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Frequência de colonização e bactérias isoladas de ponta de cateter de peridural implantado para analgesia pós-operatória .

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REVISTA

BRASILEIRA

DE

ANESTESIOLOGIA

PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologia

www.sba.com.br

ARTIGO

CIENTÍFICO

Frequência

de

colonizac

¸ão

e

bactérias

isoladas

de

ponta

de

cateter

de

peridural

implantado

para

analgesia

pós-operatória

Débora

Miranda

Diogo

Stabille

a,∗

,

Augusto

Diogo

Filho

b,c,d,e

,

Beatriz

Lemos

da

Silva

Mandim

f

,

Lúcio

Borges

de

Araújo

g

,

Priscila

Miranda

Diogo

Mesquita

a

e

Miguel

Tanús

Jorge

b,h

aCiênciasdaSaúde(CS),UniversidadeFederaldeUberlândia(UFU),Uberlândia,MG,Brasil

bProgramadePós-graduac¸ão,CiênciasdaSaúde(CS),UniversidadeFederaldeUberlândia(UFU),Uberlândia,MG,Brasil cColégioBrasileirodeCirurgiões,RiodeJaneiro,RJ,Brasil

dColégioBrasileirodeCirurgiaDigestiva,SãoPaulo,SP,Brasil

eDepartamentodeCirurgia,FaculdadedeMedicina,UniversidadeFederaldeUberlândia(UFU),Uberlândia,MG,Brasil fServic¸odeAnestesiologia,HospitaldeClínicas,UniversidadeFederaldeUberlândia(UFU),Uberlândia,MG,Brasil gFaculdadedeMatemáticadaUniversidadeFederaldeUberlândia(UFU),Uberlândia,MG,Brasil

hDepartamentodeClínicaMédica,FaculdadedeMedicinadaUniversidadeFederaldeUberlândia(UFU),Uberlândia,MG,Brasil

Recebidoem20demarçode2014;aceitoem6demaiode2014

DisponívelnaInternetem28denovembrode2014

PALAVRAS-CHAVE

Anestesiaepidural; Infecc¸ão;

Bactérias

Resumo

Objetivos: Oaumento douso de analgesia pela viaperidural com usode cateteres levaà

necessidadedesedemonstraraseguranc¸adométodo.Opresenteestudotevecomoobjetivo

conheceraincidênciadecolonizac¸ãodecateteresinseridosparaanalgesiaperiduralno

pós--operatórioeasbactériasresponsáveisporestascolonizac¸ões.

Métodos: Noperíododenovembrode2011aabrilde2012foramavaliadospacientes

opera-doseletivamentemantidossobanalgesiaporcateterperiduralnopós-operatório.Apontado

cateterfoicoletadaparaanálisemicrobiológicasemi-quantitativaequalitativa.

Resultados: Seis(8,8%)pontas dos68 cateteres cultivadosapresentaram culturaspositivas.

Nenhumpacienteapresentouinfecc¸ãosuperficialouprofunda.Otempomédiode

permanên-ciadocateterfoide43,45horas(18-118horas)(p=0,0894).Otipodecirurgia(contaminada

ounão contaminada),estadofísico dospacientesetempo cirúrgiconãomostraram relac¸ão

EstudorealizadonoHospitaldeClínicasdaUniversidadeFederaldeUberlândia,Uberlândia,MG,Brasil.

Autorparacorrespondência.

E-mail:deboramdiogo@yahoo.com.br(D.M.D.Stabille).

http://dx.doi.org/10.1016/j.bjan.2014.05.015

(2)

com acolonizac¸ão doscateteres. Osmicro-organismos isolados dapontade cateter foram Staphylococcusaureus,PseudomonasaeruginosaeSphingomonaspaucimobilis.

Conclusão:Conclui-seque,aanalgesiaporcateterperiduralnopós-operatório,nascondic¸ões

dopresenteestudo,revelou-seprocedimentocombaixoriscodecolonizac¸ãobacterianaem

pacientesdeenfermariascirúrgicas.

©2014SociedadeBrasileira deAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos

direitosreservados.

KEYWORDS

Epiduralanesthesia; Infection;

Bacteria

Frequencyofcolonizationandisolatedbacteriafromthetipoftheepiduralcatheter implantedforpostoperativeanalgesia

Abstract

Backgroundandobjective: Theincreaseduseofepiduralanalgesiawithcatheterleadstothe

need todemonstratethesafetyofthismethod andknowtheincidenceofcatheter

coloni-zation,insertedpostoperativelyforepiduralanalgesia,andthebacteriaresponsiblefor this

colonization.

Methods:From November 2011to April 2012, patients electivelyoperated andmaintained

under epidural catheter for postoperative analgesiawere evaluated.The cathetertip was

collectedforsemiquantitativeandqualitativemicrobiologicalanalysis.

Results:Of68culturedcatheters,sixtips(8.8%)hadpositivecultures.Nopatienthad

superfi-cialordeepinfection.Themeandurationofcatheterusewas43.45hours(18-118)(p=0.0894).

Thetypeofsurgery(contaminatedoruncontaminated),physicalstatusofpatients,andsurgical

timeshowednorelationwiththecolonizationofcatheters.Microorganismsisolatedfromthe

cathetertipwereStaphylococcusaureus,PseudomonasaeruginosaandSphingomonas

pauci-mobilis.

Conclusion: Postoperativeepiduralcatheteranalgesia,underthisstudyconditions,wasfound

tobelowriskforbacterialcolonizationinpatientsatsurgicalwards.

© 2014SociedadeBrasileirade Anestesiologia.Publishedby ElsevierEditoraLtda.Allrights

reserved.

Introduc

¸ão

Aanestesia peridural temsido usada principalmente para alíviodador,porhorasoupoucosdias,empacientes cirúrgi-cos,vítimasdetraumaeinternadosemunidadesdeterapia intensiva,mastambém,porperíodosmaislongosem paci-entes com dor crônica, como aqueles em tratamento de câncer.1,2

Evidênciasmostramqueaassociac¸ãodeanestesiagerale

analgesiaperiduralfacilitaarecuperac¸ãoprecoceemelhora

aevoluc¸ãodepacientesporreduziremaincidênciade

even-tostromboembólicos,pulmonaresegastrointestinais.1,3---5

Além das vantagens referidas, as complicac¸ões

associ-adas a cateteres peridurais incluem anestesia raquidiana

total, cefaleias pós raquianestesia, trauma medular e de

raízes nervosas, hematoma e infecc¸ões, como abscessos

peridurais, meningites e infecc¸ão de pele superficial.1,6,7

A colonizac¸ão de cateter de peridural é definida como o

crescimentodepelomenosummicro-organismoemcultura

quantitativaindependentementedaquantidadedeunidades

formadorasdecolônias,seminflamac¸ãolocalouinfecc¸ãono

espac¸oespinhal.7

Estudos sobre a utilizac¸ão do cateter peridural para

analgesia têm demonstrado taxas de colonizac¸ão ou

contaminac¸ãode0%a28,8%.6,8---10 Aincidênciadeinfecc¸ão

relacionadaao cateter periduralvaria entre0,06%a 5,3%

em estudos com pacientes cirúrgicos e de infecc¸ões sítio

específicas(meningites,abscessosparaespinhais e

peridu-rais)variamde0a0,7%.1,6,10,11

Sãováriososmecanismospelosquaisocateterde

peri-duralcausainfecc¸ão.Primeiramente,infecc¸ãopodeocorrer

por contaminac¸ão do local de emergência do cateter ou

peloseu lúmen e se espalhaao longo do seu conduto.O

segundomecanismo ocorre por organismos que são

intro-duzidos durante a punc¸ão ou inserc¸ão do cateter. Pode

ocorrer a infecc¸ão por via hematogênica a partir da

cor-rente sanguínea ou de um foco distante de infecc¸ão.

Um quarto mecanismo descrito é intraluminal via infusor

contaminado.1,12

Para cateteres intravasculares Maki et al. mostraram

que o crescimento de mais de 15 colônias em cateter

correlaciona-secommaiorriscodeinfecc¸ão.13 Entretanto,

ovalorquantitativoderesultadosdeculturasdecateteres

periduraisnãofoideterminado.1

A grande maioria das infecc¸ões dos cateteres

peridu-rais é causada por Staphylococcus aureus (57%-93% dos

casos),Streptococcusspp (18%)e umavariedade de

(3)

parasitaspodemtambémserencontradosemabscessos.O

espectromicrobiológicodainfecc¸ãodependedapopulac¸ão

estudada.12,14---18

Os micro-organismos isolados com maior frequência

na ponta e no local de inserc¸ão do cateter peridural

são: Staphylococcus coagulase-negativa, destacando-se o

Staphylococcus epidermidis, o Staphylococcus aureus e a

Pseudomonasaeruginosa.14---18

Infecc¸ões sempre foi alvo de discussões na analgesia

peridural,mas estudostêm se limitado a relatosde caso

e revisões retrospectivas. O aumentoconsiderável douso

deanalgesiapelaviaperiduralcomusodecateteres

mos-traa necessidade de demonstrar as suas vantagens, bem

como aseguranc¸adesse método.Embora seja umevento

raro,oimpactodeumainfecc¸ãodocateterdeperiduralem

umpaciente hígido podeserprejudicial,tanto econômica

quantobiologicamente,sendoassimosobjetivosdoestudo

foramdeanáliseprospectivaeepidemiológicadepacientes

internadosem enfermariassubmetidosàanalgesia

peridu-ralnopós-operatório,bemcomoconhecerafrequênciade

colonizac¸ãoeosmicro-organismosenvolvidosemcateteres

decurtapermanêncianessespacientes.

Métodos

Estudoepidemiológico prospectivorealizadode novembro

de 2011 a abril de 2012 no Hospital de Clínicas da

Uni-versidadeFederal deUberlândia. Oprojetofoi submetido

e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres

Humanos, sob o número 280/11, sendo incluídos todos

os pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos

ele-tivos dessa Instituic¸ão e que necessitaram de analgesia

atravésdecateter deperiduralnopós-operatórionaquele

período.

Todos os pacientes aceitaram participar do estudo e

assinaramo Termode Consentimento Livree Esclarecido.

Acoletadosdadosfoirealizadaapartirdafichaanestésica

feitanomomentodaanestesiaeduranteopós-operatório

nas enfermarias de clínicas cirúrgicas e de ginecologia.

Todos os pacientes foram submetidos à antissepsia com

álcool70%parainserc¸ãodocateterdeperidural.Os

paci-entesforam acompanhadospara analgesiae avaliac¸ão do

aspectoinflamatório e/ou infecciosono localde inserc¸ão

do cateter de peridural, além de outros sintomas que

porventura o paciente apresentasse durante internac¸ão

(tais como febre, parestesias, dor pós-operatória, etc.).

O cateter utilizado foi da marca Smiths Medical Portex,

16G,cominfusãodasoluc¸ãoanalgésicaatravésdebomba

infusoraouintermitente,emboluscomseringa.

Oinstrumentodecoletadedadosincluiuregistros

sócio--demográficoseinformac¸õescomodurac¸ãodeinternac¸ão,

comorbidades,procedimentocirúrgicorealizado,

antimicro-bianosutilizados,datadainserc¸ãoetempodepermanência

do cateter de peridural, nível de inserc¸ão (torácico ou

lombar), anestésico local administrado, intercorrências

no manuseio, presenc¸a de sinais flogísticos (hiperemia,

secrec¸ão)nolocaldainserc¸ão.

Após o períodode permanência do cateter de

peridu-ralconsideradosuficientepelaequipedeAnestesiologiafoi

colhido, sob técnicas rigorosas de assepsia e antissepsia

(máscara,luvas estéreiseálcool 70%),apontadocateter

deperidural. Usandolâminasestéreis, aextremidade

dis-taldocateter,numaextensãode3a4cm,eraseccionada,

colocadaemrecipienteestériletransportada,noprazode

até 2horas, para cultivo em laboratório de microbiologia

doHospitaldeClínicasdaUniversidadeFederalde

Uberlân-dia. O cateter deperidural foicultivado semiquantitativa

e qualitativamente.A metodologialaboratorialdecultura

utilizada foirecomendada porMaki etal.,sendo

conside-radacolonizac¸ãoculturasemiquantitativacomcrescimento

de mais de 15 unidades formadoras de colônia, sendo a

identificac¸ãobacterianarealizadapelosistemaVITEK2.

Oscateteresforamagrupadossegundoacolonizac¸ão

pre-sente(grupoA)ouausente(grupoB)equantoàpermanência

menor(grupo1)eigualoumaior(grupo2)doque48horas.

OsgruposAcomBe1com2foramcomparadosdeacordo

com a classificac¸ão das cirurgias, sendo consideradasnão

contaminadas (limpas e potencialmente contaminadas) e

contaminadas (contaminadas, sujas e infectadas); estado

físico dos pacientes,classificados deacordo com a

Socie-dadeAmericanadeAnestesiologiaemASAI aV etempode

durac¸ãodoprocedimentocirúrgico.

Para as variáveis quantitativas na comparac¸ão entre

os grupos foi utilizado o teste nãoparamétrico de

Mann--Whitney.Paraasvariáveisqualitativas,utilizou-seoteste

Qui-quadrado.Oníveldesignificânciautilizadoparaestes

testesfoide5%.Oscálculosforamfeitosutilizandoo

soft-wareBioEstat5.0.

Resultados

Foraminicialmenteincluídosnoestudo76pacientes.Após

exclusãodeoito,umporóbito,doisporsaídaacidentaldo

cateter e cinco por desconexão da extremidade externa,

foram efetivamente avaliados68. Todos estavam

interna-dos em enfermarias de cirurgia geral (23), urologia (16),

proctologia(14),cirurgiatorácica(7),traumatologia(4),e

ginecologia(4).

Nenhumpacienteapresentouqualquersinalde

inflama-c

¸ãonosítiodeinserc¸ão,abscessoperidural,infecc¸ãodoSNC

ouinfecc¸ãosistêmica.

Aculturafoipositivaemseiscateteres(8,8%)(grupoA)

e negativaem 62(91,2%)(grupoB). Nacomparac¸ãoentre

osdoisgruposnãofoiencontrado significânciaestatística.

A utilizac¸ão de antimicrobianos profiláticos foi feita

em mais da metade dos pacientes dos dois grupos. Foi

utilizadomaisdeumtipodeanestésicolocalemalguns

paci-entes.Asvariáveisrelacionadasacadaumdosgruposestão

natabela1.

HouveisolamentodeSphingomonaspaucimobilisdeum

cateter,deStaphylococcusaureusdeoutroede

Pseudomo-nasaeruginosadeumterceiro.Deoutrostrêshouve

cres-cimento bacteriano sem predominância de algum tipo de

colôniaoquelevouaonãoisolamentodenenhumabactéria.

Otempomédiodepermanênciadetodososcateteresfoi

de43,45horas,sendoem37pacientesmenosde48horas

(grupo1)eem31maisde48horas(grupo2).

Comparando-seogrupo1comogrupo2eogrupoAcom

o grupo Bquantoao grau decontaminac¸ão dacirurgia, o

estadofísicodospacientes(ASAI,II ouIII)etempodedurac¸ão

doprocedimentocirúrgico,nãoseencontraramdiferenc¸as

(4)

Tabela1 Comparac¸ãodoscateterescolonizados(GrupoA)enãocolonizados(GrupoB)deacordocomascaracterísticasdos pacientes

GrupoA(n=6)

n(%)

GrupoB(n=62)

n(%)

p

Gênero

Masculino 1(16,7%) 29(46,8%) 0,2177

Feminino 5(83,3%) 33(53,2%)

Cor

Negro 1(16,7%) 6(9,6%) 0,4927

Branco 4(66,6%) 45(72,7%) 1,0000

Pardo 1(16,7%) 11(17,7%) 1,0000

Médiadeidade(anos)±DP 53,64±16,44 48,00±19,15 0,4311

ASA

ASAI(23) 2(33,3%) 21(33,9%) 0,8294

ASAII(38) 3(50%) 35(56,4%)

ASAIII(7) 1(16,7%) 6(9,7%)

Comorbidadesassociadas

Hipertensão 2(33,3%) 26(41,9%) 1,0000

Diabetes 0 7(11,3%) 0,8685

IRC 0 2(3,2%) 0,1510

Tabagismo 3(50%) 19(30,6%) 1,0000

Etilismo 1(16,7%) 5(8,06%) 0,4383

Neoplasia 3(50%) 30(48,4%) 1,0000

Corticoterapia 1(16,7%) 1(1,6%) 0,1699

NíveldeInserc¸ãodocateter

Torácico(n=31;45,6%) 2(33,3%) 29(46,8%) 0,6809

Lombar(n=37;54,4%) 4(66,7%) 33(53,2%)

Usodeantimicrobiano

Não(4/5,9%) 1(16,7%) 3(4,8%) 0,3150

Sim(64/94,1%) 5(83,3%) 59(95,2%)

Antimicrobianoutilizado

Apenascefalosporinas 3(50%) 37(59,7%) 0,6844

CefalosporinaeMetronidazol 1(16,7%) 18(29,0%) 1,0000

Tempomédiodepermanênciadocateter

(horas)±DP

51,10±12,11 42,71±19,76 0,0894

Tipodeanestésicoutilizadoparaanalgesia

Ropivacaína 6(100%) 56(90,3%) 1,0000

Lidocaína 0 3(4,83%) 1,0000

Bupivacaína 0 4(6,45%) 1,0000

Tempocirúrgico

<1h 0 2(3,22%) 1,0000

1-3 3(50%) 16(25,8%) 0,3380

>3h 3(50%) 44(71%) 0,3635

ASA,AmericanSocietyofAnaesthesiologists;IRC,insuficiênciarenalcrônica;DP,desviopadrão. Nãoforamconsideradosnacomparac¸ãoautilizac¸ãodeoutrosantimicrobianos.

Discussão

A literatura mostra que situac¸ões que levam ao com-prometimento imunológico (diabetes mellitus, uso de corticosteroides ou outras terapias imunossupressoras, malignidade,alcoolismo,insuficiênciarenalcrônica),lesão medular(doenc¸as degenerativas,lesõesportrauma, cirur-giasouinstrumentac¸ão)e focosdeinfecc¸ão(respiratório,

urinário),constituemfatoresderiscoparacolonizac¸ãode cateteresperidurais.12,19---24

Nainfecc¸ãodesítiocirúrgicoestudosmostramnocasodo

diabetessãoimportantesosníveisdeglicemia.Níveisacima

de200mg/dLnopós-operatório imediatoestãoassociados

comaumentodeinfecc¸ãodesítiocirúrgico.25Estudos

mos-tramqueodiabeteséomaisimportantefatorderiscopara

(5)

Tabela 2 Comparac¸ão quanto à colonizac¸ão e tempo de permanência do cateter de peridural em relac¸ão ao grau de

contaminac¸ãodoprocedimentocirúrgico,estadofísicodopacienteetempocirúrgico

Grupo1(n=37) Grupo2(n=31)

GrupoA

(n=1)

n(%)

GrupoB

(n=36)

n(%)

p GrupoA

(n=5)

n(%)

GrupoB

(n=26)

n(%)

p

Graudecontaminac¸ãodoprocedimentocirúrgico

Nãocontaminado

(limpae

potencialmente contaminada)

1(100%) 26(72,2%) 1,0000 1(20%) 17(65,4%) 0,1337

Contaminado (contaminada

einfectada)

0 10(27,8%) 4(80%) 9(34,6%)

ASA

I 1(100%) 12(33,3%) 0,3514 1(20%) 9(34,6%) 1,0000

II 0 20(55,6%) 0,4595 3(60%) 15(57,7%) 1,0000

III 0 4(11,1%) 1,0000 1(20%) 2(7,7%) 0,4216

Tempocirúrgico

<1h 0 1(2,8%) 1,0000 0 0 1,0000

1-3h 1 12(33,3%) 0,3514 2(40%) 7(26,9%) 0,6125

>3h 0 23(63,9%) 0,3784 3(60%) 19(73,1%) 0,6125

ASA,AmericanSocietyofAnaesthesiologists.

corticosteroidesou outros medicamentos imunossupresso-respodemestar maispredispostos adesenvolverinfecc¸ão desítiocirúrgico25---27eabscessosperidurais.28

Sóparticiparamdoestudopacientesclassificadoscomo

ASAI a III. Nãohouvesignificânciaestatísticaao

compará--los para a colonizac¸ão. Para infecc¸ão do sítio cirúrgico,

pacientesclassificadosemASAI eII apresentamriscozero,

enquantopacientesASAIII,IV eV têmpontuac¸ãofavorávela

desenvolvereminfecc¸ãodosítiocirúrgico.25---27

A proximidade da região do ânus com a inserc¸ão

cau-daldocateterdeperiduralpodefacilitarainfecc¸ão.Assim,

aanalgesiaperiduralcaudalé atualmentemenosutilizada

doquealombardevidoao altoriscodecontaminac¸ãopor

ênterobactérias.1 O presente estudo não mostrou

signifi-cânciaestatísticaquandocomparouoníveldeinserc¸ãodo

cateterperidural,lombaroutorácico.Noentanto,sabe-se

tambémquepacientessubmetidosacirurgiastorácicas ou

abdominaissuperiorespermanecemmaistempoacamados

eapresentammaiorcrescimentode comensaisde pele,o

quepoderiafacilitaracolonizac¸ão.2,19,29

Nopresenteestudoumaelevadaporcentagemde

pacien-tes(94,1%)recebeuumadosedeantimicrobianonainduc¸ão

anestésica,sendo difícildemonstrar seeste proporcionou

umefeitoprotetor.Édeconhecimentodaliteraturaqueo

uso deantimicrobianos até 1 hora antesda cirurgia ouà

induc¸ãoanestésicaminimizaosíndicesdeinfecc¸ãonosítio

cirúrgico.25,30---33Osestudoscompacientescirúrgicose

anal-gesia periduralpor 2a 3 diasmostramque a colonizac¸ão

bacterianados cateteresnãoestáassociada cominfecc¸ão

invasiva e não é prevenida pela antimicrobianoprofilaxia

dacirurgia.34 Entretanto,Aldrete etal. encontraram que

quandoseusaantibióticosprofiláticosparacateteresdeuso

prolongado,ataxadeinfecc¸ãoreduz.35Apesardehaverem

pontas de cateteres positivas, não existiram casos de

infecc¸ão, demonstrandoqueo enviorotineirodestes para

culturapodenãoestarindicado.Nopresenteestudoouso

deantimicrobianostalveztenhacontribuídoparaumabaixa

incidência de colonizac¸ão dos cateteres, mas issonão foi

comprovadoestatisticamente.

Amaioriadosestudosrecomendaumnúmerolimitadode

dias para analgesia peridural.7,21,31 Em alguns, o tempo

de permanência do cateter de peridural constitui um

fator de risco para infecc¸ão,28 mas para outros não.34

Cateterizac¸ões com durac¸ão de dois dias ou menos têm

incidência baixade infecc¸ãoperidural,mas permanências

maiores estão associadas com incidência maiselevadas.21

Umriscoconsiderávelexisteparacateterizac¸õescommais

de7dias.11 Também Scottetal.36 eBevacquaetal.37 não

encontraram associac¸ão desta permanência com infecc¸ão

local.Estima-seque1emcada35pacientescomcâncere

analgesiaperiduralprolongadateráinfecc¸ãoperidural

pro-fundaeque1emcada500morrerãodecausasrelacionadas

aisso.11

Anestésicos como a Bupivacaína e a Lidocaína

apre-sentam atividadebactericida devido à acidez dasoluc¸ão,

especialmentequandoemaltasconcentrac¸ões,19,28,35,38

por-tanto, talvezpossaminibirocrescimentobacteriano. Isso

podeexplicar abaixaocorrência decolonizac¸ão em

cate-teres peridurais, já que quase na totalidade deles foram

administradosessesmedicamentos.

A incidência de colonizac¸ão de cateteres peridurais

encontradanopresenteestudoestádeacordocomo

encon-trado por outros autores.7,19,22,23,37 Staphylococcus aureus

e bacilos Gram negativos, isolados nos cateteres, são os

maiscitadosna literatura.1,2,6,7,19 Oachadode

(6)

nosocomiaispoderem contaminaroscateterese atingirem

oespac¸oespinhal.7

Comparac¸õesentreoscateteresinfectadosenão

infec-tados e, até mesmo como no presente estudo, entre

colonizadosenãocolonizados,noquedizrespeitoaotempo

de permanência do cateter, o tipo de cirurgia realizada,

o estadode saúdedos pacientese o tempo cirúrgiconão

existem na literatura. Entretanto, este conhecimento é

importanteparaseavaliarograuderiscoaquecada

paci-ente será submetido ao se instalar o cateter. Embora no

presenteestudonenhumdestesfatorestenhasemostrado

preditivoparaacolonizac¸ão,onúmerodecasosavaliados

foipequeno, oquelevou aumbaixopoderdoteste

esta-tísticoparadetectarfatoresderiscoexistentesentreestas

variáveis.

Pelo mesmomotivo, opresenteestudo nãosepresta a

avaliaraseguranc¸adaanalgesiaperiduralnopós-operatório

depacientes cirúrgicoscom relac¸ão à infecc¸ãodoespac¸o

espinhal,umavez quesetrata deocorrênciarara.Menos

de0,01%dospacientesquandoatécnicaéusadaporcurto

prazo em procedimentoscirúrgicos e obstétricos.7 A

inte-gridadedaimunidadedopaciente,aricavascularizac¸ãodo

espac¸operidural,apobremicrobiotadosítiodeinserc¸ãoe

concomitanteusodeantimicrobianospodemcontribuirpara

abaixaincidência.39

O presente estudo apresenta algumas limitac¸ões. A

durac¸ão daanalgesiaperidural foi curta,com umamédia

de 43 horas. Embora a curta durac¸ão possa dizer contra

acolonizac¸ão,o usode antibióticoprofilático,o pequeno

númerodecasoseosfatoresclínicosdospacientesdoestudo

podemterinfluenciadooresultadodasculturas.

Apesar dasincertezasderelac¸ãoentrecontaminac¸ãoe

infecc¸ãoclínica,todososesforc¸osdevemserdirecionados

para minimizaros potenciaisriscosde infecc¸ão, jáque o

impactodeumapossívelinfecc¸ãoporcateterperiduralem

pacientes poderiaresultar em consequênciasirreversíveis

comodéficitsneurológicospermanentes.

Ousodaanalgesiaperiduralpós-operatóriaempacientes

deenfermariascirúrgicas,sobrigorososcuidadosdeassepsia

eantissepsia,revelou-seprocedimentocombaixo riscode

colonizac¸ãobacteriana.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Referências

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