• Nenhum resultado encontrado

Analgesia combinada raquiperidural em trabalho de parto: seus efeitos sobre o desfecho do parto.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Analgesia combinada raquiperidural em trabalho de parto: seus efeitos sobre o desfecho do parto."

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

REVISTA

BRASILEIRA

DE

ANESTESIOLOGIA

PublicaçãoOficialdaSociedadeBrasileiradeAnestesiologia www.sba.com.br

ARTIGO

CIENTÍFICO

Analgesia

combinada

raquiperidural

em

trabalho

de

parto:

seus

efeitos

sobre

o

desfecho

do

parto

Suneet

Kaur

Sra

Charanjit

Singh

a

,

Nurlia

Yahya

a,∗

,

Karis

Misiran

b

,

Azlina

Masdar

a

,

Nadia

Md

Nor

a

e

Lee

Choon

Yee

a

aDepartamentodeAnestesiologiaeTratamentoIntensivo,UniversitiKebangsaanMalaysiaMedicalCentre,KualaLumpur,Malásia bDepartamentodeAnestesiologiaeTratamentoIntensivo,FaculdadedeMedicina,UniversitiTeknologiMARA,JalanHospital,

Malásia

Recebidoem5dejulhode2014;aceitoem3desetembrode2014

DisponívelnaInternetem15demarçode2016

PALAVRAS-CHAVE

Combinac¸ão raqui-peridural; Analgesiadeparto; Resultadofetal; Durac¸ãodoparto

Resumo

Justificativaeobjetivos: Aanalgesiacombinadaraquiperidural(RP)tornou-seumaopc¸ãocada vez mais popular para o trabalhode partotradicional devido ao seu rápido iníciode ac¸ão e ao resultado confiável. Este foi um estudo prospectivode amostragem convenientepara determinarosefeitosdaRPsobreodesfechodoparto.

Métodos: Foramincluídas110parturientesprimigestassaudáveis,comgestac¸ãoúnicade≥37 semanasenafaseativadotrabalhodeparto.AspacientesforamdesignadasparaosgruposRP (n=55)ounãoRP(n=55)combaseemseusconsentimentosparaaanalgesiacombinadaRP.As parturientesdogruponãoRPreceberamoutrosmétodosdeanalgesiaparaoparto.Asdurac¸ões doprimeiroesegundoestágiodotrabalhodeparto,astaxasdepartovaginalinstrumentale cesarianadeemergênciaeosescoresdeApgarforamcomparados.

Resultados: Amédiadedurac¸ãodoprimeiro esegundoestágiodotrabalhodepartonãofoi significativamentediferenteentreosdoisgrupos.Astaxasdepartoinstrumentalnão foram significativamentediferentesentreosgrupos,RP(11%)versusnãoRP(16%).Aincidência ligei-ramentemaiordecesariananogrupoRP(16%versus15%nonãoRP)nãofoiestatisticamente significativa.OdesfechoneonatalemtermosdeíndicedeApgarfoiinferiora7.

Conclusão:Nãohouvediferenc¸assignificativasemrelac¸ãoàdurac¸ãodotrabalho,àstaxasde partovaginalinstrumentalecesarianadeemergênciaeaodesfechoneonatalemparturientes quereceberamRPparaanalgesiadepartoemcomparac¸ãocomaquelasquenãoreceberam. ©2014SociedadeBrasileira deAnestesiologia.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos direitosreservados.

Autorparacorrespondência.

E-mail:nurlia@ppukm.ukm.edu.my(N.Yahya). http://dx.doi.org/10.1016/j.bjan.2014.09.009

(2)

KEYWORDS

Combined spinal-epidural; Labouranalgesia; Foetaloutcome; Durationoflabour

Combinedspinal-epiduralanalgesiainlabour:itseffectsondeliveryoutcome

Abstract

Backgroundandobjectives: Combinedspinal---epidural(CSE)hasbecomeanincreasingly popu-lar alternative to traditional labour epidural due to its rapid onset and reliable analgesia provided.Thiswasaprospective,convenientsamplingstudytodeterminetheeffectsofCSE analgesiaonlabouroutcome.

Methods:Onehundredandtenhealthyprimigravidaparturientswithasingletonpregnancyof ≥37weeksgestationandintheactivephaseoflabourwerestudied.Theywereenrolledtothe CSE(n=55)orNon-CSE(n=55)groupbasedonwhethertheyconsentedtoCSEanalgesia. Non--CSEparturientswereofferedothermethodsoflabouranalgesia.Thedurationofthefirstand secondstageoflabour,rateofinstrumentalvaginaldeliveryandemergencycesareansection, andApgarscoreswerecompared.

Results:Themeandurationofthefirstandsecondstageoflabourwasnotsignificantlydifferent betweenbothgroups.Instrumentaldeliveryratesbetweenthegroupswerenotsignificantly different(CSEgroup,11%versusNon-CSEgroup,16%).Theslightlyhigherincidenceofcesarean sectionintheCSEgroup(16%versus15%intheNon-CSEgroup)wasnotstatisticallysignificant. NeonataloutcomeintermsofApgarscoreoflessthan7at1and5minwassimilar inboth groups.

Conclusion:Therewerenosignificantdifferencesinthedurationoflabour,rateofinstrumental vaginaldeliveryandemergencycesarean section, andneonataloutcome inparturients who receivedcomparedtothosewhodidnotreceiveCSEforlabouranalgesia.

©2014SociedadeBrasileiradeAnestesiologia.PublishedbyElsevier EditoraLtda.Allrights reserved.

Introduc

¸ão

A dor durante o trabalho de parto é um dos tipos mais angustiantes que uma pessoa precisa suportar. O Colégio AmericanodeObstetraseGinecologistasdeclarou:‘‘O tra-balhodepartoresultaemdorgraveparamuitasmulheres. Nãoháoutra circunstânciana qualsejaconsiderado acei-tável que uma pessoa sinta uma forte dor, passível de intervenc¸ãosegura, enquanto estásob oscuidadosdeum médico’’.1Atualmente,maismulheresoptampormétodos dealíviodador duranteo trabalho departo. Aanalgesia peridural adquiriu cada vez mais popularidade no mundo inteirodevidoasuacapacidadedeforneceranalgesia supe-rioraoutrosmétodosdealíviodador.

Contudo,hácontrovérsiaquantoaoseuefeitotantono cursoquantonodesfechodotrabalhodeparto.Como resul-tado,pesquisasconsideráveisforamfeitaseasdescobertas levaram a mudanc¸as na prática. A analgesiaperidural foi previamente implicada no prolongamento do trabalho de parto,aumentouanecessidadedeocitocinaeastaxasde partos instrumentais e operatórios. Porém, há evidências crescentesquerefutamalgumasdessasalegac¸ões.2

Aanestesiacombinadaraquiperidural(RP)tornou-seuma opc¸ãocadavezmaispopularparaaperiduraltradicional.A combinac¸ão deanestésico local/opiáceoadministrada por viaintratecalforneceanalgesiadeiníciorápido,potentee confiável,combloqueiomotor mínimodurante aprimeira fasedotrabalhodeparto,permiteamobilidadematernae resultaemmaiorsatisfac¸ãomaterna.3,4Umestudorecente quecomparouacombinac¸ãodeRPcomaanalgesiaperidural tradicionalmostrouque,emboraambasastécnicasfossem

excelentesopc¸õesanalgésicas,aRPproporcionoualívioda dorsignificativamentemaisrápidoemelhordurantea pri-meirafasedotrabalhodeparto.5

VáriosestudosquecompararamanalgesiaperiduraleRP ouanalgesiaperiduralenãoepiduralrelataramresultados variáveis, mas nenhum deles comparou a RP com outros métodosdeanalgesiaemtrabalhodeparto.6---8Nasrevisões sistemáticasde2011dobancodedadosCochraneque com-pararamanalgesiaperiduralversusnãoepiduralounenhuma analgesiaemtrabalhodeparto,aRPfoiincluídajuntocom aanalgesiaperidural,enãocomoumaentidadeseparada. Devido ao exposto,decidimos observar o efeito que aRP tevesobreodesfechodotrabalhodepartoemcomparac¸ão commétodosopcionaisdeanalgesiadeparto.Nossos desfe-chosforamadurac¸ãodafaseativadaprimeiraedasegunda fase do trabalho de parto, as taxas de parto instrumen-tal vaginal e de cesariana de emergência e os resultados neonatais.

Métodos

(3)

gravidezoucontraindicac¸ãoparaaanalgesiacombinadaRP foiexcluída.

As parturientes foram examinadas pela equipe obsté-trica na enfermaria. Uma anamnese obstétrica detalhada foi feita e a apresentac¸ão fetal cefálica confirmada por umavarredura.Quandoaequipeobstétricaconfirmouque asparturientesestavamnafaseativadotrabalhodeparto (dilatac¸ãocervicalde3-4cmcomcontrac¸õesregulares),as pacientes foram transferidas paraa salade parto. Aque-las queconsentiramcoma analgesiacombinadaRP foram incluídasnogrupoRPeparaaquelasquedeclinaramdessa analgesia outras formas de analgesia foram oferecidas e asparturientes foramdesignadas parao grupo nãoRP.As parturientesdogruponãoRPreceberamentonox(N2O/O2,

50%/50%) ou50mgde petidinapor via intramuscular(IM) com12,5mgdeprometazinaIM(Fenergan).Apressão arte-rial e a pulsac¸ão das parturientes foram monitoradas em intervalos de uma hora. A frequência cardíaca fetal e a durac¸ãoeafrequênciadascontrac¸õesuterinasforam moni-toradascomcardiotocografiacontínua.

NogrupoRP,ainfusãodesoluc¸ãodeRingercomlactato foi iniciada e as parturientes foram colocadasna posic¸ão sentada.Oprocedimentofoifeitosobcuidadosdeassepsia emL3-L4ouL4-L5,comumkitpré-embaladoquecontinha umaagulhaperiduraldecalibre18G,umcateterperidural decalibre 20Ge uma agulhaespinhalde calibre27G (BD DurasafeTMPlus).Oespac¸operiduralfoiidentificadocoma

técnicadaperdadaresistênciaàinjec¸ãodesoluc¸ãosalinae, emseguida,aagulhaespinhalfoiinseridaatravésdaagulha peridural.Apósavisualizac¸ãodorefluxodolíquido cefalor-raquidiano,umadoseintratecalde0,5mLderopivacaínaa 0,2%com0,5mLdefentanil(25␮g)foiadministrada.O cate-terperiduralfoientãoinserido3-5cmnoespac¸operidurale fixado.Aparturientefoientãoposicionadaemdecúbito dor-salcomdeslocamentouterinoparaaesquerdaeacabeceira dacamaelevadaa20-30◦.Oníveldebloqueiosensorialfoi verificadoparagarantirqueonívelsensorialfosse≥T10e, emseguida,umainfusãoperiduralderopivacaínaa0,0625% com2␮g.mL-1 defentanilfoiiniciadaa8mL.h-1.Os parâ-metroshemodinâmicosdasparturientesforammonitorados aintervalosde5minutosduranteeapósoprocedimentonos primeiros15minutosedepoisacada15minutosnaprimeira hora e, depois disso, a cada meia hora. Hipotensão arte-rial,definidacomoumareduc¸ãode20%dosvaloresbasais napressãoarterialsistólica,foitratadacomgiroda partu-riente paraaposic¸ãolateralesquerdae administrac¸ão de oxigêniomaternoeinfusãodelíquidosporviaintravenosa ouvasopressora (6mgde efedrinaou50␮gdefenilefrina porbolus),conformeindicado.

Duranteotrabalhodeparto,osníveisdebloqueio senso-rialemotoreoescorededorforamavaliadosemintervalos deuma hora.O grau debloqueio motor foi avaliado com o escore de Bromage modificado (EBM), no qual 1 = blo-queio completo, incapazde moverospés oujoelhos; 2 = bloqueioquase completo,capaz demoverapenasospés; 3=bloqueioparcial,capazdemoverapenasosjoelhos; 4 =fraqueza detectávelde flexãodo quadrilem supinac¸ão; 5=nenhumafraquezadetectável deflexão doquadrilem supinac¸ão. As parturientes comEBM ≤2 e/ounível senso-rial≥T6foramconsideradascomo portadorasdebloqueio periduralexcessivamentedensooualto,respectivamente, eadequadamentetratadas.

Adorfoi avaliadacom aEscala deAvaliac¸ão Numérica (EAN),emque0indicaausênciadedore10apiordor ima-ginável.A dorincidental foi tratadacom aadministrac¸ão periduraldedosesadicionaisemboluse/oucomoaumento dataxadeinfusãoperidural,adependerdoescoredaEAN. Paraasparturientescomescoresdedor=3-5,ataxade infu-sãoperiduralfoigradualmenteaumentadaatéomáximode 12mL.h-1.Para aquelascomescore dedor 6,doses em

bolus de lidocaína a 2% (2-3mL) foram administradas via

periduralatéomáximode8mL.Aperiduralfoiconsiderada ineficazseumadorsignificativa(escoreEAN>5)persistisse apesardaadministrac¸ãodadosemáxima.Aessas parturien-tesoferecia-seoreposicionamentoperidural.Casoelasnão concordassem,meiosopcionais deanalgesiaeramusados. Asparturientes queprecisaramdereposicionamento peri-duraloudemeiosopcionaisdeanalgesiaforamexcluídasdo estudo.Ainfusãoperiduralfoimantidaatéonascimentodo bebêeinterrompidasomenteapósasuturadaepisiotomia. Omanejoobstétricofoisemelhanteemambososgrupos. Amniotomia era feita se as membranas fetais estivessem intactas.Oexamepélvicoparaavaliaroprogressodo traba-lhode parto foi feito em intervalos regulares,de acordo com o protocolo. O aumento de ocitocina foi prescrito comonecessárioparaobterumataxadedilatac¸ãocervical

≥1cm/h.Adecisãodeprocederaopartovaginal instrumen-talouoperatóriofoi tomadadeacordocom asindicac¸ões maternasoufetais.

Osdados coletados incluíram a durac¸ão da primeira e dasegundafasedo trabalhodeparto, aumento de ocito-cina,resultadodotrabalho(partovaginalespontâneo,parto vaginalinstrumentaloucesariana),bemcomoosescoresde Apgar no 1◦ e 5minutos. A indicac¸ão para cesariana de emergência por incisão no segmento inferior (CEISI) tam-bémfoiregistrada.Oresultadofetalfoiavaliadocombase emestudosanteriores,nosquaisescoresdeApgar<7foram consideradosbaixos.4,9 Alémdisso, qualquerincidênciade hemorragianopós-partofoiregistradae,paraaspacientes dogrupo RP,qualquerefeitocolateralobservado (náusea, vômito, prurido, cefaleia pós-punc¸ão) foi documentado e adequadamentetratado.ParaaspacientesdogruponãoRP, asrazõesparaodeclíniodaanalgesiacombinadaRPtambém foramdocumentadas.

Análise

estatística

Otamanhodaamostrafoicalculadocomafórmulade Sne-decor e Cochran (1989) para variáveis contínuas. O valor constantede10,51baseou-senovalor-˛ de0,05epoderde 90%.Comessafórmula,umtamanhodeamostrade45 paci-entesparacada grupo foiobtido.Considerando umataxa dedesistência de20%, 55 pacienteseram necessários em cadabrac¸o.OprogramaSPSS(versão20;IBMSPSSInc.)foi usadoparaaanáliseestatística.Aanálisedosdadosfoifeita comotestetindependenteparaosdadosparamétricoseo testedoqui-quadradoparaosdadosnãoparamétricos.Um valor-p<0,05foiconsideradoestatisticamentesignificativo.

Resultados

(4)

Tabela1 Característicasdasparturientes(valoresexpressosemmédia±desviopadrão)

GrupoRP(n=55) GruponãoRP(n=55) p

Idade 28,8±3,6 28,6±3,8 0,755

Peso(kg) 67,2±13,6 66,2±14,4 0,717

Altura(m) 1,6±0,1 1,6±0,1 0,642

IMC(kg.m−2) 26,7±5,0 26,6±5,3 0,857

Idadegestacional(semanas) 38,6±0,9 38,7±0,7 0,427

Tabela2 Característicasdotrabalhodeparto(valoresexpressosemmédia±DPouemnúmeroscompercentualentre parên-tesesquandoapropriado)

GrupoRPGrupo(n=55) NãoRP(n=55) p

Durac¸ãodaprimeirafase(h) 5,5±0,9 5,4±1,2 0,718 Durac¸ãodasegundafase(min) 22,3±8,6 23,2±11,5 0,675

Aumentodeocitocina 39(71%) 36(65%) 0,341

Tipodeparto

Partovaginalespontâneo 41(74,6) 40(72,7) 0,917

Partovaginalinstrumental

Fórceps 1(1,8) 1(1,8) 1,000

Vácuo 4(7,2) 6(10,9) 0,527

Cesáreadeemergência 0,808

Sofrimentofetal 8(14,5) 6(10,9)

Progressoinsuficiente 1(0,02) 2(0,04)

parturientesdeambososgrupos.Nãohouvediferenc¸a signi-ficativaemtermosdeidade,peso,altura,índicedemassa corporal(IMC)eidadegestacionalentreasparturientesde ambososgrupos.

Nãohouvediferenc¸asignificativanadurac¸ãodaprimeira edasegundafasedotrabalhodepartoentreambosos gru-pos,como mostraatabela2.Aporcentagemdepacientes que recebeu ocitocina foi de 71% e 65% nos grupos RP e nãoRP,respectivamente,e nãohouvediferenc¸a significa-tiva.Nototal,46pacientesdogrupoRPe47dogruponão RP tiveramparto vaginalnormal. As taxas de parto vagi-nalespontâneoeinstrumentalnãoforamestatisticamente diferentesentreosgrupos.Opartoporvácuoextratorfoio modomaiscomumdepartoinstrumentalassistido.Ataxade CEISInãodiferiusignificativamenteentreosgrupos.A prin-cipalindicac¸ãoparaCEISIfoisofrimentofetal,responsável por14,5%e10,9%doscasosnosgruposRPnãoRP, respecti-vamente.CEISIfoiindicadaemcasodemauprogressonos demaiscasosdeambososgrupos.

No 1◦minutos, três e dois recém-nascidos dos grupos RP e não RP, respectivamente, apresentaram escores de Apgar<7, masa diferenc¸anão foi estatisticamente signi-ficativa.Nenhumdosrecém-nascidosapresentouescorede Apgar<7no5◦minuto.

Pruridofoiacomplicac¸ãomaiscomumnogrupoRP--- pre-senteem24 parturientes(44%) ---masadurac¸ãofoi curta e não houve necessidade de intervenc¸ão. Duas gestantes (3,6%) do grupo RP queixaram-se de náusea sem vômito. Não houve outras complicac¸ões relacionadas à RP, como dor de cabec¸a pós-punc¸ão dural e hipotensão, ou outras complicac¸ões,comohemorragiapós-parto.Asparturientes

quedeclinaramaanalgesiacombinadaRPrelataram como motivoso medo desentirdoresnas costas,dormência ou incapacidade de suportar a segunda fase do trabalho de parto.

Discussão

Oefeitodaanalgesianeuraxialnosresultadosobstétricose detrabalhosdepartotemsidoestudadoextensivamenteao longodos anos. Entre osdesfechos estudados encontram--se a durac¸ão daprimeira e dasegunda fasedo trabalho de parto, o aumento da ocitocina, a taxa de partos ins-trumentais ecesáreos,asatisfac¸ãomaternaeoresultado neonatal.10---13

(5)

periduralconvencional.Outropostuladofoiqueotrabalho departodolorosoresultouemumaumentodonívelde adre-nalinamaternaque,emsi,podesertocolítico.Evidências demonstramqueaanalgesiaperiduralpodeaceleraroparto porqueofornecimentodeanalgesiaeficazreduzas cateco-laminasmaternase,portanto,minimizaseuefeitoinibitório nacontratilidadeuterina.19Portanto,eradeseesperarque ousocombinadodeRPcomseurápidoinícioeeficácia anal-gésica semelhante teria umefeito similar na durac¸ão do trabalhodeparto.

Acredita-sequeaanalgesiaperiduralprolongaasegunda fasedotrabalhodepartoao removero reflexo involuntá-rio da parturiente de suportar ou ao interferir na func¸ão motora.15 Oesforc¸omaternoinsuficientedurantea expul-sãopodecausarmáposic¸ãofetalduranteadescida,oque podelevaraumaintervenc¸ãosobaformadeparto instru-mental oucesariana. Contudo,na práticamoderna atual, quandosoluc¸õesanestésicaslocaisdiluídassãousadaspara forneceranalgesiaperidural,obloqueiomotore,portanto, afraquezadosmúsculosdoassoalhopélvicosãomínimosou inexistentes.Issofoiconfirmadoporumametanálise recen-tementepublicadasobreoefeitodebaixasconcentrac¸ões

versusaltasconcentrac¸õesdeanestésicoslocaispara anal-gesiadepartonosdesfechosobstétricoseanestésicos.20Os autoresdescobriramqueasbaixasconcentrac¸õesestavam associadas a uma reduc¸ão na incidência de parto vaginal assistido ea umasegundafasemaiscurtade trabalhode parto.Usamosumainfusãoperiduralcomumaconcentrac¸ão baixaderopivacaína a0,0625%e2␮g.mL-1 defentanilem nossoestudo,deacordocomoprotocoloinstitucional.Nãoé surpresaqueonossoestudonãotenhaencontradodiferenc¸a significativa entre os grupos RP e não RP em relac¸ão à durac¸ãodasegundafasedotrabalhodeparto.Esse resul-tado é semelhanteaos de outrosestudos randomizadose controlados que compararam a combinac¸ão de RP com a analgesiaperiduralconvencional.21,22

Ataxadepartoinstrumentalémaisumdesfecho impor-tante avaliado, pois o procedimento aumenta o risco de traumaperinealmaternoederesultadosneonatais adver-sosemcasodepartodifícil.13Arevisãode2011dobancode dadosCochranedaanalgesiaperiduralversusnãoperidural ou nenhuma analgesia durante o trabalho de parto mos-trouqueaanalgesiaperiduralfoiassociadaaoaumentodo riscodepartovaginalassistido.8Contudo,verificou-sequea incidênciadepartoinstrumentalnãofoisignificativamente diferente(RP,9%versusnãoRP,12,7%).Issocontrastacom estudosanterioresquerelataramtaxasmaisaltasdeparto instrumentalem peridural, em comparac¸ãocom opiáceos parenteraisouusodeóxidonitroso.9,12Estudosque compa-raramRPcomperiduralnãorelataramdiferenc¸asnostipos departo.21,22Devemosnotarqueosresultadossão frequen-tementeafetadospormúltiplosfatoresdeconfusão,como atécnicaanalgésicaneuraxial,ométododemanutenc¸ãoda analgesiaperidural,aconcentrac¸ãodeanestésicolocal,o grau de analgesia durante a segunda fasedo trabalho de partoeosfatoresobstétricos.13

Dados consideráveisapoiamanoc¸ãodequeaanalgesia neuraxialemtrabalhodepartonãoaumentaoriscode cesa-riana em comparac¸ão com a analgesia sistêmica.13 Neste estudo,nãoobservamosaumentosignificativodastaxasde cesariana em gestantes que receberam analgesia combi-nadaRP.ArevisãodobancodedadosCochranedaanalgesia

periduralversusnãoepiduralounenhumaanalgesiaem tra-balhodepartomostrouquenãoháevidênciadediferenc¸a significativanorisco em geral de cesariana,embora haja umaumentodoriscodecesarianaporsofrimentofetal.8De formasemelhante,Halpernetal.relataramqueoriscode cesariananãofoidiferenteentremulheresquereceberam opioides sistêmicos versus analgesia neuraxial.17 Também devemosenfatizarquemuitosfatores,alémdoprogressodo trabalhodeparto,podemcontribuirparaopartocesáreo, taiscomodesproporc¸ãocéfalo-pélvica,bebêmacrossômico, infecc¸ão eparidade materna.13 Osresultadosdesses estu-dos, incluindoo nosso,implicam que é improvável que a analgesianeuroaxial,em si,afeteaschancesdeumparto normal.

ResultadoneonatalavaliadopeloíndicedeApgarfoi simi-lar em ambos os grupos. Todos os cinco recém-nascidos nosdoisgrupos, comescoresdeApgar menordoque 7no 1◦minutorecuperaram no5min.Issoestádeacordocom outrosestudosquemostraramnãohaverdiferenc¸anos esco-resdeApgarounopHdocordãoempacientesquerecebem periduralouanalgesiaRP.6,9,12,23

O efeito colateral mais comum nas parturientes que receberam a analgesia combinada RP foi prurido, o que ocorreu em 44% das pacientes.Esse efeito foi transitório etolerável,semnecessidadedetratamento.Asqueixasdas pacientesrevelaramprurido como o efeitocolateral mais comumdos opiáceos intratecais.24 Miro et al. concluíram emseuestudoqueemboraaanalgesiacombinadaRPtenha sido mais comumente associado a prurido e dor nas cos-tas,essacombinac¸ãoproporcionouanalgesiadequalidade superior.23

(6)

naloxona,ventilac¸ãomecânicaouadmissãoemUnidadede TerapiaIntensivaNeonatal,nãoforaminvestigadosemnosso estudo.

Em geral, este estudo apoia outros estudos que des-cobriram que a analgesia combinada RP não afetou negativamente o resultado do trabalho de parto.17,18 As mulheresemtrabalhodepartopodemestarcertasdeque, alémdeobteranalgesiasuperiorcomacombinac¸ãodeRP, podemterum partovaginal seguro e normal.Em conclu-são,o presente estudo mostrou que nãohouve diferenc¸a significativana durac¸ão dotrabalho departo, na taxade partoinstrumentalvaginaledecesarianadeemergênciae noresultado neonatalem parturientes quereceberam RP em comparac¸ãocom aquelas quenão receberamRP para analgesiadeparto.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Referências

1.Pain reliefduringlabour. ACOGCommittee OpinionNo. 295. AmericanCollegeofObstetriciansandGynaecologists.Obstet Gynecol.2004;104:213.

2.McGradyE.Epiduralanalgesiainlabour.ContEducAnaesthCrit CarePain.2004;4:114---7.

3.Kuczkowski KM. Ambulation with combined spinal-epidural labor analgesia; the technique. Acta Anaesthesiol Belg. 2004;55:29---34.

4.Frikha N, Ellachtar M, Mebazaa M, et al. Combined spinal---epiduralinlabor-comparisonofsulfentanilvstramadol. MiddleEastJAnesth.2007;19:87---96.

5.Gambling D, Berkowitz J, Farrell TR, et al. A randomized controlled comparison of epidural analgesia and combined spinal-epidural analgesia in a private setting. Anesth Analg. 2013;116:636---43.

6.MousaWF,Al-MetwalliR,MostafaM.Epiduralanalgesiaduring laborvsnoanalgesia:acomparativestudy.SaudiJAnaesth. 2012;6:36---40.

7.Simmons SW, Taghizadeh N, Dennis AT, et al. Combined spinal-epidural versusepidural analgesiain labour.Cochrane DatabaseSystRev.2012;10:CD003401.

8.Anim-Somuah M, Smyth RMD, Jones L. Epidural versus non--epiduralornoanalgesiainlabour.CochraneDatabaseSystRev. 2011;12:CD000331.

9.LiuEHC,SiaATH.Ratesofcaesariansectionandinstrumental vaginaldeliveryinnulliparouswomenafterlowconcentration epidural infusions or opioid analgesia. Br Med J. 2004;328: 1410---5.

10.HalpernSH,LeightonBL,OhIssonA,etal.Effectofepidural vsparenteralopioidsanalgesicsonprogressoflabour:ameta analysis.JAmMedAssoc.1998;280:2105---10.

11.PhilipsenT,JensenNH.Epiduralblockorparenteralpethidine asanalgesicinlabour:arandomizedstudyconcerningprogress inlabourand instrumental deliveries. EurJObstetGynecol. 1989;30:27---33.

12.LeongEW,SivanesaratnamV,OhLL, etal.Epiduralanalgesia inprimigravidaeinspontaneouslabouratterm:aprospective study.JObstetGynaecolRes.2000;26:271---5.

13.CambicCR,WongCA.Labouranalgesiaandobstetricoutcomes. BrJAnaesth.2010;105:50---60.

14.WuCY,RenLR,WangZH.Effectsofepiduralropivacainelabor analgesiaondurationoflaborandmodeofdelivery.Zhonghua FuChanKeZaZhi.2005;40:369---71.

15.RojanskyN,TanosV,ShapiraS,etal.Effectofepidural analge-siaondurationandoutcomeofinducedlabour.IntJGynaecol Obstet.1997;56:237---44.

16.AlexanderJM,SharmaSK,McIntireDD,etal.Epiduralanalgesia lengthensthefriedmanactivephaseoflabor.ObstetGynecol. 2002;100:44---50.

17.HalpernSH,LeightonBL.Epiduralanalgesiaand theprogress ofLabor. Evidence-based obstetric anaesthesia. Oxford, UK: Blackwell;2005.p.10---22.

18.TsenLC,ThueB, DattaS, et al.Is combinedspinal-epidural analgesiaassociatedwithmorerapidcervicaldilatationin nul-liparous patientswhen comparedwithconventional epidural analgesia?Anesthesiology.1999;91:920---5.

19.SchniderSM,AbboudTK,ArtalR,etal.Maternalcatecholamines decreaseduringlaborafterlumbarepiduralanesthesia.AmJ ObstetGynecol.1983;147:13---5.

20.SultanP,MurphyC,HalpernS,etal. Theeffectoflow con-centrationsversushighconcentrationsoflocalanestheticsfor labouranalgesiaonobstetricandanestheticoutcomes:a meta--analysis.CanJAnesth.2013;60:840---54.

21.NorrisMC,FogelST,ConwayC.Combinedspinal---epiduralversus epidurallaboranalgesia.Anesthesiology.2001;95:913---20. 22.Stacey RG, Poon A. Comparison of low dose epidural with

combinedspinal---epiduralanalgesiaforlabour.Br JAnaesth. 2000;84:695---8.

23.MiroM,GuaschE,GilsanzF.Comparisonofepiduralanalgesia withcombinedspinal---epiduralforlabor.IntJObstetAnesth. 2008;17:15---9.

Referências

Documentos relacionados

Relativamente aos alimentos, em regressão múltipla e após ajuste para energia e confundidores, com o aumento da DS, verificou-se um efeito significativo positivo na ingestão de

O genótipo Vermelho Pequeno apresenta porte semelhante ao genótipo Caiapó, produção de panículas viáveis por m 2 superior ao BRS Primavera e produtividade semelhante aos

Tabela 8 – Ajuste do Modelo de Regressão Linear simples para Determinação da Equação de Volume de Quaruba (Vachysia unudata ducke) na comunidade de Benjamin Constant no município

Selected properties and processes are those related to water intake by soil, to water flow at surface, to soil resistance to soil particles breakdown and transport by erosion

Vale ressaltar que o tempo médio para obtenção de resultados numéricos é de aproximadamente 6 horas, ao passo que os resultados analíticos são praticamente

Dia 11 estive presente no ensaio da tarde, tendo estado à noite a minha colega Aranis Garcia. Dia 12 estive eu e a minha colega em ambos os ensaios, tendo nessa noite

57 92807 GRACE KELLY BORGES 304 - ANALISTA ADMINISTRATIVO - COMUNICAÇÃO SOCIAL 54 95924 JACKELINE RUST BATISTA 304 - ANALISTA ADMINISTRATIVO - COMUNICAÇÃO SOCIAL 54 95417

[r]