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Efeito da idade relativa nas categorias do futebol brasileiro: critérios de seleção ou uma tendência populacional?.

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Revista

Brasileira

de

CIÊNCIAS

DO

ESPORTE

ARTIGO

ORIGINAL

Efeito

da

idade

relativa

nas

categorias

do

futebol

brasileiro:

critérios

de

selec

¸ão

ou

uma

tendência

populacional?

Felipe

Nunes

Rabelo

a,∗

,

Bruno

Natale

Pasquarelli

b

,

Fernando

Matzenbacher

a

,

Fábio

Angioluci

Diniz

Campos

c

,

Raul

Osiecki

d

,

Antônio

Carlos

Dourado

e

e

Luiz

Cláudio

Reeberg

Stanganelli

e

aUniversidadeEstadualdeLondrina(UEL),CentrodeEducac¸ãoFísicaeEsporte,DepartamentodeCiênciasdoEsporte,Grupode

EstudoePesquisadeCiênciasdoEsporte,Londrina,PR,Brasil

bUniversidadeEstadualdeCampinas(Unicamp),FaculdadedeEducac¸ãoFísica,ProgramadePós-Graduac¸ãoemEducac¸ãoFísica,

Campinas,SP,Brasil

cAcademiadaForc¸aAérea(AFA),MagistérioDesportivoemNívelSuperior,Pirassununga,SP,Brasil

dUniversidadeFederaldoParaná(UFPR),SetordeCiênciasBiológicas,DepartamentodeEducac¸ãoFísica,Curitiba,PR,Brasil eUniversidadeEstadualdeLondrina(UEL),CentrodeEducac¸ãoFísicaeEsporte,DepartamentodeCiênciasdoEsporte,Londrina,

PR,Brasil

Recebidoem31demarçode2013;aceitoem13dejaneirode2014 DisponívelnaInternetem3defevereirode2016

PALAVRAS-CHAVE

Efeitodaidade

relativa;

Datadenascimento;

Futebol; Talento

Resumo Oobjetivodesteestudoconsistiuemcompararafrequênciadedatasdenascimento entreatletasdefuteboleapopulac¸ãobrasileiraeverificarpossíveisdiferenc¸asentre catego-rias.Participaram868atletasavaliadosentre2001a2009,pertencentesàscategoriassub-15, sub-17,sub-20eprofissional.Asdatasdenascimentoforamclassificadasportrimestres. Usou--seotestequi-quadradoparaanálise,adotou-seP<0,05.Houvediferenc¸asignificativaentre osquartosdeano,comtendênciaanascimentosnoprimeirosemestre,similaràdistribuic¸ão dapopulac¸ãobrasileira.Nãoforamidentificadasdiferenc¸assignificativasentreascategorias. Concluiu-se quehá uma tendência de nascidos no início doano que desfavorecepossíveis talentosnascidosnofimdoanocompetitivo.

©2016Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´e umartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/ by-nc-nd/4.0/).

Autorparacorrespondência.

E-mail:nunesfelipe@gmail.com(F.N.Rabelo).

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbce.2016.01.001

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KEYWORDS

Relativeageeffect;

Birthdate;

Soccer; Talent

The relative age effect on the categories of Brazilian soccer: selection criteria orapopulationtrend?

Abstract Thepurposeofthisstudywastocomparethebirthdatesofsoccerplayersandthe Brazilianpopulationaswellasassesspossibledifferencesamongcategories.868players parti-cipatedinthisstudy,distributedaccordingtotheU-15,U-17,U-20andprofessionalcategories. Thebirthdateswereclassifiedbyquartiles.Thechi-squaretestwasusedfortheanalyses, con-sideringP<0.05.Significantdifferencewasidentifiedamongquartilesofbirthswithatendency tobirthsinthefirsthalf,similartothedistributionoftheBrazilianpopulation.No differen-cesweresignificantamongcategories.Itwasconcludedthatthereisatendencyforbirthsin thebeginningoftheyear,discouragingpotentialtalentoneswhowerebornattheendofthe competitiveyear.

©2016Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisan openaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Efectodelaedadrelativaenfutbolistasdelacanteraenelfútbolbrasile˜no: ¿criteriosdeselecciónotendenciadelapoblación?

Resumen Elobjetivodeesteestudiofuecompararlafrecuenciadelasfechasde nacimien-toentrejugadoresdefútbolylapoblaciónbrasile˜na,einvestigarlasposiblesdiferenciasentre categorías.Participaron868jugadoresnacidosentre2001y2009,ypertenecientesalas catego-ríassub-15,sub-17,sub-20yprofesional.Lasfechasdenacimientoseclasificaronportrimestres. SeutilizólapruebadechicuadradoyseutilizóelvalordeP < 0,05.Hubodiferencias signifi-cativasentrelosdiferentescuatrimestres,contendenciaalnacimientoenelprimersemestre, deformasimilaraladistribucióndelapoblaciónbrasile˜na.Nohubodiferenciassignificativas entrelascategorías.Seconcluyequeexisteunatendenciadenacimientosaprincipiosdea˜no, locualtraeconsigounadesventajaparaaquellosposiblestalentosquenacenafinalesdela˜no competitivo.

©2016Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Estees unart´ıculoOpenAccessbajolalicenciaCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/ by-nc-nd/4.0/).

PALABRASCLAVE

Efectodelaedad relativa;

Fechadenacimiento; Fútbol;

Talento

Introduc

¸ão

Nocontextoesportivo,muitos fatoressãorelevantespara determinac¸ão do sucesso de um jogador de futebol e a exigência para a prática em alto nível competitivo é multifatorial,justificaacomplexidadedepredizero desem-penhoesportivo dejovens atletas. Em esportes nosquais a composic¸ão corporal, potência e forc¸a são determinan-tesparaodesempenho,indivíduosprecocementematurados tendem ater vantagemsobre seusparesque apresentam maturac¸ãotardia,considerandoamesmaidadecronológica (Malina, 1998, 1994). Entre a fase da infância e da ado-lescência(9-16anos), indivíduosem estadodematurac¸ão biológica avanc¸ada apresentam vantagens na composic¸ão corporal,massaisentadegorduraeemumasériede com-ponentesfísicos,comopotênciaaeróbia,forc¸a,resistência evelocidade(Malinaetal.,2009).

Concomitantemente, sugere-se ainda que competic¸ões baseadasnaidadecronológicaqueenvolvamatletasjovens não sódão vantagemaos indivíduos precocemente matu-rados, mastambém àquelesque nascem noinício doano competitivo(Helsenetal.,2005;Breweretal.,1995).

(3)

A ocorrência do efeito da idade relativa é atribuída à enorme variabilidade biológica dentro de um grupo de mesmaidadecronológica,duranteainfânciaea adolescên-cia(Baxter-Jones,1995).Seassimetriasna distribuic¸ãode datadenascimentoresultamdavariabilidadedamaturac¸ão biológica,pode-seafirmarqueatletasmaturados precoce-mentesãofavorecidosna selec¸ãoedetecc¸ãodetalentos. Certamente,estudosrecentessugeremque atletasjovens defutebolqueapresentammaturac¸ãofísicaprecocepodem ser preferencialmente selecionados, enquanto os matura-dostardiamente,automaticamenteexcluídos(Malina,2003; Malinaetal.,2000;WilliamseReilly,2000).

Acategorizac¸ão dejogadoresjovensdefutebolusaum sistemasimilarao empregadona maioriadasorganizac¸ões educacionais, baseado na idade cronológica. Essa categorizac¸ãoobjetivaumaapropriadaparticipac¸ãoe igual-dadedeoportunidades.Comessepropósito,amaioriados paísesadotaasregraseosregulamentosdaFifa(Federation InternationaledeFootballAssociation),aqualusaoanode nascimentocomocritériodeselec¸ãoedefine1◦dejaneiro comodata-limite.Entretanto,essaregraédemasiadamente simplistaparaagrupamentoporfaixaetária,namedidaem queacarretadiferenc¸asentrejovensdamesmaidade cro-nológicaconsiderandoaquelesindivíduosnascidoslogoapós adata-limitedoanoeaquelesnascidosquaseumanoapós. Porexemplo,considerando1◦ dejaneirocomodata-limite do ano, aqueles nascidos logo após essa data (ex.: 5 de janeiro)sãocronologicamentemaisvelhosdoqueaqueles que nasceram quase um anoapós (ex.: 30 de dezembro) (Vaeyensetal.,2005).Noscasosemqueascategoriassão organizadasemperíodosde24meses,essasdiferenc¸assão maximizadasnocontextoesportivoquandocomparadascom ocontextoeducacional(Mujikaetal.,2009),jáqueexistem variabilidades significativas que envolvem fatores como aspectoemocional,motivac¸ãoeexperiência(Hirose,2009). Atéopresentemomento,énotóriaaescassezdeestudos científicossobreoefeitodaidaderelativaqueenvolve atle-tasbrasileirosdefutebol.Éidentificadoumnúmeromaior de publicac¸ões na literatura internacional, o que origina umviés na comparac¸ãodedadosconsiderando diferenc¸as no calendário esportivo competitivo. Considerando tais fatos,duashipótesesforamdestacadas:a distribuic¸ãodas frequênciasdedatasdenascimentodeatletaspertencentes àequipesbrasileirasdefutebolédiferentedadistribuic¸ão defrequências denascimentos da populac¸ão brasileira; e nãohádiferenc¸aentreadistribuic¸ãodefrequênciadedatas denascimentoentreascategoriasdebaseecategoria pro-fissional.

Portanto, o objetivo deste estudo consistiu em identi-ficare compararafrequênciadedatas denascimentopor períodosdoano(quartosdeano)entreatletasdefutebolea populac¸ãogeralbrasileira;everificaraspossíveisdiferenc¸as entreasdistribuic¸õesdafrequênciadedatasdenascimento porcategorias.

Material

e

métodos

Amostra

Participaram do estudo 868 jogadores de futebol de sete equipes avaliadas noCentro de Excelência Esportiva

(Cenesp/UEL) entre 2001 e 2009, pertencentes às cate-goriassub-15 (n=120),sub-17 (n=182),sub-20 (n=283)e profissional (n=283).As categorias sub-15e sub-17 foram representadas por equipes que disputavam competic¸ões regionais e estaduais e as categorias sub-20 e profissi-onal foram representadas por equipes que disputavam competic¸õesestaduaisenacionais.

Procedimentos

Paradeterminarafrequênciaabsoluta(F)efrequência rela-tiva(FR)dejogadoresnascidosem diferentesperíodosdo ano foi feita análise descritiva das datas de nascimento. Essasforamclassificadasporquartosdeano,ouseja,janeiro amarc¸o(Q1),abrilajunho (Q2),julhoasetembro(Q3)e outubro a dezembro(Q4), com 1◦ de janeiro como data--limite de iníciodatemporada esportiva. Osdadosforam devidamentefiltradoscomintuitodeevitararepetic¸ãode sujeitosemanosconsecutivos.

Paraanálisededatasdenascimentodapopulac¸ãogeral brasileira, foi feito um levantamento de informac¸ões na base dedados doInstitutoBrasileiro deGeografiae Esta-tística (IBGE) referentes aos nascidosem cada ano entre 1984e2002,pormêsdenascimento.Posteriormente,foram classificados por quartos de ano. Determinou-se assim a frequência absoluta e a frequência relativa de nascimen-tos.Usou-seoperíodode1984a2002paraequivalênciados dadoscomapresenteamostra,naqualossujeitosnasceram entre1975e1996.

Osatletaseresponsáveisforampreviamenteinformados deformaverbaleescritasobreomodelodoestudoe recebe-ramumtermodeconsentimentolivreeesclarecido,quefoi assinadoapóstotalconcordânciaemparticipardapesquisa. EsteestudofoipreviamenteaprovadopeloComitêdeÉtica em Pesquisa Localda Universidade Estadual de Londrina, protocolon◦242/2009.

Tratamentoestatístico

O testenãoparamétricoqui-quadrado(␹2) foiusadopara

análisedasdiferenc¸asentreasdistribuic¸õesdedatade nas-cimentoobservadaseesperadasedaspossíveisdiferenc¸as entreascategorias.Asdistribuic¸õesdedatasdenascimento esperadasforamcalculadasapartirdosdadosdapopulac¸ão geralbrasileira,disponíveisentre1984e2002,napáginado IBGE(http://www.ibge.gov.br/home,acessoem04/09/12). ParaaanáliseestatísticafoiusadoosoftwareSPSS18.0eo níveldesignificânciaadotadofoiP<0,05.

Resultados

Osresultadosdopresenteestudodemonstraramdiferenc¸as estatisticamente significativas (␹2=70,55;g.l. = 3;

P=0,000/␹2 esperado=7,815;g.l. = 3; P<0,05) entre

(4)

Tabela1 Distribuic¸ãodedatasdenascimentodosjogadoresdefuteboldaamostradopresenteestudo(nascidosentre 1975-1996)edapopulac¸ãobrasileira(nascidosentre1984-2002),porperíodosdoano

Períodosdoano

Q1 Q2 Q3 Q4

F FR F FR F FR F FR ␹2

Atletasdefutebol 312 35,9 228 26,3 179 20,6 149 17,2 70,55a

Pop.brasileira (milhares)

13.565 28,3 13.509 28,1 12.241 25,5 8.689 18,1

F,frequênciaabsoluta;FR,frequênciarelativa(%).

a p<0,05.

125

Sub-15 Categoria

Sub-17 Sub-20 Profissional

100

75

50

25

0

1 Trimestre 2 Trimestre 3 Trimestre

Períodos do ano

F

requência

4 Trimestre

Figura1 Frequênciadedatasdenascimentodosjogadores defutebolporcategoria,divididosporquartosdoano.

Não foram identificadas diferenc¸as estatisticamente significativas (␹2=10,86;g.l. = 9; P=0,285/␹2

espe-rado=16,91;g.l. = 9; P<0,05) entre as frequências de datas denascimentodivididas por quartosdoano quando comparamos as diferentes categorias de futebol. Fica evidentenasfiguras1e2quetantonascategoriasdebase quantona categoriaprofissionaladistribuic¸ãodedatasde nascimentosedirecionaparaoiníciodoano.

Apartirdatabela2,pode-seobservarque34,2%dos atle-tasdacategoriasub-15,36,8%dasub-17,39,9%dasub-20e 32,3%daprofissionalnasceramnostrêsprimeirosmesesdo ano(Q1).

Discussão

Deacordocomosresultadosobtidosnopresenteestudo,foi verificada diferenc¸a estatisticamente significativa entre a frequênciadedatasdenascimentodejogadoresdefutebol, divididasporquartosdeano,queapresentouuma prevalên-ciadeatletasnascidosemQ1.Esseresultadoestádeacordo comestudosdeBreweretal.(1995),MuscheHay (1999), Helsen et al. (2005), Mujika et al. (2009) e Wiium et al. (2010), nos quais foram evidenciadas predominâncias de

200

Sub-15 Categoria

Sub-17 Sub-20 Profissional

150

100

50

0

1 Semestre 2 Semestre

Períodos do ano

F

requência

Figura2 Frequênciadedatasdenascimentodosjogadores defutebolporcategoria,divididosporsemestre.

datasdenascimentonoprimeiroquarto(Q1)doano espor-tivode paíseseuropeuse asiáticos. Interessante destacar que,apesardealgunspaísesusaremdiferentesdatas-limite comocritérioparainíciodatemporadaesportiva(1◦janeiro ou1◦ agosto),nota-se,aindaassim,aocorrênciado fenô-menoEIR.

Sendo a ocorrência do EIR atribuída à enorme varia-bilidade biológica dentro de um grupo de mesma idade cronológica, durante a infância e adolescência ( Baxter--Jones, 1995), aqueles em vantagem na idade relativa, quandocomparadoscomossemelhantes,parecemter consi-deráveisvantagensfísicas(estatura,pesocorporaleforc¸a), asquaispodemafetarapercepc¸ãodepotencialtalentoe predic¸ãodesucessoesportivo.Sugere-se,então,queatletas jovensdefutebolosquaisapresentammaturac¸ãofísica pre-cocepodemserpreferencialmenteselecionados,enquanto osmaturadostardiamente,automaticamenteexcluídos.

(5)

Tabela2 Distribuic¸ãodedatasdenascimentodecadacategoria,divididoporperíodosdoano Períodosdoano

Q1 Q2 Q3 Q4

F FR F FR F FR F FR

Sub-15 41 34,2 33 27,5 31 25,8 15 12,5

Sub-17 67 36,8 51 28,0 28 15,4 36 19,8

Sub-20 113 39,9 66 23,3 56 19,8 48 17,0

Profissional 91 32,2 78 27,6 64 22,6 50 17,7

F,frequênciaabsoluta;FR,frequênciarelativa(%).

ascompetic¸õesdealtonívelnofutebolquandocomparada

comadeoutrosesportes.

Ainda,deacordocomosresultadosobtidos,

identificou--seumasemelhanc¸anadistribuic¸ãodedatasdenascimento

dapresenteamostracomosdadosestatísticosdapopulac¸ão

brasileira,quecorrespondeua28,3%paraQ1e28,1%para

Q2, o que rejeitou a primeira hipótese apresentada no

nossoestudo.Considerandoorestritoacessoaosdadosda

populac¸ãobrasileira,houveaimpossibilidadedefazer

aná-liseestatísticapara comparac¸ão entreos quartos, embora

visualmentenote-seumatendênciadenascimentosnoinício

doanoreferentea1984-2002.

Dessamaneira, parecenão consistirna forma como os

clubesbrasileirosfazemoprocessodedetecc¸ãoeselec¸ão

detalentos,preferemosmaisvelhosematurados,mas,sim,

umatendênciadenascimentosnosprimeirosmesesdoano

dapopulac¸ãobrasileiradeumamaneirageral.Entretanto,

éumasituac¸ãoquedeveseranalisadacomcautela

conside-randoaexclusãoautomáticadepossíveisjovenstalentospor

partedetreinadoresjustificadaapenasporumatendência

populacional, descarta-se a possibilidade do

desenvolvi-mentodeumacarreiraesportivaparaessesjovens.

Porfim,nopresenteestudo,foiobservadauma

predomi-nânciadenascidosnoprimeiroquartodoanoemtodasas

categoriasanalisadaseumaumentoestatísticonão

signifi-cativodoEIRentreascategoriasdebase, oque confirma

asegundahipóteseapresentada.Ofatodeapresentarum

aumentodoEIRentreascategoriasdebasepodeser

expli-cadopelaheterogeneidadedapresenteamostra,aqualse

originavadeequipesdefuteboldediversosestados

brasi-leiros,alémdepossíveisdiferenc¸asnafilosofiadetrabalho

dos clubes e seus critérios estabelecidos no processo de

detecc¸ãoeselec¸ãodetalentos.

Em contrapartida, em um estudo de Altimari et al.

(2011),noqualanalisaramoEIRemjogadoresdas catego-riasdebaseeprofissionaldaselec¸ãobrasileiradefutebol, foirelatadaumapredominânciadedatasdenascimentonos quatroprimeirosmesesdoano(janeiro-abril),constatando umadiminuic¸ãodoEIRconformeoavanc¸odascategorias. Apesar da similaridade de resultados, nossa investigac¸ão constatouadiminuic¸ãodescritapelosautoressupracitados somente entre a categoria sub-20 e profissional, confir-mandoosachadosdeMazzucco(2007),oqualrelatouque namedidaemqueseavanc¸adascategoriasdebaseàs cate-goriasprofissionais,taisfrequênciasdenascimentostendem asemodificar,ouseja,oEIRtorna-semenor.

Conclusão

Opresenteestudodemonstrouque,paraaamostraavaliada, háumatendênciadejogadoresdofutebolbrasileiro nasci-dosnoiníciodoano,maisespecificamenteentrejaneiroe marc¸o.Ademais,adistribuic¸ãodedatasdenascimentodos jogadoresdefutebolfoisimilaràdistribuic¸ãoapresentada pelapopulac¸ãobrasileira de1984 a2002. E, porfim,não foi observada diferenc¸a entre asfrequências de datas de nascimentoentreascategoriasanalisadas.

Conclui-se,então,quemuitosjovenstalentosospodem sersubestimadossimplesmentepornasceremnofimdoano e, por consequência, pelos seus atributos físicos inferio-res. Considerando a atual categorizac¸ão das competic¸ões de jovens futebolistas em períodos bianuais, baseada na idade cronológica, potencializa-se o cenário de desvanta-gensfísicas,cognitivaseexperiênciadejogoparaaqueles queapresentamidadebiológicainferioràcronológica, prin-cipalmente aqueles que compõem o grupo de novatos da categoria.

Em umesporte como o futebol, no qualo desenvolvi-mento físico avanc¸ado édeterminante, osjogadoresmais jovens (biologica e cronologicamente) estão em consi-derável desvantagem. Por conseguinte, sugerem-se novos estudos longitudinaisem que haja o acompanhamento de jogadores em formac¸ão, considerandoseus atributos físi-cos,maturacionaisetécnicosrelacionadosaodesempenho no ambiente real de jogo. São sugeridos, ainda, estudos quequantifiquemonúmerodejovensjogadores, identifica-doscomo potenciaistalentospelamaturac¸ãoavanc¸adana fasedeformac¸ão,quesetornaramatletasprofissionaisem equipesdealtonívelcompetitivo.Taismedidassão impor-tantes para melhorar o processo de selec¸ão de atletase evitarprejuízosquantoàperdadessestalentosem poten-cial, ponderandoo exacerbadoinvestimentofinanceirode clubesecentrosesportivos,destinadoaoprocessode desen-volvimentodeseusatletas.

Portanto,oentendimentodoimpactodoEIRsobrejovens esportistas podemodificar a maneira como atletas, pais, treinadores e federac¸õespercebem o potencial talentoe predizemosucessoesportivo.

Conflitos

de

interesse

(6)

Referências

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