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A multivocalidade da cura na saúde mental: uma análise do discurso psiquiátrico.

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A multivocalidade da cura na saúde mental:

uma análise do discurso psiquiátrico

Multiple voices of healing in m ental health:

an analysis of psychiatric discourse

1 Departamento de Ciências Humanas, Universidade de Salvador, Campus Iguatemi. Alameda das Espasmódias 915, Caminho das Árvores, 41820-460, Salvador BA. vladiajamile@terra.com.br Vládia Jam ile dos Santos Jucá 1

Abstract This paper presents some of the results of the thesis The meanings of healing in mental health, that had as one of its core objectives the investigation of healing’s meaning to outpatients, families and psychiatrists of a mental health hos-pital. The m ethodological fram e of the research was the Signs, Meanings and Practices Theory, through which we look for to observe how the subjects have built conceptions and expectations based on their experiences with the mental suffer-ing. In this paper we discuss the results from the analysis of psychiatrists’ speeches, where it is pos-sible to notice that the healing conceptions are closely related to the following elem ents: (a) the pathology; (b) the etiological conceptions of the subject and (c) the expectations on the future of psychiatry.

Key wo rds Healing, Psychiatric, Outpatient service

Resumo O presente artigo apresenta alguns dos resultados da tese de doutorado intitulada Os sentidos da cura em saúde mental,que tinha co-m o uco-m de seus objetivos centrais a investigação dos significados da cura para psiquiatras, fami-liares e usuários de um am bulatório de saúde mental. Na realização da pesquisa, foi utilizada a m etodologia denom inada Signos, Significados e Práticas, através da qual procuramos observar co-mo os sujeitos construíam concepções e expectati-vas acerca da cura a partir de suas experiências com o sofrim ento m ental. Discutirem os a seguir os resultados construídos a partir da análise do discurso dos psiquiatras, em que é possível perce-ber que a noção de cura está intim am ente rela-cionada aos seguintes elementos: (a) a patologia da qual se fala; (b) as concepções etiológicas dos entrevistados; e (c) as expectativas sobre o futuro da psiquiatria.

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A cura como um tabu

Para falar sobre cura em psiquiatria, é preciso ter cautela. “Pisar com os pés descalços, sem pele”, com o diz um a canção popular. Se curar já foi alvo da intervenção psiquiátrica, hoje, o termo parece ter adquirido o caráter de um ta-bu na ordem da linguagem. Uma de nossas en-trevistadas, a enfermeira identificada como E1, por exemplo, afirmou: “Cura... é uma coisa ar-riscada você falar em cura”. O interdito que cir-cunda a cura, no cam po psiquiátrico, possui suas razões de existir, que dizem respeito, por um lado, ao passado da psiquiatria e, por ou -tro, à im possibilidade de circunscrever a dis-cussão sobre a cura a uma questão técnica: Pa-ra os pesquisadores da m edicina clínica, cuPa-ra é um a palavra em baraçante. Ela expõe as raízes arcaicas da medicina e da psiquiatria; raízes que são comumente escondidas sob a face da ciência biomédica de assistência à saúde atual. Isto suge-re o quão pouco suge-realm ente sabem os acerca da função mais central do cuidado clínico. Isto con-diz m uito bem com as críticas levantadas pelos pacientes e consumidores em geral do sistema de saúde. Isto levanta indagações que m exem com os significados e valores atribuídos pelo hom em que não são facilmente reduzíveis a questões que podem ser respondidas com sim ples explicações biológicas (Kleinman & Sung, 1979).

O silêncio sobre a cura no campo psiquiá-trico se torn a m ais visível quan do ten tam os compilar material bibliográfico acerca do tema. Recentem ente, encontram os alguns autores que defendem a necessidade de retomarmos a discussão sobre o tem a, m esm o que seja para redefinir o conceito de cura no campo psiquiá-trico (Teixeira, 1999; Bezerra Jr., 1992; Gold-berg, 2001). Na antropologia, encontram os, com certa facilidade, referências sobre a cura em relação a um outro sistem a de cuidados: a religião. Desde o clássico A eficácia simbólica de Lévi-Strauss (1975), até pesquisas realizadas na atualidade e em solo brasileiro, temos uma rica discussão acerca do assunto.

Por outro lado, encontramos algumas pre-ciosas reflexões sobre os elementos definidores de um tratamento bem-sucedido, no campo da saúde m ental. Tais estudos n os ajudarão a le-vantar algum as questões prelim inares acerca do que poderia ser interpretado como uma interven ção psiquiátrica bem sucedida. Klein -man (1978), por exemplo, afirma que o tratam ento de utratam a doença é avaliado cotratam o betratam -sucedido quando o sofrimento recebia uma

ex-plicação significativa para o sujeito e quando ele conseguia lidar com as questões sociocultu-rais presentes em seu sofrimento. Assim sendo, não é tão surpreendente o resultado da pesqui-sa de Kleinman & Sung (1979), na qual se ob-servou que uma parte significativa de pacientes (10 de 12 casos), tratados por curandeiros chi-neses (tâng-kis), consideravam-se, pelo menos, parcialm ente curados, apesar de nem sem pre os sintom as psicológicos terem desaparecido por completo. Esta avaliação positiva da inter-venção dos tâng-kis, por parte de seus pacien-tes, era devida, segundo os autores, a mudanças operadas em suas redes relacionais, nas quais os sujeitos assumiam novas posições. Ou seja, a ausên cia de sin tom as n ão era o critério m ais importante para uma avaliação positiva do tra-tamento.

Hydén (1995) também se preocupa em re-fletir sobre o que se poderia definir com o um tratam ento bem -sucedido na área da saúde mental. Como ponto de partida, ele analisa as narrativas de pessoas que, após uma psicotera-pia, consideram-se curadas de uma situação de vida problemática. É importante acentuar que o estudo de Hydén teve como pano de fundo o tratamento psicoterápico, e não o psiquiátrico, dois campos extremamente diferenciados, ape-sar de suas similaridades: o compartilhamento do m esm o objeto de intervenção – o psiquis-m o hupsiquis-m ano – e, upsiquis-m a psiquis-m espsiquis-m a psiquis-m arca histórica na sua construção, a problematização da fron-teira entre o normal e o patológico.

Mesmo ciente das diferenças significativas entre os dois tipos de abordagem do sofrimen-to psíquico, o texsofrimen-to de Hydén traz observações preciosas para nossa discussão, das quais desta-caremos as seguintes:

A recuperação de um a enferm idade ou da condição de doente mental deve ser compreen-dida com o um a reorgan ização de elem en tos culturais, sociais e psicológicos que, conjunta-m en te, podeconjunta-m deterconjunta-m in ar se uconjunta-m trataconjunta-m en to foi bem-sucedido.

A recuperação adquire sentido no contexto das aspirações e da auto-imagem de cada sujei-to, tornando-se parte do m odo pelo qual ele avalia sua vida.

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pecto, Mishler e Good, para afirmar que é pos-sível destacar, de modo geral, nas narrativas de recuperação, três m om entos: um a situação problem ática surge, um a ação é adotada e o problema é resolvido.

Nos casos que analisamos em nossa pesqui-sa, foi possível observar os dois primeiros pon-tos acim a citados, sen do fun dam en tal n otar que “recuperação” não equivale à cura no cam-po psiquiátrico. Em psiquiatria, a recuperação designa, mais comumente, a saída de um esta-do de crise (ou da fase aguda). No entanto, a recuperação pode in dicar ain da o processo através do qual pacientes, que romperam com um ciclo de crises e internações, tentam re-construir suas vidas, interrompidas por um pe-ríodo de imersão no ambiente hospitalar. Estes pacientes são geralm ente reconhecidos, pelos profissionais, como “estabilizados”, “compensa-dos” ou “em remissão”.

O processo de recuperação não se confun -de, no entanto, com um a resolução absoluta, m as é sem pre pensada com o provisória. Mais do que isso, em alguns casos, por m otivos di-versos, predom ina a expectativa da recaída. Nos casos de esquizofrenia, a expectativa de re-caída é acentuada. Aliás, podemos afirmar que, dentre todas as patologias, esta se configura co-mo a representante-co-mor da incurabilidade.

Conhecendo o prognóstico esperado para a esquizofrenia, ficamos curiosos acerca do que diria o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV) acerca dos pos-síveis cursos da doença. A cura, por exem plo, apareceria com o um a possibilidade? Con sul-tando o m anual, encontram os um a classifica-ção dos cursos da doença que se apresenta do seguinte modo:

Episódico com sintom as residuais entre os episódios (acontecem várias crises, ao longo do tem po, perm anecendo o paciente com alguns sintomas entre estes episódios);

Episódico sem sintom as residuais entre os episódios (acontecem várias crises, ao longo do tem po, porém , entre um episódio e outro, o paciente não apresenta nenhum sintoma resi-dual);

Contínuo (os sintom as estão presentes o tempo todo);

Episódio único com rem issão parcial (um a crise apen as com a perm an ên cia de sin tom as após a fase aguda);

Episódio único com remissão completa (ape-n as um a crise sem perm a(ape-n ê(ape-n cia de si(ape-n tom as após a fase aguda).

Outro padrão ou padrão inespecificado

O quinto caso, episódio único com remis-são completa, seria o que mais próximo tería-mos da cura, termo que não é utilizado, como pode ser visto. Assim, é difícil encontrar casos em que o problema seja considerado resolvido, de m odo diferente das situações de psicotera-pia consideradas por H ydén. No cam po psi-quiátrico, a resolução é sempre frágil. Especial-mente para os pacientes psicóticos, com o his-tórico de várias internações. Para estes, o rea-parecimento da doença permanece sempre no horizonte de suas vidas.

Quando é possível falar em cura?

No nosso trabalho de campo, o embaraço em abordar a cura se fez presente. Indagar sobre essa noção, principalmente quando a pergunta se dirigia aos profissionais do ambulatório, não era fácil. Sabíamos estar tratando de um tema-tabu, relegado ao esquecimento no campo psi-quiátrico, o que não nos deixava em posição confortável. Em alguns momentos, havia a sen-sação de estar lançando de maneira forçada uma questão, posto que a cura não faz parte do hori-zonte da prática ambulatorial. O trabalho teve continuidade e, no entanto, por se considerar que o desaparecimento de uma concepção tão cara à identidade da medicina, no campo psi-quiátrico, não poderia acontecer sem deixar ras-tros ou sem abrir ouras-tros horizontes.

De qualquer modo, entre resistências e em-baraços, a pergunta era lançada. Para os psi-quiatras, a “cura” era sempre compreendida co-m o solução definitiva e a resposta seco-m pre re-tornava de modo cauteloso. Por parte dos pa-cientes e familiares, mesmo quando havia algu-ma angústia presente, a resposta era apresenta-da com m aior fluidez. Um a diferença funapresenta-da- funda-mental é que, para os profissionais, a pergunta sempre se desdobrava entre as perspectivas de cura, no presente, e as que podem surgir com o suposto avanço da psiquiatria, enquanto para pacientes e familiares tratava-se sempre das ex-pectativas acerca do que se pode obter a partir do tratamento em sua configuração atual.

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-portante reforçar que a relação etiologia e tera-pêutica nos interessa, na medida em que o pri-meiro termo se refere ao nascimento do pato-lógico, enquanto o segundo diz respeito à cons-trução de um futuro para a doen ça que pode ser sua eliminação, seu controle ou sua cronifi-cação.

Entre os profissionais, há um certo consen-so acerca da etiologia das doenças mentais que acompanha os manuais de psiquiatria, no sen-tido da multifatorialidade ou multidetermina-ção da doença. A repetimultidetermina-ção deste saber consagrado não significa que os vários determinan -tes adquirem o mesmo valor para todos os pro-fissionais. Além do mais, a concepção multifa-torial continua sendo com preendida com o uma compilação de elementos que podem cau-sar ou agravar um a determ in ada patologia. Neste sentido, concordam os com Sinding (1995): As noções de etiologia multifatorial e de polimorfismo genético notadamente conduzem a uma apreensão plural, no entanto fragmentada, da saúde e da doença.

A idéia de m ultideterm in ação n a saúde mental continua a ser considerada um somató-rio dos fatores sociais, orgânicos, culturais e “dinâm icos” (psicológicos), pouco se proble-matizando as inter-relações mais intrínsecas e constitucionais destes fatores, que aparecem como campos fechados, independentes, intera-gindo na construção da doença m ental. Um a com preensão alternativa seria considerar que se trata de dimensões do humano que nascem integradamente, ligadas por um cordão umbi-lical que não se rom pe. Não obstante, através de um esforço analítico, tais dimensões podem ser percebidas como campos diferenciados.

Sen tim os, n as en trevistas, que a prim eira noção de m ultideterm inação ganha – ou seja, trata-se de campos fechados que interagem – e, não apenas isso, acaba se estabelecendo um a certa hierarquia entre os fatores. Eles não pos-suem o m esm o peso para todos. O “apego” a um dos determinantes é comum entre os pro-fissionais, o que é com preensível a partir de suas trajetórias de vida pessoais e profissionais que fortalecem um modo de interpretar etiolo-gicamente o sofrimento mental e determinam a escolha de uma ou mais terapêuticas.

Na discussão etiológica, o DSM-IV é parti-cularmente intrigante, quando tomamos o ca-so da esquizofrenia, por exemplo, por não tra-zer nenhuma seção dedicada especificamente à etiologia. A associação da doença com “anormalidades estruturais e funcionais”, no entan

-to, é discutida com cuidado. O que revela a pre-ferência por um a vertente organicista. O m a-nual, em questão, observa que com relação às “anorm alidades” existem controvérsias, m as, por outro lado, reforça a leitura da doença cau-sada por malformações ou disfunções, quando afirma, por exemplo: Alguns déficits neuropsico-lógicos são considerados reflexos de aspectos mais profundos da doença, e talvez revelem fatores de vulnerabilidade para a Esquizofrenia. Esses défi-cits são clinicamente significativos na medida em que estão ligados ao grau de dificuldade que al-guns indivíduos têm com atividades da vida diá-ria, bem com o a capacidade de adquirir habili-dades e reabilitação psicossocial.

A ausência de uma problematização maior dos fatores etiológicos n o DSM-IV n ão sur-preende, haja vista que sua nosologia é funda-mentalmente descritiva. Os fenômenos, ou se-ja, as doenças, são organizados segundo a psença de um grupo de sintomas. Por isso, a re-flexão sobre as causas é substituída pelas “ca-racterísticas descritivas”, pelos “tran storn os mentais associados” ou pelos “achados labora-toriais associados”. A psiquiatria, seguindo a re-ferência do DSM-IV é paradoxal, pois, ao mes-mo tempo em que penetra o corpo para explo-rar motivos anátomo-patológicos e razões fun-cionais associados à doença, permanece como um saber de superfície, centrando-se na descri-ção e catalogadescri-ção dos sintomas.

Um a outra referên cia im portan te para os psiquiatras que en trevistam os é o Manual de Psiquiatria Clínica, escrito por Kaplan & Sa-dock (1998). O manual em questão sistematiza os vários fatores que compõem a esquizofrenia, m as lem bra logo de início: Devido à heteroge-neidade das apresentações sintom áticas e prog-nósticas da esquizofrenia, nenhum fator etiológi-co isolado é etiológi-considerado etiológi-com o causador. O mo-delo estresse-diátese é usado com maior freqüên-cia, segundo o qual a pessoa que desenvolve es-quizofrenia tem um a vulnerabilidade biológica específica, ou diátese, que, ativada pelo estresse, leva a sintomas esquizofrênicos. Os estresses po-dem ser genéticos, biológicos, psicossociais ou ambientais.

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dem e são apresentados como hipóteses: (1) hi-pótese dopamínica; (2) hihi-pótese da noradrena-lina; (3) hipótese do ácido-aminobutírico; (4) hipótese da serotonina. Não deixa de ser intri-gan te que m esm o se tratan do de “hipóteses”, acerca das quais existem tantas controvérsias, não se abale a firm e convicção de que, na raiz do sofrimento mental, reside uma susceptibili-dade biológica.

Os paradoxos refletidos nos m anuais en -contram -se tam bém nos psiquiatras entrevis-tados. Vamos inicialmente nos centrar na psiquiatra apresentada como PSQ7. Ela nos lem bra que a form ação m édica precisa ser abran -gente pelas próprias características de seu obje-to de intervenção, o homem em sua integrali-dade, no seu dizer “aquele ser biopsicossocial”. Por outro lado, reconhece a dificuldade de m anter um a conduta condizente com a com -preensão holística, pois a própria construção da identidade profissional envolveria a realiza-ção de algumas escolhas, por exemplo, a de ser adepto da psiquiatria biológica.

Entre a tentativa de com preender o “ser biopsicossocial” e a adesão a uma vertente exis-te um processo inexis-teressanexis-te de descolam ento entre o discurso que continua a ser multifato-rial e a prática que valoriza uma compreensão etiológica. O caso da psiquiatra em questão é ilustrativo, posto que, ao mesmo tempo em que afirma a complexidade da doença mental, seus anos de prática fazem com que valorize signifi-cativam ente a com preensão orgânica: N a mi-nha prática eu cheguei à conclusão, depois desses anos todos, que m uitas das doenças que a gente tem realm ente são orgânicas. Porque ficava m e batendo ali, esquizofrenia, anos, quando você vai ver, o paciente tem anorm alidade grave no ele-tro. Então, hoje em dia, eu já peço, para todos os pacientes, eu peço eletro.

A possível etiologia orgân ica das doen ças mentais se desdobra na narrativa da psiquiatra, cobrin do desde viroses, chás de uso popular, problem as gestacion ais até con dições in salu -bres de trabalho. A tendência a considerar que boa parte dos problem as m en tais tem fun do orgânico leva à adoção da terapia medicamen-tosa, mesmo quando a patologia mostra-se ne-bulosa. Assim, para a psiquiatra em questão, a multideterminação da doença é substituída, no seu cotidiano, por uma adesão maior à etiolo-gia orgânica e a intervenções terapêuticas con-soantes com tal compreensão. E acerca da cu-ra? O que pensaria nossa entrevistada? Em sua opin ião, casos de cura são possíveis e ela n os

fornece um exem plo: Agora m esm o, veio aqui meu eletricista pedir para fazer um atendimento do neto dele [...] Veio o menino, eu nem lembro direito o que era, eu só sei que eu fiz o prim eiro atendim ento, passei algum a m edicaçãozinha bem discreta, bem leve, fiz as orientações e se-gundo o avô o m enino está bom , nem trouxe mais de volta aqui, isso acontece muito. [...] Co-m o é uCo-m garoto de 18 anos, você deixa correr mais solto, quanto menos medicar melhor, quan-to menos entrar dentro do esquema de uma ins-tituição melhor para não ficar instituído, cronifi-cado. Têm um as situações que você trabalha muitos anos com o paciente, ele vai indo, vai me-lhorando, vai meme-lhorando, até... ou leva períodos que o paciente fica bom, sem sentir nada, viven-do bem , um ano, viven-dois anos, aí chega um a hora acontece algum a coisa, algum estresse, m orreu alguém da família, aí piora e ele volta.

A idéia de cura aqui condiz bem com o conceito psiquiátrico de “episódio único com remissão completa” que, como a própria entre-vistada ressalta, não garante um futuro isento de novas crises. Aliás, ser ou não um episódio ún ico é algo que só pode ser determ in ado a posteriori, considerando que o episódio foi úni-co até aquele momento e, se assim permanece-rá, só o futuro dirá. A psiquiatra nos fornece, assim, um possível sentido, ou talvez fosse me-lhor pensar, um substituto para a cura no cam-po psiquiátrico: o episódio único com rem issão completa, que não exime a possibilidade, con-forme afirmamos, do surgimento de novos epi-sódios no futuro. Uma cura, portanto, instável.

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em saúde mental é muito difícil e uma coisa que eu nunca vou ver com o um fim , porque a saúde m ental, o diagnóstico, em saúde m ental, está muito ligado à perspectiva e à visão de sanidade.

Quan do in troduzi a questão da cura n as entrevistas com profissionais, com freqüência me deparei com respostas cuidadosas, cercadas de observações particulares acerca das várias patologias. No cam po da m ultifatorialidade (teórica), as perspectivas de cura se delimitam en tre a patologia e a com preen são etiológica que dela se tem, muitas vezes sendo a patologia o elemento determinante. A própria residente que há pouco enfatizava que a cura só pode ser historicamente situada, complementa seu pen-samento dizendo que: Agora as psicoses não têm cura não, vai ter que tratar a vida inteira, cura, cura, cura, fechar, dizer está curado, não volta nunca mais, eu não vejo. Eu só fiz um ano de re-sidência, pela minha opinião, talvez daqui a um tempo eu mude de opinião, sabe, mas agora essa é a minha visão.

A enfermeira que nos disse ser perigoso fa-lar em cura retrata tam bém a im possibilidade de pensá-la se não especificamos claramente a que patologia nos referim os. Vejam os, com mais detalhe, o trecho do qual retiramos a frase que nos pareceu emblemática das sutilezas com as quais a cura se revela em psiquiatria.

Olha, é como eu estou falando para você, de-pende do caso. Dede-pende do diagnóstico do pa-ciente, que a gente sabe que uma esquizofrenia é difícil e você pensar numa cura, você pensa assim numa melhora prolongada. Numa compensação prolongada [...] Porque cura é uma coisa arrisca-da de você falar. Agora se você pensar assim num neurótico, Entendeu? Com o nós todos som os neuróticos, m as tem aqueles neuróticos m ais... deprimido, não é? Então você pode pensar, uma psicose puerperal, por exem plo, bom , é um pa-ciente que pode ter um a psicose puerperal, um a m ulher, só um a vez e nunca m ais! Eu sei de um caso, que ela teve a psicose puerperal, com pen-sou, passou um tempo usando a medicação hoje em dia está bem , trabalha, ativa, tem filho, foi depois desse filho. Também ela só teve esse filho. Que às vezes a psicose puerperal se repete nas gestações. Mas ela ficou em um . É um a pessoa equilibrada que trabalha, entendeu, sabe, resol-veu as coisas dela, não usa m ais m edicação há anos e anos, o menino dela tem 11 anos.

A narrativa da enfermeira nos coloca ques-tões de fun dam en tal im portân cia n o cam po psiquiátrico. Algum as que já discutim os, m as que valem novam ente ser sublinhadas. (1) A

perspectiva de cura se delineia a partir do diag-nóstico e do progdiag-nóstico decorrente; (2) A cu-ra poderia ser tcu-raduzida, no idioma psiquiátri-co, como episódio único com remissão completa; (3) As perspectivas de cura (ou remissão com-pleta) são muito raras nos casos de esquizofre-n ia; (4) A cura é freqüeesquizofre-n tem eesquizofre-n te substituída por um outro objetivo – a compensação.

Além da enferm eira, m ais três psiquiatras se referem diretamente à incurabilidade da es-quizofrenia e um quarto m édico ressalta a in-curabilidade das psicoses (nas quais se insere a esquizofrenia). Vejamos o que dizem dois psi-quiatras e as com parações que traçam entre a esquizofrenia e outras patologias: [Você vê al-gum a perspectiva de cura em saúde m en tal?] N ão vejo. De cura não, a gente sabe que há al-guns transtornos que você consegue um a rem is-são total, você pode falar, poderia falar em ter-mos de cura, mas se vê com o trabalho, que sus-pendendo a medicação, por exemplo, transtorno de hum or, transtorno bipolar, de hum or que a gente chama... É a psicose maníaco-depressiva, o paciente, [remite] totalmente, não tem mais ne-nhum a seqüela, com o o esquizofrênico, que tem uma evolução processual. Ele apresenta um dete-rioramento progressivo. O paciente com transtor-no de humor, ele remite totalmente, ele consegue exercer, tocar sua vida como eu, como você, como a maioria das pessoas, mas se vê, na maioria dos casos, quando interrompe o uso do tranqüilizan-te, do estabilizador do hum or, alguns sintom as podem se manifestar (PSQ4).

No caso do paciente psicótico não, eu não te-nho [perspectiva de curar].O paciente com sín-drome do pânico, eu tenho. Eu determino quan-do ele chega. Aqui eu não tenho paciente com síndrom e de pânico, m as quando ele chega no consultório, eu já digo para ele “olhe vam os nos tratar por um ano, é o tempo mínimo que eu te-nho” [...]Agora, os pacientes psicóticos não, você tem esquizofrênico, paciente com transtorno afe-tivo, do humor, a antiga psicose maníaco-depres-siva, são pacientes que vão ter um acom panha-mento com prazo indefinido (PSQ6).

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ção da esquizofrenia como uma doença crôni-ca — o que n ão deixa de ser um a explicrôni-cação tautológica: a esquizofrenia tem um prognósti-co desfavorável porque é crônica e, por outro lado, é crônica porque tem um prognóstico desfavorável. Para melhor entender a cronici-dade, vejamos a definição de doenças crônicas, segundo a Comissão de Doenças Crônicas, em 1957: [As doenças crônicas]Compreendem to-das as deficiências [im pairm ents] ou desvios do norm al que têm um a ou m ais das seguintes ca-racterísticas: são perm anentes; deixam um a in-capacidade [disability] residual; são causados por alterações patológicas irreversíveis; requerem treino especial do paciente para sua reabilitação; requerem um longo período de supervisão, obser-vação e cuidado (apud Dawson; Blum ; Barto-lucci, 1993).

Algumas idéias merecem destaque, pois nos auxiliam a entender por que a esquizofrenia é freqüentemente apontada como paradigma da incurabilidade. Estas seriam a permanência do impairment, o caráter irreversível das alterações patológicas, o cuidado por tem po indeterm i-nado e a idéia de treino no processo de reabili-tação. A proposta de treinar doentes crônicos reforça o caráter imutável da doença, cuja ine-xorabilidade faz com que a terapêutica tenha, como principal função, a adaptação do sujeito ao ambiente do melhor modo possível.

Nos manuais, o curso (ou prognóstico) da esquizofrenia tam bém não é favorável. Para o DSM-IV: A maioria dos estudos sobre curso e re-sultado da Esquizofrenia sugere que o curso pode ser variável, com alguns indivíduos exibindo exacerbações e rem issões, enquanto outros per-manecem cronicamente enfermos. A variabilida-de na variabilida-definição e na variabilida-determinação impossibilita uma previsão acurada do resultado da Esquizo-frenia a longo prazo. A remissão completa (i.e., um retorno ao pleno funcionamento pré-mór-bido) provavelmente não é comum neste trans-torno.Daqueles que parecem enferm os, alguns parecem ter um curso razoavelm ente estável [perm anência de sintom as na ausência da fase aguda], enquanto outros apresentam uma piora progressiva associada com grave incapacitação. [Grifo nosso].

O prognóstico mais provável, portanto, va-ria entre a convivência com os sintom as até a cronificação com “grave incapacitação” que implica uma impossibilidade de cultivar laços sociais, sejam estes de trabalho ou afetivos. A perspectiva parece tão desfavorável que Kaplan & Sadock (1998) lem bram , por exem plo, da

teoria da decadência social, segundo a qual, in-dependentem ente da classe em que tenham nascido, os portadores de esquizofrenia ten -dem a piorar em termos de sua situação socioe-conômica em decorrência da doença.

Caso acreditemos que a ciência se constrói por olhos in gên uos que coletam os fatos da realidade para posterior descrição, talvez o prognóstico desfavorável da esquizofrenia seja realmente um destino inexorável. No entanto, desconfiando deste modo de conceber a cons-trução do saber psiquiátrico, e concordando com a tese de que nossos olhos são tam bém guiados pelas teorias, cabe pergun tar-n os se não seria útil colocar em suspensão a associa-ção entre esquizofrenia e cronicidade, abrindo espaço para a con strução de outros rum os. Quando o diagnóstico de esquizofrenia se tor-na uma condetor-nação prévia à cronicidade, real-m ente só resta a “real-manutenção” e o “controle”. Mas, se por outro lado, as expectativas sobre o curso do tratamento não estão completamente fechadas, talvez haja lugar para um a “salutar” contingência e o sujeito classificado com o es-quizofrênico surpreenda, rompendo com o lu-gar que culturalm ente lhe é reservado — o da solidão, ou seja, a ausência de laços sociais (fo-ra do circuito médico).

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Enquanto o “x” da questão não é descober-to, a psiquiatra evita falar com o paciente e sua fam ília em term os absolutos: A gente não diz, eu mesmo não costumo dizer “não, ele não vai fi-car bom”. Quem sou eu para tirar a esperança de alguém? Eu sempre digo “vamos continuar o tra-tamento, ele está tendo uma remissão social, ele pode ter outra crise com o o indivíduo tem um a gripe, pode ter outra gripe”.

A cren ça de que um dia a cura advirá é compartilhada com maior ou menor convicção por outros psiquiatras. Para alguns, a comple-xidade da etiologia é a causa maior para a cau-tela quando se fala em cura: Acho que é m uito complexa a esquizofrenia. Inclusive há duas teo-rias para explicar: um a é cham ada organicista, que considera que é a psicose endógena, de causa somática, de causa desconhecida, etc. e tal; e tem a teoria psicodinâm ica, que é a de conflitos ad-quiridos no desenvolvimento de vida e tal... Mas ninguém nunca conseguiu provar (PSQ 2).

O interessante, no caso do psiquiatra citado é que, não obstante ele reconheça a dificuldade de pensar na cura, num campo em que a etiolo-gia é uma areia movediça, depois de 28 anos de profissão, altera sua fala mansa e jeito reserva-do, para afirmar com convicção que acha que a cura advirá com o avanço dos conhecim entos científicos. Aliás, afirmativa que ele mesmo tra-ta de destra-tacar: “acho não, tenho certeza”.

A etiologia é também retomada pela PSQ1 que, pensando no futuro da psiquiatria, conse-gue vislum brar m elhores perspectivas para os transtornos de humor, talvez seja mais no nível de engenharia genética, não sei se através de me-dicação, dos remédios. No entanto, permanece em dúvida com relação ao futuro das patologias que considera serem essencialmente de ordem dinâmica. Neste ponto, introduz a questão dos limites da psiquiatria no tratamento de todas as patologias: Têm algumas patologias que são mui-to de ordem dinâmica. Eu não sei, assim, como é que seria, dependeria de m uita coisa. Porque quando a pessoa chega, ela vem com aquela quei-xa. Eu estou com insônia. Eu não durmo há um mês. Assim começa. Aí você vai abrindo assim uma coisa. Ela começa do núcleo familiar dela e das pessoas, depois vai ficando mais amplo. Vai le-vando. Então eu teria que pressupor uma situação ideal de vida para todos. Eu não sei como é que no caso das neuroses, por exemplo, neurose como pa-tologia psiquiátrica. Eu não sou psicanalista. En-tão eu não sei é se seria possível isso, se você consi-dera a medicina só. A medicina dá conta disso? A psiquiatria dá conta disso? Eu não sei...

No campo onde florescem as esperanças, a aposta do PSQ3 é mais específica e se refere ao desenvolvimento do projeto genoma e das neu-rociên cias, apesar de o psiquiatra recon hecer que, com relação ao estudo das imagens, “ain-da é um a teoria fraca”. O desenvolvim ento de novas drogas seria uma conquista já alcançada no sentido da cura, especialmente nos casos de depressão e tran storn os obsessivo-com pulsi-vos, em que as novas medicações estariam pro-duzindo resultados importantes.

Com relação ao m apeam ento do cérebro através das neurociências, o psiquiatra residen-te, identificado como R1, mostrou-se também entusiasmado e nos trouxe uma metáfora que vale ser retomada. Quando lhe perguntei acerca das possibilidades de cura, ele m e respon -deu, inicialm ente, que algum as patologias já são curáveis como, por exemplo, neuroses (po-sição diferente da PSQ1), transtornos de ansie-dade, síndrom e do pânico, agorafobia e fobia social. Com relação às perspectivas de cura pa-ra as doenças que hoje são tidas como incurá-veis, com o é o caso da esquizofrenia, ele m e respondeu: Uma perspectiva sempre existe. Por-que se está encaminhando, a cada dia se descobre algum a coisa. Agora eu sem pre digo que a psi-quiatria ainda está na Idade Média, na época da sangria. Eu sempre costumo falar isso.

Fiquei intrigada com a localização da psi-quiatria na Idade Média e imaginei que o moti-vo da comparação estava nas práticas emprega-das pela psiquiatria, com o a internação, ou mesmo, a contenção e o eletrochoque. Mas não se tratava disso. Para o psiquiatra recém-forma-do, a psiquiatria está na Idade Média pelo nível de conhecimento atingido: Talvez seja exagero. Já se tem noção de algumas áreas do cérebro rela-cionadas, algumas áreas de atrofia ou de hipera-tividade no cérebro, relacionadas com alguns ti-pos de patologias diferentes, mas não se sabe exa-tamente... São evidências [...] Hoje a psiquiatria biológica está se desenvolvendo muito. N os últi-mos 20, 10 anos. Ela vem se desenvolvendo muito e um de seus novos [progressos]foi o avanço da neuro-imagem... Acho isso uma grande perspecti-va para se localizar exatamente...

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biológica, eu procuro me manter um pouquinho atualizado, apesar de não gostar dessa coisa só de neurotransmissor subindo e descendo, entrando e saindo do neurônio, isso para mim é o fim da pi-cada. Mas até onde eu sei, não tem nenhum grande avanço, ainda não. O que se tem falado, nos últimos dois, três anos, é da terapia cogniti-va, mas agora as publicações que fizeram a maior festa no início, já estão começando, alguns arti-gos bastante desacreditados com relação às tera-pias com portam entais de m odo geral. Então, quer dizer, do ponto de vista farmacológico, bio-lógico mesmo, orgânico, não tem nada de novo.

Considerações finais

Como é visível, a multivocalidade é a regra quando a cura é o tema na psiquiatria, especial-mente quando se trata de projeções para o

futu-ro. Algumas similaridades podem ser traçadas: a cura como episódio único com remissão total dos sintomas; a primazia do biológico, nos modos de interpretar e agir; e a adoção da esquizofrenia como a encarnação da incurabilidade e da cro-nicidade. No entanto, as diferenças com relação à avaliação dos poderes de cura, atuais e futuras, na psiquiatria são significativas. Diferenças que se devem, em grande parte, às outras afinidades teóricas dos psiquiatras entrevistados, haja vista que nem só do orgânico vive a psiquiatria. A presença de correntes teóricas como a psicanáli-se e as terapias comportamentais têm uma in-fluência direta na conduta clínica e nos proces-sos de significação da cura dos nosproces-sos entrevis-tados. Em linhas gerais, a multivocalidade se sustenta na compreensão etiológica do transtor-no mental, nas expectativas acerca do curso de cada patologia em particular, bem como do fu-turo da psiquiatria.

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Artigo apresentado em 20/07/2004 Aprovado em 25/08/2004

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