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Morbidade hospitalar em idosos antes e após vacinação contra influenza no estado do Paraná.

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Academic year: 2017

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MORBI DADE HOSPI TALAR EM I DOSOS ANTES E APÓS VACI NAÇÃO CONTRA

I NFLUENZA NO ESTADO DO PARANÁ

Ana Lúcia Mendes Fer r er1 Sonia Silva Mar con2 Rosan gela Get ir ana Sant ana3

Trat a- se de est udo ecológico, desenvolvido com o obj et ivo de avaliar o com port am ent o da m orbidade hospit alar por doenças r espir at ór ias em m aior es de 60 anos, r esident es no Est ado do Par aná, ant es e após o início das cam panhas de vacinação cont r a influenza. Os dados r efer ent es às int er nações ocor r idas no per íodo de 1995 a 2 0 0 5 f or am ob t id os d o Sist em a d e I n f or m ações Hosp it alar es e ag r u p ad os p or m acr or r eg ion ais d e saú d e, m eses d e ocor r ên cia, sex o e g r u p o et ár io. Os d ad os f or am su b m et id os aos t est es est at íst icos An álise d e Var iância e Tukey e dem onst r ar am t endência à queda das int er nações após início da v acinação em am bos os sex os, com padr ões dif er en t es en t r e as f aix as et ár ias, sex o, m eses do an o e m acr or r egion ais de saú de. O risco de int ernar foi m aior ent re os hom ens e ent re os m ais idosos, durant e os m eses de j unho a out ubro e na m acr or r egional 3, seguida pelas m acr or r egionais 4, 5, 6, 2 e 1.

DESCRI TORES: v aci n as co n t r a g r i p e; i m u n i zação em m assa; i n f l u en za h u m an a; d o en ças r esp i r at ó r i as; m or bidade; idoso; saúde do idoso

HOSPI TAL MORBI DI TY AMONG ELDERLY PATI ENTS, BEFORE AND AFTER I NFLUENZA

VACCI NATI ON I N THE STATE OF PARANÁ

Th is ecological st u dy w as dev eloped t o ev alu at e t h e pat t er n s in h ospit al m or bidit y du e r espir at or y diseases am on g p eop le ov er 6 0 y ear s old r esid in g in t h e St at e of Par an á, b ef or e an d af t er t h e im p lem en t at ion of vaccinat ion cam paigns against influenza. The dat a about hospit alizat ions in t he 1995- 2005 period were obt ained from t he Hospit al I nform at ion Syst em and grouped according t o healt h cent er m acro- regions, m ont h of occurrence, gender and age group. The dat a was subm it t ed t o Analysis of Variance and Tukey st at ist ical t est s, and showed a decr easing t endency in hospit alizat ions in bot h gender s aft er t he v accinat ions st ar t ed, w it h differ ent lev els am ong age gr oups, gender , m ont hs of t he y ear and healt h cent er m acr o- r egions. The r isk for hospit alizat ion was higher for m ales and for older pat ient s, from June t o Oct ober, and in m acro- region num ber 3, followed by regions 4, 5, 6, 2 and 1.

DESCRI PTORS: influenza vaccines; m ass im m unizat ion; influenza, hum an; respirat ory t ract diseases; m orbidit y; aged; healt h of t he elder ly

MORBI LI DAD HOSPI TALARI A, EN ANCI ANOS, ANTES Y DESPUÉS DE LA VACUNACI ÓN

CONTRA LA I NFLUENZA EN EL ESTADO DE PARANÁ

Se t r at a de un est udio ecológico desar r ollado con el obj et iv o de ev aluar el com por t am ient o de la m or bilidad h ospit alar ia r elacion ada a en f er m edades r espir at or ias en m ay or es de 6 0 añ os, r esiden t es en el Est ado de Par aná, ant es y después del inicio de las cam pañas de v acunación cont r a la influenza. Los dat os r efer ent es a las in t er n acion es, ocu r r idas en el per íodo de 1 9 9 5 a 2 0 0 5 , f u er on obt en idos del Sist em a de I n f or m acion es Hospit alar ias y agr upados por m acr o r egiones de salud, m eses de ocur r encia, sex o e int er v alos de edad. Los dat os fuer on som et idos a las pr uebas est adíst icas Análisis de Var ianza y Tukey y dem ost r ar on una t endencia a dism inuir las int er naciones después del inicio de la v acunación en am bos sex os, con est ándar es difer ent es en t r e los in t er v alos de edad, sex o, m eses del añ o y m acr o r egion es de salu d. El r iesgo de in t er n ación fu e m ayor en los hom bres m ás ancianos, durant e los m eses de j unio a oct ubre y en la m acro región 3, seguida por la 4, 5, 6, 2 y 1.

DESCRI PTORES: vacunas cont ra la influenza; inm unización m asiva; gripe hum ana; enferm edades respirat orias; m or bilidad; anciano; salud del anciano

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I NTRODUÇÃO

O

envelhecim ent o populacional é realidade q u e m ar cou o m u n d o n o sécu lo XX. No Br asil, o processo de envelhecim ent o ocorre de form a brusca, v eloz e n u m con t ex t o d e g r an d es d esig u ald ad es sociais, ou sej a, sem que m udanças econôm icas e sociais que pr opiciem m elhor qualidade de v ida ao idoso consigam ser viabilizadas( 1).

Com o aum ento de idosos na constituição da população, ev idencia- se im por t ant es m udanças nas causas de adoecim ent o e óbit os, com aum ent o da pr evalência de seqüelas e com plicações de agr avos cr ô n i co - d e g e n e r a t i v o s( 2 ). En t r e a s ca u sa s d e

m or bim or t alidade na população m aior de 60 anos, as doenças respirat órias, ent re elas a infecção pelo v ír us in f lu en za e suas com plicações se dest acar am nas últ im as décadas e const it uíram a prim eira causa de int ernação hospit alar.

Dent re as ações de prevenção de agravos à saúde de idosos, a vacinação contra influenza constitui est rat égia de prim eira escolha, pois pode prevenir a h osp it alização p or p n eu m on ia e i n f l u en za em at é 7 0 %( 3 ) . Pa r a a d o e n ça g r a v e , co m p l i ca çõ e s

secu n dár ias e óbit os a ef et iv idade pode ch egar a 60%( 3).

Consider ando que m edidas de pr om oção e p r ev en ção à saú d e d o i d o so , q u e v i sem r ed u zi r com plicações decor r ent es da in f lu en za, podem t er im pact o na qualidade e sobrevida desse grupo, est e est udo obj et ivou avaliar o com port am ent o de alguns indicador es de m or bidade hospit alar, na população idosa do Estado do Paraná, no período de 1995 a 2005.

MÉTODOS

Trat a- se de est udo ecológico descrit ivo, com população de idosos resident es no Est ado do Paraná e que for am subm et idos à int er nação por doenças respirat órias no período de 1995 a 2005. Est udos de abor dagem espaço- t em por al per m it em car act er izar a t endência de fenôm enos que não possuem per fil epidem iológico único em t odo o t errit ório brasileiro, m a s q u e se d i f e r e n ci a m r e g i o n a l m e n t e e m d e co r r ê n ci a d e f a t o r e s d i v e r so s. Os e st u d o s ecológicos são adequados para avaliar a efet ividade d e i n t e r v e n çõ e s e m u m g r u p o d e p e sso a s pert encent es a um a área geográfica definida.

O Est ado do Paraná se encont ra dividido em se i s m a cr o r r e g i o n a i s d e sa ú d e , se n d o q u e a s

m acrorregionais 1, 2 e 4, localizadas na porção sul d o t er r i t ó r i o , a p r esen t a m cl i m a t em p er a d o co m invernos m ais rigorosos. Nas dem ais regiões, o clim a é subt ropical úm ido.

Assim , a existência de grande banco de dados que com pila inform ações sobre int ernação hospit alar para o país e suas regiões, estados, cidades m acro e m icr oár eas, con st it u ír am con d ição im p or t an t e n a definição do desenho da pesquisa, dada a possibilidade de com par ação ent r e as m acr or r egionais de saúde do Est ado.

O banco de dados DATASUS foi utilizado com o f on t e de colet a de dados popu lacion ais e aqu eles r efer ent es à m or bidade, sendo que no Sist em a de I nform ações Hospit alares, m ais especificam ent e nas Autorizações de I nternação Hospitalar ( AI Hs) , buscou-se a identificação das variáveis: diagnóstico principal, sexo, grupos etários e locais de residência de pessoas de 60 anos ou m ais que est iver am int er nadas pelo Sistem a Único de Saúde ( SUS) , no período de 1995 a 2005.

Esses dados serviram para a base de cálculo dos seguint es indicador es: t ax a de int er nação por d oen ças r esp ir at ór ias p or 1 0 0 0 h ab it an t es id osos ( TI DRS/ 1 0 0 0 h ab ) ; p r op or ção d e in t er n ações p or doenças r espir at ór ias selecionadas ent r e o t ot al de int er nações por doença r espir at ór ia ( PI DRS/ TI DR) ; r a zã o e n t r e i n t e r n a çõ e s m e n sa i s p o r d o e n ça s r espir at ór ias selecionadas e o núm er o de leit os de clínicas m édicas disponív eis m ensalm ent e ( RI DRS/ LCM) .

As doenças respirat órias selecionadas foram pn eu m on ia, i n f l u en za e obst r u ção cr ôn ica de v ias aér eas super ior es, pois esses diagnóst icos r eflet em o i m p a ct o d a i n f l u e n z a n a co m u n i d a d e( 4 ). Na

Cl a ssi f i ca çã o I n t e r n a ci o n a l d e D o e n ça s, e sse s diagnóst icos referem - se aos it ens 480- 483, 485- 487, 490- 491 e 496 na CI D 9ª revisão e J10 a J19 e J22; J40 a J42 e J44 na CI D 10ª revisão.

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Tu k e y f o i u t i l i za d o n o e x a m e d a s m é d i a s e d a d if er en ça en t r e elas, con sid er an d o- se o n ív el d e significância de 0,05.

RESULTADOS

No per íodo em est u do ( 1 9 9 5 a 2 0 0 5 ) , as doenças do apar elho r espir at ór io ocupar am posição de dest aque dent r e as int er nações hospit alar es de idosos no Est ado do Par aná, m ant endo- se com o a segunda causa de int er nação, com ex ceção do ano 1998, quando ocupou a prim eira posição( 5).

É int er essant e obser var que, a despeit o do au m en t o pr ogr essiv o da sobr ev ida e con seqü en t e aum ento da população idosa no Estado, o núm ero de in t er n ações p or d oen ças r esp ir at ór ias m ost r ou - se est á v el em t o d a s a s m a cr o r r eg i o n a i s d e sa ú d e. Adem ais, a análise dos indicadores TI DRS/ 1000 hab, PI D RS/ TI D R e RI D RS/ LCM, a t r a v é s d o ANOVA, m ost r ou qu e ex ist e dif er en ça sign if icat iv a qu an do com par ados os indicador es ant er ior es a 1999, ano de im plant ação das cam panhas de v acina cont r a a influenza, com os anos post eriores.

Em r elação às m acr or r egionais, obser v a- se que exist em diferenças ent re elas, pois as m acro 1, 2 e 6, além de se com portaram de form a sem elhante em relação aos indicadores avaliados, foram as que a p r e se n t a r a m m e l h o r e s i n d i ca d o r e s. As m acr or r egionais 5, 4 e 3 difer enciam - se ent r e si e t am b ém d as d em ai s, sen d o q u e, d essas t r ês, a m acrorregional 5 apresenta m elhores índices, seguida pelas 4 e 3, respect ivam ent e.

O indicador TI DRS/ 1000 hab m ost ra que as d o e n ça s r e sp i r a t ó r i a s se l e ci o n a d a s f o r a m responsáveis por 24 a 25% do t ot al de int ernações por doenças respirat órias da população m aior de 60 anos no Estado do Paraná, entre os anos 1995 e 1998. Esse per cent ual decr esceu gr adat ivam ent e, a par t ir de 1999 ( 22,92% ) , chegando a 18,06% em 2005.

A com paração ent re as m édias do indicador TI D RS/ 1 0 0 0 h a b i d o so s, e n co n t r a d a n o s a n o s ant eriores e post eriores ao início das cam panhas de v acinação, dem onst r ou difer ença significat iv a ent r e os dois grupos, t endo o prim eiro grupo apresent ado m aior t axa m édia de int ernação.

A d i m i n u i çã o d o i n d i ca d o r a p r e se n t o u significância est at íst ica para am bos os sexos e para os gr upos qüinqüenais de idade, sendo que o r isco de int ernar por doenças respirat órias foi 1,09 vezes ( 8 , 3 6 % ) m a i o r e n t r e o s h o m e n s e cr e sce u

g r ad at iv am en t e com a id ad e, v ist o q u e, q u an d o com parados os idosos de 60 a 64 anos com os dem ais grupos etários, o risco de internar por essas doenças foi 3,2 vezes m aior para aqueles de idade superior a 80 anos, 2,84 vezes m aior entre os de 75 a 79 anos, 2,18 vezes m aior para os de 70 a 74 anos e, 1,47 vezes m aior para os outros com idade entre 65 e 69 an os.

Nas m acrorregionais de saúde foi observado com port am ent o sem elhant e ao do Est ado com o um t odo. Apenas na m acrorregional 3 not ou- se que esse indicador foi m aior ent re as m ulheres. É um aspect o i n t e r e ssa n t e e p o d e i n cl u si v e m e r e ce r e st u d o s futuros, pois essa é a única m acrorregional que possui p r op or ção m aior d e h om en s d o q u e d e m u lh er es ( 50,3% de hom ens) na população acim a de 60 anos. A m acr or r egional de saúde que apr esent ou m enor m é d i a d a t a x a d e i n t e r n a çã o p a r a d o e n ça s respirat órias selecionadas foi a 1, seguida pelas 6 e 2, que apresent aram t axas sem elhant es e pelas 5, 4 e 3, respect ivam ent e.

O in d icad or PI DRS/ TI DR m ost r ou q u e, n o Est ado do Paraná, a proporção das int ernações por doenças r espir at ór ias selecionadas ent r e o t ot al de i n t e r n a çõ e s p o r d o e n ça r e sp i r a t ó r i a é significat ivam ent e m enor após a int ervenção vacinal, pois passou de 23,70 em 1995 para 18,06 em 2005. Ver i f i co u - se t am b ém q u e, n o s d o i s p er ío d o s em est udo, a PI DRS/ TDR foi 1,03 vezes m aior ent re os i d o so s d o se x o m a scu l i n o e q u e a s d o e n ça s respirat órias selecionadas com port aram - se de form a sazonal, sendo os m eses de j unho, j ulho, agost o e set em br o aqueles de índices m ais elev ados par a o indicador.

Quant o à dist ribuição espacial, observou- se que a m acrorregional 1 foi a que apresent ou m enor índice para esse indicador, seguida pela 6. Em terceiro lugar estão as 5 e 2, e, por últim o, as m acrorregionais 4 e 3.

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m aior m édia de internação para os que se encontram no grupo de 60 a 69 anos.

A sazon alid ad e t am b ém f oi p er ceb id a em r elação a esse indicador, sendo os m eses de m aior RI DRS/ LCM os de j unho a novem bro.

Entre as m acrorregionais de saúde do Paraná, a evolução da RI DRS/ LCM, segundo faixas et árias e sex o, m ost r ou que nos pr im eir os anos o indicador cr e sce u i n v e r sa m e n t e p r o p o r ci o n a l à i d a d e , n o ent ant o, m odificou- se em t odas as m acr or r egionais ao longo do per íodo, m ost r ando m aior pr ev alência das internações entre os idosos com idade entre 70 e 74 anos, seguidos daqueles com idade entre 60 e 69 anos e, por últ im o, os m aiores de 80 anos. Quando com parados os sexos, observou- se que a ocorrência d esse f en ôm en o com eçou p r im eir am en t e com os idosos do sexo m asculino.

Tabela 1 – Com paração das m édias dos indicadores TI DRS/ 1 0 0 0 h ab idosos, PI DRS/ TDR e RI DRS/ LCM, se g u n d o o e st a d o v a ci n a l , se x o , g r u p o e t á r i o , m acrorregional de saúde e m eses do ano no Paraná – 1995- 2005

0 0 0 1 / S R D I T . b a

h PIDRS/TDR RIDRS/LCM

l a n i c a V o d a t s E 9 9 9 1 e d s e t n

A 62.444b 27.50214b 0.051977b 9 9 9 1 s ó p

A 75.703a 30.50516a 0.056375a o x e S o n i n i m e

F 64.30445b 28.15342b

-o n il u c s a

M 70.22594a 29.03487a

-o i r á t e o p u r G s o n a 9 6 a 0

6 37.1331c - 0.064001c

s o n a 9 7 a 0

7 75.2692b - 0.066103b

s i a m e s o n a 0

8 111.5214a - 0.034222a

l a n o i g e r r o r c a M

1 37.8986e 19.57773d 0.037794f 2 46.6487d 29.13747b 0.040718e 3 123.5716a 36.04503a 0.074728a 4 87.5429b 35.09621a 0.066610b 5 61.6286c 28.08009b 0.063592c 6 46.3006d 23.62835c 0.045212d

s ê M o r i e n a

J - 26.16679hi 0.048821d

o r i e r e v e

F - 24.78552i 0.047416d

o ç r a

M - 25.34475i 0.048401d

li r b

A - 26.28262hi 0.048033d

o i a

M - 27.35835fgh 0.051231d

o h n u

J - 30.68478bc 0.058148bc

o h l u

J - 33.13092a 0.064980a

o t s o g

A - 32.35056ab 0.062072ab

o r b m e t e

S - 31.30750abc 0.061325ab

o r b u t u

O - 29.79814cd 0.059509bc

o r b m e v o

N - 28.59808def 0.056276c

o r b m e z e

D - 27.32175fgh 0.051095d

Observação: letras iguais significam que as variáveis tiveram com portam ento sem elhante. Letras diferentes representam diferenças significativas no nível de 5% .

DI SCUSSÃO

Apesar da dificuldade de se t r abalhar com um banco de dados que com pila grande núm ero de inform ações, com o o DATASUS, e da dificuldade para obt enção de inform ações at ualizadas e com plet as, a an ál i se d e t en d ên ci a d e m o r b i d ad e p o r d o en ças respirat órias, selecionadas para o Est ado do Paraná r ev ela qu eda sign if icat iv a dos in dicador es após o início da int ervenção vacinal cont ra influenza.

O prim eiro result ado a ser considerado é a m a n u t en çã o d a seg u n d a p o si çã o o cu p a d a p el a s d oen ças d o ap ar elh o r esp ir at ór io com o cau sa d e int er nação hospit alar ent r e os idosos no Est ado do Paraná, durante todo o período deste estudo( 5). Note-se qu e, em t odas as r egiões do país, as doen ças respirat órias ocupam o segundo lugar em proporção de int er nações hospit alar es em idosos. No ent ant o, nas Regiões Sul e Sudest e essa pr opor ção é m uit o m a i o r d o q u e n a s o u t r a s Re g i õ e s, v i st o q u e respondem respect ivam ent e por 29,13 e 35,42% das internações em idosos, enquanto que na Região Norte respondem por 4,31% , na Cent ro- oest e por 8,21% , no Nordeste por 22,92%( 6), o que leva à inferência de que nos Estados das Regiões Sul e Sudeste as doenças respirat órias em idosos t êm im port ância m uit o m aior do que em Est ados de out ras Regiões.

Est udo de m orbidade hospit alar, realizado no Est ado de São Paulo, no per íodo de 1995 a 2002, dem on st r ou m en or per cen t u al de in t er n ações por d o e n ça s d o a p a r e l h o r e sp i r a t ó r i o d o q u e o s percentuais encontrados para o Paraná, pois, enquanto em São Paulo as doenças do apar elho r espir at ór io f o r a m r e sp o n sá v e i s p o r 1 0 a 1 1 % d o t o t a l d e in t er n ações da popu lação m aior de 6 0 an os( 4 ), n o

Paraná essa proporção foi em t orno de 24% . Porém , e m a m b o s o s Est a d o s o b se r v a - se r e d u çã o n a s internações por doenças respiratórias entre os idosos, após a int ervenção vacinal cont ra a influenza( 6). Em

Port o Alegre, o im pact o produzido pelas cam panhas de vacinação cont ra influenza foi est udado ent re os anos 1996 e 2000 e dem onstrou dim inuição de 25,2% nas int ernações por pneum onia( 7).

Estudo sobre a estratégia de vacinação contra influenza no Brasil, constatou que as cam panhas têm produzido im pacto positivo nas Regiões Sul e Sudeste do país, que têm clim a tem perado, m as não em outras Regiões de clim a t r opical, pr in cipalm en t e Nor t e e Nordest e( 8). Est udos realizados em Fort aleza( 9) e no

(5)

r ed u ção d as t ax as d e in t er n ação e d e ób it os em pessoas com 60 anos ou m ais( 10).

A t endência à queda na t axa de int ernação p or d oen ças r esp ir at ór ias selecion ad as p or 1 0 0 0 habit ant es idosos ( TI DRS/ 1000 hab) , no período de 1995 a 2005, inclusive de form a m ais expressiva a partir de 1999, confirm a o que tem sido divulgado de que as vacinas ant igripais são capazes de reduzir o n ú m er o d e h osp it alizações d e p essoas id osas( 1 1 ). Alguns est udos apont am , por exem plo, que a vacina contra influenza reduz em 30 a 70% a hospitalização por pn eu m on ia, i n f l u en za e doen ças r espir at ór ias crônicas em idosos que vivem fora de asilos( 12). Na

Argentina, tam bém foi observado redução 30 a 45% , n a t a x a d e h o sp i t a l i za çã o p o r p n e u m o n i a a p ó s vacinação cont ra influenza( 13).

Ao co m p a r a r a e v o l u çã o d a m o r b i d a d e hospit alar por doenças respirat órias ent re os Est ados do Paraná e São Paulo, observa- se que, enquanto no Paraná houve queda no núm ero total de internações, em São Pau l o essas i n t er n açõ es se m an t i v er am est áv eis( 4).

A TI DRS/ 1000 hab no Est ado do Paraná, no p e r ío d o d e 1 9 9 5 a 2 0 0 5 , a p r e se n t o u q u e d a significat iva para am bos os sexos e para os grupos qüinqüenais de idade. Adem ais, conform e observado no Est ado de São Paulo, no Par aná esse indicador t a m b é m f o i m a i o r e n t r e o s h o m e n s e cr e sce u gradat ivam ent e com a idade( 4).

A p r op or ção d as in t er n ações p or d oen ças respiratórias selecionadas entre o total de internações por doença r espir at ór ia – PI DRS/ TDR no Par aná é m enor do que o encont rado para o Brasil. Enquant o no Est ado do Par aná, no per íodo de 1995 a 1998, esse indicador passou de 23,79 par a 24,15% , com q u ed a p r og r essiv a a p ar t ir d e 1 9 9 9 , ch eg an d o a 18,06% em 2005. Para o Brasil, observou- se aum ento pr ogr essiv o da PI DRS/ TDR, que passou de 57,64% em 1995 para 61,83% em 1997. Em 1998, caiu para 3 5 , 1 1 % e, ap ós o in ício d a in t er v en ção v acin al, apresent ou t endência à queda, chegando a 34,12% e m 2 0 0 2 , p o r é m , v o l t o u a su b i r n o s t r ê s a n o s segu in t es, at in gin do o per cen t u al de 4 0 , 5 6 % , em 2005( 5).

Por out ro lado, no Est ado de São Paulo, no período de 1995 a 2002, a PI DRS/ TDR foi m enor do que a encont rada no Est ado do Paraná. No ent ant o, e sse i n d i ca d o r a p r e se n t o u co m p o r t a m e n t o sem elhant e ent re os dois Est ados, com elevação nos p r i m ei r o s an o s e t en d ên ci a à q u ed a a p ar t i r d a

in t er v en ção v acin al( 4 ). A q u ed a n a p r op or ção d e

int ernações por pneum onia, em relação ao t ot al de in t er n ações por doen ças r espir at ór ias, foi descr it a t am bém para idosos resident es em Port o Alegre( 7).

No Est ad o d o Par an á, essa p r op or ção f oi m a i o r e n t r e o s i d o so s d o se x o m a scu l i n o e a sazonalidade das doenças que acom et em esse grupo p o p u l a ci o n a l e m d e co r r ê n ci a d a i n f l u e n z a f i co u evidente, com m aiores índices nos m eses de j unho a out ubr o.

Essa sa zo n a l i d a d e , q u e co r r e sp o n d e a o período m ais frio do ano, t am bém foi observada em várias Regiões do Brasil, com o no Rio Grande Sul( 14),

n o Est a d o d e Sã o Pa u l o( 4 ), e m Ma ce i ó( 1 5 ) e e m

Belém( 16). Em For t aleza, no ent ant o, foi obser v ado que o período de m aior núm ero de internações ocorre en t r e m ar ço e ab r il, sen d o esse u m d os f at or es a sso ci a d o s à p o u ca e f i cá ci a d a s ca m p a n h a s d e v acin ação n essa Reg ião, v ist o q u e a v acin a só é disponibilizada pelo Minist ério da Saúde a part ir de abril( 9).

O indicador r azão das int er nações m ensais por doenças respirat órias selecionadas e os leit os de clínica m édica disponíveis ( RI DRS/ LCM) para o Estado do Paraná é m enor do que o encontrado para o Brasil com o um t odo. Enquant o para o Est ado do Paraná a RI DRS/ LCM subiu, progressivam ent e, ent re os anos 1995 ( 0,26) e 1998 ( 0,31) , e apresentou significativa t endência à queda ent re 1999 ( 0,34) e 2005 ( 0,29) , para o Brasil, percebeu- se que o indicador se m anteve est áv el nos t r ês pr im eir os anos de est udo ( 0 , 1 5 ) , a p r e se n t o u e l e v a çã o e n t r e o s a n o s 1 9 9 8 - 1 9 9 9 , chegando a 0,19 e a partir daí tendeu à estabilidade( 5).

A queda observada no indicador RI DRS/ LCM no Estado do Paraná, a partir da intervenção vacinal, ocorreu para am bos os sexos e para os t rês grupos etários avaliados, sendo que a m édia desse indicador foi inversam ente proporcional à idade. Esse fato, m aior m édia de int er nação ent r e os gr upos et ár ios m ais j ovens, decorre da própria represent ação percent ual desse grupo na população idosa no Estado do Paraná, u m a v ez qu e o n ú m er o de idosos é in v er sam en t e proporcional à idade.

A sazon alid ad e t am b ém f oi p er ceb id a em r elação a esse indicador, sendo os m eses de m aior RI DRS/ LCM os de j unho a novem bro.

(6)

t raduzidos em picos m enos pronunciados durant e as t em poradas de influenza( 4).

Se se consider ar o aum ent o da população idosa no Est ado do Par aná, dur ant e o per íodo em e st u d o , q u e p a sso u d e 6 , 8 2 p a r a 8 , 3 3 % , e a dim inuição na ofer t a de leit os par a int er nação que passou de 10 725 em 1995 par a 8 654, em 2002, pode- se supor que a queda da RI DRS/ LCM tenha sido m aior e, inclusive, m ais significativa do que o resultado aqui apr esent ado.

CONSI DERAÇÕES FI NAI S

A p a r t i r d o s i n d i ca d o r e s d e m o r b i d a d e hospit alar est udados, além do im pact o posit iv o da int er v enção v acinal na r edução das int er nações de i d o so s p o r d o e n ça s r e sp i r a t ó r i a s, f o i p e r m i t i d o

o b se r v a r d i f e r e n ça s n o co m p o r t a m e n t o d a s int ernações hospit alares ent re regiões de um m esm o Estado. Esse fato pode estar relacionado, de um lado, a fat or es inev it áv eis com o a cepa v ir al cir culant e, f a t o r e s cl i m á t i co s, r e p r e se n t a çã o d o s g r u p o s qüinqüenais de idade e do sexo na com posição das populações de idosos de cada m acrorregional, m as, de outro, pode decorrer das condições e da qualidade de assist ên cia à saú de e dos r ecu r sos ofer ecidos/ disponív eis.

D e q u a l q u e r f o r m a , a s d i f e r e n ça s encont radas ent re as m acrorregionais de saúde nos r em et em à necessidade de est udos que av aliem o com port am ent o desses indicadores t am bém ent re as difer ent es Regiões do Br asil, de for m a a ident ificar se sem elh an ças e dif er en ças en t r e essas Regiões podem ser det erm inant es nos benefícios alcançados por essa est rat égia vacinal.

REFERENCI AS

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Referências

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1 Enferm eiro, Doutor em Enferm agem , Professor Adjunto; 2 Enferm eira, Doutor em Filosofia da Enferm agem , Professor Titular; e-m ail: alacoque@newsite.com .br; 3

1 Enferm eira, Universidade Est adual de Cam pinas, aluna de dout orado, e- m ail: rosangelahiga@bol.com .br; 2 Enferm eira, Livre- docent e, Professor Associado, e- m ail:

em Enferm agem , Professor Adj unt o da Escola de Enferm agem da Universidade Federal da Bahia, e- m ail: lilian.enferm agem @bol.com .br; 3 Mestre em Enferm agem , Professor

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2 Enferm eiro, Professor Doutor da Escola de Enferm agem de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, e- m ail: palha@eerp.usp.br; 3 Professor Doutor da Escola de Enferm agem