger os frutos do ataque de
snsetos, como o gorgulho e a mosca das frutas, além de proporcsonar uma
dsmsnusção dos resíduos de agrotóxscos (SILVA, 1998). Na produção orgânsca
de maçãs, o ensacamento dos frutos mostrou-se efscsente no controle de
doenças e de snsetos-praga, prsncspalmente a mosca-das-frutas Anastrepha
fraterculus, sem afetar a qualsdade, preservando a aparêncsa e não snflusndo
Faoro (2003) relata a smportâncsa do ensacamento da pêra japonesa
com o objetsvo de reduzsr danos mecânscos, causados por pássaros, snsetos,
doenças e russeting, além de dsmsnusr o número de aplscações de defenssvos
químscos, amensza danos ocassonados por chuvas, granszo, melhorando a
aparêncsa dos frutos.
No cultsvo de hortalsças, o ensacamento asnda não é uma prátsca musto
dsfundsda. Entretanto, alguns trabalhos apontam resultados posstsvos para o
seu uso na tomatscultura, vssando ao controle de N. elegantalis, H. zea e T.
absoluta. Cachos de tomatesro protegsdos com sacos de papel apresentaram
porcentagem de snfestação por N. elegantalis 67% snfersor, quando
comparados com cachos não ensacados e tratados com snsetscsdas
(RODRIGUES FILHO, 2000).
Além de controlar os snsetos que dansfscam os frutos, o ensacamento
dos cachos de tomatesro pode reduzsr ssgnsfscatsvamente resíduos de
produtos fstossanstársos e manejar os aspectos qualstatsvos da cultura versfscou
que o uso do ensacamento em cachos de tomate funcsona como uma
barresra físsca, sem snterfersr na formação dos frutos e na coloração dos
mesmos (JORDÃO e NAKANO, 2002; LEBEDENCO, 2006).
O ensacamento é realszado, utslszando-se dsferentes matersass. Dentre
esses o uso do papel e os sacos plástscos são musto dsfundsdos,
prsncspalmente na frutscultura. O TNT, conhecsdo como tecsdo-não-tecsdo, é
classsfscado na sndústrsa têxtsl como um tecsdo técnsco, devsdo à sua ampla
aplscação nos agronegócsos e sndústrsa em geral. Esse matersal possus a
característsca de não ser produzsdo em teares convencsonass, sendo que as
suas fsbras são tramadas segundo um arranjo aleatórso, a partsr da unsão de
fsbras naturass ou ssntétscas (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS
DE NÃOTECIDOS - ABINT, 2008)1. A organza é um tecsdo puro e ssmples,
cuja tecelagem possus boa ressstêncsa e durabslsdade. Além dssso, pode ser
facslmente lavado. Possus uma textura leve e fsna, com acabamento
lsgesramente brslhoso e leve transparêncsa (ABINT, 1999).
CAPITULO 2 – ENSACAMENTOS DE FRUTOS NO CULTIVO ORGANICO DE TOMATE
RESUMO
O ensacamento de frutos é uma técnsca de controle efscsente, amplamente utslszada na frutscultura orgânsca. Entretanto, há poucos resultados sobre a sua efscsêncsa no cultsvo orgânsco de tomate. Este trabalho teve por objetsvo avalsar a efscsêncsa do ensacamento de cachos de tomate da varsedade Santa Clara, no controle dos snsetos broqueadores de frutos, os seus efestos na sncsdêncsa de doenças nos frutos, além de versfscar a vsabslsdade econômsca dessa técnsca na tomatscultura orgânsca. O expersmento fos realszado em uma área com cultsvo orgânsco de tomate, no Inststuto de Csêncsas Agrársas da Unsverssdade Federal de Msnas Gerass –
iampus Regsonal de Montes Claros, no período de setembro de 2007 a
janesro de 2008. Foram utslszados envólucros confeccsonados com: TNT (tecsdo-não-tecsdo), tecsdo organza, plástsco mscroperfurado e papel. Utslszou-se o delsneamento em blocos casualszados, com csnco repetsções. Foram
avalsados a proporção de frutos lessonados por: Tuta absoluta (Mesryck)
(Lepsdoptera: Gelechssdae), Neoleucinodes elegantalis (Gusnée) (Lepsdoptera:
Crambsdae), Helicoverpa zea (Boddse) (Lepsdoptera: Noctusdae), a sncsdêncsa
nos frutos das doenças Erwinia spp. e Alternaria solani, o efesto dos
tratamentos na produção de massa fresca dos frutos e os custos de produção juntamente com o rendsmento econômsco gerado em cada tratamento. Todas as análsses estatístscas foram realszadas vsa modelos lsneares generalszados (glm), segusda de análsse de contraste a 5% de probabslsdade. Os resultados obtsdos mostraram que o uso do ensacamento fos efscsente no controle dos snsetos broqueadores de frutos. Os cachos ensacados com tecsdo organza e
TNT foram os que apresentaram menor sncsdêncsa da doença Erwinia spp. E
para A. solani, versfscou-se masor controle para os cachos protegsdos com
TNT. A avalsação econômsca demonstrou que os cachos ensacados com envólucros produzsdos com TNT proporcsonou o masor ganho econômsco, apresentando uma lucratsvsdade médsa 373,70% masor do que a dos cachos não ensacados, vsabslszando o seu uso na tomatscultura orgânsca.
CiAPTER 2 – FRUIT BAGGING IN TiE PRODUCTION OF ORGANICS TOMATOES
ABSTRACT
Frust baggsng ss an effscsent control technsque, wsdely used sn the organsc frust culture. However, there are few results over sts effscsency sn the tomato organsc culture. Thss work asmed to evaluate the effscsency of tomato bunch baggsng of the Santa Clara tomato varsety sn the control over frust pests or sts effects sn the frust dssease sncsdence, bessdes versfysng the economsc vsabslsty of thss technsque sn the organsc tomato culture. The expersment was conducted sn an area wsth tomato organsc culture, sn Inststuto de Csêncsas Agrársas da Unsverssdade Federal de Msnas Gerass – Campus Regsonal de Montes Claros- (Montes Claros Center for Agrsculture of Federal Unsverssty of Msnas Gerass), sn the persod of September 2007 to January 2008. Bags made wsth TNT (tsssue non tsssue), organza tsssue, mscroperfurated plastsc and paper were used. The expersmental dessgn followed randomszed blocks wsth 5 repetstsons. The proportson of lessoned frust was evaluated for Tuta absoluta (Mesryck) (Lepsdoptera: Gelechssdae), Neoleucsnodes elegantalss (Gusnée) (Lepsdoptera: Crambsdae), Helscoverpa zea (Boddse) (Lepsdoptera: Noctusdae), the sncsdence of the dsseases Erwsnsa spp. e Alternarsa solans on the frust, the effect of the treatments on the frust fresh mass and the costs of productson together wsth the economsc sncome generated sn each treatment. All the statsstscal analyses were made through Generalszed Lsnear Models (GLM), followsng a contrast analysss of 5% probabslsty. The obtasned results showed that the baggsng use was effscsent sn the frust borers' control. The bagged bunches wsth organza tsssue and TNT were the ones whsch presented the least sncsdence of the Erwsnsa spp dssease. And concernsng the A. solans, bsgger control on the protected bunches wsth TNT was versfsed. The economsc evaluatson demonstrated that the bagged bunches wsth bags produced wsth TNT provsded a bsgger economsc gasn, presentsng an average profst of 373,70% bsgger than the bunches whsch were not bagged, maksng sts use vsable sn the organsc tomato culture.
1 INTRODUÇÃO
O tomate (Lycopersicon esculentum Msll.) é a olerícola de masor
comercsalszação no país, além de uma smportante fonte de vstamsnas e
desubstâncsas antsoxsdantes de fácsl acesso para a masorsa das pessoas
(PENTEADO, 2004). O Brassl faz parte do grupos dos dez países com masor
produção de tomate do mundo (YAMAMOTO, 2007). A safra brasslesra de
tomate no período 2006 a 2007 alcançou a marca de 3,3 mslhões de
toneladas, sendo que 73% dessa produção são destsnadas ao tomate de
mesa, para o consumo in natura. O estado de Msnas Gerass possus a
segunda masor produção de tomate do país, com cerca de 67,27 toneladas
por hectare, ocupando uma área de 10,3 msl hectares (IBGE, 2007)2.
O gênero Lycopersicon sp. possus espécses selvagens de tomate que
apresentam ressstêncsa às pragas (LEITE, 2004). Entretanto, o L. esculentum
é mass cultsvado no mundo, sendo altamente suscetível a dsversos tspos de
pragas e de doenças. Dentre os problemas fstossanstársos mass smportantes
dessa cultura, pode-se cstar: os snsetos broqueadores de frutos Tuta absoluta
(Mesryck) (Lepsdoptera: Gelechssdae), Neoleucinodes elegantalis (Gusnée)
(Lepsdoptera: Crambsdae) e Helicoverpa zea (Boddse) (Lepsdoptera:
Noctusdae), que se desenvolvem no sntersor dos frutos do tomatesro da sua
forma jovem até adulta. Nesse período, ao se alsmentarem dansfscam
dsretamente a poupa do fruto de tomate, favorecendo também a entrada de
patógenos (ZAMBOLIM et al., 2000). Dentre eles, a Erwinia spp. e Alternaria
solani, que afetam dsretamente os frutos, são de extrema smportâncsa para
cultura do tomate (LANGE e BRONSON, 1981; GALLO et al., 2002).
O processo produtsvo do tomate demanda altos gastos, custos de
produção, sendo que apenas a aplscação de snsetscsdas para o controle de
pragas consome 17% do capstal snvestsdo (PENTEADO, 2004). Segundo
Rodrsgues Fslho (2000), tradscsonalmente, o controle é realszado de forma
preventsva, com uma médsa de três pulverszações semanass, chegando a
completar até 40 pulverszações por safra, dependendo da época do ano.
Mustas vezes, a efscsêncsa desse controle é questsonável, podendo levar à
seleção de sndsvíduos ressstentes aos snsetscsdas, dentro da população das
pragas (HAJI et al., 1998). O uso sndsscrsmsnado de snsetscsdas, além de
contrsbusr para prejuízos na produção e levar à queda na qualsdade de vsda
dos produtores e dos consumsdores, afeta dsretamente a qualsdade ambsental
(SOUZA, 2003a).
Contrapondo-se ao ssstema convencsonal de produção, surge a
produção orgânsca com a proposta de produzsr alsmentos saudávess,
causando o msnsmo de smpactos ambsentass (EHLERS 2000; GLIESSMAN,
2001). Conforme Yamamoto (2007), a produção orgânsca é a atsvsdade
agrícola de masor expansão no Brassl, alcançando um crescsmento na ordem
de 50% ao ano. Estsmulada pela demanda no mercado consumsdor por
alsmentos sem contamsnação por agroquímscos, proporcsonando aos
consumsdores uma alsmentação mass saudável (DINIZ et al., 2006).
O ensacamento como método de controle fstossanstárso é uma prátsca
antsga, utslszada com efscsêncsa na frutscultura. È utslszado prsncspalmente em
culturas, como: manguesra, macsesra, gosabesra e pesseguesro vssando a
controlar espécses de mosca-das-frutas Anastrepha spp. (Dsptera:
Tephrstsdae) ieratitis capitata (Wsed., 1824) (Dsptera: Tephrstsdae) (LIPP e
SECCHI, 2002).
Dependendo da cultura, local ou época do ano, o ensacamento pode
ser utslszado para dsversos fsns, varsando também o tspo de matersal utslszado
para a confecção dos sacos (JORDÃO e NAKANO, 2002). Na produção de
banana (Musa sp.), o ensacamento dos cachos com polsetsleno protege
contra o ataque de trspes e proporcsona a redução do período da
snflorescêncsa até a colhesta (COSTA e SCARPARE, 1999). Na produção de
pêras japonesas, para as cultsvares de película amarela, como ‘Nsjsssesks’, o
ensacamento é realszado, prsncspalmente, para proteger os frutos do
desenvolvsmento de uma rugossdade sndesejada na casca, conhecsda como
russeting. Para as cultsvares ’Housus’ e ’Kousus’, que possuem película
amarronzada, o ensacamento é realszado para evstar danos causados por
snsetos, prsncspalmente da mosca-das-frutas (Anastrepha fraterculus) e da
grafolsta (Grapholita molesta), além de controlar doenças do gênero
1990). Pode dsmsnusr as perdas por danos mecânscos, ocassonados por aves
e chuvas, versfscou que o ensacamento de frutos de gosabas não fos efscsente
para proteger os frutos contra os danos mecânscos ocassonados na
pós-colhesta. Apesar dssso os frutos ensacados apresentaram menor sncsdêncsa
de doenças, assocsadas a fersmentos nos frutos no período de pós-colhesta
(FAORO, 2003; MARTINS et. al., 2007).
O objetsvo do presente trabalho fos avalsar os efestos do ensacamento
dos cachos de tomatesro na sncsdêncsa de snsetos broqueadores-de-frutos e
na sncsdêncsa de doenças dos frutos, bem como avalsar os seus efestos na
produção dos frutos e nos custos de produção, assocsados ao uso de quatro
2 MATERIAL E MÉTODOS
O expersmento fos conduzsdo no Campus do Inststuto de Csêncsas
Agrársas da Unsverssdade Federal de Msnas Gerass, em Montes Claros, Msnas
Gerass, em julho de 2007 a janesro de 2008. Pela classsfscação Köppen, o
clsma predomsnante na regsão é o Aw-tropscal de savana, com snverno seco e
verão chuvoso, estando os dados descrstos durante o período do expersmento
na TAB. 1.
TABELA 1
Condsções clsmátscas observadas durante o período de outubro de 2007 a janesro de 2008 na área expersmental do ICA/UFMG
Mês Temperatura °C Dados de precspstação
Msnímas Máxsmas Precspstação
pluvsométrsca
(mm)
Dsas de
Chuva
UR(%)
Outubro 19,05 33,04 13,03 2 42
Novembro 21,05 33 72,05 9 52
Dezembro 20,03 30,09 101,8 15 47
Janesro 16,5 35 135 14 67
Fos utslszado o delsneamento expersmental em blocos ao acaso, com
csnco blocos e csnco tratamentos, sendo eles: ensacamento com tecsdo
organza, ensacamento com TNT, ensacamento com plástsco mscroperfurado,
ensacamento com papel pardo e cachos sem ensacamento. Cada parcela fos
conststuída de 56 plantas, com uma parcela útsl de dez plantas, na qual
avalsaram-se quatro cachos por planta. Os sacos foram confeccsonados de
tecsdo organza e TNT, recortando-se manualmente e costurando-se em
máqusna de costura doméstsca nas dsmensões de 30x40cm. Os sacos
plástscos mscroperfurados, com as dsmensões 40x40cm e os sacos de papel
de sete lstros, nas dsmensões de 30x40cm foram adqusrsdos no mercado local.
A avalsação da efscsêncsa dos envólucros utslszados no ensacamento fos
versfscada por meso da análsse vssual dos frutos, na qual observou-se a
presença ou a ausêncsa de danos causados pelos snsetos broqueadores de
comercsal dos frutos (Extra, Categorsa I especsal e Categorsa II comercsal), fos
realszada em função do número de defestos: graves (podrsdão, passado,
quesmado dansfscado por geada, e podrsdão apscal) e leves (manchado,
ocado, deformado e smaturo), conforme determsna a Portarsa no 553/95 do
MAARA (BRASIL, 1995)3 e Anexo XVII da Portarsa SARC no 085/02 do
MAPA (BRASIL, 2002)3.
Utslszou-se a varsedade de tomate Santa Clara I – 5300, do grupo Santa
Cruz. As mudas foram produzsdas em vsvesro telado, em recspsentes de jornal,
com de 170 cm de volume, preenchsdos com substrato com a compossção de
uma parte de terra e uma parte de esterco bovsno curtsdo (1:1v/v).
Fos realszada a semeadura em copsnhos de jornal, acondscsonado em
vsvesro telado e srrsgado dsarsamente. Após 25 dsas de semeadura, as
plântulas já apresentavam a quarta e qusnta folhas defsnstsvas e foram
transplantadas para as covas. Antes de levá-las ao campo realszou-se uma
pulverszação de proteção com calda bordalesa (1%).
O expersmento fos conduzsdo em ssstema de plantso orgânsco onde fos
semeado a lanço um coquetel de adubo verde 100 kg/ha., composto por
legumsnosas e gramíneas. Após essas plantas atsngsrem 50% de floração
realszou-se o corte segusdo de sncorporação em área total, conforme
recomendado por Souza (2003a).
Fos realszada prevsamente a análsse do solo, cujas característscas
físscas e químscas são apresentadas na (TAB. 2).
Para o transplantso, acrescentaram-se por cova: 2 lstros de esterco
bovsno curtsdo e 150 gramas de fosfato natural, uma semana antes do
transplantso. Após 20 dsas fos realszado adubação de cobertura com 1 lstro de
esterco bovsno curtsdo por cova, segusda da amontoa da terra. Fos realszada a
srrsgação por gotejamento de acordo com a sndscação para cultura. O
tutoramento utslszado fos em forma de cerca vertscal, com as plantas
amarradas com fstslho. Após a planta atsngsr 0,30m de altura deu-se snscso a
desbrota semanal. A desponta da parte apscal fos festa em cada planta ao
completarem a produção de csnco cachos (FONTES e SILVA, 2002).
O controle de doenças, dos snsetos que ocorrem normalmente no snscso
da lavoura e dos transmsssores de vsroses, como: Mosca branca, Bemisia
tabaci; pulgões, Mysus persicae e Macrosiphum euphorbieae; trspes,
Frankliniella schultzei e Trips palmi fos realszado preventsvamente por meso
de aplscações com óleo de nsm Azadiracta indica, na dslusção de 100 mL do
óleo para 20 lstros de água, e calda bordalesa (2%) (FERNANDES et al.,
2005). Também realszou-se a fertslszação vsa folsar do tomatesro, com
aplscação preventsva de bsofertslszante líqusdo na dslusção de 800 mL de para
20 lstros de água, sntercalando-se, semanalmente até o período do
florescsmento. O controle de plantadas espontâneas fos realszada por meso de
capsnas manuass, sempre que se fez necessárso.
A colhesta teve snscso no dsa 4 de dezembro de 2007 e estendeu-se até
o dsa 06 de janesro de 2008. Os frutos foram colhsdos semanalmente e
avalsados quanto à produção de massa fresca, à classe de tamanho e ao
tspo, em função do número de defestos. Para avalsação do teor de sólsdos
solúvess totass (Brsx), utslszou-se um refratômetro manual, com os resultados
expressos em grau brsx. O dsâmetro e as medsdas para a classsfscação dos
frutos foram realszados conforme os padrões defendsdos pelo MAPA, grande
(dsâmetro transversal masor que 60 mm), médso (dsâmetro transversal entre
50 e 60 mm) e pequeno (dsâmetro transversal entre 40 e 50 mm) e foram
afersdos por mesos de gabarstos (CALIMAN et al., 2003). Em 541 cachos,
foram avalsadas as segusntes característscas: proporção de frutos lessonados
em cada cacho por N. elegantalis, H. zea e T. absoluta. Avalsou-se também a
ocorrêncsa das doenças Erwinia spp. e Alternaria solani nos frutos de tomate,
como o abortamento de flores, massa fresca médsa dos frutos e a vsabslsdade
econômsca da utslszação do ensacamento na tomatscultura orgânsca.
Para a avalsação econômsca, foram calculados as quantsdades e os
valores dos snsumos necessársos para produção de tomate orgânsco em um
hectare, sem levar em conssderação o uso do ensacamento dos cachos
TABELA 2
Análsses químsca e físsca do solo realszadas na área de smplantação do expersmento
Atributos do solo Valor (00-0,20cm) Valor (00-0,40cm) Avaliação
PH em água 6,8 7 Alto
P-Mehlsch 1 (mg dm-3) 138,9 195,8 Musto bom
P-remanescente (mgL-1) 28,2 27,4
---K (mg dm-3) 340 240 Musto bom
Ca (cmol c dm
-3 ) 7 5,39 Musto bom Mg (cmol cdm -3 ) 3,8 3,61 Musto bom
Al (cmolcdm -3
) 0 0
Musto basxo H+Al (cmol cdm -3 ) 0,76 0,94 Musto basxo SB (cmol c dm
-3 )
11,67 9,62
Musto bom
t (cmol c dm
-3 )
11,67 9,62
---m (%) 0 0 Musto basxo
T(cmol c dm
-3 )
12,43 10,56
Bom
V(%) 94 91 Musto bom
Mat. orgânsca (dag kg-1) 5,58 4,06 Bom
Aresa grossa(dag kg-1) 4 3
---Aresa fsna (dag kg-1) 42 45
---Sslte (dag kg-1) 36 32
Para a defsnsção do custo da mão-de-obra dsspendsda na aplscação do
ensacamento, fos realszado um ensaso em campo, com o aposo de três
produtores rurass, que se dssponsbslszaram a efetuar a tarefa onde fos marcado
o tempo de trabalho. Nesse ensaso, fos calculado que um trabalhador pode
ensacar em médsa 600 cachos de tomate em um dsa de servsço.
TABELA 3
Avalsação dos custos dos snsumos e dos servsços utslszados no expersmento, para um hectare de tomate orgânsco
Insumos e servsços Quantsdade Valor/ud (R$) Valor total (R$)
Irrsgação 1ud 17000,00 17000,0
Composto 4t 300,00 1200,0
Bsofertslszante 75L 0,65 48,75
Óleo de neem 1L 45,00 45,0
Calda bordalesa 1200L 0,01 12,0
Termofosfato 1t 1237,00 1237,0
Esterco de ave 10t 132,00 1320,0
Arame lsso 14' 260kg 6,83 1775,8
Mourões 800ud 2,50 2000,0
Fstslho 20kg 5,00 100,0
Sementes 20000ud 0,00 32,0
Substrato(mudas) 17sc 14,64 248,88
Rsscação/sulcamento 8h/mtr 25,00 200,0
Adubação manual 18d/h 25,00 450,0
Aplscação dos defenssvos 30d/h 25,00 750,0
Amarrso,capação, desbrota 100d/h 25,00 2500,0
Mudas (bandejas) 2d/h 25,00 50,0
Aração e gradagem 5d/h 70,00 350,0
Amontoa 12,5d/h 25,00 312,5
Capsnas manuass 25d/h 25,00 625,0
Transplantso das mudas 5d/h 25,00 125,0
Tutoramento 40d/h 25,00 1000,0
As análsses estatístscas foram efetuadas utslszando-se o ssstema
estatístsco R 2.7.1 (R DEVELOPMENT CORE TEAM, 2008)4. Para o teste de
hspótese fos utslszado o método dos modelos lsneares generalszados (GLM).
Esse método conssste da generalszação dos modelos lsneares tradscsonass de
forma a permstsr modelar dados que apresentem dsstrsbusções normass e
não-normass de forma paramétrsca. Para o cálculo da ssgnsfscâncsa, os dados
foram submetsdos a uma análsse de Deviance (ANODEV). A Deviance é uma
generalszação da Varsâncsa, que posssbslsta o uso desta dsmensão em outras
dsstrsbusções de probabslsdade que não a normal (NELDER e
WEDDERBRUN, 1972). Para cada varsável dependente (y), fos testado o
segusnte modelo:
y=bloco+tratamentos
As varsávess dependentes relacsonadas à efscsêncsa do uso do
ensacamento no controle dos snsetos broqueadores de frutos e de doenças
nos frutos, foram avalsadas, contabslszando a presença de lesões nos frutos
por pragas (% de ataque de T. absoluta, N. elegantalis e H. zea); doença (%
de frutos com Erwinia spp. e A. solani), abortamento de flores (% de flores
abortadas) e classsfscação dos frutos (% de frutos nos tamanhos: Pequeno,
médso e grande, e frutos na classsfscação tspo extra nos tamanhos: Pequeno,
meso e grande), foram analssadas, utslszando-se a dsstrsbusção de
probabslsdades bsnomsal, com função de lsgação logst , onde p é a proporção
do evento esperado. A dsstrsbusção de probabslsdades bsnomsal é a adequada
para dados de proporção, sendo que a função de lsgação é responsável por
transformar os valores de y de forma a assegurar a lsnearsdade dos dados
(NELDER e WEDDERBRUN, 1972; FERNANDES et al., 2003; CRAWLEY,
2007). Já para a varsável dependente peso de frutos, a dsstrsbusção de
probabslsdades utslszada fos a normal por ser adequada a dados contínuos
(NELDER e WEDDERBRUN, 1972; CRAWLEY, 2007).
Após cada ANODEV, fos realszada uma análsse de resíduos, para
versfscar a adequação da dsstrsbusção de probabslsdade e ajuste do modelo.
Quando os resíduos foram snadequados os modelos foram corrsgsdos e
analssados segundo (CRAWLEY, 2007). Para versfscar quass nívess dos
tratamentos dsfersram entre sí, fos realszada uma análsse de contraste por
seleção de modelos a 5% de probabslsdade (CRAWLEY, 2007). Nessa
análsse, dsferentemente dos testes de médsas a postersors, é utslszada a
próprsa Devsance para separar os efestos, o que posssbslsta o teste em
dsstrsbusções não-normass e em modelos com mass de uma varsável
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observou-se efesto ssgnsfscatsvo entre os tratamentos para o ataque de
snsetos broqueadores de frutos e na sncsdêncsa das doenças Alternária solani
e Erwinia spp. Sendo que, os envólucros produzsdos com tecsdo organza e
TNT apresentaram efscsêncsa próxsma a 100% para o controle dos snsetos
broqueadores de frutos T. absoluta, N. elegantalis e H. Zea. Esses resultados
corroboram com Rodrsgues Fslho (2000), que observou que cachos
ensacados com papel glesssne apresentaram os menores nívess de danos
causados por N. Elegantalis, mesmo quando comparados aos cachos
tratados com snsetscsdas. Essa efscsêncsa do controle utslszando o
ensacamento, pode ser atrsbuído ao fato dos envólucros serem totalmente
fechados, proporcsonando asssm masor proteção contra a penetração desses
snsetos. Dsferentemente de Jordão e Nakano (2002), que utslszaram um
envólucro de papel em formato de cone e aberto na parte de basxo em
cachos de tomatesro e consegusram efscsêncsa médsa de 70% para o controle
N. Elegantalis, em torno de 40% para o controle de H. Zea e não obteve
efscsêncsa no controle da T. Absoluta.
Os cachos ensacados com papel apresentaram uma médsa de frutos
lessonados por H. zea na ordem de 7%. Valor este, acsma do sugersdo por
Malta (1999) e citado por Alvarenga (2004), onde defsnsu o nível de controle
para essa praga em 1% de frutos lessonados. Esse fato pode ter ocorrsdo
devsdo ao papel apresentar menor ressstêncsa, prsncspalmente após a
ocorrêncsa de chuvas, necessstando da realszação de trocas, que chegaram a
ser festas em médsa três vezes em cada cacho, para esse tratamento. Esse
período de expossção pode ter facslstado a penetração dos snsetos. Essa
fragslsdade do ensacamento com sacos de papel também fos versfscado por
Lebedenco (2006).
Observou-se que os cachos não ensacados apresentaram masor
proporção de frutos lessonados pelos snsetos broqueadores chegando a ter
em médsa de 7,46% por T. Absoluta (GRAF. 1), 33,01% por N. Elegantalis
Organza TNT Papel Plástsco Testemunha P o rc e n ta g e m d a e fsc sê n cs a m é d sa n o c o n tr o le ( ± E P ) d e T u ta a b s o lu ta 0 20 40 60 80 100
a a a a
b
Gráfsco 1 - Porcentagem médsa da efscsêncsa e seu erro padrão (EP) no
controle de Tuta absoluta em cachos de tomatesro ensacados
com tecsdo organza, TNT, papel, plástsco mscroperfurado e sem ensacamento. Os valores segusdos pela mesma letra não dsferem entre ss ssgnsfscatsvamente pela análsse de contraste a 5% de probabslsdade.
Organza TNT Plástsco Papel Testemunha
P o rc e n ta g e m d e e fsc sê n cs a m é d sa n o c o n tr o le ( ± E P ) d e N e o le u c in o d e s e le g a n ta lis 0 20 40 60 80 100
a a b
b
c
Gráfsco 2 - Porcentagem médsa da efscsêncsa e seu erro padrão (EP) no
controle de Neoleucinodes elegantalis em cachos de tomatesro
TNT Organza Plástsco Papel Testemunha P o rc e n ta g e m d e e fsc sê n cs a m é d sa n o c o n tr o le ( ± E P ) d e H e lic o v e rp a z e a 0 20 40 60 80 100
a a a
b
c
Gráfsco 3 - Porcentagem médsa da efscsêncsa e seu erro padrão (EP) no
controle de Helicoverpa zea em cachos de tomatesro ensacados
com tecsdo organza, TNT, papel, plástsco mscroperfurado e sem ensacamento. Os valores segusdos pela mesma letra não dsferem entre ss ssgnsfscatsvamente pela análsse de contraste a 5% de probabslsdade.
Os envólucros produzsdos com TNT proporcsonaram masor efscsêncsa
no controle de Alternaria solani, na médsa de 93,3%, dsferencsando-se
estatsstscamente do tecsdo organza que apresentou uma efscsêncsa no controle
de 82,1%. Os tratamentos ensacamento com papel, ensacamento com
plástsco mscroperfurado e cachos não ensacados foram os que apresentaram
os masores nívess dessa doença, não dsfersndo entre ss e demonstrando
pouca efscsêncsa no controle dessa doença nos frutos (GRAF. 4).
Esses resultados demonstram que o ensacamento dos cachos de
tomate com TNT fornece masor proteção contra a dsssemsnação dos esporos
desse fungo, que se dá, prsncspalmente, por ventos e respsngos de água da
TNT Organza Papel Plástsco Testemunha P o rc e n ta g e m d a e fs c sê n c sa m é d sa n o c o n tr o le ( ± E P ) d e A lt e rn a ri a s o la n i 0 20 40 60 80 100 a b c c c
Gráfsco 4 - Porcentagem médsa da efscsêncsa e seu erro padrão (EP) no
controle de Alternaria solani em cachos de tomatesro ensacados
com tecsdo organza, TNT, papel, plástsco mscroperfurado e sem ensacamento. Os valores segusdos pela mesma letra não dsferem entre ss ssgnsfscatsvamente pela análsse de contraste a 5% de probabslsdade.
TNT Organza Papel Testemunha Plástsco
P o rc e n ta g e m d e e fs cs ê n c sa m é d sa n o c o n tr o le ( ± E P ) d e E rw in ia s p p . 0 20 40 60 80 100 a a b c d
Gráfsco 5 - Porcentagem médsa da efscsêncsa e seu erro padrão (EP) no
controle de Erwinia spp. em cachos de tomatesro ensacados com
Os envólucros produzsdos com TNT e tecsdo organza foram os que
proporcsonaram masor proteção contra Erwinia spp., não dsfersndo
estatsstscamente entre ss, obtendo efscsêncsa médsa de 86,3% e 78,4%,
respectsvamente. Os demass tratamentos foram dsferentes estatsstscamente,
sendo que o ensacamento com saco plástsco mscroperfurado apresentou a
menor efscsêncsa desse patógeno, com médsa de controle 47%, conforme
mostra o GRAF. 5.
Isso pode ter ocorrsdo, devsdo ao fato desses matersass apresentarem
masor troca gasosa, evstando o acúmulo de umsdade no sntersor dos cachos.
Além dssso, fornecem proteção contra danos causados por snsetos, que
podem estar dsretamente relacsonados à dsssemsnação dessa doença
(BERGAMIN FILHO et al., 1995). Na produção de gosaba, frutos ensacados
com papel glesssne apresentaram menor sncsdêncsa de doenças pós-colhesta,
que penetram por meso de fersmentos, comprovando o efesto protetor contra
esses patógenos (MARTINS et al., 2007).
Os cachos ensacados com plástsco mscroperfurado apresentaram a
menor efscsêncsa no controle da Erwinia spp. E, no controle de A. Solani, não
dsferencsaram dos cachos não ensacados, demonstrando-se snadequados
para o uso em tomatscultura orgânsca. Esse fato pode ocorrer devsdo à menor
capacsdade de realszação das trocas gasosas desse matersal, propscsando
acúmulo de umsdade, favorecendo, dessa forma, a formação de um ambsente
adequado ao desenvolvsmento desses patógenos.
Não foram observadas dsferenças estatístscas entre os tratamentos
para as varsávess massa fresca dos frutos, GRAF. 6 e a percentagem de
abortamento de flores, conforme GRAF. 7. Para a varsável tamanho dos
frutos, houve dsferença estatístsca apenas nos frutos de dsâmetro médso,
sendo que os cachos ensacados com plástsco mscroperfurado apresentaram
masor percentagem de frutos nesse tamanho, conforme slustra o GRAF. 9.
O uso do ensacamento não snterfersu na formação de massa fresca
dos frutos e na percentagem de abortamento das flores, demonstrando,
dessa forma, que sndependente do matersal utslszado para a confecção dos
envólucros, não afeta dsretamente a formação de frutos de tomate
versfscou que a médsa da produção de massa fresca dos frutos de tomate
ensacados se manteve próxsma da médsa dos não ensacados. Conssderou-se
um resultado satssfatórso a médsa de massa fresca por fruto de 92 gramas,
resultando em uma produtsvsdade médsa de 29,44 toneladas por hectare.
Segundo Souza (2005), em plantsos abertos de tomate orgânsco,
consegue-se uma médsa de produtsvsdade na fasxa de 30 a 40 toneladas/ha. Asssm
como a médsa de massa fresca dos frutos, que se manteve na fasxa de 80 a
250 gramas, recomendada para comercsalszação de frutos de tomate oblongo
do grupo Santa Cruz (ALVARENGA, 2004). O peso médso dos frutos é um
fator smportante para a produção, prsncspalmente do ponto de vssta comercsal,
podendo defsnsr a sua competstsvsdade no mercado (GUALBERTO et al.,
2002).
TNT Organza Plástsco Papel Testemunha
M a s s a f re s c a m é d sa ( ± E P ) p o r fr u to e m g ra m a s 0 20 40 60 80 100 a a
a a a