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Alteração da resposta imune mediada por células durante o tratamento com Benzonidazol.

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Academic year: 2017

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R e vis ta da S o c ie d a d e B ra s ile ira de M e d ic in a T ro p ic a l. 16:11-22, Jan-Mar, 1983

ALTERAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE MEDIADA POR CÉLULAS

DURANTE O TRATAMENTO COM BENZONIDAZOL

1

Antônio R L Teixeira, Eliane Jabur, José Carlos Córdoba, Inês C Souto Maior,

Edwin Solórzano

Coelhos in o culado s com tripo m a stigo ta s da cepa Ernestina d o T ry p a n o s o m a cru z i tiveram parasitem ias, dem onstradas p e lo xe nodiagn óstico, até cinco meses e m eio após a infecção. O tra ta m e n to de alguns desses coelhos com b enzonid azol, na dose de 8 m g /k g d u ra n te sessenta dias, após dois meses de infecção, re su ltou na negativação dos xenos após 3 0 dias de uso da medicação. Os coelhos chagásicos crônicos, após seis meses de infecção, já tin h a m a parasitem ia subpate nte q uand o fo ra m subm etidos a tra ta m e n to id ê n tic o àque­ les da fase aguda. Em am bos os casos, os coelhos tratados com b e n zo n id a zo l tivera m t í t u ­ los de a n tic o rp o s hum orais semelhantes àqueles verificados nos coelhos chagásicos não- tratados, inclu sive d uran te a q uim io te ra p ia . A não alteração da im u n id ad e h u m o ra l em coelhos tratados fo i com pro vada q u and o anim ais chagásicos e não chagásicos subm etidos ao tra ta m e n to p ro d u z ira m títu lo s de a n tic o rp o s h e m o lític o s idê n tic o s àqueles verificados nos anim ais não-tratados.

Em acentuado contraste, a fu nção im u n e tim o-depend ente fo i severamente alterada p e lo uso d o b en zonid azol. A s reações de hip ersensibilidade tardia c o n tra um a n tígeno sub- ce lu la r do T. c ru z i fo ra m su prim idas d ura n te a vigência d o tra ta m e n to dos coelhos chagá­ sicos. Paralelamente, estas reações eram intensas nos coelhos chagásicos não-tratados e negativas em coelhos co n tro le s normais. Todavia, as reações cutâneas tornaram -se nova­ m ente positiva s 10 dias após o tratam ento . F o i interessante n o ta r que as reações de h ip e r­ sensibilidade tardia in viv o , em coelhos im u nizado s com BCG e testados co m PPD o u em coelhos sensibilizados com D N C B tam bém fo ra m su prim ida s d u ra n te o tratam e n to com o benzonidazol. C o n tu d o , as reações de im u n id ad e ce lu lar co ntra estes antígenos também reverteram aos valores n o rm a is 7 a 10 dias após a suspensão d o benzon id a zol.

R esultados semelhantes fo ra m relatados em relação ao n ifu r tim o x , o u tra droga u t ili­ zada no tra ta m e n to da doença de Chagas. 0 b e n zo n id a zol e o n ifu r tim o x são com postos n itro -a ro m á tic o s cuja n itro rre d u ç ã o resulta na fo rm ação de m e ta b ó lito s in term e diá rio s p o te n c ia lm e n te c ito tó x ic o s para o p ro to z o á rio e para as células do hospedeiro.

(Palavras-chaves. Benzonid azol. Imunossupressão. Resposta im u n e celular. L in fó c ito s T. D oença de Chagas. T ry p a s o n o m a c ru zi. C oelhos.)

E m 1 9 4 4 , D o d d e S tillm a n 18 p u b lic a ra m creveu o e fe ito c u ra tiv o da n itro fu ra z o n a c o n tra u m tra b a lh o sobre a e fic iê n c ia da n itro fu ra z o n a a in fe cçã o e x p e rim e n ta l co m o Trypanosom a

(5 n itr o — 2 — fu ra ld e íd o sem icarbazona ) c o m o equip erdum . A p a rtir de e n tã o, um grande

agente a n tib a c te ria n o . E m 1 9 4 6 , D o d d 17 des- n ú m e ro de co m p o sto s n itro -d e riv a d o s fo ra m

1 T ra b a lh o d o L a b o r a tó r io d e Im u n o p a to lo g ia , F a c u ld a d e d e C iê n c ia s da S a ú d e , U n iv e rs id a d e de B ra ­ s ília , 7 0 .9 1 0 B ra s flia , B ra sil. R e a liz a d o c o m re cu rs o s d o P ro g ra m a E sp e c ia l p a ra P esquisa e T re in a ­ m e n to e m D o e n ça s T ro p ic a is W H O /U N D P /W o rld B a n k , e d o C o n s e lh o N a c io n a l de D e s e n v o lv i­ m e n to C ie n t ific o e T e c n o ló g ic o , C N P q.

R e c e b id o p a ra p u b lic a ç ã o e m 2 1 /1 2 /8 2

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Teixeira A R L , Jabur E, Córdoba JC, Souto M aior IC, Solórzano E. Alteração da resposta imune mediada por células duran­ te o traiamento com benzonidazol. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 16:11-22, 1983

sin te tiz a do s, visando à q u im io te ra p ia a n ti-m i- crob ia n a. Os n itro -d e riv a d o s em prega dos na m ed icin a hum an a e ve te rin á ria fo rm a m um a grande fa m ília de co m p o sto s n itro -a ro m á tic o s , que in c lu i os 5 -n itro fu ra n o s , 5 -n itro im id a z ó - licos, 2 -n itro im id a z ó lic o s , 5 -n itro tia z ó lic o s , n itro b e n ze n o s e o u tro s d eriva d o s n itro -h e te ro - c íc lic o s .

0 uso de n itro fu ra n o s na q u im io te ra p ia e x p e rim e n ta l da doença de Chagas fo i in ic ia d o , em 195 2, p o r M anso S o to e L o p e te g u i 2 6 , que ve rific a ra m a ausência de a tiv id a d e d o n itro - fu rfu ra l d ia c e ta to , e p o r P ackch an ian 3 1 , que e n c o n tro u e fe ito supressivo em seis co m p o sto s n itro fu ra n o s c o n tra in fe cç ã o e x p e rim e n ta l de ca m u ndong os p e lo Trypanosom a cruzi. Em 195 7, este ú ltim o a u to r te s to u a a tiv id a d e de

47 co m p o sto s n itro fu ra n o s , te n d o e n c o n tra d o 33 d e s titu íd o s de a tiv id a d e , seis co m algum a a ti­ vidade , q u a tro co m ação supressiva m od era da da parasite m ia, e q u a tro deles co m e fe ito su­ pressivo sobre a parasite m ia, um dos quais era a n itro fu ra z o n a 3 2 . E m 1 9 6 1, B rene r 3 e m p re ­ gou a n itro fu ra z o n a , p o r te m p o p ro lo n g a d o , para tra ta r a doença de Chagas e x p e rim e n ta l de 6 5 ca m u nd on go s, te n d o c o m p ro v a d o a persis­ tência da parasite m ia em apenas três anim ais. A in d a , neste m esm o ano, B re ner 4 o bse rvo u a a tivid a d e da fu ra d a n tin a [ N -(5 -n itro -2 -fu rfu rili- d e n o -1 -a m in o h id a n to ín a )], da fu ra lta d o n a (5 -n itro fu rfu rilid e n o -a m in o -2 -o x a z o lid o n a ), e da fu ra z o lid o n a [N -(5 -n itro fu rfu rilid e n o )-3 -a m i- n o -3 -o x a z o lid o n a l, na dose de 1 0 0 m g /k g , d u ra n te 52 dias co n se cu tiv o s, c o n tra a in fe cçã o e x p e rim e n ta l de c a m u n d o n g o p elo T. cruzi. Destes trê s ú ltim o s 5 -n itro fu ra n o s , a fu ra z o li­ do n a a prese ntou o m e lh o i re su lta d o , te n d o s u p rim id o a parasite m ia em 8 6,7 % dos anim ais su b m e tid o s a u m xe n o d ia g n ó stico .

A p a rtir de estudos que re la cio n a ra m a a tiv i­ dade da dro ga à sua e s tru tu ra q u ím ic a , B o c k e cols 1 v e rific a ra m q ue o n ifu r tim o x [4 - (5 -n i- tr o fu r fu rilid e n e a m in o )-te tra h id ro -4 -H -1 ,4 -tia - zina-1, 1-d ió x id o ] era mais a tiv o c o n tra o T. c ru z i que os dem ais n itro fu ra n o s . Este co m p o s­ to te m sido usado no tra ta m e n to da doença de Chagas, p rin c ip a lm e n te na A rg e n tin a , d o ta d o que é de e fe ito supressivo sobre a parasite ­ m ia 6 -10 3 5 3 7 .

O u tro s co m p o sto s n itro -a ro m á tic o s , os d e ri­ vados n itro im id a z ó lic o s , ta m b é m fo ra m exaus­ tiv a m e n te investigados q u a n to à a tiv id a d e a n ti- trip a n o c id a . P izzi, em 1961 v e rific o u acentuada ação supressiva d o m e tro n id a z o l [1 -(2 -h id ro x ie - til)-2 -m e til-5 -n itro im id a z o l], usado largam ente

para tra ta r infecções p o r T richom ona s vagina- lis 3 3 . P o ré m , de um a série de c o m p o s to s n itro im id a z ó lic o s te sta do s, ve rifico u -se q ue o b e n z o n id a z o l (N -b e n z il-2 -n itro -1 -im id a z o la c e ta - m id a ) é o m ais e fic ie n te no tra ta m e n to da d o e n ­ ça de Chagas e x p e rim e n ta l 19 3 4 . Esta d rog a te m sid o usada larg am ente no tra ta m e n to da d oe nça de Chagas hum ana.

A p a rtir de 1 97 4 te m su rg id o na lite ra tu ra c ie n tífic a to d o um c o rp o de evidências in d ic a n ­ d o que a a u to -im u n id a d e te m um papel im p o r­ ta n te na pa to ge n ia das lesões card íacas 12 13 36 39 44 e digestivas 4 6 , e n co n tra d a s nos in d iv íd u o s que fa le ce m da doença de Chagas. Estas observações 12 13 36 39 41 "44 46 in d i­ cam q ue a auto-agressão no chagásico deve estar relacio na da à m ecanism os de im u n id a d e ce lu ­ lar, p ro d u z id o s p o r e stim u la çã o a n tig ê n ica c o n ­ tin u a d a . C om base neste ra c io c ín io , T e ix e i­ ra 40 p o s tu lo u q ue o tra ta m e n to co m drogas supressivas da p a ra site m ia deveria m e lh o ra r o p ro g n ó s tic o d o chagásico, p o rq u e haveria a pos­ s ib ilid a d e de im p e d ir a instalaçã o de lesões irre ­ versíveis, de ca rá te r a u to -im u n e , in d u zid a s e perpetu adas pela e stim u la çã o a n tig ê n ica persis­ te n te d o T. cruzi. Este p o s tu la d o fo i rob uste - c id o c o m a observação prévia de L e lc h u c k e cols. 2 3 , d e m o n s tra n d o q ue os p acientes chagá- sicos tra ta d o s co m n ifu r tim o x (1 0 m g /k g /d ia /2 meses) tin h a m alteraçã o da resposta im u n e m ediad a p o r células, de te ctá ve l p elo teste de in ib iç ã o da m igraçã o das células m on o n u cle a - res d o sangue.

C om base nestes e le m e n to s, nós in icia m o s

estes e x p e rim e n to s co m a fin a lid a d e de v e rifi­ car o e fe ito que o tra ta m e n to c o m b e n z o n id a ­ z o l d e te rm in a ria na e vo lu çã o da doença de C ha­ gas e x p e rim e n ta l. Esta ve rific a ç ã o p od e ser fe ita p o rq u e já d isp o m o s de um m o d e lo a n im a l da d oe nça hum an a 43 45 , no q ua l se conh ece a e vo lg çã o n a tu ra l da in fe c ç ã o p ro d u z id a e x p e ri­ m e n ta lm e n te .

Este tra b a lh o , p rim e iro de uma série de p u ­ blicaçõe s sobre o assunto, descreve a supressão da im u n id a d e ce lu la r, em co elh os im u n iz a d o s c o m BCG o u sen sibiliza d os co m D N C B , d u ra n te a vigência d o tra ta m e n to co m doses te ra p ê u ti­ cas d o b e n z o n id a zo l.

M A T ER IA L E M É T O D O S

1. Infe cção de coelhos com trip o m a stig o ta s da cepa E rnestina d o T. cru zi

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Teixeira A R L , Jabur E, Córdoba JC, Souto Maior IC, Solórzano E. Alteração da resposta imune mediada por células duran­ te o tratamento com benzonidazol. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 16:11-22, 1983

meses de idade fo ra m in o c u la d o s p o r via in tra - p e rito n ia l co m 10 x 106 trip o m a s tig o ta s da cepa E rn estin a d o T. cruzi. Esta cepa fo i iso­ lada em 1 9 6 4 , de um a cria nça de São Felipe- Bahia, que tin h a a in fe cçã o aguda 3 0 . O T. cru z i isola do pelo x e n o d ia g n ó s tic o fo i levado para o In s titu to N a cio n a l de Saúde dos Estados U nid os e m a n tid o em c u ltu ra de te c id o de em ­ briões b ovin o s. Desde 1 9 7 6 a cepa E rn estin a te m sido m a n tid a , no nosso la b o ra tó rio , em c u l­ tu ra de células m usculares de fe to s de coelhos. As fo rm a s trip o m a s tig o ta s o riu n d a s destas c u l­ turas fo ra m usadas para in fe c ta r três g ru pos (A , B e C) de o ito co elho s, usados nestes e x p e ri­ m entos. M ais o ito coelhos fo ra m m a n tid o s c o m o c o n tro le s , n ã o -in fe c ta d o s (g ru p o D). To d os os co e lh o s fo ra m a lim e n ta d o s co m ração co m e rcia l e água a d lib itu m .

2. D eterm inação da parasite m ia

A parasite m ia nos g ru pos de co elho s A , B e C fo i d e te rm in a d a p e lo xe n o d ia g n ó s tic o . Cada xe no co n s is tiu de 15 n in fa s de p rim e iro estágio de D ipe talo gaster m axim us, q ue sugavam os anim ais in fe c ta d o s . Os xe nos fo ra m fe ito s de c in c o em c in c o dias d u ra n te o p rim e iro mês de infecçã o, de 15 em 15 dias até o s e x to mês e de 3 0 em 3 0 dias nos meses subseqüentes. T rin ta e sessenta dias após o rep asto , as fezes dos tria - to m fn e o s eram exam in ada s ao m ic ro s c ó p io . As curvas de parasite m ia fo ra m traçadas, p lo ta n - do-se na abscissa o te m p o de in fe cçã o e na orden ada o p e rce n tu a l o b tid o p elo n ú m e ro de b arb e iro s p o s itiv o s /n ú m e ro de b arb e iro s e x a m i­ nados x 100.

3. Im unização de coelhos co m BCG e D N C B

D oze co elho s m achos e fêm eas de d ois meses de ida de fo ra m usados nestes e x p e rim e n to s . Seis deles (g ru p o E) fo ra m im u n iz a d o s co m 0 ,5 ml de BCG (F u n d a çã o A ta u lp h o de Paiva, R io

de J a n e iro ) via in tra m u s c u la r. U m a dose de re fo rç o fo i in je ta d a 3 0 dias d ep ois, pela m esm a via. Os seis co elho s restantes fo ra m se n sib iliza ­ dos co m d in itro c lo ro b e n z e n o (D N C B , Sigm a). Is to co n s is tiu na aplicaçã o de 50 n I de um a so lu ção de D N C B a 10% em a ce to na (p /v ), na face in te rn a da o re lh a d ire ita d o a n im a l, c o m o c u id a d o de d e ix a r a ace to na e vap orar sobre o

loca l o nd e a so lução era co lo cad a. Desta fo rm a , o b tin h a -s e a fo rm a ç ã o de um a reação in fla m a - tó ria lo ca l. Este p ro c e d im e n to fo i re p e tid o m ais um a vez e a in fla m a ç ã o p ro d u z id a , de m a io r

in te n sid a d e , resultava na fo rm a ç ã o de crosta, antes de evanescer.

4 . Im un izaçã o de coelhos co m estrom a de hemácias de carneiro

H u m m il e q u in h e n to s m l de sangue venoso de c in c o ca rn eiro s fo i c o le ta d o em antico agu- la n te , sob co n d içõ e s estéreis. A p ó s c e n trifu g a - ção e lavagem em salina is o tô n ic a as hemácias fo ra m lisadas em 1 litr o de água destilada gela­ da, p re via m e n te a c id ific a d a co m 5 m l de ácido a c é tic o glacial, c o n fo rm e fo i d e s c rito p o r M aye r 2 7 . O e stro m a o b tid o fo i lavado em ta m p ã o a ce ta to 1 m M , pH 5 ,0 , e d epo is de sus­ penso em salina 0 ,1 5M fo i a qu e cid o até a fe r­ vura p o r 1 ho ra . A p ó s o e s fria m e n to , fo i d e te r­ m in a d o o te o r de p ro te ín a s d o e stro m a pelo m é to d o de L o w ry e cols. 25 e a justa do para a c o n c e n tra ç ã o de 1 m g /m l. O esquem a de im u ­ niza ção , re a liza d o nos co elh os dos grupo s A , C, D, E e F, co n sistiu na inje çã o d o a n tíg e n o pela veia m argin al da o re lh a , c o m o segue: p rim e iro d ia , 0,1 m l; d o segundo ao q u a rto dia, 1 m l; e d o q u in to ao d é c im o dia , 2 m l. T o d o s os co e­ lhos im u n iz a d o s fo ra m sangrados p o r p u n tu ra ca rd ía ca no 1 5? d ia , e os soros o b tid o s estoca­ dos a —2 0 °C .

5. Im u n id a d e h u m o ra l

5.1 — A n tic o rp o s co n tra T. cru zi

A m o s tra s de soros fo ra m o b tid a s sem anal­ m en te de to d o s os anim ais, d u ra n te o p rim e iro mês de in fe cç ã o. A p a rtir de e n tã o , os soros e ram o b tid o s de 15 em 15 dias até o se xto mês, e de 3 0 em 3 0 dias nos meses subseqüentes. Os títu lo s de a n tic o rp o s nos soros fo ra m d e te rm i­ nados p elo teste de a g lu tin a çã o d ire ta de fo rm a s e spim a stigotas d o p a ra sito , trip s in iz a d o e m o rto pela a dição de fo rm o l a 1% (v /v ). F oi usado o m é to d o de m ic ro titu la ç ã o em placas (L a b o ra ­ tó r io D y n a te c h , E U A ), e os resu ltado s acim a de 1 :64 fo ra m co nside rad os co m o devidos a a n ti­ c o rp o s e s p e cífico s c o n tra T. c r u z i48.

5.2 — A n tic o rp o s h e m o lític o s

O p ro c e d im e n to usado para titu la ç ã o dos a n tic o rp o s h e m o lític o s , nos soros dos coelhos im u n iz a d o s co m e stro m a de hem ácias de car­ n e iro , fo i aquele d e s c rito p o r M aye r 2 7 . Os soros fo ra m in a tiva d o s a 5 6 ° C d u ra n te 3 0 m i­ n u to s e suas d ilu iç õ e s fo ra m incubadas co m sus­ pensão de hem ácias frescas de c a rn e iro , seguido

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Teixeira A R L , Jabur E, Córdoba JC, Souto M aior IC, Solórzano E. Alteração da resposta imune mediada por células duran­ te o tratamento com benzonidazol. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropicai 16:11-22, 1983

da a diçã o de 5C H so de c o m p le m e n to de co b a io . C o n tro le s d u p lo s fo ra m in c lu íd o s para cada soro. A le itu ra fo i p ro ce d id a após 1 hora de incu bação a 3 7 ° C , seguida de 12 horas a 4 ° C .

6. Im u n ida d e c e lu la r

6.1 — H ipersensibilidade ta rdia c o n tra a n tí-geno d o T . cru zi

A im u n id a d e m ediad a p o r cé lulas fo i avalia­ da nos coelho s chagásicos p o r um a reação c u tâ ­ nea de h ip e rse n sib ilid a d e ta rd ia c o n tra u m a n tí- geno su b ce lu la r d o T. c ru z i (42). O teste c u tâ ­ neo fo i fe ito a cada 3 0 dias, d u ra n te o cu rso da infecçã o. A inje çã o in tra d é rm ic a de 50/ug de p ro te ín a , c o n tid a em 0,1 m l d o a n tíg e n o resul- tava em reação in fla m a tó ria lo ca l, cu jo s d iâ m e ­ tro s de in d u ra çã o eram reg istra dos após 4 8 horas.

6.2 — H ipersensibilidade tardia ao PPD e

D N C B

A im u n id a d e ce lu la r nos co elh os im u n iz a d o s co m BCG (g ru p o E) fo i avaliada p e lo te ste c u tâ ­ neo co m o a n tíg e n o PPD (D ivisã o N a cio n a l de Pneum ologia S a n itá ria ). O teste co n s is tiu na injeção in tra d é rm ic a de 0,1 m l d o a n tíg e n o e a m edida da ind u ra çã o cutân ea era fe ita 4 8 horas depois.

N o g ru p o F, se n sib iliz a d o co m D N C B , a sen­ sib ilid a d e de c o n ta to à dro ga fo i v e rific a d a pela aplicação, na face in te rn a da o re lh a esquerda do an im a l, de 50 /x I de um a solu ção de 0,1% de D N C B em acetona (p /v ). A aplicaçã o desta so lu ­ ção resultava no a p a re cim e n to de e rite m a (+ ), e rite m a e páp ula (+ + ); o u de e rite m a , p áp ula e crosta (+ + + ).

7. Trata m ento com b e n z o n id a z o l de coelhos chagásicos o u im u niza do s com BCG e D N C B

Dezesseis co elh os chagásicos dos g ru po s A e B e m ais 12 co elhos im u n iza d o s dos g ru p o s E e F fo ra m tra ta d o s co m b e n z o n id a z o l (F ig . 1), p o r via in tra p e rito n ia l, d u ra n te 6 0 dias. 0 b e n ­ zo nida zo l (R o cha g an , p ó , sem adições) nos fo i g e n tilm e n te fo rn e c id o pelo L a b o ra tó rio R oche. A droga fo i suspensa em salina 0 ,1 5M e in je ­ tada, após agitação vigorosa, na p osolo gia de 8 m g /k g de peso d o a nim al.

Os co elhos d o g ru p o A fo ra m tra ta d o s na fase aguda, dois meses d epo is da in o cu la çã o d o T. cruzi, q u a n d o a parasite m ia era d e m on stra d a

pelos xenos. Os an im a is d o g ru p o B fo ra m tra ta ­ dos na fase c rô n ic a , seis meses d e p o is da in o c u ­ lação, q u a n d o os xe nos e ram neg ativo s. O g ru p o C, in o c u la d o co m T. c ru z i, não recebeu tra ta ­ m e n to , o m esm o a co n te ce n d o c o m o g ru p o D, n ã o -in fe c ta d o . O tra ta m e n to fo i in ic ia d o no g ru p o E u m a semana após a segunda im u n iz a ­ ção c o m BC G, o m esm o a co n te ce n d o n o g ru p o

F, s e n s ib iliz a d o c o m D N C B .

R E S U L T A D O S

1. E fe ito da q u im io te ra p ia específica sobre a parasite m ia

Os coelho s dos g ru po s A , B e C in fe c ta d o s c o m T. c ru z i tiv e ra m parasitem ias d e m o n s tra ­ das pelos x e n o d ia g n ó stico s. A fig u ra 2 m ostra u m a curva típ ic a da parasite m ia em coelhos in fe c ta d o s , mas não tra ta d o s . C om d ois meses de in fe cçã o 2 2 ,5 % , do s tria to m in e o s usados nos xe nos m ostravam -se p o s itiv o s ao exam e m ic ro s ­ c ó p ic o , c o m trê s meses 20 % dos tria to m in e o s a inda fica va m p o s itiv o s mas c o m c in c o meses apenas 2 ,5% deles achavam -se p o s itiv o s . P o ré m , a p a r tir d o 6? mês to d o s os an im a is tiv e ra m os xe n o d ia g n ó s tic o s negativos. A cu rva de parasi­ te m ia fo i b astante m o d ific a d a nos a nim ais ch a­ gásicos d o g ru p o A , q ue receberam tra ta m e n to c o m b a n z o n id a z o l. E m b o ra esses a n im a is tiv e s ­ sem p o s itiv a d o 2 7 ,5 % d os tria to m in e o s usados nos xe nos antes d o tra ta m e n to , n o segundo mês de in fe c ç ã o , 15 dias após o in íc io d o tra ta m e n ­ t o apenas 5% dos tria to m in e o s usados nos xe nos fo ra m p o s itiv o s , e co m 3 0 dias de tra ta ­ m e n to to d o s os tria to m in e o s daqueles xe nos fo ra m negativos. D a í em d ia n te os d em ais xe nos fe ito s no cu rso da in fe c ç ã o p e rs is tira m n e g a ti­ vos em to d o s os an im a is (F ig . 3 ). Os a n im a is d o g ru p o B já m o stra va m to d o s os xe no s negativos à p a r tir d o se xto mês de in fe c ç ã o , q u a n d o f o ­ ram su b m e tid o s à q u im io te ra p ia e sp e cífica .

2. A n tic o rp o s h um orais em coelhos tratados c o m b e n z o n id a z o l

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Teixeira A HL, Jabur E, Côrdoba JC, Souto Maior IC, Solórzano E. Alteração da resposta imune mediada por células duran­ te o tratamento com benzonidazol. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 16:11-22, 1983

fa to , os nív eis d e a n tic o rp o s e s p e c ífico s m a n ti-

veram-se c o n s ta n te s , c o m te n d ê n cia a to rn a re m - se mais e levad os n os meses su bse qü en tes da

infe cçã o (Fig . 4 ). 0 m e sm o fe n ô m e n o f oi o bse r­ va do n o g ru p o B, tr a ta d o na fase c rô nic a , pois não h o u ve q ue d a sig n ific a tiv a dos t ít u l o s de a ntic o rp o s e s p e c ífico s (F ig . 5). Os co e lh o s ch a ­ gásicos d o g ru p o C (n ã o -tra ta d o s ) tiv e ra m n ív eis

de a n tic o rp o s séricos sim ila re s àqu eles d o s g ru ­ pos A e B.

Que a capacidade de p ro d u z ir a n tic o rp o s h um ora is não é a lterada p e lo uso de b e n z o n i­ dazo l, na pos o lo gia em pregada neste e stu d o, fo i d e m on strad a nos a nim ais im u n iz a d o s co m estrom a de hem ácias de c a rn e iro . Os resultados destes e x p e rim e n to s estão apresentados na Figura 6. Os g ru pos de coelhos c o n tro le s n o r­ mais e de co elho s chagásicos n ã o -tra ta d o s p ro ­ d u z ira m a n tic o rp o s séricos co m títu lo s seme­ lhantes àqueles p ro d u z id o s pelos g ru po s de coe­ lhos chagásicos tra ta d o s , e de co elho s im u n iz a ­ dos co m D N C B o u BCG, que ta m b é m fo ra m s u b m e tid o s ao tra ta m e n to . F o i interessante n o ta r que os coelhos chagásicos deste e stud o sem pre tiv e ra m m a io r c o n c e n tra ç ã o de a n tic o r­ pos h e te ró filo s , capazes de h e m o lisa r hem ácias de c a rn e iro na presença de c o m p le m e n to do que os trê s g ru po s restantes de an im a is não ch a ­ gásicos (F ig . 6 ). N ão o b s ta n te , os títu lo s eleva­ dos de a n tic o rp o s h e m o lític o s , in d u z id o s p elo processo de im u n iz a ç ã o , fo ra m bastante s im ila ­ res em to d o s os g ru po s de anim ais.

3. A lte raçõ es da im u n id a d e m ediada p o r célu­ las, ind u zid a s p e lo b e n z o n id a z o l

Nestes e x p e rim e n to s , reações cutâneas de h ip e rse n sib ilid a d e ta rd ia c o n tra um a n tíg e n o d o T. c r u z i fo ra m registradas em to d o s os a n i­

m ais chagásicos dos g ru pos A e B. A o s 3 0 dias após a in o cu la çã o d o p a ra sito as reações c u tâ ­ neas dos co elho s d o g ru p o A alca nça ram 1,7 ± 0 ,9 c m e aos 6 0 dias m e d ia m 1,5 ± 0 ,8 c m (Fig. 7). P orém , 2 8 dias após o in íc io d o tra ta m e n to (aos 9 0 dias de in fe cç ã o ) to d o s os a nim ais já n ão rea giram à inje çã o in tra d é rm ic a d o a n tí­ geno d o T. c ru z i e os testes c o n tin u a ra m nega­ tiv o s até o fim d o tra ta m e n to , aos 120 dias de in fe cçã o . É interessante n o ta r que os co elh os chagásicos d o g ru p o C c o n tin u a v a m a da r rea­ ções intensas c o n tra o a n tíg e n o de T. cruzi, e n q u a n to q ue os co elhp s c o n tro le s d o g ru p o D não reagiam ao m esm o a n tíg e n o . T o d a via , 10 dias após o té rm in o d o tra ta m e n to os co elho s d o g ru p o A v o lta ra m a aprese ntar reações c u tâ ­ neas positivas.

N os co elho s d o g ru p o E, a inte n sid ad e das reações o b tid a s após a p rim e ira im u n iz a çã o fo i a u m e n ta d a após a dose de re fo rç o d o BCG, a p li­ cada 3 0 dias após a p rim e ira . U m a semana após a dose de re fo rç o , a m édia dos testes cutâneos a lc a n ço u 1,7 ± 0 ,6 cm . P orém , 2 5 dias após o in íc io d o tra ta m e n to c o m b e n zo n id a zo l as rea­ ções m ed ia m 0 ,8 ± 0 ,7 c m e aos 5 5 dias não fo i m ais possível o b te r sequer um a reação cutânea p o s itiv a c o n tra o a n tíg e n o PPD (Fig. 8 ). C o n tu ­ d o , um a semana após o té rm in o d o tra ta m e n to as reações cutâneas de h ip e rse n sib ilid a d e ta rd ia v o lta ra m a ser positivas.

A c o n firm a ç ã o de que o tra ta m e n to com b e n z o n id a z o l altera a resposta im u n itá ria me­ d ia da p o r células fo i o b tid a ta m b é m nos coe­ lhos d o g ru p o F, sen sibiliza d os com D NC B. (Tab ela 1).

T o d o s os anim ais aprese ntaram h ip e rse n sib i­ lid a de de c o n ta to à droga , que v a rio u de 1+ a 3 + . P orém , aos 3 0 dias de tra ta m e n to co m ben­ z o n id a z o l os coelhos d e ix a ra m de reagir àquela co n c e n tra ç ã o d o D N C B . E n tre ta n to , c o m o nos g ru pos a n te rio re s, os a nim ais se nsibilizados v o l­ ta ra m a aprese ntar reação de h ip erse nsib ilid a de (1 + a 2 + ), 10 dias após a suspensão da droga.

D IS C U S S Ã O

O tra ta m e n to da in fe cçã o chagásica e x p e ri­ m e n ta l de coelhos c o m b e n z o n id a z o l, na poso­ logia de 8 m g /k g /d ia , d u ra n te 6 0 dias, re su lto u na abreviação da fase aguda da doença à seme­ lha nça d o que se te m d e s c rito para a doença hum an a 5 14 . O curso n a tu ra l da parasitem ia nos a n im a is in fe c ta d o s te ve a d u ra çã o de c in c o meses e m e io , c o m o d e m o n s tra d o p elo xe n o ­ d ia g n ó s tic o . Nos anim ais su b m e tid o s à q u im io ­ te ra p ia , aos d ois meses da in fe cçã o , a parasite­ m ia desapareceu após 3 0 dias de uso da droga. D epois do tra ta m e n to estes anim a is tiv e ra m os xe nos negativos e passaram à fase crô n ic a da in fe c ç ã o ta m b é m tiv e ra m , ig u a lm e n te , to d o s os xe no s negativos.

De grande interesse, e n tre ta n to , é o fa to de que ta n to os anim ais chagásicos tra ta d o s , na fase aguda o u na fase c rô n ic a da in fe cç ã o , c o m o os a nim ais chagásicos não tra ta d o s m a n tiv e ra m , s im ila rm e n te , títu lo s elevados de a n tic o rp o s h u m o ra is anti-7". cruzi. C o m o esses a n tic o rp o s a g lu tin a ra m os parasitos da mesm a fo rm a que aqueles presentes nos soros dos co elh os co m a in fe c ç ã o aguda, só se p ode a firm a r q ue am bos sejam p ro d u z id o s p o r células estim ula das p o r a n tfg e n o s d o T. cruzi. Desta fo rm a , d o p o n to

(6)

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Teixeira A fíL , Jabur E, Córdoba JC, Souto M aior IC, Solórzano E. Alteração da resposta imune mediada por células duran­ te o tratamento com benzonidazol. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 16:11-22, 1983

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10-F ig . 3 N

NO,

H — CO — NH — CH,

E s tru tu ra q u ím ic a d o ben z o n id a z o l. F ig . 2 — N ív e is d e p a ra sitem ia s dem o s tra d o s e m c o e lh o s in o c u la d o s c o m tr ip a m a s tig o ta s da

ce p a E r n e s tin a d o Trypanosoma cruzi. O percen tu a l d e p a ra sitem ia f o i o b t id o pelo n ú mero de Dipetologaster maximus q u e se in fec to u a p ó s o rep a s to /n ú mero desses tr ia to m ineo s n o xen o d ia g n ó s tic o x 1 0 0 .

St m anat

N ív e is d e p a ra sitem ia s dem o n s tra d o s e m c o e lh o s in o c u la d o s c o m tr ip o m a s tig o ta s da

ce p a E r n e s tin a d o Trypanosoma cruzi,e tr a ­ ta d o s c o m ben z o n id a z o l a p ó s 2 meses d e

in fec ç ã o . A d u ra ç ã o da p a ra s item ia fo i a b re v ia d a , p o is to d o s os a n im a is a pre s e n ­ ta m x e n o s n e g a tivo s a p ó s 3 0 dia s d e t r a t a ­ m e n to .

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Teixeira A R L , Jabur E, Córdoba JC, Souto M aior IC, Solórzano E. Alteração da resposta imune mediada por células duran­ te o tratamento com benzonidazol. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 16:11-22, 1983

de vista s o ro ló g ic o , parece im p o ssív e l d is tin ­ g u ir, co m a té c n ic a em pregada neste tra b a lh o , os coelho s chagásicos tra ta d o s dos o u tro s co e­ lhos chagásicos q ue n ão receberam a droga. Sen­ d o assim, não há q u a lq u e r d a d o sugestivo de que o tra ta m e n to te ria sid o b e n é fic o , pois os títu lo s elevados dos a n tic o rp o s séricos são in d i­ cativos de p ersistê ncia da e stim u la çã o antigê- nica e sp e cífic a .

T a m b é m , fo i interessante n o ta r q ue co elh os chagásicos e co elho s n o rm a is , im u n iz a d o s co m estro m a de hem ácias de c a rn e iro d u ra n te o tr a ­ ta m e n to c o m b e n z o n id a z o l, p ro d u z ira m títu lo s de a n tic o rp o s h e m o lític o s sem elhantes àqueles o b tid o s após a im u n iz a ç ã o dos co elho s chagá­ sicos e não-chagásicos q ue n ão fo ra m subm e­ tid o s à ação da droga . E m resu m o , o tra ta m e n to c o m b e n z o n id a z o l não a lte ro u a resposta im u n i- tá ria h u m o ra l in d u z id a p e lo T. cruzi, da mesm a fo rm a q ue não m o d ific o u a p ro d u ç ã o de a n ti­ c o rp o s c o n tra hem ácias de ca rn e iro .

Se, p o r um la d o , a im u n id a d e h u m o ra l não fo i a lterad a pela ação da dro ga , p o r o u tr o lado, a resposta im u n itá ria c e lu la r fo i c o m p le ta m e n te s u p rim id a p elo b e n z o n id a z o l. Os anim a is cha- gásticos tra ta d o s co m este c o m p o s to , na fase aguda o u na fase c rô n ic a da in fe c ç ã o , d e ix a ra m de reagir c o n tra a n tíg e n o d o T. c ru z i in je ta d o p o r via in tra d é rm ic a , e n q u a n to que os co elh os chagásicos não tra ta d o s aprese ntara m reação cu tân ea de h ip e rse n sib ilid a d e ta rd ia de grande in te n sid a d e , 48 h s após a in je çã o d o a n tíg e n o . A supressão in vivo da resposta im u n itá ria ce lu la r e sp e cífica , o b tid a neste e s tu d o p elo uso d o b e n ­ z o n id a z o l, está de a c o rd o co m os res u ltad os de L e lc h u c k e co ls .23, q u e observaram a lte ra çã o da im u n id a d e c e lu la r in v itro , in d ic a d a pela ausên­ cia de in ib iç ã o da m igraçã o de le u c ó c ito s de paciente s chagásicos tra ta d o s co m n ifu r tim o x , p o r a n tíg e n o d o T. cruzi. Em nosso e x p e ri­ m e n to , a supressão das reações de im u n id a d e ce lu la r, em co elho s tra ta d o s c o m b e n z o n id a z o l, fo i observada sem pre d u ra n te a q u im io te ra p ia , e sua reversão para n íve is n o rm a is o c o rre u logo após a suspensão da d rog a. N o e stu d o de L e l­ c h u c k e co ls23 a alteraçã o da im u n id a d e c e lu ­ lar, nos pacien tes chagásicos tra ta d o s co m n ifu r ­ tim o x , persistia p o r d o is anos após o tr a ta ­ m e n to .

A supressão te m p o rá ria das reações de im u ­ n id a d e c e lu la r p o d e ria ser um a in d ic a çã o de que h ou vera d im in u iç ã o da e stim u la çã o a n tig ên ica , d e v id o ao e fe ito trip a n o c id a da droga . E n tre ­ ta n to , há ta m b é m a p o ssib ilid a d e d e q u e a

supressão te n h a sid o devida a um e fe ito c ito tó - x ic o d o b e n z o n id a z o l sobre as células d o siste­ m a im u n e tim o -d e p e n d e n te . Esta hipótese fo i estudada em o u tro s e x p e rim e n to s q ue p e rm iti­ ra m v e rific a r o e fe ito tó x ic o in e s p e c ífic o da d ro ga sobre as reações im u n o ce lu la re s, em a nim a is im u n iz a d o s co m BCG o u se nsibilizados c o m D N C B . Estes e x p e rim e n to s m o stra ra m que as reações de h ip e rse n sib ilid a d e ta rd ia c o n tra os a n tíg e n o s e sp e cífico s, nestes a nim ais, ta m b é m fo ra m su p rim id a s pelo tra ta m e n to . Is to ind ica q ue a supressão das reações de im u n id a d e ce lu ­ lar o c o rre in d is tin ta m e n te em coelhos im u n i­ zados co m BC G, sen sibiliza d os co m D N C B ou in fe c ta d o s c o m T. cruzi. Estes resu ltado s ta m ­ bém são co m p ará ve is àqueles o b tid o s p o r L e l­ c h u c k e cols24 q ue v e rific a ra m a supressão in vivo e in v itro da resposta im u n e espe cífic a m ediada p o r células, em cobaias im u n iz a d o s c o m a d ju v a n te c o m p le to de F re u n d e testadas c o m PPD, d u ra n te o tra ta m e n to co m n if u r t i­ m o x . Os n íve is de im u n id a d e v o lta ra m aos va lo­ res n o rm a is após o tra ta m e n to 2 4 . Os re su lta ­ dos dos nossos e x p e rim e n to s co m b e n zo n id a ­ zo l, assim c o m o os resultado s de L e lc h u c k e co ls23' 24 c o m n ifu r tim o x , in d ic a m que esses c o m p o s to s n itro -a ro m á tic o s devem a lte ra r p ro ­ fu n d a m e n te as respostas im une s celulares d e v i­ d o à c ito to x id a d e que a fe ta p rin c ip a lm e n te as células tim o -d e p e n d e n te s .

Os m ecanism os de c ito to x id a d e in d u z id o s pelos c o m p o s to s n itro -a ro m á tic o s exercem seus e fe ito s ta n to sobre os m icro rg a n is m o s pato gê­ n ico s c o m o sobre as cé lulas de m a m ífe ro s 22 . A c o n d iç ã o essencial à ação c ito tó x ic a de to d o s n itro -a ro m á tic o s é a presença de sistem a enzi- m á tic o na cé lu la a lvo capaz de p ro ce d e r à redu ­ ção e n z im á tic a d o n itro -g ru p o , que é o s ítio a tiv o da m o lé cu la presente em to d o s os co m ­ posto s desta fa m ília 2 8 . Parece até m esm o iro ­ n ia da n atu re za o fa to de q ue so m e nte as cé lu ­ las capazes de m e ta b o liz a r as substâncias n itro - a ro m á tica s sejam capazes de s o fre r o e fe ito tó x ic o e m o rre r o u se a lte ra r em conseqüência d is to 2 1 . P or e x e m p lo , os m ecanism os de t o x i­ dade d o n ifu r tim o x sobre d ife re n te s fo rm a s d o T. c ru z i 16 fo i ta m b é m d e s c rito para as cé lu ­ las de m a m ífe ro s 15. Estes m ecanism os geram rad icais livres, que através de o u tra s vias não e n zim á tica s fo rm a m m e ta b ó lito s in te rm e d iá ­ rios, c o m o o 0 2 , H2O2, O H " e o p ró p rio n itro - a n io n ra d ica l q u e é re cicla d o ao p o n to in icia l após um a série de reações e le tro q u ím ic a s 15 16 2 2 . Os m e ta b ó lito s in te rm e d iá rio s são t ó x i ­ cos e a lte ra m a e s tru tu ra e fu n ç ã o de m a crom

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Teixeira A Rl , Jabur E, Córdoba JC, Souto M aior IC, Solórzano E. Alteração da resposta imune mediada por células duran­ te o tratanyento com benzonidazol. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 16:11-22, 1983

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F ig . 5 — N ív e is d e a n tic o r p o s s é rico s em c oelh o s tr a ­ ta d o s c o m ben z o n id a z o l na fase c r ô nic a da in fec ç ã o cha gásica . A q u im io tera p ia n ã o p ro d u z iu q ued a d o s t ít u l o s de a n tic o r p o s

ca p a ze s d e a g lu tin a r d ire ta men te o T. cruzi.

F ig . 6 — P ro d u ç ã o d e a n tic o r p o s hem o lític o s em c oe ­

lh o s im u n iz a d o s c o m es tro m a de h em á cia s

d e c a r n eiro d u ra n te o tr a ta men to c o m ben ­ z o n id a z o l. C , c o n tr o le n o rm a is ; C H , ch ag á­ sico s; C H -T , ch a g á sic o s em tr a ta men to ; D N C B -T , sen s ib iliz a d o s c o m D N C B e s u b ­ me tid o s a o tr a ta men to ; B C G -T , im u n iz a d o s c o m B C G e s u b me tid o s a o tr a ta men to = a n tic o rp o s he t er ó filo s p rév io s è im u n iz a ç ã o ;

D

= a n tic o r p o s hem o lític o s a p ó s im u ­ n iz a ç ã o . N o te q u e to d o s os g ru p o s de a n i­ m a is res p o n dera m à im u n iz a ç ã o c o m t ít u l o s s im ila res de a n tic o r p o s hem o lític o s .

F ig . 7 — E fe i to d o ben z o n id a z o l nas re a ç õ e s c u tâ n e a s d e hipersen s ib ilid a de ta rd ia de c oelh o s c h a ­ gásicos tes ta d o s c o m a n tígen o s u b celu la r d e Trypanosoma cruzi. A q uim io tera p ia res u l­ to u na su p re s sã o d as re a çõ e s d e hipersen s i­ b ilid a de , q u e vo lta ra m a fic a r p o s itiva s so­ men te apó s o tr a ta men to .

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Teixeira A R L , Jabur E, Córdoba JC, Souto M aior IC, Solórzano E. Alteração da resposta imune mediada por células duran­ te o tratamento com benzonidazol. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 16:11-22, 1983

léculas, a lc a lin iz a m p ro te ín a s e ácid os n u clê i- cos, e p a rtic ip a m da pero x id a ç ã o d e lip íd io s . Estas reações seriam responsáveis p e lo e fe ito letal sobre o T. c r u z i o u sobre o u tro s m ic ro o r­ ganism os e células de m a m ífe ro s . A re d u çã o d o n itro -g ru p o ta m b é m p od e levar à fo rm a ç ã o de h id ro x ila m in a , m e ta b ó lito q u e te m sid o c o n s i­ d erado c o m o responsável pelos e fe ito s tó x ic o s de vários c o m p o s to s n itro -a ro m á tic o s 2 21 4 7 . E m d e co rrê n cia d o d e sa rra n jo q ue p ro d u z nas m olécu la s, os n itro -a ro m á tic o s m o d ific a m in te n sa m e n te o m e ta b o lis m o ce lu la r. P o r e xe m ­ p lo , há ind icaçõ es de q ue o e fe ito tó x ic o d o b e n z o n id a z o l, assim c o m o de o u tro s d eriva d os n itro -im id a z ó lic o s , está re la c io n a d o ao seu p o te n c ia l de red uçã o 2 2 . D esta fo rm a , sua ação tó x ic a resulta em a lte ra çã o da respiração a eró bica d o T. c ru z i e in ib iç ã o d rá stica da s ín ­ tese de p ro te ín a s , de R N A e D N A celu la r, p o den d o ser le ta l 3 4 . D e s g ra ça d a m e n te , estes e feito s se v erific a m ta m b é m sob re o h o s p e de iro m a m ífero , co m ten d ê n cia a a tin g ir m ais g ra ve ­ m e n te as cé lu las suje itas à m u ltip lic a ç ã o . P or is to m e s m o , são m ais a tin g id o s p o r seus e fe ito s

co latera is o ser em desenvolv imen to , as cé lu­ las da lin h a gem rep ro d u tiva e as células d o a d u l­ t o q ue m a n té m a capa cidad e d e m u ltip lic a ç ã o . A ssim , alguns ensaios qu e visam a estu d ar os

e fe ito s tó x ic o s de co m p o sto s n itro -a ro m á tic o s

in v itro usam células da linha g e m lin fó ide 2. A dem a is, o u tro s e fe ito s co latera is graves co m o

esterilid a de , m u ta gen icid a de , tera to gen ic id a de ,

ra d io m ime tis m o e ca ncerige nicid ade tem sido des c rito s após o uso d e vários co m p o sto s desta fa m ília

N ã o o b s ta n te to d a s as alte ra çõ e s p ro d u zid a s n o meta b o lis m o , c o m co n se qüências d ire ta s sobre a im u n id a de ce lu la r, o uso d o b e n z o ni­ d a z o l p o deria ser ben é fic o se resultasse na e rra ­ dica ção d o T. cruzi. A o invés d is to , o qu e se tem v erific a d o n o nosso la b o ra tó rio é o apare ­

c imen to d e n eo plasias m alig n as e m vários coe­

lh o s chagásicos tra ta d o s c o m esta dro ga em doses tera p ê u tica s. ( A R L Te ix eira , E Ja b u r, JC C ó rd o b a , IC S o u to M a io r, E S o ló rz a n o : dados n ão p u b lic a d o s ).

S U M M A R Y

R a b b its in o c u la te d w ith tryp o m a stig o te s o f th e E rnestina s tra in o f T ry p a n o s o m a c ru z i sh o w ed parasitem ias, w h ic h were d e m o n stra te d b y xenodiagnosis d u rin g fiv e and h a lf m o n th s o f th e in fe c tio n . The a d m in is tra tio n o f 8 m g /k g /d a y f o r 2 m o n th s o fb e n z n i-dazole in ra b b its w ith tw o m o n th s in fe c tio n resu lted in p e rs is te n tly negative xenodiagnoses a fte r 3 0 days o f ch em o th e ra py. A ls o ra b b its w ith c h ro n ic Chagas' disease sh ow in g nega­ tiv e p a ra s ite m ia s ix m o n th s a fte r in fe c tio n were tre a te d w ith benznidazo le . B o th groups o f ra b b its th a t received in tra p e rito n e a l in je c tio n s o f the d ru g h ad tite rs o f serum a n tib o -dies to th e parasite

similar

to those sh ow n in u n tre a te d T . c ru z \-in fe c te d rabbits. T h a t the h u m o ra l a n tib o d y response is n o t a lte re d b y th e benznida zole was d e m o n stra te d in o th e r expe rim en ts, w h ic h sh ow ed th a t th e anim a is u n d e r ch e m o th e ra p y can p ro d u c e h e m o ly tic

antibody

tite rs as

high

as

those found

in

Controls

as w e lla s in T . c ru z i-in fe c te d u n tre a te d rabbits.

In m a rk e d co n trast, th e th ym u s-de pe nd e n t im m u n e fu n c tio n was severely a ffe c te d b y benznidazole. The d e laye d-typ e h y p e rs e n s itiv ity re a c tio n again st a T. c ru z i su bce llu la r antigen was suppressed d u rin g ch e m o th e ra p y, whereas th e re a c tio n was c o n s is te n tly pre-se nt in u n tr e a te d ! . c ru z i-in fe c te d rabbits. H ow ever, d e la ye d -typ e h y p e rs e n s itiv ity against th e p arasite antig en c o u ld be e lic ite d 10 days a fte r cessation o f trea tm e n t. A ls o d elayed h y p e rs e n s itiv ity in ra b b its im m u n is e d w ith BC G a n d te ste d using PPD o r in ra b b its sensi-tised to D N C B were also suppressed b y benznid a zo le trea tm en t.

I t has been sh o w n th e re fo re th a t b o th drugs used f o r tre a tin g Chagas' disease can p ro ­ d uce p r o fo u n d a lte ra tio n s in the th ym u s-de pe n d en t im m u n e response. Benznidazole a nd n if u r tim o x are n itro -a ro m a tic co m p ou nd s th a t undergo e n z y m a tic re d u c tio n w ith p ro du c-tio n o f in te rm e d ia te m e ta b o lite s th a t can be s tro n g ly c y to to x ic fo r th e T . c ru z i a nd fo r th e m am m a lia n cells.

(K eyW ords: Benznidazole. Im m u nosuppresion . C ellm ediated im m u n e response. T ly m -phocytes. Chagas'disease. T ry p a n o s o m a c ru z i. R abbits).

A G R A D E C IM E N T O S

A assistência té cnica de M a ria José Gonçalves, G ló ria M a rtin s e L u z ia M achado da Silva f o i valiosa p ara a realização deste trabalho.

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Teixeira A RL, Jabur E, Córdoba JC, Souto Maior IC, Solórzano E. Alteração da resposta imune mediada por células duran­ te o tratamento com benzonidazol. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 16:11-22, 1983

Tab e la 1 — E feito d o ben z o n id a z o l sobre as reações de hipersen sib ilid a de d e c o n ta to in d u zid a s pe lo D N C B * .

Coelhos Pré-tratamento Tratamento Pós-tratamento

1 + - ++

2 ++ +

3 +

-4 + + - + +

5 + + + ± + +

6 + ± +

* Os c o e lh o s fo r a m s e n sib iliz a d o s na fa ce in tern a da o relh a c o m 5 0 / i l de um a s o lu ç ã o c o n ten d o 1 0 m g % (p /v )

de D N CB em a ce to n a , c o m 3 0 dia s de in terva lo en tre o 1? e o 2 ? c o n ta to c o m a d ro g a . E m se g uid a os a n im a is fo ra m des a fia d o s p e la e x p o siç ã o a u m a d o se d e D N C B 1 0 0 ve zes in fer io r à q uela usada p a ra a sen s ib iliz a ç ã o , na fa ce in tern a da o relh a c o n tra -la tera l.

+ - eritem a ; + + = eritem a e p á p u la ; + + + = eritem a , p á p u la e c ro s ta .

R E F E R Ê N C IA S B IB L IO G R Á F IC A S

1. B o ck M , G o n nert R, H a berk o rn A .S tu d ies * w ith B A V 2 5 0 2 o n anim ais. B o le tin C h i­

le n o de P a ra sitolo gia 2 4 :1 3 -1 9 , 196 9.

2. B o y d M R , S tik o A W , Sasame H A. me ta bo -

lic a c tiv ity o f n itro fu r a n to in . Possible im- p lic a tio n fo r carcino g en esis. B io c hem ic a l P h arm aco lo g y 2 8 :6 0 1 -6 0 6 , 197 9.

3. B re n e r Z . A tiv id a de tera p ê u tic a d o 5 -n itro - 2 -fu ra lde íd o sem ic a rb a z o n a (n itro fu ra z o n a )

em esquemas d e d u ra ç ã o p ro lo n g a d a na

infecç ã o e xperimen ta l d o ca m u n d o n g o

pelo T rypanosom a cruzi. R evista d o In s ti­ tu to de M e d ic in a T ro p ic a l de São P aulo 3 :4 3 -4 9 , 196 1.

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5. C a n ç a d o J R . A sp ecto s c lín ic o s da p a d ro ­ nização dos m é to d o s para avaliação dos e fe ito s da doença de Chagas. R evista G o ia ­ na de M e d icin a 9 :2 1 7 -2 3 2 , 197 3.

6. Cançado JR , M arra M D , L o p ez M M o u rã o 0 , Faria C A F , A lva re s JM , S algado A A T o x ic id a d y va lo r te ra p e u tic o d e i B ay 2 5 0 2 en Ia en fe rm e da d de Chagas crô n ic a en tre s esquemas posológicos. B o le tin C h ile n o de P arasitologia 2 4 2 8 -3 2 , 196 9.

7. C ançado JR , S algado A , B a tis ta SM . C h ia ri C. S egundo ensaio te ra p ê u tic o co m o n if u r ­ tim o x na doença de Chagas. R evista G o iana de M e d ic in a 2 2 :2 0 3 -2 3 3 , 197 6.

8. C erisola J A . E v o lu c ió n se ro ló g ica de pacien­ tes co n e n fe rm e d a d de Chagas aguda tra ­ ta d o s co n B a y 2 5 0 2 . B o le tin C h ile n o de P arasito lo gia 2 4 :5 4 -5 9 , 196 9.

9. C erisola J A , R a b in o v itc h A , A lv a re z M , C o rle to C A , P ru m ed a J. E n fe rm e d a d de Chagas y Ia tra n s fu s ió n de sangue. B o le tin d e Ia O fic in a S a n itá ria P anam ericana 7 3 : 2 0 3 -2 2 1 , 197 2.

10. C erisola J A , R o h w e d d e r R, Segura E L , Del P ardo C E, A lv a re z M , M a rtin i G J W .E I x e n o d ia g n ó s tic o . N o rm a liz a c ió n . U tilid a d . E d ito ra I.N .I.C ., B uenos A ire s , 197 4.

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-Teixeira A R L , Jabur E, Córdoba JC, Souto Maior IC, Solórzano E. Alteração da resposta imune mediada por células duran­ te o tratamento com benzonidazol. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 16:11-22, 1983

p a th o lo g ic and m o rp h o lo g ic stu dies in m y o c a rd ia l biopsies. A m e ric a n J o u rn a l o f P a th o lo g y 8 6 :5 3 3 -5 4 4 ,1 9 7 7 .

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17. D o d d M C .T hec hem o thera pe u tic p ro perties

o f 5 -n itro -2 -fu ra lde hy de sem ica rb azon e (F u ra cin ). J o u rn a l o f P h a rm a co lo g y and E x perimen ta l T hera pe u tic 8 6 :3 1 1 -3 2 3 , 1 9 4 6 .

18. D o d d M C , S tillm a n W B . The in v itr o bacte - rio s ta tic a c tio n o f some sim p le fura n deri-

vatives. J o u rn a l o f P h a rm a co lo g y and E x p e ­ rim e n ta l T h e ra p e u tic 8 2 :1 1 -1 8 ,1 9 4 4 .

19. G ru n b e rg E, B e skid G, C leeland R, D e lo - re n z o W F , Tits w o r th E, S c h o ler H J, R ich- le R, B re n e r Z . A n tip ro to z o a n and a n tib a c- teria l a c tiv ity o f 2 -n itro im id a z o le derivates. A n tim ic r o b ia l A g e n ts and C h e m o th e ra p y 5 1 3 -5 1 9 , 196 8.

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4 6 . T e ix e ira M L , R ezende F ilh o J, F ig u e ire d o F, T e ix e ira A R L . Chagas' disease: se lective a f f in it y a nd c y to to x ic ity o f T rypanosom a c ru z i — im m u n e ly m p h o c y te s to parasym - p a th e tic g a n g lio n cells. M e m ó ria s d o In s ti­ t u to O sw a ld o C ru z 7 5 :3 3 -4 5 , 198 0.

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Referências

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