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Análise crítica do cyberslacking nas estruturas organizacionais

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Academic year: 2017

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CURSO DE MESTRADO EM GESTÃO EMPRESARIAL

ANÁLISE CRÍTICA DO CYBERSLACKING NAS ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS.

DISSERTAÇÃO APRESENTADA À ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE

FERNANDO KUSCHNAROFF CONTRERAS

(2)

CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA

CURSO DE MESTRADO EXECUTIVO EM GESTÃO EMPRESARIAL

TÍTULO

ANÁLISE CRÍTICA DO CYBERSLACKING NAS ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTADA POR:

FERNANDO KUSHCNAROFF CONTRERAS

APROV ADO EM

f1j /

ffj /

~

PELA COMISSÃO EXAMINADORA

FATIMABAYMA DOUTORA EM EDUCAÇAo

Luís

CÉSAR~JO

DOUTOR Elvl ADMINISTRAÇAo

(3)

ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E PRIVADA

MESTRADO EM GESTÃO EMPRESARIAL

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

APRESENTADO POR:

FERNANDO KUSCHNAROFF CONTRERAS

TÍTULO

ANÁLISE CRíTICA DO CYBERSLACKING NAS ESTRUTURAS

ORGANIZACIONAIS

(4)

Análise Crítica do Cyberslacking nas Estruturas Organizacionais

Dissertação apresentada a Escola Brasileira de

Administração Pública e de Empresas - Centro de

Formação Acadêmica e Pesquisa da Fundação

Getulio Vargas para a obtenção do título de

Mestre.

Área de concentração: Estruturas Empresariais e

Processos de Negócios.

Orientadora: Prot". Ora. Fátima Bayma de Oliveira

Rio de Janeiro

(5)

FOLHA DE APROVAÇÃO

Fernando Kuschnaroff Contreras

Análise crítica do Cyberslacking nas Estruturas Organizacionais

Aprovado em:

Banca Examinadora

Prof. Dr. Luis Cesar G. Araujo

Instituição: Fundação Getulio Vargas

Prof'. DI"". Fátima Bayma de Oliveira Instituição: Fundação Getulio Vargas

Prof. Dr.Francisco Baroni

Dissertação apresentada à Escola Brasileira de

Administração Pública e de Empresas - Centro

de Formação Acadêmica e Pesquisa da

Fundação Getulio Vargas para a obtenção do

título de Mestre

Área de concentração: Estruturas Empresariais

e Processos de Negócios

Assinatura: _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

Assinatura: _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

(6)

DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado a todos os críticos

que sempre se posicionaram contra todas as

formas de dominação, alienação e opressão

das pessoas, e buscaram contribuir com suas

idéias e posições para a construção de uma

(7)

AGRADECIMENTOS

À Fundação Getúlio Vargas, à. Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas e, especialmente, ao Centro de Formação Acadêmica e Pesquisa pela

oportunidade.

A minha orientadora Profl Doutora Fátima Bayma de Oliveira, na orientação

segura e tranqüilidade transmitida.

Ao ISAE/FGV de Curitiba que contribuiu para o sucesso da pesquisa, com

especial carinho para Milena e Aneli

Ao meu pai que veio ao Brasil sozinho, se tornou uma celebridade e grande

cientista na área de Física Núclear, minha mãe que sempre foi um exemplo de

determinação e perseverança, minha esposa Carin, querida incentivadora do meu

trabalho e carreira e, minhas filhas Fernanda e Victória que aceitaram minha

ausência.

Aos colegas do Curso de Gestão Empresarial da Fundação Getúlio Vargas,

pelo apoio, colaboração e, principalmente, pelo carinho nesta jornada. Ao colega

Ricardo que foi meu grande instrutor de Estatística.

A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização desta

(8)

RESUMO

A Internet é um hoje um instrumento fenomenal de pesquisa e informação, e

rapidamente entrou na vida das pessoas. Sua utilização proporciona uma sensação

de liberdade e descobertas. Este estudo pretende discorrer sobre o entrada da

Internet nas organizações e um fenômeno decorrente chamado "Cyberslackíng', que

passou a designar o uso de equipamentos e sistemas informáticos dispostos pelo

empregador para fins particulares, no ambiente de trabalho. A pesquisa foi

conduzida com executivos das empresas da cidade de Curitiba-Paraná, que

possuíam formação universitária e tinham acesso à Internet tanto nos escritórios

como nas respectivas residências. O ponto central do trabalho foi identificar se a

entrada da Internet nas organizações alterou as estruturas e as formas de controle

sobre o trabalho. Posicionou-se a Internet no ambiente de trabalho, as empresas e

respectivas estruturas organizacionais inseridas no regime de produção. A proposta

do trabalho consistiu em realizar uma análise crítica sobre o tema. Nesse sentido,

apresenta-se uma revisão de literatura fundamentada nos autores da Escola de

Frankfurt, tendo sido avaliadas as estruturas organizacionais, a racionalidade do

comportamento do trabalhador, a questão dos controles e autoridade. Também foi

estudado o novo modelo de organização do trabalho pós-fordistas e como o

trabalhador foi conduzido para se tornar cada vez mais conectado às empresas.

Analisaram-se a influência das novas tecnologias sobre as estruturas de trabalho e

as adequações adotadas pelo capital após sua introdução nestes ambientes e,

principalmente, a questão dos controles exercidos sobre os trabalhadores e os

aspectos legais envolvidos neste novo paradigma de trabalho. Conclui-se que as

organizações já vêm se adaptando às mudanças econômicas mundiais e também

tecnológicas ao longo dos anos, criando novos mecanismos de controle sobre o

trabalho, envolvendo os trabalhadores dentro dos sistemas e se aproveitando de

fatores externos como o nível de desemprego, aliado à racionalidade do trabalhador,

para garantir maior produtividade e eficiência.O cyberslackíng foi condenado pelos

próprios trabalhadores devido aos riscos que pode apresentar ao sistema de

informação das empresas e, conseqüentemente, ao seu trabalho, mas é

considerado um instrumento de fuga para as pressões do sistema impostos pelo

(9)

ABSTRACT

Internet is a remarkable instrument for research and information actually in

use, and it has bursted into people's life rapidly. Internet's application provides a

sensation of liberty and discovery. The present study intends to consider about

Internet's participation into organizations and a phenomenon called "Cyberslacking"

which has passed to designate the use of informatics equipments and systems

disposed by the employers for personal use in the work environment.The research

was conducted through University Graduated Executives from companies

established in Curitiba City, Parana,. They had access for Internet both in the office,

as well as at their residences. The focus of this study was to identify whether the

introduction of Internet in to the Organizations had made alterations in their

structures, as well as over the work performance control. The question of Internet in

the routine work environment was contested, also into de enterprise and the way of

managing their organizational structures of the production system. The main

purpose of this work was to achieve a criticai analysis about this thesis. Under this

direction, it was presented a revision of the literature written by Frankfurt Scholl

authors where it was assessed the organizational structures, the employee behavior

rationality and the issue of control and authority. The new model of pos-fordist

organizational work was also studied and how the worker was directed to beco me

more and more connected to the enterprise.lt was analyzed the influence of the new

technologies over the work structures adopted by the capital adequacy after its

introduction in these environments and especially the question of control exercised

over the workers and the legal aspects involved in this new paradigm of work.ln

summary, it appears now that organizations are adapting the global economics

changes and also toward technologies over the years, creating new mechanisms of

control over the work, involving the workers within the system and taking advantages

of externai factors, such as unemployment leveis, together with the capable

employed to ensure higher productivity and efficiency.The Cyberslacking has been

disapproved by the proper workers due to risks that can be presented by the

company information systems and, consequently , affecting their works, however it is

(10)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- A Disponibilidade de Equipamentos ... : ... .46

Tabela 2 - A casa como extensão do Escritório ... 50

Tabela 3 - Tempo de uso do computador em casa ... 69

Tabela 4 - Uso da Internet em casa para fins profissionais ... .46

Tabela 5 - Quanto ao Lay-out da Empresa ... 50

Tabela 6 - A Rotina e os processos de trabalho ... 69

Tabela 7- A Quantidade de Atividades e Horas Trabalhadas ... .46

Tabela 8 - O Tempo Dedicado ao Trabalho ... 50

Tabela 9 - O Trabalho e a Razão Instrumental ... 69

Tabela 10 - As Mudanças nas Normas e Regras de Conduta ... .46

Tabela 11 - O Controle sobre o Trabalho ... 50

Tabela 12 - A Necessidade de Aplicação de Normas ... 69

Tabela 13 - O Controle sobre o Cyberslacking ... .46

Tabela 14 - As Formas de Controle sobre o Trabalho ... 50

Tabela 15 - A Punição do Cyberslacking ... 69

Tabela 16 - Os Riscos da Internet ... .46

Tabela 17 - Os Impactos nos Resultados da Empresa com a Internet ... 50

Tabela 18 - O Uso do e-mail e seus riscos ... 69

Tabela 19 - A Eficiência e a Eficácia do Trabalho com o uso da Internet ... .46

Tabela 20 - A Internet e os Ganhos de Produtividade na Empresa ... 50

Tabela 21 - A Dependência Tecnológica da Internet ... 69

Tabela 22 - O Perfil do Novo Trabalho ... .46

(11)

LISTA DE TABELAS ANEXAS

Tabela A1 - Proporção de Empresas que Usam Computador no Brasil ... 52

Tabela A2 - Proporção de Empregados que Usam Computador ... .46

Tabela A3 - Proporção de Empresas com REDE Internet, Extranet ... 50

Tabela A4 - Proporção de Empresas que Utilizam a Internet ... 69

Tabela A5 - Proporção de Funcionários que Utilizam a Internet ... 52

Tabela A6 - Proporção de Empresas Utilizando a Internet por Finalidade ... .46

Tabela A7 - Problemas de Segurança Encontrados ... 50

Tabela A8 - Proporção de Empresas com Política de Restrição de Acesso ... 69

Tabela A9 - Tempo gasto na Internet por Semana ... 52

Tabela A10 - Propósito das Atividades Realizadas na Internet ... .46

Tabela A11 -Indivíduos que Utilizam a Internet para se Comunicar ... 50

Tabela A12 - Atividades de Comunicação Desenvolvidas na Internet ... 69

Tabela A13 -Indivíduos que usam Internet para Buscar Informações ... 52

(12)

sUMÁRIO

1 Introdução ... 11

1.1 Pesquisa Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil (TIC) ... 15

1.2 Objetivos ... 18

1.2.1 Objetivo Final ... 18

1.2.2 Objetivos Intermediários ... 18

1.3 Delimitação do Estudo ... 19

1.4 Relevância do Estudo ... 19

2 Fundamentação Teórica ... .25

2.1 Análise do Capitalismo segundo uma Visão Crítica ... 26

2.2 As Estruturas Organizacionais na Economia Capitalista ... 30

2.3 A Racionalidade do Comportamento do Trabalhador ... 33

2.4 Controle, Poder e Autoridade nas Estruturas Organizacionais ... 38

2.5 O Taylorismo e.Fordismo ... .44

2.6 As Propostas Pós-Fordistas ... .49

2.7 O Trabalhador e a Hiperconectividade ... 56

2.8 A Internet e as Estruturas Organizacionais ... 61

2.9 A Autonomia Controlada ... 66

2.10 A Internet, a Privacidade e o Poder das Organizações ... 71

3 Metodologia ... 79

3.1 O Objeto da Pesquisa ... 79

3.2 Pesquisa Bibliográfica ... 80

3.3 Pesquisa Qualitativa Exploratória ... 82

3.4 Universo e Amostra ... 84

3.5 Tratamento de Dados ... 86

3.6 Resultados da Pesquisa ... 87

3.7 limitações do Método ... 102

4 Conclusão e Recomendações ... 103

5 Referências ... 109

(13)

1 Introdução

Analisando a evolução dos cenários e economias mundiais nas últimas duas

décadas, observa-se que mudanças econômicas e políticas ocorreram e

desencadearam um maior intercâmbio mundial, tanto entre países como entre

empresas. A Internet se tornou definitivamente o veículo de comunicação desta

década. A partir de 1990, o engenheiro Tim Berners-Lee garantiu que os usuários da

Internet compartilhassem milhares de sites, mediante a criação da WORLD WIDE

WEB ou rede de alcance mundial, como é conhecida. A WEB tornou-se importante

meio de difusão massiva e instantânea de informações.

Wallace (2004 p.6) afirma que uma parcela substancial dos efeitos da Internet

no local de trabalho surgiu a partir do ambiente econômico, que igualmente foi

afetado pela rede digital mundial.

Com efeito, a expansão industrial e a difusão da cultura do consumo

capitalista, aliadas a esta enorme força de divulgação proporcionada pela WEB,

garantiram muita agilidade para a realização de negócios, tanto na compra quanto

na venda de produtos. O mercado demandou novos produtos, bem como serviços

inovadores.

Segundo Wallace (2004 p.2), a internet tornou-se um catalisador de novos

modelos empresariais, estratégias e estruturas organizacionais. Ela introduziu novos

fatores que afetaram a paisagem competitiva, novas rivalidades, novos concorrentes

e novas pressões; inovações estas que muitos líderes empresariais não estavam

preparados para enfrentar. Ela acionou novas maneiras de pensar sobre como fazer

negócios; algumas organizações se saíram bem e algumas falharam,

lamentavelmente.

Essa competição permanente e crescente entre as empresas pelos

mercados e clientes provocou uma ansiedade na busca por resultados, o que

consequentemente levou a uma maior pressão interna das empresas junto aos

trabalhadores. Os trabalhadores foram engajados em movimentos em torno dos

(14)

de metas estabelecidas em orçamentos e planos estratégicos. Wallace (2004, p.58)

faz a seguinte avaliação sobre esse ambiente:

por um lado, os consumidores se beneficiam de produtos melhores e mais baratos e as empresas são altamente motivadas para competir no mercado com ofertas inovadoras. Ao mesmo tempo, leva a uma concorrência feroz e um tremendo frenesi no local de trabalho.

Promoções de cargos e prestígio interno se intensificaram como moeda de

troca oferecida pelas organizações no cumprimento dos objetivos. Assim,

observa-se uma disputa interna dos trabalhadores pelas oportunidades de ascensão

profissional e, acima de tudo, pela manutenção dos postos de trabalho.

o

grande número de empresas concorrendo em mercados pelo mesmo

público, somado à necessidade de perpetuação do capital neste ambiente, leva a

dois fatores muitos significativos: busca permanente pelo corte de custos e

necessidade de aumento de produtividade. Conforme o pensamento de Wallace

(2004 p.59):

as crescentes competições nos negócios que as empresas vêm enfrentando conduziram a outro fator que está influenciando na decisão das pessoas em relação seus horários de trabalho. Na concorrência, as empresas para permanecerem rentáveis tiveram continuamente encontrar formas de reduzir os custos de funcionamento, nomeadamente os custos associados às causas trabalhistas. Particularmente têm adotado gestão estratégias que conduzam a menores custos fixos associados aos trabalhadores e uma maior flexibilidade para recrutar, contratar, e despedir o mais rapidamente possível.

Em relação à produtividade do trabalho, observa-se que, nos escritórios, as

empresas adotaram os sistemas de informações disponibilizados aos funcionários

por meio dos computadores pessoais, garantindo maior agilidade nas comunicações

e no cumprimento dos resultados desejados. Essas medidas alteraram

significativamente o ambiente organizacional já que as pessoas, para a manutenção

de seus postos de trabalho, são obrigada a aceitar e a se submeter ao aumento do

volume de serviços e dos novos horários de trabalho, sem nenhum ganho adicional.

A esse respeito, Wallace (2004 p.54) coloca que:

(15)

tecnologias permitem que as pessoas possam trabalhar desde que eles queiram ou precisem todo o tempo e o ano inteiro.

Outros fatores importantes para o agravamento da situação dos

trabalhadores foram o aumento substancial do número de pessoas desempregadas

e a ineficiência dos Estados, que não conseguem, com de suas políticas de ação

social, solucionar o problema do desemprego crescente, e muito menos agir como

estimulador do desenvolvimento econômico-social. Wallace (2004 p.61) afirma que:

"para os trabalhadores significou a insegurança crescente e cada vez maior

preocupação com um súbito aparecimento do desemprego".

Um aspecto muito relevante no ambiente interno das organizações é também

a questão da informação, que é utilizada nas corporações como instrumento para

inovação e criação de diferenciais competitivos, ganhando um caráter estratégico e,

portanto, sigiloso. Esta configuração impõe necessariamente mudanças nas

estruturas e nos controles, uma vez que tais informações podem trafegar pela rede

com grande facilidade, expondo a empresa a concorrentes, o que a faria perder sua

posição de vantagem no mercado. De acordo com Wallace (2004 p.4):

o acesso à Internet representa uma enorme influência sobre o tipo e quantidade de informação que pode chegar a todos os trabalhadores no ambiente de trabalho. Através da Intranet, empregados podem acessar ao volume atualizado de informação intema da empresa, bem como a Intemet proporciona acesso a grandes quantidades de inteligência empresarial.

Assim, a vigilância sobre o trabalhador, principalmente no desenvolvimento

da sua atividade com a nova ferramenta, ganha um novo peso, já que, além do

controle sobre a sua produtividade no trabalho, também será monitorado pelo uso da

ferramenta microeletrônica e sua comunicação com o mercado no exercício da

atividade. Conforme Wallace (2004 p.222): "a gestão corporativa sempre monitorou

os trabalhadores de um modo ou de outro, mas apenas para proporcionar

supervisão". As novas ferramentas, no entanto, dão à gestão muito mais poder e

possibilidades de vigilância, e por esse motivo as corporações estão usando esta

ferramenta, de grande disponibilidade e facilidade de implementação.

Na questão da produtividade em relação ao uso da Internet, também surge

(16)

empresas para fins pessoais. As empresas encontram no Cybers/acking um novo

risco, uma vez que o simples acesso do funcionário a diferentes sites na rede pode

expor ou vulnerabilizar o sistema, permitindo a entrada de vírus ou mesmo de

espiões cibernéticos.

o

grande dilema que será novamente abordado neste estudo, o

Cyberslacking tem, na visão do empregador, aspectos muito negativos e continuará

motivando a reestruturação do ambiente de trabalho. Wallace (2004 p.227)

argumenta que:

o Cybers/acking no trabalho pode reduzir a produtividade por um lado, mas

também pode melhorar os aspectos motivacionais do trabalho, já que podem poupar tempo empregado em algumas situações. Em alguns casos, é possível aumentar a produtividade, porque os trabalhadores podem realizar pequenas incumbências pessoais on-line, sem perder tempo no almoço, ou saindo mais cedo ou mesmo faltando por "motivos de saúde.

Dois anos antes de a NET entrar no ar, já foram conhecidos os primeiros

problemas com a privacidade e segurança nas empresas, em função da liberdade

de uso da Internet nos ambientes de trabalho. Esta questão é citada por Wallace

(2004 p.222):

um amplo programa de vigilância é utilizado para identificar os

cyberslackers. Quem gasta o tempo na empresa com suas compras

Internet e gerenciando suas questões particulares, mas este programa ainda não consegue avaliar os custos do não trabalho, incluindo reduções de trabalho moral e da produtividade, o volume de negócios, e a vulnerabilidade à invasão da privacidade.

Afirmar que a Internet foi responsável por todas as últimas mudanças

ocorridas no ambiente organizacional seria um grande equívoco, visto que as

empresas estão inseridas no modo de produção capitalista e, portanto, são dirigidas

dentro do propósito básico do capital, ou seja, a geração do lucro. O capital se

reproduz por meio do trabalho, que organizado dentro das estruturas empresariais,

torna-se um dos elementos fundamentais na análise dessas estruturas. Para

Wallace (2004 p.54), "é difícil de assegurar que a Internet, a revolução da

(17)

e no não trabalho, mas parecem ter afetado equilíbrio entre elas, em vários

aspectos importantes".

1.1 Pesquisa Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil (TICs)

No sentido de melhor dimensionar a Internet e a questão do Cyberslacking,

no Brasil, e a abrangência dentro das organizações, buscaram-se dados setoriais já

estruturados sobre o assunto.

No Brasil, com o apoio do Governo Federal foi fundado o Comitê Gestor da

Internet no Brasil- CGI.Br, que desde 2005 iniciou os trabalhos de pesquisa sobre o

uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no País (TICs). As pesquisas

realizadas pela CGI, entre 2005 e 2006, contaram com a colaboração do

Observatório para a Sociedade da Informação da América Latina e Caribe (OSILAC)

e da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe das Nações Unidas

(CEPAL), e seguiram o padrão metodológico internacional da OCDE (Organização

para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e da Eurostat (Instituto de

Estatística da Comissão Européia).

Na pesquisa TIC EMPRESAS 2006 observou-se que 99,37% das empresas

no Brasil utilizam computadores nas suas atividades diárias, o que permite

pressupor que as empresas brasileiras estão bem equipadas e informatizadas.

(Anexo - Tabela A1). Nas empresas pesquisadas, 47,39% dos funcionários utilizam,

em média, computadores em suas tarefas diárias. (Anexo - Tabela A2).

Hoje tem-se 87,12 % das empresas com sistemas de computadores ligados

em rede com fio e 17,44% das empresas já utilizam o sistema sem fio. Também foi

constatado que 39,29% das empresas possuem Intranet (rede de comunicação

interna de dados) e 20,44% trabalham com extranet. (Anexo - Tabela A3).

Outro dado muito significativo para o embasamento deste estudo é o

percentual de utilização da Internet, que atingiu 94,8% das empresas. (Anexo

-Tabela A4) Este dado indica que a Internet é uma realidade dentro do mundo dos

(18)

disponibilidade de acesso à Internet nas empresas, o número de funcionários que

realizam os acessos em média é de 38,83%, o que mostra que existem restrições

para o uso da ferramenta (Anexo - Tabela A5).

Dentre as empresas pesquisadas, 80,08% permitem o acesso de

funcionários à Internet para executar serviços bancários e financeiros ligados às

atividades empresariais, sejam pagamentos ou aplicações de recursos das

empresas. O uso da Internet para fins pedagógicos como treinamento e educação

dos funcionários atingiu 27,84 %, enquanto o uso da Internet com o propósito

mercadológico e estratégico de monitoramento do mercado chegou a 52,01 %.

(Anexo - Tabela A6). Isso permite supor que a Internet tem nas empresas um

caráter profundamente gerencial e administrativo. O propósito de sua adoção é

facilitar a agilizar o gerenciamento dos recursos e melhorar o fluxo administrativo.

Outro ponto muito importante para o estudo refere-se aos problemas que as

empresas enfrentaram após a implantação da Internet. Do total pesquisado, 51,65%

das empresas já sofreram ataques por vírus de computadores, oriundos de sites ou

e-mails recebidos por funcionários. Um grande problema detectado na pesquisa

pelas empresas foram os chamados Cavalos de Tróia ou Trojans, que infectaram

35,37% das empresas. Estes programas carregam para dentro das máquinas vírus e

espiões de todos os tipos, deixando a empresa e o sistema muito vulneráveis.

(Anexo - Tabela A7). A maioria desses programas infectam as máquinas através de

e-mails e mensagens recebidas pela rede. Tais ocorrências levaram à adoção pelas

empresas de restrições de uso, por meio de políticas e normas internas.

Quanto à adoção de normas e procedimentos para controlar os acessos, em

64,96% das empresas os sites pornográficos são terminantemente proibidos; os

sites de comunicação, em 41,82%, dentre os quais se inclui o MSN, e 47,92% das

empresas não permitem os sites de relacionamento como Orkuf. (Anexo - Tabela

A8).

Na pesquisa também incluíram perguntas relacionadas ao tempo gasto

pelos usuários durante a semana acessando a Internet. Observou-se que 44,88%

gastam de 1 a 5 horas diárias na frente da máquina (Anexo - Tabela A9). Do tempo

(19)

ou privado, sem a menor relação com as atividades desenvolvidas na empresa pelos

usuários. (Anexo - Tabela A 10).

Um aspecto muito interessante para o estudo do Cyberslacking é o uso da

Internet como meio de comunicação. Dos entrevistados, 78,18% afirmam que

utilizam a Internet para comunicação com outras pessoas ou empresas. (Anexo

-Tabela A11). O envio e a recepção de e-mails foram o tipo de comunicação mais

apontado por 64,74% das pessoas. (Anexo - Tabela A12). Isso vem validar os

dados sobre a entrada dos Trojans e vírus nos sistemas.

O uso da Internet como forma de obtenção de informações ou forma de

pesquisa foi confirmado por 75,36% dos entrevistados. (Anexo - Tabela A13). Entre

as informações mais buscadas na Internet, a procura por bens e serviços figura com

35,68%, enquanto 36,68% afirmaram buscar informações sobre diversão e

entretenimento. (Anexo - Tabela A14). Este quadro mostra uma situação muito

preocupante, o que tem transformado as empresas em reféns da própria tecnologia,

obrigando-as a constantes investimentos para manter atualizado seu sistema

operacional protegido.

Entretanto, com a formatação das redes Intranet e Internet nos escritórios,

direcionadas para pesquisas e informaçQes gerenciais, os funcionários se vêem

perante um dilema: por um lado, encontram um espectro de tentações ao alcance

dos dedos pois o simples pressionar de um botão leva ao mundo de descobertas e

curiosidades, por outro, o compromisso com o trabalho e principalmente com as

regras da empresa.

Hoje em dia, uma rede de comunicação eficiente é crucial para a elaboração

eficaz de tarefas. Assim, consideram-se incontestável os benefícios trazidos pela

Internet no meio produtivo, e esta há de ser alvo de atenção por parte de todos os

usuários envolvidos na empresa.

É fundamental mencionar que a vulnerabilidade da segurança de dados nas

empresas com a Introdução da Internet tornou-se um fator motivador de mudanças

organizacionais, que serão abordadas neste estudo. A informação confidencial de

(20)

descuido de alguém no envio de um e-mail, ou pelo simples desligamento dos

mecanismos de segurança: firewall, antivírus e anti-spam.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Final

Realizar uma análise crítica sobre o uso da Internet nos ambientes de

trabalho, avaliando as novas estruturas de trabalho e as formas de controle que

foram adotadas após a sua implantação.

1.2.2 Objetivos Intermediários

a) Mostrar como se configura a forma de trabalho com a introdução da

Internet nos ambientes organizacionais.

b) Avaliar a relação capital x trabalho com o fenômeno do

Cybers/acking no ambiente organizacional.

c) Apresentar os riscos inerentes ao uso da ferramenta e as vantagens

que as empresas tiveram ao adotar a Internet.

d) Avaliar se as novas estruturas influenciam na produtividade e no

desempenho das atividades pelos trabalhadores.

1.3 Delimitação do Estudo

No Brasil, os estudos sobre as Tecnologias da Informação e da

Comunicação ainda são muito recentes, sendo que as principais pesquisas

realizadas foram conduzidas pelo Comitê Gestor da Internet, criado em 2005.

Foram utilizados, neste estudo, os dados coletados na última pesquisa realizada por

este Comitê, com o propósito de sustentar os argumentos e as idéias defendidas.

Em vista da característica do problema investigado, caberia uma pesquisa estatística

visando estabelecer um padrão de correlação direta entre as variáveis envolvidas, e

(21)

1.4 Relevância deste Estudo

o

conceito de tecnologia tem ampla gama de interpretações e hoje é bastante associado pela mídia aos produtos com inúmeros recursos de

comunicação, imagem e som. Também, o conceito de tecnologia está vinculado aos

conhecimentos aplicados pelo homem para atingir determinados objetivos e fins.

Ver-se-á neste trabalho como a tecnologia pode interferir nas empresas, uma vez

que as chamadas inovações tecnológicas determinam, quase sempre, uma elevação

nos índices de produção e um aumento na produtividade do trabalho.

Primeiramente, é relevante apresentar alguns dos conceitos que serão debatidos

neste estudo, a começar por algumas definições de tecnologia.

Gonçalves2 (1994, p.64) define tecnologia como aquela utilizada em

substituição a procedimentos anteriormente adotados na empresa. Uma nova

tecnologia pode ser exemplificada pela mudança de procedimentos manuais para o

uso de máquinas, tais como as máquinas de escrever que foram substituídas por

microcomputadores.

Robbins (2004, p.202) define tecnologia como "os meios pelos quais uma

empresa transforma insumos em resultados".

Um definição bem próxima é também encontrada em Barley (1990,

p.61-103) para quem a tecnologia se refere ao "conjunto de dispositivos, máquinas e

outros aparelhos empregados na empresa para a produção de seu resultado".

A questão do impacto da tecnologia nas empresas e estruturas é

apresentada sob diferentes pontos de vista. Torna-se fundamental definir

inicialmente o que seria uma estrutura organizacional. Hunt (1970, p.237) conceitua

a estrutura formal da organização em termos de linhas de autoridade, divisão de

trabalho e atribuições de recursos, que muitas vezes encontram-se em gráficos,

funções, fórmulas e orçamentos.

Burns e Stalker (1961) distinguiram dois tipos de estrutura organizacional:

uma orgânica, caracterizada pela menor formalização, maior flexibilidade e

(22)

comando, e outra estrutura mecanicista, hierarquizada, com forte divisão do trabalho

e especialização, e rígida estrutura de comando.

Harvey (1968, p.251) sugeriu em seus estudos que "não haveria razões para

supor que a tecnologia era o único fator que influenciaria as estruturas

organizacionais, embora houvesse indícios que sugeriam que a tecnologia da

Informação era importante".

Harvey complementa afirmando (1968, p.251):

existem outras variáveis potencialmente relevantes para explicar a mudanças nas estruturas organizacionais, tais como: tamanho da organização, definida como o número total de pessoas empregadas; a história da organização, definido como o contexto geral da organização desde sua a fundação; a propriedade e o controle, ou seja, se os proprietários estão presentes na gerência ou ausentes dela, se a organização é autônoma ou pertence a um grupo maior de empresas, as caracterfsticas da organização no meio social, a natureza do relacionamento entre a organização e o seu meio ambiente.

Wooodward (1977) buscou pela Teoria da Contingência, justificar a adoção

das tecnologias e as mudanças nas estruturas organizacionais, argumentando que

os diferentes tipos de tecnologias determinam diretamente alguns atributos

organizacionais como as formas de controles, a centralização da autoridade e a

formalização de regras e procedimentos.

Barley (1990, p.61) também observou em sua obra que "a teoria da

contingência tem formulado generalizações sobre o uso e ajustes de diferentes

tipos de tecnologias e os respectivos efeitos sobre as estruturas". Acrescenta

(ibidem, p.62) que "qualquer tentativa de ligação da tecnologia com as estruturas

organizacionais acabarão levando a uma análise profunda de como os fenômenos

macro-social e micro-social estão ligados", referindo-se à necessidade de considerar

os fatores contingenciais na análise do impacto de qualquer origem nas estruturas

organizaciona is.

Hunt (1970) verificou que as organizações têm diferentes percepções

cognitivas sobre a complexidade tecnológica e adotam dois tipos de orientação

estrutural, uma para solução de problemas e outra para performance geral.

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

(23)

Quanto à adoção das inovações tecnológicas pelas empresas, Gonçalves 2

(1994, p.70) afirmou que:

os objetivos perseguidos pelas empresas ao adotarem inovações tecnológicas variam bastante, mas geralmente são de natureza aquisitiva. Existe uma forte preocupação com a competitividade da empresa e o seu desempenho perante a concorrência. As pressões dos clientes também estão presentes, mas muitas empresas tem objetivos internos importantes, como a atualização, a redução de custos, o aproveitamento de recursos e a gestão da empresa.

Também para Zuboff (1994, p.82): "os administradores, em geral, investem

em novas tecnologias de informação porque acreditam que isso lhes permitirá

realizar suas operações mais rapidamente e a um custo mais baixo".

Seguindo o mesmo raciocínio, Castells (1999) entende que os capitalistas

perceberam que seria necessária em determinado momento uma adequação das

estruturas visando garantir a perenidade da forma de reprodução do capital. Nas

palavras de Castells (1999, p.36):

uma série de reformas, tanto no âmbito das instituições como do gerenciamento empresarial, visavam quatro objetivos principais: aprofundar a lógica capitalista de busca do lucro nas relações capitalltrabalho; aumentar a produtividade do trabalho e do capital; globalizar a produção, circulação e mercados, aproveitando a oportunidade das condições mas vantajosas para a realização de lucros em todos os lugares, e direcionar o apoio estatal para ganhos de produtividade e competitividade das economias nacionais, frequentemente em detrimento da proteção social e das normas de interesse publico.

Uma visão diferente foi dada por Buckhardt e Brass (1990, p.104); para eles:

"a tecnologia pode ser uma estratégia flexível modificada por uma mudança na

estrutura da organização, em particular, a estrutura informal". Os autores afirmam

(ibidem, p.104) que "características estruturais da organização podem agir como

condutores de uma da evolução tecnológica e, como tal, podem influenciar o padrão

tecnológico, bem como ser influenciada por ela".

Em geral, observa-se que praticamente todas as corporações promoveram

nos últimos anos adaptações em suas estruturas organizacionais. A relevância

dessas mudanças remete à reflexão sobre a importância da tecnologia

(24)

os comportamentos dos trabalhadores diante das formas de gestão para uso da

ferramenta. Segundo Castells (1999, p.26),

a habilidade ou inabilidade de as sociedades dominarem a tecnologia e, em especial, aquelas tecnologias que são estrategicamente decisivas em cada periodo histórico, traça seu destino a ponto de podermos dizer que, embora não determine a evolução histórica e a transformação social, a tecnologia (ou sua falta) incorpora a capacidade de transformação das sociedades, bem como, os usos que as sociedades, sempre em processo conflituoso, decidem dar ao seu potencial tecnológico.

o

uso da informática foi identificado como uma ferramenta valiosa para o capitalista na busca pela manutenção do sistema de reprodução do capital, e

tornou-se cada dia mais crescente nas organizações, tornou-sendo que o modelo econômico

empresarial absorveu totalmente essas inovações tecnológicas, tanto para economia

de insumos materiais e humanos quanto para aumentar o controle sobre o processo

de trabalho, reduzindo custos e aumentando os lucros. Castells (1999, p.37)

argumenta que "a inovação tecnológica e a transformação organizacional com

enfoque na flexibilidade e na adaptabilidade foram absolutamente cruciais para

garantir a velocidade e a eficiência da reestruturação".

Zuboff (1994, p82) , em suas análises sobre a adoção da tecnologia da

informação, identifica que os administradores têm propósitos estratégicos definidos

para a organização:

os administradores geralmente planejam alcançar um ou mais dos três objetivos operacionais independentes: aumentar a continuidade (integração funcional, automação intensificada, resposta rápida), o controle (precisão, acuidade, previsibilidade, consistência, certeza) e a compreensibilidade (visibilidade, análise, síntese) das funções produtivas.

Em relação ao trabalho, a tecnologia trouxe ganhos não só para os

capitalistas, mas também para os trabalhadores. O conhecimento, antes destituído

do trabalhador na produção em escala, especializada e mecânica, volta a ter um

papel importante no desempenho das atividades laborais do trabalhador. O

conhecimento operacional do trabalhador, ou melhor, a sua capacidade de

operacionalizar a nova tecnologia, assume grande importância dentro da estrutura

das organizações, já que, no cenário econômico atual, o domínio desse

conhecimento torna-se fundamental para executar as novas tarefas e

instrumentalizar os equipamentos eletrônicos e computadorizados, corroborando

(25)

Zuboff (1984, p.84) afirma que "é o conhecimento e a compreensão na

cabeça das pessoas - suas qualificações intelectivas - que transformam as

máquinas inteligentes numa oportunidade de melhorar fundamentalmente os

negócios".

Daniel Bell (apud Castell 1999, p.45) apresenta uma interessante definição

de conhecimento: "um conjunto de declarações organizadas sobre fatos e idéias,

apresentando um julgamento ponderado ou resultado experimental que é transmitido

a outros por intermédio de algum meio de comunicação, de alguma forma

sistemática".

Outro aspecto do conhecimento é a sua conversão em idéias e criação de

novos produtos, serviços e inovações, tão importantes para garantir o crescimento

das empresas no mercado competitivo nacional e internacional. A concorrência

mundial levou as empresas a buscarem novas alternativas com vistas a sua

manutenção no mercado. Encontraram na produção flexível, por meio da nova

tecnologia, a forma de produzir com mais qualidade e menores custos, aumentando

a competitividade no mercado e consequentemente os lucros almejados.

Castells (1999, p.37) relata que a "inovação tecnológica e a transformação

organizacional com enfoque na flexibilidade e na adaptabilidade foram

absolutamente cruciais para garantir a velocidade e a eficiência da reestruturação".

Zuboff (1984, p.83) já havia apontado nesse sentido ao dizer que "o objetivo

da tecnologia da informação é substituir o esforço e a qualificação humanos por uma

tecnologia que permita que os mesmos processos sejam executados a um custo

menor, com mais controle e continuidade".

As novas tecnologias também possibilitaram a transformação dos dados

coletados no mercado em informações gerenciais estratégicas, que permitiram

vislumbrar oportunidades e tomar rápidas decisões. Zuboff (1984, p.83) explica que

"a tecnologia pode ser usada para criar informações. Mesmo quando uma dada

aplicação visa automatizar, ela simultaneamente gera informações sobre os

processos que estão por trás e através dos quais uma organização realiza seu

(26)

A tecnologia também criou o maior canal de comunicação mundial do

mundo dos negócios, lazer, diversão e instrução: a Internet. Este sistema de

comunicação é a porta de entrad~ e de saída de dados, informações e de

co nhecimento.

Assim, apresenta-se um novo paradigma, pois o capital controla a sua forma

de reprodução permanente pelos meios de produção, o trabalhador, que agora

passa a manipular as máquinas a partir do seu conhecimento, e também passa a

vigiar a rede de comunicação que adotou como ferramenta de produtividade. As

empresas sentiram a necessidade de reorganizar suas estruturas, modificando e

impondo regras e controles rígidos, sobre o uso das ferramentas microeletrônicas,

especificamente o uso da comunicação eletrônica, já que esta representa um canal

aberto, através do qual o é possível perder o controle de toda a gestão.

o

sucesso da empresa no uso da informática, especificamente da Internet, dependerá das ações que ela irá adotar, pois, por um lado, uma política

excessivamente restritiva levará à perda de eficiência no processo, reduzindo a

agregação de valor aos produtos e serviços oferecidos pela empresa, e, por outro

lado, uma maior liberdade permitirá o descontrole sobre o trabalhador, que perderá o

foco de seu trabalho (para o qual foi contratado), concentrando sua atenção nas

mensagens recebidas e nas inúmeras páginas da Internet. Segundo Zuboff (1984,

p.83):

a informatização Pode acontecer como uma conseqüência inesperada e, não administrada, da automação baseada nos computadores, mas pode ser parte de uma pol!tica consciente visando explorar a presença de novas informações e criar um conhecimento mais profundo, mais amplo e perspicaz do negócio. Isso por sua vez, pode servir como catalizador para aperfeiçoar e inovar a produção e o fornecimento de bens e serviços, fortalecendo assim, a posição competitiva da companhia.

o

capital tentará de todas as formas reduzir os perigos e riscos, trazendo ao seu controle o domínio sobre este instrumento, esperando por meio dele, adicionar

valor a produtos e serviços. É com o propósito de manter o controle do ambiente de

trabalho com a entrada da Internet, que as organizações buscam as adequações e

adaptações do ambiente de trabalho. É de extrema relevância conhecer as novas

(27)

desta nova estrutura. Cabe uma reflexão sobre a estrutura organizacional que

comportará os jovens de hoje, que navegam livremente pela Internet, e serão os

futuros executivos das empresas no futuro próximo.

Zuboff (1984, p.83) conclui em suas análises que "se uma empresa deseja

aproveitar ao máximo o processo de informatização, são necessárias inovações

organizacionais para sustentar as inovações tecnológicas".

2 Fundamentação Teórica

2.1 Análise do Capitalismo segundo uma visão Crítica

Weber (2001) conceitua o capitalismo a partir de um modo de pensar as

relações sociais decorrentes do protestantismo de Lutero e do calvinismo. O

trabalho era extremamente valorizado, assim como o exercício de uma profissão na

busca da salvação espiritual do indivíduo perante Deus. A criação de riquezas pelo

trabalho e poupança seria um sinal de que o indivíduo era parte de um grupo de

predestinados. Este pensamento levou a construção de uma ética elaborada pela

Reforma Protestante de Lutero, que implicava a aceitação de normas de conduta e,

na visão de Weber, isso representaria uma mentalidade ou um espírito capitalista.

Assim, o capitalismo existiria onde quer que as necessidades de uma comunidade

fossem atendidas pela produção industrial, ou por uma empresa.

Marx (1984) já define o capitalismo como um modo de produção de

mercadorias, em que o trabalho se transforma em mercadoria e se coloca no

mercado como qualquer objeto de troca.

Historicamente, o surgimento do capitalismo está fundamentado tanto no

progresso econômico dos séculos XI - XII quanto na crise dos séculos XIV -XV. O

primeiro fator contribuiu para a formação da burguesia, o desenvolvimento da vida

urbana, o incremento da produção agrícola e artesanal, a intensificação do comércio

e o despontar de um sistema de transações comerciais baseados em moedas de

troca. O segundo fator - a crise da Idade Média - desorganizou de tal maneira a

(28)

recém-formado, para superar as dificuldades do século

xv.

Desta forma têm origem os

primórdios do capitalismo.

o

processo pelo qual o capitalismo se desenvolveu a partir do feudalismo medieval foi lento e complexo. Primeiramente o pequeno produtor obteve a sua

emancipação, parcial ou completa, das obrigações feudais às quais se submetia.

Depois foi separado da sua propriedade, ou dos seus meios de produção (pequena

porção de terra, gado, utensílios agrícolas) e tornou-se dependente do trabalho

assalariado para conseguir a própria subsistência.

Assim, é possível definir o capitalismo como um sistema econômico baseado

na propriedade privada dos meios de produção (terras, máquinas, mercadorias), os

quais são utilizados para uma reprodução contínua e crescente. Os indivíduos

desprovidos desses meios integram-se ao sistema, ofertando a única "mercadoria"

de que dispõe: o seu trabalho. A venda do trabalho ou força de trabalho passa a ter

um valor conforme a oferta e procura, tal como os demais bens produzidos.

Segundo Marx (1982, p.159), "o que o operário vende não é diretamente o

seu trabalho, mas a sua força de trabalho, cedendc> temporariamente ao capitalista o

direito de dispor dela".

Por essa afirmação de Marx, percebe-se que existe já no início do

capitalismo uma limitação quanto ao tempo de trabalho ao qual o trabalhador estaria

submetido, ou o tempo de serviço que este daria ao ca pitalista em troca da

remuneração. Marx ainda observa que se o trabalhador vendesse sua força de

trabalho sem a limitação de tempo, seria restabelecida a escravatura do passado.

A cooperação, processo no qual uma determinada matéria-prima passa por

diversas mãos até ficar pronta, foi a base estrutural da lógica capitalista, pois

possibilitou o aumento da intensidade com que eram utilizados os meios de

produção (terras, máquinas e mercadorias), garantindo maior volume de produção.

Motta (1984, p.16) explica que:

(29)

metódica do trabalho e cada trabalhador realiza uma parcela muito pequena do trabalho total para a composição do produto final.

o

capitalista precisava organizar e fiscalizar o processo para que a cooperação entre os trabalhadores viabilizasse o modo de produção. O trabalho

passa, então, a ser organizado a partir da divisão das tarefas, em que os indivíduos

executam as operações de forma repetitiva.

O mercado interno cresce a partir do próprio movimento da multiplicação do

capital, pela lógica da expansão da produção, pois quanto mais se gastava na

ampliação da produção, mais trabalhadores se empregavam, e mais pessoas

estariam remuneradas para gastar na aquisição de outros bens. Este processo é

descrito por Marx (1982 p.160):

para poder crescer e manter-se, um homem precisa consumir uma determinada quantidade de meios de subsistência, o homem como a máquina, se gasta e tem que ser substituldo por outro homem. Além da soma de artigos de primeira necessidade exigidos para o seu próprio sustento, ele precisa de outra quantidade dos mesmos artigos para criar determinado número de filhos, que hão de substituI-Ia no mercado de trabalho e perpetuar a descendência do capital.

Assim, para a perpetuação e o crescimento do capital, a remuneração do

trabalho era fundamental. O capital se alimenta do lucro gerado no processo de

produção, sendo que no valor total da mercadoria produzida, encontram-se

embutido os custos das matérias-primas, uma parte correspondente ao trabalho

agregado que foi efetivamente pago, e uma diferença equivalente ao trabalho

incorporado que não foi pago, que passa a representar o lucro do capital.

O trabalho produtivo está sob total controle do capital uma vez que este

responde pela sua perpetuação. O trabalhador sempre buscará aumentos de

salários para desta forma, agregar a compra de novos produtos ou consumir mais

atendendo a sua crescente necessidade, e o capita,1 por sua vez sempre buscará

que o trabalho consiga aumentar a produção dos bens no menor espaço de tempo,

pois, desta maneira, no resultado incorporam-se maiores lucros.

Na visão de Weber (2001 p.24), "o capitalismo identifica-se com a busca do

lucro, do lucro sempre renovado por meio da empresa permanente, capitalista e

(30)

É fundamental destacar que o processo de produção capitalista esteve

necessariamente atrelado ao desenvolvimento das máquinas de produção, sem as

quais não seria possível passar do estágio de produção artesanal para produção

manufatureira. Outro fator primordial foi a organização do trabalho, como já foi citado

anteriormente, para que os trabalhadores estivessem organizados e trabalhando de

forma cooperada. Weber (2001 p.29) afirma que:

entre os fatores de importância incontestável estão as estruturas racionais das leis e da administração, pois que o moderno capitalismo racional não necessita apenas dos meios técnicos de produção, mas também de um sistema legal calculável e de uma administração baseada em regras formais.

Essa organização com regras formais foi crucial para que o capital

conseguisse se reproduzir e expandir, introduzindo no meio de produção constantes

avanços técnicos que permitiam ampliar a produção e a produtividade

homem/hora/máquina, ou seja, produzir mais, com o menor custo, o que ampliava

os lucros dos capitalistas. O homem aceitava o sistema, pois desprovido de terra, e

de capital, só lhe restava a venda da força de trabalho remunerada, que lhe atendia

nas necessidades básicas. Este mecanismo capitalista de reprodução, portanto, é

parcialmente dependente da técnica, mas em grande parte também determinado

pela disposição do homem em aceitar este tipo de regra de conduta racional e

prática.

Segundo Weber (2001 p.47), "o homem é dominado pela geração de

dinheiro, pela aquisição como propósito final da vida".

A base da cultura capitalista se compõe, por um lado, dos capitalistas

detentores dos meios de produção e do capital para ampliação deste, mas que, por

outro lado, necessita do homem e do seu trabalho para manter uma reprodução

deste meio. O homem vê na empresa a sua forma de sustento e sobrevivência e

assume seu papel como uma "carreira", já que nela pretendia permanecer, e

também agregar seus dependentes. Este processo é observado por Weber (2001

p.48):

(31)

conformar com as regras de comportamento capitalista. O fabricante que se opuser por longo tempo a essas normas será inevitavelmente eliminado do cenário econômico, tanto quanto um trabalhador que não possa ou não queira se adaptar às regras, que será jogado na rua, sem emprego.

Esse risco de perder a fonte de recurso da subsistência e sustento

permaneceu ao longo dos anos e, cada vez mais se agravou na mente do

trabalhador, em vista da constante introdução da tecnologia nos meios de produção,

vistas pelos capitalistas como uma forma de manter a maior produtividade do

trabalho e a constante geração de lucro. O capital no início necessitava do

trabalhador braçal, produtivo e disciplinado, que agia dentro das normas impostas,

pois os trabalhadores descontentes e indisciplinados quebravam todo o esquema de

reprodução estruturado pela lógica capitalista. Weber (2001 p.53) analisa que:

a habilidade de concentração mental, tanto quanto o sentimento de dever, absolutamente essencial, em relação ao trabalho, são aqui muitas vezes combinados com uma economia rlgida, que calcula a possibilidade de altos ganhos, um frio autocontrole e frugalidade que aumentam enormemente o desempenho.

Hoje, mesmo com a introdução da robótica e dos meios de produção

micro-eletrônicos, a reprodução do capital mantém vivo os mesmos princípios e continua

exercendo controles e pressão sob o trabalhador, principalmente pelo desequilíbrio

entre a oferta e demanda de empregos e trabalhadores disponíveis, o que gera

enorme insegurança e submete os trabalhadores à nova ordem de regras de

conduta no trabalho. Ainda segundo Weber (2001 p.59):

O sistema capitalista precisa tanto dessa devoção à vocação para fazer dinheiro, dessa atitude voltada para os bens materiais tão bem adaptada ao sistema e tão intimamente ligada às condições de sobrevivência na luta econômica pela existência, que hoje não mais podemos questionar a necessidade de conexão do modo de vida aquisitivo com qualquer ideologia isolada.

2.2 As Estruturas Organizacionais na Economia Capitalista

As empresas estão organizadas para desenvolver suas atividades, sendo

que esta organização pode variar conforme o tipo de atividade, as tarefas, o meio

em que atuam e as mudanças sociais, políticas e econômicas. Assim, pode-se

(32)

desenhada e como ela divide as tarefas e responsabilidades dos respectivos

trabalhadores para o desempenho de sua atividade no mercado.

Analisar as estruturas organizacionais segundo a teoria crítica é

fundamental, uma vez que esta vê o homem como agente produtor e organizador

das formas da vida. Isso significa que as condições atuais da sociedade não surgem

de eventos da natureza, mas sim da interação do homem com o meio em que vive.

Segundo Horkheimer (1983 p.155):

a teoria crítica da sociedade tem como objeto os homens como produtores de todas as suas formas históricas de vida. As situações efetivas, nas quais a ciência se baseia, não é para ela uma coisa dada, cujo único problema estaria na mera constatação e previsão segundo as leis da probabilidade. O que é dado não depende apenas da natureza, mas também do poder do homem sobre ela. Os objetos e as espécies de percepção, a formulação de questões e o sentido da resposta dão provas da atividade humana e do grau de seu poder.

As estruturas organizacionais foram moldadas ao modo de produção

capitalista pelo homem detentor dos meios de produção e, também, em parte à

racionalidade existente, tanto por parte destes, mas principalmente em virtude dos

trabalhadores, uma vez que estes se submetem e subjugam ao capital como uma

alternativa aceitável para sua existência.

Horkheimer (1983 p.130) afirma que:

em regra geral o individuo aceita naturalmente como preestabelecidas as determinações básicas da sua existência, e se esforça para preenchê-Ia. Ademais ele encontra a sua satisfação e sua honra ao empregar todas as forças na realização das tarefas, apesar de toda a crítica enérgica que fosse parcialmente apropriada, cumprindo com afã a sua parte.

o

sistema se estrutura para manter e perpetuar esta forma de produção e controle sobre os meios de produção e do trabalho, mantendo a reprodução do

capital e buscando incessantemente o resultado desejado: lucro. Etzione (1972,

p.94) explicita que "as organizações são planejadas e deliberadamente estruturadas;

revêem constantemente e auto-conscientemente suas realizações e se reestruturam

(33)

Essa condição impõe restrições à liberdade de pensamento e ação do

trabalhador no exercício de sua atividade, aumentando o poder do capitalista. Nas

palavras de Horkheimer (1983 p.134) verifica-se que '''essa estrutur~ possui uma

dinâmica em virtude da qual se acumula, numa proporção que lembra as antigas

dinastias asiáticas, um poder fabuloso, de um lado, e, de outro, uma impotência

material e intelectual".

Horkheimer (1983 p.134) ainda acrescenta que "os homens renovam com

seu próprio trabalho uma realidade que os escraviza em medida crescente e os

ameaça com todo tipo de miséria".

A introdução constante da tecnologia proporciona, de um lado, um enorme

benefício ao capital no sentido em que contribui para o aumento da produtividade e

acumulação e, de outro, o aumento da incerteza, que alimenta o sentimento de

insegurança do trabalhador e o submete ainda mais às regras do capital. Somam-se

ainda as consecutivas oscilações do mercado, os conflitos e as políticas

governamentais, que conduzem a maiores instabilidades. Horkheimer (1983 p.134)

ilustra a situação:

o desemprego, as crises econômicas, a militarização, os governos terroristas e o estado em que· se encontram as massas, tal como os produtores vivenciam a todo instante, não se baseiam de forma alguma na limitação do potencial técnico, como poderia ter ocorrido em épocas anteriores, mas sim nas condições inadequadas da produção atual.

Nesse movimento social, o homem pensa individualmente na forma de

manter a sua sobrevivência no sistema de produção, deixando a visão social e

adotando uma visão egoísta. Nas palavras de Horkheimer (1983 p.134): "dentro do

sistema de propriedade dominante, do princípio progressista de que são suficientes,

os indivíduos se preocupem apenas consigo mesmos".

Esse movimento de individualização do pensamento e da ação garante

maior facilidade de controle na medida em que o homem individual é mais fraco que

no conjunto da sociedade organizada, o que facilita a manipulação em benefício do

(34)

a dinâmica econômica desenfreada degrada a maioria dos indMduos à

condição de meros instrumentos e trazem constantemente, em curto espaço de tempo, novos espectros e infortúnios. Mesmo os grupos mais avançados da sociedade são desencorajados, tomados pela total desorientação reinante.

o

equilíbrio social, que levaria a uma forma de produção e distribuição mais justa, está longe de efetivação na atual estrutura capitalista. Segundo Horkheimer

(1983 p.153):

o desejo de um mundo sem exploração nem opressão, no qual existiria um sujeito agindo de fato, isto é, uma humanidade autoconsciente, e no qual surgiriam as condições de uma elaboração teórica unitária bem como de um pensamento que transcendo os indivfduos, não representa por si só, a efetivação deste mundo.

o

que se observa nas estruturas organizacionais é quanto maior a tecnologia empregada, maiores serão os controles sobre o trabalho, a alienação do

trabalhador e a insegurança.

A teoria crítica aponta para a legitimação de uma sociedade mais justa,

organizada numa estrutura de produção na qual a condição do homem e a do

trabalho sejam respeitadas. Na visão dos críticos, a conscientização do homem e a

mobilização contra os abusos do capital seriam a saída para uma sociedade melhor.

Horkheimer (1983 p.157) afirma que:

a teoria crítica mostra a intensificação da injustiça social no conceito da troca justa, o domínio do monopólio no de economia livre, a consolidação de situações atravancadoras da produção no de trabalho produtivo, a pauperização dos povos no de sobrevivência da sociedade. Os críticos não aceitam a miséria e desejam a felicidade de todos os indivfduos.

2.3 A Racionalidade do Comportamento do Trabalhador

o

estudo das estruturas organizacionais na forma de produção capitalista remete à análise da racionalidade do comportamento do trabalhador, uma vez que

sua força de trabalho contribui diretamente para a perpetuação do capital. Na

percepção de Weber2(1997), a racionalidade é a relação entre os recursos utilizados

(35)

o

homem raciocina, por isso nossa classificação como homo-sapíens, por sermos dotados de inteligência (capacidade de pensar e agir racionalmente), nossas

decisões são tomadas com embasamento no que pensamos, na nossa reflexão,

sejam eles pensamentos bons ou ruins. Em nosso cérebro reside toda nossa forma

da analisar as coisas e atitudes e, portanto, nossa forma de raciocinar e racionalizar,

por isso não podemos nos afastar do pensamento em nenhum instante, porém em

vários momentos da vida devemos tomar decisões.

Na concepção de Habermas (1983), "o homem age de forma

racíonal-com-respeífo-a-fins, o que significa que toma suas atitudes dentro de uma racionalidade

mensurável, onde avalia as conseqüências de seus atos e os benefícios que estes

lhe proporcionarão". Esta racionalidade-com-respeito-a-fins será denominada de

agora em diante racionalidade instrumental. Habermas (1983 p.314) afirma que "a

racionalização de relações da vida segundo padrões dessa racionalidade significa o

mesmo que a institucionalização de uma dominação que se torna irreconhecível

enquanto política". O homem trabalhador ao mesmo tempo em que é dotado da

razão que o permite pensar e refletir sobre seus atos, nem sempre racionaliza

conforme seus princípios, valores e moral.

Guerreiro Ramos (1981, p.51) afirma que "os seres humanos são levados a

agir, a tomar decisões e fazer escolhas, porque causas finais influem no mundo em

geral".

Nas palavras de Marx (1984, p48):

todo o sistema de produção capitalista repousa no fato de que o trabalhador vende sua força de trabalho como mercadoria. A divisão do trabalho torna essa força de trabalho em uma habilidade inteiramente particularizada de manejar uma ferramenta parcial, ou seja, retira do homem a sua antiga habilidade de artesão, onde dominava todas as operações de produção. Assim que o manejo da ferramenta passa à máquina, extingue-se, com o valor de uso, o valor de troca da força de trabalho.

Partindo da citação de Marx é possível caracterizar o trabalho sob o ponto

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Tabela  02 - A casa como extensão do escritório
Tabela 06 - A  rotina e os processos de trabalho
Tabela 07 - A  quantidade de atividades e horas trabalhadas
Tabela 09 - O trabalho e a razão instrumental
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Referências

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