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Percepções sobre o erro de medicação: análise de respostas da equipe de enfermagem.

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Academic year: 2017

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PERCEPÇÕES SOBRE O ERRO DE MEDI CAÇÃO: ANÁLI SE DE

RESPOSTAS DA EQUI PE DE ENFERMAGEM

Elen a Boh om ol1 Lais Helena Ram os2

O er r o d e m ed icação é d ef in id o com o q u alq u er er r o n o p r ocesso d e p r escr ição, d isp en sação ou adm in ist r ação de m edicam en t os, poden do ou n ão t r azer con seqü ên cias adv er sas. Nest e est u do, de car át er descr it iv o e ex plor at ór io, são av aliados quat r o cenár ios, com sit uações da pr át ica de enfer m agem . O gr upo profissional foi const it uído por 256 pessoas e foram analisados 89 quest ionários. Foram com paradas as respost as

dadas pelos en fer m eir os com as dos t écn icos e au x iliar es de en fer m agem n as qu ais dev er iam opin ar se as sit uações r epr esent av am ou não um er r o de m edicação, se hav ia necessidade de not ificação ao m édico e do pr eenchim ent o de um r elat ór io de ocor r ências. Os r esult ados dem onst r ar am unifor m idade nas r espost as, que t r aduziam dúv idas se a sit uação er a um er r o ou não e quais m edidas dev er iam ser t om adas, ev idenciando a

necessidade de discut ir o t em a dent r o das inst it uições.

DESCRI TORES: er r os de m edicação; fat or es desen cadean t es; en fer m agem ; qu alidade

PERCEPTI ONS ABOUT MEDI CATI ON ERRORS: ANALYSI S OF

ANSW ERS BY THE NURSI NG TEAM

Med icat ion er r or is d ef in ed as an y t y p e of er r or in t h e p r escr ip t ion , t r an scr ip t ion , d isp en sin g an d

adm inist r at ion pr ocess w hich could br ing about ser ious consequences or not . This descr ipt iv e and ex plor at or y st udy assesses four scenarios showing sit uat ions from nursing pract ice. The st udy group was com posed of 256 professionals and 89 quest ionnaires were analyzed. The answers given by t he regist ered nurses were com pared wit h t hose of licensed pract ical nurses and care aids. They should express t heir opinion if t he sit uat ions represent ed

a m edicat ion error or not , if it had t o be com m unicat ed t o t he physician or an incident report had t o be writ t en. The t w o gr oups show ed unifor m answ er s. They ex pr essed t he sam e doubt s t o label t he sit uat ion as an er r or an d w h ich m easu r es sh ou ld be t ak en , su ggest in g t h e n eed f or f u r t h er discu ssion on t h e m at t er w it h in t h e inst it ut ion.

DESCRI PTORS: m edicat ion er r or s; pr ecipit at ing fact or s; nur sing; qualit y

PERCEPCI ONES ACERCA DE LOS ERRORES DE MEDI CACI ÓN: ANÁLI SI S DE

RESPUESTAS DEL GRUPO DE ENFERMERÍ A

El er r or de m edicación se define com o cualquier er r or en el pr oceso de pr escr ipción, dispensación o adm in ist r ación de u n a m edicación , pu dien do o n o t r aer con secu en cias ser ias. En est e est u dio, de car áct er

d escr ip t iv o y ex p lor at or io, son ev alu ad os cu at r o escen ar ios con sit u acion es d e p r áct ica d e en f er m er ía. El gr upo pr ofesional fue const it uido de 256 per sonas y fuer on est udiados 89 cuest ionar ios. Fuer on com par adas las r espuest as dadas por los enfer m er os con las de t écnicos y auxiliar es de enfer m er ía que deber ían opinar si las sit uaciones r epr esent aban o no un er r or de m edicación, si había necesidad de not ificación al m édico o de

com plet ar u n in f or m e de ocu r r en cias. Los r esu lt ados dem ost r ar on u n a u n if or m idad en las r espu est as, qu e t r adu cían du das si la sit u ación er a u n er r or o n o, y cu ales m edidas deber ían ser t om adas, ev iden cian do la necesidad de discut ir el t em a dent r o de las inst it uciones.

DESCRI PTORES: er r or es de m edicación ; fact or es desen caden an t es; en fer m er ía; calidad

1 Enferm eira, Mestre em Enferm agem , Docente do Centro Universitário São Cam ilo, e- m ail: ebohom ol@denf.epm .br; 2 Enferm eira, Doutor em Saúde

(2)

I NTRODUÇÃO

D

i sco r r e r so b r e e r r o , co m o e p o r q u e acon t ece, sej a n a ár ea da saú de ou em qu alqu er ou t r a, n ão é f alar ap en as d e q u est ões d a m en t e hum ana, m as, t am bém , analisar e com pr eender as cir cu n st ân cias ex t er n as e f at or es am b ien t ais q u e p r o p i ci a m o e r r o . Sã o e ssa s ci r cu n st â n ci a s, conhecidas com o “ erros latentes”, que criam condições propícias para que os indivíduos errem e devem ser consideradas com o im portantes e serem estudadas( 1). O erro é definido com o “ o at o ou efeit o de er r ar ; j u ízo f also; desacer t o, en gan o; in cor r eção, inexat idão, desvio do bom cam inho, desregram ent o, falt a”( 2). Na visão dos est udiosos da Qualidade, erro é qualquer desvio em relação ao nível de atendim ento das necessidades pact uado ent r e o for necedor e o client e( 3).

Os riscos para a ocorrência de erros existem e d ev em ser ex am in ad os. Há cau sa d e m or t es e dan os em r azão de er r os, in clu siv e, in f elizm en t e, dent ro de inst it uições hospit alares. Dent re um leque de est udos sobr e er r os na ár ea da saúde, os er r os de m edicação ch am am a at en ção e são pon t o de i n t e r e sse d e m u i t o s p e sq u i sa d o r e s v i st o se r e m co n si d e r a d o s f r e q ü e n t e s d e n t r o d o s h o sp i t a i s, podendo ocasionar danos ao pacient e e aum ent o do cust o das int ernações hospit alares( 4). Est im a- se que 2% dos pacientes adm itidos nos hospitais am ericanos sofrem danos à sua saúde em virt ude dos erros de m edicação e cada erro result a em cust o adicional de cer ca de cin co m il dólar es, ex clu in do as qu est ões legais( 5).

O er r o d e m ed icação é q u alq u er er r o n o processo de prescrição, dispensação ou adm inistração d o s m e d i ca m e n t o s, p o d e n d o o u n ã o t r a ze r conseqüências adv er sas( 6).

O Nat ional Coordinat ing Council for Medicat ion Er r or Repor t in g an d Pr ev en t ion, fundado em 1995, n o s Est a d o s Un i d o s d a Am é r i ca , co n se l h o q u e represent a os consum idores, provedores de cuidados à saúde, m édicos e instituições, indústria farm acêutica e órgãos fiscalizadores, define o erro de m edicação com o “ qualquer ev ent o pr ev isív el que pode causar ou conduzir ao uso inadequado do m edicam ent o ou risco ao pacient e, enquant o o m edicam ent o est á sob o con t r ole d o p r of ission al d a saú d e, p acien t e ou consum idor. Tais event os podem est ar r elacionados à prát ica profissional, aos produt os para saúde, aos p r oced im en t os e sist em as, in clu in d o: p r escr ição;

co m u n i ca çã o d a o r d e m ; r ó t u l o , e m b a l a g e m e nom enclat ur a dos pr odut os; pr epar o; dispensação; distribuição; adm inistração; educação; m onitoram ento e uso”( 7).

Os e r r o s p o d e m se r ca t e g o r i za d o s d e diversas form as, no ent ant o, a Am er ican Societ y of H e a l t h - S y s t e m Ph a r m a c i s t s d e se n v o l v e u u m a t ax on om ia par a su a classif icação con sider an do os t i p o s, ca u sa s, l o ca l d e o co r r ên ci a , cl a ssi f i ca çã o t erapêut ica do m edicam ent o envolvido e o result ado ao pacient e, perm it indo pesquisas, análises efet ivas e com parações de dados. Apresent a um a list a dos doze erros m ais com uns, com o erros de prescrição, e r r o s d e o m i ssã o , e r r o s d e h o r á r i o , e r r o s d e adm in ist r ação de u m a m edicação n ão au t or izada, er r o s d e d o se, er r o s d e ap r esen t ação , er r o s d e preparo, erros de técnica de adm inistração, erros com m edicam ent os det eriorados, erros de m onit oram ent o, er r os em r azão da ader ência do pacient e e out r os erros não enquadrados acim a( 8).

Os erros de m edicação est ão present es em q u alq u er et ap a d o p r ocesso, d esd e a p r escr ição, p a ssa n d o p el a p r ep a r a çã o e d i sp en sa çã o , co m o t am bém na adm inist ração e m onit oram ent o.

A et apa da adm inist ração do m edicam ent o é d e r esp o n sa b i l i d a d e d a eq u i p e d e en f er m a g em , podendo ser r ealizada pelo enfer m eir o, t écnico de e n f e r m a g e m e a u x i l i a r d e e n f e r m a g e m( 9 ). Po r conseguint e, quando ocorre um erro de m edicação, a equipe de enferm agem de algum a form a é envolvida ou , f r eq ü en t em en t e, at é r esp on sab ilizad a p or t al ev en t o.

Quando ocorre um incident e dessa nat ureza, são inúm er os os sent im ent os e em oções que um a pessoa vivencia. Alguns aut ores relat am que os m ais com uns est ão r elacionados à culpa, hor r or, t er r or, pr eocupação com os efeit os ao pacient e, per da de co n f i a n ça e m su a h a b i l i d a d e , r a i v a , v ít i m a d e cir cunst âncias e r aiv a de si pr ópr io( 1 0 ). Out r os, no ent ant o, relat am o m edo de represálias e exposição a j u l g a m e n t o s, i n i b i n d o a n o t i f i ca çã o d e ssa s sit uações( 11- 12).

(3)

not ificação, propiciar um am bient e sem punições são asp ect o s q u e d ev em ser co n si d er ad o s p ar a q u e m e d i d a s p r e v e n t i v a s se j a m i m p l a n t a d a s p a r a a prom oção de um processo cont ínuo de m elhoria de qualidade( 10- 12, 14).

OBJETI VOS

- Ver ificar j unt o à equipe de enfer m agem em que consist e um erro de m edicação, sua necessidade de n o t i f i ca çã o e p r e e n ch i m e n t o d e r e l a t ó r i o d e ocor r ências adv er sas.

- Com par ar as r espost as dos en f er m eir os com as r espost as dos t écnicos e aux iliar es de enfer m agem sobr e o seu ent endim ent o do er r o de m edicação e condut as a serem t om adas.

METODOLOGI A

Est a in v est igação car act er iza- se com o u m desen h o n ão- ex per im en t al n a cat egor ia de su r v ey

descrit iva/ explorat ória, realizada em um a inst it uição hospit alar privada na cidade de São Paulo, com 422 leit os, em nov e unidades de int er nação de clínicas m édico- cirúrgicas de pacient es adult os. O proj et o de pesqu isa foi apr ov ado pela Ger ên cia Ex ecu t iv a de Enferm agem da inst it uição e pelo Com it ê de Ét ica e Pesquisa da Universidade de afiliação das aut oras. A colet a de dados foi realizada no m ês de fevereiro de 2002.

A m e sm a f o i b a se a d a e m u m e st u d o r ealizad o em 1 9 9 9 , em u m h osp it al d os Est ad os Unidos( 11), cuj o inst r um ent o de colet a de dados foi ce d i d o p e l a s a u t o r a s n o r t e - a m e r i ca n a s co m autorização para sua adaptação à realidade brasileira. Foram cum pridas as etapas de tradução para a língua p or t u g u esa; an álise d a clar eza e ob j et iv id ad e d o co n t e ú d o p o r u m co m i t ê co m p o st o p o r q u a t r o e n f e r m e i r o s co o r d e n a d o r e s d e u n i d a d e , q u a t r o enferm eiros educadores e um farm acêut ico; análise da est rut ura por profissional est at íst ico e realização de um t est e pilot o, cuj a análise perm it iu os aj ust es finais do inst rum ent o de colet a de dados.

A população pesquisada era de profissionais do serviço de enferm agem da inst it uição, com post a por 75 enferm eiros, 38 t écnicos e 143 auxiliares de enfer m agem , t ot alizando 256 pessoas v inculadas à assist ência de enferm agem dos pacient es int ernados.

A am ost ra calculada foi de 82 profissionais, ou sej a, 32% da população. Foram excluídas as pessoas que o cu p a v a m ca r g o s d e ch e f i a o u co m a t i v i d a d e s bur ocr át ico- adm inist r at iv as.

O núm er o de quest ionár ios dist r ibuídos foi d e 1 2 4 , u t ilizan d o u m a t ab ela r an d om izad a, com ret orno de 90. Desses, um foi desprezado, pois não v e i o co m o Co n se n t i m e n t o Li v r e e Escl a r e ci d o devidam ent e assinado, t ot alizando 89 quest ionár ios est udados.

Para a análise estatística optou- se pelo teste de qui- quadrado com nível de significância de 5% e ut ilizado o soft w ar e SPSS® .

Pa r a a a p r e se n t a çã o d o s r e su l t a d o s e discussão foi realizada a caract erização dem ográfica d a a m o st r a e a n á l i se d e q u a t r o cen á r i o s, cu j a s sit uações apr esent adas podem ser encont r adas na pr át ica assist encial de enfer m agem . Par a cada um dos cenários os profissionais deveriam responder, com as opções de “ sim ” ou “ não”, a três perguntas: isto é um erro de m edicação? Deve- se not ificar o m édico? É necessário preencher o relat ório de ocorrências?

As opiniões dos profissionais de nível m édio cham ados Grupo I , que eram os técnicos e auxiliares de enferm agem , foram com paradas com as opiniões d o s p r o f i ssi o n a i s d e n ív e l su p e r i o r, q u e sã o o s enferm eiros, cham ados Grupo I I . Opt ou- se por essa a b o r d a g em a p a r t i r d a a n á l i se d a s f u n çõ es d o s profissionais que, na inst it uição pesquisada, t ant o os t écnicos com o os auxiliares de enferm agem , t inham a m e sm a a t r i b u i çã o j u n t o a o p a ci e n t e , i st o é , desenvolviam as m esm as at ividades assist enciais.

RESULTADOS E DI SCUSSÃO

A a m o st r a f o i co n st i t u íd a d e 4 9 ( 5 5 % ) au x iliar es d e en f er m ag em , 1 3 ( 1 5 % ) t écn icos d e enferm agem e 27 ( 30% ) enferm eiros.

(4)

As r espost as aos cenár ios for am dispost as nas Tabelas de 1 a 4. O p, quando significant e foi ident ificado com * e quando não significant e com o NS no final de cada tabela.

Tabela 1 - Dist ribuição das respost as dos grupos I e I I p a r a o Ce n á r i o 1 - “ A u m p a ci e n t e n ã o é adm inist r ada sua dose or al de am picilina do m eio-d ia p or q u e ele est av a em u m ex am e eio-d e r aios X durant e 3 horas”. São Paulo, 2002

s a t n u g r e

P Respostas GrupoI Grupo II X2 P

º

N % %

e d o r r e m u é o t s I ? o ã ç a c i d e m m i

S 8 15,1 8 34,8

7 0 ,

0 0,06

o ã

N 45 84,9 15 65,2

o a r a c if it o n e s -e v e D ? o c i d é m m i

S 23 44,2 12 52,2

2 6 ,

0 0,35

o ã

N 29 55,8 11 47,8

o ir á s s e c e n É o ir ó t a l e r o r e h c n e e r p ? s a i c n ê r r o c o e d m i

S 28 51,9 10 45,5

0 8 ,

0 0,40

o ã

N 26 48,1 12 54,5

p = NS

Grupo I ( n < 62) e Grupo I I ( n < 27) devido a respostas em branco no questionário.

Na Tab ela 1 , os d ois g r u p os p r of ission ais e n t e n d e r a m q u e a si t u a çã o r e p r e se n t a d a n ã o ev idenciav a um er r o de m edicação ( 84,9 e 65,2% , respectivam ente) . Na opinião dos técnicos e auxiliares de enferm agem a convicção de que não se t rat a de um erro de m edicação é ainda m ais expressiva.

Em bora não fosse considerado um erro pelos p r o f i ssi o n a i s p e sq u i sa d o s, a s o p i n i õ e s f i ca r a m p r at i cam en t e d i v i d i d as q u an t o à n ecessi d ad e d e not ificação desse ev ent o ao m édico com o t am bém se deveria ser preenchido o relat ório de ocorrências. A não adm inist ração de um m edicam ent o é um erro de m edicação, caract erizado com o um erro de om issão( 8). O m edicam ent o, nesse caso, era um ant ibiót ico e sua om issão im plica em m odificação de seu nível sérico, podendo trazer prej uízos ao paciente. Ao se reflet ir sobre essa sit uação, sobressai a q u e st ã o d e q u e m é a r e sp o n sa b i l i d a d e e m adm inist rar o m edicam ent o, um a vez que o pacient e est ava fora de sua unidade. De um m odo geral, os profissionais não m edem esforços para obedecer às norm as inst it ucionais, sobret udo no que concerne à r ealização d e p r oced im en t os n os t em p os cer t os, porém , há m om entos em que isso se torna im possível, por ex em plo, quando o pacient e não est á em seus a p o se n t o s( 1 3 ). Há , p o r t a n t o , n e ce ssi d a d e d e se esclarecer essa circunst ância j unt o aos profissionais, pr opician do con dições par a qu e os m edicam en t os sej am adm inist rados ao pacient e no t em po cert o em q u a l q u e r l u g a r q u e e l e e st e j a , d e n t r o d e u m a inst it uição hospit alar.

Tabela 2 - Dist ribuição das respost as dos grupos I e I I p ar a o Cen ár i o 2 - : Em u m a cl ín i ca ci r ú r g i ca bast ant e m ovim ent ada, quat ro pacient es receberam as suas doses int ravenosas de ant ibiót ico das 8 da m anhã, com 4 horas de at raso. São Paulo, 2002

s a t n u g r e

P Respostas GrupoI Grupo II X2 P

º

N % %

e d o r r e m u é o t s I ? o ã ç a c i d e m m i

S 36 69,2 24 92,3

2 0 ,

0 0,02*

o ã

N 16 30,8 2 7,7

o a r a c if it o n e s -e v e D ? o c i d é m m i

S 37 71,2 17 70,8

0 0 ,

1 0,59

o ã

N 15 28,8 7 29,2

o ir á s s e c e n É o ir ó t a l e r o r e h c n e e r p ? s a i c n ê r r o c o e d m i

S 48 90,6 26 100

6 1 ,

0 0,13

o ã

N 5 9,4 0 0

* significante para p < = 0,05

Grupo I ( n < 62) e Grupo I I ( n < 27) devido a respostas em branco no questionário.

O enfoque do cenário na Tabela 2 foi o atraso n a a d m i n i st r a çã o d e a n t i b i ó t i co s em v i r t u d e d a unidade estar m ovim entada e o atraso é considerado um erro de m edicação( 8). A diferença significante entre os dois grupos est á na prim eira quest ão: ist o é um erro de m edicação? Apesar das respost as t erem sido sim ( 69,2 e 92,3% , respectivam ente) , os profissionais enferm eiros, quase que em sua t ot alidade, relat aram t r at ar - se de er r o de m edicação de m odo difer ent e dos t écnicos e auxiliares.

As r espost as par a a per gunt a se o m édico deveria ser notificado, foram sim em 71,2% no Grupo I e 7 0 , 8 % n o Gr u po I I . Ch am a a at en ção qu e os profissionais enferm eiros consideraram a situação um er r o, por ém , não foi o m esm o núm er o que r efer iu que a sit uação dev er ia ser not ificada ao m édico. A lit erat ura t raz referência de condut as de aj ust es de h o r á r i o s, e m q u e o s e n f e r m e i r o s m o d i f i ca m o ap r azam en t o d os m ed icam en t os, em v ir t u d e d os a t r a so s, r o t i n a s d a u n i d a d e , r a zõ e s cl ín i ca s d o p a ci e n t e , co m r a zo á v e l cr i t é r i o d e se g u r a n ça . Cont udo, ent endem que t ais at it udes podem afet ar a ação de um ant ibiót ico ou correr o risco de realizar um a ov er dose de um det erm inado m edicam ent o( 13). Essas sit u ações d ev em ser v ist as com o f on t e d e p r eocu p ação, p ois n ão se p od e cor r ig ir u m er r o, solu cion an d o- o com ou t r o. Os p r oced im en t os d e aj ust es de horários são acordos int ernos nas equipes e que não devem ocorrer, um a vez que existem trocas d e p lan t ões, p r of ission ais r em an ej ad os d e ou t r as unidades e a docum ent ação não é t ão clara quando ocorre esse t ipo de procedim ent o.

(5)

considerem um erro a om issão de um a dose do m esm o tipo de m edicam ento. É possível, até, que haj a um a explicação ao se considerar a cult ura organizacional, porém , fica a questão, o que é um erro de m edicação?

Tabela 3 - Distribuição de respostas dos grupos I e I I para o Cenário 3 - “ Um paciente foi adm itido em sua unidade com m al asm át ico às 4 horas da m anhã do dia 25/ 12/ 01, com pr escr ição de inalação a cada 4 horas. A enferm agem não deu a dose das 4 da tarde d e st e d i a d e Na t a l p o r q u e o p a ci e n t e e st a v a dorm indo”. São Paulo, 2002

s a t n u g r e

P Respostas GrupoI Grupo II X2 P

º

N % %

e d o r r e m u é o t s I ? o ã ç a c i d e m m i

S 26 50,0 17 63,0

4 3 ,

0 0,19

o ã

N 26 50,0 10 37,0

o a r a c if it o n e s -e v e D ? o c i d é m m i

S 16 31,4 9 39,1

0 6 ,

0 0,35

o ã

N 35 68,6 14 60,9

o ir á s s e c e n É o ir ó t a l e r o r e h c n e e r p ? s a i c n ê r r o c o e d m i

S 25 49,0 16 64,0

3 2 ,

0 0,16

o ã

N 26 51,0 9 36,0

p = NS

Grupo I ( n < 62) e Grupo I I ( n < 27) devido a respostas em branco no questionário

A Ta b e l a 3 n ã o a p r e se n t o u d i f e r e n ça s significant es nas respost as dadas pelos dois grupos. Os p r o f i ssi o n a i s a p r e se n t a m - se d i v i d i d o s n o ent endim ent o se houve um erro de m edicação ( 50,0 grupo I e 63% grupo I I ) e se havia necessidade de preencher um relat ório de ocorrências. A not ificação a o m é d i co p r e ci sa r i a se r f e i t a e m 3 1 , 4 % d a s respost as do grupo I e 39,1% do grupo I I .

A polarização de quase 50% - 50% sobre se é um erro ou não, e se preenche o relat ório ou não com prova a falta de clareza no entendim ento do que é um erro e sua necessidade de notificação, segundo um relat ório form al.

Um a p o ssív el ex p l i ca çã o ser i a d e q u e o pacien t e f oi av aliado pela equ ipe de en f er m agem chegando- se à conclusão que o sono era um indicador de qu e ele n ão apr esen t av a m aior es descon for t os r espir at ór ios e que r eceber ia seu m edicam ent o ao desper t ar.

Dado os ent endim ent os par a esse cenár io, contudo, fica clara a necessidade de discussões sobre e ssa t e m á t i ca , p a r a q u e h a j a u n i f o r m i d a d e d e condut as dent ro da própria equipe de enferm agem . As respost as corroboram com achados na lit erat ura, em que o entendim ento e as notificações aos m édicos em ev en t os d essa n at u r eza en con t r am con d u t as sem elhant es às referidas nest a invest igação( 10- 11).

Tabela 4 - Dist ribuição de respost as dos grupos I e I I para o Cenário 4 - “ Um m édico prescreveu Tylex 1 com prim ido, para caso de dor no pós- operat ório. Às 4h da tarde, o paciente queixou- se de dor requisitando o m edicam ent o e foi m edicado. Às 6h30 da t arde, um segundo com prim ido foi solicit ado pelo pacient e e foi dado pelo funcionário responsável”. São Paulo, 2002 s a t n u g r e

P Respostas GrupoI Grupo II X2 P

º

N % %

e d o r r e m u é o t s I ? o ã ç a c i d e m m i

S 49 87,5 23 85,2

4 7 ,

0 0,51

o ã

N 7 12,5 4 14,8

o a r a c if it o n e s -e v e D ? o c i d é m m i

S 45 83,3 21 87,5

4 7 ,

0 0,46

o ã

N 9 16,7 3 12,5

o ir á s s e c e n É o ir ó t a l e r o r e h c n e e r p ? s a i c n ê r r o c o e d m i

S 45 84,9 21 80,8

5 7 ,

0 0,43

o ã

N 8 15,1 5 19,2

p = NS

Grupo I ( n < 62) e Grupo I I ( n < 27) devido a respostas em branco no questionário.

A Ta b e l a 4 m o st r a a d i st r i b u i çã o d a s r esp o st as d o s g r u p o I e I I e n ão ap r esen t ar am diferenças significant es, dem onst rando uniform idade n a s o p i n i õ es. Ta n t o o g r u p o I co m o o g r u p o I I en t en d er am ser u m er r o d e m ed icação ( 8 7 , 5 % e 85,2% ) , que o m édico deveria ser not ificado ( 83,3% e 87,5% ) e que seria necessário preencher o relatório de ocorrências ( 84,9% e 80,8% ) .

Esse cenário ilust ra a necessidade da equipe d e e n f e r m a g e m co n h e ce r a f a r m a co l o g i a d o m edicam ent o prescrit o. Se o m édico prescreveu um com prim ido em caso de dor e o pacient e solicit ou, a m edicam ent o deveria ser adm inist rado. Porém , com o o Ty l ex con t ém o opióide codeín a, depr essor do sist em a ner v oso cent r al( 1 5 ), a aut or ização de nov a adm inistração em período de tem po tão curto ( 2h30) dev er ia ser aut or izada pelo m édico par a gar ant ir a segurança do pacient e.

CONCLUSÃO

Dos quat ro cenários apresent ados dois deles ( cen ár ios 2 e 4 ) t iv er am r esp ost as u n ân im es ao responderem que a sit uação represent a um erro de m edicação, que o m édico deve ser com unicado e que o r el at ó r i o d e o co r r ên ci as d ev e ser p r een ch i d o , evidenciando uniform idade de ent endim ent o sobre o er r o.

(6)

am bos apresentam um erro de m edicação, as opiniões dos profissionais são divergent es. E no cenário 3 os dois gr upos t êm dúv idas se a sit uação se t r at a ou não de um erro.

Os profissionais enfermeiros tendem a valorizar m ais as circunst âncias que propiciam um erro, com o dem on st r a o cen ár io 2 , ev iden cian do qu e n ão h á uniform idade no conceito dentro da própria equipe.

Co m o a p o p u l a çã o p e sq u i sa d a e r a d e profissionais com considerável t em po de t rabalho na profissão, fica claro que a experiência não t raz t odo o conhecim ent o sobr e o t em a, com a m anifest ação de dúvidas do que consist e um erro de m edicação.

Assim , cada u m u t iliza seu s pr ópr ios j u lgam en t os p r o p i ci an d o d ef i n i çõ es su b j et i v as em r el ação ao ev en t o.

Em concordância com diversos aut ores( 10- 14), este assunto dem anda um aprofundam ento de estudos e pesquisas. Há necessidade de discussão abrangente co m o s p r o f i ssi o n ai s en v o l v i d o s n o p r o cesso d e adm inist ração de m edicação, caract erizando o que é um er r o de m edicação e as cir cunst âncias em que ocorre, perm itindo que as instituições elaborem guias ou m anuais com definições e condut as, padronizando seus t ipos de er r os e pr ov idências que dev em ser t om adas na ocorrência dos m esm os.

REFERÊNCI AS BI BLI OGRÁFI CAS

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