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SUFRAMA : um estudo de desenvolvimento institucional

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(1)

ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇAo POBLICA

CURSO DE MESTRADO DE ADMINISTRAÇAo POBLICA

E

SUFRAMA:

UM ESTUDO DE DESENVOLVIMENTO

INSTITUCIONAL

MONOGRAFIA DE MESTRADO APRESENTADA POR

RAIMUNDO CLAuDIO GRAÇA d'ALMEIDA

APROVADA EM

03/11/1981

PELA COMISsAo JULGADORA

ANNA MARIA DE SOUZA MONTEIRO CAM

- 6i

LLU

.A-iv

~~~ ___ --n~

• P. A.

sE EDUARDO COELHO MEsSEDER -

M. P. A.

(2)

FUNDAÇAo GETOLIO VARGAS

ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇAo POBLICA

CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇAO POBLICA

RAIMUNDO CLAuDIO GRAÇA d'ALMEIDA

SUFRAMA: UM ESTUDO DE DESENVOLVIMENTO

INSTITUCIONAL

\

MONOGRAFIA APRESENTADA

A ES

COLA BRASILEIRA DE

ADMINIS

TRAÇA0 POBLICA PARA A OBTEN

çAo DO GRAU DE MESTRE EM AO

MINIS TRAÇA0 POBLICA.

RIO DE JANEIRO - 1981

(

,

_ _ _ _ 4 - "---_~_~_ . . . _~ •• ~_~_.'_' . . . .

(3)

• Ao Governo do Estado do Amazonas. que me proporcionou este curso .

• Aos amigos e aos servidores da Se cretaria de Estado da Educação

e

Cultura do Amazonas. que me faci litaram a realização deste trabã lho.

(4)

pelo impulso inicial;

a minha mulher

pelo companheirismo na jornada;

a meus filhos

(5)

:r

N

o

I C E

I r~ T R O O U

ç

à O • • • • • • • • • • • • s • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

1. Importância do tema . . . .

2. Natureza e metodologia do trabalho .•••••••.•.••••••

3. Obj et ivos do t raba 1 ho . . . • . . . • .

4. Âmbito e alcance do estudo

CAPíTULO I - O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL ..

1. Antecedentes

2. Breve revisão da literatura sobre Desenvolvimento

Institucional

3. Con cei tos b ~s i co s . . . : . . . .

4. Processo de Desenvolvimento Institucional

4. 1. Vari~veis institucionais

4. 2. TraDsações institucionais

4. 3. E lo s in st it u cio n ai s . . . • . • • . . . • . . . • • . . . • • . • . .

5. Considerações suplementares sobre o Estudo de Desen

volvimerto Institucional

CAPíTULO 11 - A CONCESsfi,o ALFANDEGÁRIA: rRÁTICA E NORMAS ••

1. Pr~tica da concessão alfandeg~ria

2. Formas de concessão alfandeg~ria

Dl Dl 02 03 04 06 06 07 12 15 18 21 22 24 27 27 27

3. Zo n a fran ca . . . ". . . .. 28

3. 1. Caracterização . . . 28

3. 2. Obj etivos

3. 3. Experiências em outros países

3. 3. 3. 3.

1. Estados Unidos

2. Panamá • • . . . • . • • . . • . • . . • • • • . . • • • . • • . • • . • • • . •

4. Po rto 1 ivre . . . ~ . . . .

4. 1. Caract erizaç ~o •.••••••••••••••••••••••••••••••••

4. 2. Aproximação de objetivos •.•••••..••••••.••••..••

4. 3. Portos livres em operação

5. Síntese conceitual

CAPíTULO 111 - A CRIAÇAo DA ZONA FRANCA DE MANAUS . . . .

1. Antecedentes

31 31 32 32 33 33 34 34 35 37 37

2. Ato de criação e características da ZFM .••••••••.•• 39

CAPíTULO IV - SUFPAMA: O ESTUDO DAS VARIAvEIS INSTITUCIO

(6)

1. Preliminares

1. 1. Antecedentes pr6ximos da SUFRAMA 1. 2. Criaç~o da SUFRAMA

2. As Vari~veis Institucionais

2. 1. Doutrina

2. 1. 1. Conceitos

2. 1. 2. Finalidade

2 • 1. 3. Objetivos

2. 1. 4. Reflexões suplementares sobre a vari~vel

trina

2. 2. Programa

2. 2. 1. Formulação e conteúdo

2. 2. 1. 1. Termos de Referênciõ

2. 2. 1. 2. Plano Ciretor Plurianual Plano de açao

2 . 2 . 2. Execuç~o

2. 2. 1. 3

(POP) da lFM

dou

2. 2. 3. Reflexões suplementares sobre a vari~vel pro8r~ ma

2 . 3. Recursos

2. 3 1 Recursos financeiros 2. 3. 2. Recursos humanos

2 2. 2

3. 3.

3. ..., .J •

3.

3.

2. 3. 3.

Recursos físicos

1. Cistrito Industrial

2 • Distrito Agropecuário 3. Bens Im6veis

2. 3. 4. Recursos científicos e tecnológicos

2. 3. 5. Reflexões suplementares sobre a variável recur sos

2. 4. Estrutura Interna

2. 4. 1. Primeira estrutura para administração da lFM .• Estrutura original da SUFRAMA

2. 4. 3. Raforma de 1967

2. 4. 2 •

2. 4. 4. Reforma de 1973

2. 4. 5. Reforma de 1976

2. 4. 6. Reforma de 1979

2. 4. 7. Reflexões suplementares sobre a variável Estru

tura Interna

(7)

2. 5.

2. 5.

2 • 5.

2 • 5 •

2 . 5 .

2 • 5 •

2. 5.

2 • 5. 2. 5. 2 • 5 • 2. 5 • 2. 5 •

liderança

.

...

94

L L L 1. 1. 2 . 2. 2 • 2 • 2 • 2 • Aspectos históricos e comportamentais

...

95

L Primeiro período: 1 !Hi7 - 1972

·

...

96

2. Segundo período: 1972

-

1974

·

...

97

3 • Terceiro período: 1975

-

1979

·

...

98

4. Quarto período: 1979 até 1980

·

...

101

Análise dos fatores das varlaveis

.

' institucio nalS . . . • . . • . . . • • . . • . • . • . • • • • . . • . . . • • • . 104

1. liderança e 2. liderança e 3. liderança e 4. liderança e 5. Conclusões da variável doutrina

·

...

programa

·

...

recursos

·

...

estrutura interna

·

...

suplementares sobre os fatores liderança

...

106 108 110 113

2. E

1 os fu neia nai 5 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 120 3. Elos competitivos . . . 122

4. Elos emulativos . . . 125

5. E lo s d ifu s os . • . . . • . • • . • . • . • • . . . • . • . • • • • • 126

6. Reflexões suplementares sobre as transações institu-cionais . . . 127

(8)

TABELAS

IV. 1 - SUFRAMA: Recursos Financeiros. por Fonte - 1968/1979

IV. 2 - SUFRAMA: Comparativo da Taxa de Crescimento de Recur

sos Transferidos 8 índice de Inflação - 1974/1979

IV. 3 - SUFRAMA: Comparativo da Taxa de Crescimento de Recur

50S Próprios e índice de Inflação - 1974/1979

IV. 4 - SUFRM1A: Aplicação de Recursos Transferidos da

União-1968/1979

IV. 5 - SUFRAMA: Aplicação de Recursos Proprios - 1975/1979

IV. 6 - SUFRAMA: Aplicação de Recursos Próprios e Transferi

dos - 1975/1979

IV. 7 - SUFRAMA: Número de servidores do quadro permanente

IV. 8 - SUFRAMA: Número de servidores do quadro permanente.

por "nível de escolaridade

IV. 9 - SUFRAMA:' Freq1.lência (%) das Avaliações Atribuídas aos

Fatores da Variável Doutrina. segundo as partes com

ponentes da Liderança

IV. 10 - SUFRAMA: Freq1.lência (%) das Avaliações Atribuídas aos

Fatores da Variável Programa. segundo as partes com

ponentes da Liderança

IV. 11 - SUFRAMA: Freq1.lência (%) das, Avaliações Atribuídas aos

Fatores da Variável Recursos. segundo as partes com

ponentes da Liderança - 1980

IV. 12 - SUFRAMA: Freq1.lência (%) das Avaliações Atribuídas aos

ANEXOS

A.

B.

C.

O.

E.

F.

G.

Fatores da Variável Estrutura Interna. segundo as

partes componentes da Liderança - 1980

Lei n9 3.173 - de 6 de junho de 1957

Decreto-Lei n9 288. de 28 de fevereiro de 1967

SUFRAMA: Estrutura Organizacional - Agosto de 1967

SUFRAMA: Estrutura Organizacional - Janeiro de 1976

SUFRAMA: Estrutura Organizacional - Outubro de 1977

Formulário de Avaliação da Interveniência da Variá

ve1 Liderança nas demais Variáveis.

Desenvolvimento Agropecuário: Principais Contratos e

(9)

I .

(1975 a 1978)

Outras Atividades da Superintendência: PrincipaisCo~

(10)

,

,

RESUMO

O processo de institucionalização da SUFRAMA e.

nesta monografia. analisado com a utilização do modelo de De

senvolvimento Institucional elaborado por Esman e Blaise.

A

luz desse modelo. aquela entidade

é

examinada ante as veis doutrina. programa. recursos. estrutura interna e

variá \

lide

rança. com ênfase nesta última. para cujo enriquecimento in

formativo o autor procedeu a um survey indicativo da

nature-za da interveniência daquela variável sobre as outras. Também

à

luz do modelo.

é

examinado o comportamento dos elos institu cionais - capacitadores. normativos. funcionais. competit2:.

vos. emulativos e difusos - em reflexão sobre a forma com que

a entidade transaciona com o seu meio-ambiente.

Da análise. resulta a indicação de que a

SUFRAMA surEiu da decisão do Governo Federal de reestruturar

a Zona Franca de Manaus. em face do insucesso que esta vinha

experimentando no alcance de seus objetivos. como decorrên

cia. entre outras causas. do mal funcionamento da entidade

gestora. A mudança de conceituação da prática de concessão aI

fandegária adotada e a alteração administrativa introduzida

trouxeram resultados positivos. posto que. a partir de então.

desencadeou-se o processo de desenvolvimento institucional da

quela entidade.

Ao final de sua análise. conclui o autor que a

SUFRAMA poderá levar o seu processo de institucionalização a

irreversibilidade. Para tanto. porém. deve superar algumas di

ficuldades. entre as quais a perda de autonomia financeira re

gistrada nos últimos anos. e obter maior participação na nor

matização das ações desencadeadas na sua área de influencia. A

partir daí. nenhuma força opositora poderá levá-la ao destino

de tantas outras instituições que já existiram na região: a

extinção. Somado a isso. o aprimoramento de certos procedime~

tos administrativos dará a SUFRAMA a pretendida posição de

grande e exclusiva agência de desenvolvimento regional para a

(11)

1. Importância do tema

Um estudo de desenvolvimento institucional e~va

liável pela possibilidade que oferece de verificação dos ru

mos tomados por uma organização e das tend~ncias que a mesma

apresenta. em dado momento. nos seus diversos aspectos. Seu

valor aumenta na medida em que permite antecipação de corre

ç6es no cumprimento dos fins e no alcance dos objetivos a que

a organização se prop6e, tarefa que é dos Governos e dos diri

gentes das entidades. Saber do comportamento das variáveis que

afetam o desempenho de uma organização

é

ganhar meios de in fluir sobre sua açao e de orientá-la para a efici~ncia

eficácia. (1)

e a

A' análise institucional e o caminho que nos p~

de levar a esse conhecimento. Esman e Blaise. em 1966. afirma vam que:

"Não existe ainda um corpo de conhecimentos sis temáticos sobre o processo de instituições ino vadoras e de escolhas estratégicas e decisões críticas dos responsáveis pela criação de ins

t i t u i ç'6 e s ". (2 )

No entanto. o estágio atual dos estudos já ofe

rece diretrizes suficientes para análise mais profundas e. se

o corpo de conhecimentos sist~máticos lamentado por aqueles

autores ainda não existe. a prática. obediente a metodologia

de pesquisa desenvolvida pelos mesmos, pode em muito

buir para a sua formação.

contri

(1) Sobre efici~ncia e eficácia. ver Kleber Tatinge Nascimen to. "A Revolução Conceptual da Administração: implicações para formulação de papéis e funç6es essenciais de um exe cutivo", Revista de Administração Pública. 6 (2): 5- 52-:

Abr/Jun. 1972.

(2) ESMAN. Milton J.

&

BLAISE. Hans C. Pesquisa em Desenvol-vimento Institucional: conceitos para orientaç~o / lnstitution building research: tile guiding conceptsl Trad. Heloísa Quental - mimeografado. p. 2 (Publicação do origI na1: Pittsburgh: University of Pittsburgh. Graduate School of Public and International Affairs. 1966. mimeografado.

(12)

o

presente caso é rico das possibilidades aqui levantadas e, sendo o exame de uma instituição governamental,

também pode contribuir para o enriquecimento da

administrativa do poder público.

experiência

2. Natureza e metodologia do trabalho

Tem o presente trabalho a característica dos es

tudos ideográficos, aqui usada a expressão no significado que

lhe foi atribuído por Fred Rigss: "Abordasem que trata de as

sunto sui generis, tais como determinado governo, caso ou ar

. - ( 3 )

ganlzaçao".

Examina e descreve uma entidade pública - a Su

perintendência da Zona Franca de Manaus (SUFR.A~lA) - no seu pr~

cesso de institucionalização organizacional, tomando por base

os conceitos e as relações que a teoria do Oesenvolvmento Ins

titucional oferece. Trata-se, portanto, da análise institucio

nal de uma organização.

Considerada a necessidade de parâmetros para com

paraçao e compreensão da realidade estudada, foi adotado um

modelo te6rico, o delineado por Milton J. Esman e HansC. 6lai

se, com a adaptação metodo16gica proposta por Eduardo

6ello,(41 cujos elementos oferecem

~undamentação

segura

este tipo de análise.

S .

para

No desenvolvimento do trabalho, antecederam- se

~ análise considerações de ordem te6rica, nas quais foram ex~ minados os conceitos que interessam ao estudo do Desenvolvi

-mento Institucional e ao conheci-mento do instru-mento

co administrado pela entidade analisada.

econômi

( 3 ) Apud. PINTO, Aluizio Loureiro. IBAM: uma experiência

institucionalização organizacional no 6rasil. Tese de torado: Capo I - Intrcdução. California, Universidade Sul da Calif6rnia, 1967, mimeografado, p. 4

de Dou do

( 4) E S f1 A N, Mil t o n J. & 6 L A I SE. H a n s C. P esq u i s a em... o p • cito

Eduardo S. Metodo para evaluar el desarrolho insti

6ELLO. • M

tuciona1 en estaciones experimentales agropecuarias. on

(13)

A análise foi feita tendo por base as variáveis

e as transeções institucionais, instrumentos indicados no mo

delo adotado. Orientou-se o trabalho dentro da perspectiva tem

poral e isto criou a necessidade de se recorrer a elementos

históricos, quando da aborda~em de ocorrências vinculadas ao

surgimento, ao comportamento ou ao desempenho da organização.

Procedeu-se a exaustivo exame de documentos e

publicações da SUFRAMA e de outras organizações da área gove~

namental. na busca dos subsídios que informaram a análise.Por

outro lado, para não reduzir o trabalho às limitações do for

malismo legal, foi adotado o recurso da entrevista e da pe~

quisa. Entrevistamos técnicos e dirigentes d~ SUFRAMA, além

de estudiosos, pessoas ligadas ao governo e empresários com

atuação na área. Realizamos também um survey sobre a liueran

ça da entidade, na intenção de identificar a natureza da in

terveniência daquela variável sobre as demais.

As variáveis e os elos institucionais foram ana

lisados separadamente. permitindo-nos fazer considerações so

bre os fatores que influem no comportamento de cada uma e con

tribuindo para a formalização das conclusões que se

no capítulo final do trabalho.

3. Objetivos do trabalho

agrupam

Orientou-se o trabalho especificamente para os

seguintes objetivos:

a) verificar os rumos tomados pela SUFRAMA. de~

de a sua criação. e as tendências de institu

cion~lização que apresenta no momento;

b) verificar o comportamento das variáveis e

dos elos gue afetam o desempenho

institucio-nal da SUFRAMA;

c) oferecer sugestões de medidas que possam fa

vorecer e apressar o processo de

nalização da SUFRAMA;

institucio

d) testar a aplicação prática dos modelos de

análise e avaliação institucionais;

(14)

coleta de dados e avaliação institucional de

uma organização.

f) mostrar um exemplo de organização institucio

nal no Brasil.

4. Âmbito e alcance do estudo

"As organizaç6es, como os individuas, tem ances trais e 'traços genéticos' que podem influir no seu crescimento, ou direção, no ritmo do de senvolvimento, no modo pelo qual respondem eos estímulos mesolóGicos". (5)

Fundado no dito acima, e provavelmente porque

reconhece a importância das organizações no meio-ambiente, Lo~

reiro Pinto estabeleceu, quanco de seu trabalho sobre Institu

to Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), dois

crité-rios para determinar o âmbito do estudo: limites históricos e

-campo de açao.

Apoiado nesse ensinamento, este trabalho proc~

ra alcançar os aspectos históricos da SUFRAMA e a are a sob

sua influência direta ou indireta, isto

é,

seu campo de ação. Mais precisamente, busca avaliar o dese~penho daquela

insti-tuição como agência de desenvolvimento regional.

Consta o mesmo de seis capítUlos distribuidos

em três partes. Na primeira parte (capitulo I e 11) trata-se

da conceituação básica que fundamenta o trabalho. No capitUlo

I, sao feitas consideraç6es sQbre desenvolvimento institucio

nal e, no capitulo 11, sobre zona franca.

Na segunda parte (capítulo 111, IV e V)

procede-se

à

análise da SUFRAMA com a utilização de um modelo de pe~ quisa em Desenvolvimento Institucional, antecedida de conside

raç6es sobre 'aspectos históricos da Zona Franca de Manaus (ZFM)

e da SUFRAMA, nas quais se procura determinar os momentos mais

significativos do processo de institucionalização da entidade.

No capitulo IV,

é

feita a análise das veriáveis institucionais, uma a uma, com especial destaque para a lide

rança. Ao ser estudada esta variável, foi-lhe dado tratamento

(15)

objetivo com pesquisa de campo onde alguns fatores foram

sub-metidos ~ apreciôç~o do corpo t~cnico e dirigente da SUFRAMA.

rJediante apuraç~o da média ponderada de uma amostra expressi

Vôo procedeu-se ~ análise das expectativas individuais ante o

todo da liderança. conseguindo-se que a mesma se manifestasse

sobre suas pr6prias caracteristicas 8 seu comportamento. No ca

pítulo

V.

tratou-se das transações da entidade com o seu meio-ambiente. enfatizando-se o papel dos elos institucionais.

Na terceira parte (capítulo

VIl

estabeleceram-se as conclusões mais genéricas sobre a análiestabeleceram-se procedida nos

capítulos anteriores e anteciparam-se algumas sugestões de me

didas corretivas dos rumos tcmados por aquel@ entidade.

Finalmente. uma observação sobre a legislação citada.

Excluídos os atos dos quais se fizer expressa notificaç~o de

referência bibliográfica. os demais foram consultados em p~

blicações da SUFRAMA que tratam da legislação referente

la organizaç~o.

(16)

I O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL

1. Antecedentes

E

recente a aceitação da importância da Organi zaçao como instrumento eficiente e necessário no processo de

desenvolvimento sócio-econômico. Até então. acreditava-se nas

possibilidades de resultados positivos alcançáveis pela açao

do indivíduo. isolado ou a outro associado.

Nos primeiros esforços de desenvolvimento nas

sociedades subdesenvolvidas. o economista nativo e o assessor

estrangeiro. via de regra treinados nos países desenvolvidos.

eram os responsáveis pela pretendida modernização da área e.

nesse intento. podiam canalizar ajuda técnica e econômica ou

transferir. para ali. instituições testadas nas sociedades a

vançadas. A açao desencadeava-se com vistas ao transplante

dos processos avançados. das sociedades mais desenvolvidas p~

ra as menos desenvolvidas. sob o pressuposto de que quanto mai

or fosse o nGmero de transplantes. mais rápidas seriam as mu

( 6 )

danças.

Segundo Loureiro Pinto. os nativos eram levados

a instituições acadêmicas e de treinamento na Europa e nos Es

tados Unidos. a fim de adquirirem habilidades. enquanto

" ••• assessores vinham em legiões com o intuito de cumprir missão civilizadora pela realização de várias atividades. como introduzir o siste ma do mérito no recrutamento do pessoal do se~ viço pGblico. aumentar a eficiência da burocra cia através da reforma administrativa. moderni zar o sistema tributário e demonstrar ao agri cultor como aumentar sua produção por meio de sementes selecionadas e de irrigação." (7)

(6) PINTO. Aluizio Loureiro. A institucionalização como estra

tégia de desenvolvimento. Revista de Administração pGbli

~. Rio de Janeiro.

i

(1): 7-25. jan/jun. 1969. p. 9

( 7) P I N TO. A 1 ui z i o L o u r e i r o. A in s t i t u c i o n a 1 i z a ç ã o .•• op. cit ••

(17)

Em muitos casos, as modificações nao se sedimen

taram suficientemente e os procedimentos tradicionais foram re

tomados tão logo os assessores estrangeiros retornaram a seus

países de origem, causando grande frustação as pessoas que acre

ditavam ser aquele o caminho mais eficaz.

Alguns exemplos desse fracasso sao evidenciados

por Loureiro Pinto. Segundo aquele autor, técnicas modernas de

administração de pessoal e de orçamento-programa, como o siste

ma do mérito, a classificação de cargos e a programaçao orç~

mentária, conhecidas por nativos e assessores treinados nos Es

tados Unidos e transplantadas para os países periféricos, foram

inapelavelmente rejeitadas por serem "inaplicáveis numa buro

cracia governamental recrutada com base no nepotismo e compl~

tamente impermeáv~l aos modernos valores de economia e efici~n . " (8)

Cla •

o

caso do orçamento-programa das Filipinas e ci tado pelo mesmo autor como um dos clássicos no que se refere

ao formalismo e retradicionalização das técnicas transplant~

das. Entusiastas tentaram aplicá-lo naquele país e, com surpr~

sa, verificaram que o mesmo ali não se aplicava em face da di

versidade cultural em relação ao país de onde aquela

f ora lmpor a a. . t d (9)

A verificação de fatds dessa natureza

a busca de nova orientação para a forma de atuar no

técnica

provocou

encaminha

mento das ações de assistência aos países subdesenvolvidos. Es

sa nova orientação concentrou-se na Organização como o

instru-mento mais eficiente para o alcance das aspirações

mentistas.

desenvolvi

2. Breve revisão da literatura sobre Desenvolvimento cional.

Institu

O início dos estudos do Desenvolvimento

Institu-cional data dos primeiros anos da década de sessenta e decor

(8) PINTO, Aluizio Loureiro. A institucionalziação .•• op. cit. , p. 10

(18)

re da mencionada concentração na Organização como instrumento de ação eficiente para o processo de desenvolvimento das so ciedades menos avançadas. A nova abordagem desde então vem sendo aprimorada por autores que se dedicam às ciências so ciais ou que por ela se interessam.

A partir da criação. em 1964. do Inter - Univer sity Research Program in Institution Building (IRPIB). (10) va rios trabalhos foram elaborados nesta área por autores de re conhecido valor.

Antes. porem. da criação do IRPIB, muitos ou tros autores em Ciências Sociais prestaram a sua colaboração ao enriquecimento dessa teoria. desenvolvendo conceitos fund~

mentais sobre os quais se assentou. Pode ser citado. entre es teso Philip Selznick. que procurou estabelecer uma nítida dis tinção entre organização e instituição. Para ele:

nOrganizações são instrumentos técnicos, plan~

jados como meios para finalidades definidas . . . instituições são grupos ou práticas que podem ser parcialmente planejadas, mas possuem tam bém uma dimensão natural".(ll)

Outro entre tais autores é Lucien Pye que,ins~

tisfeito com os rumos do progresso das teorias de moderniza ção, desenvolveu o ponto de vista segundo o qual a essência do desenvolvimento e da modernização de sociedades na esfera política, econômica e social. reside na criação de "organiz~

ções mais eficientes. mais ad?ptáveis. mais complexas. mais

(10) O IRPIB foi criado nos Estados Unidos da América do Nor te. tendo a ajuda da Fundação Ford. com fim de contribuir para a ampliação dos conhecimentos sobre o desenvolvime~

to das instituições inovadoras e oferecer uma diretriz aos profissionais envolvidos no estudo desse assunto. o que em verdade vem conseguindo, segundo Esman

&

Blaise • Pesquisa •.. op. cit .• p. 2 (N.A.l.

(11) SELZNICK. Philip. A liderança na administração:uma inter pretação sociológica. Rio de Janeiro. Funda-ç~â~o--~G~e-t~u

(19)

racionalizadas".(12)

Ap6s a criaç~o do IRPIB. v~rias atividades de

estudo e pesquisa foram desenvolvidas. nascendo daí um modelo

conceitual de modernizaç~o organizacional. mais tarde aprim~

rado por diversos autores especialmente interessados no assun

to.

Em 1965. Milton J. Esman e Fred C. Bruhns. sob o patrocínio do IRPIB e desenvolvendo o modelo conceitual da

quele programa. alertavam para o fato de que. no processo de

desenvolvimento nacional. existe um ingrediente de mudança so

cial extremamente importante. mas freql.lentemente negligenciado:

"a institucionalização da nova tecnologia física e social atra

~.. . - , (13)

ves dos ve~culos das organz~açoes'.

Em 1966. Esman e Blaise. também com base nos

estudos realizados no IRPIB. publicaram o modelo de pesquisa

que desenvolveram para a an~lise das organizaç6es em processo

de institucionalização. Segundo eles. seu trabalho

"Est~ baseado na crescente literatura sobre teo

ria administrativa. comportamento organiza cio nal e mudança social. além das pesquisas

8

formulaç6es feitas pelos autores".(14)

No período compreendido entre 1969 e 1974. va

rios trabalhos sobre "Desenvolvimento Institucional foram p~

blicados em língua inglesa e espanhola. Geraldo B. Santos. na

sua monografia de mestrado. fez um apanhado dessas obras. enu

merando-as ano a ano. Entre ~queles trabalhos relacionados e~

t~ o que Melvin Blase publicou. em 1973. sob o título de Ins

-titution Building: A Source Book. No qual

" ••• A literatura decorrente" dos estudos e pesquisas apreendidos desde que a expressão institution building foi cunhada •.. bem como manuscritos inêditos. artigos publicados em jornais e li vros sobre o assunto. foram procurados e suma

(12) Apud PINTO. Aluizio Loureiro. IBAM ..• op. cito p. 1 (13) Apud PINTO. Aluizio Loureiro. A institucionalização

op. cit •• p. 12

(14) ESMAN. Milton J. & BLAISE. Hans C. Pesquisa .•• op. cit ••

(20)

10.

rizados . . . " (15)

Em 1975. o Instituto Interamaricano de Ciên

cias Agrícolas da Organizaç~o dos Estados Americanos publicou

o trabalho que Eduardo S. Bello escreveu em 1972 sobre o fun

cionamento de uma estação experimental. sua capacidade de evo

luir e de adaptar-se a novas exigências do meio. mantendo a nl ( 16 )

vel de seus serviços.

No Brasil. os principais trabalhos sobre desen

volvimento institucional surgiram de 1964. Naquele ano. Gil

bert Byron Siegel escreveu sua dissertaç~o de doutorado. "The

Vicissitudes of Governmental Reform in Brazil: A Study of the

OASP". para a Universidade de Pittsburgh. "voltando a empree~

der outro estudo sobre a mesma organizaç~o dois anos depois.

D7J

o qual foi apresentado ao IRPIB".

Em 1969. Aluizio Loureiro Pinto escreveu sua

tese de doutorado sobre o Instituto Brasileiro de Administra

ção Municipal (IBAM). analisando-o sob o enfoque do desenvol " t " J"t " 1 (l8)

V1men o 1nS~1 UC10na .

No mesmo ano. José Silva de Carvalho escreveu

sua tese de doutorado sob o título EBAP; An Experiment in Ins

titution Building. apresentando-a à Universidade do Sul da Ca "~ " (19)

11forn1a.

Em 1968. Frank Sherwood publicou. na Revista

de Admini5traç~o Pública da Fundaç~o Getúlio Vargas.artigo s~

bre o intercãmbio social no Rrocesso de institucionalização

da Escola Brasileira de Administração Pública (EBAP).

(15) SA NTOS. Geraldo Borges. Comissão Executiva do Plano de Lavoura Ca caueira (CEPLAC): um caso de desenvolvimento institucional.Tese de Mestrado. Rio de Janeiro. F.G.V., 1979. p. 18

(16) BE LLO. Eduardo s.Método para evaluar el desarrolho institucio nal en estaciones experimentales agropecuarias. Montevideo.II CA.1975. (17) Apud SANTOS. Geraldo Borges. Comissao Executiva ... op. cito p. 19 (18) PINTO. Aluizio Loureiro. IBAM .... op. cito

(19) Apud. SANTOS. Geraldo Borges. Comissão Executiva ... op.cit. p. 19 (20) SHERWOOO. Frank P .• Intercãmbio social no processo de instituci o

nalizaç~o de uma organização. A Escola Brasileira de Administração P ú b 1 i c a; o s a t r a t i vos que o f e r e c e e os ônu s que i m põe. R e vista de Administração Pública. Rio de Janeiro. 3 (1): 47-98.janl

(21)

Tamb~m em 1968. Donald Arthur Taylor. da Michi gan State University. elaborou um estudo sobre a

instituciona-lização do curso de administração de empresas no sistema uni ver

sitário brasileiro. O âmbito do estudo alcançou a Escola de Ad

ministração de Empresas de são Paulo (EAESP) e a Universidade

Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). (21)

Em 1969. a Revista de Administração Pública da

Fundaçaõ Getúlio Vargas (FGV) publicou um artiEo de Aluizio Lourei

. (22)

-ro P~nto. elaborado com base em sua tese de doutorado. e um ou tro sobre uma análise do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem

(DNER). (23) feita por uma equipe do Centro de Administração Aplicada da

EBAP. sob a coordenação do professor Jos~ Silva de Carvalho.

Em 1975. Ângela Peçanha apresentou monografia

de mestrado a EBAP. tratando de desenvolvimento institucional

da Fundação de Serviços Especiais de Saúde Pública

(FSESP)~24)

Em 1978. mais três monografias trataram de in~

titucionalização organizacional. duas delas submetidas à Univer

sidade de Brasília: a de Luiz Padone. que estudou a Superinte~

dência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (SUoECo),

utilizando-se da Matriz de Thorutilizando-sen. e a de Waldy Viegas de Oliveira. que

analisou simultâneamente o formalismo e a institucionalização no

Banco Nacional de Habitação (BNH). e no Instituto Nacional de

Reforma Agrária (INCRA). A terceira foi apresentada à EBAP por

Jos~ Prado de Souza que analisou o Minist~rio da Saúde com ba

d 1 . t - · d O · E t (25) se no mo e o s~s em~co e av~s a on.

Em 1979. Geraldo Borges Santos apresentou a

EBAP monografia sobre o tema Comissão Executiva do Plano da

Lavoura Cacaueira (CEPLAC): Um caso de Desenvolvimento Institu

(21) Apud. SANTOS. Geraldo Borges. Comissão Executiva... op. cit •• p. 19

(22) PINTO. Aluizio Loureiro. A institucionalização ••. op. cito p. 7 a 25 (23) RELATdRIO - Estudo DNER - Revista de Administração Públi

ca. Rio de Janeiro. 3 (2): 109 - 122. jul/dez. 1969

(24) "PEÇANHA. Ângela ~1aria Menezes. Fundação de Serviços Espe ciais de Saúde Pública - FSESP: Um estudo de Desenvolvi mento Institucional. Tese de mestrado. Rio de Janeiro. EBAP. 1975.

(22)

cional, procedendo a minuciosa e critetiosa an~lise

instituição com o uso de modelo conceitual de Esman

(26)

se.

3. Conceitos básicos

12.

daquela

8 Blai

Desenvolvimento Institucional e a expressa0 p~

la qual geralmente se traduz a correspondente em inglês Insti tution Building que significa o ato ou efeito de fazer evo luir certos aspectos de uma organização, de sorte que esta pa~ se a exercer maior influenciação no meio-ambiente. A expressão inglesa pode também ser traduzida por outra em português: ins titucionalização organizacional, que é de uso corrente.

Alguns autores, entretanto, têm preferência por uma ou outra, que adotam sob justificativa. Loureiro Pin to, por exemplo, embora admitindo a adequação do uso da pr~ meira, prefere utilizar a expressa0 institucion~liz~ção ofga

nizacional que, para ele, " •.. descreve melhor o fen6meno do desenvolvimento de instituiç6es. Isto é, a transformação de organizações . . . em instituições . . . " ( 271

Porém, embora tendo a sua preferência~ Loureiro Pinto acaba por usar as duas expressoes como sin6nimas. Neste trabalho, seguimos o exemplo daquele autor: usamos desenvolvi mento institucional e institucionalização organizacional para significar a mesma coisa.

Deste modo, ambas as expressoes sao aqui usadas para significar a passagem de um estágio, em que há um menor grau de influenciação interna e ambiental, característico das organizações, para um estágio em que este grau de influencia-ção normativa é muito maior, característico das instituições.

Cabem aqui mais algumas considerações sobre o emprego dos termos "organização", "instituição" e "institucio nalização".

(26) SANTOS, Geraldo Borges. cito

Comissão Executiva . .•

(23)

Como acontece com muitos outros termos empr~

gados nas ci~ncias sociais. "organizaç~o" e "instituiç~o" s~o

usadas com imprecis~o e. acima de tudo. uma discutível

ficação sinonímica.

sign.!.

No dicionário. encontramos o termo "organiz~

ção" com diversos significados: "ato ou efeito de organizar; . t . t . - f ~ . . t . t . - " (28) vê

organ~smo; cons ~ u~çao ls~ca; empresa; ~ns ~ u~çao •

-se que "instituição" aparece como sin6nimo de "organização" •

significando organismo ou empresa. Dentro deste princípio, uma

"organização" pode ser chamada de "instituição" e esta denomi

nação torna-se aplicável a uma organização como a SUFRAMA,por

exemplo.

D termo "instituição", por seu turno, e tam

bém usado em duas linhas de significação: as vezes com o sen

tido de estrutura formal, outras significando função social.

Defendendo a concepção estruturalista,McComick

diz que a palavra instituição.

" refere-se a qualquer grupo ou organiza

ç ã o c u j o s p a p é i s e r e I a ç õ e s b á s i c a s s 8 j am c o

ri"

siderados pela maioria dos sociólogos como claramente definidos e bem estabelecidos por no rm as (valor e s. r e g r a s e l e i s) d Q pró p r i o

grupo ou organização. ou da sociedade mai or".(29)

Neste sentido, os tipos mais conhecidos de ins

tituição seriam a escola, a igreja e a família.

A concepçao funcionalista é defendida por Ri

chard Sheldon e Talcott Parson. entre outros. Sheldon. defen

dendo esta concepção. entende que são instituições as ações

muito semelhantes. assumidas em situações distintas, que te

nham aspectos comuns em termos de princípios ou ordem.Para e

le.

"Essas ações semelhantes são chamadas institu cionalizadas quando os atores esperam que e las ocorram e há sanções culturais contra a

(28) HOLLANOA. Aurélio Buarque. Pequeno dicionário da Língua Portuguesa- lO~ ed. Rio de Janeiro. Ed. Civilização Bra sileira, 1964. p.

(24)

nao conformidade ~s expectativas".(30)

Parson. por seu turno. dá ênfase aos atores do processo social. entendendo que.

"Uma instituiç~o consiste numa integraç~o

plexa de papéis institucionalizados que suem significaç~o estrutural estratégica sistema social".(31)

Os sociólogos admitem a mesma distinção

com

po~

no

feita pelos estruturalistas e funcionalistas. situando o conceito em duas formas gerais a que Maurice Hariou denominou "instituição como objeto" e "instituição como grupo". A primeira vê a "ins tituição" como "um aglomerado inter-relacionado de signific~

dos e valores" e. a segunda. como "certo nGmero de pessoas em

. ( 32)

interação organlzada".

ção" como

Harry Alpert. por exemplo. conceitua "institui

" um sistema organizado de praxes e ações.

bem como a maquinaria estabelecida para ma~

ter o sistema de regras e normas do comporta

menta esperado". (33)

-Karl Mannhein. na mesma linha ou entendimento. conceitua "instituições" como

" ••• formas de ajustamento. fixadas pela tradi

ç ã o e. n ~ o r a r o. r e f o r ç a das p o rum s i s tema. o r ganizações, aspectos e posses materiais".(34T Já Selznick faz esta distinção admitindo a di ficuldade da classificação dos agrupamentos sociais de acordo com uma ou outra conceituação.- Para aquele autor

"O termo organização ••• refere-se a um instru mento perecível e racional projetado para exe

cutar um serviço. Uma instituiç~o é. no todo~

o produto natural das pressões e necessidades sociais - um organismo adaptável e receptivo". (35)

(30) Apud. PINTO. Aluizio Loureiro. IBAM ••. op. cito p. 9. Gri fo do Original

(31) Ibid. p. 9. Grifo do Original (32) Ibid. p. 9

(33) Ibid. p. 3 (34) Ibid. p. 3

(25)

A di s ti n ç

ã

o e n t re os c o n c e i t o de "organização"

e " instituição" é importante porque permite esclarecer o enfo

que que se queira dar ao estudo. A focalização das atenções num dos dos dois aspectos mostra o conceito dentro do qual a ins

tituição está sendo examinada. No presente estudo, por exem

pIo, a SUFRAMA será vista sempre na concepçao estruturalista

de McCormick e no sentido de "grupo" definido por Hariou.

Há pontos de contatos entre os conceitos de ~r

ganização" e "instituição", em especial quando ambos tratam de

estrutura formal. A distinção só

é

claramente feita quando se admite para a "instituição" o significado de função social.Nes

te caso, "instituição"

é

aquilo que foi institucionalizado. is to e,passou a ser aceito por todos e tornou-se influente no

ambiente social como padrões de relações a serem observados e

seguidos. Em sendo assim. percebe-se a possibilidade do estab~

1ecimento de graus para o processo de desenvolvimento

cional.

institu

de que:

Dentro deste racJ.ocJ.nJ.o. .

...

Loureiro Pinto ente~

"1) grupos humanos podem movimentar-se através de um contínuo contendo. em uma e~tremidade.

a organização (instrumento técnico destinado a a I c a n ç a r o b j e t i vos e s p e c í f i c os) e. n a outra. a instituição (padrão estável de relações que satisfazem profundas necessidades psico-sociais); e 2) qualq~er organização pode. com o tempo. transformar-s8 em insti tuição se preencher cer

tas condiçõe~". (36)

Fica por conseguinte. evidenciado que. uma

vez sendo possível a passagem de um estágio para o outro, isto

é, da condição de simples organização para a condição mais com

plexa de instituição, a institucionalização é em verdade um

processo de desenvolvimento e como tal deve ser pensada e uti

lizada.

4. Processo de Desenvolvimento Institucional

Três são os caminhos abertos ante as inten

(26)

çoes de uma organização social: aprimorar sua estrutura, para

se tornar eficiente; buscar a institucionalização de alguma r~

lação; ou buscar institucionalizar-se, isto

é,

ganhar indepe~

dência, autonomia e capacidade de influir no meio-ambiente. No

primeiro caso, poder-se-ia dizer que a ação se desencadeia na

direção do desenvolvimento organizacional; no segundo caso, na

direção do desenvolvimento de uma relação~ e. no terceiro CffiO,

na direção do desenvolvimento institucional da organização ou da institu

cionalização organizacional.

Para Blau e Scott, uma organização nasce por açao deli

berada de homens que convivem socialmente, tendo objetivos pr~

·viamente definidos; ou espontaneamente, a partir de relacionamentos

(3

n

que, mesmo não plenejados, acabam por se estruturarem. Su~

gidas de uma forma ou de outra, as organizaç6es voltam-se para

o alcance de objetivos. Esses objetivos podem ser declarados

ou latentes. Declarados geralmente são aqueles que estão nas

leis, nos regulamentos e nos planos; latentes, aqueles que se

encontram nas intenç6es, manifestadas ou

nização.

nao, da própria org~

A identidade assumida pelas organizaç6es deter

mina seus objetivos, tornando-as desvinculadas do destino da

queles que as fundàram, constituíram ou constituem seu quadro so

cial.

Interessam-nos aqui, em particular, os objet2.

vos latentes da organização, enquanto entidade que objetiva ins

titucionalizar-se.

Esman e Blaise afirmam que o desenvolvimento

institucional e comprovável quando três condiç6es essenciais

são atendidas, em relação a determinada organização: a incor

poração de inovaç6es sociais ou tecnológicas; a influência das

relaç6es e padrões de atitude incorporados na .normatização pr~

(37) BLAU, Peter M.

&

SCOTT, W. R. Organizàç6es Formais: Uma

(27)

pria e de outras Unidades; e o apoio e a complementariedade re

cebidos do meio-ambiente.(38)

Para aqueles autores, embora nao possamos dete~

minar quando uma organização se tornou instituição,

verificar a tendência e identificar alguns indicadores

, * (39)

ráter institucional da organlzaçao, destacando-se,

podemos

do ca

entre

tais indicadores, a capacidade de sobrevivência da

organiza-çao, o valor que o meio lhe atribui e o efeito que as inova

, t d ' d 1 ' - b' t (40)

çoes ln ro UZl as pe a organlzaçao exercem no am len e.

Particularmente, destacamos a capacidade de so

brevivência da organização. Para nós, esta capacidade decorre

das outras duas. Assim, quem pretender conhecer o grau de ins

titucionalização de uma organização, ou a tendência para ins

titucionalizar-se, deve submeter a teste o seu valor como ins

tituição e o efeito de suas ações sobre o meio.

Para esse teste, Esman e 81aise estabeleceram aI

- (41)

guns parametros. No que se refere ao valor da organização,

tais parâmetros são a autonomia e a influência. A autonomia a

que se referem aqueles autores é expressa por três indicado

res: 1) capacidade de a organização estabelecer regras e pr~

cedimentos independentes do sistema maior ao qual ela perte!::

ça; 2) capacidade de adquirir recursos sem submeter-se a que~

tionamentos detalhados sobre itens específicos; 3)

reconheci-mento que o meio-ambiente manifeste de seu valor intrínseco.

A influência é expressa por dois outros indicadores: 1) exten

sao com que a instituição influencia decisões em sua area ;

2) extensão com que a instituição pode aumentar sua esfera de

açao dentro e fora da organização.

No que se refere ao efeito das açoes da

zaçao sobre o meio, o indicador é o dimensionamento do

to das inovações introduzidas pela organização.

organ!

impaE.

A presença dos indicadores acima apontará a ca

(38 ) ESMAN, Milton J • & BLAISE, Hans C. Pesquisa ..• op. cit •

p. 8 ( 39,) Ibid.

(28)

pacidade de sobrevivência da própria organização ou apenas

das inovações específicas que a mesma introduzir no ambiente.

4. I. Variáveis institucionais

No desempenho das funções que exercem no conte~

to social, as organizações em processo de institucionalização

apresentam comportamento sistemático explicável através da

abreviação de cinco grupos de elementos. Tais grupos são deno

minados variáveis institucionais e identificados pelos segui~

tes títulos: doutrina, programa, recursos, estrutura interna

e liderança.

Atuando nas suas funções, a organização assume

ou se propoe uma doutrina, que nada mais é do que o conjunto

de valores a serem incorporados, os objetivos a serem pers~

guidos e os métodos de operação a serem adotados; estabelece

ou aprova um programa de ação ligado ao desempenho das fun

ções de interesse interno ou aos serviços proporcionados ao

meio; busca recursos - financeiros, humanos, físicos e tecno

lógicos - para desempenhar suas funções e serviços ou os ofe

rece para o aproveitamento por outras organizações do

elabora uma estrutura interna, nos moldes do que lhe

meio;

interes

sa, ou reorganiza a existente de acordo com as suas necessida

des; e procura compor um corpo de liderança capaz de formular

ou reformular doutrinas, programas e estruturas e de fazer g~

rar ou captar recursos para Q bom funcionamento da organiz~

çao.

o

trabalho de Esman e Blaise e o método de Bello(42) contribuem excepcionalmente para o atendimento das

variáveis acima mencionadas. Vejamos os ensinamentos que nos

prestam.

A variável doutrina é definida como o conjunto

dos valores subjacentes à ação social da organização, que se~

ve de referência para a interação com o meio. Desta variável,

sao fatores importantes: os conceitos adotados, a finalidade

(42) ESMAN, Milton J.

&

BLAISE, Hans C.

e BELLO. Eduardo S. Metodo para .••

Pesquisa ••• op. cito

(29)

assumida e os objetivos eleitos pela organização. Num estágio

avançado de institucionalização organizacional. tais fatores

devem ter definição clara, adequação ao meio-ambiente. senti

do de inovação. perspectiva de futuro e papel destacado nas

relações internas e externas da organização.

A variável programa engloba a previsão de açoes

voltadas para a prestação de serviços ao meio e a consecuçao

dos objetivos da organização.

são fatores importantes dessa variável: a formu

lação. o conteúdo e a execuçao. As organizações

avançado de institucionalização seguem métodos e

em processo

procedime!].

tos específicos para a elaboração de seus programas. dispondo

de setor próprio para tal fim e contando com a participação de

seus integrantes; o conteúdo de seus programas reflete a dou

trina e os objetivos que elegeu para alcançar. contemplando

suas necessidades atuais e potenciais; a execução dos progr~

mas é homogênea. compatível com os recursos disponíveis e sub

metidos a periódicas avaliações.

A variável recursos é definida como o conjunto

dos elementos físicos. humanos e tecnológicos utilizados pela

organização. Essa categoria tem importância tanto em relação

aos recursos que estão à disposição da organização. como em

relação às fontes de onde os recursos são retirados. Decisões

de programa ou mesmo decisões relativas a doutrina ou lideran

ça podem ser afetadas pela habilidade para mobilizar recursos

ou pelas fontes de onde são ~btidos. Os recursos que interes

sam ao desenvolvimento institucional são agrupáveis em quatro

categorias: recursos financeiros. recursos humanos. recursos

físicos e recursos científicos e tecnológicos. Dos recursos

financeiros são fatores importantes a disponibilidade ou seja

a existência e a possibilidade de aproveitamento; a fonte.

entendida esta como a origem ou o repositório a que a organi

zaçao tem acesso e de onde obtém os elementos de que necessi

ta; e a aplicação. Dos recursos humanos. a quantidade. o vín

cl;llo empregatício. o nível de escolaridade e o 'seu aproveitamento.

Dos recursos físicos. a disponibilidade. a distribuição e a utili

(30)

2Q~ lização e outras formas de aproveitamento.

A v~ri~vel estrutura interna ~ definida como o

arranjo dos processos estabelecidos para operacionalização e

manutenção da organização em funcionamento. O pressuposto e

de que os arranjos e os processos determinam a eficiência e a

efic~cia na implantação dos programas, assim como servem para

identificar os participantes da organização, a sua doutrina e

o seu programa. Dos arranjos faz parte a distribuição de fun

çoes e de autoridade; dos processos, as formas diretivas da

açao de comunicar e da tomada de decisão. Os mais importantes

fatores dessa vari~vel sao: o grau de complexidade, a contri

buição para a eficiência organizacional, a flexibilidade, os

níveis de decisão. Numa organização em est~gio avançado de

institucionalização, a estrutura interna pode ser complexa ,

mas não ~ confusa, e seu funcionamento deve ser pleno e bom;

deve ser flexível para adaptação de seus programas, equilibr~

da em seus diversos níveis, e, acima de tudo, efetiva nas suas

açoes.

A variável liderança refere-se ao grupo de pe~

soas intimamente relacionadas ~ formulação da doutrina e do

programa da organização e que direcionam a operaçao e o rela

cionamento com o meio-ambiente. Inclui todos aqueles que pa~

ticipam do planejamento da estruturação e das açoes da organ~

zaçao, sendo vista com uma unidade fluente do grupo e nao em

termos de indivíduos isolados.

Os fatores mais importantes dessa variável sao:

o conhecimento da filosofia e das normas da organização, o co

nhecimento de seus objetivos, a participação na elaboração dos

programas, o desempenho na consecução dos objetivos, o

cimento das disponibilidades de recursos, a capacidade

conhe

para

sugerir normas para o funcionamento interno e,externo, a arti

culação com o pessoal subordinado e do mesmo nível

hierárqui-co e o relacionamento hierárqui-com o meio-ambiente. Numa organização em

estágio avançado de instituc~onalização, a liderança tem pl~

no conhecimento da filosofia, das normas e -dos objetivos da

organização, participa amplamente da elaboração de seus pr~

(31)

nhece profundamente cs recursos disponíveis e atua

eficiente-mente na sua captação, exerce influência decisiva na

ção de normas para o funcionamento interno e externo,

formula

articu

la-se bem como todo o pessoal da organização e

adequadamente com o meio-ambiente.

relaciona - se

4. 2 . Transações institucionais

Para atingir seus objetivos declarados ou laten

tes, a organização há de transacionar com o meio-ambiente, pe2:

mutando bens e serviços, poder e influência, através de cer

tos elementos mediadores.

Nesse intercâmbio, a organização pode grangear

apoio para encetar ações e superar resistências, oferecer ou

receber recursos, estruturar o meio, influenciar mudanças nas

organizações existentes. criar novas organizações. transferir

normas e valores e estabelecer novos padrões de relação. açao

-e cont-eúdo normativo para os indivíduos -e as organizaçõ-es com

as quais interage.

As transações decorrem dos propósitos da organi

zaçao e caracterizam-se pela ação dos elos que as desenvolvem.

D primeiro dos propósitos transacionais e a obten

çao de suporte e resistência para a organização. Este propós~

to é alcançável através do domínio imposto à oposição ou pela

criação de um relacionamento favorável que neutralize ou iso

le as forças opositoras.

D segundo dos propósitos é a troca de recursos.

Da realização desse propósito deve resultar a obtenção do in

~umo necessário à operação da instituição e para a

distribui-ção dos seus produtos.

D terceiro propósito e a estruturação do

meio-ambiente. Deste deverá resultar a transformação do ambiente,

no qual a organização é criada. em outro, mais adequado, onde

a nova organização passe a ft;Jrnecer a complementariedade neces

sária para aquelas que se menifesta~ interessadas na transa

çao.

(32)

e valores. De acordo com este propósito, as transações podem

ser direcionadas para a introdução de novos relacionamentos e

de novos padrões de ação, através dos quais a organização pr~

tende mudar os indivíduos. as outras organizações e o meio.

4. 3. Elos institucionais

Nas transações de uma organização com o seu

meio-ambiente. interpõem-se entre uma e outra os chamados elos ins

titucionais. Estes são os elementos através dos quais a

nização mantém relações de intercâmbio com o meio.

org~

Há o pressuposto de que uma organização nao p~

de ser estudada isoladamente. Cada uma se mantém em interde

-pendência com as demais. em geral quanto a recursos e prod~

tos. resultando. desta relação. influenoiação decidida nos

procedimentos e na desenvoltura das organizações.

Seis. pelo menos. sao as categorias das lig~

çoes organizacionais estabelecidas pelos elos: capacitadoras.

normativas. funcionais. competitivas. emulativas e difusas.

Daí a classificação dos elos nos termos em que abaixo sao

descritos e analisados:

Elos capacitadores - sao as organizações, os gr~

pos sociais ou os indivíduos isolados que controlam a aloca

-ção da autoridade e dos recursos necessários ao funcionamento

de outra organização. Ganhar o reconhecimento e os favores des

ses elos e a estratégia que deve ser perseguida pelas

organi-zaçoes que pretendem institucionalizar-se. Sobre elas. porém,

desencadeiam-se também as ações dos competidores ou opositE.

r-es.

Elos normativos - sao as organizações. os gr~

pos sociais ou indivíduos que. incorporando n~rmas e valores

da organização em processo de institucionalização. facilitam

a aprovação da doutrina e a execuçao dos programas que esta

prega e se propõe realizar. ao mesmo tempo em que lhe impõem

as normas e os valores vigentes no meio-ambiente. Ganhar a

simpatia desses elos e assimilar as imposições que os

transmitem deve ser objetivo das organizações; criôr

mesmos

obstácu

(33)

Elos funcionais - sao as organizações,

sociais ou indivíduos que se prestam ao fornecimento

grupos

dos fa

tores necessários ou

à

aquisição dos produtos que permitem e justificam o funcionamento de outra organização. Ganhar acre

dibilidade desses elos deve ser objetivo das organizações em

vias de institucionalização. Levar estas ao descrédito pode

ser a intenção dos competidores e opositores.

Elos competitivos - são as organizações, os gr~

pos sociais ou indivíduos isolados que disputam o prestígio e

os recursos junto a iguais fontes. Fazer prevalecer o prestí

gio e obter maior parcela de recursos deve ser objetivo da ar

ganização em institucionalização. Tirar maior proveito pelo

prestígio que tenham é interesse dos competidores.

Elos emulativos - são as organizações, os gr~

pos sociais ou indivíduos isolados que estimulam o processo de

desenvolvimento da organização em fase de institucionalização.

Manter-se em condições favoráveis que possam despertar o int~

resse desses elos é o objetivo daquela organização. Oferecer

recursos e outros estímulos para que sejam superadas as for

ças dos elos competidores é papel dos elos emulativos.

Elos difusos - são as organizações, grupos so

ciais, os indivíduos e as ações nao direcionadas, como a op~

nião pública ou as relações com o público, que afetam

indire-tamente as organizações em processo de institucionalização

Manter-se não alcançáveis pelos efeitos maléficos desses elos

e ganhar os benefícios que os mesmos possam proporcionar p~

dem ser objetivos das organizações em fase de

institucionali-zaçao; torná-las alcançáveis pelos malefícios e nao alcanç~

veis pelos benefícios pode ser o objetivo dos opositores e

concorrentes.

são fatores importantes nas transações

institu-cionais, além do papel dos elos, o apoio externo, as relações

com os agentes dos setores da economia, as relações com as ou

tras instituições. Uma organização em estágio avançado de de

senvolvimento institucional tem sua sede fisicamente bem lo

calizada; tem prestígio e recebe apoio do meio externo; mantém

(34)

nomia e com todas as orgünizações que se apresentam com

resses idênticos.

24.

inte

5. Considerações Suplementares sobre o Estudo de Desenvolvi

mento Institucional

Algumas considerações suplementares sobre o es

tudo de Desenvolvimento Institucional são oportunas.

Em primeiro lugar# uma observação que Esman e

Blaise fazem em relação

à

sobrevivência da organização# obj~ to do principal teste de institucionalização organizacional.

Segundo aqueles autores# nao basta que a organização sobrevi

va para que dela se diga que se institucionalizou.

t

preciso que# pelo menos# nao perca seus elementos inovadores ou nao

deixe de exercer influência normativa para que sua sobrevivên

cia seja vista como sinal de institucionalização.

Em segundo lugar# algumas restrições que Aloi

zio Loureiro Pinto faz à teoria do Desenvolvimento Institucio

nal# ao estudar as limitações do modelo de Esman e Blaise que

adotou na elaboração de sua tese de doutorado. Uma dessas

restrições diz respeito a crença de que a institucionalização

resulta sempre em efeitos positivos ou benificos. Segundo aqu~

le autor# tal resultado pode não aconte~e~~

t

possIvel que, ao

se institucionalizar# uma organização envolva-se tão somente

com as ações que tenham serventia imediata para sua autopre

-servaçao e esqueça seus finS.e objetivos; trate de acomodar

interesses que garantam sua sobrevivência e negligencie as ra

zões maiores de sua existência. Se tal acontecer# nadá de p~

sitivo ou benifico para o meio-ambiente se encontrará nesse

processo.

Duas outras restrições de Loureiro Pinto refe

rem-se a caracterIsticas intrínsecas daquele modelo. A prime!

ra ve o problema da abordagem. Na opinião daquele autor, o mo

delo de Esman e Blaise tende a examinar a organização de den

tro para fora# isto i# estudar suas açoes ~nternas e a influ

ência que exerce junto ac meio# sem levar muito em conta o

sentido inverso: a influência do ambiente sobre a mesma.

(35)

é

um processo unilateral que dependa apenas dos esforços iso lados da organizaç~o. ~ estimul~vel e intensific~vel por deci

são de outra organização que necessite de serviços

complemen-tares. Por isso, há necessidade de que a análise

institucio-nal se preocupe também com tais influências externas.

A segunda restrição de Loureiro Pinto às carac

terísticas intrínsecas do modelo de Esman e Blaise levanta a

questão das pessoas como elos no processo de institucionaliza

ção organizacional. O modelo não destaca o indivíduo como elo

institucional. Para aquele autor, isto é uma falha a ser rep~

rada. As pessoas podem desempenhar o papel de elo entre as or

ganizaç6es. Na comprovação dessa afirmativa, ele cita duas ma

neiras como aquele papel pode ser desempenhado pelos indiví

duos: como "figuras de prestIgio" ou como "portadores de valo

res institucionais". Exemplo do primeiro caso é a atração que

uma pessoa de destaque pode exercer para o apoio de outras uni

dades sociais. Exemplo do segundo caso e a ajuda potencial

que existe nas pessoas que tenham interiorizado os valores da

organização. Tais pessoas, dado o vínculo emocional que as une

à organização, tendem a fazer o que estiver a seu alcance p~

ra favorecer a entidade. Em face disso, nao se pode' deixar de

levar em conta os indivIduas como elos institucionais.

Na mesma linha crítica, Ildemaro Martinez Calde

ra, em seu trabalho Instituciones para el Desarrollo: An~li

(43)

ses de FundacomGn en Venezuela, ~ponta três limiteç6es ao

modelo de Esman e Blaise. A primeira diz respeito à dificuld~

de de quantificar ou estabelecer valores para a avaliação das

vari~veis e das transaç6es institucionais. Considera aquele

autor que essa dificuldade impossibilita o uso de métodos qua~

titativos para a determinação dos graus de institucionaliza

ção que aqueles autores dizem se dever mensurar. A segunda diz

respeito ao não estabelecimento de diferença entre meio- ambi

ente geral e meio-ambiente imediato da organização. Os

de relacionamento e de influ·ência resultante s~o, por

tipos

certo,

bem diferenciados e merecedores de tratamento distinto. A ter

( 4 3) A p u d. S A

rn

OS, G e r a 1 d o B o r g e s. C o m i s são E x e c u t i v a. .•

.9.E-..!.

Referências

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