• Nenhum resultado encontrado

Duração do teste de germinação de Brachiaria brizantha cv. Marandu (Hochst. ex A. Rich ) Stapf

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Duração do teste de germinação de Brachiaria brizantha cv. Marandu (Hochst. ex A. Rich ) Stapf"

Copied!
56
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS

CÂMPUS DE BOTUCATU

DURAÇÃO DO TESTE DE GERMINAÇÃO DE Brachiaria brizantha cv.

MARANDU (Hochst. ex A. Rich.) Stapf.

CAROLINA MARIA GASPAR

Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp - Câmpus de Botucatu, para obtenção do título de Mestre em Agronomia (Programa de Pós-graduação em Agronomia / Agricultura).

(2)

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS

CÂMPUS DE BOTUCATU

DURAÇÃO DO TESTE DE GERMINAÇÃO DE Brachiaria brizantha cv.

MARANDU (Hochst. ex A. Rich.) Stapf.

CAROLINA MARIA GASPAR

Orientador: Profª. Drª. Cibele Chalita Martins Co -Orientador: Prof. Dr. Cláudio Cavariani

Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp - Câmpus de Botucatu, para obtenção do título de Mestre em Agronomia (Programa de Pós-graduação em Agronomia (Agricultura)).

(3)

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO – SERVIÇO TÉCNICO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO UNESP - FCA - LAGEADO - BOTUCATU (SP)

Gaspar, Carolina Maria, 1980-

G249d Duração do teste de germinação de Brachiaria brizantha cv Marandu (Hochst. ex. A. Rich) Stapf./ Carolina Maria Gaspar. –- Botucatu, [s.n.], 2005.

viii, 55 f. : gráfs., tabs.

Dissertação (Mestrado) -- Universidade Estadual

Paulista, Faculdade de Ciências Agronômicas. Orientador: Cibele Chalita Martins.

Co-orientador: Cláudio Cavariani. Inclui bibliografia.

1. Capim-braquiaria. 2. Brachiaria brizantha. 3.

Germinação. 4. Sementes. I.Martins, Cibele Chalita. II. Cavariani, Cláudio. III. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Campus de Botucatu). Faculdade de Ciências Agronômicas. III. Título.

(4)

A Deus, luz da minha vida, por me guiar e acompanhar durante toda a minha existência.

E às pessoas que, de alguma maneira, contribuíram para a realização deste trabalho, especialmente:

À Profª Drª Cibele Chalita Martins pela orientação e amizade no decorrer do curso.

Aos funcionários do Departamento de Produção Vegetal pelo auxílio durante o curso e em especial à Valéria Cristina Giandoni pela amizade.

Aos amigos Fábio Suano de Souza, Claudemir Zucarelli, Maria Filomena de Andrade Rodrigues, Alfredo Eduardo Maiorano e Magali Leonel pela colaboração indispensável.

Aos Prof. Dr. João Nakagawa e Prof. Dr. Cláudio Cavariani pela amizade e ensinamentos durante o curso.

À Profª Drª Lídia Raquel Carvalho pela grande colaboração nas análises estatísticas.

Ao Prof. Dr. Dagoberto Martins pelo auxílio e compreensão.

À Faculdade de Ciências Agronômicas – UNESP, pela oportunidade de realizar este curso.

Ao CNPq pela concessão da bolsa de estudos e incentivo à pesquisa.

Às empresas A. Maschietto, Matsuda, Naterra e Seprotec, pelo fornecimento das sementes.

Aos funcionários da Seção de Pós-graduação e Biblioteca, pela atenção e por todos os serviços que prestaram sempre de forma solícita.

Ao meu noivo, Marcelo, pelo incentivo, companheirismo, amor e compreensão nos momentos difíceis.

Ao meu irmão Henrique, pela ajuda e companheirismo.

(5)

LISTA DE TABELAS... V LISTA DE FIGURAS... VIII

RESUMO... 1

SUMMARY... 3

1 INTRODUÇÃO... 5

2 REVISÃO DE LITERATURA... 7

3 MATERIAIS E MÉTODOS... 14

3.1 Primeira etapa... 14

3.1.1 Lotes... 14

3.1.2 Teor de água... 15

3.1.3 Tempo mínimo necessário à condução do teste de germinação... 15

3.2 Segunda etapa... 16

3.2.1 Lotes... 16

3.2.2 Teor de água... 17

3.2.3 Teste de germinação... 17

3.3 Metodologia estatística... 17

3.3.1 Primeira etapa... 17

3.3.2 Segunda etapa... 19

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO... 21

4.1 Primeira etapa... 21

4.1.1 Teor de água... 21

4.1.2 Teste de germinação... 22

4.1.2.1 Análise do parâmetro α... 23

4.1.2.2 Análise do parâmetro γ... 26

4.2 Segunda etapa... 30

4.2.1 Teor de água... 30

4.2.2 Teste de germinação... 30

4.2.2.1 Porcentagem de germinação... 30

4.2.2.2 Primeira contagem do teste de germinação... 33

4.2.2.3 Plântulas anormais e sementes mortas ... 35

4.2.2.4 Sementes vivas após o término do teste de germinação... 40

4.3 Considerações finais ... 40

5 CONCLUSÕES... 42

(6)

LISTA DE TABELAS

Página

Tabela 1 Esquema da análise de variância para a estimativa de cada parâmetro para a primeira etapa do trabalho... 19

Tabela 2 Esquema da análise de variância para lotes de alto vigor, para a segunda etapa do trabalho... 19

Tabela 3 Esquema da análise de variância para lotes de médio vigor, para a segunda etapa do trabalho... 20

Tabela 4 Esquema da análise de variância para lotes de baixo vigor, para a segunda etapa do trabalho... 20

Tabela 5 Estimativas dos parâmetros, desvios-padrão, quadrado médio do resíduo (Qm res) e coeficiente de determinação (R2), referentes aos ajustes médios, segundo métodos de superação de dormência e temperaturas... 22

Tabela 6 Quadro de análise de variância referente à estimativa do parâmetro α... 25

Tabela 7 Média e desvio-padrão referentes à estimativa do parâmetro α, segundo

métodos de superação de dormência e temperaturas... 25

Tabela 8 Quadro de análise de variância referente à estimativa do parâmetro γ... 27

Tabela 9 Média e desvio-padrão referentes à estimativa do parâmetro γ, segundo

(7)

Página Tabela 10 Valores de x (dias), observados e aproximados, referentes a contagem final

do teste de germinação de sementes de B. brizantha, em função dos métodos de superação de dormência e temperaturas, a partir dos quais a diferença entre a assíntota e a função não é significativa, a 0,44% de significância... 28

Tabela 11 Dados médios de germinação (%), dos lotes de alto vigor, de sementes de B. brizantha, segundo métodos de superação de dormência e temperaturas (segunda etapa)... 31

Tabela 12 Dados médios de germinação (%), dos lotes de médio vigor, de sementes de B. brizantha, segundo método de superação de dormência e temperatura (segunda etapa)... 31

Tabela 13 Dados médios de germinação (%), dos lotes de baixo vigor, de sementes de B. brizantha, segundo métodos de superação de dormência e temperaturas (segunda etapa)... 32

Tabela 14 Dados médios de primeira contagem do teste de germinação (%), dos lotes de alto vigor, de sementes de B. brizantha, segundo métodos de superação de dormência e temperaturas (segunda etapa)... 33

Tabela 15 Dados médios de primeira contagem do teste de germinação (%), dos lotes de médio vigor, de sementes de B. brizantha, segundo métodos de superação de dormência e temperaturas (segunda etapa)... 34

(8)

Página

Tabela 17 Dados médios de plântulas anormais (%) do teste de germinação de lotes de alto vigor, de sementes de B. brizantha, segundo métodos de superação de dormência e temperaturas (segunda etapa)...

36

Tabela 18 Dados médios de plântulas anormais (%) do teste de germinação de lotes de médio vigor, de sementes de B. brizantha, segundo métodos de superação de dormência e temperaturas (segunda etapa)... 36

Tabela 19 Dados médios de plântulas anormais (%) do teste de germinação de lotes de baixo vigor, de sementes de B. brizantha, segundo métodos de superação de dormência e temperaturas (segunda etapa)... 37

Tabela 20 Dados médios de sementes mortas (%) verificadas no teste de germinação de lotes de alto vigor de sementes de B. brizantha, segundo métodos de superação de dormência e temperaturas (segunda etapa)... 38

Tabela 21 Dados médios de sementes mortas (%) verificadas no teste de germinação de lotes de médio vigor de sementes de B. brizantha, segundo métodos de superação de dormência e temperaturas (segunda etapa)... 38

(9)

LISTA DE FIGURAS

Página

Figura 1 Valores médios observados e estimados através do modelo da função de

Gompertz

Y= e

α - e (β+ γ.x), para a porcentagem de germinação para

métodos de superação de dormência (H2SO4, KNO3 e AUSENTE) e

(10)

RESUMO

O tempo recomendado pelas Regras para Análise de Sementes (R.A.S.), para a conclusão do teste de germinação de Brachiaria brizantha, é considerado longo pelos laboratórios de análise, produtores e comerciantes dessas sementes, representando um entrave na tomada de decisões relacionadas à comercialização. O presente trabalho objetivou determinar o tempo mínimo necessário à realização do teste de germinação para sementes de B. brizantha cv. Marandu (Hochst. ex A. Rich.) Stapf e determinar o método de superação de dormência e a temperatura, recomendados pelas R.A.S., que proporcionem a maior germinação no menor tempo.

A pesquisa foi conduzida em duas etapas. Na primeira, trinta lotes de sementes foram submetidos ao teste de germinação, com quatro repetições, sob duas condições de temperaturas alternadas (15-35ºC e 20-35ºC), sem (ausente) e com os seguintes métodos para a superação de dormência: umedecimento do substrato com KNO3 (0,2%) e

imersão das sementes em H2SO4 (98% 36N) por 15 minutos, seguido de lavagem em água,

(11)

experimental considerou os lotes como repetições. Na primeira etapa para cada repetição, em cada combinação de tratamento, foi realizado um ajuste não linear, no qual estimaram-se os parâmetros da função, sendo ajustada uma curva de crescimento para a determinação do tempo mínimo necessário a realização do teste de germinação. Os métodos e as temperaturas foram comparados a partir da análise de variância das estimativas dos parâmetros, em esquema fatorial (3 métodos x 2 temperaturas). Na segunda etapa utilizou-se esquema fatorial (3x2). As médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Os resultados demonstraram que o teste de germinação de B. brizantha cv. Marandu pode ser concluído em menor tempo que o recomendado pela R.A.S., independente do método de superação de dormência (H2SO4, KNO3 e ausente) e da

temperatura (15-35ºC e 20-35ºC) estudados nesta pesquisa e recomendados pelas R.A.S., para lotes de alto, médio e baixo vigor. O método de superação de dormência e a temperatura que resultaram na maior germinação em um menor tempo foram a escarificação das sementes com H2SO4 e a temperatura alternada de 20-35ºC, que possibilitaram o encerramento do teste 11

(12)

DURATION OF GERMINATION TEST OF Brachiaria brizantha CV. MARANDU (Hochst. ex A. Rich.) Stapf. Botucatu, 2005. 55p. Dissertação (Mestrado em Agronomia/ Agricultura) - Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista.

Author: CAROLINA MARIA GASPAR Adviser: CIBELE CHALITA MARTINS Co-Adviser: CLÁUDIO CAVARIANI

SUMMARY

The time recommended by the Brazilian Rules for Seed Analysis (R.A.S.) for the ending of the Brachiaria brizantha germination test, is considered long for the analysis laboratories, producers and merchants of those seeds, representing a problem in taking decisions related to commercialization. The present work had as objective to define the minimum time necessary to carry out the B. brizantha cv. Marandu (Hochst. ex. A. Rich.) Stapf. germination test and determine the dormancy breaking method and the temperature, recommended by R.A.S, that provide the largest germination in the smallest period.

The research was carried out in two parts. In the first, 30 lots of seeds were submitted to the germination test, with four replicates, under two conditions of alternated temperatures (15-35ºC and 20-35ºC), without (none) and with the following dormancy breaking methods: substrate moistened with a solution of KNO3 (0,2%) and immersion of the

seeds in H2SO4 (98% 36N) for 15 minutes, followed by a wash in water, forming 6 treatments.

(13)

carry out the germination test was adjusted. The methods and the temperatures were compared by an analysis of variance with the estimated parameters, in factorial arrangement (3 methods x 2 temperatures). The second part was analyzed by factorial arrangement (3 x 2). The means were compared by the Tukey test at 5% of probability.

The results demonstrated that the germination test of B. brizantha cv. Marandu can be concluded in a smaller time than the recommended by R.A.S., independently the dormancy breaking method (H2SO4, KNO3 and none) and temperature (15-35ºC and

20-35ºC) studied in this research and recommended by R.A.S. to high, medium and low vigor lots. The dormancy breaking method and the temperature that provided the largest germination in the smallest period was the seed scarification with H2SO4 and the alternated temperature

20-35ºC, which provided the ending of the germination test 11 days after it establishment.

________________________

(14)

1 INTRODUÇÃO

A Brachiaria brizantha cv. Marandu (Hochst. ex A. Rich.) Stapf, mais conhecida como braquiarão ou capim brizantão, destaca-se como a espécie forrageira mais plantada no país, devido à tolerância à cigarrinha das pastagens, por apresentar alta produção de massa verde, estabilidade de crescimento em todas as estações do ano, boa produção em condições de baixa fertilidade, além de alta produção de sementes viáveis (ANDRADE, 1994; SOARES FILHO, 1994; ALVIM et al., 2002).

A formação de pastagens com capim brizantão é realizada através de sementes, dessa forma é de grande importância que as sementes utilizadas apresentem boa qualidade. A avaliação da qualidade destas sementes é realizada pelo teste de germinação, que é um teste padronizado, e prescreve condições específicas de temperatura, luz, umedecimento e tipo de substrato, métodos de superação de dormência, datas e métodos de avaliação de germinação, o que permite a obtenção de resultados reproduzíveis e comparáveis entre laboratórios (MARCOS FILHO et al., 1987).

Para a realização do teste de germinação de B. brizantha, as Regras para Análise de Sementes (R.A.S.) (BRASIL, 1992) recomendam que o teste deve ser conduzido por 21 dias, podendo ser prorrogado por até 28 dias se houverem sementes não germinadas no final do período, nas temperaturas alternadas de 15-35°C ou 20-35°C, na

(15)

pré-secagem à 35-40°C por 5 a 7 dias, sendo que os dois primeiros citados são os mais utilizados

pelos laboratórios de análise de sementes, e por isso foram estudados nesta pesquisa.

O teste de germinação para sementes de B. brizantha necessita de estudos adicionais, principalmente no que se refere ao tempo previsto para a sua conclusão, pois este tempo é considerado longo, representando um problema para a comercialização dos lotes que precisam aguardar a obtenção dos resultados do teste para serem negociados. A escolha da temperatura e do método de superação de dormência, dentre os vários recomendados pelas R.A.S., também podem gerar dúvidas na condução do teste, pois podem influenciar os resultados, favorecendo ou prejudicando a germinação.

Na literatura existem trabalhos que indicam que o tempo recomendado para o teste de germinação de algumas gramíneas forrageiras pode ser diminuído, como foi constatado para sementes de Panicum maximum Jacq. (ORTOLANI e USBERTI, 1981; USBERTI, 1981), de Paspalum notatum Flügge (MAEDA e PEREIRA, 1997) e de B. brizantha (BRASIL, 1992; DIAS e ALVES, 2001a).

(16)

2 REVISÃO DE LITERATURA

O Brasil possui 100 milhões de hectares de pastagens cultivadas dos quais 70 milhões são constituídos por gramíneas do gênero Brachiaria (ALVIM et al., 2002). A importância e a expansão do plantio da B. brizantha cv. Marandu refletem-se no mercado de sementes do Estado de São Paulo (SÃO PAULO, 2002), no qual das 94.367,87 toneladas de sementes de gramíneas forrageiras comercializadas oficialmente no ano de 2002, 60% pertenciam ao gênero Brachiaria e 43% eram de B. brizantha cv. Marandu. Existem no mercado de sementes outras cultivares de B. brizantha, como a “MG4” e a “MG5 Vitória”, entretanto, a “Marandu” é a única de domínio público e representa 97% das sementes desta espécie produzidas no Estado de São Paulo.

A semeadura na formação de pastagens representa um avanço tecnológico, pois resulta na redução dos custos, agilidade operacional e qualidade de serviços (PIRES, 1997). Para otimizar esse procedimento torna-se importante a utilização de sementes de boa qualidade, com alta porcentagem de germinação e vigor (GARCIA e CÍCERO, 1992; DIAS e TOLEDO, 1993; CASTRO et al., 1994; PIRES, 1997; LAGO e MARTINS, 1998).

(17)

Esse período é considerado longo pelos laboratórios de análise, empresas, pecuaristas e agricultores que produzem e comercializam essas sementes, representando um problema para a escolha dos lotes que pretendem adquirir, pois não podem protelar sua decisão, aguardando a obtenção dos resultados do teste de germinação. Dessa forma, as decisões quanto à aquisição de lotes são baseadas na intuição e/ou experiência do comprador, ou mesmo no preço das sementes (MARCOS FILHO et al., 1987) e, mais usualmente, nos resultados do teste de tetrazólio (GERALDI JR., 1990; CASTRO et al., 1994; MARTINS e LAGO, 1996; DIAS e ALVES, 2001a, b; MARTINS et al., 2001).

Há indícios de que o tempo recomendado para o teste padrão de germinação de gramíneas forrageiras possa ser diminuído, como mostram alguns trabalhos. Nas R.A.S., no quadro de “Instruções para os Testes de Germinação de Sementes”, a B. brizantha está assinalada com a letra B, o que significa que a espécie está sendo testada no Brasil, mas a metodologia não está consagrada, sendo passível de estudos adicionais (BRASIL, 1992).

No Laboratório Central de Sementes da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) em uma análise de dados de 280 amostras de P. maximum não foram detectadas diferenças significativas entre o total de germinação aos 21 e aos 28 dias, que é o período recomendado pelas R.A.S. (ORTOLANI e USBERTI, 1981). Em outro trabalho com esta espécie, Usberti (1981) observou que aos 14 dias da instalação do teste, 95% do total de germinação apresentado aos 21 dias, já havia sido alcançado.

Maeda e Pereira (1997) verificaram que o período necessário para avaliar a germinação de Paspalum notatum pode ser reduzido de 28 para 14 dias, desaconselhando-se a prorrogação do teste por mais alguns dias, devido à proliferação de fungos e aumento da porcentagem de sementes mortas.

No Laboratório de Análise de Sementes do Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR, um estudo realizado com P. maximum e B. brizantha apresentou a conclusão de que o teste de germinação destas espécies pode ser encerrado aos sete e dez dias após a semeadura, respectivamente, sem comprometimento dos resultados (DIAS e ALVES, 2001a).

(18)

teste consegue diferenciar lotes de qualidades distintas, porém não consegue dar valores exatos a estas variações (GERALDI JR., 1990). Além disso, os resultados obtidos nos testes de tetrazólio e de germinação para as mesmas amostras de sementes, podem apresentar resultados discrepantes, principalmente quando avaliadas em laboratórios distintos, causando problemas na comercialização (ORTOLANI e USBERTI, 1981; USBERTI, 1981). Deve-se destacar ainda que o teste de tetrazólio indica apenas a vitalidade das sementes dormentes, mas não identifica o percentual de dormência de um lote, informação que só pode ser obtida através do teste de germinação (DIAS e ALVES, 2001b).

Quanto ao tempo para a obtenção de resultados, é necessário considerar que embora o teste de tetrazólio seja mais rápido que o de germinação, ele demanda maior atenção e dedicação do analista, além de conhecimento específico sobre morfologia de sementes e maior número de horas de trabalho aplicado à sua realização. Deste modo, o rendimento pessoal por analista por dia é baixo, o que resulta na necessidade de contratação de analistas somente para esta função, caso contrário, o período de espera das amostras por análise será longo (ORTOLANI e USBERTI, 1981).

Apesar do teste de tetrazólio poder ser utilizado para a comercialização de sementes de gramíneas forrageiras dos produtores para as empresas, e ser um parâmetro oficialmente aceito pelos padrões de sementes e legislação em vigor, é obrigatória a apresentação do resultado do teste de germinação junto com o Boletim de Análise de Sementes, para a comercialização da empresa para o consumidor (BRASIL, 2002).

Adicionalmente, o teste de germinação apresenta a vantagem de ser altamente padronizado, prescrevendo condições específicas de temperatura, luz, umedecimento e tipo de substrato, métodos de superação de dormência, datas e métodos de avaliação de germinação. Desta maneira, o teste permite a obtenção de resultados reproduzíveis e comparáveis entre laboratórios, o que o tornou de uso generalizado na avaliação da qualidade fisiológica das sementes (MARCOS FILHO et al., 1987).

(19)

A germinação só ocorre dentro de determinados limites de temperatura, nos quais existe uma temperatura ótima, ou faixa de temperaturas, na qual o processo ocorre com a máxima eficiência, obtendo-se o máximo de germinação no menor período possível. Sobre o total de germinação, as temperaturas maiores estimulam a germinação, até um determinado ponto, quando o efeito da temperatura se inverte e a germinação começa a decrescer. Sobre a velocidade de germinação, quanto maior a temperatura, maior a velocidade do processo, sendo que a temperatura ótima para a velocidade é sempre um pouco mais alta do que para o total de germinação. Temperaturas baixas tendem a reduzir a velocidade do processo, expondo a plântula por um maior período a fatores adversos do ambiente, o que pode levar a uma redução no total de germinação (POPINIGIS, 1985; CARVALHO e NAKAGAWA, 2000).

A maioria das gramíneas forrageiras apresenta uma reação germinativa favorável à alternância de temperatura, à semelhança do que ocorre normalmente na natureza, quando as temperaturas diurnas são maiores e as noturnas menores (CARVALHO e NAKAGAWA, 2000). A eficiência do uso de temperaturas alternadas na superação da dormência de sementes ocorre devido ao aumento na permeabilidade a gases das membranas, ocasionado pelo estresse promovido pela mudança abrupta da temperatura (DELOUCHE e BASS, 1954).

Assim, para as sementes de B. brizantha existem duas condições de temperaturas alternadas consideradas ótimas e recomendadas pelas R. A. S. para a germinação, que são 15-35ºC (15ºC por 16 horas e 35ºC por 8 horas) ou 20-35ºC (20ºC por 16 horas e 35ºC por 8 horas) (BRASIL, 1992).

Dessa forma, existem trabalhos que se utilizaram da temperatura alternada de 15-35ºC (MARTINS e LAGO, 1996; MARTINS et al., 1997; PREVIERO et al., 1997; LAGO e MARTINS, 1998; PREVIERO et al., 1998 a, b) e de 20-35ºC (GARCIA e CICERO, 1992). Entretanto, Vieira et al. (1998) testando as temperaturas de germinação de 15, 20, 25, 30, 35 e 40ºC constantes e 20-35ºC alternada para sementes de B. brizantha, observaram que tanto a porcentagem de germinação quanto a velocidade foram máximas a 30ºC, não sendo superada por nenhuma outra temperatura, nem mesmo pela temperatura alternada recomendada pelas R. A. S. (BRASIL, 1992).

(20)

conduzido sob temperatura alternada de 15-35ºC apresentou maiores valores de germinação do que o conduzido sob temperatura constante de 25ºC. Entretanto, nos primeiros 10 dias do teste, a temperatura de 25ºC proporcionou a maior velocidade de germinação. Oliveira e Mastrocola (1984), para esta mesma espécie, observaram que as sementes mais novas, que apresentavam maior dormência, germinaram melhor à temperatura de 15-35ºC do que à de 20-35ºC.

Assim, os efeitos da temperatura sobre a germinação também podem ser influenciados pela condição fisiológica da semente. Sementes recém-colhidas e com dormência, geralmente requerem temperaturas diferentes daquelas exigidas por sementes não dormentes, para alcançarem a germinação máxima. À medida que as sementes perdem essa dormência, tornam-se menos exigentes quanto à temperatura. Nas sementes deterioradas a especificidade em relação à temperatura aumenta novamente (POPINIGIS, 1985; CARVALHO e NAKAGAWA, 2000).

Além da utilização de temperaturas alternadas e de luz no teste de germinação de gramíneas forrageiras, as R. A. S. (BRASIL, 1992) também recomendam a utilização de tratamentos específicos para a superação da dormência. Para as sementes de B. brizantha, é recomendada a imersão das sementes em ácido sulfúrico (H2SO4) concentrado por

15 minutos seguida de lavagem em água, ou o umedecimento do substrato com solução de nitrato de potássio (KNO3) a 0,2%, ou ainda a pré-secagem das sementes à temperatura de

35-40°C por um período de 5 a 7 dias, em estufa com circulação de ar, sendo que este último

tratamento é pouco utilizado pelos laboratórios de análise de sementes por aumentar demasiadamente o tempo necessário para o teste de germinação.

(21)

As sementes do gênero Brachiaria apresentam dormência por não terem sido submetidas a um melhoramento genético intenso (PIRES, 1993). Sua dormência pode ser causada por fatores exógenos, como a impermeabilidade à água e ao oxigênio causada pela gluma, pálea e lema, que constituem uma barreira para a germinação; e endógenos ou fisiológicos, causada por fatores relacionados aos reguladores de crescimento da semente (GARCIA e CÍCERO, 1992; VIEIRA et al., 1999).

Muitos trabalhos discutem métodos para a superação da dormência de sementes de B. brizantha, sendo que alguns deles sugerem a escarificação com H2SO4

(CASTRO et al., 1994; USBERTI et al., 1995; MARTINS, 1999; MESCHEDE et al., 2004), enquanto outros o umedecimento do substrato com KNO3 (PREVIERO et al., 1998 a, b).

Ainda há trabalhos que recomendam a utilização destes dois tratamentos em conjunto (GARCIA e CÍCERO, 1992; MARTINS e LAGO, 1996).

Além de promover a germinação, a utilização de métodos para superar a dormência pode contribuir para aumentar a velocidade do processo, como o observado com a utilização do H2SO4, por Usberti et al. (1995), Montório et al. (1997), Martins (1999) e

Meschede et al.(2004), em sementes de B. brizantha, e por Usberti et al. (1995), em sementes de B. humidicola e P. maximum. Com a utilização de KNO3, Meschede et al. (2004)

verificaram aumento na velocidade de germinação de sementes de B. brizantha, e Martins (1996) em P. maximum.

Em alguns casos, a escarificação com H2SO4 pode não promover

acréscimo significativo na germinação de B. brizantha (DIAS e TOLEDO, 1993), ou então danificar as sementes, diminuindo a porcentagem de germinação após o armazenamento (PREVIERO et al., 1998b; MARTINS, 1999), ou prejudicando a germinação das sementes sem dormência (DIAS e ALVES, 2001a).

Nas sementes de Brachiaria humidicola (Rendle) Schweickt a utilização de H2SO4 pode não ter efeito sobre a germinação (ATALLA e TOSELLO, 1979),

ou diminuir a porcentagem de plântulas normais devido aos danos provocados nas sementes (GOEDERT, 1985; MACEDO et al., 1994; USBERTI et al., 1995).

O umedecimento do substrato com KNO3 proporciona resultados

(22)

1992; MESCHEDE et al., 2004), enquanto nas sementes de B. humidicola, o efeito do KNO3

foi diferente de acordo com a idade da semente, aumentando a germinação nas sementes novas, mas não apresentando efeito após o armazenamento (OLIVEIRA e MASTROCOLA, 1983). Para P. maximum, o tratamento com KNO3 pode proporcionar aumento na

porcentagem e na velocidade de germinação (MARTINS, 1996) ou prejudicar a germinação das sementes sem dormência (DIAS e ALVES, 2001a), dependendo do lote.

O KNO3 tem efeito na superação de dormência principalmente em

sementes de gramíneas, pois nelas a dormência seria essencialmente devida à ocorrência de substâncias fixadoras de oxigênio localizadas no complexo película - pericarpo. Dessa forma a ação do KNO3, por ser uma substância oxidante, estimularia a via pentose fosfato, dando

início às reações metabólicas que culminam no fornecimento de energia e matéria prima para o crescimento do eixo embrionário, levando a eliminação do estado de dormência desse tipo na semente (CARVALHO e NAKAGAWA, 2000).

O H2SO4 aumenta a germinação, pois a escarificação ácida, ao remover

estruturas cuticulares da lema e pálea, facilita a entrada de água e antecipa a protrusão radicular (MAROUSKY e WEST, 1988; CASTRO et al., 1994).

(23)

3 MATERIAIS E MÉTODOS

A pesquisa foi conduzida no Laboratório de Análise de Sementes do Departamento de Produção Vegetal - Setor de Agricultura da Faculdade de Ciências Agronômicas, da Universidade Estadual Paulista (UNESP), na Fazenda Experimental Lageado, em Botucatu – SP.

O trabalho foi realizado em duas etapas, como descrito a seguir:

3.1 Primeira etapa

3.1.1 Lotes

Foram utilizados 30 lotes de sementes fiscalizadas de B. brizantha cv. Marandu de diversas procedências, quais sejam:

- Lotes 1, 3 – Sementes A. Maschietto – Safra 2002 - Lote 2 – Sementes Matsuda – Safra 2002

- Lotes 4, 5, 6 – Sementes Naterra – Safra 2002 - Lote 7 – Sementes Seprotec – Safra 2002

(24)

Os lotes foram homogeneizados e, para a obtenção de sementes puras, foram submetidos ao assoprador pneumático, complementado por separação manual, e amostrados.

3.1.2 Teor de água

O teor de água foi determinado para cada lote de sementes, utilizando-se o método da estufa a 105 ± 3ºC por 24h (BRASIL, 1992), em duas subamostras de 2,0 g de

sementes, obtidas antes e após o tratamento de escarificação com H2SO4 e secagem à sombra.

3.1.3 Tempo mínimo necessário à condução do teste de germinação

Para a determinação do tempo mínimo necessário à condução do teste de germinação foram realizadas, para todos os lotes, contagens diárias do número de plântulas normais do 1º ao 28º dia após a instalação, durante o teste de germinação.

O teste de germinação foi conduzido com quatro subamostras de 100 sementes, semeadas sobre duas folhas de papel filtro umedecidas com 2,5 vezes seu peso de água destilada (BRASIL, 1992), em caixas plásticas transparentes, tipo gerbox, colocadas individualmente em sacos plásticos de 0,05mm de espessura para a manutenção da umidade do substrato (GASPAR et al., 2003). Foram consideradas plântulas normais aquelas cuja plúmula já havia ultrapassado o coleóptilo e a radícula estava com comprimento mínimo de 0,5 cm, sendo as contagens realizadas diariamente até o 28º dia após a semeadura (BRASIL, 1992).

Durante o teste de germinação as sementes foram mantidas em duas condições de temperaturas alternadas: 15-35ºC (16/8h) e 20-35ºC (16/8h), sob luz (78 µmol s-1 m-2/ 8h) e submetidas aos métodos para a superação de dormência: umedecimento do substrato com KNO3 (0,2%), escarificação ácida mediante a imersão das sementes em H2SO4 (98%

36N) concentrado p.a. por 15 minutos, seguido de lavagem rápida em água corrente e secagem à sombra e sem a utilização de método de superação (ausente), recomendados pelas R.A.S. (BRASIL, 1992), constituindo 6 tratamentos:

• H2SO4 x 15-35ºC

• H2SO4 x 20-35ºC

(25)

• KNO3 x 20-35ºC

• Ausente x 15-35ºC • Ausente x 20-35ºC

A determinação do dia para o encerramento do teste de germinação, em cada tratamento, foi realizada através da análise estatística dos dados da contagem diária do número de plântulas normais. Este dia correspondeu àquele em que o número de sementes germinadas (plântulas normais) foi estatisticamente semelhante ao observado aos 28 dias após a instalação do teste, e que as sementes remanescentes estavam mortas ou dormentes.

3.2 Segunda etapa

3.2.1 Lotes

Foram utilizados oito outros lotes de sementes fiscalizadas de B. brizantha cv. Marandu de diversas procedências, quais sejam:

- Lotes I, II, IV – Sementes Matsuda – Safra 2003 - Lotes III, V - Sementes A. Maschietto – Safra 2003 - Lote VI – Sementes Matsuda – Safra 2002

- Lote VII – Sementes Naterra – Safra 2003 - Lote VIII – Sementes Naterra – Safra 2002

Foram considerados de alto vigor os lotes I e II, com geminação acima de 80%, de médio vigor os lotes III, IV, V e VI, com germinação entre 70 e 80%, e os lotes VII e VIII de baixo vigor, com germinação abaixo de 70%.

À semelhança da primeira etapa, os lotes foram homogeneizados e submetidos a assoprador pneumático e separação manual, para a obtenção de sementes puras, e amostrados.

3.2.2 Teor de água

(26)

3.2.3 Teste de germinação

O teste de germinação foi conduzido com quatro subamostras de 100 sementes, semeadas sobre duas folhas de papel filtro umedecidas com 2,5 vezes seu peso de água destilada (BRASIL, 1992), em caixas plásticas transparentes, tipo gerbox, colocadas individualmente em sacos plásticos de 0,05mm de espessura para a manutenção da umidade do substrato (GASPAR et al., 2003). A primeira contagem foi realizada aos 7 dias após a instalação do teste e a contagem final realizada nas datas definidas na primeira etapa do trabalho para cada método de superação de dormência e temperatura estudados. As sementes foram colocadas para germinar nos mesmos 6 tratamentos utilizados na primeira etapa da pesquisa.

Para verificar a vitalidade das sementes remanescentes na contagem final do teste de germinação, na segunda etapa do experimento, foi realizado o teste de tetrazólio. As sementes foram seccionadas longitudinalmente e medianamente através do embrião e as duas metades da semente foram imersas em uma solução de tetrazólio a 0,1% e mantidas em câmara escura, a 37ºC, por 3 horas. Após esse período as sementes foram lavadas e a leitura feita imediatamente, com auxílio de lupa, classificando-se as sementes em vivas e mortas (DIAS e ALVES, 2001b).

3.3 Metodologia estatística

3.3.1 Primeira etapa

O procedimento estatístico adotado para a primeira etapa, considerou os 30 lotes como repetições, sendo utilizadas as médias das quatro subamostras de cada lote para cada método de superação de dormência (KNO3, H2SO4 e ausente) e cada condição de

temperatura alternada (15-35ºC e 20-35ºC). Para cada repetição, em cada tratamento, foi realizado um ajuste não linear, no qual se determinou as estimativas dos parâmetros da função, sendo ajustada uma curva de crescimento, ou seja, um modelo não linear para a avaliação do percentual de germinação diária.

Este modelo é representado pela função modelo de Gompertz:

(27)

tempo necessário a germinação de sementes de B. brizantha e Y é o valor da observação (CARVALHO, 1996).

O parâmetro α é apresentado na forma de exponencial (eα

), e é o valor da assíntota de Y, sendo que representa a porcentagem de germinação. O β é um parâmetro de deslocamento da curva. O parâmetro γ está vinculado a taxa de crescimento, que representa a

velocidade de germinação. Esta é uma função exponencial, monotonicamente crescente e fica entre duas assíntotas horizontais: o eixo das abscissas e a reta de ordenada eα (CARVALHO, 1996).

Através do modelo não linear estabeleceu-se o tempo necessário à condução do teste de germinação (x). Isto foi possível quando se determinou o valor a partir do qual a diferença entre a assíntota e a função estimada era igual a 0,44%, considerada como não estatisticamente significativa (CARVALHO, 1996), ou seja, a porcentagem de plântulas normais no dia x não diferente estatisticamente a 0,44% da porcentagem de plântulas normais no 28º dia após a semeadura.

Assim a equação estudada foi: e (α) – (e (α - e (β+γ. x))) –0,44 = 0, onde e(α)

é assíntota e e (α - e (β+γ. x)) é a função modelo de Gompertz.

A porcentagem de 0,44 foi escolhida como sendo estatisticamente não significativa para a diferença entre a assíntota e a função, pois segundo as R.A.S. (BRASIL, 1992) o resultado do teste de germinação deve ser expresso em números inteiros, fazendo-se a aproximação para menos quando a parte fracionária for menor que cinco décimos (0,5) e para mais quando essa fração for igual ou superior a cinco décimos. Portanto considerando-se duas casas decimais, resultados de porcentagem de germinação cuja fração for igual ou maior que 0,45 serão aproximados para cima, e, portanto considerados de valor diferente, já se a fração for igual ou menor a 0,44, serão considerados como de mesmo valor.

Os parâmetros α, β e γ da função foram substituídos na equação para o

cálculo de x.

(28)

Tabela 1 – Esquema da análise de variância para a estimativa de cada parâmetro para a primeira etapa do trabalho.

Causas de variação Graus de Liberdade

Métodos de superação de dormência (MSD) 2

Temperatura (T) 1

T x MSD 2

Resíduo 174 Total 179

3.3.2 Segunda etapa

Na segunda etapa, foram realizadas análises de variância em esquema fatorial (3x2) comparando-se os métodos de superação de dormência (KNO3, H2SO4 e

ausente) e as temperaturas alternadas (15-35ºC e 20-35ºC), para os lotes de alto vigor (2 lotes), médio vigor (4 lotes) e baixo vigor (2 lotes). Os lotes também foram considerados como repetições, sendo utilizadas as médias das quatro subamostras para cada lote. A comparação de médias foi realizada pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (Tabelas 2, 3 e 4) e os dados de porcentagem de plântulas anormais, sementes mortas e sementes vivas após o término do teste de germinação, foram previamente transformados em arcsen (x/100)1/2 (PIMENTEL - GOMES, 1973), antes das análises.

Tabela 2 – Esquema da análise de variância para lotes de alto vigor, para segunda etapa do trabalho.

Causas de variação Graus de Liberdade

Métodos de superação de dormência (MSD) 2

Temperatura (T) 1

T x MSD 2

Resíduo 6

(29)

Tabela 3 – Esquema da análise de variância para lotes de médio vigor, para segunda etapa do trabalho.

Causas de variação Graus de Liberdade

Métodos de superação de dormência (MSD) 2

Temperatura (T) 1

T x MSD 2

Resíduo 18 Total 23

Tabela 4 – Esquema da análise de variância para lotes de baixo vigor, para segunda etapa do trabalho.

Causas de variação Graus de Liberdade

Métodos de superação de dormência (MSD) 2

Temperatura (T) 1

T x MSD 2

Resíduo 6

(30)

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Primeira etapa

4.1.1 Teor de água

Os teores de água médios dos lotes da primeira etapa foram de 9,1% e 14,8%, respectivamente, antes e após a escarificação com H2SO4. Esses valores,

estatisticamente diferentes, demonstraram que as sementes escarificadas apresentaram maior teor de água.

Isso ocorreu devido à metodologia utilizada no tratamento, pois, após a escarificação e enxágüe em água corrente, as sementes foram colocadas para secar a sombra, sobre papel, por um período que variou de 3 a 4 horas. O papel ficou umedecido por absorver a água superficial da semente, e esta por sua vez, como ficou em contato com o papel umedecido, também absorveu água. Deve-se ressaltar que Marousky e West (1998), relataram que a escarificação com H2SO4 ao remover as estruturas cuticulares da lema e da pálea, pode

também facilitar a entrada de água e antecipar a germinação.

(31)

4.1.2 Teste de germinação

As estimativas dos parâmetros α, β, e γ, determinados através da

regressão não linear realizada com a média das repetições (lotes) para os resultados diários de porcentagem de germinação, encontram-se na Tabela 5.

Tabela 5 – Estimativas dos parâmetros, desvios-padrão, quadrado médio do resíduo (Qm res) e coeficiente de determinação (R2), referentes aos ajustes médios, segundo métodos de superação de dormência e temperaturas.

Métodos/ Temperatura α β γ Qm res R2

H2SO4 / 15-35ºC 4,361± 0,0044 2,892± 0,122 -0,605± 0,0232 2,086 0,997

H2SO4 / 20-35ºC 4,352± 0,0039 2,918± 0,128 -0,766± 0,0303 1,805 0,997

KNO3 / 15-35ºC 4,282± 0,0050 3,006± 0,126 -0,528± 0,0204 2,019 0,997

KNO3 / 20-35ºC 4,289± 0,0040 2,795± 0,106 -0,602± 0,0207 1,474 0,998

Ausente/ 15-35ºC 4,314± 0,0054 2,542± 0,099 -0,416± 0,0149 2,170 0,997

Ausente/ 20-35ºC 4,361± 0,0034 2,573± 0,073 -0,498± 0,0128 0,993 0,999

Os resultados do quadrado médio do resíduo (Qm res), referentes ao ajuste médio realizado para cada tratamento, apresentaram maior valor para a condição de temperatura de 15-35ºC (Tabela 5). Os valores de Qm res são os desvios dos pontos em relação à curva e estimam a variabilidade dos resíduos (CARVALHO, 1996), portanto é possível afirmar que os tratamentos que tiveram maior valor de Qm res tiveram maior erro. Assim, de forma independente dos métodos de superação de dormência, os testes de germinação conduzidos na condição de temperatura alternada de 15-35ºC apresentaram maior variância entre os resultados.

(32)

menor vigor expressassem plenamente o seu potencial germinativo, resultando na maior variância.

Os resultados das médias de germinação diária foram estimados através da função Gompertz, com a utilização dos parâmetros α, β, e γ (Tabela 5), para a

construção das curvas de porcentagem de germinação, para os métodos de superação de dormência e para as temperaturas (Figura 1).

Os valores observados estão próximos à curva dos estimados, indicando que os dados ajustaram-se a função do modelo de Gompertz (Figura 1), como pode ser observado também nos valores do coeficiente de determinação (R2), os quais foram próximos a 1,00 (Tabela 5).

4.1.2.1 Análise do parâmetro α

Os resultados da análise de variância realizada para o parâmetro α, que

representa a porcentagem de germinação, mostraram que houve diferença significativa, ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey, entre os métodos de superação de dormência, mas não entre as temperaturas, e também não foi verificada interação entre métodos e temperaturas, como pode ser observado para valores de F na Tabela 6.

(33)

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

Dias

% Germinação

H2SO4-15-35 obs

H2SO4-15-35 est

H2SO4-20-35 obs

H2SO4-20-35 est

KNO3-15-35 obs

KNO3-15-35 est

KNO3-20-35 obs

KNO3-20-35 est

AUSENT E-15-35 obs

AUSENT E-15-35 est

AUSENT E-20-35 obs

AUSENT E-20-35 est

Figura 1 – Valores médios observados (obs) e estimados (est) através do modelo da função de Gompertz

Y= e

α - e (β+ γ.x) para a

porcentagem de germinação, para métodos de superação de dormência (H2SO4, KNO3 e AUSENTE) e temperaturas

(34)

Entre os métodos, observaram-se maiores valores médios de α, os

quais, em exponencial, representam a porcentagem de germinação, para o método com H2SO4

que para o KNO3 e ambos não diferiram do ausente. Isso pode ser observado na Tabela 7,

onde a média da porcentagem de germinação para o método H2SO4 foi de 78% (exp (4,35)),

para o KNO3 de 72% (exp (4,28)) e para o ausente foi de 75% (exp (4,31)). Na Figura 1 é

possível visualizar ainda que as curvas da germinação, no 28° dia, para o método H2SO4, estão

acima das curvas do ausente e estas estão acima das curvas do KNO3.

Tabela 6 – Quadro de análise de variância referente à estimativa do parâmetro α.

Causas de Variação Graus de liberdade

Quadrado

Médio F Valor de p

Método 2 0,083700 4,41300 0,014

Temperatura 1 0,000661 0,03490 0,852

Método x Temperatura 2 0,000181 0,00952 0,991

Resíduo 174 0,019000 - -

Total 179 0,019400 - -

Tabela 7 – Média e desvio-padrão referentes à estimativa do parâmetro α, segundo métodos de

superação de dormência e temperaturas.

Temperatura (ºC)

Método 15-35 20-35

Média geral por método

H2SO4 4,35 ±0,11 4,35±0,12 4,35±0,11a1

KNO3 4,28±0,13 4,27±0,20 4,28±0,17b

Ausente 4,31±0,12 4,31±0,13 4,31±0,12ab

Média geral por temperatura

4,31±0,12 A1 4,31±0,16 A -

1

Médias seguidas da mesma letra, minúscula para métodos e maiúsculas para temperaturas, não diferem significamente ao nível de 5% de

(35)

De forma semelhante ao verificado neste trabalho, o aumento da germinação com a utilização de H2SO4 foi observado por Marousky e West (1988), Garcia e

Cícero (1992), Castro et al. (1994), Usberti et al. (1995), Martins (1999) e por Meschede et al. (2004), evidenciando que o ácido atua destruindo as glumas e glumelas das sementes, favorecendo desta forma a absorção de água pela semente e consequentemente a germinação.

No entanto, estes resultados diferem dos observados por Dias e Toledo (1993), que constataram que o H2SO4 não causou acréscimo significativo na germinação das

sementes de B. brizantha, e dos observados por Dias e Alves (2001a) que verificaram que a escarificação com H2SO4 pode prejudicar a germinação das sementes sem dormência.

O fato dos resultados de porcentagem de germinação para o ausente, não diferirem dos resultados dos métodos de superação de dormência, H2SO4 e KNO3 (Tabela

7), ocorreu pois os lotes utilizados não apresentaram uma porcentagem significativa de sementes dormentes, ou seja, a escarificação com H2SO4 não aumentou a porcentagem de

germinação se comparada com o ausenete. Provavelmente, se houvessem sementes dormentes, isso iria acontecer, como o observado por Usberti et al. (1995) e Martins (1999).

Assim sendo, embora as sementes de B. brizantha se caracterizem por apresentar dormência, isto não tem sido constatado freqüentemente em lotes comerciais dessas sementes, provavelmente devido ao tipo de colheita realizada atualmente, que é por varredura, a mais utilizada no Brasil. Neste método, as sementes produzidas pela planta amadurecem, desprendem-se da planta e se acumulam sobre a superfície do solo, sendo recolhidas por varredura. As sementes que são colhidas dessa forma estão na sua maioria maduras e não apresentam dormência (SOUZA, 1981; SOUZA, 2001).

4.1.2.2 Análise do parâmetro γ

Os resultados da análise de variância do parâmetro γ, que representa a

(36)

Tabela 8 – Quadro de análise de variância referente à estimativa do parâmetro γ.

Causas de Variação Graus de liberdade

Quadrado

Médio F Valor de p

Método 2 1,22900 38,1070 <0,001

Temperatura 1 0,54500 16,8950 <0,001

Método x Temperatura 2 0,00205 0,0636 0,938

Resíduo 174 0,03220 - -

Total 179 0,04810 - -

Entre os métodos de superação de dormência, o método com H2SO4

proporcionou maior velocidade de germinação que o KNO3 e este germinou mais rápido que o

ausente, como pode ser observado nos resultados de γ, cujo valor foi maior para o H2SO4,

seguido pelo KNO3 e pelo ausente (Tabela 9).

Os valores de x resultantes das soluções das equações ajustadas, apresentados na Tabela 10, mostram que no método com H2SO4 a contagem final poderá ser

realizada dois dias antes que para o KNO3 e cinco dias antes para o ausente. Da mesma forma

na Figura 1, foi possível observar que, comparando os métodos, o ponto máximo de germinação foi atingido em menor tempo (em dias) para o método com H2SO4.

Essa maior velocidade de germinação para o H2SO4 foi resultante do

maior teor de água inicial das sementes tratadas, já que a escarificação ácida ao remover as estruturas cuticulares da lema e da pálea, pode também facilitar a entrada de água e antecipar a protrusão radicular e conseqüentemente a germinação (MAROUSKY e WEST, 1988).

Resultados semelhantes para as sementes de B. brizantha foram constatados por Usberti et al. (1995), Montório et al. (1997), Martins (1999) e Meschede et al. (2004), que observaram aumento da velocidade de germinação das sementes escarificadas com H2SO4 em comparação com a testemunha sem tratamento. Usberti et al. (1995), também

verificaram o mesmo comportamento para sementes de B. humidicola e P. maximum.

Entre as temperaturas observou-se maior valor médio significativo estatisticamente de γ para a condição de temperatura alternada de 20-35ºC, indicando que

(37)

alternada de 15-35ºC (Tabela 9). Este fato pode ser observado também na Tabela 10, na qual, para a temperatura alternada de 20-35ºC a contagem final poderá ser realizada dois dias antes que na temperatura alternada de 15-35ºC, independente dos métodos de superação de dormência. Na Figura 1, do mesmo modo, verificou-se que os pontos máximos de germinação foram alcançados primeiro na temperatura alternada de 20-35ºC.

Tabela 9 – Média e desvio-padrão referentes à estimativa do parâmetro γ, segundo métodos de

superação de dormência e temperaturas.

Temperatura (ºC)

Método 15-35 20-35

Média geral por método

H2SO4 -0,73 ±0,22 -0,85±0,25 -0,79±0,24a1

KNO3 -0,56±0,12 -0,66±0,17 -0,61±0,16b

Ausente -0,45±0,12 -0,56±0,15 -0,51±0,15c

Média geral por temperatura

-0,58±0,20B1 -0,69±0,23A

-

1 Médias seguidas da mesma letra, minúscula para métodos e maiúsculas para temperaturas, não diferem significamente ao nível de 5% de

probabilidade pelo teste de Tukey.

Tabela 10 – Valores de x (dias), observados e aproximados, referentes à contagem final do teste de germinação de sementes de B. brizantha, em função dos métodos de superação de dormência e temperaturas, a partir dos quais a diferença entre a assíntota e a função não é significativa, a 0,44% de significância.

Temperaturas

15-35ºC 20-35ºC Métodos Valores

Observados Aproximados Observados Aproximados

H2SO4 13,34076946 13 10,55892952 11

KNO3 15,35214683 15 13,12617082 13

(38)

A maior velocidade de germinação na temperatura alternada de 20-35ºC ocorreu devido ao fato que no teste de germinação, a temperatura age sobre a velocidade de absorção de água e também sobre as reações bioquímicas que determinam todo o processo e, em conseqüência, afeta tanto a velocidade e uniformidade de germinação, como a germinação total. O efeito da temperatura sobre a velocidade de germinação ocorre da seguinte forma: quanto maior a temperatura, maior a velocidade de germinação (CARVALHO e NAKAGAWA, 2000). Assim, nas condições de temperatura alternada de 15-35ºC, o metabolismo das sementes foi mais lento que nas de 20-35ºC.

Vieira et al. (1998) estudando a germinação de B. brizantha, verificaram maior e mais rápida germinação em temperaturas mais elevadas, onde a mais indicada foi a de 30ºC. Já para B. humidicola, Oliveira e Mastrocola (1984) observaram que estas sementes germinaram melhor à temperatura alternada de 15-35ºC do que à 20-35ºC, de forma diferente do observado neste trabalho.

A possibilidade de diminuição do tempo para conclusão do teste de germinação de B. brizantha também foi observada por Dias e Alves (2001 a), que verificaram que o teste poderia ser encerrado aos 10 dias da instalação. A necessidade de maiores estudos para esta espécie também está indicada nas R. A. S. onde a B. brizantha está assinalada com a letra B, o que significa que a espécie está sendo testada no Brasil, mas a metodologia não está consagrada, portanto ela é passível de maiores estudos e alterações (BRASIL, 1992).

Resultados similares em outras espécies de gramíneas foram observados para P. maximum, nos quais o teste de geminação pode ser reduzido de 28 dias após a instalação do teste, para: 21 dias por Ortolani e Usberti (1981), 14 dias, por Usberti (1981), e 7 dias por Dias e Alves (2001a). Para Paspalum notatum foi possível reduzir o tempo do teste de germinação de 28 dias para 14 dias após a instalação (MAEDA e PEREIRA, 1997).

A partir dos resultados da resolução das equações ajustadas observou-se que a contagem final poderá observou-ser realizada, para o método com H2SO4, no 11º e 13º dia após

a instalação do teste; no método com KNO3, no 13º e 15º dia após a instalação do teste e no

(39)

4.2 Segunda etapa

4.2.1 Teor de água

Os resultados das análises do teor de água das sementes dos lotes de alto, médio e baixo vigor, utilizados na segunda etapa, foram 9,0% e 14,5% para os lotes de alto vigor, 8,7% e 16,9% para os lotes de médio vigor e 8,9% e 15,2% para os lotes de baixo vigor, para o teor de água antes e após a escarificação com H2SO4, respectivamente.

Os valores para o teor de água antes e após a escarificação com H2SO4

são estatisticamente diferentes, sendo que para as sementes escarificadas o teor de água foi significativamente maior.

Isso ocorreu devido ao modo como é realizado o tratamento, assim como foi observado na primeira etapa da pesquisa. Essa embebição inicial das sementes escarificadas provocou maior velocidade de germinação, se comparada às sementes não escarificadas, entretanto, como este é um método proposto pela R.A.S. (BRASIL, 1992), corresponde à realidade encontrada nos laboratórios de análise de sementes.

4.2.2 Teste de germinação

4.2.2.1 Porcentagem de germinação

Os resultados da porcentagem de germinação para os lotes de alto, médio e baixo vigor estão apresentados nas Tabelas 11, 12 e 13 respectivamente. Foi possível observar diferenças significativas entre os métodos de superação de dormência, contudo não houve interação entre métodos e temperaturas, semelhante aos resultados observados na primeira etapa, para a análise do parâmetro α.

Os lotes de alto vigor (Tabela 11) apresentaram a maior porcentagem de germinação para o método H2SO4, seguido pelo KNO3 e pelo ausente, que não diferiram

(40)

Tabela 11 – Dados médios de germinação (%), dos lotes de alto vigor, de sementes de B. brizantha, segundo métodos de superação de dormência e temperaturas (segunda etapa).

Lotes de Alto Vigor Germinação (%)

Temperatura (ºC)

Método 15-35 20-35

Média geral por método

H2SO4 90 91 91 a1

KNO3 83 83 83 b

Ausente 81 82 82 b

Média geral por temperatura

85 A1 85 A -

CV% 5,20

1 Médias seguidas da mesma letra, minúscula para métodos e maiúsculas para temperaturas, não diferem significamente ao nível de 5% de

probabilidade pelo teste de Tukey.

Para os lotes de médio vigor (Tabela 12), a porcentagem de germinação para o método H2SO4 foi maior que para o KNO3 e ambos não diferiram do

ausente.

Tabela 12 – Dados médios de germinação (%), dos lotes de médio vigor, de sementes de B. brizantha, segundo métodos de superação de dormência e temperaturas (segunda etapa).

Lotes de Médio Vigor Germinação (%)

Temperatura (ºC)

Método 15-35 20-35

Média geral por método

H2SO4 76 78 77 a1

KNO3 73 68 70 b

Ausente 73 74 74 ab

Média geral por temperatura

74 A1 73 A -

CV% 11,24

1 Médias seguidas da mesma letra, minúscula para métodos e maiúsculas para temperaturas, não diferem significamente ao nível de 5% de

(41)

Nos lotes de baixo vigor (Tabela 13), de forma diferente dos lotes de alto e médio vigor, o método KNO3 apresentou o maior valor de porcentagem de germinação

que o H2SO4 e ambos não diferiram do ausente. Isto ocorreu pois a germinação das sementes

de baixo vigor foi favorecida pela entrada de oxigênio, estimulada por este tratamento (CARVALHO e NAKAGAWA, 2000). Além disso o H2SO4 pode causar efeito deteriorativo e

prejudicar a germinação das sementes (PREVIERO et al., 1998b).

A partir destes resultados, verificou-se que as diferenças de vigor entre lotes resultaram em diferentes respostas a utilização ou não dos métodos para superação de dormência com H2SO4 e KNO3, como observado por Oliveira e Mastrocola (1983), Garcia e

Cícero (1992) e Dias e Alves (2001a), que constataram que a resposta aos tratamentos para superar a dormência pode variar de acordo com a idade e histórico das sementes, condições de armazenamento, entre outros fatores, podendo não ter efeito, aumentar ou ainda prejudicar a germinação das sementes de B. brizantha.

Tabela 13 – Dados médios de germinação (%), dos lotes de baixo vigor, de sementes de B. brizantha, segundo métodos de superação de dormência e temperaturas (segunda etapa).

Lotes de Baixo Vigor Germinação (%)

Temperatura (ºC)

Método 15-35 20-35

Média geral por método

H2SO4 49 52 50 b1

KNO3 61 55 57 a

Ausente 52 50 51 ab

Média geral por temperatura

54 A1 53 A -

CV% 15,30

1 Médias seguidas da mesma letra, minúscula para métodos e maiúsculas para temperaturas, não diferem significamente ao nível de 5% de

(42)

4.2.2.2 Primeira contagem do teste de germinação

Os resultados da primeira contagem do teste de germinação, realizada aos 7 dias após a instalação do teste e que podem ser interpretados como velocidade de germinação, apresentaram diferença significativa para os métodos de superação de dormência e para as temperaturas, mas não houve interação significativa entre esses dois fatores, para os lotes de alto (Tabela 14), médio (Tabela 15) e baixo vigor (Tabela 16), de modo semelhante ao observado na primeira etapa para a análise do parâmetro γ.

Entre as temperaturas, a condição de 20-35ºC apresentou maior velocidade de germinação que 15-35ºC, para os lotes de alto, médio e baixo vigor, de forma semelhante ao observado na primeira etapa.

Entre os métodos de superação de dormência, para os lotes de alto e médio vigor (Tabelas 14 e 15, respectivamente), o H2SO4 proporcionou o maior valor de

primeira contagem do teste de germinação, ou seja, a maior velocidade de germinação que o KNO3 e o ausente, sendo que esses dois últimos não diferiram estatisticamente entre si.

Tabela 14 – Dados médios de primeira contagem do teste de germinação (%), dos lotes de alto vigor, de sementes de B. brizantha, segundo métodos de superação de dormência e temperaturas (segunda etapa).

Lotes de Alto Vigor

Primeira contagem do teste de germinação (%)

Temperatura (ºC)

Método 15-35 20-35

Média geral por método

H2SO4 77 87 82 a1

KNO3 61 70 66 b

Ausente 53 69 61 b

Média geral por temperatura

64 B1 76 A -

CV% 11,15

1 Médias seguidas da mesma letra, minúscula para métodos e maiúsculas para temperaturas, não diferem significamente ao nível de 5% de

(43)

Tabela 15 – Dados médios de primeira contagem do teste de germinação (%), dos lotes de médio vigor, de sementes de B. brizantha, segundo métodos de superação de dormência e temperaturas (segunda etapa).

Lotes de Médio Vigor

Primeira contagem do teste de germinação (%)

Temperatura (ºC)

Método 15-35 20-35

Média geral por método

H2SO4 64 71 68 a1

KNO3 53 61 57 b

Ausente 52 61 56 b

Média geral por temperatura

56 B1 64 A -

CV% 14,94

1

Médias seguidas da mesma letra, minúscula para métodos e maiúsculas para temperaturas, não diferem significamente ao nível de 5% de

probabilidade pelo teste de Tukey.

Para os lotes de baixo vigor (Tabela 16), o método KNO3 apresentou o

maior valor, seguido pelo H2SO4 e pelo ausente, que não diferiram estatisticamente entre si. O

KNO3 acelerou a germinação das sementes de baixo vigor, pela sua capacidade de estimular a

(44)

Tabela 16 – Dados médios de primeira contagem do teste de germinação (%), dos lotes de baixo vigor, de sementes de B. brizantha, segundo métodos de superação de dormência e temperaturas (segunda etapa).

Lotes de Baixo Vigor

Primeira contagem do teste de germinação (%)

Temperatura (ºC)

Método 15-35 20-35

Média geral por método

H2SO4 30 42 36 b1

KNO3 42 47 45 a

Ausente 28 40 34 b

Média geral por temperatura

33 B1 43 A -

CV% 18,19

1

Médias seguidas da mesma letra, minúscula para métodos e maiúsculas para temperaturas, não diferem significamente ao nível de 5% de

probabilidade pelo teste de Tukey.

4.2.2.3 Plântulas anormais e sementes mortas

Os dados de porcentagem de plântulas anormais do teste de germinação não apresentaram interação entre os tratamentos; apenas entre métodos de superação de dormência se observou diferença significativa, para os lotes de alto e de baixo vigor (Tabelas 17 e 19, respectivamente). Para os lotes de médio vigor não houve diferença significativa para métodos e nem para temperaturas (Tabela 18).

Nos lotes de alto vigor (Tabela 17), a porcentagem de plântulas anormais foi maior para o ausente que para o H2SO4 e ambos não diferiram do KNO3.

(45)

Tabela 17 – Dados médios de plântulas anormais (%) do teste de germinação de lotes de alto vigor, de sementes de B. brizantha, segundo métodos de superação de dormência e temperaturas (segunda etapa).

Lotes de Alto Vigor Plântulas Anormais (%)

Temperatura (ºC)

Método 15-35 20-35

Média geral por método

H2SO4 2 1 2 b1

KNO3 2 3 2 ab

Ausente 3 4 3 a

Média geral por temperatura

2 A1 3 A -

CV% 33,68

1

Médias seguidas da mesma letra, minúscula para métodos e maiúsculas para temperaturas, não diferem significamente ao nível de 5% de

probabilidade pelo teste de Tukey.

Tabela 18 – Dados médios de plântulas anormais (%) do teste de germinação de lotes de médio vigor, de sementes de B. brizantha, segundo métodos de superação de dormência e temperaturas (segunda etapa).

Lotes de Médio Vigor Plântulas Anormais (%)

Temperatura (ºC)

Método 15-35 20-35

Média geral por método

H2SO4 3 3 3 a1

KNO3 3 3 3 a

Ausente 2 3 3 a

Média geral por temperatura

3 A1 3 A -

CV% 33,50

1

Médias seguidas da mesma letra, minúscula para métodos e maiúsculas para temperaturas, não diferem significamente ao nível de 5% de

(46)

Para os lotes de baixo vigor, de forma diferente do observado nos lotes de alto vigor, o método H2SO4 apresentou a maior porcentagem de plântulas anormais,

seguido do KNO3 e do ausente, que não diferiram significativamente entre si (Tabela 19). Isso

ocorreu devido ao efeito deteriorativo que o ácido pode ter causado em algumas sementes (PREVIERO et al., 1998b), o que provocou também a menor germinação das sementes escarificadas (Tabela 13).

Deve-se ressaltar que a porcentagem de plântulas anormais para o método com KNO3 e para o ausente foram semelhantes, independente do vigor do lote.

Tabela 19– Dados médios de plântulas anormais (%) do teste de germinação de lotes de baixo vigor, de sementes de B. brizantha, segundo métodos de superação de dormência e temperaturas (segunda etapa).

Lotes de Baixo Vigor Plântulas Anormais (%)

Temperatura (ºC)

Método 15-35 20-35

Média geral por método

H2SO4 9 10 9 a1

KNO3 3 4 3 b

Ausente 2 4 3 b

Média geral por temperatura

5 A1 6 A -

CV% 30,99

1 Médias seguidas da mesma letra, minúscula para métodos e maiúsculas para temperaturas, não diferem significamente ao nível de 5% de

probabilidade pelo teste de Tukey.

Os resultados de porcentagem de sementes mortas mostraram diferenças significativas entre os métodos de superação de dormência, mas não entre temperaturas e também não houve interação entre esses dois fatores para lotes de alto, médio e baixo vigor (Tabelas 20, 21 e 22, respectivamente).

Nos lotes de alto vigor, o método com H2SO4 apresentou menor

porcentagem de sementes mortas que o KNO3 e o ausente, que não diferiram estatisticamente

(47)

Tabela 20 – Dados médios de sementes mortas (%) verificadas no teste de germinação de lotes de alto vigor de sementes de B. brizantha, segundo métodos de superação de dormência e temperaturas (segunda etapa).

Lotes de Alto Vigor Sementes mortas (%)

Temperatura (ºC)

Método 15-35 20-35

Média geral por método

H2SO4 8 8 8 b1

KNO3 16 14 15 a

Ausente 16 14 15 a

Média geral por temperatura

13 A1 12 A -

CV% 18,65

1

Médias seguidas da mesma letra, minúscula para métodos e maiúsculas para temperaturas, não diferem significamente ao nível de 5% de

probabilidade pelo teste de Tukey.

Para os lotes de médio vigor, o método com KNO3 apresentou maior

porcentagem de sementes mortas que o H2SO4 e ambos não diferiram estatisticamente do

ausente (Tabela 21).

Tabela 21 – Dados médios de sementes mortas (%) verificadas no teste de germinação de lotes de médio vigor de sementes de B. brizantha, segundo método de superação de dormência e temperatura (segunda etapa).

Lotes de Médio Vigor Sementes mortas (%)

Temperatura (ºC)

Método 15-35 20-35

Média geral por método

H2SO4 21 19 20 b1

KNO3 25 29 27 a

Ausente 24 23 24 ab

Média geral por temperatura

23 A1 24 A -

CV% 20,92

(48)

Já os lotes de baixo vigor, apresentaram menor porcentagem de sementes mortas para o método com KNO3 que para o ausente e ambos não diferiram

estatisticamente do H2SO4 (Tabela 22).

Deve-se destacar que o método com H2SO4, de forma geral, apresentou

baixa porcentagem de sementes mortas, para os lotes de alto, médio e baixo vigor, indicando que este tratamento não foi prejudicial para as sementes de B. brizantha. A alta porcentagem de sementes mortas apresentada pelos lotes de baixo vigor foi devido às próprias características dos lotes.

Tabela 22 – Dados médios de sementes mortas (%) verificadas no teste de germinação de lotes de baixo vigor de sementes de B. brizantha, segundo métodos de superação de dormência e temperaturas (segunda etapa).

Lotes de Baixo Vigor Sementes mortas (%)

Temperatura (ºC)

Método 15-35 20-35

Média geral por método

H2SO4 42 38 40 ab1

KNO3 37 41 39 b

Ausente 46 45 46 a

Média geral por temperatura

42 A1 42 A -

CV% 10,97

1 Médias seguidas da mesma letra, minúscula para métodos e maiúsculas para temperaturas, não diferem significamente ao nível de 5% de

probabilidade pelo teste de Tukey.

(49)

influenciado os resultados da segunda etapa do trabalho, já que essas sementes não teriam capacidade de germinar mesmo que ficassem por um tempo maior no germinador.

4.2.2.4 Sementes vivas após o término do teste de germinação

A porcentagem de sementes vivas após o término do teste de germinação na data definida na primeira etapa, identificadas através do teste de tetrazólio, para os lotes de alto, médio e baixo vigor, apresentaram valores estatisticamente iguais a zero.

Assim, pode-se considerar que esse resultado não prejudica a data de contagem final estabelecida na primeira etapa do trabalho, já que foi possível para todas as sementes expressarem seu potencial germinativo neste período. Dessa forma observou-se que a redução do tempo recomendado pelas R.A.S. (BRASIL, 1992) para a conclusão do teste de germinação é viável para lotes de alto, médio e baixo vigor para os métodos de superação de dormência e temperaturas estudados nesta pesquisa.

4.3 Considerações finais

Os resultados apresentados demonstraram que o teste de germinação para sementes de B. brizantha pode ser concluído em menor tempo que o recomendado pelas Regras para Análise de Sementes – R.A.S. (BRASIL, 1992), que é de 21 dias, independente dos métodos para superação de dormência (H2SO4, KNO3 e Ausente) e das temperaturas

(15-35ºC e 20-(15-35ºC) estudados nesta pesquisa e recomendadas pelas R.A.S. (BRASIL, 1992). De acordo com as R.A.S. (BRASIL, 1992), no final do período do teste, se algumas sementes apenas iniciaram a germinação, este poderá ser prolongado por mais sete dias ou por até a metade do período indicado, para os testes mais demorados. Esta regra aplica-se também aos resultados obtidos neste estudo, de modo independente dos métodos para superação de dormência e das temperaturas estudados nesta pesquisa.

Referências

Documentos relacionados

Uma boa perspectiva de pesquisa futura ´e a utiliza¸c˜ao da estrutura de proje¸c˜oes para abordar dois pro- blemas centrais da teoria: desenvolver algoritmos aproximados

[r]

O surgimento desta definição é advindo da segunda metade do século XIX, onde os sujeitos das práticas denominados de sodomitas passaram a ser definidas como “um tipo especial

Se por um lado, a maneira como as informações são coletadas em sistemas de reputa- ção trazem a possibilidade de colusão como desvantagem, por outro lado, a velocidade com que elas

Table 2 - Degree of processing, energy value and nutritional composition of the ready-to-eat food products available in mobile and stationary street food vending sites, in

É mais comum o curso agudo da inflamação pancreática, porém o curto seguimento não afasta a possibilidade de evo- lução recidivante ou crônica da pancreatite, dadas as

após a embebição as sementes foram submetidas ao teste de germinação; primeira contagem da germinação; índice de velocidade de emergência das plântulas; emergência das

publicada no BOPG). Resolución da Mesa do Parlamento do 11 de abril de 1986, sobre os artigos 44.1 e 143.1 do Regulamento, relativa á delegación nas mesas das comisións das