Instituto de Físia
Sobre a evolução hidrodinâmia da matéria nulear riada
em olisões de íons pesados relativístios - um estudo om
ondições iniiais utuantes
Rone Peterson Galvão de Andrade
Orientador: Prof. Yogiro Hama
Tese de doutorado apresentada ao
Instituto de Físia para a obtenção
do título de Doutor em Ciênias.
BanaExaminadora:
Prof. Dr. Yogiro Hama(USP)
Prof. Dr. Alexandre Alaron do Passo Suaide (USP)
Prof. Dr. Fernando Silveira Navarra (USP)
Prof. a
Dra. Sandra dos SantosPadula (IFT/UNESP)
Prof. Dr. Eduardo SouzaFraga (UFRJ)
À minha esposa, Thays Correia e Silva Andrade, pelo amor dediado a mim todos os dias; pela
ompreensão, paiênia, ompanheirismo e inentivo onstantes; por reonheer o valor do meu
trabalhoe por não me deixar esmoreer diantedas diuldades.
Ao professor Yogiro Hama, meu orientador, por me ensinar que devemos areditar em nossas
própriasidéias, busandosempre aperfeição emnossostrabalhos; pormeensinar omotrilharos
aminhos daFísia.
Aoprofessor Takeshi Kodamauja generosidadesempre iluminouo meu aminho.
À professora SandraPadula pelorespeito earinho om que sempreme tratou.
Aos professores João Zaneti, Luís Carlos de Menezes e Manoel Robilotta ujos ensinamentos
ontribuíramde maneira inestimávelpara minhaformação.
Aos professores Otávio Soolowski Jr. e Bernardo Tavares eao doutorando Gabriel Deniol pela
inestimávelajuda om asquestões ténias doprograma SPheRIO.
Ao doutor Fernando Gardim por ter me ajudado a testar o programa hidrodinâmio em duas
dimensões.
Aoprofessor Jorge Noronha pelas valiosassugestõese disussões queaprimoraram este trabalho.
Aosolaboradores, professores Wei-Liang Qian,Frederique Grassi eJun Takahashi.
À equipede suportee manutençãodarede de omputadores dodepartamentode Físia
Matemá-tia - professor Jorge de Lyra, Sybele Guedes e João Borges ujo trabalho foi essenial para a
realização desta tese.
Aosfunionáriosda seretaria dodepartamento de Físia Matemátia quesempre meatenderam
À minhamãe,Josinauva DuarteGalvão,aomeupai, GumerindoAlvesde Andrade,eàsminhas
irmãs Cleonie, Elaine e Isabel.
À minha faleida avó, Jovina Barreto, ujo amor dediado a mimdurante toda aminha infânia
e juventude foiessenial para minha formação.
Ao meu primo João Augusto dos Santos Andrade pela nossa amizade e pelo arinho om que
sempre metratou.
À minha sogra, Mariana de Jesus Correia e Silva, e ao meu sogro, Nilson Correia e Silva, pela
nossa amizadee peloapoioque sempremederam.
Aomeu amigo Edvaldo Cabral pelanossa longa amizade.
À minha amiga Patríia Rebello Teles pelo exemplo de dediação e perseverança, que tanto me
inspirouem momentos difíeis.
Aos meus amigos João de Oliveira Jr., Claudeníio dos Reis Ferreira e Cesar Eugênio Miltons
pelos anos extraordináriosque passamos emCuritiba.
Ao meu amigo Mário Coneição de Oliveira pelos exelentes momentos que ompartilhamos
du-rantetodoo períodode graduação e mestrado.
Aos meus padrinhos de asamento, Edna e Mário, pela nossa amizade e pelo apoio que sempre
mederam.
Aomeu amigo Edgar Zanellaporter me ajudado om osistema operaionalLinux.
Aomeu amigo Wilson Roberto quetodos osdias mereebeu om alegria; pelas nossas onversas
sobre Santose Corinthians que sempreforammuito agradáveis.
AosamigosdoInstitutode Físiaomosquaistiveoprazerdeonviverdurantetodos estesanos:
Silas Carvalho, Marelos Peres, Pedro Tavares, Helder Casa Grande, Sandro Miheletti, Laura
Paului, Maria Isabel Veras, Eder Annibale, José Edmar, Gabriel Weber, Fernanda Pinheiro,
Danillo Liarte, Cedrik Mello, Juliano Neves, Jorgivan Dias, Matthias Moeferdt, David Fogaça,
Débora Andrade, Roberto Maluf, Paula Jaramillo, Marela Gontijo, Sergio Giardino, Walney
Fernandes, Masayuki Hase, Henrique Guidi, Luas Costa, Átilla Leães, Maion Faria, William
À Universidade de São Paulo e ao Instituto de Físia que foram minha morada nesses últimos
doze anos.
Nestetrabalhousamosummodelohidrodinâmioomondiçõesiniiaisutuanteseventoaevento
para estudar alguns observáveis em olisões de íons pesados relativístios. Mostramos que a
introdução de utuações, araterizadas por tubos longitudinais de alta densidade de energia,
tornaoálulodosobserváveismais próximodos dados,emomparaçãoàabordagemtradiional,
na qual as ondições iniiais são parametrizadas através de funções suaves e simétrias. No aso
da distribuição de partíulas em função do momento transversal, observamos um aumento do
número de partíulas na região onde
pt
&
2
.
0
GeV, omo onsequênia da expansão rápida dos tubosdealtadensidadedeenergia,prinipalmenteostubospróximosàsuperfíiedamatéria,quehamamosdetubosperiférios. Noasode
v
2
emfunçãodomomentotransversal,observamosuma redução douxo elíptionamesmaregião,devidoàexpansãoisotrópiados tubosperiférios. Noaso de
v
2
emfunção da pseudo-rapidez,observamos,om o uso das ondiçõesiniiais utuantes, uma urva om um perl triangular muito próximo dos dados. No aso dafunção de orrelaçãode duas partíulas, observamos que os tubos periférios dão origem às hamadas estruturas de
Ridge. Estas estruturas representam orrelações de longo alane, nadireção longitudinal, entre
as partíulas trigger e as partíulas assoiadas. Obtivemos uma função de orrelação om três
Ridges, respetivamente, nas posições:
∆
φ
= 0
,∆
φ
∼
2
e∆
φ
∼ −
2
. Mostramos, também, que o modeloreproduz ohamadoefeitoin-plane/out-of-plane,queestárelaionado omadependêniadafunçãodeorrelaçãodeduaspartíulasemrelaçãoaoânguloazimutaldomomentodapartíula
trigger. Demodogeral,observamosque,omoajusteorretodosparâmetrosdomodelo,omopor
exemplo,adistribuiçãode densidadedeenergiainiialmédiaeatemperaturade desaoplamento,
In this work we apply a hydrodynami model with utuating initial onditions in a event by
event basis to study some observables in relativisti heavy ion ollisions. We show that the
introdution of utuations, haraterized by longitudinal high energy density tubes, turn the
omputationof theobservableslosertodata,inomparisontothe traditionalapproah,inwhih
the initialonditionsare parametrizedbyusing smoothand symmetrialfuntions. In thease of
the transverse momentum distribution,we observe anenhanement of the numberof partilesin
the regionwhere
pt
&
2
.
0
GeV, as a onsequene of the fast expansion of the high energy density tubes, mainly the tubes that are lose to the surfae of the matter, alled peripheral tubes. Inthe ase of
v
2
as a funtion of the transverse momentum, we observe a redution of the ellipti ow at the same region, due to the isotropi expansion of the peripheral tubes. In the ase ofv
2
as a funtion of the pseudorapidity, we observe, by using the utuating initial onditions,a urve with a triangular shape very lose to data. In the ase of the two partile orrelation
funtion,weobserved thattheperipheraltubesgiverise totheRidgestrutures. Thesestrutures
representa longrange orrelation,inthe longitudinal diretion,between the triggerpartilesand
theassoiatedpartiles. WegotatwopartileorrelationfuntionwiththreeRidges,respetively,
atthepositions:
∆
φ
= 0
,∆
φ
∼
2
e∆
φ
∼ −
2
. Inaddition,weshowthatthemodelreproduesthe in-plane/out-of-planeeet,whihisrelatedwiththetwopartileorrelationfuntiondependeneonthe azimuthalangleofthemomentumofthe triggerpartile. Generally,weobserved that,with
the properadjustmentof the parameters of the model,as, forexample, the averageinitialenergy
density and the freeze-outtemperature, allobservables disussed inthis thesis show areasonable
1 Introdução 8
2 Modelo hidrodinâmio 12
2.1 Equações de movimento . . . 12
2.2 Equação de estado . . . 13
2.3 Condiçõesiniiais . . . 19
2.4 Meanismode desaoplamento . . . 22
3 Métodos numérios 26 3.1 MétodoSPH. . . 26
3.1.1 Sistemade oordenadas hiperbólio emolisõesde íons pesados . . . 32
3.2 Desaoplamento noformalismo SPH . . . 34
3.3 ProgramaNexSPheRIO . . . 35
3.4 Modelo bidimensionalom uxo de Bjorken . . . 37
4 Alguns observáveis 43 4.1 Fluxo elíptio . . . 43
4.2 Correlação de duas partíulas . . . 47
5 Resultados 53 5.1 Janelasde entralidade . . . 53
5.2 Ajusteda distribuiçãode momentotransversal e pseudo-rapidez . . . 55
5.3 Fluxo elíptioe suas utuações . . . 60
5.4 Cálulosde orrelaçãode duas partíulas - efeitoRidge . . . 61
5.4.1 Colisõesentrais . . . 62
5.4.1.1 Resultados doNexSPheRIO . . . 62
5.4.1.2 Modelo de um tubo . . . 64
5.4.1.3 Variaçãodos parâmetros . . . 69
5.4.2 Colisõesperiférias - efeitoin-plane/out-of-plane . . . 74
5.4.2.1 Resultados doNexSPheRIO . . . 74
5.4.2.2 Modelo de um tubo . . . 76
5.4.3 Umaproposta para próton-próton . . . 81
5.5 Efeitodas ondiçõesiniiaisutuantes eventoaeventonadistribuiçãode momento
transversal eno uxo elíptio . . . 83
6 Conlusão 86
A Conservação da entropia 90
B Gás de bósons 92
C Limite ultra-relativístio 93
D Formulação variaional 96
E Equações de movimento no método SPH 98
Introdução
Colisões de íons pesados relativístios possibilitam o estudo do omportamento da matéria sob
ondiçõesextremasde pressãoe temperatura. Nestas olisões, umaquantidadegrandede energia
édepositadanumapequenaregiãodoespaço-tempo,atravésdatransformaçãode energiainétia
emenergia interna,dando origema formasde matériaom altíssimasdensidades de energia. Por
exemplo, nas olisões realizadas no RHIC 1
, os núleos podem alançar uma energia da ordem
de 100GeV por nuleon. Assim, numa olisão de dois núleos de ouro, a energia no entro de
massadosistemaseriadaordemde 2x197x100GeV=39.4TeV.Supondoquemetadedesta energia
seja depositada numa região om o volume da ordem do volume do átomo de ouro, teríamos
uma densidade de energia de aproximadamente
11
GeV/fm3
, ou seja, duas ordens de grandeza
maior que a densidade de energia da matéria nulear ordinária. Outro exemplo é o LHC 2
, que
iniiou suas operações no segundo semestre do ano passado. Nesta máquina, os núleos podem
alançarumaenergiade3TeVpornuleon,oquelevariaaumadensidadedeenergiatrêsordensde
grandeza maiorquea densidade de energiadamatérianulearordinária. Naturalmente, oestudo
do proesso de produção de partíulas nestas olisões é de grande interesse, pois pode revelar as
propriedadesdesta matéria.
Infelizmente, ainda não existe um formalismo que reproduza integralmente o fenmeno de
produção de partíulas nestas olisões. Usualmente, divide-se o proesso de olisão em várias
etapas e se tenta entender, separadamente, ada uma delas om a teoria ou om o modelo mais
adequado. Assim, podemos desrever o proesso de olisão de dois íons pesados relativístios da
seguinteforma: iniialmenteosnúleosinidentessemovemom veloidadepróximaàveloidade
da luz. Devido a esta veloidade, eles sofrem uma intensa ontração de Lorentz. Em olisões
omoasquesãofeitasnoRHICadimensãolongitudinaldos núleoséreduzidaporum fator
γ
da ordemde 100. Portanto,adanúleo inidentepode seronsiderado omoum disoom pequenaespessura. Durante aolisão entre osonstituintes de ada núleo inidente, uma matériade alta
densidade de energia é riada nas vizinhanças do entro de massa do sistema. Os fragmentos
que não interagiram seguem sua trajetória original, levando onsigo parte da energia iniial do
1
RelativistiHeavy-Ion Collider (noBrookhavenNationalLaboratory).
2
sistema. Devidoaoproessoomplexodeinteraçãoentreaspartíulasnestamatériareémriada,
densaequente, esperamosqueum estadodeequilíbriotérmioloalsejaalançadorapidamente 3
.
Então, osistemaseexpandede aordoomasequaçõesdahidrodinâmiarelativístia. Durantea
expansão,atemperaturaderese eolivreaminhomédioentre aspartíulas aumenta. Quandoo
livre aminhomédio é suientemente grande,da ordem das dimensões do sistema,as partíulas
esapamdouido,mantendoseusmomentosinalterados. Finalmente,aspartíulasderessonânia
sofremdeaimentoseoonjuntoompostopelaspartíulasdiretasepelasoriundasdedeaimantos
alançaos detetores guardando uma memóriados estados iniiais damatéria.
Usualmente,oálulodasprimeirasinterações,quedãoorigemàmatériainiial,éfeitoatravés
de algumgeradorde eventos, assoiadoaalgummodelomirosópiodainteraçãonestasolisões.
Em nosso aso usamos o gerador de eventos Nexus [1℄, baseado no modelo de Gribov-Regge [2℄
para olisõeshadrnias. Este programapode forneerasondiçõesiniiais paraahidrodinâmia
numa hiper-superfíiede tempoprópriodouido,para qualquer par de núleosinidentes.
Deve-seenfatizarqueoobjetivodestetrabalhonão éoestudodos modelosmirosópios,masoestudo
das onsequênias, para os observáveis, da distribuiçãode matériaobtida om estes modelos.
Para aetapa de expansãohidrodinâmiausamos aaproximação de uido ideal,a qualtem se
mostradosuienteparadesreverumasériede araterístiasdosdados. Comoébemonheido,
um dos ingredientes dos modelos hidrodinâmiosé equação de estado da matéria, que relaiona
as grandezas termodinâmiasloalmente. Usamos uma equação de estado om uma transição de
fase de primeiraordem entre a fase de plasma de quarks e gluons e afase hadrnia. Em ambas
asfases,ouidoéonsideradoomoumamisturade gasesideaisemequilíbriotérmioequímio.
Inluímos, também, uma parametrização de um ponto rítio sobre a urvade transição de fase,
o queria uma regiãode rossover naregião de pequenopotenialquímio barinio.
Na etapa de desaoplamento,naqual aspartíulas esapam douido, existe uma grande
di-uldadeparaseriar,duranteaexpansãodosistema,umatransição entreosestadostermalizados
eestadosforadoequilíbrio. Estatransição éimportante, poisaspartíulasqueesapamdouido
ertamente o fazem em regiões rarefeitas onde a hipótese de equilíbrio térmio não é razoável.
Atualmente, existem modelos que usam uma abordagem mista na qual a hidrodinâmia usual é
aoplada à equação de Boltzmann [3℄. Entretanto,este tipo de abordagemestá fora daproposta
deste trabalho. Nesta tese usamos a presrição de Cooper-Frye [4℄ para o desaoplamento. Nesta
presrição, aspartíulas são emitidasrepentinamentequando atravessam umahiper-superfíiede
temperaturaonstante.
Aideiadeonsideraramatériariadanaolisãoemequilíbriotérmioe,portanto,deusar
mé-todosestatístiosparaestudaraproduçãodepartíulasemolisõeshadrniassedeveaotrabalho
pioneirode EnrioFermi[5℄. Seumodelopreviaorretamentearelaçãoentreamultipliidade 4
ea
3
A hipótese de equilíbrio térmio é difíil de ser justiada a priori, uma vez que o número de partíulas
observadasnosexperimentosémuitopequeno(daordemdemilhares). Nestatese,nãoprouraremosjustiartal
hipótesea partirdeprimeiros prinípios. No entanto, esperamosque ela sejajustiada a posteriori, atravésdo
estudoexperimental eteóriodosobserváveis.
energiainidente, oque signiouum grandeavançopara a époa. No entanto, omodelo falhava
na previsão da abundânia relativa entre os káons e os píons. Isso oorria porque as partíulas
eram emitidas de uma matéria em repouso e exessivamente quente. Devido à altatemperatura,
as abundânias relativas eram determinadas, basiamente, pelos pesos estatístios de ada
espé-ie. Assim, eleenontrou afração 4/3 para a razãoentre o número de káons eo número de píons
(quatro tipos de káons e três de píons). Contrariamente, os dados mostravam, e ainda mostram,
queaquantidadedepíons émuitosuperioràquantidadedekáons. Alémdisso,seu modeloprevia
uma distribuição angular de partíulas isotrópia, o que, também, é uma ontradição, uma vez
que, nos experimentos, observa-se uma distribuição alongadanadireção longitudinal.
Aproveitandoa ideiainovadorade Fermia respeito doequilíbrio térmioemolisões
hadrni-as, Landau propsque o problema daabundânia relativae oproblema da distribuição angular
poderiaser resolvidosea matériasofresse uma expansãohidrodinâmiaantes daemissão de
par-tíulas[6, 7℄. Deste modo, atemperaturamais baixairiafavoreera produçãode partíulas mais
leves, ospíons,aomesmotempoqueaexpansãodouidoalongariaadistribuiçãode partíulasna
direçãolongitudinal. Apesardasuasimpliidade,omodelodeLandauaindaéabase dosmodelos
hidrodinâmiosatuais. Desde asua invenção, muitos aperfeiçoamentosforam feitos,omo
disu-timos aima, nas ondições iniiais, na equação de estado e nomeanismo de desaoplamento, o
que se deve ao giganteso avanço dos omputadores e das ténias omputaionais nos últimos
sessenta anos.
Neste trabalhovamosnos onentrar nos efeitos, emalguns observáveis, das ondiçõesiniiais
utuantes obtidasomogeradordeeventos Nexus. Emborasejaomum ousode parametrizações
suaves e simétriaspara adistribuição de matériainiial, érazoável esperar que amatériariada
numa olisão seja bastante irregular,uma vez que osnúleos são formados por um número nito
de partíulas. Mostraremos que asondições iniiaisobtidas om ogerador de eventos Nexus, de
fato, são bastante irregulares, em partiular, são araterizadas portubos longitudinais om alta
densidade de energia, também onheidos omo tubos de uxo, os quais levam a efeitos muito
interessantes na função de orrelação de duas partíulas. Notavelmente, eles dão origem, nesta
função, a uma estrutura alongada na direção longitudinal, também onheida omo Ridge. O
estudo da função de orrelação de duas partíulas, no ontexto das ondições iniiais utuantes
evento a evento, éo tema prinipaldesta tese.
Pararesolverasequaçõesdahidrodinâmiarelativístia,om ondiçõesiniiaistãoirregulares
e sem simetria, um método numério espeial foi utilizado. Este método, hamado métodoSPH
[8, 9℄, é a base do programa omputaional SPheRIO 5
[10, 11℄, desenvolvido pelo nosso grupo
de pesquisa. Chamamos de NexSPheRIO a junção dos programas Nexus e SPheRIO. Com este
programa híbrido é possível alular, para qualquer par de núleos inidentes, a distribuição de
partíulasproduzidas, nãosevalendodenenhumasimetriapré-estabeleida. Resultadosanteriores
obtidos om oprograma NexSPheRIO podem ser vistosem[11, 12, 13, 14, 15℄.
A seguir, apresentamos omo esta tese está dividida.
No apítulo 2 mostramos os aspetos básios do modelo hidrodinâmio: as equações de
mo-vimento da hidrodinâmia relativístia, a equação de estado da matéria, as ondições iniiais e
o meanismo de desaoplamento. No apítulo 3 disutimos o método SPH, para modelos
tridi-mensionais e bidimensionais. No álulo bidimensional o uxo longitudinal é do tipo invariante
de boost. No apítulo 4 apresentamos os oneitos básios do parâmetro de uxo elíptio
v
2
e da função de orrelaçãode duas partíulas, quesão os objetosde estudo destetrabalho. No apítuloModelo hidrodinâmio
2.1 Equações de movimento
Se onsiderarmosa matéria formada naolisão omo um uido ideal, as equações de movimento
são dadas por [16, 17℄:
∂ν
T
µν
= 0
(2.1)e
∂ν
(
niu
ν
) = 0 (
parai
= 1
,
2
, ..., N
)
(2.2)emque
T
µν
= (
ǫ
+
p
)
u
µ
u
ν
−
pg
µν
(2.3)
é o tensor de energia-momento. Na relação 2.3
g
µν
é a métria 1
. As quantidades
u
ν
,
ǫ
,p
,ni
são, respetivamente, a quadri-veloidade do uido, a densidade de energia, a pressão e ai-ésima densidade de arga 2
. Observe que no referenial loal, onde
(
u
ν
) = (1
,
0
,
0
,
0)
,
(
T
µν
) =
diag
(
ǫ, p, p, p
)
. A equação2.1 representa a onservação daenergiae domomento ea equação 2.2 a onservação dai-ésima arga. Por questão de simpliidade onsideraremos o número barinioomo aúnia arga onservada, assim
∂ν
(
nBu
ν
) = 0
(2.4)emque
nB
é a densidade barinia.As equações2.1e2.4formam um onjuntode 5equaçõesom 6inógnitas. Para feharmoso
sistemadeequaçõesvamosaresentaraequaçãodeestadodamatéria. Esta relaionaloalmente
as quantidades termodinâmias do uido - um exemplo seria a pressão omo uma função da
1
Usaremosaonvenção
(
g
µν
) =
diag
(1
,
−
1
,
−
1
,
−
1)
. 2densidade de energiae dadensidade barinia,
p
=
p
(
ǫ, nB
)
. Disutiremosisso naseção 2.2. Noasodeumuidoideal,umapropriedadeimportanteéaonservaçãodaentropia. Portanto,devemos enontrar que
∂ν
(
su
ν
) = 0
(2.5)emque
s
é adensidade de entropia (veja o apêndieA).2.2 Equação de estado
Nesta seção desreveremos a equação de estado que usamos para a fase de plasma de quarks
e gluons (PQG) e para a fase hadrnia (H). Vamos disutir, também, o proedimento para a
riação de uma transição de fase. Iniiaremos om uma transição de primeira ordem e mais
adiante disutiremos a parametrização de um ponto rítio sobre a linha de transição, o que dá
origem auma região de rossover no diagramade fases.
Em nosso modelo supomos que ada fase é omposta por uma mistura de gases ideais em
equilíbrio térmioe químio 3
. Então, para ada uma temosque
p
(
T, µB
) =
X
i
pi
(
T, µi
)
(2.6)om
µi
=
BiµB,
(2.7)emque
p
(
T, µB
)
eµB
são a pressão total e o potenialquímio barinioda mistura. As quanti-dadespi
(
T, µi
)
,µi
eBi
são, respetivamente, a pressão, o potenial químio e a arga barinia dai-ésima omponente damistura.No ontexto do Ensemble GrandeCannio, sabemos que
pi
(
T, µi
) =
θigi
(2
π
)
3
β
ˆ
ln
1 +
θie
β
(
µ
i
−
ε
i
(
~
k
))
d
³~k,
(2.8)om
εi
=
q
k
2
+
m
2
i
,
(2.9)em que denimos
ℏ
==1,kB
=1,θi
=
±
1
(+ para férmions e - para bósons),β
=
1
T
(é o inverso datemperatura),mi
a massa dai-ésima espéie egi
o i-ésimofatorde degeneresênia.As demais quantidades termodinâmiassão dadas, naturalmente, por:
3
ni
=
∂pi
(
T, µi
)
∂µi
T
,
(2.10)ǫi
=
−
∂
(
βpi
(
T, µi
))
∂β
λ
i
,
(2.11)e
si
=
β
(
pi
+
ǫi
−
µini
)
.
(2.12)Na relação2.11
λi
=
e
βµ
i
é afugaidade.
Pormeio das relações 2.6, 2.7e 2.10 denimos adensidade bariniada misturaomo:
nB
(
T, µB
)
≡
∂p
(
T, µB
)
∂µB
=
X
i
∂pi
(
T, µi
)
∂µB
=
X
i
Bi
∂pi
(
T, µi
)
∂µi
=
X
i
Bini.
(2.13)Integrando 2.8porpartes enontramos que:
pi
(
T, µi
) =
gi
6
π
2
ˆ
∞
0
k
4
p
k
2
+
m
2
i
1
e
β
√
k
2
+
m
2
i
−
µ
i
+
θi
dk.
(2.14)Substituindo 2.14 e2.7 narelação 2.6enontramos que:
p
(
T, µB
) =
X
i
{
férmions}
gi
6
π
2
ˆ
∞
0
k
4
p
k
2
+
m
2
i
1
e
β
√
k
2
+
m
2
i
−
B
i
µ
B
+ 1
dk
+
X
i
{
bósons}
gi
6
π
2
ˆ
∞
0
k
4
p
k
2
+
m
2
i
1
e
β
√
k
2
+
m
2
i
−
1
dk.
(2.15)Na relação 2.15 esrevemos separadamente a ontribuição dos férmions e dos bósons (note que
Bi
= 0
para osbósons).Para a fase hadrnia,temos que:
p
H(
T, µB
) =
X
i
{
férmions}
gi
6
π
2
ˆ
∞
0
k
4
p
k
2
+
m
2
i
1
e
β
√
k
2
+
m
2
i
−
B
i
µ
B
+ 1
dk
+
X
i
{
bósons}
gi
2
π
2
m
2
i
T
2
∞
X
j
=0
K
2
m
T
i
(
j
+ 1)
(
j
+ 1)
2
.
(2.16)
Na relação2.16 aontribuiçãodos bósons pode ser integradaanalitiamente(veja o apêndieB).
Para a fase de plasmade quarkse gluons, temos que:
p
PQG(
T, µB
) =
X
i
{
u,
u,
d,
d,
s,
s}
gi
6
π
2
ˆ
∞
0
k
4
p
k
2
+
m
2
i
1
e
β
√
k
2
+
m
2
i
−
B
i
µ
B
+ 1
+
gg
6
π
2
ˆ
∞
0
k
3
1
e
βk
−
1
dk
− B
.
(2.17)Na relação 2.17 estamos onsiderando apenas os quarks u, d e s e os gluons.
B
é a pressão dováuo nomodelode saolas(MITBag Model). Nestemodelo, apressãodogás dequarksegluons
é ontrabalaneada pelapressão dováuo 4
[20, 21℄.
Considerando
mu
=
md
= 0
,oqueéumaboaaproximaçãonohamadolimiteultra-relativístio, podemosreesrever 2.17 omo (veja apêndieC):p
PQG(
T, µB
) =
µ
4
B
162
π
2
+
T
2
µ
2
B
9
+
37
90
π
2
T
4
+
X
i
{
s,
s}
gi
6
π
2
ˆ
∞
0
k
4
p
k
2
+
m
2
i
1
e
β
√
k
2
+
m
2
i
−
B
i
µ
B
+ 1
dk
− B
.
(2.18)Na região de oexistênia das fases devemos ter que:
p
H(
T, µB
) =
p
PQG(
T, µB
)
.
(2.19)Aequação2.19 deneumaurvaquedivideoplano
(
µB, T
)
emduas regiões,omoémostrado na Figura 2.1. A região do diagramaondep
H
(
T, µB
)
> p
PQG(
T, µB
)
é a fase hadrnia 5e a região
onde
p
H(
T, µB
)
< p
PQG(
T, µB
)
é afase de plasma de quarks e gluons.0
0.5
1
1.5
2
µ
0
0.04
0.08
0.12
0.16
0.2
T (GeV)
(GeV)
B
PQG
H
Figura2.1: diagramade fasesno plano
(
µB, T
)
.Na seção 2.1 menionamos que a equação de estado deveria ser aresentada ao onjunto de
equações2.1 e 2.4de modoaeliminaruma inógnitaexedente. De fato,para ambas asfases, as
relações:
4
Usamos
B
= 380
MeV/fm3
.
nB
=
nB
(
T, µB
) =
X
i
Bini
(
T, BiµB
)
(2.20)e
ǫ
=
ǫ
(
T, µB
) =
X
i
ǫi
(
T, BiµB
)
(2.21)podem ser invertidas obtendo-se:
T
=
T
(
ǫ, nB
)
(2.22)e
µB
=
µB
(
ǫ, nB
)
.
(2.23)Então, a pressão total pode ser dada omo uma função da densidade de energia e da densidade
barinia,
p
=
p
(
ǫ, nB
)
, o quefehao sistemade equações.Para obtermos as equações invertidas 2.22 e 2.23 sobre a urva de transição de fase, um
proedimentoadiionaléneessário. Observequenodiagrama2.1ambasasfasesestãoemontato
atravésdaurvadetransição2.19. Entretanto,mapeandooplano
(
T, µB
)
noplano(
ǫ, nB
)
,através das relações 2.20 e 2.21, enontramos que a fase de plasma não está mais em ontato om a fasehadrnia existindo entre elas uma região não mapeada. Esta é hamada de fase mista. Então,
para enontrarmoso ponto
(
T, µB
)
, sobre aurvade transição,assoiando aum ponto(
ǫ, nB
)
na fase mista,fazemos oseguinte mapeamento:s
=
s
PQG
(
T, µB
)
−
s
H(
T, µB
)
n
PQGB
(
T, µB
)
−
n
H
B
(
T, µB
)
nB
−
n
HB
(
T, µB
)
+
s
H(
T, µB
)
.
(2.24)Na Figura2.2 mostramos o diagramade fases noplano
(
nB, s
)
.0
0.4
0.8
1.2
1.6
2
n (fm )
0
4
8
12
s (fm )
-3
B
-3
PQG
Mista
H
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
155
160
T (MeV)
Até o momento, onstruímos uma equação de estado para a matéria formada na olisão om
umatransiçãode primeiraordementre afasede plasmade quarksegluonseafasehadrnia. No
entanto,estudos de QCD narede [22, 23℄ indiama existêniade um ponto rítiosobre a urva
de transição. Assim, na região de pequeno número barinioa transição seria do tipo rossover
(veja Figura2.3).
0
0.5
1
1.5
2
µ
0
0.04
0.08
0.12
0.16
0.2
T (GeV)
(GeV)
B
PQG
H
µ
c
Figura 2.3: diagrama de fases no plano
(
µB, T
)
om ponto rítio.µc
é o potenial químio bariniorítio.Com a nalidade de estudar os efeitos da presença de um ponto rítio sobre a linha de
transição, introduzimos aseguinte parametrização daequação de estado[12,13℄:
P
−
P
PQGP
−
P
H=
δ
(
µB
)
(2.25)emque
δ
(
µB
) =
δ
0
exp
−
(
µB/µc
)
2
.
(2.26)Na relação 2.26
δ
0
é uma onstante eµc
é o potenial químio barinio rítio. É importante enfatizar que esta é apenas uma parametrização fenomenológia que para o nosso objetivo deestudar aexpansão hidrodinâmia douido ésatisfatória.
Resolvendo a equação 2.25 e usandoas relações termodinâmias2.11, 2.12 e 2.13,temos que:
P
=
λP
H+ (1
−
λ
)
P
PQG+
q
2
δ
(
P
PQG−
P
H)
2
+ 4
δ
,
(2.27)nB
=
λn
H+ (1
−
λ
)
n
PQG−
2 (
µB/µ
2
c
)
δ
q
(
P
PQG−
P
H)
2
+ 4
δ
ǫ
=
λǫ
H+ (1
−
λ
)
ǫ
PQG−
2
1 + (
µB/µc
)
2
δ
q
(
P
PQG−
P
H)
2
+ 4
δ
(2.29)
e
s
=
λs
H+ (1
−
λ
)
s
PQG(2.30)
om
λ
≡
1
2
1
−
P
PQG−
P
H/
q
(
P
PQG−
P
H)
2
+ 4
δ
.
(2.31)NaFigura2.4mostramosadensidadedeenergia(relação2.29),adensidadedeentropia(relação
2.30) e a pressão (relação 2.27), dadas em função da temperatura, para três valores de potenial
químio barinio. As linhas traejadas orrespondem à equação de estado sem ponto rítio
(
δ
0
= 0
)easlinhasontínuasàequaçãodeestadoompontorítio(δ
0
6
= 0
). Comoesperado,para uma equação de estado om transição de primeira ordem as quantidades extensivas apresentamumadesontinuidadenatemperaturade transição. Com aintroduçãodopontorítioatransição
de fase se torna ontínua e lisa na região de pequeno número barinio(
µB
.
0
.
2
GeV). Observe que onforme o potenial químio barinio aumenta, ou de forma equivalente onformeδ
→
0
, reupera-se a transição de primeiraordem.Na Figura2.5 mostramos a razão
s/ǫ
e a pressão, dadas em função da densidade de energia, paratrês valoresde potenialquímiobarinio. Introduzindo-seopontorítioobservamosduasmudanças -na regiãode pequeno potenialquímiobarinio(
µB
.
0
.
2
GeV).A primeiraéquea razãos/ǫ
sofreumaumento,oque impliaemum aumentodadensidadede partíulasdouido6
.
A segundaéque ogradientede pressãonafasemistadeixade ser nulo, indiandoqueaexpansão
douido oorresempre de forma aelerada.
Nesta tese usamos a equação de estado om ponto rítio. Um estudo dos efeitos do ponto
rítio sobre osobserváveis é feitoem [12, 13℄.
Figura2.5: urvasde
s
ǫ
(
ǫ
)
ep
(
ǫ
)
obtidaspormeiodaequaçãodeestadoom pontorítio(linhas ontínuas) e sem ponto rítio(linhas traejadas) [12, 13℄.2.3 Condições iniiais
As ondições iniiais para as equações da hidrodinâmia 2.1e 2.2 são dadas pelotensor
energia-momento no referenial loal
(
T
µν
) =
diag
(
ǫ, p, p, p
)
, pelaquadri-veloidade do uidou
µ
e pelas
densidades de argas onservadas
ni
(por exemplo, arga elétria, número barinio, estranheza et.), todas essas grandezas aluladas no tempo iniialτ
=
√
t
2
−
z
2
, que é o tempo,
suposta-mente, neessário para que a matériaalaneum estado de equilíbriotérmio loal 7
.
Na abordagem hidrodinâmia tradiional as ondições iniiais são funções simétrias e lisas,
parametrizadas de forma onveniente, o que orresponderia a uma média do estado iniial das
quantidades hidrodinâmias que araterizam a matéria térmia formada na olisão. Portanto,
nesta abordagem, o álulo de um observável deve ser entendido omo um valormédio assoiado
6
Noasodeumuidoidealonstituídodepíons,podemosonsiderarque
ρ
≈
αs
,emqueρ
édensidadedepíonse
α
éumaonstante[7℄. Lembre-seque,emolisõesdeíonspesados,ospíonssãoagrandemaioriadaspartíulasobservadas. Seamassadospíons fordesprezível,
α
= 45
ζ
(3)
/
2
π
4
≈
0
.
278
[11℄. 7auma erta lassede eventos 8
-esolhidos, porexemplo, de aordoom oparâmetro de impato.
Assim,não selevaemonta,noálulohidrodinâmio,osefeitos dasutuaçõesquepossamsurgir
nas ondições iniiais de ada evento. Este método, que hamaremos de álulo om ondições
iniiais médias,pode ser representado daseguinte forma[11℄:
h
CI
i ≡
N
ev
X
j
=1
wj
(
CI
)
j
→ hOi
,
(2.32)emque
Nev
éonúmerode eventos,wj
éalgum peso,(
CI
)
j
éaondição iniialdoj-ésimoevento 9e
O
é alguma grandeza observável. A seta india que partindodeh
CI
i
, resolvemos as equações hidrodinâmias, alulamos a distribuição de partíulas nais (disutiremos isso na seção 2.4) e,nalmente, obtemos osobserváveis.
Uma vez que as dimensões do sistema riado na olisão são muito pequenas - ou de maneira
equivalente, onsiderando a natureza granular dos núleos inidentes - é razoável esperar que
asondiçõesiniiais
(
CI
)
j
sofram utuações onsideráveis de evento para evento, mesmoquando xamososparâmetrosdaolisãoomo,porexemplo,aenergiainidenteeoparâmetrodeimpato.É possível até que estas utuações não sejam ompletamente aleatórias mas apresentem uma
estrutura bem denida. Sendo assim, uma maneira alternativa e mais próxima do proedimento
experimental éalularoobservável
O
aada olisãoe,posteriormente, tomaroseu valormédio.Desta maneira podemos estudar os efeitos das utuações nos observáveis. Este método, que
hamaremos de álulo evento a evento, pode ser representado daseguinteforma[11℄:
N
ev
X
j
=1
wj
(
CI
→ O
)
j
=
hOi
,
(2.33)em que
(
CI
→ O
)
j
é o valor do observávelO
alulado no j-ésimo evento. Note que, agora, podemosalular adispersão doobservável, ou seja,σ
2
O
=
N
ev
X
j
=1
wj
(
CI
→ O
)
j
− hOi
2
.
(2.34)Para obtermos asondiçõesiniiais
(
CI
)
j
,evento a evento, éneessário adotaralgum modelo mirosópioque dê ontadas interaçõesomplexasentre as partíulasque onstituema matérianulear formada na olisão. Um destes modelos é o Nexus[1℄. Este gerador de eventos pode
forneerotensorenergia-momento
T
µν
,asdensidadesde orrentebarinia
j
µ
B
,de estranhezaj
µ
S
e de argaj
µ
Q
,emadapontodoespaço,notempopróprioτ
=
√
t
²−
z
²∼
1fm,paraqualquer parde núleos inidentes 10
. Na Figura 2.6 mostramos a distribuição de densidade de energia iniial,
8
Nestetextoumeventosigniaumaolisãoentredoisnúleos.
9
Aondiçãoiniial
(
CI
)
j
,assoiadaaoj-ésimoevento,representaoestadoiniialdasgrandezashidrodinâmias, taisomo: densidadedeenergia,densidadebarinia,veloidadedouidoet.10
Em nosso modelo usamos, em ada evento, adensidade de energia
ǫ
, adensidade barinian
B
e a quadri-veloidadeu
ν
forneidaspelo programaNexus. Atravésda equação deestado da matériaalulamos apressão,
p
=
p
(
ǫ, n
B
)
, e, assim, onstruímos o tensor energia-momento térmioT
µν
= (
ǫ
+
p
)
u
µ
u
ν
−
pg
µν
para uma olisãoentralAu+Au om energiainidentede 200AGeV,alulada om ogerador de
eventos Nexus [1℄. No gráo à esquerda mostramos a distribuição no plano transversal
ηs
= 0
11e no gráo à direita a distribuição no plano longitudinal
y
= 0
. Na Figura 2.7 mostramos a distribuição de veloidadeiniial para o mesmoevento.1
4
7
10
13
16
19
22
25
28
−8
−4
0
2
4
6
8
−8
−6
−4
−2
0
2
4
6
8
1
4
4
4
7
7
7
7
10
10
13
13
13
13
16
16
16
16
19
22
X [fm]
Y [fm]
[GeV/fm
3
]
η
s
=
0
1
4
7
10
13
16
19
22
25
28
−8
−4
0
2
4
6
8
−6
−4
−2
0
2
4
6
1
4
7
7
10
10
13
13
16
16
19
19
22
25
X [fm]
η
s
[GeV/fm
3
]
y = 0
Figura 2.6: distribuição de densidade de energia iniial, para uma olisão entral Au+Au om
energiainidentede200AGeV,aluladaomogeradordeeventosNexus[1℄. Nográoàesquerda
mostramosadistribuiçãonoplanotransversal
ηs
= 0
enográoàdireitaadistribuiçãonoplano longitudinaly
= 0
.Figura2.7: distribuiçãodedensidadedeenergiaeveloidadeiniialparaomesmoeventomostrado
naFigura 2.6.
Vemos nestes gráos que a distribuição de densidade de energia iniial, alulada om o
programa Nexus, éaraterizadapelapresença de estruturas em formade tuboslongitudinais de
alta densidade de energia, hamados de tubos de uxo. A quantidade de tubos bem omo suas
propriedades-oraio, aenergiaeaposiçãonoplanotransversal-variamaleatoriamentede evento
barinia
j
µ
B
=
n
B
u
µ
noinstante iniialτ
= 1
fm. 11Avariável
η
s
=
1
2
ln
t
+
z
t
−
z
para evento. Portanto,a utuaçãogerada om oprograma Nexus não é ompletamentealeatória
mas surge emforma de tubos longitudinais.
Ostubosde uxo(ou strings)representam umaparametrizaçãodoshamadossoft partons,os
quais não podem ser tratadosde modo perturbativo. O objetivo desta parametrização é estimar
a ontribuição destespartons para a distribuiçãode densidade de energia iniialdo sistema[1℄.
A m de ilustrar adisussão sobre ondiçõesiniiais médias,mostramos na Figura2.8a
den-sidade de energia iniial média, no plano transversal
ηs
= 0
(esquerda) e no plano longitudinaly
= 0
(direita),para olisõesAu+Au om energiainidentede 200AGeV.Nesta médiaonsidera-mosdezmileventosomparâmetrodeimpatoentre 5.9e7.6fm. Observequeaestrutura tubular
desaparee, aose alulara média.
0.05
1.55
3.05
4.55
6.05
7.55
9.05
10.55
12.05
−8
−4
0
2
4
6
8
−8
−6
−4
−2
0
2
4
6
8
0.05
1.55
3.05
4.55
6.05
7.55
9.05
10.55
X [fm]
Y [fm]
[GeV/fm
3
]
η
s
=
0
0.05
1.55
3.05
4.55
6.05
7.55
9.05
10.55
12.05
−8
−4
0
2
4
6
8
−6
−4
−2
0
2
4
6
0.05
0.05
1.55
1.55
1.55
3.05
4.55
6.05
7.55
9.05
10.55
X [fm]
η
s
[GeV/fm
3
]
y = 0
Figura2.8: densidade de energia iniialmédia, noplano transversal
ηs
= 0
(esquerda) e noplano longitudinaly
= 0
(direita),paraolisõesAu+Auomenergiainidentede200AGeV.Nestamédia onsideramos dez mileventos om parâmetro de impato entre 5.9e 7.6fm.Oobjetivoprinipaldestatese éexplorarasonsequênias,para osobserváveis, das estruturas
tubulares que araterizam as ondições iniiais do gerador de eventos Nexus. Mostraremos que
os efeitos destas utuações sempre vão no sentido de aproximar os resultados dos dados. Em
partiular, mostraremos que os tubos longitudinais estão intimamente relaionados om o efeito
RidgeobservadonaorrelaçãodeduaspartíulasparaolisõesAu+Aua200AGeVepróton-próton
a 7.0TeV.
2.4 Meanismo de desaoplamento
Omeanismode desaoplamentomais omum emmodeloshidrodinâmiosé dadopelapresrição
si-Figura2.9podemosveruma ilustraçãodestasituação. Observeque asisotermassão
irunferên-ias entradas naorigem.
0
X
Y
T
fo
Figura2.9: expansãoradialde um uidonoplano
(
x, y
)
. Asisotermassão irunferênias entra-das na origem.Conforme osistema expande ese tornamais frio,o livreaminhomédio
l
, entre as partíulas que formam ouido, aumenta. Quandol
setorna suientemente grande, osistema, queera um uido,transforma-seemum onjunto departíulas livres. Chamamoseste proessodedesaopla-mento. Para se obter a distribuição de momento das partíulas livres (ou partíulas emitidas do
uido),as seguintes aproximações são amplamenteempregadas (presrição de Cooper-Frye [4℄):
1. Dene-se uma temperatura de desaoplamento
Tf o
, de modo que o livre aminho médio, nesta temperatura, sejada mesmaordem de grandeza das dimensõesdo sistema12
.
2. Considera-se que uma partíulado uido se torna livrequando elaatravessa a isoterma de
temperatura
Tf o
em direçãoà regiãode baixatemperatura.A isotermade temperatura
Tf o
é obtida,para ada instantede tempo, através daondição:T
(
t, x, y
) =
Tf o,
(2.35)emqueafunção
T
(
t, x, y
)
éobtidapormeiodasoluçãodasequaçõesdahidrodinâmiarelativístia (vejaseção2.1). Arelação2.35deneumasuperfíiede temperaturaonstanteΣ
. Umailustraçãodesta superfíie, para o aso disutido aima, enontra-se na Figura 2.10. Note que dentro da
superfíie as partíulas têm omportamento hidrodinâmio e depois de atravessá-la tornam-se,
repentinamente, livres.
12
NomodelohidrodinâmiodeLandau, paraolisõespróton-próton,atemperaturade desaoplamentofoi
Nossoobjetivoagoraéalularonúmerototaldepartíulasemitidas. Paraissodevemosontar
onúmerodepartíulasqueatravessaaisoterma
Tf o
,emdireçãoàregiãodebaixatemperatura,em todos os instantes de tempo. Esta ontagem pode ser feitaalulando-se ouxo, na superfíieΣ
,daslinhasde universodas partíulasdouido(Figura2.10). Paraisso, devemosfazerasseguintes
observações:
d
σ
µ
d
σ
µ
k
k
µ
k
µ
µ
Fluido
l
Part culas livres
Σ
x
y
t
B
A
C
Figura 2.10: superfíie de temperatura onstante
Σ
. A linha ontínua, entre os pontos A e C, representaalinhadeuniverso deuma partíuladouido. ApósapartíulaatravessarasuperfíieΣ
,seu momentonão émais alterado.1. Se o vetor normal à superfíie
dσµ
for do tipo tempo (Figura 2.10, ponto A), o uxo de linhas de universo oinideom o númerode partíulas emitidas. Note que,neste ponto,aspartíulas estão sempresaindo do uido,isto é,
k
µ
dσµ
>
0
.
2. Se o vetor normal à superfíie
dσµ
for do tipo espaço (Figura 2.10, ponto B), o uxo de linhasde universo nãooinide, neessariamente,om onúmerode partíulasemitidas. Issooorre porque algumaspartíulas podem estarretornando parao uido 13
,ou seja,podemos
ter
k
µ
dσµ
<
0
.
Para fazermos os álulos, vamos onsiderar uma situação mais geral na qual a expansão oorre
emtrês dimensões. Assim,
Σ
éuma hiper-superfíienoespaço-tempo, obtida pelaondição:T
(
t, x, y, z
) =
Tf o.
(2.36)Uma vez que emada ponto dahiper-superfíie
Σ
existe equilíbriotérmio loal, a densidadede partíulas num ponto arbitráriode
Σ
édada por:13
n
=
ˆ
f
(
T
(
~x
)
, µ
(
~x
)
, k
ν
uν
(
~x
))
d
3
~k
(2.37)
emque
f
(
T
(
~x
)
, µ
(
~x
)
, k
ν
uν
(
~x
)) =
g
(2
π
)
3
1
exp [(
k
ν
uν
(
~x
)
−
µ
(
~x
))
/T
(
~x
)]
∓
1
.
(2.38)Narelação2.38
uν
(
~x
)
éaquadri-veloidadedouido,~x
= (
t, x, y, z
)
éumpontonahiper-superfíieΣ
eg
é o fator de degeneresênia da partíulaem onsideração. O sinal positivo está assoiadoaos férmions e onegativo aos bósons.
A partir de 2.37 podemos esrever que:
dn
=
f
(
T
(
~x
)
, µ
(
~x
)
, k
ν
uν
(
~x
))
d
3
~k.
(2.39)
Denimos a densidade de orrente de partíulas
j
µ
de modoque:
dj
µ
=
k
µ
E
dn.
(2.40)Narelação2.40
E
=
k
0
éaenergiadapartíula. Substituindo2.39em2.40edepoisintegrando,
temos:
j
µ
=
ˆ
f
(
T
(
~x
)
, µ
(
~x
)
, k
ν
uν
(
~x
))
k
µ
E
d
3
~k.
(2.41)
Com isso, onúmero de partíulas emitidas é dadopor
N
=
ˆ
Σ
j
µ
dσµ,
(2.42)ouseja,
N
=
ˆ
ˆ
Σ
f
(
T
(
~x
)
, µ
(
~x
)
, k
ν
uν
(
~x
))
k
µ
E
dσµd
3
~k.
(2.43)
Finalmente, através da relação 2.43, esrevemos a distribuição de momento das partíulas
emitidasda seguinte forma:
E
dN
d
3
~k
=
g
(2
π
)
3
ˆ
Σ
k
µ
dσµ
exp [(
k
ν
uν
(
~x
)
−
µ
(
~x
))
/T
(
~x
)]
∓
1
.
(2.44)A relação 2.44 é onheida omo fórmula de Cooper-Frye[4℄. Na seção 3.3, disutiremos, no
Métodos numérios
3.1 Método SPH
O Método SPH 1
é a ferramenta básia que usamos para resolver as equações de movimento do
uido. Suaformulaçãoéfeitaemtermos doprinípiovariaional. Assim, iniiamosom a
formu-lação lagrangianada hidrodinâmiarelativístia[10, 24℄. Tal formulaçãoé dada pelaação
I
=
−
ˆ
ǫ
(
nB, s
)
√
−
gd
4
x
(3.1)e pelas equaçõesde vínulo:
(
nBu
ν
)
;
ν
=
√
1
−
g
∂ν
√
−
gnBu
ν
= 0
,
(3.2)(
su
ν
)
;
ν
=
√
1
−
g
∂ν
√
−
gsu
ν
= 0
(3.3)e
u
ν
uν
= 1
.
(3.4)
Naequação3.1,
ǫ
éadensidadede energiadouido,noreferenialpróprio,x
= (
x
0
, x
1
, x
2
, x
3
)
éa
oordenada generalizada,
g
é odeterminante damétria(
gµν
)
e√
−
g
é o determinantedamatrizjaobiana. As equações 3.2e3.3representam, omosabemos, aonservação donúmero barinio
e daentropia. A equação3.4 éa ondição de normalizaçãodaquadri-veloidade douido.
Neste formalismovamos onsiderar somenteas métriasom a seguinte forma:
(
gµν
) =
g
00
0
0
−
g!
,
(3.5)emque
−
g é aparte espaialdo tensor (umamatriz 3x3).1
Naturalmente, a i-ésima omponenteda veloidade é dadapor:
v
i
=
u
i
u
0
,
(3.6)emque
u
0
=
γ
éo fatorde Lorentz generalizado.
Usando as relações 3.4, 3.5e 3.6enontramos que:
γ
=
q
1
g
00
−
[
~v
]
T
g
~v
.
(3.7)A notação
[
~v
]
Tindia quedevemos transpor ovetor
~v
.Aapliaçãodoprinípiovariaionalàação3.1-sobosvínulosdadospelasequações3.2,3.3e
3.4-levaàsequaçõesdahidrodinâmiarelativístiaparaumsistemadeoordenadas generalizado
[24℄. No aso emque
(
gµν
) =
diag(1
,
−
1
,
−
1
,
−
1)
obtemos aequação 2.1(veja oapêndie D). Uma vez que denimos oformalismo lagrangianodahidrodinâmiarelativístia,vamos agoraintroduzir os oneitos do métodoSPH. A idéia básia deste método éparametrizar a densidade
das grandezas extensivas,que estão assoiadas aalguma arga onservada, daseguinte forma 2
:
a
∗
(
~x, τ
) =
X
j
αj
W
(
~x
−
~xj
(
τ
) ;
h
)
(3.8)em que
a
∗
(
~x, τ
)
é a densidade daarga
A
, vista de um referenial xo, eτ
=
x
0
é o tempo. A
quantidade
αj
é umaonstanteeW
(
~x
−
~xj
(
τ
) ;
h
)
é umafunção positivaqueemnossaversão do métodotem as seguintes propriedades:W
(
~x
−
~xj
(
τ
) ;
h
) =
W
(
~xj
(
τ
)
−
~x
;
h
)
,
(3.9)ˆ
W
(
~x
−
~xj
(
τ
) ;
h
)
d
3
~x
= 1
(3.10)e
lim
h
7→
0
W
(
~x
−
~xj
(
τ
) ;
h
) =
δ
3
(
~x
−
~xj
(
τ
))
.
(3.11)O parâmetro
h
é a largura dafunção. Na Figura 3.1mostramos dois exemplos dafunçãoW
. A oordenadanesteasopartiular éarapidezespaialηs
,queestáassoiadaàdireçãolongitudinal. As urvassão funções gaussianas.Devemos observar que devido ao uso da propriedade 3.10, para a normalização de
W
, a den-sidadea
∗
não é,neessariamente, uma densidade volumétria. Assim, vamos deniraquantidade
˜
a
∗
de modoque:
˜
a
∗
=
√
a
∗
−
g
=
d
A
√
−
gd
3
~x
.
(3.12)Narelação3.12estamosimpondo,impliitamente,queadimensãode
αj
éadimensãodaargaem onsideração. Notequeoelementode volumed
3
~x
deveser orrigidopelomódulododeterminante
jaobiano para que
˜
a
∗
seja uma densidade volumétria 3
.
-2
-1
0
1
2
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
W( - ; h)
h
h
1
2
η
η
s
sj
s
η
η
-
sj
Figura 3.1: exemplos da função
W
. A oordenada neste aso partiular é a rapidez espaialηs
, que está assoiada à direção longitudinal. As urvas são funções gaussianas. Quanto menor é ovalor de
h
, mais detalhada éa desrição daevolução hidrodinâmia.Naturalmente, a transformação dadensidade de argaé dada por:
˜
a
∗
(
~x, τ
) =
γa,
(3.14)
emque
a
éadensidadedaargaA
noreferenialloal. Usando arelação3.12podemosreesrever 3.14 omo:a
∗
(
~x, τ
) =
√
−
gγa,
(3.15)
o queoneta, diretamente, adensidade própria om aparametrização (ou interpolação) 3.8.
Am deganharalgumaintuiçãoarespeitodométodoSPH,vamosalularaquantidadetotal
de
A
através daparametrização 3.8. Então,A
total=
ˆ
a
∗
(
~x, τ
)
d
3
~x
=
ˆ
γa
√
−
gd
3
~x
=
X
j
αj
ˆ
W
(
~x
−
~xj
(
τ
) ;
h
)
d
3
~x
=
X
i
αi.
(3.16)3
Demaneiraompatível,poderíamosdenirque:
ˆ
W
(
~x
−
~x
j
(
τ
) ;
h
)
√
−
gd
3
~x
= 1
,
(3.13)oquetornariaaquantidade
a
∗
uma densidadevolumétria. Entretanto, emálulosusandoométodoSPHnãoé
Na relação3.16 a laro que troamoso uido ontínuopor um onjunto de partíulas e ada
uma delas arrega uma porção
αj
da quantidade extensivaA
. Chamamos essas partíulas de partíulasSPH.Deve-seenfatizarquenestemétodoasoordenadasnãoestãoxasnumretiulado,mas se movemjuntamente om o uido.
A propriedade fundamental da parametrização 3.8 é assegurar a onservação loalde
A
, nãoimportando omo as partíulas SPH se movemno espaço-tempo. Para ver isso, devemos derivar
a densidade
a
∗
emrelação aotempo
τ
. Assim,∂
∂τ
a
∗
(
~x, τ
) =
−
X
j
αj
d ~
xj
dτ
· ∇
W
(
~x
−
~xj
(
τ
) ;
h
) =
−∇ ·
X
j
αj
d ~
xj
dτ
W
(
~x
−
~xj
(
τ
) ;
h
)
.
(3.17)Considerando quea veloidadedo uido noponto
(
~x, τ
)
, nestaparametrização, é dada por~v
(
~x, τ
) =
1
a
∗
(
~x, τ
)
X
j
αj
d ~
xj
dτ
W
(
~x
−
~xj
(
τ
) ;
h
) =
~
Ja
(
~x, τ
)
a
∗
(
~x, τ
)
,
(3.18)emque
Ja
~
(
~x, τ
)
é adensidade de orrente, a equação 3.17 pode ser reesrita daseguinte forma:∂
∂τ
a
∗
(
~x, τ
) =
−∇ ·
(
a
∗
(
~x, τ
)
~v
(
~x, τ
))
.
(3.19)
Substituindo a relação 3.15 em 3.19 enontramos, nalmente, a equação de ontinuidade da
arga 4
A
, ouseja,∂ν
√
−
gau
ν
= 0
.
(3.20)Este resultado sugere asseguintes parametrizações:
n
∗
B
(
~x, τ
) =
X
j
βj
W
(
~x
−
~xj
(
τ
) ;
h
)
(3.21)e
s
∗
(
~x, τ
) =
X
j
νj
W
(
~x
−
~xj
(
τ
) ;
h
)
,
(3.22)emque
βj
eνj
sãoasporçõesde númerobarinioedeentropia,arregadaspelaj-ésimapartíula SPH. Deste modo, garantimos que as equações de onservação 3.2 e 3.3 sejam satisfeitas poronstrução. Isso émuito onveniente poisparametrizando a ação 3.1emtermos das oordenadas
das partíulas SPH podemos apliar o proedimento variaional a esta ação sem nos preoupar
om as equações de vínulos.
Antes, porém, um omentário sobre a parametrização 3.22 deve ser feito. Em uidos ideais,
omomostramos noapêndie A,aentropia seonservaloalmentedurante aevolução
hidrodinâ-4
Devemosassegurar,emnossomodelo,aondição: